domingo, 16 de maio de 2021

Hegemonia económica da China cada vez mais longe - Queda demográfica coloca Pequim sob pressão !

O objetivo do país é tornar-se na maior potência económica do mundo nos próximos anos, mas a corrida pela hegemonia – disputada com os EUA – pode não ser uma meta fácil de alcançar. O envelhecimento da população nos últimos anos é um dos fatores que mais contribuiu para este desafio.


Apesar de a China estar a desenvolver-se muito rápido em muitas áreas, a mão de obra que impulsiona o seu crescimento económico está a diminuir.

Isto porque, os últimos censos, que foram concluídos em dezembro, dão conta de uma diminuição da população total do país.

Os dados mostraram que a população da China aumentou apenas 5,8% na última década, sendo que este é o ritmo de crescimento mais lento registado desde, pelo menos, 1960.

A nova realidade pode mostrar-se bastante desfavorável à realização dos objetivos do país nos próximos anos, uma vez que também diminuiu a força de trabalho e a capacidade de produtividade económica.

De acordo com a CNN, a número de pessoas com idade entre 15 e 59 anos caiu para menos de 900 milhões, o que representa cerca de 63% da população – uma queda de pelo menos 7 pontos percentuais em relação à década anterior.

Lin Yifu, conselheiro do governo e ex-economista do Banco Mundial, previu, num fórum governamental, realizado em março, que a China pode ver o seu processo hegemónico ser prejudicado devido a este fator e os resultados deverão estar à vista já em 2030.

Também Yue Su, economista da Economist Intelligence Unit, em Londres, admite que a força de trabalho da China pode diminuir cerca de 5% na próxima década – uma percentagem bastante significativa que pode impactar o seu crescimento económico.

“A provável queda consequente na força de trabalho irá colocar um limite no crescimento económico potencial da China”, referiu Yue à CNN. O especialista alerta ainda que “o dividendo demográfico que impulsionou o crescimento económico do país nas últimas décadas vai-se dissipar rapidamente”.

Atualmente, a China tem tantos idosos como o Japão tinha no início dos anos 1990 – o início de três décadas perdidas de estagnação económica para o país, o que para muitos economistas já é um sinal negativo.

“O facto é que a China está a envelhecer rapidamente”, escreveu Larry Hu, economista do Macquarie Group, num relatório, acrescentando que mais preocupante do que isso é o “facto da China estar a envelhecer antes de ficar rica”.

No entanto, a demografia não é o único desafio da China. O plano de recuperação pós-pandemia tem contado fortemente com o apoio do governo, mas existem várias empresas que declararam falência.

Por outro lado, também existem enormes riscos políticos. Os confrontos em Hong Kong e os alegados abusos dos direitos humanos na região de Xinjiang exacerbaram as tensões com o Ocidente e ameaçam prejudicar os esforços para construir parcerias globais.

Contudo, ainda há quem perspetive o envelhecimento do país de uma forma positiva.

Ning Jizhe, chefe do departamento de estatísticas do país, vê este desafio como uma oportunidade, já que deverá haver uma maior procura de bens de consumo e tecnologia voltada para os mais velhos.

Ainda assim, vários analistas concordam que “a China está a entrar numa grande incógnita demográfica”.

https://zap.aeiou.pt/hegemonia-economica-china-mais-longe-402014

Aos 10 anos, Adewumi chegou à elite mundial do xadrez !

Tanitoluwa Adewumi foi perseguido pelo Boko Haram, fugiu da Nigéria e foi sem-abrigo nos Estados Unidos. Agora, com apenas 10 anos, chegou à elite mundial do xadrez.


Grande Mestre é um dos títulos vitalícios concedidos pela Federação Internacional de Xadrez aos jogadores profissionais. Para obter este título é necessário conseguir uma pontuação igual ou superior a 2.500 pontos em pelo menos 24 partidas válidas, cumprindo uma série de requisitos.

Tanitoluwa Adewumi, uma criança de dez anos de Nova Iorque, nos EUA, acabou de se tornar o mais novo Grande Mestre de xadrez do país, escreve a NPR. Adewumi tornou-se o 28.º jogador mais jovem de sempre a conseguir este título.

“Fiquei muito feliz por ter vencido e por ter conquistado o título”, disse a criança após ter vencido os seus quatros jogos no Fairfield County Chess Club Championship, este mês. “Realmente adorei ter finalmente conseguido”.

Adewumi joga xadrez há três anos, desde que tinha apenas sete anos de idade. Quando começou, ele e a sua família viviam num centro para sem-abrigo em Manhattan depois de fugir da perseguição religiosa pelo Boko Haram no seu país natal, a Nigéria.

O sucesso não veio por acaso. Segundo a rádio norte-americana, o jovem afro-americano treina “10, 11 horas” por dia, depois da escola. As horas de prática permitem que consiga prever com antecedência até 20 jogadas do adversário.

“Digo a mim mesmo que nunca perco, que apenas aprendo. Porque quando perdemos, temos que cometer um erro para perder o jogo. Assim, aprendemos com esse erro e aprendemos [em geral]. Então, perder é a maneira de vencer para você mesmo”, disse a criança de dez anos.

Segundo o jornal The New York Times, Adewumi escreveu um livro com os seus pais sobre a sua jornada, que será transformado num filme pela Paramount Pictures. Será produzido pelo apresentador e ator sul-africano Trevor Noah.

https://zap.aeiou.pt/adewumi-elite-mundial-xadrez-402017

 

sábado, 15 de maio de 2021

“Chernobyl do século XXI.” - Pandemia de covid-19 poderia ter sido evitada, dizem especialistas !

A pandemia de covid-19 podia ter sido evitada e o mundo deve aprender com os erros que não permitiram travar a disseminação do vírus, conclui um novo relatório, divulgado esta quarta-feira.


A pandemia de covid-19 poderia ter sido evitada, segundo os especialistas e personalidades mandatados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que reclamam a urgência de vastas reformas dos sistemas de alerta e prevenção para evitar novas pandemias.

Num relatório, o Painel Independente que apresentou esta quarta-feira resultados considera que a OMS demorou demasiado tempo a soar o alerta e que teria sido possível evitar a catástrofe classificada como “Chernobyl do século XXI”, que já custou a vida a pelo menos 3,3 milhões de pessoas e provocou uma crise económica mundial.

“É claro que a combinação de más escolhas estratégicas, falta de vontade de atacar as desigualdades e um sistema mal coordenado criaram um cocktail tóxico que permitiu à pandemia transformar-se numa crise humana catastrófica”, revela o relatório.

“Muito tempo se passou” entre a notificação de um foco epidémico na China, na segunda quinzena de dezembro de 2019 e a declaração, a 30 de janeiro pela OMS, de uma emergência de saúde pública de âmbito internacional, segundo os peritos. Isto enquanto a China foi acusada de camuflar a epidemia.

“O sistema atual falhou em proteger-nos da pandemia de covid-19. E se não atuarmos para mudá-lo agora, não nos protegerá da próxima ameaça pandémica, que poderá ocorrer a qualquer momento”, avisou Ellen Johnson Sirleaf, codirigente do painel de especialistas e ex-presidente da Libéria, citado pelo Expresso.

“A conclusão é que o sistema de alerta não funciona com a velocidade suficiente quando se enfrenta um patógeno respiratório que se move rapidamente. O Regulamento Sanitário Internacional é um instrumento conservador pela forma como está construído e contribui para restringir em vez de facilitar uma ação rápida”, assinalam os autores.

O grupo de especialistas recomenda o lançamento de um novo sistema mundial de vigilância, baseado numa “transparência total”. “Propomos que a OMS passe a publicar em tempo real todas as informações de que dispõe sem a permissão dos governos”, explicou Michel Kazatchkine, membro do Painel Independente.

“É preciso também que os 194 estados-membros da ONU permitam à OMS desenvolver uma investigação num país onde exista um foco infeccioso”, explicou.

Agora que os progressos da vacinação permitem vislumbrar um progressivo regresso à normalidade na América e na Europa, a índia reportou 4.200 mortes em 24 horas, 250.000 no total, e luta com uma variante que se estendeu a pelo menos 44 países.

Com a vacinação bastante avançada nos países desenvolvidos, exige-se no relatório que os países ricos forneçam mil milhões de doses de vacinas até setembro, e outras tantas até meados de 2022, a 92 países de fracos rendimentos, beneficiários do sistema de distribuição Covax.

https://zap.aeiou.pt/pandemia-poderia-evitada-402276

 

Corrida aos combustíveis - Ciberataque a oleoduto provoca pânico nos EUA !

Quase dois terços dos postos de gasolina do sudeste dos Estados Unidos registam escassez de combustível, depois de um ciberataque à maior rede de oleodutos do país ter obrigado a suspender as operações desde sexta-feira.


A empresa que opera a rede de oleodutos, a Colonial, suspendeu as operações na sexta-feira, após ter sido alvo de um ciberataque de ransomware, um tipo de software malicioso que bloqueia o acesso a informações até que seja paga uma recompensa.

De acordo com dados da aplicação gasbuddy.com, que monitoriza a procura, preços e disponibilidade de combustível naquele país, 65% dos postos de gasolina do estado da Carolina do Norte e 42% dos da Geórgia, Carolina do Sul e Virgínia têm falta de combustíveis.

A app refere ainda falta de combustível em 14% das estações de serviço do Tennessee, 10% das da Florida, 9% dos postos de Maryland, 8% dos de Columbia e 6% dos do Alabama. Mas há mais situações.

Face ao cenário, o secretário de Transportes dos Estados Unidos, Pete Buttigieg, pediu à população que não compre combustível para armazenar, sublinhando que, “em nenhuma circunstância, a gasolina deverá ser colocada em nenhum recipiente que não seja o próprio veículo ou um contentor apropriado”.

Buttigieg referiu ainda que a “prioridade máxima” é “levar combustível às comunidades que mais precisam” e indicou que este incidente também serve para lembrar que “as infraestruturas são questões de segurança nacional”.

Na mesma linha, a secretária da Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, sublinhou que não há falta de combustível. “Tal como não havia motivo para acumular papel higiénico no início da pandemia, não há motivo para armazenar gasolina”, explicou, notando que a Colonial Pipeline deve estar “substancialmente operacional” dentro de dias.

O preço do petróleo intermédio do Texas (WTI), que serve de referência para o mercado norte-americano, abriu a subir 1,33%, valendo 66,15 dólares o barril, apesar de o mercado ainda estar à espera do restabelecimento das operações da Colonial.

Pânico instalado

Contudo, está a ser difícil conter o pânico dos norte-americanos, que iniciaram uma corrida ao abastecimento com longas filas de motoristas em estações de serviço do sudeste do país.

Imagens de estações de televisão norte-americanas mostram condutores a sair, incapazes de abastecer por falta de combustível.

A procura desenfreada também já provocou um aumento dos combustíveis. Em declarações à rádio NPR, a Associação Automobilística Americana (AAA) nota que em algumas regiões os preços subiram dez cêntimos durante a noite.

Responsáveis do ciberataque identificados

No Domingo, segundo o jornal Público, o Departamento Federal de Investigação (FBI) identificou o grupo Darkside como sendo responsável pelo ataque. A organização faz parte de um grupo de criminosos que se foca em “extorsão digital”.

Segundo a Cybereason, uma empresa de cibersegurança de Boston, a DarkSide concentra-se no ataque a países de língua inglesa com esquemas de ransomware e evita países do antigo bloco soviético. O código de conduta da equipa também impede ataques a instituições como escolas, hospitais, hospícios e universidades.

A Darkside reitera que o seu objetivo “não é criar problemas para a sociedade” e a sua principal motivação do grupo será financeira.

No entanto, não há qualquer referência ao ataque da Colonial.

As autoridades dos EUA notam que não estão envolvidas em quaisquer negociações com o grupo. O valor pedido pelo resgate não foi divulgado.

https://zap.aeiou.pt/corrida-aos-combustiveis-ciberataque-a-oleoduto-pr-402201

 

 

Lula da Silva derrotaria Jair Bolsonaro numa segunda volta nas presidenciais de 2022 !

Uma sondagem recente revela que, se as eleições presidenciais do Brasil se realizassem hoje, Lula da Silva estaria à frente de Bolsonaro. O ex-secretário de Comunicação da Presidência do Brasil, Fábio Wajngarten, disse esta quarta-feira à CPI sobre a pandemia que o governo ignorou contactos da Pfizer e Dilma Rousseff considera gestão de Bolsonaro na pandemia de “genocídio”.

Se as eleições presidenciais do Brasil se realizassem hoje, o ex-Presidente brasileiro Lula da Silva estaria à frente o atual chefe de Estado numa primeira volta com 41% das intenções de voto contra 23% de Jair Bolsonaro e numa eventual segunda volta, com 55% dos votos contra 32% segundo uma sondagem – que é já a segunda – do Instituto Datafolha, divulgada esta quinta-feira.

A sondagem, feita pelo centro de sondagens do grupo da Folha de São Paulo, apontou ainda como candidatos o ex-ministro e antigo juiz da Lava Jato Sergio Moro com 7% dos votos, o ex-candidato presidencial e antigo ministro Ciro Gomes com 6%, o apresentador de televisão Luciano Huck (4%) e o governador de São Paulo, João Doria, com 3%.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o antigo candidato à Presidência e empresário João Amoedo também figuram na suposta disputa e aparecem empatados com 2% das intenções de voto.

Luiz Inácio Lula da Silva receberia assim a maioria dos votos dados a Doria, Ciro e Huck, enquanto o atual chefe de Estado herdaria a maior fatia dos que optaram por Moro. Esta é a primeira sondagem desde que a justiça anulou as condenações de Lula da Silva no âmbito da operação da Lava Jato, há pouco mais de dois meses, e que lhe restabeleceu os seus direitos políticos.

Além de anular as condenações, o Supremo Tribunal Federal do Brasil também reconheceu que Sergio Moro foi parcial ao condenar Lula da Silva no caso do tríplex de Guarujá, numa nova vitória para o “petista”

Apesar de as condenações de Lula terem sido anuladas e de voltar a estar elegível, isso não significa que o antigo Presidente brasileiro tenha sido inocentado, já que os casos serão remetidos para a justiça do Distrito Federal, que os vai reavaliar e pode receber novamente as denúncias e reiniciar os processos anulados.

A sondagem foi feita com 2.071 pessoas, de forma presencial, em 146 municípios, nos dias 11 e 12 de maio, segundo a Folha de S.Paulo. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A sondagem apontou 9% de votos em branco e nulos e 4% dos brasileiros ouvidos disseram estar indecisos.

Quer Lula, quer Bolsonaro, já admitiram a possibilidade de concorreram às presidenciais de 2022, apesar de ainda não ter confirmado a recandidatura.

Brasil ignorou carta da Pfizer sobre vacinas

Em depoimento à investigação parlamentar à resposta do governo brasileiro à crise sanitária, Fábio Wajngarten afirmou que uma carta enviada pela farmacêutica a oferecer vacinas, em 12 de setembro de 2020, ao Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e ao Ministério da Saúde e outros membros do governo, não recebeu resposta até 9 de novembro, quando tomou conhecimento do documento.

“A carta foi enviada dia 12 de setembro. O dono de um veículo de comunicação [social] me avisa em 9 de novembro que a carta não foi respondida. Nesse momento, envio um email ao presidente da Pfizer. Quinze minutos depois, o presidente da Pfizer no Brasil – eu liguei para Nova Iorque -, me responde. Ele disse: Fabio, obrigado pelo seu contacto”, relatou Wajngarten.

Parlamentares da oposição avaliam que Bolsonaro dificultou a aquisição de vacinas contra a Covid-19, nomeadamente da Sinovac e da Pfizer, por defender a tese da chamada imunidade de grupo.

Jair Bolsonaro chegou a insinuar que o imunizante da Pfizer poderia transformar as pessoas em “jacaré” numa conversa com apoiantes antes de o governo brasileiro decidir comprar a vacina.

Respondendo a uma pergunta do relator da investigação, Renan Calheiros, sobre uma entrevista que Wajngarten deu à revista Veja em que alegadamente acusou a equipa do Ministério da Saúde de ter falhado na negociação da vacina, o antigo secretário foi evasivo e caiu em contradição em diversos momentos, irritando os senadores da CPI.

Wajngarten disse que teve reuniões com a equipa da Pfizer para ajudar na negociação e “destravar burocracias”, mas depois negou ter participado das negociações quando foi questionado sobre o número de doses oferecidas ao Brasil.

“Nunca procurei a Pfizer, nunca pedi a reunião, eu nunca nada. Sempre me comportei de forma reativa para acelerar a chegada da melhor vacina naquele momento”, declarou, noutro momento.

O ex-secretário de Comunicação participa na CPI na condição de testemunha e, portanto, não pode negar-se a responder ou mentir.

Ao contrário do que terá dito à revista Veja, Wajngarten também se negou a criticar membros do governo brasileiro. Questionado se houve “procrastinação” por parte do governo brasileiro na aquisição das vacinas da Pfizer, disse aos senadores que não, alegando que o contrato oferecido tinha “cláusulas leoninas”.

“Acho que a burocracia, a morosidade na tomada de decisão que é característica da administração pública é um problema nos casos excecionais como a gente tem na pandemia”, declarou.

Confrontado com as declarações que alegadamente deu em entrevista à Veja em diversos momentos, Wajngarten foi acusado de mentir pelos parlamentares na sessão, que teve confrontos verbais entre senadores apoiantes e que fazem oposição ao governo Bolsonaro.

“Se mentiu à Veja e a esta comissão, vou requerer a forma da legislação processual a prisão do depoente”, afirmou o relator da investigação, Renan Calheiros. A pedido do relator, a comissão requisitou a gravação da entrevista de Wajngarten à revista.

O presidente da CPI, Osmar Aziz, também criticou o ex-secretário afirmando que se não fosse objetivo nas respostas a CPI iria “dispensá-lo” da comissão. “Pediremos à revista Veja que mande a gravação e o chamaremos de novo, não como testemunha, mas como investigado”, avisou.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo ao contabilizar 425.540 vítimas mortais e mais de 15,2 milhões de casos confirmados de Covid-19. A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.319.512 mortos no mundo, resultantes de mais de 159,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Dilma Rousseff classifica de “genocídio” gestão de Bolsonaro na pandemia

Esta quarta-feira, numa cerimónia na Cidade do México, a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff classificou de “genocídio” a gestão da pandemia feita pelo atual chefe de Estado.

“O meu país vive uma situação difícil. Temos a presença do neoliberalismo que, com um Governo neofascista, é responsável talvez por um dos maiores processos de genocídio da história da humanidade”, disse a ex-presidente, referindo-se às mais de 425 mil mortes que o novo coronavírus já fez no Brasil.

Além disso, considerou que o atual Governo do seu país “entregou uma população inteira à morte” e voltou “a uma situação terrível de insegurança alimentar”, escreve o Dinheiro Vivo.

Dilma Rousseff, membro do Partido dos Trabalhadores (PT), foi destituída da presidência do Brasil em 2016, pelo Congresso, por irregularidades na gestão das contas públicas, o que considera um “golpe de Estado”.

https://zap.aeiou.pt/lula-silva-derrotaria-bolsonaro-2022-402154

 

Sindicato dos médicos do Japão pede cancelamento dos Jogos Olímpicos !

O Sindicato Nacional de Médicos Japoneses apresentou esta quinta-feira uma petição ao governo a pedir o cancelamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, previstos para o verão, alegando o risco elevado de propagação de novas variantes do SARS-CoV-2.


Na petição, apresentada ao ministério da Saúde, o sindicato considerou que “o maior problema é a ameaça de novas estirpes” do vírus, responsável pela covid-19, e referiu que, apesar da competição se disputar sem público, “não se pode descartar a hipótese de o vírus ser transmitido pelos atletas”, noticiou a agência Lusa.

Os médicos nipónicos entendem, por isso, que “não é possível disputar uns Jogos seguros” e pediram o seu cancelamento.

“Será muito duro para os atletas, mas alguém tem de pedir o cancelamento dos Jogos. Por motivos sanitários, vemo-nos obrigados a ser nós a pedir”, disse Naoto Ueyama, representante do sindicato, em conferência de imprensa.

Ueyama considerou que o governo japonês “tem a importante missão de proteger a vida dos cidadãos” e instou o executivo a “mostrar uma postura clara”.

A estrutura sindical lembrou que os médicos estão a trabalhar acima das suas capacidades, para fazer face à pandemia de covid-19, e acusou o governo de querer reduzir o número de profissionais de saúde disponíveis, afetando-os apenas à competição.

https://zap.aeiou.pt/sindicato-medicos-japao-cancelamento-jogos-402312

 

Ohio vai oferecer lotaria de 1 milhão de dólares a cinco pessoas vacinadas !

Ser-se vacinado nunca foi tão apelativo. No estado norte-americano do Ohio, cinco adultos vão receber 1 milhão de dólares como incentivo à vacinação contra a covid-19


Mike DeWine, governador do estado norte-americano de Ohio, anunciou recentemente a criação de uma lotaria que vai oferecer um milhão de dólares (cerca de 827 mil euros) a cinco privilegiados que sejam vacinados contra a covid-19.

Depois de ofertas de cerveja, donuts e até canábis, esta é mais uma iniciativa que tem como objetivo incentivar a imunização contra a doença provocada pelo SARS-CoV-2.

Para estar-se apto a jogar, é necessário ter mais de 18 anos, ser residente em Ohio e estar vacinado (antes da lotaria).

“Eu sei que alguns poderão dizer ‘DeWine, estás louco’. Esta ideia é um desperdício de dinheiro. Mas, na verdade, o verdadeiro desperdício neste ponto da pandemia – quando a vacina está prontamente disponível para quem a quiser – é uma vida perdida para a covid-19″, escreveu o governador no Twitter.

O The New York Times avança que a nova lotaria acontecerá uma vez por semana durante cinco semanas, na quarta-feira. O dinheiro – cinco milhões de dólares no total – será retirado dos fundos de alívio federais criados no contexto da pandemia.

As lotarias ainda levantam algumas questões legais por não terem sido aprovadas pelo Governo. Apesar disso, o governador anunciou que o primeiro vencedor será nomeado a 26 de maio e prometeu mais detalhes sobre a iniciativa ao longo desta quinta-feira.

É já sabido que há também incentivos para os menores de 17 anos vacinados contra a covid-19. Como não podem participar na lotaria, habilitam-se a ganhar bolsas de estudo de quatro anos, que incluem os custos das propinas, estadia e livros, nas universidades de Ohio. As candidaturas começam a 18 de maio.

O diário norte-americano avança que 36% dos residentes do estado de Ohio estão totalmente vacinados contra a covid-19. A média nacional é de 35%.

https://zap.aeiou.pt/ohio-1-milhao-cinco-pessoas-vacinadas-402356

 

Voo “para lado nenhum” esgota em tempo recorde - Bastaram 2,5 minutos !

A companhia aérea australiana Qantas vendeu os bilhetes para o próximo “voo para lugar nenhum” em tempo recorde: 2,5 minutos.


A Qantas está a promover um novo “voo para lugar nenhum” que dará aos famintos por viagens a oportunidade de admirar a superlua do final de maio e o eclipse lunar completo a partir dos céus.

Mas se estava à espera de conseguir bilhetes, está sem sorte. De acordo com a CNN, a companhia aérea vendeu-os em tempo recorde: 2,5 minutos bastaram para esgotar os 150 bilhetes reservados para a viagem que parte a 26 de maio do Aeroporto de Sidney.

Nunca um voo tinha esgotado tão depressa.

O Boeing 787 Dreamliner vai levantar voo, vaguear pelo céu e aterrar no mesmo aeroporto sete horas depois. Os passageiros vão sobrevoar a Grande Barreira de Coral, visitar a Baía de Sidney, ver a superlua e assistir a um eclipse lunar, a 40 mil pés de terra firme, além de outras atrações turísticas da Austrália.

Um bilhete económico custava 499 dólares australianos (cerca de 318 euros), enquanto um bilhete na classe executiva tinha um custo de 1.499 dólares (o equivalente a 956 euros). Mesmo assim, o preço não foi um impedimento.

O voo promete um vislumbre espetacular pelas paisagens australianas. A companhia aérea garante que os lugares não importam, já que o avião vai girar para que os os passageiros possam desfrutar igualmente da vista.

Em comunicado, a Qantas informou que está também a trabalhar diretamente com a astrónoma Vanessa Moss para projetar “a rota de voo ideal sobre o Oceano Pacífico”.

Moss também estará a bordo para entreter os viajantes com informações e curiosidades sobre o evento lunar de 26 de maio, que a NASA apelidou de “Super Lua de Sangue”, já que, conforme a Lua passa pela sombra da Terra, parece mais escura e vermelha.

Este não é o primeiro voo “para lado nenhum”. Outras companhias aéreas, em Taiwan e no Japão, também fizeram voos deste género para combater as perdas que têm vindo a sofrer na sequência da pandemia.

https://zap.aeiou.pt/voo-lado-nenhum-esgota-2-5-minutos-402417

 

Tweet de Elon Musk afunda Bitcoins e dá força à criptomoeda que nasceu como meme !

A Tesla vai deixar de aceitar Bitcoins como forma de pagamento. A revelação foi feita por Elon Musk numa publicação no Twitter e levou à queda do valor da criptomoeda no mercado. A par disso, Musk admite apostar antes nas Dogecoins que nasceram como uma piada inspirada num meme.


O mercado de criptomoedas está ao rubro depois de Musk ter anunciado, no seu perfil do Twitter, que a Tesla não vai, afinal, aceitar Bitcoins como forma de pagamento.

É um volte-face e que, em apenas alguns minutos, levou a uma queda de 5% no preço das Bitcoins, caindo para o patamar dos 45 mil dólares.

O anúncio, em Fevereiro passado, feito pelo mesmo Musk de que a Tesla aceitava Bitcoins levou a uma valorização na cotação desta criptomoeda. Nessa altura, a Tesla anunciou também ter adquirido cerca de 1,5 mil milhões de dólares em Bitcoins.

Mas, agora, Musk revela que “a Tesla suspendeu a compra de veículos usando Bitcoin” porque, na empresa, estão “preocupados com o rápido aumento do uso de combustíveis fósseis para mineração e transacções” desta criptomoeda, especialmente pelo uso de carvão que “tem as piores emissões” poluentes.

Como é feita a mineração de Bitcoins

As Bitcoins são sustentadas pelo chamado processo de mineração que é essencial para manter a blockchain, ou seja, a rede de blocos criptografados que mantém o histórico de todas as transacções da criptomoeda. Essa mineração exige grandes gastos de energia.

No fundo, os “mineradores” fazem o papel de um Banco, através de programas informáticos específicos, supervisionando as transacções de Bitcoins e garantindo que o processo decorre sem falhas através de um protocolo do tipo “proof-of-work” (ou seja, prova de trabalho).

Nesse processo, os “mineradores” são recompensados com mais Bitcoins pelo seu trabalho.

Basicamente, é como tentar encontrar uma solução completamente aleatória para um problema, o que implica milhões de tentativas e erros. E é esse processo que requer grandes gastos energéticos e que merece as críticas de Musk.

Mas “a criptomoeda é uma boa ideia a muitos níveis” e “tem um futuro promissor”, assume o empreendedor numa publicação no Twitter, realçando que “isso não pode vir a grande custo para o meio ambiente“.

Tesla já está “a analisar outras criptomoedas”

O empreendedor assegura ainda que “a Tesla não venderá nenhuma Bitcoin”, pois pretende “usá-la para transacções logo que a mineração faça a transição para uma energia mais sustentável”.

Entretanto, a empresa está “a analisar outras criptomoedas” que usam menos “1% de energia”, refere ainda Musk.

A Tesla tem beneficiado da febre em torno das criptomoeadas. Um relatório divulgado em Abril passado aponta que os lucros com a venda de Bitcoins permitiram à empresa ter um “impacto positivo” de 101 milhões de dólares, conforme avança a CNBC.

Musk volta a dar impulso às Dogecoins

Entretanto, Musk volta a falar das Dogecoins através de uma sondagem no seu perfil do Twitter, onde pergunta aos seguidores se querem que a Tesla aceite estas criptomoedas. Nas respostas, mais de 78% dos participantes dizem que sim.

Musk foi um dos principais responsáveis pela ascensão das Dogecoins no mercado das criptomoedas. É a “criptomoeda do povo”, chegou a dizer o magnata.

E já há quem antecipe que depois de ter abandonado as Bitcoins, Musk anuncie, muito em breve, que a Tesla aceitará pagamentos em Dogecoins.

O que é certo é que as palavras do empreendedor e visionário têm muito impacto no mercado das criptomoedas. Veja-se que depois de ter participado no programa de televisão “Saturday Night Live”, onde fez piadas com as Dogecoins, assumindo que era “um golpe” num sketch humorístico, esta criptomoeda sofreu uma queda de 30% no seu preço.

Mas os mais recentes tweets de Musk estão a inverter a tendência de queda e a dar novo impulso às Dogecoins.

A criptomoeda que nasceu como meme

As Dogecoins foram criadas em 2013 pelo programador Billy Markus, ex-engenheiro informático da IBM. Foram desenvolvidas como uma piada a partir do meme de Doge, um cão da raça Shiba Inu, cuja imagem começou a surgir nas redes sociais a par de frases com erros gramaticais.

Nessa altura, as Bitcoins estavam envolvidas numa polémica por causa do seu uso em esquemas na Dark Web, o que beneficiou o crescimento das Dogecoins.

Além disso, Musk e outras figuras conhecidas do mundo tecnológico fizeram referências à nova criptomoeda, o que ajudou à sua expansão. Contudo, nos tempos iniciais, nem o seu próprio criador lhes deu muito crédito.

Em 2015, Billy Markus anunciou que tinha vendido todas as Dogecoins que tinha para comprar um Honda Civic. Em causa está um valor da ordem dos 10 mil dólares, o que é significativo se se considerar que falamos de uma criptomoeda que nasceu como um meme!

Contudo, foi uma má jogada do criador da criptomoeada, uma vez que a sua cotização no mercado subiu muito e, atualmente, chega a superar empresas como a Nintendo.

Entretanto, várias empresas têm dado um empurrão a estas criptomoedas, passando a usá-las nas suas transacções.

Nos EUA, segundo dados da Fortune, a equipa de basebol Oakland A’s terá começado a vender lugares no Estádio em troca de Dogecoins. E o multimilionário Mark Cuban anunciou também que a sua equipa de basquetebol, os Dallas Mavericks, completaram 6 mil transacções com a criptomoeda em Abril passado.

Por outro lado, há especialistas que consideram que as Dogecoins são uma moeda digital sem substância que representa um elevado risco.

De qualquer modo, têm como vantagem, relativamente às Bitcoins, o facto de serem mais rapidamente “mineráveis”.

Porém, no capítulo das criptomoedas, é preciso considerar sempre que estão em causa investimentos com grande potencial de risco, pois dependem muito da especulação. Além disso, a inexistência de um mercado regulado facilita potenciais fraudes e manipulações.

https://zap.aeiou.pt/tweet-elon-musk-bitcoins-dogecoin-402370

 

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Padres alemães desafiam doutrina do Vaticano e abençoam uniões entre pessoas do mesmo sexo !

Liebe Gewinnt (o amor vence) é o nome de um grupo de cerca de 100 padres alemães que está a abençoar uniões entre pessoas do mesmo sexo.


Segundo a Euronews, a posição da Congregação para a Doutrina da Fé, que defendeu que a igreja “não pode abençoar o pecado” e decidiu que as uniões de pessoas do mesmo sexo não podem ser abençoadas, foi conhecida em meados de março e contou com o apoio do Papa Francisco.

Em resposta a esta proibição, um grupo de 100 padres alemães, críticos das orientações oficiais da Igreja Católica, está a abençoar uniões entre pessoas do mesmo sexo, desafiando a doutrina do Vaticano.

No seio da Igreja Católica, as posições divergem. Os sacerdotes que integram esta iniciativa defendem que não se deve fechar aos crentes, independentemente da identidade sexual.

“Os casais que participem devem poder receber a bênção que Deus lhes quer dar sem qualquer secretismo”, salienta o grupo, num manifesto.

O Público escreve que, esta semana, sacerdotes de todo o país começaram a abençoar várias uniões, incluindo entre casais de divorciados, recasados, não casados e pessoas do mesmo sexo.

“Vamos ter toda a diversidade do amor”, disse à Reuters o padre Christian Olding, da cidade de Geldern. “Se dizemos que Deus é amor, não posso dizer a pessoas que comungam a lealdade, unidade e responsabilidade uma com a outra que o que têm não é amor, que é um amor de quinta ou sexta categoria.”

A proibição emitida pelo Vaticano em março deixou a ala mais progressista da Igreja Católica frustrada. Para os padres do grupo Liebe Gewinnt, a orientação foi “uma chapada na cara das pessoas de todo o mundo”, uma vez que Francisco era encarado como um Papa abeto a uma doutrina mais inclusiva.

https://zap.aeiou.pt/padres-alemaes-abencoam-unioes-sexo-402009

 

Direção da OMS não investigou acusações de abuso sexual na RDCongo !

A direção da Organização Mundial de Saúde (OMS) estava a par das acusações de assédio sexual durante o surto de Ébola na República Democrática do Congo (RDCongo) em 2019, e não a investigou, de acordo com uma investigação da Associated Press (AP).


Segundo a investigação, baseada em relatórios, correio eletrónico interno, reuniões e entrevistas aos intervenientes, em 2019 a direção da OMS foi informada pela enfermeira Shekinah que o médico canadiano Boubacar Diallo, que se vangloriava de ser amigo do diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus, lhe ofereceu um emprego em troca de sexo.

“Dadas as dificuldades financeiras da minha família, eu aceitei”, contou a enfermeira de 25 anos, que passou a ganhar o dobro do que ganhava até então, noticiou a agência Lusa.

“Quando um funcionário e três peritos em Ébola a trabalhar na RDCongo informaram a direção da OMS sobre as preocupações face aos abusos sexuais de Diallo, foi-lhes dito que não abordassem o assunto”, lê-se na investigação da AP, que vinca que a direção da OMS foi não só informada, como questionada sobre o que devia ser feito perante as acusações.

Para além de Diallo, também o médico Jean-Paul Ngandu estará envolvido, sendo acusado de engravidar uma jovem e de ter feito um acordo financeiro, assinado por membros da OMS enquanto testemunhas, para que o caso não fosse divulgado.

“Num contrato feito num notário e obtido pela AP, dois funcionários da OMS, incluindo um diretor, assinaram como testemunhas confirmando que Ngandu iria pagar à jovem, suportar os custos de saúde e comprar-lhe terras”, lê-se na investigação da AP.

Ngandu negou ter feito qualquer coisa de errado e disse que assinou o acordo “para proteger a integridade e a reputação da OMS”, segundo a AP, que apontou que a investigação revelou que pelo menos oito diretores assumiram em privado que a OMS não fez o suficiente para impedir estes abusos.

“Não se pode apontar para este caso e dizer que houve uma operação no terreno que correu mal, de certa forma isto é a ponta do iceberg”, disse o chefe de emergências, Michael Ryan, numa reunião interna.

No dia 15 de outubro, o responsável máximo da OMS nomeou um painel independente para investigar estas e outras acusações sobre os abusos sexuais na RDCongo, cujas conclusões deverão ser conhecidas em agosto.

https://zap.aeiou.pt/oms-acusacoes-abuso-sexual-rdcongo-401913

 

Na Índia, ser-se rico ou pobre pode fazer a diferença no acesso à vacina !

A Índia enfrenta uma grave escassez de vacinas contra a covid-19. Até ao momento, só 2,5% da população recebeu ambas as doses, enquanto 10% recebeu uma.


Na Índia, as pessoas que vivem em cidades com fácil acesso à Internet têm de se inscrever para serem inoculadas, enquanto quem mora em aldeias e em locais com pouco ou nenhum acesso à rede deve dirigir-se a um posto de saúde governamental para se inscrever online e receber a vacina de imediato.

No entanto, este plano de vacinação não funcionou. Alguns indianos que vivem nas cidades conduziram longas distâncias para serem vacinados em aldeias, negando as doses aos moradores mais pobres.

Segundo a Vice, o site do Governo e a aplicação, desenhada especificamente para uma das maiores campanhas de vacinação do mundo, não conseguiram acompanhar os milhões de inscritos vindos das cidades

Além disso, o país enfrenta uma grave escassez de vacinas. Quando a Índia deu início à campanha de vacinação, no início de abril, administrava um recorde de 3,5 milhões de vacinas por dia. Na semana passada, esse número foi reduzido para 1,3 milhões.

“O fornecimento de vacinas permaneceu quase o mesmo desde o início da campanha, mas a população-alvo elegível triplicou”, justificou Chandrakant Lahariya, especialista em políticas da saúde, à Associated Press. “No início, a Índia tinha muito mais oferta garantida do que procura, mas agora a situação inverteu-se.”

“Injustiça social criada pela exclusão digital”

“Recebi algumas reclamações de áreas rurais de que pessoas com experiência em tecnologia nas cidades estão a inserir os códigos PIN rurais para se registarem para a vacinação contra a covid-19”, disse Rajesh Tope, ministro de Saúde Pública e Bem-Estar Familiar do estado de Maharashtra, em comunicado.

É uma injustiça para com a população rural que está a ser privada da oportunidade de ser vacinada. As pessoas da cidade não deveriam fazer isso. Não há necessidade de entrar em pânico com o fornecimento limitado de doses”, acrescentou o responsável, apesar de não ter apresentado qualquer solução para o problema.

À Vice, um profissional dos media, que não quis ser identificado, disse que, em Mumbai, as pessoas estão a publicar nas redes sociais “como se conseguir uma vaga para a toma da vacina fosse como reservar bilhetes para um festival de cinema”. A situação “destaca a injustiça social criada pela exclusão digital“, disse.

De acordo com dados do Governo indiano, metade da população não tem acesso à Internet e, mesmo aqueles que têm acesso, não sabem como usar os serviços digitais.

“Pessoas financeiramente abastadas como nós estão a ter acesso às vacinas mesmo quando podemos trabalhar em casa”, disse Sahil Khan, um designer que vive em Pune. “Mas há pessoas que não sabem como ter acesso à vacina mesmo quando mais precisam.”

https://zap.aeiou.pt/india-rico-ou-pobre-acesso-vacina-402047

 

“França está em perigo” ! Ex-generais alertam que país pode estar a caminhar para uma guerra civil !

O governo francês condenou uma carta aberta assinada por soldados ativos que afirmava que o país estava a caminhar para uma “guerra civil” devido ao extremismo religioso.


Cerca de mil militares, incluindo 20 generais aposentados, subscreveram uma carta que culpa “partidários fanáticos” por criar divisões entre as comunidades e que diz que os islâmicos estavam a assumir o controlo de partes inteiras do território do país.

De acordo com a BBC, a carta foi publicada numa revista de direira pela primeira vez em 21 de abril – o 60.º aniversário de um golpe de Estado fracassado.

“A hora é grave, França está em perigo“, escreveram os signatários.

A carta avisa o presidente francês Emmanuel Macron, o seu Governo e parlamentares sobre “vários perigos mortais” que ameaçam França, incluindo “o islamismo e as hordas de banlieue” – os subúrbios de imigrantes empobrecidos que cercam as cidades francesas.

Os signatários continuam a culpar “um certo anti-racismo” por dividir comunidades e procurar criar uma “guerra racial”, atacando estátuas e outros aspetos da história francesa.

Os subscritores também acusam o Governo de tentar usar a polícia “como procurador e bode expiatório” ao reprimir brutalmente os populares “gilets jaunes” – protestos dos Coletes Amarelos dos últimos anos.

“Já não é hora de procrastinar, caso contrário, amanhã a guerra civil acabará com estes caos e mortes crescentes – pelas quais será responsável – com números na casa dos milhares”, conclui a carta.

A líder da extrema direita, Marine Le Pen, candidata às eleições presidenciais do próximo ano, manifestou apoio aos ex-generais e convidou os generais a juntarem-se a ela na “batalha de França”.

Por sua vez, a ministra da tutela das Forças Armadas, Florence Parly, escreveu no Twitter: “Dois princípios imutáveis ​​norteiam a ação dos militares no que diz respeito à política: neutralidade e lealdade”.

Parly alertou ainda que qualquer signatário que ainda esteja a servir nas forças armadas será punido por desafiar uma lei que exige que permaneçam politicamente neutros.

“Para quem violou o dever de reserva, estão previstas sanções, e se houver soldados ativos entre os signatários, pedi ao chefe do Estado-Maior das Forças Armadas que aplicasse as regras… ou seja, sanções”, disse a ministra, em declarações à rádio France Info.

Parly citou o caso de um ex-general da Legião Estrangeira que foi expulso do serviço militar por participar num protesto contra migrantes em Calais.

Já a ministra da Indústria, Agnès Pannier-Runacher, disse “condenou sem reservas” os generais “que pediam uma revolta 60 anos depois do golpe dos generais contra o general de Gaulle”.

O golpe de Estado fracassado envolveu generais que queriam impedir a Argélia – que era então uma colónia francesa – de conquistar a independência.

Recentemente, França propôs um projeto polémico para lidar com o que o presidente Emmanuel Macron descreveu como “separatismo islâmico”. No entanto, alguns críticos na França e no exterior acusaram o governo de ter como alvo o Islão.

https://zap.aeiou.pt/ex-generais-alertam-que-franca-pode-estar-a-398767

 

Partido de Macron impede candidata de concorrer a eleição por usar hijab !

O partido do presidente francês Emmanuel Macron impediu uma mulher muçulmana de concorrer como candidata às eleições locais porque tirou uma fotografia para um panfleto de campanha usando um hijab na cabeça.


Sara Zemmahi ficou famosa da noite para o dia em França, embora só esteja a concorrer como candidata substituta para um município de Montpellier.

A sua imagem, usando o hijab, num cartaz para as eleições regionais e departamentais em junho pelo partido do presidente Emmanuel Macron, Le Republique en Marche, abriu uma lacuna na formação e a enésima controvérsia nacional em torno de símbolos religiosos, o secularismo e o separatismo islâmico.

Segundo Le Republique en Marche, a linha do partido era que não deveria haver lugar para a exibição aberta de símbolos religiosos em documentos de campanha eleitoral.

“Esta mulher não será candidata de En Marche“, disse Stanislas Guerini, o secretário-geral do partido, em declarações à rádio RTL.

As questões sobre o panfleto começaram quando Jordan Bardella, o número dois do partido de extrema direita Rassemblement National de Marine Le Pen, publicou no Twitter uma imagem do panfleto com a pergunta: “É assim que se luta contra o separatismo?”

Guerini respondeu diretamente no Twitter, exigindo que o folheto fosse retirado ou Zemmahi perderia o apoio do partido.

A resposta do partido abriu amargas divisões internas. A deputada francesa do En Marche Caroline Janvier escreveu no Twitter: “Indigno. Correr atrás dos votos [da extrema-direita] só permitirá que as suas ideias prevaleçam. Basta.”

A lei francesa não proíbe o uso do hijab ou outros símbolos religiosos em imagens que aparecem em panfletos de campanha.

Porém, segundo o jornal britânico The Independent, isto mostra como o lugar do Islão na sociedade francesa se tornou um assunto delicado antes da votação presidencial do próximo ano, onde o principal desafio para a reeleição de Macron virá da extrema-direita.

Macron, que se orgulhava da composição multicultural e etnicamente diversa do seu partido após a vitória nas eleições de 2017, alertou sobre a crescente ameaça do separatismo islâmico aos valores centrais da França e à unidade da república.

Contudo, os críticos acusaram o presidente de procurar o voto da extrema-direita antes das eleições presidenciais do próximo ano.

https://zap.aeiou.pt/partido-macron-impede-hijab-402162

 

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Pandemia “roubou” habitantes a Nova Iorque, mas a cidade está a renascer novamente !

A pandemia de covid-19 “esvaziou” cidades norte-americanas, que mostram agora possíveis sinais de renascimento, de acordo com uma análise que sugere que os deslocamentos do ano passado terão sido temporários.


Os dados da Unacast, uma empresa norte-americana de rastreamento de telemóveis, revelaram que Nova Iorque perdeu 110 mil habitantes durante o ano passado, em grande parte devido à pandemia de covid-19.

No entanto, segundo a Reuters, a cidade “está a crescer novamente”: nos primeiros dois meses de 2021, ganhou 1.900 novos residentes, contra uma perda de 7.100 registada no mesmo período de 2020.

Durante o ano passado, os analistas da empresa norte-americana tinham dado conta de que os utilizadores de telemóveis estavam a mudar as suas localizações durante a noite para fora de Nova Iorque. Agora, começam a registar-se alguns movimentos de regresso à cidade que nunca dorme.

Esta mudança de paradigma pode ter começado no outono passado, quando o aumento sazonal habitual da população, relacionado com a chegada de universitários, quase correspondeu ao de 2019.

“Menos pessoas deixaram a cidade do que no ano anterior, e houve um grande fluxo nas áreas da periferia da cidade, talvez o retorno de alguns que partiram no auge da pandemia”, lê-se-se no relatório da Unacast.

Na semana passada, os economistas do Bank of America escreveram que “não veem evidências de um amplo êxodo urbano”, numa conclusão que combinou a análise dos dados de gastos do próprio cartão da empresa e uma pesquisa de outros relatórios.

Os analistas salientaram também que, com a pandemia de covid-19, algumas cidades mais caras, como Nova Iorque e São Francisco, assistiram a uma tendência acelerada de perda de população – ainda que as pessoas não se deslocassem para muito longe.

No fundo, estas e outras análises são indicadores de que as consequências económicas de longo prazo do ano passado poderão não ser tão profundas quanto se temia, avança a análise do World Economic Forum.

Ainda assim, falta analisar muita informação, como o aumento do número de desempregados face ao que existia antes da pandemia, por exemplo. “Ainda não está claro com que rapidez esses problemas irão diminuir e com que rapidez muitas dessas pessoas regressarão aos empregos (ou à procura de emprego).”

A prevalência das regras de trabalho em casa também pode afetar a vida económica das cidades. Por outro lado, as campanhas de vacinação em curso aumentaram a esperança de um regresso mais amplo aos padrões normais de vida em sociedade, mesmo em locais urbanos de maior densidade.

https://zap.aeiou.pt/pandemia-roubou-habitantes-nova-iorque-401761

 

Negacionistas ponderam usar máscara para se protegerem dos vacinados !

Uma nova teoria da conspiração argumenta que os vacinados vão “verter” certas proteínas prejudiciais para os não vacinados. A solução passa por usarem máscara e cumprirem o distanciamento social.


Embora o uso de equipamento de proteção individual e o respeito pelas regras sanitárias seja praticamente generalizado, ainda há uma pequena parcela de negacionistas que recusa adotar as medidas.

Este grupo de pessoas é defensor de teorias da conspiração que, por exemplo, argumentam que a pandemia de covid-19 foi um estratagema para despovoar o mundo e que a vacina é o que eliminará as massas.

Agora, alguns negacionistas estão a ponderar usar máscara após uma nova teoria sugerir que os vacinados vão “verter” certas proteínas para os não vacinados, que por sua vez sofrerão efeitos adversos. Menstruação irregular, infertilidade e abortos espontâneos são alguns dos supostos efeitos, escreve a Vice.

Assim, a solução deste grupo de negacionistas pode passar por usar máscara de proteção individual e cumprir o distanciamento social — medidas que outrora se mostrou relutante em cumprir.

Sherri Tenpenny, uma antivaxxer que foi considerada crucial na divulgação das teorias da conspiração sobre a covid-19, sugeriu que se pode ter que “ficar longe de alguém que tomou estas vacinas… para sempre”.

Larry Palevsky, pediatra e antivaxxer de Nova Iorque, concorda e sugere que “algo está a ser passado de pessoas que foram vacinadas com este veneno para outras que não receberam a injeção”. Além disso, defende que as pessoas que foram vacinadas usem um crachá no braço para que se saiba que foram inoculadas.

A ideia faz lembrar a braçadeira com a estrela de David que os judeus foram obrigados a usar durante as invasões nazi.

Apesar de não ter fundamento científico, a teoria da conspiração já está a surtir efeito. Recentemente, uma escola particular em Miami, Florida, chegou ao ponto de proibir professores vacinados de interagirem com alunos não vacinados.

https://zap.aeiou.pt/negacionistas-usar-mascara-protegerem-401689

 

Com um surto grave e hospitais em colapso, a Índia tem um novo problema: Um fungo raro e mortal !

Um raro fungo que invade o cérebro está a ser cada vez mais visto em pacientes vulneráveis na Índia, incluindo aqueles com covid-19.


Este domingo, o ministério da saúde indiano divulgou um comunicado sobre como tratar a infecção. No estado de Gujarat, cerca de 300 casos foram registados em quatro cidades, incluindo Ahmedabad, de acordo com dados de hospitais públicos.

A infecção, chamada mucormicose, “é muito séria, tem uma alta mortalidade e é necessário uma cirurgia e muitos medicamentos para superá-la quando se instala”, disse Peter Collignon, que faz parte do comité de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre resistência a antibióticos e doenças infecciosas, citado pelo jornal britânico The Guardian.

A doença é causada por um grupo de fungos, chamados mucormicetes, que vivem em todo o meio ambiente. A mucormicose é observada em todo o mundo e pode ser adquirida em hospitais – normalmente por pacientes vulneráveis que tenham sido submetidos a transplantes – quando os fungos se entranham nos lençóis, passam pelos sistemas de ventilação ou são transmitidos através de adesivos.

“São uma família de fungos que entram nos seios nasais e se depositam lá, podendo entrar nos espaços aéreos”, explicou Collignon. “Quando o seu sistema imunológico não consegue mantê-los sob controlo, invadem a base do cérebro, onde se torna um problema real, e realmente muito sério”.

Os esporos de fungos são geralmente inalados e, embora o sistema imunológico da maioria das pessoas consiga afastá-los, pessoas com doenças como diabetes ou leucemia, que enfraquecem o sistema imunológico, ou quem toma medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater germes, como esteroides, são propensas a esporos que se transformam numa infeção.

Segundo Collignon, a covid-19 está a criar condições para que a infeção se instale. O sistema imunológico das pessoas estava a ser comprometido pelo vírus e a mucormicose está a ser observada de forma particular em pacientes que também tinham diabetes.

“Damos muitos esteróides em altas doses agora a pessoas com covid-19 se acabarem nos cuidados intensivos, pois os esteróides ajudam a tratar a inflamação, mas os esteróides, infelizmente, também suprimem o seu sistema imunológico”, afirmou o especialista.

Além disso, na Índia, o sistema de saúde está sob intensa pressão e os ambientes lotados e apertados estão a dar oportunidades à infeção de se instalar.

Os sintomas incluem dor e vermelhidão ao redor dos olhos e nariz, febre, dor de cabeça, tosse, vómito com sangue, secreção nasal preta e com sangue, dor num lado do rosto e nos seios da face, descoloração enegrecida no nariz, dor de dentes e visão dolorosa e turva.

Segundo o especialista, o tratamento da mucormicose é difícil e caro. A taxa de mortalidade é de mais de 50% e os pacientes recebem medicamentos antifúngicos que podem ser bastante tóxicos.

“É necessária cirurgia para limpar a fonte do fungo, que geralmente é o seio nasal, e a parte de trás da garganta na parte de trás do nariz”, disse Collignon. “É preciso entrar lá e tirar todo o material fúngico. Essa cirurgia pode ser em locais muito delicados como a base do cérebro”, explicou.

Variante indiana presente em 44 países

A OMS anunciou nesta quarta-feira ter detetado a variante, responsável pelo surto de casos da covid-19 na Índia, em dezenas de outros países de todo o mundo.

A variante B.1.617, que apareceu pela primeira vez na Índia em outubro, foi detetada em “44 países nas seis regiões da OMS”, disse a organização, que acrescentou ter recebido “notificações de deteção em cinco outros países”.

Além da Índia, o maior número de casos de infeção com a variante B.1.617 foi detetado no Reino Unido.

Esta semana, a OMS classificou esta variante do novo coronavírus como “de preocupação ou de interesse global” por estudos indicarem ser mais contagiosa do que o vírus original. Apontada como uma das razões para o surto na Índia, o mais grave neste momento a nível mundial, a variante B.1.617 juntou-se à lista de três outras, que apareceram pela primeira vez no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul.

Estas variantes são consideradas mais perigosas do que a versão original do SARS-CoV-2 por serem mais contagiosas, mortais ou resistentes a certas vacinas.

https://zap.aeiou.pt/com-um-surto-grave-e-hospitais-em-colapso-a-india-401824

 

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