sexta-feira, 9 de abril de 2021

Criaturas do mar gelatinosas estão a causar o caos nas centrais nucleares da Coreia do Sul !

Salpas marinhas – organismos marinhos gelatinosos que se assemelham a águas-vivas – podem ser pequenas, mas estão a tornar-se uma grande praga para a indústria nuclear da Coreia do Sul.


Com menos de 10 centímetros de altura, os organismos obstruíram os sistemas de água usados ​​para arrefecer os reatores Hanul nº 1 e 2 da Korea Hydro & Nuclear Power Co., forçando-os a fechar esta terça-feira, naquela que é a segunda vez em menos de três semanas.

Os reatores, cada um com capacidade de 950 megawatts, ficaram desligados durante cerca de uma semana no final de março.

De acordo com a Bloomberg, quanto mais tempo ficarem parados, mais caras sairão as paralisações. Se a quantidade de energia perdida na interrupção inicial de oito dias fosse compensada com a geração de gás natural liquefeito, seria necessária uma carga de 60 mil toneladas do combustível superarrefecido, custando cerca de 21,8 milhões de dólares.

A Coreia do Sul tem 24 central nucleares operáveis ​​com uma capacidade combinada de mais de 23 gigawatts.

As salpas marinhas pode ligar-se umas às outras, criando correntes com vários metros de comprimento. Os organismos normalmente aumentam em número em junho, mas isso parece ter acontecido em março deste ano devido a correntes quentes que surgiram antes do que é considerado norma, segundo Yu Ok Hwan, vice-diretor do Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia do Oceano.

“Ainda não podemos dizer se o aumento da salpa é devido à mudança climática ou outros fatores”, disse Youn Seok-hyun, cientista do Instituto Nacional de Ciência Pesqueira. “Deve ser considerado um fenómeno temporário a menos que vejamos um aumento contínuo na próxima década.”

O número de salpas do mar tem aumentado gradualmente nos últimos anos, de acordo com Chae Jinho, chefe do Laboratório de Pesquisa e Informação do Meio Marinho. “Dada a tendência atual, é possível que vejamos mais destes paralisações de reatores nos próximos anos”.

A Coreia do Sul não é o único país forçado a interromper a geração nuclear temporariamente depois de a vida marinha ter obstruído os sistemas de arrefecimento de água. Em janeiro, a Electricite de France SA teve de desligar todos os quatro reatores da sua central nuclear Paluel, na costa norte de França, após peixes ficarem presos nos filtros da estação de bombeamento.

https://zap.aeiou.pt/gelatinosas-criaturas-do-mar-estao-a-causar-o-caos-393652

 

Mais uma noite de violência na Irlanda do Norte !

Manifestantes em Belfast colocaram fogo num autocarro e atacaram a polícia, esta quarta-feira à noite, no quarto dia de violência numa semana na Irlanda do Norte.


Os jovens atacaram a polícia com bombas feitas com gasolina esta quarta-feira à noite, na área protestante de Shankill Road, enquanto outros manifestantes atiravam objetos nas duas direções sobre o “muro da paz”, que separa Shankill Road de uma área nacionalista irlandesa vizinha.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, condenou os distúrbios, e o Governo da Irlanda do Norte, com sede em Belfast, vai realizar esta quinta-feira uma reunião de emergência sobre os distúrbios.

Johnson pediu calma, dizendo que “a maneira de resolver as diferenças é através do diálogo, não da violência ou da criminalidade”.

A primeira-ministra da Irlanda do Norte, Arlene Foster, do Partido Unionista Democrático pró-britânico (unionistas), e a vice-primeira-ministra, Michelle O’Neill, dos nacionalistas do Sinn Fein, condenaram a desordem e os ataques à polícia.

A violência recente, em grande parte em áreas pró-britânicas, aumentou devido a tensões crescentes sobre as regras comerciais pós-Brexit para a Irlanda do Norte e piorou as relações entre os partidos no Governo de Belfast, compartilhado entre católicos e protestantes.

Estas manifestações de violência na quarta-feira à noite seguiram-se aos distúrbios ocorridos durante o fim-de-semana da Páscoa em áreas dentro e ao redor de Belfast e Londonderry, com carros incendiados e ataques contra polícias. As autoridades acusaram grupos paramilitares ilegais de incitar os jovens a causar confusão.

O novo acordo comercial entre Londres e o bloco comunitário impôs controlos aduaneiros e fronteiriços a algumas mercadorias que circulam entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido.

O acordo foi elaborado para evitar controlos entre a Irlanda do Norte e a Irlanda, um membro da UE, uma vez que uma fronteira irlandesa aberta ajudou a sustentar o processo de paz construído pelo Acordo de Sexta-Feira Santa em 1998, que terminou na altura com três décadas de violência que provocaram mais de trêss mil mortes.

Mas os unionistas têm argumentado que estes novos controlos equivalem a uma nova fronteira no mar da Irlanda entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido, defendendo o abandono do acordo.

Os unionistas também estão revoltados com a decisão das autoridades policiais de não processaram os políticos do Sinn Féin que marcaram presença no funeral de um ex-comandante do exército republicano irlandês, em junho passado.

O funeral de Bobby Storey atraiu uma grande multidão, apesar das medidas restritivas aplicadas no âmbito da pandemia e que proibiam grandes aglomerações de pessoas.

Os principais partidos unionistas exigiram a demissão do chefe da polícia da Irlanda do Norte por causa da controvérsia, argumentando que o responsável tinha perdido a confiança da comunidade.

Irlanda pede empenho ativo de Londres no acordo de paz

“O protocolo ajuda-nos a manter a relação norte-sul” na Irlanda, afirmou Thomas Byrne, ministro dos Assuntos Europeus irlandês, em entrevista à agência Lusa, referindo-se à disposição do Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia que mantém o território britânico alinhado com as regras do mercado único.

“Mas precisamos que a Grã-Bretanha se empenhe ativamente na manutenção do Acordo de Sexta-feira Santa, connosco e com a União Europeia”, frisou também o ministro.

Na entrevista, realizada à margem de uma visita a Lisboa, Byrne explicou que o Brexit “causou um enorme problema à ilha da Irlanda” e que foi precisamente “para tentar resolver alguns dos problemas” criados pela saída do Reino Unido da UE que foi negociado o Protocolo, que “contribui muito para garantir a livre circulação de pessoas e de mercadorias na ilha da Irlanda”.

O ministro salienta que “ações unilaterais causam problemas”, o que ficou “demonstrado” com a decisão de Londres de prolongar por seis meses, até 1 de outubro, o período de carência de certos controlos alfandegários nos portos da Irlanda do Norte, para frisar que a Grã-Bretanha “tem de implementar o protocolo”.

“Todos temos de implementar o protocolo, mas os britânicos estão em falta neste aspeto particular”, aponta, sublinhando que a UE iniciou um processo por infração, mas também conversações.

“Quero ver essas conversações prosseguir, porque na Irlanda do Norte os problemas nunca se resolvem através de ações legais, resolvem-se conversando e trabalhando juntos”, insiste.

Thomas Byrne admite que o anúncio pela Comissão Europeia, no final de janeiro, da ativação do artigo 16.º do protocolo, que permite a suspensão daquele capítulo do Acordo de Saída, para travar a chegada de vacinas contra a covid-19 ao Reino Unido via Irlanda do Norte, “foi um erro”, mas sublinha que Bruxelas “reconheceu muito rapidamente que foi um erro”.

“Penso que isso aconteceu porque técnicos fizeram o que tecnicamente era suposto fazerem. Mas não foi feita referência a essa situação particular na Irlanda do Norte, o que infelizmente deu às pessoas, particularmente nas comunidades unionistas mais extremas, uma desculpa para dizer, ‘bem, a Europa não se preocupa connosco, tenta fazer-nos isto’”, considerou.

Pequenas coisas causam problemas. Mas isso resolve-se quando se reconhece que houve um problema, se corrige o problema e as duas partes trabalham para que não volte a acontecer”, insistiu, reiterando o apelo a Londres “para continuar a trabalhar com a UE para resolver o problema de forma pragmática”.

https://zap.aeiou.pt/mais-uma-noite-violencia-irlanda-norte-393502

EpiVacCorona - Segunda vacina russa tem 94% de eficácia !

A EpiVacCorona, segunda vacina russa, “gera anticorpos eficazes em 94% dos casos e protege de doença covid-19 grave”, anunciou o diretor do laboratório que a desenvolveu.


A segunda vacina russa contra a covid-19, a EpiVacCorona, tem uma eficácia de 94% em idosos e confere imunidade durante pelo menos um ano, afirmou esta quarta-feira o diretor do laboratório que a desenvolveu.

Alexandr Semiónov declarou à rádio Vesti FM que “o uso da vacina gera anticorpos eficazes em 94% dos casos e protege de doença covid-19 grave”. A agência russa de defesa dos consumidores, a Rospotrebnadozr, que atua como regulador no setor da saúde, acrescentou que os testes clínicos foram feitos com pessoas com mais de 60 anos.

Semiónov indicou que a vacina “funciona contra todas as variantes conhecidas”, nomeando as que foram descobertas no Reino Unido, na América do Sul e na África do Sul e salientou que a EpiVacCorona pode ser rapidamente modificada para se adequar a novas variantes do SARS-CoV-2 que apareçam.

O responsável apontou que a imunidade dura um ano e que “em teoria poderá durar dois”, ressalvando que não podem confirmar uma previsão oficial porque “ainda passou pouco tempo” e a vacina se encontra na terceira fase dos ensaios clínicos.

A segunda vacina registada na Rússia, depois da Sputnik V, toma-se em duas doses e gera anticorpos 42 dias após a primeira injeção.

O diretor do laboratório Véktor afirmou que durante o mês de abril serão produzidas 1,5 milhões de doses da EpiVacCorona e que em maio e junho o ritmo acelerará para 3 e 5 milhões de doses.

CoronaVac tem 50% de eficácia contra variante brasileira

A vacina chinesa CoronaVac tem 50% de eficácia contra a P.1, a variante brasileira do coronavírus identificada pela primeira vez em Manaus, na capital do estado do Amazonas, segundo um estudo que contou com a participação de mais de 67 mil pessoas.

Segundo informações publicadas nos media brasileiros, a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e que é aplicada no país no âmbito de uma parceria que envolve o Instituto Butantan, de São Paulo, preveniu infeções por covid-19 entre trabalhadores de saúde de Manaus que terão tido contacto com a variante brasileira (P.1).

O estudo ainda é preliminar, mas Júlio Croda, infecciologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que coordena as análises, frisou que os resultados são encorajadores.

“Eles mostram que a CoronaVac segue sendo efetiva para a nova variante do Brasil [batizada primeiramente como variante de Manaus] e poderá ser usada no mundo todo para preveni-la”, afirmou Croda à Folha de S.Paulo.

Os dados relativos à efetividade do medicamento depois de 14 dias da segunda dose ainda estão a ser recolhidos, e por isso o trabalho prosseguirá nas próximas semanas.

O infecciologista também explicou que a variante brasileira poderá tornar-se predominante em muitos países da América Latina, portanto, os resultados encontrados agora são de extrema importância.

https://zap.aeiou.pt/epivaccorona-94-de-eficacia-393445

 

Putin enviou tropas para a fronteira com a Ucrânia e deixou o ocidente em alerta !

Vladimir Putin enviou milhares de soldados para a fronteira. Os confrontos no leste da Ucrânia, que até agora atraíam pouca atenção internacional, estão a revelar-se perigosos e alertam o ocidente.


Os últimos dias têm sido de enorme tensão entre Moscovo e Kiev, e, entre ameaças e acusações, levantam-se dúvidas quanto às reais intenções de Putin ao enviar milhares de soldados e tanques militares para vários pontos da fronteira da Rússia com a Ucrânia.

Alguns analistas internacionais defendem que está iminente uma intervenção militar no leste ucraniano, outros sugerem que as manobras representam apenas uma demonstração de força do Kremlin.

Enquanto os líderes europeus, os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) manifestam apoio ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e deixam avisos ao Kremlin, em Moscovo há a garantia de que as movimentações militares não constituem ameaça e que uma escalada do conflito apenas depende do Ocidente.

Apesar de um acordo de paz assinado em 2015, com mediação da União Europeia (UE), os dois lados continuam a defrontar-se na fronteira dos territórios disputados.

Perante este contexto, a tensão começou a subir no final de março e no início de abril, com o aumento dos confrontos e do número de vítimas, sendo que pelo menos 23 soldados ucranianos já morreram este ano.

Segundo o New York Times, a morte dos soldados, juntamente com o aumento das forças russas na fronteira, chamou a atenção de altos funcionários americanos na Europa e em Washington.

“A escalada com a mobilização [de tropas] está a criar sérias preocupações de que isto é mais do que uma demonstração de força. Há sinais de que a Rússia pode estar a preparar uma ação significativa”, afirmou Nigel Gould-Davies, antigo embaixador do Reino Unido na Bielorrússia, ao Observador.

Maria Raquel Freire, professora da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), considera que “as movimentações militares russas pretendem uma demonstração de força clara, num contexto onde as relações com o Ocidente permanecem difíceis”.

A especialista acrescenta: “Não podemos excluir uma nova escalada de violência, mas (…) não me parece que os ganhos deste conflito armado superassem as implicações negativas para a Rússia em termos políticos e económicos, e mesmo de segurança”.

Apoio “inabalável”

Nos últimos meses, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem estado mais perto do ocidente, e numa chamada telefónica na semana passada com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, ouviu a promessa de um apoio “inabalável” dos Estados Unidos à soberania da Ucrânia.

O apoio também surgiu vindo do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que também têm manifestado preocupação com as manobras militares da Rússia junto à fronteira ucraniana.

Esta maior aproximação da Ucrânia ao Ocidente – com quem tem acordos de cooperação, mas não de adesão, seja à NATO ou à UE – coincide com a cada vez mais distante relação entre Zelensky e Putin.

No entanto, apesar de o país não fazer parte da aliança, a NATO já anunciou a realização de exercícios militares conjuntos com a Ucrânia.

A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia surge também numa altura em que as relações entre o Kremlin e o Ocidente atravessam uma fase muito conturbada, em parte devido ao envenenamento e condenação a pena de prisão do opositor russo Alexei Navalny.

Contudo, uma ofensiva militar russa na Ucrânia teria consequências imprevisíveis, e em último caso poderia levar a uma guerra aberta entre Ocidente e Rússia. Cenário que Maria Raquel Freire considera pouco provável.

https://zap.aeiou.pt/putin-tropas-ucrania-ocidente-393460

 

Agente que sufocou George Floyd usou “força mortífera”, confirma especialista !

O sargento Jody Stiger, da polícia de Los Angeles, ouvido em tribunal como especialista em treino policial, sugere que Derek Chauvin usou “força mortífera” na detenção de George Floyd.


Naquele que foi o oitavo dia do julgamento pela morte de George Floyd, o norte-americano assassinado às mãos da polícia de Minneapolis, em maio de 2020, o sargento Jody Stiger, da polícia de Los Angeles, garante que o agente Derek Chauvin fez uso de “força mortífera” durante a detenção de Floyd.

Stiger foi ouvido pelo júri na qualidade de perito externo em treino policial e uso de força. A pressão que o agente fez sobre o corpo da vítima pode ter causado “asfixia posicional, o que pode levar à morte”, explicou o especialista, citado pelo Expresso.

Os advogados de Chauvin argumentam que o facto de a detenção estar a ser filmada pode ter distraído os polícias de monitorizar a condição de saúde de George Floyd.

“Estavam apenas a filmar, e na sua maioria estavam preocupados com Mr. Floyd”, contra-argumentou Stiger.

Quando é necessário usar força, os agentes devem sempre considerar se o suspeito representa uma ameaça e a gravidade do crime alegadamente cometido. Como Floyd era acusado de ter usado uma nota de 20 euros falsa num pagamento, o especialista entende que o uso de tamanha força foi despropositado.

A defesa de Chauvin alega ainda que as drogas encontradas no sistema de Floyd lhe causaram a morte.

O chefe da polícia da cidade de Minneapolis, Medaria Arradondo, testemunhou esta segunda-feira no julgamento de assassinato de George Floyd e disse que Derek Chauvin violou as regras do Departamento de Polícia e o seu código de ética sobre o respeito à “santidade da vida”.

“Não faz parte do nosso treino e certamente não faz parte da nossa ética e dos nossos valores”, disse Medaria Arradondo, referindo-se a como Chauvin, que é branco, pressionou o seu joelho no pescoço de Floyd, um homem negro de 46 anos, durante mais de nove minutos.

“Discordo veementemente que este foi o uso apropriado da força para aquela situação em 25 de maio”, disse Arradondo, citado pela agência Reuters, acrescentando que os polícias são treinados para tratar as pessoas com dignidade e juraram defender a “santidade da vida”.

https://zap.aeiou.pt/agente-sufocou-floyd-forca-mortifera-393421

 

Depois de uma crise política, Sputnik V envolta em mistério na Eslováquia

O acordo secreto para a compra da Sputnik V fez o Governo de Igor Matovic cair. Agora, e um mês depois de terem chegado ao país, as primeiras 200 mil doses da vacina continuam num armazém e sem autorização de administração. 


A crise política na Eslováquia eclodiu há três semanas, quando foi revelada a existência de um acordo secreto entre Bratislava e Moscovo para a compra de 2 milhões de doses da vacina russa Sputnik V.

A crise levou à demissão de seis ministros, à saída do primeiro-ministro, Igor Matovic, e a uma remodelação do Governo de coligação composto por quatro partidos populistas de direita.

Agora, avança o Público, surgiu um verdadeiro mistério: a imprensa eslovaca reportou que testes feitos às vacinas recebidas em Bratislava concluíram que estas têm uma composição diferente da dos estudos clínicos revistos pela The Lancet.

O instituto eslovaco de controlo farmacológico alegou que, com base na informação disponível, não tem condições de retirar conclusões definitivas quanto à eficácia e segurança da vacina russa.

“No dia 30 de março, esta agência enviou um relatório oficial ao ministério da Saúde, informando não poder chegar a uma conclusão sobre os benefícios e riscos da vacina Sputnik V (…), por causa da quantidade de dados que não foram submetidos pelo produtor, de inconsistências nos formulários das doses e da impossibilidade de uma análise comparativa dos lotes usados em vários estudos e países”, confirmou a agência reguladora.

As notícias apontavam para a deteção de uma “fórmula” diferente daquela que foi oficialmente registada para a realização dos ensaios clínicos da Sputnik V, mas o instituto farmacológico não se pronunciou especificamente sobre este assunto.

O regulador europeu já iniciou uma “análise contínua” da Sputnik V para determinar se cumpre os requisitos da UE em matéria de eficácia, segurança e qualidade.

O Ministério da Saúde do país vai aguardar a conclusão do processo de avaliação do regulador nacional antes de avançar com a administração das primeiras doses da vacina russa.

As autoridades russas ainda não reagiram, mas, na conta oficial da Sputnik V no Twitter, consta um desmentido de que as doses enviadas para o país sejam diferentes.

As notícias “baseadas em fontes anónimas” de que as doses da vacina enviadas para a Eslováquia são diferentes da Sputnik V dos testes clínicos “são falsas“, lê-se na publicação.

https://zap.aeiou.pt/sputnik-v-misterio-na-eslovaquia-393417

 

Cientistas descobrem possível nova estirpe do vírus no Brasil !

A descoberta foi feita por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do grupo hospitalar Hermes Pardini, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da prefeitura de Belo Horizontes, capital estadual de Minas Gerais.


“A equipa sequenciou 85 genomas de SARS-CoV-2 de amostras clínicas recolhidas da região metropolitana de Belo Horizonte e identificou dois novos genomas com uma coletânea de mutações ainda não descrita, caracterizando uma possível nova variante de SARS-CoV-2″, indicou a UFMG num comunicado enviado à agência Lusa.

Esses dois novos genomas “estão em amostras recolhidas nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021 e não existem evidências de ligação epidemiológica entre ambas, como parentesco ou região residencial, o que reforça a plausibilidade de circulação dessa nova possível variante”, acrescenta o texto.

Segundo a nota, entre as mutações encontradas nessa nova estirpe estão algumas compartilhadas com as variantes brasileiras P1 (detetada em Manaus) e P2 (encontrada no Rio de Janeiro), com a sul-africana B.1.1.351 e com a britânica B.1.1.7., todas associadas a uma maior transmissão do vírus.

Contudo, os especialistas ainda investigam se esta nova variante tem uma maior transmissibilidade ou se causa quadros clínicos mais graves nos pacientes infetados.

“Vale salientar que a mutação N501Y, presente nas linhagens P.1 e B.1.1.7, foi recentemente associada ao aumento de aproximadamente 60% no risco de mortalidade em indivíduos infetados no Reino Unido”, frisou a Universidade de Minas Gerais.

Todos os dados do estudo serão disponibilizados em bases de dados públicos nacionais e internacionais, e serão posteriormente submetidos a periódicos científicos.

“Os resultados da investigação requerem urgência de esforços de vigilância genómica na região metropolitana de Belo Horizonte e estado de Minas Gerais para a avaliação da situação dessas novas variantes de SARS-CoV-2″, conclui o comunicado.

Minas Gerais, o segundo Estado brasileiro com mais infeções pelo novo coronavírus, registou hoje 508 mortes devido à covid-19, número recorde desde o início da pandemia. Até ao momento, Minas Gerais totaliza 26.303 vidas perdidas para o novo coronavírus e 1.182.847 infetados pelo Sars-CoV-2.

Já o Brasil, que atravessa o seu momento mais critico na pandemia com sucessivos recordes de mortos e casos, totaliza 336.947 óbitos e 13.100.580diagnósticos de infeção desde que o primeiro caso foi registado no país, há cerca de 13 meses.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.874.984 mortos no mundo, resultantes de mais de 132,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Cartazes identificam casas de pessoas infetadas na Venezuela

O presidente da Câmara Municipal de Sucre, no Estado de Yaracuy, Venezuela, ordenou a colocação de cartazes a identificar as casas das pessoas que testaram positivo à covid-19, denunciou a oposição venezuelana.

“Hoje vimos o ‘alcaide’ de Sucre, Adrián Duque, colando papéis na casa das pessoas que podem estar padecendo da covid-19, quando deveria levar vacinas a todo os cidadãos desse município. Vemos como viola o direito à intimidade e a não ser discriminado”, denunciou Humberto Prado, representante do líder da oposição, Juan Guaidó, para a área dos direitos humanos.

A denúncia foi feita através de um vídeo divulgado na rede social Twitter onde Humberto Prado sublinhou que o militante do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) está ainda “ameaçando as pessoas que retirem os cartazes de que lhes eliminará o benefício” de receber as “bolsas de alimentos”, a preços subsidiados pelo estado.

“Apelamos aos organismos internacionais, ao escritório da Alta Comissária [da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet] e à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos que documentem este tipo de atitude e conduta dos funcionários que representam o regime nas diferentes entidades do país”, escreveu.

Entretanto, através do Twitter, foi divulgado um vídeo, onde aparece um indivíduo com máscara, cobrindo o nariz e a boca, e que poderia ser o político venezuelano, apontando para um cartaz e explicando que será colocado “em todas as casas onde haja um paciente com a covid-19”.

No cartaz, de fundo branco com um círculo vermelho com uma linha diagonal no centro, parecido aos que indicam uma proibição aos motoristas de viaturas, é possível ler a mensagem: “Família em quarentena preventiva. Não se aceitam visitas”.

“Alerta pois. Cuidemo-nos em saúde. A consciência é a melhor vacina para a covid”, diz o indivíduo no vídeo.

O Ministério Público venezuelano já reagiu à denúncia e anunciou que iniciou uma investigação contra o político venezuelano e que ordenou que os cartazes sejam retirados.

“Segregação: O Ministério Público abriu uma investigação penal contra o ‘alcaide’ Luís Adrián Duque, de Yaracuy, que de maneira unilateral e fora da política do Estado venezuelano para combater a pandemia marcou macabramente as casas dos pacientes que sofrem da covid-19”, anunciou o procurador-geral na sua conta do Twitter.

Na mesma rede social, numa outra mensagem, Tarek William Saab explicou que o Ministério Público e a Procuradoria de Justiça “atuaram de maneira conjunta para proceder a remover os insólitos avisos colocados seletivamente nas casas desses doentes”.

De acordo com a Academia de Medicina da Venezuela, o país necessita de 30 milhões de vacinas para 15 milhões de pessoas, 3,5 milhões das quais para pessoal prioritário.

https://zap.aeiou.pt/possivel-nova-estirpe-brasil-393403

 

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Morte, prisão ou igreja - Como os traficantes de droga que se tornaram evangélicos estão a salvar criminosos !

Num país que se carateriza por ser essencialmente católico, um estudo da Data Folha divulgou que no Brasil a percentagem de evangélicos cresceu de 10% em 1994 para 29% em 2016. O facto da religião ser cada vez mais vista como o caminho da salvação para muitos traficantes de droga pode justificar os números.


O estudo da empresa de estatística revelou ainda que desses 29%, mais de metade dos crentes são provenientes de famílias de classe baixa.

Em comunidades onde há poucas oportunidades para uma vida melhor, os pastores evangélicos dão acesso a um sistema de apoio e a uma alternativa ao crime.

Um dos bairros mais pobres do Rio de Janeiro, Acari, ficou em terceiro lugar no Índice de Desenvolvimento Humano da cidade, uma estatística usada pela ONU para medir o desenvolvimento socioeconómico.

O envolvimento no mundo do tráfico de droga é um dos grandes problemas da população, mas há quem tente procurar um caminho melhor. São cada vez mais os criminosos que procuram a ajuda da igreja evangélica e acabam por se tornar pastores.

O acesso aos bairros – conhecidos como favelas – é também facilitado pelos gangues locais que ajudam na saída dos traficantes deste mundo, caso estes optem por uma vida religiosa, já que esta é vista como a salvação.

William Souza fundou a igreja evangélica “Comunidade para Restaurar Vidas” há nove anos e tornou-se parte do crescimento da fé evangélica no Brasil.

Um dos membros da igreja de William, o pastor Carlos Eduardo Gomes Oliveira, foi um dos casos em que a igreja acabou por ajudar a encontrar um novo rumo.

O brasileiro de 38 anos iniciou o seu percurso no tráfico de drogas quando tinha apenas 12 anos. Carlos ganhava bastante dinheiro a embalar e distribuir droga, mas decidiu desistir há sete anos, altura em que um polícia assassinou um dos membros do seu gangue durante uma operação.

Após a morte do amigo de Carlos, William começou a fazer-lhe visitas, acabando por convencê-lo a aderir à fé evangélica.

Desta forma, William tem conseguido reunir cada vez mais adeptos para a sua igreja, mas os esforços ainda são insignificantes comparados com o sofisticado circuito de conversão que está ativo a milhares de quilómetros de distância, no estado do Acre, no noroeste da Amazónia.

“O nosso trabalho é salvar almas”

Na capital Rio Branco, a Equipa 91 – um grupo de 70 ex-criminosos que se tornaram pastores evangélicos – tem vindo a “resgatar” pessoas desde 2012. O grupo leva o nome do salmo 91 da Bíblia que promete que o Senhor irá promover a salvação de “pestilência mortal”.

“O nosso trabalho é salvar almas”, frisa Francisco Ferreira da Conceição, um dos principais líderes da Equipa 91, conhecido na cidade como Ferreirinha.

Ferreirinha conta ao VICE que os chefes dos gangues locais facilitam o processo de contacto com os criminosos pois sabem que a maioria das carreiras criminais termina em uma de duas maneiras: morte ou prisão.

No entanto, graças ao pacto que a Equipa 91 estabeleceu com os traficantes locais, foi criada uma terceira via, através da adesão à fé evangélica.

“Os barões do tráfico sabem que eventualmente serão forçados a deixar o mundo do crime, por isso respeitam-nos, pois sabem que somos a única saída, caso um dia precisem”, explica o pastor.

Há quatro anos, Ferreirinha comandava o B13, um gangue de destaque no Acre. Depois de passar 30 anos no negócio das drogas e entrar e sair da prisão 25 vezes, o brasileiro decidiu pôr fim à sua caminhada no mundo do crime. Agora, dedica-se a inspirar outras pessoas que passam pela mesma situação.

Atualmente, dos 40 líderes religiosos que visitam as prisões do Acre, 30 são pastores evangélicos.

Há 6.130 presos no sistema penitenciário do Estado do Acre, mas todos aqueles que ”abraçam Deus” podem enviar um pedido por escrito para serem transferidos para uma secção separada apenas para presidiários religiosos.

De acordo com o VICE, a Equipa 91 criou uma iniciativa em parceria com o Governo brasileiro que lhes permite realizar missas e fazer círculos de oração com os presidiários dentro das prisões. Fornece ainda um sistema de apoio para os que são libertados.

https://zap.aeiou.pt/traficantes-evangelicos-salvar-criminosos-392956

 

Síria está a “espremer” o dinheiro dos refugiados para evitar bancarrota !

A Síria está a criar impostos absurdos para tentar extorquir ao máximo o dinheiro dos refugiados que fogem ou tentam fugir do país. O país atravessa uma grave crise económica devido à guerra civil.


Para o Presidente da Síria, Bashar Assad, vencer a guerra civil veio com um custo financeiro brutal. O país deve mil milhões de dólares à Rússia e ao Irão pela sua ajuda a evitar uma revolta que tinha como objetivo tirar Bashar Assad do poder. Desde então, Damasco tem levado a cabo um estrito regime de sanções.

A guerra fez com que houvesse 6,2 milhões de deslocados sírios dentro do próprio país, além de 5,6 milhões refugiados no estrangeiro. Os números do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados são conservadores, já que outros milhões de indocumentados.

Em junho de 2019, após o fim da guerra, Assad implorou aos sírios que regressassem a casa. No entanto, o ditador tinha um trunfo debaixo da manga. Em julho de 2020, o Governo anunciou que cada sírio que reentrasse no país teria que trocar 100 dólares por libras sírias. Algumas famílias tiveram que se separar por não terem dinheiro para trazer todos os familiares, escreve o OZY.

Este ano, uma nova lei permite ao Governo apreender propriedades e outros bens de homens que não paguem a taxa de até 8 mil dólares para evitar o alistamento militar antes de completar 43 anos.

“Existem leis rígidas das quais nenhum cidadão pode fugir. O Estado pode confiscar as suas propriedades e dinheiro, o dinheiro dos seus pais, esposa, parentes e qualquer pessoa relacionada a ele”, alertou Elias al-Bitar, general de brigada das forças armadas sírias, num vídeo publicado pelo Ministério da Informação da Síria.

Durante anos, milícias pró-Governo tiveram permissão para saquear e assassinar em áreas anteriormente controladas pela oposição. No entanto, esta é a primeira vez que o Governo sírio faz uma campanha tão direta para conseguir arrecadar dinheiro dos refugiados.

Até mesmo os sírios que tenham emigrado não estão livres de pagar o imposto para evitar o alistamento militar.

“É uma preocupação clara porque [se as suas casas e propriedades forem vendidas], estas pessoas não terão para onde voltar“, disse Sara Kayyali, da Human Rights Watch, em declarações ao OZY.

https://zap.aeiou.pt/siria-espermer-dinheiro-refugiados-392960

 

Moçambique pondera pedir apoio internacional para o combate ao terrorismo !

Esta quarta-feira, o Presidente moçambicano disse que as violações de direitos humanos por membros das forças de segurança na luta contra os grupos armados “não são nem serão toleradas em Moçambique”.

Deslocados dos ataques a Palma, Moçambique

Moçambique está a ponderar recorrer à ajuda militar internacional no combate aos grupos armados, revelou o Presidente Filipe Nyusi esta quarta-feira.

“O nosso Governo já manifestou perante a comunidade internacional as necessidades para o combate ao terrorismo, e estas necessidades estão a ser avaliadas”, disse, deixando claro que prefere que não haja um envolvimento militar internacional em nome do “sentido de soberania” do país.

O executivo moçambicano e os parceiros internacionais estão a fazer o levantamento das carências do país na luta contra o terrorismo internacional, mas esta frente deve ser liderada pelos moçambicanos, disse. “Não é orgulho vazio, é sentido de soberania.”

O chefe de Estado moçambicano reiterou as informações já avançadas pelo Ministério da Defesa Nacional de que Palma voltou ao controlo das forças governamentais, adiantando que decorre a perseguição de membros dos grupos armados que atacaram a vila no dia 24 de março.

“Os terroristas foram expulsos de Palma, não pretendemos proclamar vitória, porque estamos a lutar contra o terrorismo, mas temos a certeza de que se estivermos unidos, venceremos”, referiu.

Niusy enalteceu o empenho do executivo na modernização, apetrechamento e formação das Forças de Defesa e Segurança na luta contra os grupos armados no norte, observando que as forças governamentais foram sujeitas a décadas de falta de “um investimento sólido”.

Moçambique, prosseguiu, está igualmente mobilizado para formar uma frente comum de prevenção e combate ao terrorismo com os seus parceiros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Nesse sentido, a capital do país vai acolher na quinta-feira uma cimeira de chefes de Estado da SADC da área da defesa e segurança para a definição de meios de erradicação do terrorismo, continuou.

Filipe Nyusi anunciou igualmente a convocação do Conselho Nacional de Defesa (CND) para uma discussão sobre a violência armada em Cabo Delgado, mas não avançou a data do encontro.

O chefe de Estado moçambicano dirigiu também uma palavra para os milhares de deslocados pela violência armada em Cabo Delgado, anunciando a criação de um grupo interministerial que vai fazer a coordenação da mobilização do apoio humanitário às vítimas.

“A situação que (os deslocados) enfrentam é transitária, sabemos que parece vazio dizer isto (dado o drama humanitário que passam), mas juntos e unidos venceremos o terrorismo”, afirmou.

O Presidente alertou para o perigo de “divisão e discórdia” entre os moçambicanos pela “narrativa” de atribuir a ação de grupos armados ao Islão, defendendo que “os terroristas também estão a matar muçulmanos”.

“Os terroristas não traduzem os valores do Islão, que são valores de paz, os muçulmanos estão a ser igualmente vítimas”, destacou.

O chefe de Estado moçambicano admitiu que a guerra em Cabo Delgado não será ganha apenas através da via militar, advogando a promoção de emprego para a ocupação de jovens que se sintam seduzidos a integrar grupos armados.

“Violações dos direitos humanos não serão toleradas”

Filipe Nyusi sublinhou, na mesma comunicação, que não serão toleradas as violações de direitos humanos por parte de membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) na luta contra os grupos armados no norte do país.

“De forma clara, reiteramos que as violações dos direitos humanos não são nem serão tolerados em Moçambique”, declarou.

O chefe de estado moçambicano falava numa comunicação à nação por ocasião do Dia da Mulher Moçambicana, que se assinala esta quarta-feira, precisamente duas semanas após os ataques armados à vila de Palma, província de Cabo Delgado, no norte do país.

“Todas as eventuais violações de direitos humanos serão investigadas exaustivamente e serão tomadas medidas adequadas”, informou o governante.

As FDS, prosseguiu, devem assumir que a vitória contra os grupos armados que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado, norte do país, será inalcançável sem a colaboração da população, se esta for vítima de abusos. “Nenhuma vitória será alcançada sem total confiança e entreajuda com a população civil”, destacou o Presidente.

Filipe Nyusi sustentou que a preparação das forças governamentais inclui a formação ética e moral, não se limitando a aspetos meramente ligados à defesa e segurança, e assinalou que as FDS devem inspirar-se nos valores da luta de libertação nacional contra o colonialismo português, assinalando que a vitória só foi possível graças ao apoio das comunidades aos guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

“As Forças de Defesa e Segurança conhecem a sua nobre missão de proteção dos cidadãos, existem para defender o povo e a nação e serão sempre sujeitos aos mais altos padrões éticos”, rematou.

https://zap.aeiou.pt/mocambique-apoio-internacional-393409

 

Espionagem russa na Europa - “Quando se usa Novichok, é porque se quer que isso venha a público” !

A atividade dos serviços russos de Inteligência, que usufruíam de uma sólida reputação, ressurgiu na Europa nos últimos anos, mas as disputas entre Moscovo e os países ocidentais têm vindo cada vez mais à tona.


Na semana passada, Itália anunciou a expulsão de dois funcionários russos, após a prisão de um oficial da Marinha italiana quando entregava documentos confidenciais para um militar russo.

Além disso, muitos diplomatas russos acusados de espionagem foram expulsos nos últimos meses de países como Bulgária, Holanda, Áustria, França e República Checa.

Moscovo reagiu e denunciou acusações sem fundamento e “russofobas”.

“A Inteligência russa adotou uma mentalidade de guerra. Pensa que se trata de uma batalha existencial pelo lugar da Rússia no mundo”, estima Mark Galeotti, um escritor especializado em assuntos de segurança russos.

Para Galeotti, 2014 foi um ano crucial. “A revolução na Ucrânia, para [o presidente russo] Vladimir Putin, foi uma operação britânica da CIA e do MI6” britânico, afirmou.

Segundo Andrei Soldatov, editor-chefe do site russo Agentura.ru, especializado em assuntos de Inteligência, “eles acham que a menor ação ocidental, como criticar as violações de direitos humanos, ou o trabalho de jornalistas estrangeiros, pode provocar uma revolução”.

E, de facto, os serviços secretos russos vão mais além, desde o suborno de espiões à corrupção de funcionários estrangeiros, praticado por todas as grandes potências.

Em 2018, o ex-agente duplo Sergei Skripal foi alvo de uma tentativa de assassinato por envenenamento no Reino Unido. Um ano depois, um homem suspeito de atuar sob as ordens de Moscovo matou, em Berlim, um ex-combatente rebelde checo.

Agora, o ocidente acusa a Rússia de ter envenenado Alexei Navalny, o principal opositor de Putin, com um agente nervoso do tipo Novichok. Navalny conseguiu recuperar, depois de passar cinco meses em tratamento na Alemanha, mas foi preso quando regressou à Rússia.

A plataforma de jornalismo investigativo Bellingcat também identificou uma dezena de agentes, através de práticas recorrentes na criação de identidades falsas por parte da Inteligência militar (GRU) e dos serviços de segurança (FSB).

Mikhail Liubimov, um coronel reformado dos serviços soviéticos da KGB, lamenta a “degradação ideológica” dos agentes e destaca um contexto geopolítico desfavorável.

Moscovo “envia uma mensagem clara para aqueles que ousam desafiar Putin“, afirma Soufan Center. A Rússia sente-se “suficientemente confiante para matar figuras da oposição”.

Quando se usa um agente nervoso como o Novichok para assassinar alguém, é porque se quer que isso venha a público”, comentou Damien Van Puyvelde, um especialista em Inteligência da Universidade de Glasgow, na Escócia.

Após o caso Skripal, o do avião da Malaysia Airlines que foi abatido no leste da Ucrânia e dos escândalos das interferências russas nas eleições ocidentais, “há, talvez, uma espécie de exaustão coletiva e uma necessidade de os europeus fazerem comunicação política”, diz Van Puyvelde. “Continuam a existir linhas vermelhas”, afirmou.

https://zap.aeiou.pt/espionagem-russa-europa-393348

 

Parque Jurássico da vida real ? Co-fundador da Neuralink diz que é possível !

Max Hodak, co-fundador da Neuralink, está convencido de que é possível trazer os dinossauros de volta à vida para criar um Parque Jurássico da vida real.


Em 1993, Steven Spielberg levou a obra de Michael Ceichton para o cinema e, desde aí, a ideia de um parque de dinossauros tem conquistado o imaginário de muitas crianças e até adultos. Um deles é Max Hodak, co-fundador da empresa de neurotecnologia Neuralink.

De acordo com o Futurism, o sócio de Elon Musk acredita que é possível trazer os dinossauros de volta à vida e criar um Parque Jurássico da vida real. “Poderíamos construir o Jurassic Park se quiséssemos”, escreveu no Twitter. “Não seriam dinossauros geneticamente autênticos, mas… ”

Para o parque sair do papel e se tornar uma realidade, seria necessário algum tempo de desenvolvimento. “Talvez 15 anos de criação + engenharia para obter novas espécies super exóticas”, acrescenta a mesma publicação.

Apesar de parecer uma boa ideia, a verdade é que trazer de volta à vida espécies exóticas dificilmente tem um efeito positivo, uma vez que a extinção é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento da biodiversidade.

Hodak admitiu isso mesmo na rede social. “A biodiversidade é definitivamente valiosa; a conservação é importante e faz sentido. Mas por que paramos aí? Por que não tentamos intencionalmente criar uma diversidade nova?”, questionou o empresário.

Durante vários anos, os conservacionistas expressaram preocupação com a ressurreição de espécies extintas porque os ecossistemas em que essas espécies viviam, por uma razão ou outra, seguiram em frente sem elas.

Ressuscitar espécies – e, especialmente, criar novas formas de biodiversidade – seria funcionalmente o mesmo que introduzir uma nova espécie invasora num ecossistema não equipado para a sustentar.

No fundo, um Parque Jurássico da vida real é tentador, mas a ideia corre o risco de ser extremamente contraproducente.

https://zap.aeiou.pt/parque-jurassico-da-vida-real-392912

 

Novo estudo relaciona covid-19 a doenças mentais e neurológicas posteriores !

Uma em cada três pessoas recuperadas da covid-19 foi diagnosticada com uma doença neurológica ou perturbação mental nos seis meses após a infeção, concluiu um estudo que teve por base registos de mais de 230 mil doentes, sobretudo dos Estados Unidos (EUA).


Segundo os resultados do estudo, publicado na terça-feira na Lancet Psychiatry e divulgado pelo Público, perturbações de ansiedade (17%) e de humor (14%) são os diagnósticos mais comuns. Foram analisados os registos eletrónicos de 236.379 doentes, todos com mais de dez anos, infetados em 20 de janeiro de 2020 e ainda vivos a 13 de dezembro.

A incidência de uma doença neurológica ou perturbação psiquiátrica depois da infeção foi de 34%. Na pesquisa foram ainda detetadas perturbações por uso de substâncias (7%) e insónias (5%) e consequências neurológicas – 0,6% de hemorragias cerebrais, 2,1% de acidentes vasculares cerebrais isquémicos e 0,7% de demências.

O estudo revelou ainda que 2,7% dos doentes em unidades de cuidados intensivos e 3,6% com uma encefalopatia tiveram uma hemorragia cerebral, o que somente ocorreu em 0,3% dos pacientes que não foram hospitalizados.

Já 6,9% de pessoas em unidades de cuidados intensivos e 9,4% com uma encefalopatia tiveram acidentes vasculares cerebrais isquémicos – a incidência em pessoas que não foram hospitalizadas foi de 1,3%. Por fim, 1,7% de pessoas em unidades de cuidados intensivos e 4,7% com uma encefalopatia desenvolveram demências, o que se verificou em 0,4% dos doentes sem hospitalizações.

“Estes são dados do mundo real e de um grande número de doentes. Confirmam que há taxas elevadas de diagnósticos psiquiátricos depois da covid-19 e que transtornos graves também afetam o sistema nervoso”, disse em comunicado Paul Harrison, investigador da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e coordenador do estudo.

A equipa comparou ainda os resultados dos doentes com covid-19 com 105.579 doentes com gripe e 236.038 diagnosticados com infeções do trato respiratório, concluindo que havia um risco 44% maior de se ter um diagnóstico neurológico ou psiquiátrico depois de se contrair covid-19 do que depois da gripe. Verificou também que o risco era mais elevado 16% após a covid-19 do que com qualquer outra infeção do trato respiratório.

“Infelizmente, muitas das perturbações identificadas neste estudo tendem a ser crónicas ou recorrentes, por isso podemos antecipar que o impacto da covid-19 poderá ficar entre nós durante muitos anos”, indicaram os investigadores Jonathan Rogers e Anthony David, ambos da University College de Londres e que não participaram no estudo.

https://zap.aeiou.pt/novo-estudo-covid-doencas-mentais-neurologicas-393318

 

“A quarta vaga vai ser maior” - A 100 dias dos Jogos Olímpicos, nova variante preocupa Japão !

As autoridades de saúde do Japão estão preocupadas que as variantes do coronavírus estejam a iniciar uma quarta vaga da pandemia a 109 dias dos Jogos Olímpicos.


As variantes parecem ser mais infeciosas e podem ser resistentes às vacinas, que ainda não estão amplamente disponíveis no Japão. A situação é pior em Osaka, onde as infeções atingiram novos recordes na semana passada, levando o governo regional a iniciar medidas de confinamento durante um mês a partir desta segunda-feira.

Uma variante descoberta inicialmente na Grã-Bretanha espalhou-se rapidamente pela região de Osaka, enchendo as camas de hospitais com casos mais graves do que o vírus original.

“A quarta vaga será maior”, disse Koji Wada, um conselheiro do governo sobre a pandemia e professor da Universidade Internacional de Saúde e Bem-estar de Tóquio, citado pela agência Reuters. “Precisamos de começar a discutir como poderíamos utilizar estas medidas direcionadas para a área de Tóquio.”

O Japão declarou duas vezes o estado de emergência que cobriu a maior parte do país no ano passado, mais recentemente logo após o Ano Novo, quando ocorreu a terceira e mais mortal onda da pandemia. As autoridades estão agora a optar por medidas mais direcionadas que permitam que os governos locais reduzam o horário comercial e imponham multas por imcumprimento.

Osaka cancelou os eventos da Tocha Olímpica na região, mas o primeiro-ministro Yoshihide Suga insiste que o Japão irá realizará os Jogos Olímpicos conforme programado. Suga disse que as medidas em Osaka podem ser expandidas para Tóquio e outros lugares se necessário.

A verdadeira extensão dos casos mutantes é desconhecida, uma vez que apenas uma pequena fração dos casos de covid-19 são submetidos ao estudo genómico necessário para encontrar as variantes.

Um relatório do ministério da saúde na semana passada mostrou que 678 casos de variantes mutantes da Grã-Bretanha, África do Sul e Brasil foram descobertos em todo o país e em aeroportos, com os maiores aglomerados em Osaka e Hyogo.

No entanto, o Japão está também preocupado com um outra variante, conhecida como E484K, que pode ser mais difundida. Cerca de 70% dos pacientes com covid-19 testados num hospital de Tóquio no mês passado tinham esta mutação que era diferente das variedades britânica e sul-africana.

“É quase uma certeza que esta nova variante é altamente contagiosa, com uma velocidade de transmissão muito rápida”, alertou o governador de Osaka Hirofumi Yoshimura. “Peço a todos os residentes de Osaka para evitarem saídas desnecessárias”.

As medidas prioritárias que estão a ser implementadas agora têm como objetivo deter um aumento inesperado de casos mutantes, segundo Makoto Shimoaraiso, um oficial do Gabinete do Secretariado para a resposta do Japão ao covid-19. “Aceitamos as críticas quando as pessoas dizem que não conseguimos detetar nenhuma variante”, disse.

https://zap.aeiou.pt/a-quarta-vaga-vai-ser-maior-a-100-dias-dos-393123

 

Alemanha cria “Defesa da Pátria”, um serviço militar voluntário para jovens !

O Exército alemão vai dispor de um novo serviço militar, em formato reduzido e voluntário denominado “Defesa da Pátria” e com o objetivo de reforçar as Forças Armadas perante crises pontuais, catástrofes naturais e do meio ambiente.


O serviço prevê um período de instrução militar de sete meses após o qual os membros passam a reservistas durante seis anos, anunciou na terça-feira a ministra da Defesa, Annegret Kram-Karrenbauer.

“A designação ‘defesa da pátria’ deve entender-se no sentido lato, como a palavra ‘pátria’”, disse a ministra sublinhando que os termos não têm “conotações nacionalistas”. “[As designações] têm expressão num Exército integrado, numa sociedade democrática como a alemã”.

O objetivo deste serviço voluntário, que prevê a “incorporação de um milhar de jovens” na primeira fase, é “complementar” às Forças Armadas e aplica-se a situação predefinidas e sempre no interior do país, estando excluídas participações em missões internacionais.

O serviço tem também como lema “Um ano para a Alemanha” e a instrução vai dividir-se em duas partes: uma presencial e outra à distância para que seja compatível com os estudos ou atividades laborais.

Para o governo, a “ideia” é que os interessados se incorporem “num ano que funciona como uma ponte” entre o fim da formação académica e a vida laboral.

Na Alemanha, o serviço militar obrigatório foi suspenso no dia 1 de julho de 2011, na sequência de uma decisão do segundo governo liderado por Angela Merkel e após um largo debate interno entre os conservadores.

A mudança para a constituição de um Exército profissional foi polémica porque até 2011 considerava-se que as Forças Armadas alemãs tinham de estar integradas na sociedade e representar todas as classes sociais.

Os que se mostraram contra a suspensão argumentavam que o Exército profissional implicava um risco porque podia atrair radicais de extrema-direita ou pessoas fanáticas por armas de fogo.

A reforma levou à redução gradual do contingente, na altura com 240 mil efetivos, até aos 170 mil atualmente, número que tem vindo a diminuir paulatinamente ao longo dos últimos anos.

https://zap.aeiou.pt/alemanha-cria-defesa-da-patria-um-servico-milita-393091

 

Oxford suspende ensaio clínico da AstraZeneca em crianças - Valneva mostra resultados positivos !

O ensaio clínico da vacina Oxford-AstraZeneca em crianças fica suspenso até serem conhecidas as conclusões do regulador sobre a possível ligação entre a vacina e a formação de coágulos sanguíneos.


Os testes da da vacina Oxford-AstraZeneca em crianças, que estavam a decorrer no Reino Unido, ficam suspensos até ser conhecida a conclusão do regulador sobre a possível ligação entre a vacina e a formação de coágulos sanguíneos, avança o Expresso.

“Os pais e filhos devem continuar a comparecer a todas as visitas agendadas e podem entrar em contacto com os locais de teste, no caso de terem alguma dúvida”, de acordo com o comunicado.

A decisão não está relacionada com “preocupações de segurança”. Trata-se de aguardar “informações adicionais” da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA), a entidade que está a avaliar os casos raros de trombose identificados em adultos.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) também está a avaliar a possível relação entre a vacina e os casos de coágulos sanguíneos. Está prevista para esta tarde uma conferência de imprensa sobre a vacina da AstraZeneca.

Valneva mostra resultados positivos

A empresa francesa de biotecnologia Valneva está a desenvolver uma vacina contra a covid-19 que mostrou resultados positivos nos ensaios clínicos da fase inicial. De acordo com o Expresso, ensaio de fase três deverá avançar ainda este mês.

A vacina foi testada em 153 adultos – duas doses com três semanas de intervalo – e os resultados mostram que o imunizante é “seguro“. Além disso, a empresa refere que foi “bem tolerado em todos os grupos testados, sem preocupações de segurança identificadas por um conselho de monitorização de segurança de dados independente”.

O fármaco, que utiliza um vírus inativado, gera uma resposta imunológica, com “mais de 90% de todos os participantes no estudo” a desenvolverem níveis significativos de anticorpos contra o novo coronavírus.

O semanário informa ainda que a empresa francesa está em conversações com a União Europeia (UE) para fornecer 60 milhões de doses aos Estados-membros e já assinou um acordo com o Reino Unido para fornecer até 190 milhões de doses até 2025.

https://zap.aeiou.pt/oxford-suspende-astrazeneca-criancas-393063

 

OMS quer mudar nomes das variantes para não estigmatizar países ou lugares !

A Organização Mundial de Saúde (OMS) está a trabalhar na alteração dos nomes das variantes do novo coronavírus, de forma a garantir que estes não estigmatizam os países ou lugares onde foram detetadas.


Na conferência de imprensa desta terça-feira, Maria Van Kerkhove, coordenadora da gestão da pandemia da OMS, adiantou que a organização está a trabalhar há dois meses para alterar os nomes das variantes do novo coronavírus.

De uma forma geral, estas variantes estão a ser apelidadas de acordo com o local onde foram detetadas pela primeira vez: variante britânica (B.1.1.7), sul-africana (B.1.351) ou brasileira (P1).

“Há anos que temos dito que o local não deve ser o nome do agente patogénico”, começou por dizer Kerkhove, citada pelo semanário Expresso. No entanto, “continuamos a ver as pessoas chamarem às estirpes ‘variante do país X’ ou ‘variante do país Y’“, lamentou.

Desta forma, a OMS está a trabalhar para desenvolver uma nomenclatura para cada variante, de forma a garantir que estes países ou lugares, assim como as pessoas que aí vivem, não são “estigmatizadas”.

“Embora eu pensasse que ia ser fácil, estamos a trabalhar há dois meses para o conseguir. Esperamos anunciar os novos nomes muito em breve”, disse ainda.

Benefícios da AstraZeneca superam riscos

Esta terça-feira, na conferência de imprensa online, o diretor para os assuntos de regulação e pré-qualificação da OMS, Rogério Gaspar, disse que a informação atual não estabelece nenhum vínculo entre a vacina da AstraZeneca e certos tipos de trombose, mas acrescentou que há “dados a chegar todos os dias” e que a OMS está a analisá-los com a Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Em causa estão as recentes declarações do responsável pela estratégia de vacinação da EMA, Marco Cavaleri, que confirmou a existência de uma relação entre a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca e a ocorrência de coágulos de sangue raros em pessoas vacinadas.

Rogério Gaspar disse que a avaliação atual é a de que entre os riscos e os benefícios é positiva a utilização da vacina, referindo como “muito raros” os casos de trombose.

Afirmando que há uma redução da mortalidade por covid-19 nas pessoas que já receberam a vacina do laboratório anglo-sueco, o responsável da OMS disse que em breve deverá haver uma “avaliação mais conclusiva”.

Mariângela Simão, diretora-geral-assistente da OMS, afirmou também que as informações sobre essa possível relação proveem da Europa e disse que a organização está a recolher dados de todas a regiões, porque já foram administrados milhões de vacinas na América Latina, Ásia e África.

Entretanto, a EMA anunciou que vai pronunciar-se ainda esta quarta-feira sobre a possível relação entre a vacina da AstraZeneca e a formação de coágulos sanguíneos.

A conferência de imprensa online está agendada para as 14h00 (15h00 em Lisboa) e terá como tema “a conclusão do exame ao alerta” lançado sobre esta vacina em relação aos “casos de trombose”, afirmou, em comunicado, o regulador europeu, citado pela agência France-Presse.

Vacinação já começou em 190 países

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou também que a vacinação contra a covid-19 já começou em 190 países, mas avisou que é preciso mais produção e melhor distribuição de vacinas.

“No início do ano, fiz um apelo para que todos os países começassem a vacinar os trabalhadores da saúde e as pessoas mais idosas nos primeiros 100 dias de 2021. Esta semana marcará o centésimo dia e 190 países e economias iniciaram agora a vacinação”, disse.

Da OMS fazem parte 194 países, pelo que faltam apenas quatro países começarem a vacinação.

Ghebreyesus acrescentou que a COVAX (mecanismo que a OMS criou de distribuição mundial equitativa de vacinas contra a covid-19) já entregou 36 milhões de vacinas em 86 países.

“O aumento da produção e distribuição equitativa continua a ser a principal barreira para acabar com a fase aguda desta pandemia”, disse na conferência de imprensa, na qual alertou ainda para o aumento das desigualdades entre países e dentro dos próprios países.

O responsável máximo da OMS disse que o mundo precisa de fazer cinco mudanças vitais, uma delas a de investir na produção equitativa e no acesso a testes rápidos à covid-19, a oxigénio, a tratamentos e a vacinas.

Lamentando que em alguns países os profissionais de saúde e grupos de risco estejam por vacinar, apelando aos Governos para que continuem a partilhar vacinas e que contribuam para que a OMS possa fazer essa distribuição, Ghebreyesus defendeu um “investimento sério nos cuidados de saúde primários e na prestação de serviços de saúde a cada membro de cada comunidade”.

A pandemia, acrescentou, expôs as fragilidades dos sistemas de saúde, com metade da população mundial sem acesso aos serviços essenciais de saúde, pelo que os Governos não só não devem cortar na despesa publica em saúde como devem cumprir o objetivo recomendado pela OMS de gastar mais de 1% do PIB em cuidados de saúde primários.

“E devem reduzir o défice global de 18 milhões de profissionais de saúde necessários para alcançar a cobertura universal da saúde até 2030”, acrescentou.

Os países devem dar prioridade à saúde e proteção social, construir bairros seguros, saudáveis e inclusivos, e melhorar os dados e informações sobre a saúde, disse.

Na conferência de imprensa o responsável pela área das emergências em saúde da OMS, Michael Ryan, considerou que a vacinação não deve ser uma exigência para viagens internacionais, quando questionado sobre a criação de um “passaporte de vacinação”, mas acrescentou que no dia 15 haverá uma reunião sobre a matéria e que OMS irá divulgar recomendações para os Estados.

https://zap.aeiou.pt/oms-quer-mudar-nomes-variantes-393135

EMA vai investigar ensaios clínicos da vacina russa - Brasil admite começar a fabricar Sputnik V !

A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) vai investigar na próxima semana se os ensaios clínicos da vacina russa contra a covid-19 Sputnik V infringiram os padrões éticos e científicos. 


De acordo com o Financial Times, esta investigação surge numa altura em que se levanta a preocupação da Agência Europeia do Medicamento sobre a possibilidade de esses ensaios não obedecerem às “boas práticas clínicas”.

A Rússia disse que militares e funcionários públicos estiveram envolvidos em testes da vacina desenvolvidos por um laboratório estatal e financiado pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), o fundo de riqueza soberana do Kremlin. Contudo, segundo a agência Reuters, alguns participantes disseram que foram pressionados a fazê-lo pelos seus superiores.

“Não houve pressão [sobre os participantes] e o Sputnik V cumpriu todas as práticas clínicas”, garantiu Kirill Dmitriev, chefe do RDIF.

Dmitriev observou ainda que os reguladores dos 59 países que já aprovaram o Sputnik V verificaram “rigorosamente” todos os dados e ficaram satisfeitos por seguirem as “boas práticas clínicas”.

A EMA está a conduzir a investigação sobre a Sputnik V, mas ainda não se pronunciou sobre se poderá ser usada na União Europeia (UE). “A conformidade com o padrão fornece garantia de que os direitos, segurança e bem-estar dos participantes do estudo são protegidos e que os dados do estudo clínico são confiáveis”, explicou o regulador.

“Não temos conhecimento de quaisquer preocupações da EMA e fugas de tais preocupações são um exemplo específico de pessoas que tentam minar o processo de aprovação da EMA, que é suposto ser imparcial e sem discriminação”, disse Dmitriev

Uma inspeção separada da EMA das instalações de produção do Sputnik V na Rússia, programada para o próximo mês, foi adiada devido à necessidade de acomodar visitas de inspetores de países que fizeram pedidos para comprar a vacina. “Priorizamos nas fiscalizações as pessoas que se comprometeram a comprar vacinas… ao contrário da Comissão Europeia”, atirou o chefe do RDIF.

Embora a Rússia tenha apresentado a Sputnik V como uma possível solução para os problemas da vacina na Europa, Thierry Breton, o comissário da União Europeia (UE) que chefia o programa de vacinas, disse que a Europa “não tinha absolutamente nenhuma necessidade do Sputnik V”.

Brasil admite fabricar a vacina russa

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, conversou esta terça-feira, via telefone, com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, numa reunião em que foi abordada a aquisição e produção da vacina contra a covid-19 Sputnik V, desenvolvida na Rússia.

“Acabei de receber um telefonema do Presidente Putin. Um dos assuntos mais importantes que tratámos aqui foi a possibilidade de virmos a receber a vacina Sputnik, daquele país. Logicamente, dependemos ainda de resolver alguns entraves aqui, no Brasil, e estamos ultimando o contacto com as demais autoridades (…), sobre como podemos, efetivamente, importar essa vacina”, disse Bolsonaro, num vídeo partilhado nas redes sociais após a reunião. “Esperamos, inclusive, caso seja aprovada a vacina Sputnik, que possamos vir a produzi-la no Brasil”.

Ao longo da conversa com Putin, Bolsonaro esteve acompanhado pelos ministros da Relações Exteriores, Carlos Alberto França, da Saúde, Marcelo Queiroga, da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, e pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, António Barra Torres.

Coube a Barra Torres informar que uma equipa da Anvisa viajará até à Rússia para inspecionar as fábricas de produção da Sputnik e dos seus consumíveis.

“Temos a confirmação do envio da nossa missão de vigilância sanitária à Rússia, já com o ok da Rússia nesse sentido, para que possamos efetuar a inspeção nas instalações de produção, tanto de insumos, quanto da própria vacina”, afirmou Barra Torres.

O diretor-presidente também informou que o embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Kazimirovitch Labetskiy, irá visitar as instalações da Anvisa, em Brasília, esta semana.

Bolsonaro considerou a reunião “muito produtiva” e disse esperar resolver em breve os entraves que impedem a autorização da vacina.

Foi “uma conversa muito produtiva. Se Deus quiser, brevemente estaremos resolvendo essa questão da vacina Sputnik. No momento, agradeço ao Presidente Putin pela maneira como tratou esse assunto com o Brasil”, concluiu Bolsonaro.

A Rússia registou a vacina em agosto, antes de testes clínicos em grande escala, gerando temores iniciais sobre a sua segurança. Contudo, as análises desde então têm sido amplamente positivas, sendo a vacina segura e mais de 90% eficaz.

Os fabricantes russos não conseguiram aumentar a produção nacional para atender à demanda interna e externa, mas o governo disse que o país pretende produzir 178 milhões de doses individuais de Sputnik V e duas outras vacinas, EpiVacCorona e CoviVak, até ao final de junho.

A empresa também disse que espera vacinar totalmente 30 milhões de russos até à mesma data, deixando uma quantidade possível de 118 milhões de doses produzidas no país para exportação.

A fabricante também estabeleceu acordos de produção com outros 10 países para produzir as suas vacinas fora da Rússia.

https://zap.aeiou.pt/ema-vai-investigar-ensaios-clinicos-da-vacina-russa-393061

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Quem é o Q ? Documentário da HBO sugere ter descoberto identidade do líder da misteriosa QAnon !

 

A identidade de Q, o suposto agente ultrassecreto do Governo e profeta da ideologia extremista QAnon, foi um mistério durante anos. Agora, um novo documentário da HBO sugere ter descoberto quem é o líder da organização.

De acordo com o The Washington Post, a resposta sempre foi a mais óbvia: Ron Watkins, o administrador do fórum 8kun, a “casa” online do movimento conspiratório.

A maioria dos investigadores da QAnon especula há muito tempo que Watkins escreveu muitas das publicações falsas e enigmáticas, alegando que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump estava a travar uma guerra contra uma cabala internacional de elite de pedófilos adoradores de Satanás.

Contudo, Watkins negou o seu envolvimento, dizendo ser apenas um operador neutro dos bastidores do site – e nunca um participante.

Agora, na série da HBO “Q: Into the Storm”, o cineasta Cullen Hoback aponta para o que argumenta ser uma evidência-chave de que Watkins mentiu sobre o seu papel nas mais de quatro mil mensagens que Q postou desde 2017.

Numa cena final, após Watkins ter falado sobre como partilhou alegações infundadas sobre fraude eleitoral após a derrota de Trump nas eleições de 2020, disse a Hoback: “Foram basicamente três anos de treino em inteligência, ensinando normies [pessoas normais] como fazer trabalho de inteligência. Era basicamente o que fazia anonimamente antes, mas nunca como Q.”

Para Hoback, foi uma admissão inadvertida de que Watkins é, na verdade, Q, elaborando comunicados secretos e moldando o movimento para os normies consumirem. Ainda na mesma cena, Watkins sorriu e pigarreou, procurando corrigir o registo: “Nunca como Q. Eu prometo. Eu não sou Q”.

A evidência é circunstancial e não há provas do papel de Watkins, que, no domingo, enviou uma mensagem para os seus 150 mil assinantes na aplicação Telegram: “Lembrete amigável: Eu não sou Q. Tenham um bom fim de semana.”

A revelação, contudo, revigorou o debate sobre as pistas do papel de Watkins num dos maiores movimentos de teoria da conspiração da era da Internet. QAnon incitou violência e atos criminosos e o FBI classificou-a como uma ameaça de terrorismo doméstico.

Watkins e o seu pai, o proprietário do 8kun Jim Watkins, eram as únicas pessoas que se podiam gabar de um diálogo nos bastidores com Q e a ascensão da QAnon serviu para dar à dupla atenção e infâmia.

O anonimato e a operação opaca de 8kun pareceram impossibilitar a identificação de Q, mesmo com o movimento a tender à violência e a ser citado como inspiração por muitos dos apoiantes de Trump, que protestaram no Capitólio a 6 de janeiro.

À medida que o número de seguidores da QAnon crescia, Q nunca parecia mostrar interesse em partilhar os seus “furos” de inteligência exclusivos, exceto em 8kun – mesmo quando o site, anteriormente conhecido como 8chan, ficou offline durante quase três meses após uma série de tiroteios em massa, em 2019.

Também não é claro por que um mentor estratégico de elite confiaria apenas numa dupla de pai e filho que vive nas Filipinas, cuja principal reivindicação à fama era um site de discurso de ódio, pornografia e memes extremistas.

Ainda há muitas perguntas por responder

Para alguns investigadores, a admissão não resolve todas as questões remanescentes sobre Q. Alguns argumentam de forma persuasiva que, embora Ron Watkins provavelmente saiba quem está por trás do QAnon, o relato pode ser conduzido por mais de uma pessoa ou uma equipa de escritores que elaboram mensagens para o público.

“É um conjunto coletivo de diferentes partes interessadas com diferentes níveis de conhecimento e diferentes pontos de acesso à infraestrutura”, disse Joan Donovan, diretora do Projeto de Tecnologia e Mudança Social do Shorenstein Center da Harvard Kennedy School. “Não há uma única pessoa que possa ser Q.”

Além disso, também não resolve a verdadeira história do nascimento de Q, que publicou pela primeira vez no 4chan em 2017, antes de passar para o 8chan e ficar sob o controlo dos Watkins, em 2018. Alguns investigadores apontam diferenças nos estilos de escrita naquela época e sugerem que a persona Q mudou de mãos.

Numa transmissão ao vivo na semana passada, Ron e Jim Watkins propuseram uma explicação alternativa: Q era Stephen Bannon – que foi assistente do Presidente e estrategista-chefe da Casa Branca no governo Trump – ou o próprio Hoback.

O documentário causou pouca repercussão nos círculos online frequentados por crentes na QAnon. Quase todos os seus fóruns de discussão e canais do Telegram mais populares ignoraram a entrevista de Watkins.

Q, que costumava publicar várias vezes por dia, não escreve nada desde 8 de dezembro. Para muitos investigadores, a identidade do líder da QAnon é menos importante do que o que a ascensão da QAnon na Internet e como esta pode dar alcance global à desinformação e levar as pessoas a acreditar em coisas impossíveis.

“Mesmo que fosse apenas Ron Watkins, o movimento cresceu muito além de uma pessoa ou pseudónimo. Agora é um vírus social global que se tornou um recipiente para tudo, desde a desinformação [anti-vacinas] e as teorias da conspiração do coronavírus, até às agendas políticas ”, disse Rita Katz, diretora executiva do SITE Intelligence Group, que monitoriza o extremismo online, acrescentando, contudo, que “tudo o que Jim ou Ron Watkins dizem deve ser visto com ceticismo”.

https://zap.aeiou.pt/documentario-hbo-lider-qanon-392900

 

 

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