sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Casos em queda livre - O mistério do “desaparecimento repentino” da covid-19 na Índia !

Em setembro do ano passado, a Índia anunciava cerca de 100 mil novos casos de covid-19 por dia e estava a caminho de ultrapassar os Estados Unidos como país com maior número de infetados do mundo. Quatro meses depois, caíram a pique.


No final de janeiro, o Ministério da Saúde da Índia confirmou uma diminuição recorde de cerca de 9.100 novos casos diários num país de quase 1,4 mil milhões de habitantes. Foi a contagem diária mais baixa em oito meses na Índia. Na segunda-feira passada, o país confirmou cerca de 11 mil casos.

“Não é que a Índia esteja a testar menos ou as coisas não estejam a ser relatadas”, disse Jishnu Das, economista de saúde da Universidade de Georgetown, em declarações ao NPR. “Aumentou, aumentou – e agora, de repente, desapareceu! Quer dizer, a utilização das Unidades de Cuidados Intensivos caiu. Todos os indicadores dizem que os números diminuíram.”

Falando em “mistério”, os cientistas estão a investigar porque é que o número de casos na Índia caiu tão drasticamente – e tão repentinamente, em setembro e outubro, meses antes do início de qualquer vacinação.

“É a pergunta de um milhão de dólares. Obviamente, as medidas clássicas de saúde pública estão a funcionar: os testes aumentaram, as pessoas vão aos hospitais mais cedo e as mortes diminuíram”, afirmou Genevie Fernandes, investigadora de saúde pública na Universidade de Edimburgo.

“Mas, na verdade, ainda é um mistério. É muito fácil ficar complacente, especialmente porque muitas partes do mundo estão a passar pela segunda e terceira vagas. Precisamos de estar de guarda.”

O que é que os indianos estão a fazer?

A Índia é um dos vários países em que o uso de máscara em espaços públicos é obrigatório – até ao ar livre e a pessoas que correm na praia.

Segundo Fernandes, durante a pandemia, “a polícia, a monitorização e a fiscalização foram intensificados”. A polícia distribui multas a quem não usa máscara.

Um inquérito publicado em julho revelou que 95% dos entrevistados disseram que usaram máscara na última vez em que saíram de casa.

Na Índia, sempre que se faz uma chamada, em vez de um tom de chamada, ouvem-se mensagens patrocinadas pelo Governo a avisar sobre a importância da lavagem das mãos e de usar máscara. Agora, a mensagem também apela às pessoas que se vacinem.

Calor e humidade

A maior parte do país é quente e húmido – e há algumas evidências que sugerem que o clima da Índia ajuda a reduzir a propagação de doenças respiratórias.

Uma revisão de centenas de artigos científicos, publicada em setembro na revista científica PLOS One, revelou que os climas quentes e húmidos parecem reduzir a disseminação da covid-19. Calor e humidade combinam-se para tornar os coronavírus menos ativos.

Estudos anteriores também descobriram que as gotículas do vírus podem flutuar durante mais tempo no ar frio e seco.

“A temperatura, é claro, está a nosso favor. Muitos vírus são conhecidos por multiplicar-se mais nas regiões mais frias”, disse Daksha Shah, epidemiologista e vice-diretor de saúde de Mumbai.

Num estudo de casos de covid-19 no estado indiano de Punjab, descobriu-se que 76% dos pacientes não infetaram ninguém– embora não se saiba porquê. No geral, 10% dos casos foram responsáveis por 80% das infecções.

Por outro lado, há algumas evidências científicas em contrário: um estudo publicado em dezembro no GeoHealth disse que a severa poluição do ar urbano na Índia pode exacerbar a covid-19.

Além disso, um artigo publicado no The Lancet revelou que o calor extremo também pode forçar as pessoas a ficarem dentro de casa em espaços com ar condicionado, o que contribui para a disseminação do vírus.

Prevalência de outras doenças

Outro ponto a considerar é a quantidade de outras doenças que já se espalham pela região: malária, dengue, febre tifóide, hepatite e cólera. Alguns especialistas especulam que as pessoas com um sistema imunológico robusto têm mais probabilidade de sobreviver na Índia.

Um estudo publicado em outubro revelou que países de baixa e média baixa classe com menos acesso a instalações de saúde, higiene e saneamento têm números mais baixos de mortes por covid-19 per capita.

Outro estudo publicado em agosto descobriu que as mortes por covid-19 per capita são menores em países onde as pessoas estão expostas a uma ampla gama de micróbios e bactérias.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a covid-19 matou 154.392 pessoas na Índia em 1 de fevereiro. Essa é uma taxa de mortalidade de 1,44% – muito menor do que a dos Estados Unidos ou de muitos países europeus.

Demografia

A Índia também é um país muito jovem. Apenas 6% dos indianos têm mais de 65 anos e mais da metade da população tem menos de 25 anos. Os jovens têm menor probabilidade de morrer de covid-19 e maior probabilidade de não apresentar sintomas se infetados.

Um estudo publicado na revista Science revelou que a taxa de mortalidade da covid-19 diminui na Índia após os 65 anos – possivelmente porque há poucos indianos que vivem além dessa idade.

Testes sorológicos mostram que a maioria das pessoas em certas áreas da Índia pode já ter sido exposta à covid-19 sem desenvolver sintomas.

O clima e a demografia da Índia não mudaram na pandemia e a queda dos casos foi recente. Aliás, os números caíram quando os especialistas previram que disparariam: em outubro, quando milhões de pessoas se reuniram para os festivais hindus de Diwali e Durga Puja – altura em que a poluição do ar também é pior.

Os casos também diminuíram, apesar de dezenas de milhares de agricultores indianos terem acampado nos arredores da capital durante meses.

O epidemiologista Shah sugere que, assim como outras variantes infecciosas descobertas no Reino Unido e noutros lugares, uma variante mais branda possa ter começado a sofrer uma mutação na Índia.

“Três opções: uma é que acabou por causa da forma como as pessoas se comportaram. Ou acabou porque acabou e nunca mais vai voltar – ótimo!” disse Das. “Ou acabou, mas não sabemos por que acabou – e pode voltar.”

Essa última opção é o que mantém os cientistas e especialistas em saúde pública acordados à noite. Por enquanto, os indianos aguardam expectantes para serem vacinados.

https://zap.aeiou.pt/casos-em-queda-livre-o-misterio-do-desaparecimento-377870

 

Médico que tratou Navalny após envenenamento “faleceu repentinamente” !

O médico que tratou do líder da oposição Alexey Navalny, após este ter sido envenenado, morreu de forma súbita, de acordo com um comunicado publicado pelo hospital.


Sergey Maximishin tinha 55 anos e era médico do hospital de emergência de Omsk. O especialista esteve na linha da frente a prestar cuidados ao opositor russo depois deste ter sido envenenado durante um voo.

“É com pesar que informamos que o médico do hospital de Omsk, Sergey Valentinovich, assistente do departamento da Omsk State Medical University, faleceu repentinamente”, pode ler-se no comunicado do hospital, que não menciona a causa da morte.

Navalny foi inicialmente internado na unidade de envenenamento do hospital de emergência de Omsk a 20 de agosto, depois de adoecer durante a viagem de avião que fazia com destino a Moscovo.

Na altura, Maximishin, agora falecido, não deu nenhuma informação à imprensa sobre o estado de saúde do político russo.

Leonid Volkov, político e amigo de Navalny, confirmou à CNN que Maximishin ficou encarregue de tratar o líder da oposição.

“Sergey Maximishin era o chefe do departamento que tratou Alexey Navalny e estava encarregue do seu tratamento”, revelou Volkov à CNN, recordando que o médico “sabia mais do que ninguém do estado de Navalny, por isso não posso descartar a possibilidade de ter havido um crime”, acrescentou.

Ainda assim, considera que “o sistema de saúde da Rússia é muito precário e não é incomum que médicos desta idade morram repentinamente. Mas, duvido que haja alguma investigação sobre a morte”, refletiu Volkov.

Segundo a mesma estação televisiva, não existem evidências de que tenha havido um crime relacionado com esta morte.

O líder da oposição na Rússia, Alexei Navalny, foi esta terça-feira condenado a três anos e meio de prisão por um tribunal de Moscovo.

Hoje, Navalny apelou aos seus apoiantes a vencerem o medo e “libertarem a Rússia dos ladrões” no poder.

https://zap.aeiou.pt/medico-tratou-navalny-morreu-378426

Bolsonaro enaltece a “autodefesa” da sociedade e garante: “Não tenho medo do povo armado” !

O Presidente do Brasil afirmou esta quinta-feira que não teme o povo armado pois isso impede um governante de se tornar um ditador, e antecipou que está a preparar novas medidas a favor do acesso civil às armas.


“Na próxima semana haverá mais decretos sobre armas porque armas é um direito seu”, disse Bolsonaro a centenas de pessoas na inauguração de um centro desportivo de alto rendimento na cidade de Cascavel, no sul do estado do Paraná.

“Não tenho medo do povo armado, porque isso impede um governante de se tornar um ditador e me sinto muito bem com um bom cidadão que está armado”, acrescentou.

Jair Bolsonaro assumiu o poder no Brasil em janeiro de 2019 e desde então tem patrocinado diversas medidas para promover a “autodefesa” da sociedade contra o aumento da criminalidade.

Muitas dessas medidas, que facilitam o acesso dos civis às armas e munições, foram moderadas ou mesmo anuladas pelo Congresso ou pela Justiça, mas Bolsonaro deu a entender que não desistiu.

O chefe de Estado elogiou a nova correlação de forças nas Câmaras dos Deputados e do Senado, que renovaram esta semana as suas mesas diretoras e passaram a ser presididas por parlamentares ligados ao Governo, o que pode ter uma influência decisiva nas votações legislativas.

O Presidente brasileiro também reiterou que vai insistir para que o Congresso aprove o “excludente de ilicitude”, um dispositivo legal que evitaria que um polícia que matar um criminoso no exercício das suas funções seja levado a julgamento, mesmo que existam suspeitas de abusos.

A proposta foi incluída num pacote de medidas anticrime encaminhadas pelo Governo brasileiro ao Congresso em 2019, que decidiu excluir esse ponto da legislação que é fortemente rejeitado por organizações de direitos humanos já que as forças de segurança brasileiras estão entre as mais violentas do mundo.

“Um polícia em operação deve ter garantias, já que é o chefe de família, um trabalhador, que não pode, depois de cumprir sua missão, receber a visita de um oficial de justiça em sua casa”, disse o Presidente brasileiro.

“Se ele está armado na rua é porque lhe demos as armas”, frisou Bolsonaro, reiterando que vai insistir nesse projeto ao longo do novo ano legislativo, inaugurado na quarta-feira.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-nao-tenho-medo-povo-armado-378421

 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

“No nosso país não há repressão” - Kremlin rejeita debater com Ocidente decisões sobre Navalny !

O Kremlin disse hoje que não está disponível para discutir com os parceiros ocidentais as decisões judiciais dos tribunais russos ou a forma como tem tratado os manifestantes nos protestos em apoio ao líder oposicionista Alexei Navalny.


“Repito: não temos intenção de levar em consideração as declarações sobre questões relacionadas à aplicação das nossas leis àqueles que as violam, nem aquelas que se referem aos veredictos dos nossos tribunais”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

“Estamos disponíveis para comentar essas questões, mas não estamos disponíveis para discuti-las com ninguém”, insistiu Peskov, na véspera do encontro que o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, realizará em Moscovo o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.

A comunidade internacional, incluindo a União Europeia, condenaram as detenções em massa e a repressão sobre os manifestantes que nas últimas semanas saíram à rua para apoiar o líder oposicionista Alexei Navalny, que esta semana foi condenado a dois anos e meio de prisão por ter violado a liberdade condicional.

Peskov voltou a defender a ação da polícia, que deteve mais de 10.000 pessoas nas manifestações a favor de Navalny, em várias ocasiões com uso excessivo da força, e afirmou: “No nosso país não há repressão”.

“O que há são medidas contra quem infringe as leis em atos não autorizados”, disse o porta-voz do Kremlin, reiterando a sua versão de que alguns dos manifestantes aderiram aos protestos incitados por provocadores e de que os agentes de segurança procederam às detenções, após terem sido violentamente atacados.

Peskov descreveu como inaceitável a proposta bipartidária dos senadores dos EUA, que na quarta-feira reintroduziram uma lei para aplicar sanções à Rússia pelo envenenamento de Navalny.

“Esses senadores sabem que consideramos esse tipo de abordagem totalmente inaceitável nas relações bilaterais”, concluiu Peskov.

Navalny, 44 anos, um investigador anticorrupção e o crítico mais conhecido de Putin, foi preso a 17 de janeiro ao regressar da Alemanha, onde passou cinco meses a recuperar de uma intoxicação por agente nervoso que atribui ao Kremlin.

Laboratórios na Alemanha, França e Suécia, e testes da Organização para a Proibição de Armas Químicas, estabeleceram que ele foi exposto ao agente nervoso Novichok. As autoridades russas recusaram-se a abrir um inquérito criminal completo, alegando falta de evidências de que ele fora envenenado.

Na terça-feira, um tribunal russo condenou Navalny a dois anos e meio de prisão, por violação de liberdade condicional.

A pena aplicada a Navalny foi condenada pela grande maioria dos países ocidentais, tendo a UE, através do seu alto representante para a política externa, afirmado hoje que a sentença imposta ao opositor russo é “inaceitável e politicamente motivada”, admitindo a possibilidade de aplicar novas sanções contra a Rússia.

https://zap.aeiou.pt/kremlin-debater-ocidente-navalny-378283

 

Um quarto da população de França, Alemanha e EUA pode recusar a vacina da covid-19 !

Cerca de quatro em cada dez pessoas na França, mais de 25% dos norte-americanos e 23% dos alemães dizem que não serão vacinados contra a covid-19, segundo uma pesquisa que destaca o desafio que os governos enfrentam.


As dúvidas quanto à vacinação foram menores na Itália (12%), no Reino Unido (14%) e na Holanda (17%), de acordo com a pesquisa que incluiu dados sete países e revelou uma estreita correlação entre a relutância da população em relação às vacinas e a sua confiança no governo, noticiou esta quinta-feira o Guardian.

Apenas 11% dos norte-americanos e 13% dos franceses confiam nos seus governos como uma fonte credível de informações sobre vacinas, concluiu a pesquisa, realizada em janeiro pela Kantar Public, em comparação com 30% na Holanda e na Grã-Bretanha.

O estudo também sugeriu que mais de 60% dos entrevistados no Reino Unido estavam muito ou um pouco satisfeitos com a campanha de vacinação, em comparação com 31% na França, onde a implementação é das mais lentas da União Europeia (UE). Na Holanda, 58% estão satisfeitos com a campanha.

Nos sete países – França, Alemanha, Holanda, Itália, Índia, Reino Unido e Estados Unidos – médicos de família e autoridades nacionais de saúde foram vistos como fontes de informação muito mais confiáveis ​​sobre vacinas, com 39% e 41% respetivamente.

O estudo revelou ainda que os homens são mais propensos a aceitar a vacinação e que as dúvidas persistem mais nos jovens. Mais da metade dos franceses entre os 25 e os 34 anos e um terço dos holandeses disseram que não seriam vacinados, enquanto nos sete países apenas 32% dos jovens entre os 18 e os 24 anos afirmaram que seriam vacinados.

O diretor de pesquisas internacionais da Kantar, Emmanuel Rivière, disse que o estudo revelou a escala do esforço de comunicação que alguns governos precisarão caso queiram melhorar a aceitação da vacina.

https://zap.aeiou.pt/quarto-populacao-franca-alemanha-eua-vacina-378341

 

Comandante da Resistência do Uganda condenado por crimes contra a humanidade !

O Tribunal Criminal Internacional, sediado em Haia, na Holanda, condenou esta quinta-feira a criança-soldado que se tornou comandante do Exército de Resistência do Senhor (LRA) do Uganda, Dominic Ongwen, por 61 crimes de guerra e contra a humanidade.


Segundo noticiou a NPR, Ongwen, agora na faixa dos 40 anos, foi o primeiro comandante do LRA a ser julgado pela campanha de terror e violência no início dos anos 2000. Sequestrado quando tinha 10 anos, foi vítima do LRA e do senhor da guerra Joseph Kony. Apesar disso, os juízes consideraram-no culpado por 61 crimes, cometidos entre julho de 2002 e o final de 2005, em ataques contra civis, refugiados e mulheres.

O tribunal descreveu a violenta agitação que deu origem ao LRA e detalhou os crimes de Ongwen, que incluem casamento e gravidez forçada, violação, escravidão sexual e “ultrajes à dignidade” de meninas e mulheres, assassinato, tortura, apropriação de bens e recrutamento de crianças com menos de 15 anos para grupos rebeldes.

Vários ataques violentos do LRA tiveram como alvo civis que viviam em campos criados pelo governo para deslocados, no norte de Uganda, onde o grupo confiscou alimentos enviados por programas de ajuda humanitária e matou indiscriminadamente.

Depois de anunciar o veredicto, o Tribunal Criminal Internacional marcou uma audiência para meados de abril. As possíveis punições incluem pena de prisão até 30 anos e indemnização às vítimas. A prisão perpétua só seria possível se o tribunal considerar os seus crimes merecedores de “circunstâncias excepcionais”.

O julgamento de Ongwen começou em dezembro de 2016. Mais de 4.000 vítimas do LRA participaram do processo, representadas por um trio de advogados.

“Embora este caso seja importante, a reparação deve se estender às milhares de vítimas de sequestros, assassinatos e mutilações do LRA, que ainda não viram justiça pelos danos que sofreram”, disse Seif Magango, vice-diretor da Amnistia Internacional para a África Oriental, o Chifre e Grandes Lagos.

Joseph Kony continua foragido, tendo os Estados Unidos e o Uganda cancelado a sua busca pelo líder rebelde em 2017.

https://zap.aeiou.pt/comandante-resistencia-uganda-crimes-humanidade-378372

 

Homem de 22 anos pode ser primeiro caso de sucesso de transplante simultâneo de rosto e mãos !

Um homem de 22 está há seis meses a recuperar de um transplante de rosto e de mãos, uma operação raríssima e que, neste caso, está a ser considerada um sucesso por causa da recuperação positiva do paciente.

“Sabia que é com pequenos passos durante todo o caminho”, disse Joe DiMeo à Associated Press (AP). Residente em Nova Jérsia, nos Estados Unidos, DiMeo está a recuperar da intervenção cirúrgica que fez na NYU Langone Health, depois de um acidente rodoviário que o deixou com queimaduras severas.

De acordo com a Rede Unida de Partilha de Órgãos, que supervisiona o sistema de transplantes dos Estados Unidos, foram feitos 18 transplantes faciais nos Estados Unidos e 35 de mãos.

Contudo, transplantes simultâneos de rosto e mãos são extremamente raros e só ocorreram duas vezes no mundo antes de Joe DiMeo.

A primeira tentativa desta operação ocorreu em 2009, em Paris (França), mas o paciente acabou por morrer pouco mais de um mês depois por complicações relacionadas com a intervenção.

Dois anos depois, uma equipa médica de Boston, no Massachusetts, tentou repetir o procedimento numa mulher que tinha sido atacada por um chimpanzé, mas o transplante de mãos acabou por ser removido poucos dias depois.

“O facto de terem conseguido fazer isto é fenomenal”, disse Bohdan Pomahac, um cirurgião do Hospital Boston’s Brigham and Women’s que liderou a segunda tentativa em 2011.

“Sei que é incrivelmente complicado. Isto é um tremendo sucesso“, completou.

Joe DiMeo vai precisar de medicação ao longo da vida para impedir que o corpo rejeite os transplantes, assim como uma reabilitação continuada de modo a recuperar a sensibilidade e funções do novo rosto e das mãos.

Em 2018, DiMeo adormeceu enquanto conduzia, alegou, porque regressava a casa depois de um turno noturno numa empresa de testagem de fármacos, e acabou por despistar-se, acabando o veículo por se incendiar.

https://zap.aeiou.pt/transplante-simultaneo-de-rosto-e-maos-378140

Força Espacial de Trump tem apoio da Casa Branca e há consenso na gestão política do Senado

A administração democrata vai apoiar e investir na Força Espacial criada por Donald Trump. Esta quarta-feira, republicanos e democratas entenderam-se sobre gestão política do Senado.


Esta quinta-feira, a Casa Branca declarou “apoio total” para a “Força Espacial”, edificada pela administração do Presidente cessante dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump.

“[As intenções de criar uma “Força Espacial”] têm absolutamente o apoio total da administração Biden”, disse a porta-voz para a imprensa da Casa Branca, JenPsaki, quando questionada pelos jornalistas sobre se o Presidente Joe Biden apoiava este novo ramo das Forças Armadas norte-americanas ou, pelo contrário, se optaria por extinguir ou diminuir a sua intervenção.

Não vamos revisitar a decisão de estabelecer a ‘Força Espacial’”, garantiu a porta-voz, acrescentando que cabe ao Congresso norte-americano o desmantelamento deste ramo militar e, por isso, a Casa Branca não podia, mesmo que quisesse, desmantelar a “Força Espacial”.

O Departamento da Defesa, acrescentou, tem como objetivo definido o investimento de recursos para os desafios de segurança no espaço, uma preocupação bipartidária há bastante tempo. “Milhares de homens e de mulheres servem com orgulho a ‘Força Espacial’”, referiu Psaki.

A declarações da porta-voz da Casa Branca contrastam com a maneira como abordou a questão na terça-feira e que foi interpretada como um desinteresse com um tom até jocoso da Casa Branca.

“Uau. ‘Força Espacial’. É o avião de hoje”, disse a porta-voz na terça-feira, considerando que a questão sobre o modo como a administração iria lidar com uma decisão do mandato de Trump era “interessante”.

Horas mais tarde, Psaki publicou um tweet numa tentativa de reverter os efeitos das suas declarações. O congressista republicano eleito pelo Alabama Mike Rogers – que pertence ao Comité das Forças Armadas da Câmara dos Representantes – pediu que se retratasse.

A “Força Espacial” foi fundada em dezembro de 2019 como o primeiro ramo das Forças Armadas a ser criado desde que a Força Aérea foi considerada um ramo independente, em 1947. Apesar de operar independentemente, o ramo é supervisionado pela Força Aérea.

Há atualmente mais de 2.000 militares envolvidos nesta força e a intenção é expandir para 6.400 até ao final do ano.

Gestão política do Senado

Na quarta-feira, o líder da maioria democrata no Senado dos Estados Unidos, Chuck Schumer, anunciou um acordo com os republicanos para gerir politicamente a câmara alta do Congresso, que está dividida igualmente (50-50) entre os dois partidos.

O acordo termina um impasse de semanas que impediu a nova maioria democrata de avançar em alguns processos legislativos e que provocou atritos entre os dois partidos, no início da nova legislatura no Congresso.

Schumer explicou que ele e o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, concordaram com as proporções dos comités e com outros pormenores logísticos na câmara alta do Congresso, onde cada um dos partidos tem 50 senadores e os democratas contam a vice-Presidente, Kamala Harris, para resolver com o seu voto de qualidade os eventuais empates.

Os senadores agora podem “começar a trabalhar prontamente, com os democratas a controlar a operação (…) e a lidar com as questões mais importantes”, disse Schumer.

A organização do Senado é normalmente um procedimento de rotina no início de um novo Congresso, mas, desta vez, as negociações prolongadas entre os dois partidos envolveram um jogo de poder delicado, já que os republicanos se recusaram a abrir mão do controlo sem primeiro tentar extrair dos democratas as concessões que Schumer se recusava a dar.

Em particular, McConnell queria que Schumer se comprometesse a que os democratas não acabariam com processos de obstrução legislativa, um pormenor que é vital para assegurar que o partido em minoria continua a ter alguma força no Senado.

Livrar-se desta ferramenta de procedimento tornaria mais fácil para a nova maioria aprovar a agenda do Presidente até um limite de 51 votos, em vez dos 60 votos normalmente necessários para avançar com os projetos.

O acordo – que aguarda aprovação em votação no Senado – implica que os democratas podem assumir o controlo dos comités e iniciar outros processos que foram paralisados durante os eventuais impasses.

https://zap.aeiou.pt/forca-espacial-trump-apoio-da-casa-branca-ha-consenso-na-gestao-politica-do-senado-378209

 

Dinamarca vai criar “passaportes de vacinação” - Reino Unido testa mistura de diferentes vacinas !

A Dinamarca vai ser o primeiro país a desenvolver um passaporte digital que comprova a vacinação contra a covid-19. O Reino Unido decidiu avançar com uma experiência cujo intuito é vacinar um grupo de pessoas com diferentes vacinas na primeira e na segunda doses.


Morten Boedskov, ministro das Finanças dinamarquês, anunciou esta quarta-feira que “dentro de três ou quatro meses um passaporte digital covid-19 vai estar disponível para ser usado, por exemplo, em viagens de negócios”. A iniciativa visa facilitar o processo de viajar e aliviar a pressão das restrições à vida pública.

“É absolutamente crucial para nós que seja possível reiniciar a sociedade dinamarquesa, para que as empresas possam voltar ao normal. Muitas são empresas globais com o mundo inteiro como mercado”, acrescentou o governante durante uma conferência de imprensa.

A Renascença escreve que, antes do final de fevereiro, os cidadãos dinamarqueses podem começar a ver num site a confirmação oficial de que foram vacinados. “Será através deste passaporte extra, que estará disponível no telemóvel, que será possível documentar que foram vacinados”, disse Boedskov.

A Comissão Europeia tem vindo a ponderar propostas de emissão de certificados de vacinação, mas o braço executivo da UE afirmou que, por agora, tais certificados só seriam utilizados para fins médicos (para monitorizar os possíveis efeitos adversos das vacinas, por exemplo).

O governo dinamarquês adiantou ainda que decidirá posteriormente se o passaporte digital deve ser utilizado para outros fins que não viagens para ajudar a reabrir a vida pública.

Reino Unido testa mistura de diferentes vacinas

A BBC avança, esta quinta-feira, que o Reino Unido decidiu vacinar um grupo de pessoas com diferentes vacinas contra a covid-19 na primeira e na segunda doses. O objetivo é perceber se a técnica funciona e, em caso positivo, ter mais flexibilidade na vacinação.

Além disso, de acordo com a tese dos cientistas, a possibilidade da inoculação com dois tipos de vacinas distintos pode oferecer ainda maior proteção aos cidadãos. No entanto, estes testes não mudam, para já e até ao verão, o plano de vacinação em curso no país.

Alguns voluntários vão receber a vacina Oxford/AstraZeneca, seguida da vacina Pfizer/BioNTech, enquanto outros farão o processo inverso, sempre com quatro ou 12 semanas de intervalo. Há ainda a possibilidade de novas vacinas serem adicionadas a este estudo à medida que forem aprovadas pelos reguladores.

A investigação recebeu, segundo a emissora britânica, o investimento de sete milhões de libras (quase oito milhões de euros) por parte do Governo e deverá envolver mais de 800 voluntários com mais de 50 anos.

Sinovac solicita autorização na China

A farmacêutica chinesa Sinovac solicitou à Administração Nacional de Produtos Médicos da China “autorização comercial condicional” para a sua vacina contra a covid-19, designada CoronaVac, informou esta quinta-feira a empresa em comunicado.

Segundo a nota, o antígeno já foi fornecido a “dezenas de milhares de pessoas na China” como parte de um programa de uso de emergência, lançado em julho passado, e que visou grupos específicos com alto risco de infeção.

“Catorze dias após a vacinação das duas doses, a taxa de eficácia está de acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as diretrizes para avaliação clínica de vacinas preventivas para a covid-19 emitidas pela Administração Nacional de Produtos Médicos”, assegurou a Sinovac.

“A vacina candidata foi testada em ensaios clínicos da fase 3, realizados fora da China. Os resultados preliminares desses testes mostraram um bom perfil de segurança para a vacina”, acrescentou a empresa.

Os ensaios revelaram diferentes taxas de eficácia para a vacina da Sinovac: na Turquia, os testes revelaram uma eficácia de 91,25%, na Indonésia, de 65,3%, e no Brasil de 50,4%.

No mês passado, as autoridades chinesas autorizaram, pela primeira vez, o uso comercial de uma vacina contra a covid-19, desenvolvida pela farmacêutica Sinopharm e pela sua subsidiária, o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim.

Bruxelas tenta melhorar a cooperação com farmacêuticas

De acordo com o Expresso, a Comissão Europeia está a tentar melhorar a comunicação e a cooperação com as farmacêuticas e avançou com a criação de um grupo de trabalho liderado pelo comissário Thierry Breton.

“Há que garantir que os problemas são comunicados e depois vemos como podemos ajudar”, afirmou Breton, em entrevista a um grupo de correspondentes em Bruxelas.

O comissário garantiu que conseguirá articular-se com a indústria farmacêutica para ajudar a acelerar a produção de vacinas e garantir que as doses contratualizadas chegam aos 27 Estados Membros.

“Ninguém tem a experiência de aumentar a produção de forma tão rápida”, disse, referindo-se desde logo à BioNTech, Moderna e AstraZeneca, com quem a Comissão fechou contratos e cujas vacinas já têm autorização da Agência Europeia de Medicamentos.

https://zap.aeiou.pt/dinamarca-passaportes-misturar-vacinas-378213

 

Bryan ganhou a lotaria pela sexta vez. O prémio já tem destino !

 

Um comerciante do Idaho, nos Estados Unidos, surpreendeu todos depois de conseguir ganhar a lotaria seis vezes. A sua mais recente conquista foi um prémio de 250 mil dólares.

Bryan Moss, norte americano residente em Meridian, no Idaho, ganhou 250 mil dólares na Lottery Scratch Game na quinta-feira, confirmaram os funcionários da lotaria de Idaho num comunicado à imprensa.

Contudo, não é a quantia ganha que está a causar espanto, mas sim o facto de esta ser a sexta vez que o norte-americano conquista um prémio considerado “alto”, apostando sempre no mesmo jogo estadual. Ainda assim, de acordo o The Independent, este é o valor mais “redondo” que Bryan Moss consegue levar para casa.

Bryan, agora conhecido pela sua sorte ao jogo, admitiu que joga regularmente na lotaria do Idaho, e que o faz por uma razão muito especial: é que as apostas no jogo revertem a favor de escolas locais.

“Tenho orgulho de ajudar a apoiar as escolas públicas de Idaho, é mesmo por isso que jogo”, frisou Moss, que é dono de uma loja de artigos de saúde em Meridian. Radiante, Moss partilhou ainda uma foto da sua conquista no Facebook.

O comerciante revela que o prémio que ganhou já tem um destino. A ideia de Moss é guardar o dinheiro para que mais tarde este seja aplicado na educação da sua filha.

O bilhete premiado foi comprado no ExtraMile em Eagle Road, em Meridian, que irá agora receber um bónus 20 mil dólares pela venda do bilhete vencedor.

A lotaria de Idaho começou a 19 de julho de 1989 e já distribuiu 961,5 milhões de dólares para ajudar escolas e edifícios públicos da cidade.

Também já deu mais de 2,6 mil milhões de dólares em prémios aos jogadores. Até agora, a pessoa que conseguiu receber o valor mais alto foi Brad Duke of Star, que ganhou um jackpot  de 220 milhões de dólares em 2005.

https://zap.aeiou.pt/homem-ganha-loteria-pela-sexta-vez-378116

Los Angeles pagou 62 milhões por testes de covid-19 que está a usar incorretamente

Los Angeles gastou pelo menos 62 milhões de dólares em testes covid que está a usar incorretamente. Os kits da Curative têm um grande risco de apresentar falsos negativos.


Nos primeiros meses da pandemia, a cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, gastou mais de 62 milhões de dólares em testes de diagnóstico da covid-19. O problema é que estes kits eram amplamente usados contra as indicações da Food and Drug Administration (FDA), a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.

Em menos de um ano, a startup Curative passou de um estado de anonimato para um dos maiores fornecedores de testes de coronavírus nos Estados Unidos. A empresa diz ser responsável por cerca de 10% dos testes realizados em todo o país.

No entanto, a FDA avisou que os testes da Curative correm “o risco de resultados falsos, particularmente falsos negativos“. A agência advertiu que estes testes só devem ser administrados a pessoas com sintomas de covid-19 e sob a supervisão de profissionais de saúde.

“Um falso negativo é realmente muito perigoso do ponto de vista de saúde pública”, disse ao Motherboard Jessica Malaty Rivera, do COVID Tracking Project, uma organização dedicada a rastrear e compreender a covid-19. “Quando temos pessoas infetadas que andam por aí sem saber, com ou sem sintomas, esse é o pior cenário para compreender a doença”.

Os testes da Curative foram a primeira arma da cidade de Los Angeles para qualquer pessoa suspeita de ter estado exposta ao coronavírus. Num artigo publicado no dia 28 de abril do ano passado, o Los Angeles Times escreveu um artigo com o seguinte título: “L.A. está a usar um teste simplificado de coronavírus. Mas tem potenciais riscos e benefícios”.

“Se a abordagem da Curative funcionar, ela pode inaugurar uma forma muito mais simplificada de testes em todo o país, num momento em que contar o número de infetados é essencial para reabrir a economia. Mas se a abordagem acabar por ser menos precisa do que outras, isto pode significar que algumas das medições que rastreiam a extensão do surto são mais confusas do que as conhecidas anteriormente”, lê-se no artigo.

Até junho do ano passado, as faturas mostram que Los Angeles gastou 62 milhões de dólares em testes da Curative. Apesar dos pedidos do portal Motherboard, o governo municipal de Los Angeles não divulgou os recibos dos meses em diante.

Entretanto, vários especialistas alertavam para o facto de os testes estarem a ser feitos sem se seguir as indicações homologadas pelo fabricante.

Existem vários motivos pelos quais um teste pode dar um falso negativo, de acordo com Malaty Rivera, mas provavelmente resume-se a uma má amostra. Isto acontece fundamentalmente quando a recolha não é supervisionada de perto por um profissional de saúde. Uma zaragatoa oral, o método amplamente usado pela Curative, tem menos probabilidade de obter uma boa amostra do que uma zaragatoa nasal, realça ainda a VICE.

“É o médico que faz o pedido – não é um funcionário da Curative, mas um funcionário do órgão de saúde pública ou um médico de telemedicina – quem determina se deve ou não prescrever um teste”, disse um porta-voz da Curative.

O porta-voz passou ainda a responsabilidade para o “médico solicitante” por informar às pessoas que um teste negativo não significa necessariamente que a pessoa não tem covid, embora os testes sejam agendados através do site da Curative.

https://zap.aeiou.pt/los-angeles-testes-covid-usar-mal-377722

 

AutoX lança serviço de robôtáxi sem motorista em Shenzhen !

No ano passado, a AutoX firmou uma parceria com a Alibaba para testar robôtáxis com motorista e abriu o serviço ao público. Agora, a empresa lançou o seu primeiro serviço de táxis robóticos sem motorista em Shenzhen, na China.

A AutoX foi a primeira empresa a fornecer viagens em veículos totalmente autónomos, sem motorista ao volante, na cidade chinesa de Shenzhen. Depois de vários meses de testes, o objetivo da empresa é demonstrar as capacidades do seu táxi robótico em condições do mundo real.

O projeto piloto usa um Chrysler Pacifica modificado como táxi, e nele é possível viajar pela cidade sem a presença de um motorista. Para usufruir desta viagem, os cidadãos só precisam de se registarem e serem aprovados para o programa piloto da empresa. Assim que o fizerem, chamar um robôtáxi será tão fácil quanto abrir a app da AutoX.

Segundo o New Atlas, o veículo é capaz de alcançar o nível 4/5 de autonomia graças a uma combinação de câmaras de alta resolução, sensores LiDAR e radares de longo alcance, além do software de direção automática desenvolvido pela empresa.

Além de autónomo, o carro é capaz de enfrentar com alguma facilidade a maioria dos obstáculos básicos, como pedestres e semáforos.

A qualquer momento da viagem, os passageiros podem entrar em contacto com a equipa de apoio ao cliente da AutoX, se precisarem de ajuda ou assistência na estrada.

Os serviços de robôtáxi são ainda muito raros. Para uma distribuição mais ampla deste serviço, será necessário aprimorar não só as tecnologias utilizadas, como também introduzir mudanças no Código da Estrada.

Apesar disso, este recurso pode ser bastante útil. A pandemia de covid-19 aumentou o risco das viagens de táxi comuns, pelo que tornar os táxis robóticos uma das opções mais seguras para pessoas que não possuem automóvel pode mesmo revolucionar o meio dos transportes.

https://zap.aeiou.pt/autox-robotaxi-em-shenzhen-376973

“Emboscadas” - Hong Kong recorre a estratégia polémica para travar contágios !

O Governo de Hong Kong está a recorrer a uma estratégia polémica para evitar a propagação do coronavírus, numa altura em que o país é assolado por uma quarta onda da pandemia. Oficialmente, chamam-lhe “confinamento inesperado”, mas há quem diga que são autênticas “emboscadas”.


Nos últimos dias, as autoridades policiais de Hong Kong têm surgido de surpresa em áreas residenciais onde se tem registado um aumento dos casos de covid-19, com o intuito de bloquear todas as saídas e entradas nessas zonas.

Há imagens nas redes sociais que mostram agentes da polícia a correrem pela rua, usando uma fita para delimitar zonas e pessoas para a realização de testes de despistagem.

O Governo liderado por Carrie Lam fala em “confinamento inesperado”, mas há muita gente a referir-se a esta estratégia como “bloqueios emboscada”.

Além do isolamento e da retenção de pessoas, sem qualquer aviso prévio, há relatos de quem tenha sido fechado à chave em casa.

Os cidadãos são obrigados a fazer um teste de diagnóstico à covid-19 ou têm de pagar multas de 645 dólares.

Surgiram relatos de pessoas que se esconderam em casa, não abrindo a porta à polícia.

Mas o Governo já avisou que as autoridades podem “remover indivíduos” e recorrer a um juiz para obter um mandato para “invadir e entrar à força” numa residência, como cita a Rádio Televisão Hong Kong (RTHK).

“O Governo continuará a restringir todas as pessoas de entrar ou sair das instalações relevantes, conforme prescrito por lei” e também “providenciará a colocação de guardas de segurança, se necessário”, refere um comunicado do Executivo citado pela RTHK.

Além disso, o Governo alerta que as pessoas implicadas em eventuais casos de recusa em obedecer às ordens das autoridades, serão consideradas “responsáveis pelas despesas incorridas” no seguimento dessa atitude.

A chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, já veio notar que esta estratégia “vale muito a pena” no âmbito da “política de prevenção da infecção”.

Contudo, o número de infectados detectados nestes raides policiais surpresa tem sido escasso.

No passado fim-de-semana, um dos bloqueios terá diagnosticado apenas 13 infecções em 7 mil testes realizados.

Apesar disso, o vice-chefe do Governo, Matthew Cheung, já veio alertar que haverá confinamentos “mais amplos e mais frequentes” nos próximos dias, perante a chegada do Ano Novo chinês na próxima semana.

Até agora, o território de 7,5 milhões de habitantes teve apenas cerca de 10 mil casos de infecção e à volta de 170 mortes.

https://zap.aeiou.pt/emboscadas-hong-kong-polemica-378045

 

Elon Musk pôs um chip no cérebro de um macaco que começou a jogar videojogos com a mente !

O empresário milionário Elon Musk anunciou que uma das suas startups colocou um chip no cérebro de um macaco e que, agora, o animal é capaz de jogar videojogos com a mente.

O anúncio foi feito no Clubhouse, uma aplicação social privada onde os utilizadores hospedam conversas informais de improviso.

Embora a plataforma seja apenas destinada a chamadas em conferência, conta com cerca de cinco milhões de utilizadores, um salto comparativamente aos três milhões que tinha 10 dias antes do anúncio de Musk.

Na aplicação, questionado sobre os últimos desenvolvimentos da Neuralink – uma empresa de investigação médica que está a trabalhar num dispositivo para fornecer uma ligação direta entre um computador e um chip inserido no cérebro -, Elon Musk disse que foi colocado um chip no cérebro de um macaco, que, agora, é capaz de jogar videojogos com a mente.

“Temos um macaco com um implante sem fios no seu crânio que consegue jogar videojogos com a mente”, afirmou Musk, citado pelo Bloomberg.

“Não se consegue ver onde está o implante e é um macaco feliz. Temos as melhores instalações para macacos do mundo. Queremos que joguem mind-Pong um com o outro”, disse Musk, acrescentando que os vídeos dos macacos com os chips seriam divulgados em breve – talvez um mês.

Esta não é a primeira vez que a Neuralink coloca chips nos cérebros de animais. Em agosto, o chip de um computador da empresa foi inserido no cérebro de um porco e usado para transmitir a atividade neural do animal em tempo real.

A Neuralink nasceu em 2016 como uma empresa de investigação médica na Califórnia e, entretanto, já angariou mais de 150 milhões de investidores, cerca de 100 milhões diretamente de Musk, e pretende, no futuro, oferecer melhorias cibernéticas às pessoas.

Em 2019, Musk disse que a empresa estava a trabalhar num dispositivo “semelhante a uma máquina de costura” que forneceria uma ligação direta entre um computador e um chip inserido no cérebro.

O dispositivo assemelha-se a uma moeda com fios extremamente finos a sair de um dos lados e foi projetado para ser implantado no crânio, com os fios inseridos alguns milímetros na superfície do cérebro. Esses fios podem detetar quando os neurónios estão a disparar ou mesmo emitir os seus próprios sinais elétricos, para fazer os neurónios dispararem.

A esperança é que estes pequenos dispositivos consigam ler e escrever sinais de neurónios, ajudando a tratar problemas médicos com origem no cérebro e na coluna e, talvez, permitir que humanos integrem computadores nos seus cérebros num futuro distante.

Em maio, Musk disse que a Neuralink pode tornar a linguagem humana obsoleta em 5 a 10 anos. No início de julho, o empresário sugeriu que o chip da Neuralink será capaz de curar a depressão e o vício, “treinando” as partes do cérebro responsáveis.

Em agosto, o empresário afirmou ainda que a instalação de um chip no cérebro pode ser capaz de resolver vários problemas, como a perda de audição, visão e movimentos.

https://zap.aeiou.pt/musk-chip-cerebro-macaco-videojogos-377632

 

 

Estado francês condenado por falhar no combate à crise climática !

Um tribunal de Paris condenou o Estado francês por não cumprir as suas promessas de controlar as emissões de gases de efeito estufa, que visam combater o aquecimento global.


O processo em causa foi movido por quatro Organizações Não-Governamentais (ONG’s) francesas, após uma petição assinada por 2,3 milhões de pessoas, avançou esta quarta-feira o Guardian.

“Esta é uma vitória histórica para a justiça climática. A decisão não só leva em consideração o que os cientistas dizem e o que as pessoas querem das políticas públicas francesas, mas também deve inspirar as pessoas em todo o mundo a responsabilizar os seus governos pelas mudanças climáticas”, disse o diretor-executivo da Greenpeace França, Jean-François Julliard.

O responsável referiu que esta decisão seria usada para pressionar o Estado francês a agir contra a emergência climática. “Chega de blá, blá, blá”, acrescentou.

Já a diretora da Notre Affaire à Tous, Cécilia Rinaudo, indicou que esta foi uma “vitória enorme” para os ativistas do clima de todo o mundo. “É uma vitória para todas as pessoas que já enfrentam o impacto devastador da crise climática que os nossos líderes não conseguem enfrentar. Chegou a hora de justiça”, sublinhou.

“Esta ação judicial reuniu milhões de pessoas numa luta comum: a luta pelo nosso futuro. A decisão histórica do juiz prova que a inação climática da França não é mais tolerável, é ilegal. Mas a luta não acabou. Reconhecer a inação do Estado é apenas um primeiro passo para a implementação de medidas concretas e eficientes para combater as mudanças climáticas”, frisou ainda.

O tribunal decidiu que a compensação por “danos ecológicos” era admissível e declarou que o Estado “deveria ser responsabilizado por parte desses danos caso não tenha cumprido os seus compromissos em reduzir as emissões de gases de efeito estufa”. Os requerentes, estabeleceu ainda a Justiça, devem ser indemnizados “em espécie”.

Foi concedido a cada organização o valor simbólico de um euro por “preconceito moral”, com o tribunal a determinar que o fracasso do Estado em honrar os seus compromissos climáticos era “prejudicial para o interesse coletivo”.

O julgamento de quarta-feira foi considerado “revolucionário” pelas quatro ONGs, que apresentaram a queixa formal ao gabinete do primeiro-ministro francês em dezembro de 2018. Quando receberam o que consideraram uma resposta inadequada, entraram com um processo legal, em março de 2019.

O acordo de Paris, assinado há cinco anos, visa limitar o aquecimento global a menos de 2º C acima dos níveis pré-industriais. O ex- Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, retirou o país do acordo em 2017, mas o eleito Joe Biden planeia voltar.

O governo francês se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40% até 2030, atingindo a neutralidade de carbono até 2050.

As ONGs defenderam que o Estado está a exceder os limites de carbono e não está se mover o suficiente para renovar os edifícios e torná-los eficientes a nível energético, fatores que têm impacto na qualidade de vida diária e na saúde da população.

As emissões de gases de efeito estufa da França caíram 0,9% em 2018-19, quando a queda anual necessária para atingir as suas metas seria de 1,5% até 2025 e 3,2% após esse ano.

Em sua defesa, o Governo francês rejeitou as acusações de inação e pediu ao tribunal que rejeitasse qualquer pedido de indemnização, argumentando que o Estado não poderia ser considerado o único responsável pelas alterações climáticas visto que também não é responsável por todas as emissões de gases de efeito de estufa.

https://zap.aeiou.pt/estado-frances-condenado-combate-crise-climatica-378089

Relatório revela que mulheres eram sistematicamente violadas e torturadas em campos de “reeducação” uigures !

Mulheres detidas em campos de “reeducação” uigures, na província chinesa de Xinjiang, têm sofrido violação, abuso sexual e tortura, revelou um novo relatório, que inclui depoimentos de algumas das vítimas.


Como relatou a BBC esta quarta-feira, várias ex-reclusas e um guarda relataram as experiências e o que viram nesses campos, que a China tem insistido servirem para “reeducar” os uigures e outras minorias.

Para Adrian Zenz, especialista em políticas chinesas em Xinjiang, os relatos das vítimas são “das evidências mais terríveis” que já ouviu “desde o início das atrocidades”. “Isto confirma o pior” e “fornece evidências confiáveis ​​e detalhadas de abuso sexual e tortura, num nível claramente maior do que o que havíamos presumido”, referiu.

Uma das ex-reclusas, Tursunay Ziawudun, disse que durante nove meses foi torturada em três ocasiões, por dois ou três homens de cada vez. Gulzira Auelkhan, detida por 18 meses, foi forçada a despir outras mulheres e a agarrá-las “para que não se mexessem”, indicando que havia um sistema de violação organizado nos campos.

A China tem sido sistematicamente criticada pelo tratamento aos uigures muçulmanos. Em janeiro, o governo norte-americano acusou o Partido Comunista Chinês (PCC) de genocídio e crimes contra a humanidade, devido à “prisão arbitrária” de mais de um milhão de pessoas, tortura e trabalhos forçados.

No ano passado, Adrian Zenz publicou um relatório no qual acusava a China de utilizar a esterilização e o aborto forçados e o planeamento familiar coercitivo contra a minoria muçulmana – alegações que Pequim afirmou serem infundadas e falsas.

O relatório foi corroborado por Tursunay Ziawudun, que contou à BBC que as mulheres detidas foram forçadas a usar o DIU (dispositivo intrauterino) ou a serem esterilizadas, tendo ainda sido submetidas a “exames médicos inexplicáveis” e obrigadas a tomar comprimidos e ‘vacinas’ a cada 15 dias, que “causavam náuseas e dormência”.

Um guarda, que falou à BBC sob anonimato, revelou que os detidos, levados pelo próprio para o campo, “sofreram vários tipos de tortura”. Embora tenha indicado nada saber sobre as violações, apontou para tortura recorrente.

O porta-voz do Ministério das Relações Externas, Wang Wenbin, negou os depoimentos incluídos no relatório, dizendo à Reuters que “não têm base factual” e acusando os entrevistados pela BBC de “atores que disseminam informações falsas”.

Pequim negou e rejeitou as acusações de abuso nos campos de “reeducação” e disse que o seu objetivo é fornecer treino vocacional e ajudar a erradicar o extremismo e o separatismo islâmico, discurso reforçado num comunicado enviado à BBC.

https://zap.aeiou.pt/mulheres-violadas-campos-uigures-378035

 

Emirados Árabes Unidos estão a criar um “Tribunal Espacial” para disputas judiciais fora da Terra !

Os Emirados Árabes Unidos estão a criar um “Tribunal Espacial” que ficará responsável de lidar com disputas judiciais fora do nosso planeta.


À medida que mais países tornam os olhos para o Espaço, a perspetiva de disputas diplomáticas e/ou comerciais fora da Terra parece cada vez mais palpável.  Foi nesta conjuntura que foi criada a Força Espacial dos Estados Unidos, com o objetivo de resolver possíveis conflitos futuros além do domínio do nosso planeta.

Agora, conta o Mashable, os Emirados Árabes Unidos decidiram criar um “Tribunal Espacial” para resolver disputas judiciais relacionadas com o Espaço. Na segunda-feira passda, o Dubai lançou a iniciativa The Courts of Space como uma parceria entre o Dubai International Financial Centre (DIFC) e a Dubai Future Foundation.

Outrora um domínio ocupado exclusivamente por agências nacionais e instituições governamentais, a lei espacial tem sido tradicionalmente regida por uma série de convenções, incluindo o Tratado do Espaço Exterior da ONU de 1967 e vários outros acordos entre nações para regular as suas operações no Espaço.

Porém, as coisas mudaram. Nos últimos anos, as viagens espaciais deixaram de ser uma arena para os Governos e abriram-se a empresas privadas que procuram comercializar voos espaciais em grande escala.

Com os Emirados Árabes Unidos a procurar envolver-se mais fortemente em atividades astronáuticas, a iniciativa Courts of Space servirá para lidar com quaisquer desentendimentos futuros que envolvam empresas de voos espaciais comerciais. Algumas dessas disputas podem ser, por exemplo, colisões entre naves espaciais e desentendimentos sobre a compra de satélites.

“Uma indústria espacial integrada, apoiada por recursos humanos, infraestrutura e investigação científica, está em andamento”, disse Zaki Azmi, chefe de Justiça dos Tribunais DIFC, em comunicado. “The Courts of Space é uma iniciativa global que operará em paralelo, ajudando a construir uma nova rede de apoio judicial para atender às rigorosas demandas comerciais da exploração espacial internacional no século XXI.”

Embora os tribunais do DIFC tenham presidido muitas disputas comerciais estrangeiras, nenhum deles teve a especialidade de arbitrar questões relacionadas com o Espaço até agora.

O envolvimento dos Emirados Árabes Unidos na exploração espacial tem crescido significativamente nos últimos anos, com a sua sonda “Hope” esperada para chegar a Marte no início de fevereiro de 2021, após o sucesso de enviar o seu primeiro astronauta ao Espaço em 2019.

Esses eventos foram a força motriz por trás da decisão de criar os Tribunais Espaciais. “Isto foi para nós uma revelação de que precisamos de fornecer aos Emirados Árabes Unidos a infraestrutura certa”, disse Amna Al Owais, registadora chefe nos Tribunais DIFC. “Queremos definir o cenário em termos do que os tribunais podem fazer. Acreditamos que haverá um grande apetite por isso.”

Os Tribunais Espaciais serão abertos a empresas e instituições locais e estrangeiras e será uma das opções para resolver oficialmente divergências num ambiente neutro. Embora o tribunal trate de questões relacionadas com o Espaço, o próprio tribunal estará sediado nos Tribunais DIFC.

https://zap.aeiou.pt/dubai-esta-criar-um-tribunal-espacial-disputas-judiciais-da-terra-377665

China envia 10 milhões de doses da vacina a países em desenvolvimento !

A China anunciou esta quarta-feira um plano para fornecer 10 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus aos países em desenvolvimento, através da iniciativa COVAX.


O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, afirmou que a China está a responder a um pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto os países em desenvolvimento procuram suprir a escassez de vacinas.

Wang considerou que a iniciativa constitui uma “importante decisão política” da China, para garantir a distribuição equitativa de vacinas e promover a cooperação internacional nos esforços contra a pandemia.

A COVAX, programa coordenado pela OMS e pela Aliança Global para as Vacinas (GAVI), visa garantir que os países de baixo e médio rendimento tenham vacinas contra o coronavírus suficientes, já que as nações ricas absorveram a totalidade dos primeiras milhões de doses produzidas.

“Esperamos que os países da comunidade internacional com capacidade entrem em ação, apoiem a COVAX por meio de ações práticas, apoiem o trabalho da Organização Mundial da Saúde, ajudem os países em desenvolvimento na obtenção de vacinas em tempo útil e contribuam para a sociedade internacional vencer a pandemia o mais cedo possível”, afirmou Wang, em conferência de imprensa.

A China já exportou grandes quantidades de vacinas desenvolvidas internamente para os países em desenvolvimento e a OMS está em processo de aprovação de vacinas chinesas para uso de emergência.

Isto é visto como uma tentativa de aumentar a reputação da China, face a preocupações sobre a sua crescente influência militar e económica além-fronteiras.

A China também quer evitar críticas sobre a forma como lidou com os estágios iniciais do surto de covid-19, inicialmente detetado na cidade de Wuhan, no centro do país, no final de 2019.

Embora as vacinas chinesas sejam consideradas uma alternativa mais barata e possivelmente mais abundante, farmacêuticas internacionais também estão a fornecer vacinas através da COVAX.

A norte-americana Pfizer comprometeu-se, no mês passado, a disponibilizar até 40 milhões de doses da sua vacina este ano.

https://zap.aeiou.pt/china-envia-doses-vacina-378039

 

Países europeus estão a forçar refugiados a passar por labirintos de regras prejudiciais !

Alguns países europeus, embora se mostrem acolhedores perante os refugiados, obrigam-nos a passar por um labirinto de burocracia e regras prejudiciais.


Quando pensamos nas jornadas cansativas que os refugiados muitas vezes fazem para chegar à Europa, as nossas mentes costumam regressar a 2015, quando mais de um milhão de pessoas fugiram do perigo em busca de uma vida melhor.

Para muitos refugiados, destinos no norte da Europa, como Alemanha e Suécia, eram o derradeiro objetivo. Dizia-se que nesses Estados sociais, a estabilidade, a democracia e os direitos humanos que procuravam trariam novos começos e sonhos realizados.

No entanto, chegar a estes países costumava revelar uma realidade diferente. As respostas oficiais do Governo aos refugiados, muitos dos quais escaparam de guerras em países como Síria, Afeganistão e Iraque, foram um tanto hostis.

Num livro recentemente publicado, “Refugees and the Violence of Welfare Bureaucracies in Northern Europe”, investigadores analisaram como é que os refugiados são tratados pelos Estados sociais e os resultados dessa hospitalidade nas suas vidas e experiências.

Uma das colaboradoras, Wendy Pearlman, entrevistou Mahmoud, um jovem engenheiro de Damasco que vivia na Alemanha, que fugiu da Síria e encontrou subemprego e exploração na Turquia. Quando questionado sobre por que decidiu arriscar a vida e mudar-se para a Europa, ele explicou a sua escolha da Alemanha como destino:

“Ouvi dizer que aqui a educação é quase gratuita. Eles ensinam-te a língua, põe-te numa casa e assim por diante… Então eu decidi que ou vivo em humilhação na Turquia ou agarro o meu futuro na Alemanha”.

Então, o que aconteceu com os refugiados que chegaram ao norte da Europa? Quais foram as suas experiências e tiveram eles uma vida melhor como esperavam?

Refugiados vistos como um risco

O trabalho dos autores do livro na Suécia, Dinamarca, Noruega, Alemanha e Reino Unido mostrou que os Estados sociais viam os refugiados como um risco que deveria ser controlado através de uma série de intervenções. Isto significa que, apesar de receberem asilo, muitos refugiados enfrentam obstáculos que geram frustrações e até desespero.

Os autores viram como os Estados sociais mantêm um alto nível de disciplina e controlo sobre a vida das pessoas, especialmente os refugiados recém-chegados. Casos na Dinamarca, no Reino Unido e na Suécia fornecem exemplos de uso mais óbvio de força física na detenção e deportação de migrantes.

Em Portugal, há o caso de Ihor Homeniuk, o migrante ucraniano alegadamente morto por inspetores do SEF num centro de detenção do aeroporto de Lisboa.

Na Dinamarca, Suécia e Reino Unido, as mulheres que já foram vítimas de violência doméstica nos seus países de origem são presas e removidas para centros de detenção quando os seus casos de asilo são recusados. Incapazes de cozinhar a sua própria comida nos centros de detenção dinamarqueses ou mesmo de sair das instalações (mesmo quando têm o direito legal), as mulheres que falaram com a coautora Victoria Canning não conseguiram encontrar alegria nas poucas atividades disponíveis para elas.

Diferentes instituições impõem limitações e regulamentos relativos ao acesso ao ensino superior, trabalho, habitação e mobilidade. Tudo isto tem efeitos duradouros na vida dos refugiados e forçam-nos a uma posição de subordinação.

Os efeitos da espera

Talvez uma das partes mais frustrantes da experiência do refugiado seja a inação. Refugiados passam por adiamentos de duração indeterminada antes de começarem a procurar um emprego ou estudar.

Observando as experiências de refugiados palestinianos e sírios na Suécia e na Alemanha, respetivamente, os autores encontraram obstáculos significativos para entrar no mercado de trabalho. Os refugiados com quem falaram descreveram requisitos extensos para programas de integração, certificação oficial de diplomas e estágios.

Esses obstáculos forçam os refugiados a desistir dos seus sonhos. Um número considerável de pessoas conseguiu asilo e autorizações de residência na Noruega, mas estão presas durante anos em centros de asilo, incapazes de iniciar cursos de línguas, reunir-se com as famílias ou procurar emprego. Em vez disso, esperam que um município os receba.

Embora sejam forçados a esperar, muitas vezes acabam por sentir-se impotentes e sem valor. Em diferentes casos, não é apenas o longo processo de asilo que suspende a sua vida, mas também esperar que as instituições governamentais considerem os refugiados capazes de começar uma nova vida.

Refugiados são bem vindos?

As interações do dia-a-dia com representantes do Estado, como polícias e agentes de imigração e assistentes sociais, lembram aos refugiados que eles são vistos como uma imposição ao Estado social, ao mesmo tempo que lhes é negada a capacidade de se tornarem membros contribuintes para ele.

Numa entrevista, o coordenador nacional de uma organização de apoio a mulheres refugiadas no Reino Unido disse a uma das autoras:

“O ‘ethos’ do sistema de asilo… desde dispersar as pessoas, ou dar-lhes pequenas quantias de dinheiro, a não deixá-las trabalhar, a deter pessoas – parece muito claro que em todas essas fases do processo de asilo vemos um sistema que não quer que essas pessoas estejam aqui”.

Encontros entre representantes do Estado e recém-chegados destacam a diferença entre as suposições dos refugiados sobre um norte da Europa relativamente acolhedor e as realidades de leis e regulamentos restritivos, processos de asilo demorados, programas de integração condescendentes, para não mencionar um debate público geralmente hostil.

https://zap.aeiou.pt/paises-europeus-estao-forcar-refugiados-passar-labirintos-regras-prejudiciais-377325

 

Covid-19 e emergência climática revertem décadas na redução da pobreza extrema

Duas décadas de progresso na redução da pobreza extrema – cuja eliminação é uma das metas de desenvolvimento sustentável – foram revertidas devido ao impacto da pandemia da covid-19, à crescente emergência climática e ao aumento do endividamento dos países.


De acordo com um artigo do Guardian, divulgado esta quarta-feira, o Banco Mundial já havia alertado para um “aumento sem precedentes” nos níveis de pobreza. Apelando ao perdão da dívida, os especialistas apontaram para uma crise em várias áreas nos próximos anos, desde a educação ao emprego. Em janeiro, o número de pessoas na pobreza extrema calculado pela organização passou de 88 a 115 milhões para 119 a 124 milhões.

A pobreza global tem visto um declínio desde 1960, quando cerca de 80% da população mundial vivia em pobreza extrema. Atualmente, esse número foi reduzido para cerca de 10%. Contudo, em 2021, este deve aumentar, revelaram os especialistas.

Nos últimos meses, a crise foi sinalizada em vários relatórios, que apontam indicadores que vão desde a taxa de evasão na educação no mundo em desenvolvimento até à queda dos salários e ao aumento do desemprego, em grande parte impulsionado pela pandemia, que levou ao encerramento de postos de trabalho, escolas e fronteiras.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) informou que os trabalhadores perderam 3,7 biliões de dólares (cerca de 3 biliões de euros) durante a pandemia. No seu relatório anual, indicou que os ordenados caíram ou cresceram mais lentamente nos seis primeiros meses de 2020.

“Com esta crise assistamos a uma reversão na redução sustentada da pobreza extrema, e agora aumentos. As estimativas atuais são de 150 milhões a mais até o final deste ano”, disse Axel van Trotsenburg, diretor administrativo de operações do Banco Mundial. Esta crise “mostrou o quão frágil é esse progresso e o esforço necessário para reconstruí-lo”.

Há “mil milhões de crianças fora das escolas e a educação ‘online’ não é acessível para muitas” das que vivem “em países em desenvolvimento. Há também um número desproporcional de meninas que, ao deixarem a escola, abandonarão definitivamente a educação e perderão ainda mais”, acrescentou.

Embora a pandemia tenha afetado tanto países ricos e pobres, Van Trotsenburg considerou que os desafios que os países mais pobres enfrentam são mais profundos. “Um dos maiores desafios nos países em desenvolvimento é que a garnde parte do emprego está no setor informal”, notou.

Segundo Andrew Shepherd e os colegas da Rede de Aconselhamento sobre Pobreza Crónica do Overseas Development Institute, sediado em Londres, Reino Unido, os cortes nos orçamentos de ajuda ocidental complicaram ainda mais essa situação.

Esses cortes diminuem os “recursos para enfrentar os desafios de longa data” e as “lutas imediatas de subsistência e proteção diárias”. “Os impactos sociais e económicos da covid-19 continuarão a pesar sobre os países de baixa e média receita. E, “sem os recursos adequados para enfrentar a pobreza”, essas lutas “serão ampliadas” pelas alterações climáticas, conflitos, crises nos governos e relações desiguais na economia global.

Shepherd salientou o risco de um novo empobrecimento em países de média receita – onde as famílias deixaram a pobreza recentemente -, os efeitos do abandono escolar e o impacto da crise sobre os migrantes e a aposta.

Homi Kharas, especialista em economia global e desenvolvimento na Brookings Institution, em Washington, Estados Unidos (EUA), disse que o impacto da crise de covid-19 pode permanecer até depois de 2030. Num artigo divulgado no ano passado, escreveu que “o cenário de longo prazo sugere que metade do aumento da pobreza pode ser permanente”.

Em janeiro, o presidente do Fórum Económico Mundial, Børge Brende, afirmou que, “se quisermos colocar o PIB global nos níveis anteriores à covid-19, precisaremos começar a investir nos países uns dos outros por meio de investimento estrangeiro direto – que caiu drasticamente no último ano e meio”.

“Também sabemos que as cadeias de valor globais e o comércio estão a lutar para voltar aos níveis anteriores à covid-19. E sabemos que o comércio tem sido um motor de crescimento e tirou milhões de pessoas da pobreza extrema nas últimas três décadas”, notou ainda o responsável.

https://zap.aeiou.pt/covid-emergencia-climatica-reducao-pobreza-378050

Reino Unido sofre a maior queda populacional desde a 2ª Guerra - Êxodo afeta sobretudo Londres !

No ano passado, o Reino Unido sofreu a maior queda populacional desde a Segunda Guerra Mundial. O declínio é impulsionado por um êxodo em massa que está a acontecer sobretudo em Londres.


Cerca de 1,3 milhões de estrangeiros abandonaram o país entre o terceiro trimestre de 2019 e o mesmo período de 2020, segundo dados do Centro de Excelência de Estatísticas Económicas (ESCOE).

Esta situação manifesta-se sobretudo na capital inglesa: 700 mil estrangeiros deixaram a cidade, segundo estimativas feitas pelos economistas Jonathan Portes e Michael O’Connor, que cruzaram dados oficiais sobre emprego e população. “É um êxodo sem precedentes”, afirmam os especialistas.

A pandemia como impulsionador

Sonia G. é uma médica espanhola que decidiu abandonar Londres. “No meu caso, a pandemia foi a gota de água”, disse à BBC.

“Não é pelo volume de trabalho devido ao coronavírus, que é o mesmo que no meu país, mas sim pelo desgaste de não poder visitar a minha família, principalmente a minha avó, que tenho medo de não ver mais. Estou há quase um ano sem poder vê-los, e as dificuldades para entrar e sair do Reino Unido são cada vez maiores. Sinto-me isolada, e a pandemia ainda vai durar muitos meses”.

A pandemia é o principal fator que Portes e O’Connor usam para explicar a fuga de cidadãos nascidos fora do Reino Unido para o seu país de origem. “O Reino Unido tem estado relativamente mal em termos económicos e sanitários durante a pandemia”, analisam.

Os economistas acreditam que “para muitos imigrantes a escolha implicaria ficar no Reino Unido durante a pandemia, sem emprego, sem dinheiro e a pagar uma casa com um aluguer relativamente caro”.

Alberto Domínguez identifica-se com o diagnóstico feito pelos especialistas. O tatuador espanhol estava em Londres há quase seis anos e há cerca de duas semanas decidiu fazer as malas e voltar para o seu país.

“Amo Londres, mas é extremamente difícil viver nesta cidade neste momento devido à pandemia, sobretudo devido ao custo de vida e ao facto de não ter nenhuma fonte de rendimento”.

Imigrantes são os mais afetados

Dinheiro, casa e trabalho. De acordo com os especialistas, estes são os três pilares para a imigração, e começaram a ficar afetados com a pandemia.

Antes da chegada do novo coronavírus, a taxa de desemprego do Reino Unido situava-se no nível mais baixo desde 1975 (3,8%), mas agora encontra-se no ponto mais alto dos últimos quatro anos.

Mais de 1,7 milhões de pessoas estão desempregadas, e a taxa de desemprego pode variar entre 7% e 10% até meados do ano, segundo as projeções do Banco da Inglaterra.

Segundo os investigadores do ESCOE, grande parte das sanções económicas impostas pela crise de saúde pública está a recair sobre os migrantes. “Parece que grande parte da perda de postos de trabalho durante a pandemia recaiu sobre os trabalhadores estrangeiros e se manifestou numa migração de retorno, ainda mais do que nos próprios números do desemprego”, considera Portes.

“Esse é claramente o meu caso”, explica Angela, uma esteticista italiana que voltou no fim do ano passado para Carpinone, em Itália.

“As condições do meu contrato mudaram com a pandemia, passei a ter menos horas e menos rendimentos. A ajuda do governo não compensou a diferença. Não valia mais a pena ficar mais tempo em Londres”, explica à BBC.

Muitos estrangeiros apontam o preço das casas como um dos motivos para não conseguirem aguentar mais tempo no país. A capital britânica é a cidade com o aluguer mais caro da Europa e o quarto mais caro do mundo, segundo dados da consultora ECA International.

Preocupação em alguns setores económicos

Antes da pandemia, “Londres ainda era atraente para os trabalhadores do Reino Unido e do exterior, apesar dos transtornos económicos previstos pelo Brexit”, avalia Alec Smith, responsável pelo estudo habitacional da consultora ECA.

Contudo, a evolução do êxodo acendeu alguns alertas nos setores económicos mais dependentes da imigração europeia no Reino Unido.

A maior preocupação está em setores como a agricultura, onde “99% da mão de obra agrícola sazonal vem da União Europeia”, de acordo com um relatório da Câmara dos Comuns.

Uma pesquisa recente da Make UK, organização que reúne a indústria da manufatura, revelou que um terço dos fabricantes britânicos acredita que a capacidade do país para atrair talentos internacionais diminuiu.

O facto é que, à medida que a pandemia avança, o Brexit também se tornou realidade. E com este, as novas regras de imigração.

Agora, os cidadãos da União Europeia que deixaram o Reino Unido no ano passado vão precisar de visto de trabalho caso queiram voltar e trabalhar no país.

“Eu posso voltar, mas embora tenha medo da precariedade do trabalho no meu país, espero não precisar de fazer isso”, disse Sonia, a médica espanhola.

Já o tatuador Alberto Domínguez, mostra-se com dúvidas em relação ao futuro: “Não sei, talvez volte no futuro”, acrescentando que o Brexit traz algumas incertezas.

Angela também não está convencida de que irá regressar ao país que a acolheu. “Prefiro ficar no meu país agora, mas veremos quando a pandemia acabar”, realça.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-queda-populacional-londres-377422

Estudo revelou que taxa de mortalidade por covid-19 diminuiu desde o início da pandemia !

As taxas de mortalidade entre pacientes com covid-19 nos cuidados intensivos melhoraram desde o início da pandemia, graças aos avanços nos tratamentos, revelou uma nova pesquisa.


Segundo noticiou na terça-feira o Guardian, em março de 2020, a taxa de mortalidade para os pacientes em cuidados intensivos era de 60%, tendo caído em outubro de 2020 para 36%, de acordo com o estudo. Essa queda revela uma tendência positiva, visto que em maio do mesmo ano já tinha baixado para 42%.

Esta descoberta, que tem por base 52 estudos de diferentes países, envolvendo 43.128 pacientes, foi publicada na segunda-feira na Anesthesia. Os cinco autores, especialistas em terapia intensiva e anestesistas, foram liderados por Tim Cook, que trabalha no Royal United Hospital, em Bath, Inglaterra.

Apesar do resultado obtido, o grupo alertou que o progresso observado na mortalidade por covid-19 no último ano pode ter atingido um platô. Além disso, o surgimento de novas variantes do vírus poderá aumentar as taxas de mortalidade, ao passo que o programa de vacinação ajudará a reduzir o número de pessoas infetadas nos cuidados intensivos.

“No geral, a mortalidade em todos os estudos é menor no final de setembro (35,5%) do que” a observada “no final de maio (41,6%)”, relataram os especialistas. Esta melhoria deve-se a um maior uso de esteróides, às mudanças na forma como os pacientes recebem tratamento com oxigénio e fluídos e ao controlo dos coágulos sanguíneos.

A mortalidade na maioria das regiões do mundo varia agora entre de 30% e 40%. Na Europa, a média é de 33,4%, na América do Norte é 40%. Já no estado de Victoria, na Austrália, é de 11%. No outro extremo, no Médio Oriente é de 62%.

O estudo incluiu números da Inglaterra, do País de Gales e da Irlanda do Norte, coletados e publicados todas as semanas pelo Centro Nacional de Auditoria e Pesquisa de Terapia Intensiva (ICNARC). O seu último relatório, divulgado na sexta-feira, mostrou que a mortalidade era de 45% quando a pandemia surgiu, estando atualmente nos 40%.

“A mortalidade observada [nos três países] foi a mais baixa durante o verão de 2020, [quando era de] 27% para pacientes internados em cuidados intensivos, em junho ou julho”, indicou o estatístico do ICNARC James Doidge.

“Embora a mortalidade observada tenha aumentado novamente nos últimos meses, permanece menor do que seria previsto com base nas características dos pacientes internados. Por exemplo, 38% para pacientes [que estavam] gravemente enfermos em dezembro versus 43%-46% previstos” para esse período, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/estudo-mortalidade-covid-diminuiu-pandemia-377975

 

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