Em breve, os utilizadores da Uber Eats em Ontário, no Canadá, vão poder encomendar produtos de canábis através desta aplicação.
Esta segunda-feira, a Uber Canadá anunciou ter feito uma parceria com a rede de distribuição Tokyo Smoke para permitir que os seus clientes em Ontário possam encomendar canábis através da Uber Eats.
No entanto, como conta a BBC, a aplicação que presta serviços na área do transporte explicou que não vão ser os seus motoristas a fazer as entregas, ou seja, terão de ser na mesma os utilizadores a dirigir-se à loja para ir buscar os pedidos.
Os utilizadores da Uber Eats que estiverem interessados no serviço terão de fazer uma verificação da sua idade na aplicação e só depois poderão ir buscar as suas encomendas, disse ainda a empresa.
“Estamos a juntar-nos aos líderes desta indústria, como a Tokyo Smoke, para oferecer opções seguras e convenientes às pessoas de Ontário para comprarem canábis legal”, disse, num comunicado citado pela revista Vice, Lola Kassim, a principal responsável da Uber Eats Canadá.
Tal como explica a emissora britânica, embora o uso de canábis seja legal desde 2018 no Canadá, ainda é ilegal distribuí-la. Só a loja online administrada pelas autoridades locais, a Ontario Cannabis Store, pode fazê-lo, complementa a revista.
Ontário “fechou os olhos” a estas regras durante os primeiros tempos da pandemia, tendo deixado as lojas que vendem estes produtos fazer entregas. A medida acabou por ser suspensa em julho mas, de acordo com a Canadian Press, a província canadiana está a ponderar autorizá-lo de forma permanente.
De acordo com a BBC, o mercado da canábis no Canadá vale cerca de cinco mil milhões de dólares canadianos por ano, cerca de 3,5 mil milhões de euros.
Um raro manuscrito de Albert Einstein com notas sobre a Teoria da Relatividade foi leiloado em Paris, esta terça-feira, por um valor recorde de 11,6 milhões de euros.
De acordo com a agência France-Presse, o manuscrito tinha sido avaliado em cerca de dois a três milhões de euros, por isso, ter sido vendido por 11,6 milhões faz deste o valor mais alto alguma vez pago por um manuscrito do cientista alemão.
O documento contém trabalho preparatório sobre a Teoria da Relatividade, que foi publicada por Albert Einstein em 1915 e, segundo a Christie’s, que administrou a venda em nome da casa de leilões Aguttes, é “sem dúvida o manuscrito de Einstein mais valioso que já foi leiloado”.
O documento de 54 páginas foi escrito entre 1913 e 1914 em Zurique, na Suíça, pelas mãos do próprio Einstein, mas também pelas do seu amigo e engenheiro suíço Michele Besso.
A Christie’s revelou que foi graças a Besso que o manuscrito conseguiu ser preservado para a posteridade. Foi “quase um milagre”, já que Einstein dificilmente teria guardado o que considerava ser um simples documento de trabalho, acrescentou.
“Documentos científicos de Einstein deste período, e antes de 1919 no geral, são muito raros. Sendo um dos dois únicos manuscritos que documentam a génese da Teoria da Relatividade que conhecemos, é um testemunho extraordinário do trabalho de Einstein” e “permite-nos mergulhar na mente do maior cientista do século XX”, disse ainda a leiloeira.
A Comissão Europeia propôs, esta terça-feira, a criação de uma “lista negra” para transportadoras envolvidas em ações de “contrabando ou tráfico” de migrantes na fronteira da União Europeia (UE) com a Bielorrússia.
“Como parte da resposta unida da UE à instrumentalização de pessoas patrocinada pelo Estado [bielorrusso] na fronteira externa da União com a Bielorrússia, a Comissão e o Alto Representante propõem hoje medidas para prevenir e restringir as atividades dos operadores de transportes que se dedicam ou facilitam o contrabando ou o tráfico de pessoas para a UE”, indica o Executivo comunitário em comunicado.
Em causa está a tensão na fronteira bielorrussa-polaca, numa altura de forte pressão migratória na região e em que dezenas de migrantes já perderam a vida.
Argumentando que “os recentes acontecimentos na fronteira com a Bielorrússia não poderiam ter ocorrido sem a contribuição consciente ou inconsciente de certos operadores de transporte para a exploração das pessoas”, a Comissão Europeia propõe então ao Parlamento e ao Conselho um novo quadro jurídico que permita à UE adotar medidas específicas contra os operadores de transporte terrestre, aéreo, fluvial e marítimo que se dediquem ou facilitem o contrabando ou o tráfico de pessoas para o espaço comunitário.
Segundo a mesma nota, o Executivo europeu assegura que as medidas serão proporcionais e determinadas caso a caso, entre as quais estão, por exemplo, a limitação das operações no mercado europeu; a suspensão das licenças ou autorizações; a suspensão dos direitos de reabastecimento ou de manutenção dentro da UE e ainda a proibição de transitar ou sobrevoar a UE, fazer paragens técnicas ou escalas.
Bruxelas explica que, para isso, irá “acrescentar um novo instrumento à caixa de ferramentas da UE para apoiar os Estados-membros afetados por tais ataques híbridos” por parte do regime bielorrusso, como a Lituânia e a Letónia.
“Outras formas de apoio, nomeadamente a assistência humanitária, deverão acompanhar quaisquer medidas tomadas ao abrigo deste instrumento”, adiantou a instituição, que vai mobilizar 700 mil euros para a assistência dos migrantes que se encontram na fronteira.
O anúncio surge depois de, na semana passada, o Conselho da UE ter alterado o seu regime de sanções à Bielorrússia, alargando os critérios de listagem a cooperantes do regime, para responder à instrumentalização de migrantes e aos ataques híbridos de Minsk.
Com o alargamento dos critérios, as sanções da UE podem agora “visar indivíduos e entidades que organizam ou contribuem para atividades do regime de Lukashenko, que facilitam a passagem ilegal das fronteiras externas” para o bloco comunitário.
Após esta alteração, a UE pode então incluir as pessoas e empresas, como companhia aéreas, que colaboram com a Bielorrússia na condução de migrantes para as fronteiras com a União, nomeadamente a da Polónia.
A decisão seguiu-se às conclusões do Conselho Europeu de 21 e 22 de outubro, nas quais os líderes comunitários declararam que não aceitariam qualquer tentativa de países terceiros de instrumentalizar os migrantes para fins políticos, condenaram todos os ataques híbridos nas fronteiras da UE e afirmaram que responderiam em conformidade.
As sanções à Bielorrússia têm sido ampliadas progressivamente, desde outubro de 2020, acompanhando a situação no país, depois de terem sido adotadas em resposta às eleições presidenciais de agosto do ano passado, que a UE considera terem sido fraudulentas e manipuladas, não reconhecendo a reeleição de Lukashenko.
Citada pela nota hoje divulgada, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vincou também que “as tentativas de desestabilizar a UE através da instrumentalização das pessoas não vão funcionar” e que a União Europeia “nunca vai aceitar a exploração de seres humanos para fins políticos”.
Esta noite, um acidente com um autocarro fez pelo menos 45 mortos na Bulgária. Só sete passageiros conseguiram fugir às chamas.
Pelo menos 45 pessoas morreram esta madrugada na Bulgária, num acidente de autocarro que transportava cidadãos da Macedónia do Norte.
“Morreram 45 ou 46 pessoas” no acidente, que ocorreu na autoestrada perto da aldeia de Bosnek, 40 quilómetros a sul de Sófia, disse o comissário Nikolay Nikolov, chefe do serviço de controlo de catástrofes, na televisão estatal BNT.
“Sete passageiros foram resgatados” e transportados para um hospital na capital, acrescentou.
De acordo com o canal bTV, 12 crianças seguiam no autocarro, que vinha de Istambul em direção a Skopje.
A causa do acidente ainda não foi determinada. A agência Reuters informa, contudo, que o autocarro incendiou na sequência do acidente.
As autoridades búlgaras revelaram que o autocarro aparenta ter atingido uma barreira de segurança na auto-estrada antes ou depois de ter incendiado.
“Isto é uma tragédia. Não sabemos se todas as vítimas são da Macedónia do Norte, mas assumimos que sim porque o autocarro está registado no país”, disse o primeiro-ministro da Macedónia do Norte, Zoran Zaev, numa entrevista à Nova TV.
Ser o criador de uma invenção única que pode ter grande peso na história da humanidade deve ser uma das maiores satisfações que alguém pode sentir. Mas nem todas as invenções possuem fins exclusivamente benéficos para o mundo. Existem algumas que, na verdade, deixaram consequências trágicas. Alguns dos criadores dessas invenções acabaram por viver atormentados pelas suas próprias descobertas.
É o caso de quatro inventores que, muitas vezes sem avaliar o poder destrutivo das suas criações, acabaram por dar origem a algumas das armas mais letais da história. Robert Oppenheimer, o “pai da bomba atómica”
Nenhum outro cientista esteve tão ligado à criação e ao uso das bombas atómicas durante a Segunda Guerra Mundial como Robert Oppenheimer. O físico norte-americano foi o diretor do Projeto Manhattan, que conseguiu desenvolver a primeira bomba atómica da história.
A bomba foi detonada no deserto do Novo México (Estados Unidos) – numa operação denominada “Trinity” – a 16 de julho de 1945, menos de um mês antes do lançamento das bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, que se estima que tenham causado a morte de cerca de 200 mil pessoas.
Oppenheimer, uma figura complexa e carismática, tinha-se dedicado a estudar os processos energéticos das partículas subatómicas, incluindo os eletrões, os positrões e os raios cósmicos. Mas o conflito bélico vivido na época fez com que a sua vida profissional tomasse outro rumo.
Depois de Albert Einstein enviar uma carta para o então presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, alertando sobre o perigo que ameaçava toda a humanidade se os nazis fossem os primeiros a fabricar uma bomba atómica, a ideia de criar uma arma nuclear tornou-se numa prioridade para o governo americano. Foi neste momento que Oppenheimer ganhou grande destaque junto da liderança desse processo.
Rapidamente, o físico começou a pesquisar um processo de separação do urânio-235 do urânio natural e a determinar a massa crítica necessária para a fabricação da bomba. Entre outras coisas, Oppenheimer recebeu instruções para estabelecer e administrar um laboratório para realizar essa tarefa. Para esse efeito, o cientista escolheu o planalto de Los Alamos, no Novo México, em 1943.
“Oppenheimer ocupou um cargo de imensa responsabilidade e foi levado ao seu limite”, revela Alex Wellerstein, historiador especialista em armas nucleares, à BBC.
“Ele envolveu-se em decisões fundamentais sobre o projeto das bombas atómicas e esteve pessoalmente relacionado com as decisões sobre como essas bombas seriam utilizadas. Determinou ainda que estas fossem usadas contra cidades inteiras e estava na liderança do comité que decidiu onde é que estas seriam lançadas”, acrescenta o especialista.
Posteriormente, Oppenheimer veio a expressar, em diversas ocasiões, o seu pesar pelo falecimento de milhares de vítimas em Hiroshima e Nagasaki. O cientistas renunciou ao cargo dois meses depois da explosão das bombas.
Entre 1947 e 1952, Oppenheimer foi assessor da Comissão de Energia Atómica dos Estados Unidos, quando defendeu o controlo internacional do poder nuclear, para evitar a proliferação dos armamentos nucleares e amenizar a corrida armamentista entre os Estados Unidos e a União Soviética.
Além disso, apresentou uma forte oposição ao desenvolvimento da bomba de hidrogénio. Mas os seus esforços não tiveram sucesso. Devido às suas polémicas declarações públicas – que resultaram em vários inimigos – as suas credenciais de segurança foram cessadas e o físico acabou por perder a sua influência política.
“No final da década de 1950 e no início dos anos 1960, Oppenheimer estava muito amargurado e lamentava muitas coisas. A razão do seu arrependimento sempre se concentrou nestes fracassos do pós-guerra. O cientista lamentou não ter tido sucesso nas suas ambições de controlo de armas e de não ter sido incapaz de amenizar o aumento dos grandes arsenais”, explica Wellerstein.
Depois da explosão das bombas, Oppenheimer disse que vieram à sua mente as palavras do texto sagrado hindu Bhagavad Gita: “Agora eu tornei-me a morte, a destruidora de mundos”.
Muitos historiadores interpretam estas palavras como um sentimento de culpa com relação à sua criação letal. Mas, para outros, como Wellerstein, estas estão relacionadas com o assombro perante algo “além deste mundo”, como são as armas nucleares. Arthur Galston e o agente laranja
O fisiologista e botânico norte-americano Arthur Galston nunca pensou que estivesse a criar algo que poderia ser utilizado como arma: o agente laranja. A sua área de estudos concentrava-se nas hormonas vegetais e nos efeitos da luz sobre o desenvolvimento das plantas.
Durante as suas pesquisas, o cientista fez experiências com um regulador do crescimento das plantas, chamado ácido tri-iodobenzoico (TIBA, da sigla em inglês). O fisiologista descobriu que esse componente poderia estimular a floração da soja e fazê-la crescer com mais rapidez. Também advertiu que, se fosse aplicado em excesso, o composto faria com que a planta perdesse as suas folhas.
Mas as descobertas de Galston não foram restritas ao mundo vegetal.
No contexto da Guerra do Vietname – ocorrida entre os anos de 1955 e 1975 – outros cientistas utilizaram as suas descobertas para criar o agente laranja, um herbicida poderoso que tinha como objetivo eliminar florestas e colheitas.
Entre 1962 e 1970, as tropas norte-americanas libertaram cerca de 75 milhões de litros do herbicida para destruir campos e expor as posições e rotas de movimentação dos seus inimigos.
Ao saber disto, Galston ficou profundamente abalado e alertou as autoridades sobre os enormes danos ambientais causados pelo agente laranja. Em seguida, afirmou que o herbicida também representava riscos para os seres humanos.
O componente mais perigoso do agente laranja é a dioxina, pois pode permanecer no meio ambiente ao longo de várias décadas e, entre outras consequências, pode causar cancro, má-formação fetal, problemas de infertilidade e atacar o sistema nervoso e imunológico.
As advertências de Galston e de outros cientistas fizeram com que o governo norte-americano encomendasse um estudo toxicológico. À luz dos resultados, o então presidente Richard Nixon ordenou a suspensão dos lançamentos do agente laranja.
Posteriormente, o botânico referiu que: “Eu costumava pensar que seria possível evitar envolver-se nas consequências antissociais da ciência simplesmente não trabalhando em nenhum projeto que pudesse ter fins malignos ou destrutivos. Aprendi que as coisas não são tão simples e que quase todas as descobertas científicas podem ser pervertidas ou deformadas”.
Galston também declarou que o agente laranja teve um “mau uso da ciência”, alegando que “a ciência destina-se a melhorar o progresso da humanidade e não a reduzi-lo. O seu uso como arma militar pareceu-me desaconselhável”. Mikhail Kalashnikov, criador do fuzil AK-47
Mikhail Kalashnikov foi o criador de uma das armas mais conhecidas do planeta: o fuzil semiautomático AK-47.
Em 1947, o engenheiro militar russo criou este fuzil simples, resistente e confiável que se tornou a principal arma dos exércitos soviético e russo, bem como de dezenas de outros países.
O AK-47 foi também símbolo de revolução em todo o mundo e esteve em ação nos campos de batalha de Angola, Vietname, Argélia e Afeganistão. Também foi usado por exércitos rebeldes na América Latina, como os das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional), na Colômbia. Por outro lado, grupos palestinos também utilizaram a arma com frequência.
A relativa simplicidade do projeto fez com que a sua fabricação fosse barata e sua manutenção no campo de batalha fosse simples. Assim, a arma tornou-se o fuzil de assalto mais utilizado no mundo. Calcula-se que o AK-47 seja responsável por mais mortes acumuladas do que as bombas atómicas.
Embora, ao longo da sua vida, Mikhail Kalashnikov tenha expressado poucos remorsos pela sua invenção mortal, o cientista confessou pouco antes da sua morte que sentia uma “dor espiritual insuportável”.
Numa carta dirigida ao líder da igreja ortodoxa russa, da qual fazia parte, Kalashnikov disse que se sentia responsável pelos milhões de mortes causadas pelo seu fuzil revolucionário.
“A minha dor espiritual é insuportável. Faço seguidamente a mesma pergunta sem resposta. Se o meu fuzil tirou a vida das pessoas, será que eu, cristão e crente ortodoxo, sou culpado pelas suas mortes?”, perguntou-se.
“Quanto mais tempo vivo, mais essa pergunta não me sai da cabeça e mais me pergunto por que Deus permitiu que o homem tivesse os desejos diabólicos da inveja, da cobiça e da agressão”, escreveu ainda na carta.
Alfred Nobel e a dinamite
Em dezembro de 1896, dois jovens engenheiros suecos tiveram a surpresa das suas vidas quando abriram o testamento de Alfred Nobel, que os encarregou de empregar a maior parte da sua fortuna com o propósito de criar uma entidade para celebrar o progresso da humanidade.
Seguindo as instruções do seu mestre, Ragnar Sohlman e Rudolf Lilljequist criaram a Fundação Nobel, que estabeleceu prémios anuais pelos méritos alcançados na Física, Química, Medicina e Fisiologia, Literatura e Paz Mundial. Em 1969, adicionou-se a Economia.
Este último desejo de Nobel não veio ao acaso e existe uma razão contundente por trás dele. Afirma-se que, nos seus últimos dias, a ideia da morte e da destruição geradas pela aplicação das suas criações o atormentava. Por isso, o cientista decidiu doar grande parte da sua fortuna para a criação da fundação.
Isto porque décadas antes, o químico, engenheiro, escritor e inventor sueco tinha inventado a dinamite.
Nascido numa família de engenheiros, Nobel trabalhou com o seu pai na fabricação de explosivos. Mas, em 1864, viveu uma experiência trágica que marcou a sua vida, quando o seu irmão mais novo e quatro outras pessoas morreram numa explosão de nitroglicerina.
Dois anos depois, em 1866, Nobel desenvolveu um método que permitiria manusear o instável explosivo líquido com segurança. Para reduzir a sua volatilidade, o cientista misturou nitroglicerina com um material poroso absorvente, criando a dinamite.
Esta invenção deu fama e riqueza ao seu inventor e iniciou uma nova era na construção, mas também na destruição. Isto porque não demorou muito para que esta começasse a ser utilizada com fins bélicos.
A dinamite foi empregada como conteúdo explosivo dos projéteis de artilharia e cargas de demolição militares, causando centenas de milhares de mortes.
Nobel morreu a 10 de dezembro de 1896, na sua casa em San Remo, em Itália, depois de assinar o seu testamento que definiu as bases para o que se tornaria no prémio internacional de maior prestígio em prol do progresso humano.
O Presidente de El Salvador anunciou, no último sábado, que o país poderá vir a albergar a primeira “cidade Bitcoin” do mundo.
No início de setembro, El Salvador foi notícia em todo o mundo por se ter tornado o primeiro país do mundo a reconhecer a Bitcoin como moeda legal. Ou seja, além de os salvadorenhos poderem pagar os seus impostos com esta criptomoeda, todos os agentes económicos do país têm de a aceitar como forma de pagamento.
Agora, este país da América Central volta a dar que falar, e também por causa das criptomoedas. No último sábado, conta a BBC, o Presidente Nayib Bukele anunciou que o país pretende construir a primeira “cidade Bitcoin” do mundo.
O chefe de Estado explicou que a ideia é construir esta cidade – que será circular para representar a forma de uma grande moeda – na região sudeste de La Unión, num local em que se poderá aproveitar a energia geotérmica do vulcão Conchagua para a mineração desta criptomoeda.
Segundo Bukele, de 40 anos, o projeto será financiado (como seria de esperar) com Bitcoin e disse ainda que esta nova cidade “terá de tudo”.
“Zonas residenciais, áreas comerciais, serviços, museus,
entretenimento, bares, restaurantes, um aeroporto, um porto e uma linha
ferroviária – tudo dedicado à Bitcoin”, explicou.
Além disso, o Presidente prometeu que por lá não serão cobrados
quaisquer impostos, exceto o Imposto de Valor Acrescentado (IVA), e que
metade da receita obtida seria usada para “construir a cidade”, enquanto
o resto seria para manter as ruas “organizadas e limpas”.
Bukele, que recentemente se auto-apelidou
de “ditador mais cool do mundo mundial”, ainda não deu datas para o
início de construção ou para a conclusão do projeto, mas estimou que
grande parte das infraestruturas públicas necessárias custariam cerca de 300 mil Bitcoins (atualmente, uma Bitcoin vale cerca de 50 mil euros).
A subida dos preços dos combustíveis tem afectado a popularidade de Joe Biden. Os EUA querem agora colaborar com países asiáticos para aumentarem juntos a produção de petróleo e controlar a inflação.
Segundo avança a Reuters, os Estados Unidos devem anunciar esta terça-feira um empréstimo de petróleo em bruto das suas reservas de emergência como parte de um acordo com vários países com o objectivo de baixar os preços da energia.
Este acordo surge depois dos EUA e de outros países terem apelado aos países produtores que integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a aumentar a exploração rapidamente para que a oferta responda à procura.
Até agora, a China, a Índia, a Coreia do Sul e o Japão já foram contactados por Joe Biden para também libertarem quantidades de petróleo estratégicas ao mesmo tempo que os EUA. As autoridades japanesas e indianas estão a ponderar como avançar.
A quantidade de petróleo que vai ser retirada das reservas não foi especificada pela fonte da Reuters. Esta decisão é também uma resposta às criticas que Biden tem recebido devido aos aumentos dos preços dos combustíveis e da inflação generalizada nos EUA, que tem feito estragos na sua popularidade.
O acordo inédito entre os Estados Unidos e os países asiáticos serve também como aviso para os principais produtores que devem aumentar a produção para se controlar a subida dos preços da energia.
De acordo com um analista, o impacto deste acordo depende da quantidade de petróleo em causa, mais uma libertação coordenada de cerca de 60 milhões de barris num período de 30 dias seria visto como o mercado produtor como algo “muito negativo para os preços”.
A OPEP+. que inclui os membros da OPEP e os seus aliados, como a Rússia, vai reunir-se a 2 de Dezembro para discutir a sua política de produção.
Nelson Castro escreveu um livro, intitulado A saúde de Diego: a verdadeira história, no qual alega que El Pibe foi enterrado sem coração.
Numa entrevista ao programa Almorzando con Mirtha Legran, do canal El Trece, médico e jornalista Nelson Castro apresentou o seu novo livro e fez algumas revelações surpreendentes sobre a estrela argentina.
De acordo com a versão do médico e jornalista, revelada na obra, Maradona foi “enterrado sem coração” para evitar que o corpo fosse profanado.
“Houve um grupo de adeptos que planeava extrair-lhe o coração. Não chegou a acontecer porque era um ato de uma ousadia enorme. Mas soube-se que podia suceder”, disse durante a promoção do livro.
“O seu coração foi extraído, também para ser estudado porque o coração é um órgão muito importante para determinar a causa do falecimento de Maradona. Evidentemente, a informação é que está enterrado sem o coração”, acrescentou, citado pelo Diário de Notícias.
O médico foi ainda mais longe, revelando algumas características do órgão. “O coração dele pesava meio quilo, quando o normal são 300 gramas. Tinha um coração grande por outras razões, como a insuficiência cardíaca e a patologia de que padecia.”
No que toca à resistência, Diego Maradona tinha “um corpo privilegiado”, revelou Nelson Castro, depois de ter acesso a arquivos secretos e documentos inéditos.
Na obra, lê-se que El Pibe revelou “uma personalidade aditiva desde muito cedo”, tendo começado a consumir drogas ainda no Boca Juniors, além de ser viciado em sexo.
“Tinha uma voracidade sexual impressionante, como se viu quando esteve em Cuba. Estava sempre rodeado por mulheres, o que foi um pesadelo para a Claudia Villafañe [a sua primeira mulher]”, sustentou o médico.
O astro morreu em casa, onde se encontrava a recuperar de uma cirurgia à cabeça quando sofreu uma paragem cardiorrespiratória. A autópsia revelou que o argentino morreu devido a um edema agudo no pulmão e uma paragem cardíaca.
Entre escândalos de corrupção dentro dos Conservadores, um discurso incoerente de Boris Johnson a empresários está a levantar ainda mais críticas dentro do seu partido.
Pelos vistos não são só as crianças que são fãs da Peppa Pig — podemos juntar Boris Johnson à lista de adeptos da série televisiva. Num discurso errante aos empresários presentes na Confederação da Indústria Britânica (CBI), o primeiro-ministro britânico não poupou elogios a estes desenhos animados made in Britain.
“Ontem fui, como todos devemos ir, ao Peppa Pig World. Não sei se já lá foram, ponham as mãos no ar se já foram ao Peppa Pig World”, começou o primeiro-ministro, mostrando desiludido com os poucos membros da audiência que já tinham ido ao parque de diversões.
Boris Johnson continuou, dizendo que adorou a visita e que o Peppa Pig World é “o meu tipo de lugar” por ter “ruas muito seguras, disciplina nas escolas, muita ênfase nos novos sistemas de tráfego de massas, mesmo que sejam muito estereotipados sobre o pai Pig”.
“A verdadeira lição para mim ao ir ao Peppa Pig World foi sobre o poder da criatividade do Reino Unido. Quem diria que um porco que se parece um secador de cabelo do Picasso e que foi rejeitado pela BBC seria agora exportado para 118 países com parques temáticos na América e na China”, elogiou o líder britânico, dizendo que mais nenhum país podia ter tido a ideia de “génio” de criar a Peppa Pig.
Mas as verborreias de Johnson não se ficaram por aqui. O PM britânico lembrou também o seu passado profissional para sublinhar a importância da transição para os carros elétricos.
“Já tive alguns empregos incríveis, mas entre os mais hedonistas está ser correspondente de automobilismo da revista GQ”, revelou Johnson, que disse só ter experimentado dois carros elétricos nesta altura. O PM lembra também o seu tempo como autarca de Londres, em que tentou impulsionar as alternativas elétricas na cidade, que admite terem falhado.
“Mas dez anos depois disso, chegou o momento decisivo”, afirma Johnson, enquanto bate com o dedo no púlpito. “E esta mudança vai agora acelerar como um Telsa novo, porque posso dizermos enquanto antigo repórter de automobilismo que os VEs podem não borbulhar como pombos ou fazer aquele “vroom vroom raah raah” que adoramos, mas têm tanto torque que arrancam mais rápido que um Ferrari”, afirmou.
Após apelar a que os trabalhadores voltem aos escritórios porque a “Mãe Natureza não gosta do teletrabalho“, Boris Johnson perdeu-se nas notas, limitando-se a folheá-las enquanto repetia “desculpem” durante 20 segundos.
Johnson rematou a intervenção falando sobre o seu plano de 10 medidas para apoiar a transição ambiental dos negócios no futuro, mas não sem antes se comparar a Moisés, visto que “desceu do Monte Sinai e disse aos conselheiros” os seus 10 mandamentos sobre o investimento na energia eólica e no hidrogénio.
Mas Moisés não foi sequer a figura histórica mais inusitada que Johnson trouxe à conversa. O conservador citou também o líder soviético Lenine.
“O Lenine disse uma vez que a Revolução Comunista foi o poder soviético mais a eletrificação do país inteiro. Bem, eu hesito em citar Lenine perante a Confederação da Indústria Britânica, mas a revolução industrial que vem aí é a energia verde mais a eletrificação do país inteiro”, rematou.
Depois do discurso, um jornalista perguntou a Johnson se ele estava bem, ao que o político respondeu que a intervenção “correu muito bem” e que as pessoas entenderam a sua mensagem.
“Embaraçoso” e “caótico”
Muitos esperavam que este discurso fosse a maior oportunidade para
Johnson promover a sua agenda política que promete melhorar “todas as
partes do Reino Unido”, mas o entusiasmo do PM com Peppa Pig acabou por ofuscar o anúncio das mudanças às regulações dos edifícios sobre os carregadores para carros elétricos.
Jurgern Maier, vice-presidente da Northern Powerhouse Partnership, considera que este “discurso falhado” podia ter sido uma “enorme oportunidade” para esclarecer os empresários sobre o plano do governo.
“Foi um fiasco. Foi um verborreia. Havia muitas
iniciativas desarticuladas, algumas que obviamente não eram relevantes.
Enquanto um empresário interessado sobre a reindustrialização do Norte,
foi uma enorme desilusão”, criticou.
Outros líderes empresariais presentes criticaram Johnson por preferir
falar do Peppa Pig World, que fica a cerca de 500 quilómetros de
distância do local onde a conferência teve lugar, em vez de apresentar medidas para a economia.
“Não estava à espera de uma referência à Peppa Pig. Ele parecia bastante perdido“, afirmou Neil Whittaker, director de marketing na Learning Curve Group.
Os Trabalhistas consideraram a intervenção “caótica”. “Ninguém se estava a rir porque a piada já não tem graça“, condenaram.
Já Ed Davey, líder dos Liberais-Democratas, lembrou que as empresas
precisam de esclarecimentos, mas que tudo a que tiveram direito foram
devaneios.
“O primeiro-ministro famosamente disse que ia f**** os negócios — o mínimo que podia fazer era fazer um discurso fo**** e decente”, disse, recordando os rumores de que em 2018 Johnson teria dito “que se fodam os negócios” quando pressionado sobre as preocupações do sector privado sobre um Brexit sem acordo.
Mas as críticas não são só da oposição. Dentro dos próprios Conservadores, diz-se que Johnson tem de “acordar” por “estar a perder a confiança do partido“.
Um deputado revelou ao The Guardian que o discurso foi uma “confusão”, enquanto que outro considerou que foi a intervenção “mais embaraçosa
de um primeiro-ministro Conservador desde as questões ao PM da semana
passada”, referindo-se à sessão semanal no parlamento em que o líder do
governo responde aos deputados.
Uma fonte de Downing Street também revelou à BBC que as empresas
estavam à espera da “liderança” e que a intervenção foi “um caos”,
sublinhando que “há muita preocupação no edifício” com Johnson e que são
precisas “mudanças sérias” ou a situação vai continuar a piorar.
Há também “uma acumulação de coisas” sobre a “competência” do
primeiro-ministro, que está a começar a “parecer abalada” depois de duas
semanas “sangrentas”, referiu um antigo ministro ao The Guardian.
Apesar do desconforto interno, é pouco provável que haja um desafio à liderança enquanto as sondagens forem favoráveis aos Tories no confronto com os Trabalhistas, mas isso pode mudar se houver alterações neste panorama com a proximidade das eleições.
Recorde-se que, nas últimas semanas, os Conservadores têm estado sob fogo devido a escândalos relativos à acumulação de empregos de deputados
e de suspeitas de corrupção nalguns casos. Boris Johnson inclusivamente
já se mostrou arrependido publicamente por ter inicialmente defendido o
deputado Owen Patterson.
O chefe do GUR do Ministério da Defesa afirmou que um ataque no leste e no sul da Ucrânia é possível no início de 2022
A Rússia concentrou mais de 92.000 soldados perto da fronteira com a Ucrânia: está se preparando para atacar no final de janeiro, início de fevereiro. A informação foi afirmada pelo chefe da Direção Geral de Inteligência (GUR) do Ministério da Defesa da Ucrânia, Kirill Budanov, em uma entrevista ao Military Times, publicada na noite de 21 de novembro. O chefe do GUR observou que o ataque provavelmente incluiria ataques aéreos, artilharia e blindados, seguidos por ataques de pouso no leste, ataques de desembarque em Odessa e Mariupol e uma invasão menor pela Bielo-Rússia. De acordo com Budanov, os exercícios militares russos em grande escala "West-2021", que ocorreram no início deste ano, mostraram que Moscou pode transferir simultaneamente mais de 3.500 soldados de operações aerotransportadas e especiais. Budanov ressaltou que o Kremlin está planejando um ataque que deve ser muito maior do que qualquer ação das tropas russas desde 2014, quando mais de 14.000 ucranianos foram mortos. Kiev está atualmente calculando vários cenários de como o ataque potencial da Rússia poderia se desenvolver, visto que o país está cercado por vários grupos táticos russos.
Na sexta-feira, o novo ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, disse que não se sabia se Vladimir Putin havia tomado a decisão final sobre a ofensiva. Ao mesmo tempo, Budanov enfatizou que a Rússia está aumentando o número de tropas e armas na Crimeia ocupada e puxando os sistemas de mísseis balísticos de curto alcance e outras armas de Iskander para a fronteira. O chefe do GUR também observou que as condições climáticas adversas em janeiro-fevereiro não impediriam os russos de atacar. "Isso não é um problema para nós e para os russos", disse Budanov. Ao mesmo tempo, ele acredita que tal ataque ocorrerá apenas após uma série de operações psicológicas que já estão sendo realizadas por Moscou e que visam desestabilizar a situação na Ucrânia e minar as capacidades de defesa. Esses esforços, de acordo com a inteligência, incluem ações da Federação Russa com o objetivo de organizar protestos de longo prazo contra a co-vacinação, incitando distúrbios relacionados à economia e ao abastecimento de energia. Além disso, Budanov disse que a Rússia está tentando aumentar o sentimento antigovernamental na Ucrânia com a ajuda do chamado "Wagnergate". “Eles [os russos] querem incitar motins por meio de protestos e comícios que testemunhem o sentimento antigovernamental do povo. As operações psicológicas russas são usadas para mostrar que "as autoridades traíram o povo", disse o chefe do GUR do Ministério da Defesa. Segundo Budanov, o conflito de fronteira entre a Polônia e a Bielo-Rússia também faz parte dos esforços da Rússia. Ele também observou que as suposições da inteligência americana e ucraniana sobre o momento de um possível ataque russo são muito semelhantes: "Nossas estimativas são quase as mesmas de nossas contrapartes americanas." Estamos no final de janeiro ou início de fevereiro de 2022. De acordo com Ukrayinska Pravda, a inteligência dos Estados Unidos avisou aos aliados que a Europa e os Estados Unidos têm cada vez menos tempo para desenvolver um pacote de medidas econômicas e militares que podem impedir a Rússia de lançar uma ação militar contra a Ucrânia. O ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, espera o apoio dos EUA diante da ameaça de agressão da Rússia e espera que o Ocidente defina o preço da agressão contra a Ucrânia muito alto para a Rússia.
Cientistas encontraram as primeiras evidências de envenenamento por mercúrio em ossos humanos, com cinco mil anos, que se encontram no nosso país e na vizinha Espanha.
A exposição a níveis altos de mercúrio pode ter efeitos tóxicos no nosso corpo. Felizmente, nos dias que correm isso já é pouco frequente. Mas como foi esta relação entre humanos e este metal ao longo do tempo? Foi isso que uma equipa de cientistas tentou descobrir.
Para isso, os investigadores analisaram uma amostra de 370 pessoas enterradas em 50 túmulos espalhados por 23 locais arqueológicos em Portugal e em Espanha, que viveram em períodos como o Neolítico, a Idade do Cobre, ou a Idade do Bronze (ou seja, abrangendo cinco mil anos da História).
Os resultados revelaram que os maiores níveis de exposição ocorreram no início da Idade do Cobre, entre 2900 e 2600 A.C. Neste período, lê-se em comunicado, a exploração e a utilização do cinábrio, ou cinabre, aumentaram consideravelmente por motivos sociais e culturais.
Este sulfureto de mercúrio, quando pulverizado, transforma-se num pó
com um tom vermelho muito vivo, sendo há muito tempo utilizado para produzir pigmentos para tintas.
E acontece que a maior mina de cinábrio do mundo, declarada Património
da Humanidade da UNESCO, fica em Almadén, no centro de Espanha.
Em túmulos desse período descobertos no sul do nosso país e de
Espanha, o pó de cinábrio era usado para pintar câmaras megalíticas,
decorar estatuetas ou estelas e também para espalhar sobre os mortos.
Ou seja, como resultado, muitas pessoas devem ter inalado ou
consumido acidentalmente esta substância, o que levou a uma acumulação
perigosa de mercúrio nos seus corpos. Em alguns dos ossos analisados, os
investigadores encontraram níveis de até 400 partes por milhão (ppm).
Tendo em conta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que
o nível normal em cabelo humano não deve ser superior a 1 ou 2 ppm, os
dados obtidos revelam um alto nível de intoxicação que deve ter afetado seriamente a saúde de muitas destas pessoas.
Com uma crise económica que já dura há décadas, o Afeganistão tem vivido dias cada vez mais sombrios. Enquanto o regime procura reconhecimento internacional e, ao mesmo tempo, encara uma situação degradante, os mais pobres são quem paga o preço mais alto.
Algumas famílias enfrentam grandes dificuldades, chegando ao ponto de ter de vender os próprios filhos para as suas pagar dívidas.
Mohammad Ibrahim, um residente de Cabul, disse à DW que, sem outra opção para pagar uma dívida que contraiu, e depois de ver a sua casa ameaçada, aceitou negociar a filha de 7 anos.
“É difícil oferecer a nossa filha por dívidas. Mas não tínhamos mais nada a oferecer, exceto a nossa própria filha”, referiu Nazo, esposa de Ibrahim.
De acordo com um relatório publicado pela UNICEF – agência das Nações Unidas responsável por fornecer ajuda humanitária e desenvolvimento a crianças de todo o mundo -, “a pandemia de covid-19, a crise alimentar em curso e o início do inverno agravaram ainda mais a situação das famílias. Em 2020, quase metade da população do Afeganistão era tão pobre que lhes faltava necessidades como nutrição básica ou água limpa”.
Estas conclusões foram detalhadas pela UNICEF antes da recente convulsão política e social no país. Segundo a entidade, milhões de crianças continuam a precisar de serviços essenciais, como cuidados de saúde primários, vacinas contra a poliomielite e o sarampo, nutrição, educação, proteção, abrigo, água e saneamento. Filhas para garantir a sobrevivência
Na província de Badghis, noroeste do país, os moradores foram duramente atingidos por secas prolongadas e, assim, tiveram de deixar as aldeias e as casas para trás. Najeeba, uma jovem que vive num acampamento, foi entregue pela sua família em troca de 50.000 afeganes.
“Faz muito frio durante a noite, e não temos nada para aquecer as nossas casas. Queremos que as ONGs nos ajudem. Ainda sou uma menina. Eu tenho dois irmãos, uma irmã e uma mãe. Não me quero casar. Quero estudar e ser educada“, disse Najeeba à DW.
Gul Ahmad, pai de Najeeba, não vê outra alternativa a não ser vender as suas outras filhas para conseguir pagar as contas.
“Não tenho outra opção e, se formos abandonados, serei forçado a vender as minhas outras filhas por 50, 30 ou até mesmo 20.000 afeganes “, disse Ahmad.
O custo humano das hostilidades continua a ser muito intenso no Afeganistão. A ONU está particularmente preocupada com o impacto do conflito sobre as mulheres e meninas.
De acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla em inglês), desde 1 de janeiro a 18 de outubro deste ano, 667.903 pessoas fugiram das suas casas por causa do conflito. Das 34 províncias do país, 33 registaram deslocamentos forçados.
Mais da metade da população encontra-se pobreza extrema, segundo a ONU
O Programa Mundial de Alimentação (WFP, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas, estima que mais da metade da população do Afeganistão vive abaixo da linha da pobreza, e a insegurança alimentar – que é a falta de acesso a suprimentos básicos de nutrição – está a aumentar, muito devido à instabilidade política, social e económica que atinge comunidades inteiras.
O WFP afirma que pelo menos 22,8 milhões de pessoas, de um total de quase 35 milhões de habitantes, são afetadas pela insegurança alimentar no país, incluindo as centenas de milhares que tiveram de fugir de conflitos desde o início deste ano.
O aumento da pobreza pode ser ainda mais percetível pela ausência cada vez maior de movimento nas ruas de Cabul.
A economia deverá cair até 30% em 2021, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O Produto Interno Bruto (PIB) foi de cerca de 20 bilhões de dólares em 2020.
De acordo com o Banco Mundial, 43% desse valor foi baseado em dinheiro de ajuda proveniente do exterior. Antes do retorno do Talibã, 75% dos gastos públicos vinham de doações de ajuda externa.
A saída das forças estrangeiras e de muitos parceiros internacionais deixou o país sem doações, que financiaram três quartos dos gastos públicos.
Nos últimos meses, o governo do Talibã tem lutado para pagar salários de funcionários públicos, enquanto os preços dos alimentos sobem e os bancos enfrentaram uma crise de liquidez.
Muitos afegãos estão a vender bens para comprar alimentos. A muitos deles, a menos que o Afeganistão receba ajuda do exterior, a pobreza extrema pode fazer com que tenham de vender outros filhos e filhas.
Enquanto o regime do Talibã mantém as negociações pelo reconhecimento internacional e tenta, assim, evitar o colapso económico do país, as organizações internacionais pedem ajuda humanitária imediata.
No início desta semana, o diretor-executivo do WFP, David Beasley, pediu apoio maciço durante reunião com lideranças em Genebra, na Suíça.
“O momento é agora, não podemos esperar seis meses. Precisamos de fundos imediatamente para que possamos movimentar os suprimentos antes que o inverno chegue de vez. Não podemos virar as costas ao povo do Afeganistão”, disse Beasley. Crescimento na taxa de suicídio
Enquanto as fontes de rendimento secaram para muitos, e o desemprego continua a crescer no Afeganistão, tem ocorrido também um crescimento nos índices de suicídios. Rohullah, de 60 anos, guarda de uma escola administrada pelo governo no norte de Badakhshan, trabalhou sem receber nenhum salário nos últimos três meses, tomando a decisão de se matar, deixando para trás uma família de luto.
Taiba, filha de Rohullah, contou à DW: “Ele não disse nada. Um dia, estávamos todos em casa, e pediu uma caneta e um papel para anotar as dívidas que tínhamos. Todos nós pensamos que estava a brincar connosco, mas estava a falar a sério e, alguns dias depois, cometeu o suicídio”. Governo pede que não se transmitam séries com mulheres
O Ministério da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício do Governo talibã apelou hoje às estações de televisão afegãs para que deixem de transmitir séries e novelas com a participação de mulheres.
“As televisões devem evitar exibir telenovelas e séries em que as mulheres sejam protagonistas”, diz um documento do ministério enviado à comunicação social.
As novas diretrizes são também para que as televisões garantam que as jornalistas usam “o véu islâmico”, sem especificar se se trata de um simples lenço na cabeça, já habitualmente usado na televisão afegã, ou um véu mais completo.
“Estas não são regras, mas orientações religiosas”, disse o porta-voz do ministério, Hakif Mohajir, citado pela France-Presse.
Esta é a primeira vez que o ministério, responsável por garantir o respeito diário da população pelos “valores islâmicos”, tenta regular a televisão afegã desde que os talibãs voltaram ao poder em meados de agosto.
Derrubados em 2001, os talibãs regressaram ao poder 20 anos depois, em agosto passado, depois de as forças norte-americanas e aliados se terem retirado do país.
Este domingo, um carro irrompeu a alta velocidade um desfile de Natal em Waukesha, uma cidade do estado do Wisconsin, Estados Unidos.
Pelo menos cinco pessoas morreram e cerca de 40 ficaram feridas, depois de terem sido atropeladas num desfile de Natal em Waukesha, Wisconsin, Estados Unidos.
“Neste momento, podemos confirmar que cinco pessoas morreram e mais de 40 estão feridas”, segundo uma publicação na conta da autarquia da cidade, na qual se ressalva que os números “podem mudar” à medida que mais informação é recolhida.
O veículo utilizado no ataque foi recuperado e uma pessoa foi detida. Ainda não se sabe o que poderá ter motivado o ataque.
Vários vídeos publicados nas redes sociais mostram um carro a atravessar o local do desfile em velocidade. Num destes vídeos podem ser ouvidos tiros e o automóvel a ultrapassar o cordão policial para entrar na zona vedada ao trânsito.
A cidade “enfrentou o horror e a tragédia no que deveria ter sido uma celebração comunitária”, afirmou o presidente da Câmara de Waukesha, Shawn Reilly, aos jornalistas.
“Estou profundamente triste por saber que tantos da nossa comunidade
foram ao desfile, mas acabaram a ter de enfrentar ferimentos e
tristeza”, acrescentou, citado pelo Público.
O incidente aconteceu por volta das 17h locais (23h em Portugal Continental) do domingo que antecede o Dia de Ação de Graças.
Pode parecer um caso de ficção, mas aconteceu na vida real. Um homem com o mesmo nome de um assassino em série viu uma foto sua ser amplamente partilhada na internet ao longo dos anos. O erro fez com o norte-americano, que até então era um cidadão anónimo, passasse a viver com um sentimento de medo.
O erro já foi corrigido, mas a imagem de Nathaniel White foi divulgada durante anos na Wikipédia e no Google.
O Nathaniel White que matou seis mulheres em Nova Iorque no início dos anos 90 não é o mesmo Nathaniel White que era encontrado em imagens do Google. Este também não é o homem que durante dois anos apareceu para figurar a imagem do assassino em série na página da Wikipedia, onde ao lado estavam inscritas descrições das suas vítimas, que incluem um adolescente de 14 anos e várias mulheres.
O homem que aparecia nestas imagens não é um assassino em série e também nunca esteve em Nova Iorque. Ainda assim, a sua fotografia disseminou-se na internet ao longo dos anos, sempre associada ao Nathaniel White que efetivamente matou várias pessoas. Este lapso fez com que o cidadão, que mora na Flórida, vivesse com um constante medo de vingança. De que forma é que as imagens foram confundidas?
Tudo começou quando um programa do canal Discovery , chamado “Evil Lives Here”, que foi para o ar em 13 de agosto de 2018, mostrou a imagem errada de White como parte de um programa sobre o serial killer norte-americano.
A fotografia apareceu nos ecrãs por apenas um breve momento da transmissão, mas foi o suficiente para ir parar à Wikipedia e ser disseminada pelo Google. E assim foi durante dois anos.
Confrontado com a insegurança e o medo de viver com o rótulo de assassino, White avançou com um processo contra o canal Discovery, alegando invasão de privacidade, difamação por calúnia, inflição intencional de sofrimento emocional e inflição negligente de sofrimento emocional. A ação judicial também mencionou o Google, o Facebook, o Twitter, e a Wikipedia, entre outros motores de busca e empresas de tecnologia.
O caso chegou até à barra dos tribunais, mas o juiz decidiu que, de acordo com a Secção 230 do Communications Decency Act, estas empresas não eram responsáveis pelos danos morais causados a White. Porém, o processo contra o canal Discovery ainda continua de pé.
Um dos advogados de White, Charles Barfield, sustenta, em declarações ao VICE, que esta situação foi “traumática, emocionalmente e psicologicamente” para o seu cliente. “A imagem dele está em todo o lado. A pandemia de covid-19 salvou a sua vida, pois o uso de máscara ajudou a que White passasse despercebido”. O representante de White recorda ainda um momento em que o seu cliente foi abordado por um vizinho que viu o documentário do canal Discovery e pensou que este fosse o assassino em série.
As leis abertas da Flórida são parcialmente responsáveis pela facilidade com que os dois homens foram confundidos, pois as fotos são facilmente acessíveis ao público – sendo esta a principal razão pela qual o “Homem da Flórida” aparece nas notícias online com tanta frequência.
A verdade é que este homem também é cadastrado: cumpriu pena na prisão estadual por roubo e agressão grave, e foi nesta altura que a sua fotografia foi tirada. Porém, White foi libertado há sete anos. Já o verdadeiro assassino em série está a cumprir 150 anos de prisão perpétua num estabelecimento de Nova Iorque. A disseminação de imagens na Wikipédia e no Google
O editor da Wikipedia que adicionou a fotografia errada de White, cujo nome de utilizador é Vwanweb, retirou-a de um site chamado crimefeed.com, de acordo com Andreas Kolbe, editor da Wikipedia e ex-co-editor da Wikipedia Signpost.
Sites como este extraem bancos de dados da polícia e publicam imagens e nomes de pessoas sem o seu consentimento. Essas imagens acompanham as pessoas pelo resto das suas vidas, independentemente do crime que cometeram ou se, posteriormente, foram declarados inocentes ou culpados.
“Acredito que, como muitos outros editores, o Vwanweb simplesmente seguiu as práticas da comunidade que se observaram aqui”, referiu Kolbe ao VICE. Mas, para Kolbe, a situação também é uma oportunidade de mostrar de que forma os editores da Wikipedia operam.
Kolbe admitiu que gostaria de ver a Wikimedia Foundation, o grupo sem fins lucrativos que possui e opera a Wikipedia, designar uma equipa paga para verificar as fotos de origem policial que aparecem no site. “Estas são fotos de pessoas reais”, alerta, acrescentando que um erro desta dimensão pode “causar sofrimento real” na vida das vítimas.
Ainda assim, a fotografia errada já foi retirada da Wikipedia.
Relativamente ao Google, o caso teve outras repercussões. As informações no painel de conhecimento – uma caixa que aparece em alguns resultados de pesquisa e contém informações rápidas sobre um tópico – às vezes também apresentam falhas.
O painel de conhecimento de Nathaniel White faz uma ligação à página da Wikipedia, onde a imagem errada era exposta e, durante anos, mostrou a foto do homem errado como a primeira imagem que os utilizadores viam ao pesquisar pelo nome. Os advogados de White revelaram ao VICE que tentaram entrar em contacto com a Google para remover as imagens, mas a empresa não tomou qualquer medida.
No entanto, depois do VICE entrar em contacto com a Google para obter mais detalhes do caso, a empresa removeu as imagens de White.
No entanto, os advogados de White continuam frustrados com a decisão, pois frisam que estas empresas continuam protegidas pela Secção 230.“Quando o Congresso implementou a 230, nenhuma destas empresas de tecnologia existia”, refere a equipa de advogados, que considera que seria importante fazer uma atualização da lei.
Biden, que terá quase 82 anos em Novembro de 2024, terá confirmado que se vai recandidatar durante uma angariação de fundos.
No meio de preocupações com a idade avançada e as frequentes gaffes de Joe Biden e rumores de que ainda durante a sua candidatura o actual Presidente dos EUA teria indicado que só queria servir um mandato, há agora notícias que avançam que o chefe de Estado se vai recandidatar em 2024.
Numa fase em que está a sofrer uma grande quebra da popularidade, Biden quer acabar com qualquer dúvida de que se vai afastar depois de um mandato e possivelmente abrir caminho a uma candidatura de Kamala Harris.
“A única coisa que o ouvi dizer é que ele está a planear candidatar-se outra vez. E estou feliz com isso”, afirmou o antigo Senador Democrata Chris Dodd e amigo de Biden, ao Washington Post.
O Presidente terá anunciado esta intenção numa angariação de fundos este mês. Ed Rendell, antigo governador da Pensilvânia que esteve presente no evento, considera que “não há diferença” entre o que Biden disse agora e numa conferência de imprensa na Casa Branca em Março.
Na altura, Joe Biden disse que nunca tinha “planeado três anos e meio
ou quatro” no futuro. Rendell revelou ao jornal que o Presidente diz
publicamente “aquilo em que realmente acredita”. “Ele não se vai recandidatar se achar que não aguenta com o trabalho fisicamente ou emocionalmente”, afirma.
Este anúncio surge depois de, em 2019, Joe Biden ter revelado num
comício de campanha no New Hampshire que entendia as preocupações dos
eleitores com a sua idade avançada.
Recorde-se que Biden, que celebrou 79 anos no dia 20
de Novembro, é o Presidente mais velho da história dos Estados Unidos.
Em Novembro de 2024, a altura das próximas presidenciais nos EUA, Biden
estará perto dos 82 anos.
Na sexta-feira, depois do seu primeiro exame já na presidência, os
médicos consideraram que o chefe de Estado está “em condições para
executar os deveres de Presidente”.
A idade e as gaffes de Joe Biden têm sido um assunto bastante discutido nos EUA, principalmente nos meios de comunicação mais conservadores.
Donald Trump, que ainda não confirmou a recandidatura em 2024, chegou a apelidar o rival como “Sleepy Joe” — Joe Dorminhoco — e criticou várias vezes as capacidades mentais e de saúde de Biden para assumir a Presidência.
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, descreveu hoje a crise migratória na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, a fronteira oriental da União Europeia (UE), como “a maior tentativa de desestabilizar a Europa” desde a Guerra Fria.
O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, “lançou uma guerra híbrida contra a UE”, escreveu Morawiecki hoje numa mensagem publicada na rede social Twitter.
“É a maior tentativa de desestabilizar a Europa em 30 anos. A Polónia não cederá à chantagem e fará de tudo para defender as fronteiras da UE”, afirmou.
“O que parece uma crise de migração comum à distância é, na verdade, uma guerra híbrida” contra a UE e Lukashenko tem “o apoio de Vladimir Putin”, declarou Morawiecki, que está num périplo pelos países bálticos, num comunicado publicado posteriormente.
O primeiro país neste périplo de Morawiecki foi a Estónia, onde recebeu o apoio da primeira-ministra, Kaja Kallas.
“Estamos muito gratos à Polónia por defender as fronteiras da UE e da NATO. Não vamos sucumbir à chantagem do regime de Lukaschenko”, disse hoje Kallas.
Morawiecki, no comunicado, argumentou que toda a Europa já sofre as repercussões da crise com os aumentos dos preços da energia.
“A crise já está a afetar toda a Europa porque cada um de nós sente o aumento dos preços da energia em função da redução drástica do fornecimento de gás aos países europeus. Isso é só o começo, os ditadores não vão parar”, declarou o responsável polaco.
“Apelo a todas as pessoas do mundo livre: Polónia, Lituânia e Letónia precisam da sua solidariedade”, acrescentou, referindo-se aos outros dois países diretamente afetados pela crise.
Milhares de refugiados continuam a tentar entrar na Polónia vindos da Bielorrússia, depois de chegarem ao país com vistos de turista, numa operação que se acredita ter sido orquestrada pelo regime de Lukaschenko.
Kallas, por sua vez, disse que um dos objetivos do regime de Lukaschenko, além de desestabilizar a UE, é desviar a atenção da repressão e das violações dos direitos humanos na Bielorrússia.
O encontro de Morawiecki com Kallas é o primeiro de uma série de encontros entre o primeiro-ministro polaco e os líderes dos países bálticos.
Desde o início do ano, o serviço de fronteiras polaco registou mais de 34.000 tentativas de cruzar a fronteira ilegalmente.
Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, é um dos homens mais ricos do planeta. Mas quanto ganha exatamente o empresário?
As ações que Elon Musk possui na Tesla são públicas, mas é muito difícil calcular quanto dinheiro o empresário consegue fazer a cada segundo, minuto ou hora. Para os mais curiosos, a esperança não está perdida: há uma calculadora que faz todo esse trabalho.
O Select Car Leasing é um portal britânico de compra de automóveis que esconde uma calculadora que tem uma missão, no mínimo, peculiar: descobrir quanto ganham os maiores nomes do setor automóvel.
O website tem uma secção específica, chamada Elon Musk Earnings Calculator, que calcula o montante médio que o empresário sul-africano ganha a cada segundo.
Segundo o Mental Floss, assim que se abre essa página, o número de Musk começa a subir, para que se possa ver quanto dinheiro ganha no tempo que se gasta no site.
A calculadora permite assim saber que Musk ganha quase 1.000 dólares (cerca de 885 euros) a cada cinco segundos ou 21 mil dólares (mais de 18 mil euros) num minuto.
A calculadora online permite também saber quanto ganham algumas personalidades relacionadas com o mundo dos desportos motorizados, entre eles o motorista Lewis Hamilton, o jornalista e apresentador de automóveis Jeremy Clarkson e a influencer Supercar Blondie.
O website também permite calcular quanto tempo levaria Elon Musk a ganhar uma quantia específica de dinheiro. Em apenas dois minutos e 10 segundos, por exemplo, o empresário consegue arrecadar mais de 50 mil dólares (cerca de 44 mil euros).
Crime, poder e sucesso são os temas que fazem o mote do filme “House of Gucci”, com estreia marcada para 25 de novembro nos cinemas portugueses. O drama conta a história de Patrizia Reggiani, que ganhou grande mediatismo por ter mandado assassinar o seu marido, Maurizio Gucci, nos anos 90.
A história, protagonizada por Lady Gaga e Adam Driver, acompanha os conflitos e as relações da família por trás da célebre marca italiana. Baseado em factos reais, o filme mostra como Patrizia Reggiani conspirou para matar o marido em 1995, contratando quatro pessoas para o efeito – entre elas, o seu terapeuta.
Na altura, a socialite italiana foi considerada culpada pela morte de Maurizio Gucci, empresário e neto do fundador da marca, em 1998 e condenada a 29 anos de prisão. Contudo, teve a sua pena reduzida e acabou por ser libertada em outubro de 2016, após 18 anos atrás das grades.
Maurizio Gucci foi morto a tiro do lado de fora do seu escritório na Via Palestro aos 46 anos. O caso cativou Itália, e agora a história está a ser recontada no filme de Ridley Scott sobre a dinastia da moda, “House of Gucci”.
O filme retrata a história com base na perspetiva de Patrizia, desde o momento em que esta conhece Maurizio e é apresentada à família, passando assim a mergulhar neste universo de poder.
No entanto, aquilo que tinha tudo para ser um verdadeiro conto de fadas acabou por se transformar num pesadelo. Após alguns anos de casamento, Reggiani mandou matar o marido alegando que tinha sido trocada por outra mulher: Paola Franchi (interpretada por Camille Cottin). O retrato de uma mulher desprezada surgiu durante o seu julgamento, fazendo com que fosse chamada de “viúva negra” pela imprensa italiana, recorda o The Guardian.
Lady Gaga foi a atriz escolhida para interpretar a italiana. Contudo, a intérprete não teve qualquer tipo de contacto com Patrizia para a criação da personagem.
Além de Lady Gaga como Patrizia Reggiani e Adam Driver como Maurizio Gucci, o elenco do filme conta também com Jared Leto como Paolo Gucci – possivelmente a caracterização mais impressionante do filme. O que esperar
“House of Gucci” promete uma história impactante de crime real, mas também poderá ser mais uma oportunidade para destacar a carreira de Lady Gaga como atriz. Assim como “Em Nasce Uma Estrela”, a artista não poupa comentários sobre a sua imersão na personagem.
Numa entrevista recente, Lady Gaga referiu que a conexão com Patrizia foi tão intensa que, em alguns momentos, foi difícil sair do papel.
“Hoje eu escolhi este anel e ele parece-se com o anel de noivado dela. Eu sinto que ela está dentro de mim o tempo todo e acho que vai demorar anos [pra tirar]”, admitiu a cantora, citada pelo Canaltech.
O filme também será um marco na carreira de Jared Leto, que já tinha referido que sempre sonhou em trabalhar com Ridley Scoot.
No caso de Adam Driver, esta é a segunda vez que o ator trabalha com Ridley Scott. A primeira experiência ocorreu no filme “O Último Duelo”, que chegou aos cinemas em outubro deste ano.
Pelo menos 17 pessoas morreram e dezenas estão desaparecidas no estado de Andhra Pradesh, no sul da Índia, após vários dias de fortes chuvas, disseram hoje as autoridades locais.
O estado de Andhra Pradesh está a ser atingido por fortes chuvas desde quinta-feira, que provocaram grandes inundações em pelo menos cinco distritos.
O número de mortos aumentou para 17 na noite de sexta-feira, após três pessoas morrerem no desabamento de um prédio, de acordo com a polícia local. Dez pessoas que ficaram soterradas sob os escombros foram resgatadas, mas duas ainda estão desaparecidas.
No início de sexta-feira, pelo menos 12 pessoas morreram quando fortes inundações atingiram o autocarro em que viajavam.
Os esforços de busca e resgate de pelo menos 18 passageiros desaparecidos estão ainda hoje a decorrer, segundo o portal de notícias The NewsMinute.
Mortes em vários distritos também foram relatadas nos últimos dias e as autoridades alertaram que o número de óbitos pode aumentar à medida que as operações de resgate continuam.
As equipas da Força Nacional de Ajuda a Desastres foram enviadas para os distritos mais atingidos e as autoridades locais resgataram e levaram centenas de famílias para abrigos.
No distrito de Kadapa, um dos mais atingidos, as chuvas e inundações incessantes forçaram as autoridades a encerrar o aeroporto local até
quinta-feira.
As autoridades disseram que o rompimento de represas e reservatórios causaram mais inundações, deixando centenas de vilarejos abandonados e muitos residentes presos em suas casas.
As chuvas no sul da Índia neste momento não são incomuns,
embora o país tenha visto uma monção prolongada este ano, com
especialistas a alertar que a mudança climática exacerbou o problema,
tornando as chuvas mais intensas e frequentes.
Na semana passada, o estado vizinho de Tamil Nadu foi atingido por inundações
e no mês passado pelo menos 28 pessoas morreram no estado de Kerala, no
sul do país, devido às fortes chuvas que provocaram deslizamentos de
terra.
Em 1980, num almoço de professores num bairro de Jacarta, na Indonésia, Robert Blust apontou o dedo para um arco-íris e foi imediatamente advertido.
Um colega seu tinha aprendido na Samatra que, se o fizesse, arriscaria que o dedo ficasse dobrado como um arco-íris. Segundo o Atlas Obscura, o dedo não sofreu represálias, mas a carreira de Robert Blust mudou a partir desse dia.
O então professor da Universidade de Leiden, nos Países Baixos, decidiu investigar etnografias em busca de crenças tradicionais. Um relatório sobre esta proibição sugeria que o “tabu do arco-íris” – como viria a chamar ao fenómeno – não estava confinado ao Sudeste Asiático.
O professor acabou por descobrir que se estendia a 124 culturas: na América do Norte, entre os Atsugewi do norte da Califórnia e os Lakota das planícies do norte; em partes remotas da Austrália e ilhas isoladas na Melanésia; entre os Nyabwa da Costa do Marfim e os Kaiwá do Brasil; e até na Europa.
Se algumas culturas defendiam que apontar para o arco-íris implicava danos no dedo – como dobrar, paralisar, apodrecer ou inchar – outras teorizavam que os efeitos nocivos recairiam sobre a mãe de quem se atrevesse a fazê-lo.
Na maioria dos casos, era proibido apontar com o dedo indicador. A
tradição sugeria que se usasse a cabeça, os lábios, o nariz, a língua ou
o punho fechado para chamar a atenção para um arco-íris.
Se, por esquecimento, alguém apontasse com o dedo para o fenómeno, havia forma de reverter o castigo:
molhar o dedo, colocá-lo numa cavidade corporal como a boca, o ânus ou
umbigo; ou mergulhá-lo numa pilha de esterco de búfalo. Tudo dependendo
da cultura em causa.
Blust, agora professor de linguística na Universidade do Havai,
escreveu pela primeira vez sobre o tabu do arco-íris em 1998, mas teve
dificuldade em publicar as suas descobertas devido à falta de interesse
académico em ideias universalmente partilhadas. O artigo científico
acabou por ser publicado este ano, na Anthropos.
O que motivava a crença?
Segundo o investigador, a crença poderia ser motivada por dois fatores-chave: pelo facto de os arco-íris serem considerados sagrados,
uma manifestação de outro reino, e por ser um fenómeno encarado como
“agressivo” no passado, com os guias a aconselharem frequentemente os
turistas a evitá-lo.
Combinando estes dois fatores, fica claro que não se deve agir de forma agressiva em relação a um ser sagrado.
O Atlas Obscura também aponta que as pessoas tendem a agarrar-se a informações sobre ameaças, como a do dedo ou a da mãe. Além disso, os rumores sobre o perigo espalham-se muito rapidamente.
Apesar de ser quase impossível identificar, Blust sugere que o tabu
do arco-íris possa ter origem no Paleolítico, mas também é provável que
tenha sido repetidamente perdido e reinventado.
Vários gorilas e leões testaram positivo à covid-19 num
jardim zoológico nos Países Baixos e demonstram sintomas semelhantes aos
da gripe, perda de apetite e tosse leve, revelou na sexta-feira a
instituição.
Em comunicado, o “zoo” Blijdorp explicou que os animais “estão em boas condições e não apresentam riscos para a saúde”, sendo esperado que a “doença seja leve”.
Com base em outros casos, como nos Estados Unidos, a condição do animal antes de ficar infetado é importante para a cura da doença, pode ler-se na nota, citada pela agência EFE.
Os animais demonstram estar mais parados, com menos apetite, com uma
tosse leve e alguns apresentam problemas de estômago e intestinais,
acrescentou.
O jardim zoológico do município de Roterdão garantiu ainda que “não houve riscos para os visitantes” e salientou que, em condições normais, não há contacto direto entre o público e aquelas espécies.
Os locais onde estão instalados os gorilas e leões são imediatamente
fechados aos primeiros sintomas e suspeitas de covid-19 e, por isso, “os animais ficam de quarentena” e não recebem a visita do público temporariamente, para que possam descansar e recuperar.
Os tratadores e veterinários da instituição estão a monitorizar de
perto a saúde destes animais, medicando-se sempre que necessário.
Ainda não se sabe ao certo como é que estes animais ficaram infetados com o novo coronavírus, embora se suspeite que um funcionário assintomático possa ter sido a causa.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, que os tratadores
cumprem um protocolo especial com medidas de proteção que incluem o uso
de máscaras, luvas, distanciamento de 1,5 metros, cuidados de higiene
adicionais e testagem.
Estes são os primeiros casos de animais com teste positivo à covid-19 neste jardim zoológico.
Escolas e faculdades em Nova Deli encerraram depois de um
tribunal indiano de primeira instância ter considerado os baixos níveis
de qualidade do ar uma “emergência”.
Recentemente, a NASA divulgou imagens de satélite que mostram a poluição de Nova Deli, que é agora chamada de chaminé ao ar livre.
Segundo o The Independent, a vasta pluma de fumo estende-se por centenas de quilómetros na capital na Índia.
O espesso “rio de fumo” converge para Nova Deli, como consequência
dos incêndios deliberadamente ateados nos estados circundantes. A este
problema ambiental acresce o fenómeno do ar poluído, que faz com que os
residentes da cidade sofram, todos os anos, especialmente durante o
Inverno
Num relatório intitulado A shot of smoke for Delhi, as imagens captadas pela agência espacial norte-americana, a 11 de novembro, apontam para as dezenas de milhares de queimadas ativas,
principalmente dos estados de Haryana e Punjab, no norte do país, onde
os agricultores queimam todos os anos desperdícios de colheitas para
criar espaço para o novo lote de sementes.
O Governo tem falhado ao não proporcionar alternativas seguras e menos poluentes aos agricultores economicamente desfavorecidos, que veriam a sua subsistência ameaçada se deixassem de queimar resíduos.
Os indianos da capital enfrentaram uma queda acentuada no Índice de Qualidade do Ar
(AQI) no final de outubro, altura em que se deu início à queima das
culturas após o fim de um período de chuvas. O diário indica que o AQI
se manteve severo em novembro.
Outra causa que agravou o problema da poluição de Nova Deli foi a queima indiscriminada de fogo de artifício no festival hindu de Diwali, que aconteceu no passado dia 4 de novembro.
Na sequência do aumento de partículas nocivas à saúde no ar, o Governo indiano decretou confinamento parcial e o encerramento das escolas e faculdades da capital.
As autoridades recomendam o teletrabalho sempre que for possível e
pedem às empresas que trabalhem presencialmente com apenas 50% dos
funcionários, de modo a diminuir a circulação de automóveis.
Na semana passada, o Governo já tinha fechado algumas escolas e universidades durante quatro dias.
Os países europeus com taxas mais altas de vacinação anticovid-19, como Portugal, enfrentam uma “pressão gerível” nos hospitais em altura de forte ressurgimento das infeções, considera o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), embora sugerindo novas restrições.
“Os países ou regiões com níveis de cobertura vacinal na população total acima do nível médio atual da UE, e particularmente aqueles com os níveis mais elevados de cobertura, podem ter uma pressão gerível de internamentos e mortes” por covid-19, afirma o responsável pelo departamento de doenças contagiosas e epidemias do ECDC, Ole Heuer, em entrevista por escrito à agência Lusa, em Bruxelas.
Isto “a menos que haja uma forte diminuição da imunidade seis meses após a vacinação e/ou a sua população tenha uma imunidade natural baixa”, salvaguarda o responsável.
A situação epidemiológica da covid-19 é agora “moderadamente preocupante” em Portugal, segundo o ECDC, que fala numa preocupação “muito elevada” no resto da Europa e prevê aumento das infeções, internamentos e mortes nas duas próximas semanas.
A UE enfrenta atualmente um elevado ressurgimento das infeções por SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, com os internamentos, as entradas nos cuidados intensivos e o número de mortes também a aumentar, situação causada pela dominância da variante Delta (mais contagiosa) e pela descida das temperaturas, mais propícia a doenças respiratórias.
Por essa razão, Ole Heuer argumenta que mesmo estes países com elevada vacinação deviam “manter ou reintroduzir medidas como a limitação da dimensão dos eventos e reuniões, a promoção do teletrabalho, o uso de máscaras faciais em espaços partilhados e o distanciamento físico, uma vez que as pessoas vacinadas ainda podem ser infetadas e transmitir mais ainda o SARS-CoV-2”.
Dados do ECDC revelam que, até ao momento, 76,5% da população adulta na UE está totalmente vacinada, enquanto mais de 81% tomou apenas a primeira dose.
Por países, existem grandes discrepâncias nas taxas, entre os 28,6% de vacinação total de adultos na Bulgária e 92,6% na Irlanda. Relativamente aos países com níveis mais altos de população adulta totalmente vacinada, são, além da Irlanda, Portugal (91,9%) e Malta (91,8%).
A Dinamarca foi considera pelos autores da pesquisa um “bastião anti-populismo” devido aos baixos níveis de concordância que os seus autores demonstraram perante frases de teor populista.
O apoio ao populismo tem vindo a diminuir de forma generalizada na Europa, com especial destaque para os últimos três anos. Neste período, menos pessoas mostraram simpatia ou revelaram identificar-se com frases típicos deste movimento político.
Esta é uma das conclusões de um estudo anual realizado anualmente pelo YouGov-Cambridge Project, produzido em parceria com o The Guadian. Na conclusão do estudo pode ler-se que o simpatia polos movimentos populistas tem vindo a decrescer de forma sustentada em dez países europeus, o que leva os autores a sugerir que o pico das manifestações eleitorais dos mesmos podem já ter passado.
De acordo com análises feitas por cientistas políticos, os resultados mostram um claro padrão de diminuição do apoio ao populismo, apesar de ressalvaram que o resultado pode estar a mascarar um grau mais elevado de radicalização entre os votantes populistas, com a pandemia a desempenhar, nestas situações, um papel importante.
Em França, a percentagem de adultos que dizem acreditar que “a vontade do povo deveria ser o maior princípio da política do país caiu de 66% em 2019 para 62% em 2020 e para 55% em 2021, descobriu o estudo. Nos restantes países europeus, os números mostram tendências semelhantes (com as mesmas referências temporais): na Alemanha os números decresceram de 66%, para 63% e para 61%; na Dinamarca de 61% para 56% e para 50%; em Espanha de 75% para 68% e para 65%; em Itália de 72% para 71% e para 65%; e na Polónia de 80% para 71% e para 65%.
De acordo com o The Guardian — que define o populismo como uma corrente política que estabelece a política como uma batalha entre o cidadão comum e as elites —, o populismo cresceu rapidamente na Europa, com as forças políticas que nele se baseiam a aumentarem as suas percentagens de votos de 7% para 25% em vinte anos.
Os seus principais aderentes são geralmente políticos associados à extrema-direita, com alguns a chefiarem os governos nacionais da Europa atualmente. É o caso de Marine Le Pen, em França, Viktor Orbán, na Hungria, ou Jimmie Akesson, na Suécia.
No que respeita à concordância em relação a outra frase — “o meu país está dividido entre os cidadãos comuns e as elites corruptas” —, registou-se também uma descida em França (61% para 49%), na Alemanha (54% para 46%), na Suécia (42% para 36%), na Dinamarca (29% para 15%), em Espanha (70% para 65%), em Itália (65% para 54%), na Polónia (73% para 63%) e no Reino Unido (58% para 54%).
Para Matthis Rooduijn, um sociólogo político na Universidade de Amesterdão, o estudo, que contou com a participação de mais de 24 mil pessoas em 22 países diferentes, mostra “uma queda clara” no apoio às ideias populistas ao longo dos últimos três anos. No entanto, apesar de os votantes se mostrarem mais moderados e menos recetivos ao populismo, o pequeno grupo de pessoas que mostrou simpatia pelas ideias pode estar a tornar-se mais radical nas nas suas convicções.
A ligação com a pandemia é também clara, já que a conjuntura veio evidenciar as teorias da conspiração, as quais se traduziram em movimentos anti-vacinas, ao passo que a restante franja da população se manteve fiel à ciência dos peritos. O estudo também analisou a adesão dos inquiridos precisamente às conspirações e concluiu que, apesar da quantidade de informação falsa que circula, a maioria dos países registou uma descida no que concerne às teorias.
As exceções, fora da Europa, são a Índia, a Tailândia e os Estados Unidos, onde poucas mudanças se registaram face aos estudos feitos nos anos anteriores. Por isso, os autores acreditam que nestes países “certas formas de descontentamento contra o sistema” podem estar mais enraizadas na sociedade.
No espectro positivo, destaca-se a Dinamarca, país que os investigadores destacam como um “bastião anti populismo” face aos baixos níveis de concordância dos seus cidadãos com afirmações populistas.
Nas respostas referentes aquele país, apenas 8% dos inquiridos concordaram com a frase “é possível ver se uma pessoa é boa ou má através das suas políticas”; 18% concordaram que interesses especiais estavam preveniam os seus países de evoluir; e 15% concordavam com a ideia, já referida, de que o seu país estava dividido entre pessoas comuns e a elite corrupta.
Mesmo assim, apontam os investigadores, a grande conclusão a tirar do inquérito é que nos últimos anos nenhum país registou um aumento considerável no apoio ao populismo e, considerado o mapa geral, a tendência é de decréscimo, sobretudo num contexto pandémico especialmente difícil social e economicamente para as populações.
As roupas mais coloridas de Guna Yala, no Panamá, contam uma história de independência. Apesar de serem um símbolo desta cultura, estão em risco.
Nas águas das Caraíbas, há um pequeno arquipélago de 365 ilhas conhecido como Guna Yala ou Ilhas San Blas, um território politicamente independente.
Lá, toda a comunidade pesa nas decisões legais e políticas, mas o mais curioso é o facto de serem as mulheres o centro da decisão: são elas que herdam terras, os noivos mudam-se para as suas casas e adotam o seu nome.
São também elas que fazem, usam e vendem molas, um símbolo da independência da Guna.
De acordo com o Atlas Obscura, estes tecidos de algodão costurados à mão, tradicionalmente transformados em blusas e usados pelas mulheres Guna, costumam ter desenhos vibrantes e geométricos, ainda que variem muito: desde a mitologia à cultura pop, incluem até temas religiosos ou animais e plantas.
As molas não surgiram por acaso. Influenciados por
imigrantes e comerciantes europeus, os homens Guna começaram a fazer as
suas próprias roupas ao estilo ocidental. Já as mulheres inspiraram-se nos desenhos de pintura corporal de Guna e “inventaram o seu próprio estilo”.
Tudo mudou em 1918, quando o Governo do Panamá tornou ilegal o uso de molas, a língua e várias outras práticas espirituais e culturais. Segundo o portal, Belisario Porras, o Presidente do país, queria “erradicar a cultura Guna.”
A partir desse momento, fazer e usar molas tornou-se um ato
de protesto político. Se os tecidos eram as armas de uma guerra, as
mulheres interpretavam o papel de verdadeiros militares.
A 23 de fevereiro de 1925, os Guna expulsaram a polícia do território e declararam a independência.
As molas persistem até hoje como um símbolo de independência
e do impacto que as mulheres têm nesta sociedade. No entanto, podem vir
a cair por terra, se os artesãos não forem devidamente apoiados.
Cada mola demora cerca de 30 horas a ser produzida e, muitas vezes, os artesãos ganham tão pouco quanto 5 dólares (4,40 euros) pelos seus esforços.
A indústria mundial, em particular as imitações comerciais das molas, também ameaçam esta tradição, que é também o sustento de muitos artesãos.