O avião da Ryanair tinha 160 pessoas a bordo e aterrou às 20h08 locais (19h08 em Lisboa) no aeroporto de Berlim-Brandemburgo.
Um avião da Ryanair, que ligava Dublin a Cracóvia, foi forçado a aterrar em Berlim,
no domingo à noite, na sequência de uma ameaça de bomba, antes de poder
continuar o voo, noticiaram meios de comunicação social.
“As medidas de segurança da polícia terminaram sem que fosse detetado
qualquer perigo”, disse uma porta-voz da polícia de Berlim. “Os
passageiros retomaram o voo para a Polónia num avião de substituição”,
acrescentou, sem mais pormenores sobre as razões do alerta.
O diário Bild Zeitung indicou tratar-se de uma falsa ameaça de bomba.
De acordo com os meios de comunicação alemães, a bagagem dos
passageiros foi deixada na pista para ser revistada por equipas de cães,
enquanto o avião foi cercado por numerosos polícias e bombeiros.
“O avião da Ryanair solicitou uma aterragem de emergência e foi imediatamente autorizado”, disse o porta-voz do aeroporto Jan-Peter Hack ao diário Bild, acrescentando que os passageiros foram levados para o terminal para comer.
Em 23 de maio, um avião da Ryanair, que fazia a ligação entre Atenas e Vilnius, foi obrigado a aterrar em Minsk para que o jornalista dissidente Roman Protasevich e a companheira fossem detidos pelas autoridades bielorrussas.
Protasevich, de 26 anos, cujo canal Nexta na rede social Telegram
se tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de
protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de
2020, encontra-se detido em Minsk e já foi submetido a interrogatórios.
Em julho de 2020, um avião da Ryanair, na mesma rota
Dublin-Cracóvia, foi obrigado a fazer uma aterragem de emergência em
Londres na sequência de uma ameaça de bomba, também infundada.
Uma startup da Califórnia ensinou um computador a “provar”
vinho e está a usar a tecnologia para ajudar os vinicultores a melhorar
os seus produtos e atrair novos clientes.
Katerina Axelsson, fundadora da empresa, revela que a Tastry
usa Inteligência Artificial para analisar “dezenas de milhares de
vinhos por ano”, gerando uma grande quantidade de dados para ajudar os
vinicultores e comerciantes a direcionar os seus produtos de forma mais
eficaz.
A ideia de Axelsson surgiu quando, enquanto estudante de química, esteve a trabalhar numa região vinícola, onde detetou “idiossincrasias” na avaliação do vinho.
A jovem começou a analisar amostras de vinho, identificando milhares
de compostos. Através do uso da Inteligência Artificial, Axelsson pôde
ver de que forma os compostos interagiam uns com os outros, criando o
perfil de sabor do vinho.
Assim, pegou nesse perfil e usou a aprendizagem da máquina para
comparar o seu sabor, aroma, textura e cor com outros vinhos no banco de
dados.
O método permitiu que Axelsson desenvolvesse uma aplicação – a BottleBird – que faz a recomendação de vinhos e que foi lançada em 2019.
Através de um questionário, os consumidores podem inserir as suas preferências de sabor, e o software irá recomendar o vinho mais adequado.
Atualmente, a Tastry trabalhar diretamente com vinicultores
nos Estados Unidos. As marcas pagam para que a sua garrafa seja
analisada “e em troca têm acesso ao que chamamos de painel de insights, onde podem identificar como o seu vinho é recebido no mercado de oportunidade”, explica Axelsson.
Contudo, tal como diz a CNN,
a inovação está a mergulhar num mundo que ainda é mundo ligado à
tradição, por isso existem alguns crítico a esta abordagem algorítmica.
“É como ter um computador a analisar uma obra de arte”, diz Ronan Sayburn, diretor de vinhos do 67 Pall Mall, um clube privado em Londres.
Sayburn admite que a tecnologia pode ser útil para amadores, mas “quando se trata de algo que é um assunto muito emotivo, acho que deve haver contacto humano”, reitera.
Por sua vez, Axelsson concorda que o método não substitui um enólogo, mas justifica que este torna torna possível analisar mais vinhos ao longo de um ano do que um ser humano conseguiria.
Ainda este ano, a empresa irá começar a oferecer os seus serviços na Europa.
As livrarias francesas receberam recentemente um e-mail da editora Fayard, uma das mais importantes do país, a anunciar a publicação da sua “edição crítica” do livro Mein Kampf, escrito por Adolf Hitler.
A obra, que é considerada um manifesto da ideologia racista e
antissemita, será publicada no dia 2 de junho, em França. Apesar dos
tabus morais que sempre pairaram sobre Mein Kampf e da perene controvérsia política, a Fayard Publishing decidiu disponibilizar o livro ao público.
Diante do dilema de não divulgar o manifesto pelo risco que isso
acarreta, ou fazê-lo por ser considerado um documento histórico
fundamental do século XX, as editoras francesas, como antes as alemãs,
optaram por este último.
De acordo com o La Vanguardia, a nova versão francesa de Mein Kampf
é fruto de quatro anos de trabalho de uma grande equipa de
historiadores de prestígio. O resultado é um volume denso de cerca de
mil páginas que pesa quase quatro quilos.
O compromisso ético era publicar um uma obra desconstruída através da
análise dos melhores especialistas, para contextualizar a sua mensagem e
“historicizar o mal”.
Daí o título: Historiciser le Mal, une édition critique de Mein Kampf. “Se o texto é um veneno, em cada página há antídotos”, disse a presidente da Fayard, Sophie de Closets.
Mas a obra não é para todos os bolsos: em França, cada exemplar vai custar 100 euros.
Para a De Closets, o alto “reflete a amplitude do trabalho realizado”.
Além disso, é preciso ter em conta que o livro não será vendido
diretamente nas livrarias – o cliente terá de fazer o pedido à editora
que, posteriormente, irá enviar a obra para casa.
Não haverá versão digital. Serão impressos 1 mil exemplares, destinados principalmente a académicos e professores.
Hitler escreveu Mein Kampf quando era prisioneiro na prisão
de Landsberg, entre 1924 e 1925, após a sua tentativa de golpe
fracassada contra a República de Weimar, numa cervejaria de Munique.
As máscaras têm proporcionado um alívio inesperado em relação
às expectativas sociais, além de ajudarem as pessoas a evitar não só a
covid-19, como outro tipo de doenças.
A máscara passou a fazer parte das nossas vidas. Há mais de um ano
que este objeto de proteção individual é usado na rua, nos transportes
públicos e até no trabalho, devido à pandemia de covid-19 que assolou o
mundo inteiro.
Nos Estados Unidos, e de acordo com as indicações do Centro para o
Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), as pessoas que tenham sido
plenamente vacinadas contra a covid-19 já não precisam de usar máscara
ou praticar distanciamento social em zonas interiores ou exteriores,
exceto em casos específicos.
“A população completamente vacinada pode começar a fazer as coisas
que parou de fazer por causa da pandemia”, anunciou Rochelle Walensky,
diretora do CDC. “Todos esperámos por este momento em que podemos ter um pouco mais de normalidade.”
Mesmo assim, muitos cidadãos norte-americanos não se sentem prontos para largar as máscaras. E as suas razões vão além do simples quadro médico, noticia a NBC News.
Jaz Johnson tem 46 anos, mora no Missouri e faz parte dos 40% de
cidadãos norte-americanos totalmente imunizados. Apesar de estar
protegida, recusa abdicar da máscara uma vez que serve de escudo não só
contra a covid-19, como também contra outros vírus.
Com a ajuda desta proteção, Jaz Johnson diz que conseguiu evitar os
episódios de gripe e febre que costumava ter todos os anos, pela altura
do inverno. A possibilidade de esconderas suas emoções é outro dos motivos invocados pela norte-americana para continuar a usar máscara no seu dia-a-dia.
A cadeia norte-americana realça que, para muitos, usar máscara
torna-se uma forma de não ter de estar à altura das expectativas
sociais. Representa uma espécie de “trégua” de uma sociedade que espera
certos comportamentos, como o uso de maquilhagem, por exemplo.
Cassidy, de 35 anos, é um veterano da Marinha dos Estados Unidos que também deu o seu testemunho à NBC. Como sofre de transtorno de stress pós-traumático e agorafobia, a máscara é um “escudo” que lhe permite comportar-se de forma controlada “sem pensar no que estará a fazer o meu rosto ou no que alguém pode achar de mim”.
Baruch Fischhoff, investigador na Carnegie Mellon University, diz que
manter o uso de máscara pode também ser interpretado como um gesto de
apoio às pessoas que ainda não podem ser vacinadas, como as crianças.
Pode também ser o sinal de uma dúvida “compreensível”: “será ainda muito cedo para abdicar?”
“A sensação de alívio vai-se construindo aos poucos, a um ritmo diferente para cada pessoa”, salienta Baruch Fischhoff.
Brad Smith, presidente da Microsoft Corporation,
disse recentemente que a vida em 2024 poderá ser muito semelhante à
opressiva distopia retratada no romance aparentemente profético de
George Orwell, 1984.
A Inteligência Artificial (IA) está a revolucionar o mundo. Recentemente, um documentário da BBC Panorama
analisou os diferentes aspetos que estão a ser alterados pela
tecnologia, desde descobertas científicas até meios sinistros de
controlo usados por militares e Governos.
Os avanços tecnológicos estão a ser usados em força no policiamento
da população, nomeadamente na China, o país que espera tornar-se o líder
mundial em IA até 2030. Mas não é caso único: nos Estados Unidos, por
exemplo, a tecnologia de reconhecimento facial foi transformada numa
autêntica arma pelas autoridades policiais.
Apesar de a Inteligência Artificial ser benéfica, nomeadamente no campo científico, pode abrir precedentes perigosos.
O IFL Science
detalha que, para alimentar um mundo movido a IA, são necessários
dados. O recurso mais valioso do mundo já não é o petróleo, mas os dados
das pessoas.
Acontece que esta “sede” por dados pessoais pode causar violações
graves de privacidade, além de ser incerto como serão usados para
prever, influenciar e controlar o comportamento da população.
“Lembro-me constantemente das lições de George Orwell no seu livro 1984“, disse Brad Smith, presidente da Microsoft Corporation,
no documentário da emissora britânica. A obra conta a “história de um
Governo que podia ver tudo o que todos faziam e ouvir tudo o que todos
diziam”.
“Isso não aconteceu em 1984, mas, se não tivermos cuidado, pode acontecer em 2024.
Há partes do mundo onde a realidade, infelizmente, está cada vez mais a
adaptar-se a essa visão da ficção científica”, justificou.
“Se não aprovarmos leis que protegem o público, vamos encontrar a
tecnologia em alta e será muito difícil de a alcançar”, acrescentou
ainda o empresário, que se mostra visivelmente preocupado com o
crescente domínio da IA. Para Smith, a regulamentação da tecnologia é desesperadamente necessária.
Embora já tenha morrido em 2015, Emanuele Sibillo continua a
ser uma figura presente na Camorra, a máfia de Nápoles, sendo quase
visto como uma divindade.
Em abril, as autoridades italianas retiraram o monumento fúnebre dedicado a Emanuele Sibillo, chefe de um grupo da Camorra, a máfia de Nápoles, conhecido como o “Bando das Crianças”, que se encontrava num beco no centro da cidade.
Emanuele Sibillo foi morto em 2015, com 19 anos de idade, num beco perto de Castel Capuano, pela família Buonerba, rival da família Sibillo.
De forma a prestar homenagem, foi construído um monumento de cerca de
dois metros de altura na entrada do edifício onde vive a maioria da
família, com uma espécie de altar dedicado à Virgem Maria que continha as cinzas de Sibillo e um busto do jovem.
De acordo com testemunhas, o clã de Sibillo chegou a obrigar os lojistas locais a ajoelharem-se em frente ao busto depois de pagar o “pizzo” (dinheiro de proteção), em sinal de submissão e respeito.
Sibillo era o líder de um grande grupo de menores e jovens que se
tinham tornado assassinos na guerra entre famílias mafiosas da cidade,
que deixou cerca de 60 mortos em três anos na região.
Conhecido em Itália como “baby boss”,
Sibillo teve uma rápida ascensão na hierarquia do crime organizado
napolitano. Com apenas 15 anos foi enviado para um centro de detenção
juvenil, onde entrou num curso de jornalismo e desenvolveu uma paixão por videorreportagem.
Quando regressou às ruas, começou a recrutar jovens para um novo
cartel. Sibillo liderou um rebelião contra os antigos clãs da Camorra
para assumir o controlo da cidade. Eventualmente, o gangue conseguiu lutar pelo controlo do centro de Nápoles.
Sibillo foi um dos primeiros jovens mafiosos a usar as redes sociais
como uma poderosa ferramenta de propaganda. Ele e os seus associados
exibiam o seu estilo de vida luxuoso no Facebook, publicando fotos de
roupas caras, carros e restaurantes exclusivos.
Ao “mostrar todos os privilégios de ser um mafioso da Camorra”, eles tornaram-se influenciadores da máfia e “modelos” para as gerações mais jovens de mafiosos, explicou Marcello Ravveduto, professor da Universidade de Salerno e estudioso da história da Camorra, citado pela Vice.
Sibillo estava na vanguarda de uma mudança de paradigma na Camorra, cuja estrutura agora assemelha-se mais aos gangues sul-americanos, em vez da tradicional máfia italiana familiar.
O jovem mafioso alcançou uma forma de divindade. “Ele é o patrono do seu bairro”,
diz Ravveduto. “O próprio ato de fazer as pessoas ajoelharem-se diante
do seu busto é um sinal de que, ainda hoje, este clã precisa de algo com
que se identificar. A morte de Sibillo é um apelo à união, num mundo
onde confrontos violentos entre fações em batalha acontecem quase
diariamente”.
Esta semana, cinco pessoas morreram afogadas depois de
tentarem tirar uma selfie em família num cais que desabou na Indonésia.
De acordo com vários relatos, a fatalidade acontece pouco tempo depois
de uma tragédia semelhante ter assombrado o país.
O acidente ocorreu quando os membros de uma família de 14 pessoas –
que visitavam o lago Kandi, no oeste da Indonésia – tentaram tirar uma selfie na estrutura de madeira, que acabou por ceder devido ao peso. Cinco membros da família morreram, incluindo um jovem de 17 anos.
Segundo o Vice, o grupo estava a acampar junto a um lago pitoresco, mas de acordo com as autoridades, era proibido permanecer no local.
“O acampamento já estava fechado, mas de alguma forma eles
conseguiram entrar no local. Tiraram uma selfie no cais e depois
afogaram-se ”, disse Susilo, funcionário da agência de acidentes, à
media local. Os corpos das vítimas foram resgatados e agora está a
decorrer uma investigação, disse a polícia à AFP.
Com mais de 17.000 ilhas, a Indonésia tem vários locais turísticos acessíveis apenas de avião ou barco.
Os sítios têm-se tornado cada vez mais populares entre os residentes
locais, sobretudo numa altura em que não há tanto turismo na região
devido à pandemia de covid-19.
No entanto, estes tipo de acidentes são muito comuns nos países do
sudeste asiático e, normalmente, acontecem porque as pessoas acabam por
não cumprir as regras dos locais ou estes não estão devidamente
assinalados com sinais de perigo.
As cinco mortes ocorreram semanas depois de um barco turístico, que se encontrava lotado em West Java, ter virado fazendo com que 9 dos 20 passageiros morressem afogados.
Neste caso, a culpa também foi das selfies. Os passageiros moveram-se
para um lado do barco para tirar uma fotografia em grupo, fazendo com
que este virasse.
As autoridades revelaram que estão a investigar o incidente e aconselharam os operadores turísticos a aderir aos padrões de segurança.
A genética acabou por tramar Alan Lee Phillips, um mecânico que foi resgatado nas Rocky Mountains depois de ter assassinado duas jovens, em 1982.
Em janeiro de 1982, Alan Lee Phillips ficou preso no seu automóvel nas Rocky Mountains,
no Colorado, Estados Unidos. A temperatura gelada de -30ºC dificultava a
vida ao norte-americano que, apesar de ter feito sinais de socorro com
os faróis do carro, foi resgatado por mero acaso.
Na altura, o resgate foi manchete em vários jornais. O indivíduo, de
30 anos, estava ligeiramente embriagado e tinha um hematoma no rosto,
mas encontrava-se bem de saúde.
Agora, quase 40 anos depois, esta história de sobrevivência ganha um capítulo macabro: segundo o The Times, a polícia do estado norte-americano descobriu que, horas antes do resgate, o mecânico matou duas jovens que estavam a pedir boleia nas proximidades e cujos assassinatos nunca foram solucionados.
Annette Schnee, de 22 anos, e Barbara Oberholtzer, de 29,
desapareceram de Breckenridge, no Colorado, no dia 6 de janeiro de 1982.
O corpo de Schnee foi encontrado seis meses depois num riacho,
totalmente vestido, e o de Oberholtzer foi encontrado logo no dia
seguinte ao desaparecimento, num aterro de neve na montanha.
O detetive Charlie McCormick passou vários anos a investigar a morte de Annette Schnee, mas foi o ADN das cenas do crime que denunciou Alan Lee Phillips, agora com 70 anos.
Em fevereiro, o mecânico foi detido durante uma operação stop no condado de Clear Creek, a poucos quilómetros do local dos crimes. O norte-americano foi acusado de sequestro, agressão e assassinato de ambas as jovens.
“Tenho tentado definir as minhas emoções e tem sido difícil. Nunca
pensei que este dia chegaria. Foi uma longa jornada”, reagiu McCormick
detetive da polícia de Denver, já reformado, que trabalhava no caso
arquivado desde 1989.
Em 2030, a Rússia quer enviar uma nave movida a energia
nuclear a Júpiter. A Roscosmos, agência espacial federal da Rússia,
anunciou o plano na semana passada.
A viagem de irá contar com uma “mini tour” pelo Sistema Solar, onde serão feitas paragens em torno da Lua e Vénus.
“Juntamente com a Academia Russa de Ciências, estamos agora a fazer
cálculos sobre a balística e a carga útil deste voo”, referiu o diretor
executivo de Ciência e Programas de Longo Prazo da Roscosmos, Alexander Bloshenko, de acordo com a agência de notícias TASS.
Batizada de Zeus, a nave será projetada para gerar
energia suficiente para impulsionar cargas pesadas no espaço profundo e
pode ser visto como uma espécie de central nuclear móvel.
Ao longo dos anos, têm sido muitos os países a estudar soluções
tecnológicas baseadas em energia nuclear para encurtar as viagens
espaciais.
Atualmente, as naves dependem de energia solar ou da força da
gravidade para acelerar. Isto significa que uma viagem de ida e volta a
Marte, por exemplo, pode demorar mais de três anos. De acordo com a
NASA, a energia nuclear pode reduzir este tempo em até um ano.
A maioria das naves usa painéis solares que convertem a energia do
Sol em eletricidade. No entanto, quanto mais fundo uma nave entra no
Sistema Solar, mais esta se afasta do Sol e menos energia solar está
disponível.
Embora as baterias possam ser usadas para backup, algumas missões foram alimentadas por um gerador termoelétrico radio-isotópico (RTG).
O novo projeto Zeus, em comparação, é um reator nuclear completo que
irá usar reações de fissão para conduzir a propulsão. Nas palavras dos
media estatais russos, é um “projeto secreto em desenvolvimento desde
2010” que envolve um reator nuclear de 500 quilowatts e que pesa cerca de 22 mil quilos.
As viagens espaciais movidas a energia nuclear têm muitas vantagens
em relação à energia solar pois são relativamente mais baratas,
extremamente confiáveis e podem acumular uma grande quantidade de
energia.
Já o itinerário da missão prevê que a nave se aproxime da Lua, siga
em direção a Vénus, onde irá puder usar a gravidade do planeta para
mudar a sua direção, seguindo assim até Júpiter, que é seu destino
final, escreve o IFL Science.
Com este percurso, a missão seria realizada em quatro anos e dois
meses, segundo o diretor executivo de programas de longo prazo e ciência
da Roscosmos.
A missão russa pode ser, em última análise, precursora para uma nova fronteira nos voos espaciais.
O trabalho remoto tornou-se normal durante a pandemia de
covid-19. O escritório passou a ser em qualquer sítio que, pelo menos,
pudesse assegurar o distanciamento social. Agora, duas cidades italianas
estão a receber profissionais com a promessa de os ajudar nos custos.
Numa tentativa de atrair visitantes, as cidades de
Santa Fiora, na Toscana, e Rieti, em Lazio, disponibilizam-se para pagar
até 50% do valor do aluguer de qualquer pessoa que decida mudar-se para
lá e trabalhar remotamente durante um longo período.
Nestas zonas de Itália, os preços dos alugueres já são relativamente
baixos, por isso esta ajuda ainda torna a possibilidade mais atraente.
Santa Fiora é uma aldeia medieval com cerca de 2.500
residentes atualmente. Situa-se mesmo no coração da Toscana e na
reserva natural do Monte Amiata e perto do maravilhoso Vale Val D’Orcia,
“paraíso do vinho de Montepulciano e de Siena”.
Nesta pequena vila as pessoas em teletrabalho vão receber até 200€ ou
até 50% da renda, para estadias de longa duração, de dois a seis meses.
Sendo que as rendas oscilam normalmente entre os 300€ e os 500€ por
mês, pelo que, a CNN, pode-se acabar por ficar com uma renda de 100€.
Já em Rieti habitam cerca de 50 mil habitantes, mas a
vila tem vindo a perder residentes. Perto de Roma, a cerca de 100
quilómetros, a vila tem assistido a uma verdadeira fuga de jovens para
os maiores centros urbanos, pelo que a ideia dos nómadas digitais surgiu
com o mesmo objetivo: chamar pessoas.
Aqui, os vouchers de apoio à renda podem ser estendidos além de seis
meses e um contrato de arrendamento preliminar é tudo o que é necessário
para concorrer, com a escolha de casa ao critério da pessoa.
Contudo, é importante relembrar que a proposta não diz respeito a umas férias. É exigido que os candidatos tenham um trabalho “ativo”, mesmo que possam realizá-lo à frente do computador.
Embora Itália ainda esteja a recuperar lentamente de sua última onda
pandémica, o país espera reabrir o turismo até ao final do mês.
As chamadas “vilas trabalhadoras inteligentes” estão a florescer cada
vez mais em Itália, à medida que as autoridades locais compreendem o
potencial de modernizar as comunicações e criar “laboratórios” equipados
para trabalhadores à distância.
Sedat Peker, um mafioso turco que trocou o país pelos Emirados Árabes Unidos em 2019, está a fazer do YouTube
o seu palco para ecoar graves acusações contra políticos do círculo de
Erdogan, nomeadamente o ministro do Interior Süleyman Soylu.
A mais recente estrela improvável do YouTube chama-se Sedat Peker e é um chefe da máfia turco exilado nos Emirados Árabes Unidos.
Sentado atrás de uma mesa e com um medalhão ao pescoço, o indivíduo, de 49 anos, dispara graves acusações contra membros do círculo de Erdogan durante os seus vídeos.
De acordo com o The Times, o filho de um ex-primeiro-ministro é um dos visados e estará envolvido no tráfico de drogas da Venezuela. Segundo o YouTuber,
um parlamentar do Partido AK de Erdogan também merece destaque por ter
estado alegadamente envolvido na violação e assassinato da jornalista
Yeldana Kaharman, em 2019.
Mas o principal alvo é Süleyman Soylu, ministro do
Interior, que terá prometido proteção a Peker antes de fugir da Turquia
para os Balcãs, em 2019. Soylu, que é próximo dos ultranacionalistas em
coligação com o AKP, nega as acusações.
Os vídeos, lançados uma vez por semana, tornaram-se um ritual da manhã de domingo para milhões de turcos, que os veem para descobrir os “podres” do círculo do Presidente da Turquia.
Sedat Peker, que foi responsável pela organização de comícios pró-Erdogan, começou a fazer do YouTube o seu palco depois de, em abril, operações policiais terem visado os seus negócios e o dos seus comparsas.
O maior, mais poderoso e mais rápido navio de guerra alemão
foi uma grande ameaça à frota britânica no Atlântico, durante a II
Guerra Mundial. Acabou por ser afundado, depois de uma perseguição
implacável.
Na madrugada do dia 19 de maio de 1941, o navio alemão Bismarck
– o maior, mais poderoso e mais rápido navio de guerra daquela época –
zarpou do ancoradouro de Gotenhafen, no Mar Báltico, para realizar a sua
primeira campanha de guerra no Atlântico, acompanhado pelo seu parceiro
de combate, o navio de cruzeiro Prinz Eugen.
O objetivo do alto comando da Marinha alemã era que os dois navios se
juntassem a dois outros alemães ancorados em portos franceses. Junta,
esta frota atacariam os ingleses.
O Bismarck acabou por ter o papel principal, ao enfrentar o navio de
escolta inimigo que, ciente da ameaça do Bismarck, manteve uma
vigilância apertada nas costas dinamarquesa e norueguesa.
No dia 20 de maio, os dois navios foram avistados pelo cruzador sueco
Gotland e, um dia depois, um avião de reconhecimento Spitfire britânico
fotografou o navio de guerra no fiorde norueguês de Grimstadfjord. A
partir desse exato momento, havia começado uma perseguição implacável.
Os navios mais poderosos da frota britânica partiram a toda
velocidade para intercetar as rotas de fuga dos navios alemães. Foram
encontrados nas primeiras horas do dia 24, mas a batalha não durou muito
tempo. A Alemanha venceu.
Na altura, a perda do maior navio da Marinha Real chocou a opinião
pública britânica e Winston Churchill clamava por ação, com o famoso slogan “Sink the Bismarck!” a ressoar em todas as pontes de comando.
O Bismarck foi atingido por três projéteis, sofreu uma pequena fuga
de combustível e teve que limitar a sua velocidade máxima a 28 nós. O
almirante Lutjens decidiu que o navio tinha de ser levado para um porto
francês para ser reparado, mas os ingleses não deixaram.
Dois torpedos atingiram o imponente navio de guerra que,
desgovernado, começou a navegar em círculos à mercê das ondas. Apesar de
ter lutado até à última granada, tornou-se um alvo fácil.
Às 8h47 do dia 27 deu-se início à última luta. Os navios de guerra
Rodney, King George V e o cruzador Dorsetshire danificaram-no
irremediavelmente em menos de duas horas, com os próprios alemães a
explodir as cargas de autodestruição pouco depois.
O navio de guerra que orgulhava a frota de Hitler durou apenas nove dias.
Os restos do Bismarck foram descobertos a uma profundidade de 4.700
metros por uma expedição científica, no dia 9 de junho de 1989.
Os restos mortais de 215 crianças foram encontrados numa antiga escola do Canadá, construída há mais de 100 anos.
Uma vala comum com os restos mortais de 215 crianças foi encontrada num antigo colégio construído para integrar os indígenas na cidade Kamloop, no Canadá.
As crianças eram alunos da Kamloops Indian Residential School,
uma escola que fazia parte do sistema de escolas residenciais indianas
do Canadá, ou seja, estabelecimentos de ensino internos criadas pelo
Governo e pelas autoridades religiosas nos séculos XIX e XX. Segundo a TVI24, a escola, na Columbia Britânica, fechou em 1978.
Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, já reagiu à descoberta no Twitter e disse que esta era uma “dolorosa lembrança” de um “capítulo vergonhoso da história de nosso país”.
O jornal avança que a descoberta foi anunciada por Tk’emlups te Secwepemc, chefe da First Nation,
e feita com a ajuda de um radar de penetração no solo durante uma
investigação realizada na escola, após anos de queixas de antigos
alunos.
Tk’emlups te Secwepemc está a trabalhar com especialistas de museus e
com o gabinete de Medicina Legal para estabelecer as causas e as datas
das mortes.
“Até onde sabemos, estas crianças desaparecidas são mortes não documentadas. Alguns tinham apenas três anos de idade”, disse a presidente da autarquia, Rosanne Casimir.
À CNN, Harvey McLeod, que frequentou a escola durante dois anos no final dos anos 1960, contou que “as pessoas desapareciam e nós ficávamos felizes por elas,
pensávamos que tinham fugido, sem saber se o o tinham feito ou o que
quer que lhes tenha acontecido”. McLeod recorda esse período da sua vida
como uma fase de grande sofrimento.
O diretor de emergências sanitárias da Organização Mundial da
Saúde (OMS), Mike Ryan, disse esta sexta-feira que a procura pela
origem do coronavírus está a ser “envenenada pela política”.
As declarações de Mike Ryan, diretor de emergências
sanitárias da Organização Mundial da Saúde (OMS), surgem na semana em
que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu aos serviços de
informações norte-americanos para “redobrarem os esforços” para tentar
explicar a origem do novo coronavírus e exigiu um relatório num prazo de
90 dias.
“Gostaríamos que todos separassem, se puderem, a política da
ciência”, disse o especialista irlandês, que reclamou que nos últimos
dias têm surgido informações na comunicação social “com muito poucas
notícias ou evidências verdadeiras”.
“Cada país é livre para defender a suas próprias teorias sobre a origem”, disse, alertando que é preciso espaço para trabalhar e que “a situação atual” coloca a OMS numa posição difícil na procura de respostas.
A iniciativa do Presidente dos EUA reavivou a teoria de que o coronavírus poderia ter tido origem num laboratório virológico
em Wuhan, cidade do centro da China onde ocorreram os primeiros casos
de covid-19 no final de 2019, apesar de especialistas da missão da OMS à
China enfatizarem que essa hipótese era a menos provável.
Após a viagem ao país asiático, que encontrou obstáculos burocráticos
do lado chinês, esses especialistas concluíram que a hipótese mais
provável da origem do coronavírus era um animal selvagem ainda não confirmado, a partir do qual foi transmitido aos humanos por uma ou mais espécies intermediárias.
Mike Ryan garantiu que a OMS e os Estados-membros estão a considerar diferentes especialistas para participar na próxima fase
de investigação das origens do coronavírus, mas ao contrário dos 90
dias exigidos por Biden, destacou que “serão necessárias muitas missões
para elucidá-las, se é que alguma vez se consegue”.
O diretor de emergência lembrou que a OMS mantém todas as teorias em
cima da mesa (apesar de algumas serem consideradas mais prováveis do que
outras), mas garantiu que para estudá-las é preciso “um clima positivo,
um processo movido pela solidariedade”.
“A política torna as coisas difíceis, deixem os
cientistas continuar a trabalhar”, acrescentou a epidemiologista Maria
van Kerkhove, líder técnica da resposta à covid-19 na OMS, que pediu a
todos que administrassem corretamente as suas expectativas sobre a
questão das origens do coronavírus.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.513.088 mortos no
mundo, resultantes de mais de 168,9 milhões de casos de infeção, segundo
um balanço feito pela agência francesa AFP.
Depois da União Europeia, é a vez dos Estados Unidos
anunciarem medidas de represália ao sequestro do jornalista e ativista
Roman Protasevich num voo da Ryanair. O país decidiu punir a Bielorrússia, anunciando que voltariam a impor sanções a nove das companhias estatais do país.
O Governo norte-americano anunciou, na sexta-feira, medidas contra o
regime do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que foi recebido
pelo homólogo russo, apesar do escândalo internacional causado pela intercetação de um avião europeu para deter um jornalista.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, pediu “uma investigação internacional credível” sobre o desvio de um avião da Ryanair que ligava Atenas a Vilnius, escoltado até Minsk por um avião bielorrusso, considerando que estes acontecimentos são “uma afronta direta aos padrões internacionais”.
Os Estados Unidos estão a preparar com a União Europeia “uma lista de sanções
direcionadas contra membros-chave do regime de Lukashenko, associados
às atuais violações dos direitos humanos e corrupção, à falsificação das
eleições de 2020 e aos eventos de 23 de maio”, acrescentou a porta-voz.
O Departamento do Tesouro também está a trabalhar no desenvolvimento de sanções contra “elementos do regime de Lukashenko e a sua rede de apoio”.
Os Estados Unidos também aconselharam os seus cidadãos a evitarem viagens à Bielorrússia e a “tomarem precauções extremas”, caso considerem apanhar um avião que sobrevoe este país.
Washington confirmou a entrada em vigor, em 3 de junho, de sanções económicas contra nove empresas estatais bielorrussas.
Numa clara demonstração de apoio ao regime bielorrusso, o presidente
russo, Vladimir Putin, recebeu Alexander Lukashenko na sexta-feira, na
cidade balnear Sochi, junto ao Mar Negro.
Durante o encontro, Lukashenko acusou o Ocidente de tentar “desestabilizar” a situação no seu país e Putin congratulou-se com os “resultados concretos” da aproximação entre Moscovo e Minsk.
A Bielorrússia está submetida a intensa pressão internacional após
ter desviado um avião da Ryanair, forçado a aterrar em Minsk em 23 de
maio e que implicou a detenção do jornalista dissidente Roman
Protasevich e da sua companheira, que seguiam a bordo.
Protasevich, 26 anos, cujo canal Nexta na rede social Telegram se
tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de
protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de
2020, encontra-se detido em Minsk e já foi submetido a interrogatórios.
As presidenciais de 9 de agosto de 2020 na Bielorrússia deram a
vitória a Lukashenko, com 80% dos votos, no poder há 26 anos, um
escrutínio contestado pela oposição e que não é reconhecido pelos países
ocidentais.
Na ilha de Changbiao, na costa chinesa, estão a ser construídos dois reatores nucleares, com início previsto para 2023 e 2026, respetivamente.
Os dois reatores são do tipo China Fast Reactor 600(CFR-600).
Ao contrário da grande maioria, que usa água para arrefecer as reações e
desacelerar os neutrões libertados, estes reatores rápidos usam sódio
líquido.
A maior vantagem é o aumento dramático da eficiência na produção de
energia. Estes reatores tendem a extrair menos de 1% da energia do
urânio no reator, enquanto os reatores rápidos têm uma eficiência 100 vezes maior, extraindo quase toda a energia possível do combustível de urânio ou tório.
Mas, segundo o Aljazeera, há uma grande desvantagem: as fugas de sódio costumam ser comuns. Além disso, o CFR-600 vai produzir plutónio, que pode ser usado como combustível – mas também em armas nucleares.
Juntos, os reatores vão produzir energia renovável não baseada em
combustíveis fósseis que poderia ajudar a China a garantir as suas
necessidades energéticas e, ao mesmo tempo, levar o país a atingir a
meta para a redução de emissões de dióxido de carbono até 2060.
No entanto, os especialistas estão preocupados porque ninguém – além
das autoridades chinesas e das empresas que supervisionam os projetos –
sabe se o uso pretendido é puramente para energia civil ou se serve a um
duplo propósito, nomeadamente para as necessidades de dissuasão nuclear do país.
A questão ganhou ainda mais ênfase esta semana, depois de uma
autoridade norte-americana ter acusado Pequim de resistir às negociações
bilaterais com Washington sobre a redução do risco nuclear.
Estes reatores estão envoltos em mistério porque a
China, que tinha sido transparente sobre o seu programa de plutónio
civil até há pouco tempo, interrompeu as declarações voluntárias anuais à
Agência Internacional de Energia Atómica [AIEA] sobre os seus stocks de plutónio civil em 2017 e não acrescentou os reatores ao banco de dados da agência.
Pelo menos, até agora.
Os especialistas do Nonproliferation Policy Education Center, em Washington, estão a tentar chamar a atenção para esta preocupação.
Ao explorar estas “armas” – plutónio, urânio e trítio altamente
enriquecido que a China pode facilmente fabricar – “Pequim poderia
reunir, até 2030 e de forma conservadora, um arsenal de 1.270 armas nucleares“, lê-se no relatório do organismo.
O ministro da Saúde do Vietname não especificou o número de
casos registados com esta nova variante, mas admitiu que o Vietname irá
anunciar em breve a descoberta no mapa mundial de variações genéticas do
vírus.
O ministro da Saúde do Vietname, Nguyen Thanh Long, anunciou este sábado a deteção no país de uma nova variante do vírus SARS-CoV-2 que mistura mutações originalmente detetadas na Índia e no Reino Unido.
“Trata-se, mais especificamente, da variante indiana com mutações que
originalmente pertencem à variante britânica”, explicou o ministro, em
declarações citadas por um meio de comunicação oficial.
Hanói deve fazer outro anúncio sobre a variante em breve.
A nova variante foi descoberta a partir da investigação da sequência
do genoma do vírus em algumas novas infeções na Indochina, explicou o
ministro, dizendo que ela pode ser mais infecciosa e resistente do que as variantes anteriores.
“A característica desta variante é que se espalha rapidamente pelo ar.
A concentração do vírus no fluído da garganta aumenta rapidamente e
espalha-se com muita força para o ambiente ao redor”, acrescentou.
Cientistas consultados pelo The Washington Post defendem que são necessários mais estudos para determinar o efeito de uma variante em “configurações do mundo real”.
“Muitas mutações diferentes acontecem quando o vírus é transmitido e a
maioria delas não tem importância clínica”, disse Todd Pollack, um
especialista em doenças infecciosas da Harvard Medical School.
“Só porque dizem que [a nova variante] tem características de uma e
de outra não significa que as variantes [britânica e indiana] se
juntaram num paciente e ‘cuspiram’ um supervírus híbrido combinado“, explicou.
O Vietname registou a sua mais grave vaga de infeções nas últimas
semanas, atingindo números recordes de novos casos diários, o que
preocupa as autoridades, que até agora conseguiram conter a disseminação
do novo coronavírus que provoca a doença covid-19.
Desde o início da quarta vaga, em 27 de abril, o Vietname registou
cerca de 3.600 infeções na comunidade, para um total de 6.396 casos
desde o início da pandemia, que provocaram 47 mortes.
O sucesso do Vietname na contenção da disseminação do vírus não foi replicado na campanha de vacinação, que está a avançar lentamente, com pouco mais de um milhão de vietnamitas inoculados, numa população de 96 milhões.
O regime comunista de Hanói limitou-se a apontar os problemas de
abastecimento do mercado internacional para justificar a lentidão na
compra de vacinas.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.513.088 mortos no
mundo, resultantes de mais de 168,9 milhões de casos de infeção, segundo
um balanço feito pela agência francesa AFP.
Condenado à morte nos EUA, Joseph Colone precisa de código
armazenado no GitHub para salvar a sua vida. No entanto, plataforma
recusa ajudá-lo.
Joseph Colone é um norte-americano acusado de homicídio e condenado à morte
no Texas, em 2017. Um perito da acusação testemunhou em tribunal que o
sangue da vítima foi encontrado no carro de Colone, bem como uma mistura
do seu ADN e do da vítima numa luva perto da cena do crime.
A acusação baseou-se num programa de genotipagem probabilística, STRmix,
porque as autoridades foram incapazes de chegar a uma conclusão usando
técnicas tradicionais. A genotipagem probabilística é o uso de métodos
estatísticos e algoritmos matemáticos num perfil de ADN.
A fiabilidade do método é questionada por alguns advogados de defesa
porque o código-fonte de alguns programas de genotipagem probabilística
não é de acesso público.
Por isso, Joseph está à procura do código armazenado no GitHub, que poderia mostrar que as principais evidências no seu caso podiam ser um erro, escreve o Gizmodo. O problema é que o GitHub, a principal plataforma de hospedagem de código-fonte, recusa-se a partilhar a informação.
A última esperança de Joseph está no Supremo Tribunal dos Estados Unidos, se este decidir ouvir o seu caso.
“Este é um caso difícil para todos os envolvidos, mas a lei federal proíbe
plataformas como o GitHub de entregar o conteúdo do cliente. Mais uma
vez, pedimos aos consultores do Sr. Colone que cheguem a um acordo
diretamente com o proprietário do software para revisão do código neste
caso”, disse um porta-voz do GitHub ao Gizmodo.
A sugestão do GitHub foi, de facto, seguida pela equipa de advogados
de Joseph. No entanto, nas negociações com o proprietário do software,
as questões do termo de confidencialidade geraram conflitos.
A defesa de Joseph argumenta que foram feitas exigências “injustas e irracionais” que os impediam de rever adequadamente o código e produzir evidências.
Embora esteja uma vida em jogo, o GitHub não quer abdicar da confiança
de um grande cliente ao partilhar o seu código-fonte. Isto poderia
levar outras empresas e programadores a deixarem de usar a plataforma,
com medo de verem o seu código revelado.
Se o Supremo Tribunal dos EUA decidir ouvir o caso e decidir a favor de Joseph, poderá não apenas potencialmente salvar a sua vida, mas poupar incontáveis anos de encarceramento injusto de outras pessoas em situações semelhantes.
Em julho do ano passado, a plataforma de hospedagem de código GitHubguardou todo o seu arquivo de software
de código aberto no “Cofre do Apocalipse”, para que as gerações futuras
possam aceder-lhe mesmo que a civilização entre em colapso nos próximos
1.000 anos.
Há vários países a criar incentivos para convencer a população a vacinar-se contra a covid-19. Desde bebidas, snacks
e até canábis, o galardão de oferta mais insólita vai para uma região
rural do Norte da Tailândia que decidiu sortear uma vaca todas as
semanas, até ao final do ano.
A região rural Mae Chaem, na província de Chiang
Mai, vai sortear 24 vacas – uma todas as semanas – até ao final do ano,
mas só quem for vacinado contra a covid-19 poderá ganhar. A ideia foi
bem recebida e milhares de pessoas fizeram a sua marcação para a
vacinação, que arranca no dia 7 de junho, avança a CNN.
O contemplado será escolhido aleatoriamente e as vacas serão doadas pelos residentes que pretendam promover a campanha. A primeira será sorteada já no dia 14 de junho.
Desde que a campanha foi anunciada na pequena localidade com 43 mil
habitantes, as marcações para a vacina passaram de centenas para
milhares.
Os aldeões adoram estes animais até porque, na Tailândia, as vacas
podem ser vendidas por muito dinheiro. A cadeia britânica realça que uma
vaca jovem vale cerca de 10.000 baht (quase 263 euros).
Outras províncias do país criaram os seus próprios incentivos, que
vão desde colares de ouro a cupões de desconto em lojas. Mas é Mae Chaem
que ganha o galardão de oferta mais insólita.
A Tailândia foi um dos países que melhor lidou com a pandemia, graças
ao encerramento antecipado das fronteiras. No entanto, desde o final de
março, o país está imerso numa nova onda.
O Presidente da Bielorrússia acusou o Ocidente, esta
sexta-feira, de tentar “desestabilizar” a situação no país, durante uma
reunião com o seu homólogo russo.
No início da reunião Vladimir Putin em Sochi, no sul da Rússia, Alexander Lukashenko disse existir “uma tentativa de desestabilizar a situação
até aos níveis de agosto do ano passado”, numa referência aos protestos
anti-governamentais depois das eleições Presidenciais, que a oposição e
os países ocidentais consideraram fraudulentas.
“É muito óbvio o que pretendem os nossos amigos ocidentais…”, disse o
chefe de Estado bielorrusso, antes de apresentar ao homólogo russo
“diversos documentos” sobre o incidente de domingo, que implicou a detenção do jornalista e ativista Roman Protasevich e da sua companheira Sofia Sapega.
“Para que entenda o que se passou. Para que compreenda que tipo de pessoas são“, disse Lukashenko.
O líder de Minsk, no poder desde 1994 e crescentemente isolado na
cena internacional, também criticou a União Europeia por punir as linhas
aéreas estatais Belevia com o encerramento do seu espaço aéreo, ao
considerar que a empresa é estranha ao incidente do voo da Ryanair que
efetuava o voo Atenas-Vílnius.
“Por que motivo castigam a frota da Belavia? Não tem nada que ver com isto. Levaram com tudo. Aí, mostram a sua verdadeira face”, sublinhou.
Por sua vez, Putin recordou o incidente ocorrido em 2013 quando a
Áustria, a pedido da União Europeia, forçou a aterragem do avião do
Presidente da Bolívia, Evo Morales, pela suspeita de que seguia a bordo o
ex-analista da CIA Edward Snowden, alvo de um mandado de captura
emitido pelos Estados Unidos.
“Forçaram à aterragem do Presidente da Bolívia. Tiraram o Presidente do avião, e nada: silêncio”, recordou o Presidente russo.
Putin congratulou-se com a presença do seu homólogo e recordou que se está “em vias de construir uma União” reforçada entre os dois países, numa reafirmação do apoio ao país vizinho e aliado, também ex-república soviética.
“Avançamos firme nessa direção (…) e este trabalho já se traduz em resultados concretos para os nossos cidadãos”, acrescentou.
A Rússia tem justificado a atuação de Minsk, criticado as sanções
decretadas pela União Europeia e considerado que o caso Protasevich,
após o desvio do aparelho devido a uma alegada ameaça de bomba, é um assunto interno do país vizinho.
Esta sexta-feira, foi noticiado que as autoridades de aviação russas estão a recusar
a entrada de aviões europeus em Moscovo. A Austrian Airlines teve de
cancelar um voo que partia de Viena com destino à capital russa e a Air
France também se viu obrigada a cancelar o seu voo Paris-Moscovo, pela
segunda vez, depois de lhe ter sido negada a entrada.
Esta aparente retaliação da Rússia segue-se ao apelo dos 27 líderes
europeus para que as companhias aéreas europeias evitem o espaço aéreo
bielorrusso.
Lukashenko pronunciou na quarta-feira, perante as duas Câmaras do Parlamento, um inflamado discurso, no qual garantiu uma resposta às sanções europeias e aludindo a uma “nova guerra mundial”.
“Somos um país pequeno, mas responderemos adequadamente. Há exemplos
parecidos no mundo. Mas, antes de se agir sem pensar, há que recordar
que a Bielorrússia é o centro da Europa e que, se aqui estalar algo,
será uma nova guerra mundial”, avisou.
Os líderes europeus pretendem avançar com novas sanções à Bielorrússia
depois de o desvio forçado do avião da Ryanair, numa altura em que
altos responsáveis do país já se encontram visados por sanções devido à
repressão dos críticos do regime e do movimento de contestação.
Protasevich, de 26 anos, antigo chefe de redação do influente media da oposição bielorrusso Nexta, desde novembro que era considerado um “terrorista” pelas autoridades do seu país.
A Alemanha admitiu hoje pela primeira vez ter cometido
“genocídio” contra as populações de etnia herero e nama, na Namíbia,
durante a era colonial e vai pagar ao país mais mil milhões euros em
ajudas ao desenvolvimento.
Em comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas,
saudou um “acordo” com a Namíbia, após mais de cinco anos de duras
negociações sobre os acontecimentos ocorridos neste território africano
colonizado pela Alemanha entre 1884 e 1915.
Os colonos alemães mataram dezenas de milhares de herero e nama em massacres entre 1904 e 1908, considerados por historiadores como o primeiro genocídio do século XX.
“À luz da responsabilidade histórica e moral da Alemanha, vamos pedir
perdão à Namíbia e aos descendentes das vítimas pelas atrocidades
cometidas”, disse o ministro.
Num “gesto de reconhecimento do imenso sofrimento
infligido às vítimas, a Alemanha vai apoiar na reconstrução e
desenvolvimento da Namíbia através de um programa financeiro de 1,1 mil
milhões de euros”, acrescentou.
O ministro especificou que não se trata de indemnização de base
jurídica e que esse reconhecimento não abre caminho a qualquer “pedido
judicial de indemnização”.
Esse valor será pago num período de 30 anos, segundo fontes próximas das negociações, e deve beneficiar principalmente os descendentes dessas duas etnias.
“Não podemos traçar um limite com o passado. O reconhecimento da
culpa e o pedido de perdão são, porém, um passo importante para superar o
passado e construir juntos o futuro”, disse o ministro.
Num desejo de reconciliação, em 2019 a Alemanha entregou à Namíbia os ossos de membros das tribos exterminadas herero e nama.
Um gesto considerado claramente insuficiente pelos descendentes e
pelas autoridades namibianas que exigiram um pedido oficial de desculpas
e indemnizações.
A Alemanha opôs-se repetidamente a isso, citando os milhões de euros
em ajudas ao desenvolvimento concedidas à Namíbia desde a sua
independência em 1990.
As tribos herero representam agora cerca de 7% da população da Namíbia, em comparação com os 40% no início do século XX.
A Alemanha e a Namíbia têm estado em conversações desde 2015 sobre a
revisão das atrocidades cometidas pelo Império Alemão durante o período
colonial e possíveis compensações.
A ocupação alemã de territórios atualmente pertencentes à Namíbia teve lugar entre 1884 e 1915.
A 12 de janeiro de 1904 houve uma primeira revolta dos herero contra o
domínio colonial alemão, seguida, em outubro, pela revolta da população
nama.
Estima-se que os soldados do imperador Guilherme II tenham exterminado 65.000 hereros de uma população de 80.000 e pelo menos 10.000 dos 20.000 nama.
Em novembro de 2019, o parlamento alemão usou pela primeira vez a
palavra “genocídio” para se referir a este massacre e o negociador
alemão, Ruprecht Polenz, adiantou que o acordo com a Namíbia estava próximo.
Os republicanos bloquearam, esta sexta-feira, a criação de
uma comissão de inquérito no Congresso sobre o assalto ao Capitólio,
alegando que as investigações em curso são suficientes.
Os democratas precisavam de somar dez votos republicanos aos seus 50
votos no Senado para limitar o tempo de discussão e conseguir uma
votação final por maioria simples para fazer aprovar a comissão, que já
tinha recebido luz verde na Câmara de Representantes.
Contudo, apenas seis republicanos votaram a favor,
comprovando as profundas divisões políticas que ainda dilaceram os
Estados Unidos, quase cinco meses depois do ataque ao Capitólio, e
revelando a influência que Donald Trump ainda tem sobre o Partido
Republicano.
“De que têm medo? Da verdade?”, questionou o líder da maioria
democrata no Senado, Chuck Schumer, dirigindo-se aos republicanos,
minutos antes da votação em que sairia derrotado.
“Precisamos desesperadamente desta comissão. (…)
Trump tem espalhado a grande mentira nos últimos meses de que as
eleições foram fraudulentas, de que foi ele o verdadeiro vitorioso na
eleição de novembro de 2020″, denunciou Schumer, acusando os
republicanos de serem cúmplices da estratégia do ex-Presidente.
Foi repetindo o ‘slogan’ de “Parem o roubo eleitoral” que milhares de
apoiantes de Trump se reuniram em Washington, em 06 de janeiro, para
marcharem até ao Capitólio, onde forçaram a entrada, procurando evitar
que o Congresso certificasse a vitória do democrata Joe Biden.
Os senadores republicanos Bill Cassidy, Susan Collins, Lisa
Murkowski, Rob Portman, Mitt Romney e Ben Sasse votaram “Sim” na votação
processual para a comissão de inquérito a este ataque, mas ficaram
sozinhos na sua bancada.
Os demais senadores preferiram seguir o seu líder da minoria, Mitch
McConnell, e opuseram-se à proposta democrata, que acusaram de ser “um
exercício puramente político” que nada acrescentaria às investigações policiais que já estão em curso, tendo já permitido a detenção de 450 pessoas envolvidas na invasão.
A 19 de maio, apenas 35 dos 211 republicanos na Câmara dos Representantes votaram a favor da sua criação.
Os defensores desta comissão, apoiada pelo Presidente Joe Biden,
argumentam que esta seria equilibrada politicamente, com cinco membros
democratas e cinco republicanos, imitando o modelo que foi adotado para a
comissão de inquérito aos ataques terroristas de 11 de setembro de
2001.
Acusado de “incitamento à insurgência” pela Câmara dos
Representantes, o ex-Presidente Donald Trump também foi absolvido, em
fevereiro, após um julgamento de destituição no Senado, por falta de
votos suficientes entre os republicanos.