sexta-feira, 4 de março de 2022

“Vamos só lutar pela maior causa – A causa humana”: Ex-militares portugueses respondem ao apelo de Zelenskyy !


Grupo de antigos militares que decidiu responder à chamada do Presidente ucraniano conta com comandos e para-quedistas portugueses.

De acordo com o Público, vão para a Ucrânia para prestar apoio às populações, dispostos a “fazer o que é preciso ser feito”.

Volodymyr Zelenskyy apelou a todos os que quisessem juntar-se à defesa “da Ucrânia, da Europa e do mundo” e a resposta não tardou.

Segundo o presidente ucraniano, já há 16 mil a caminho do país “para proteger a liberdade e a vida”. Em Portugal, ex-militares portugueses – e não só – já responderam ao apelo e preparam-se para viajar para a Ucrânia.

O grupo com quem o Público esteve em Vila Nova de Gaia prefere manter o anonimato, mas conta com ex-membros dos comandos, dos para-quedistas e do Exército brasileiro.

Vão também acompanhados de um ucraniano. Quem falou foi um dos comandos, com experiência de campo na República Centro-Africana (RCA), onde integrou a 1.ª Força Nacional Destacada. São três os que preparam a viagem para a Ucrânia.

“Eu, o ex-militar do exército brasileiro e um para-quedista [português]. Ainda vamos esperar por mais dois camaradas comandos e um vai encontrar-nos na Polónia”, conta, enquanto enchem um monovolume com material para a viagem. Têm todos “entre 25 e 30 anos“, exceto o homem ucraniano, que já está na casa dos 40.

O objetivo da viagem recai sobretudo sobre “apoiar as populações”, começa por dizer o comando. Combater? “Vamos fazer o que é preciso ser feito“, é a resposta, sublinhando depois que tudo acontecerá dentro do enquadramento legal, já tendo o grupo contactado a embaixada da Ucrânia em Portugal.

“Nada de hollywoodesco ou como mercenários, nada disso. Vamos como voluntários apoiar as populações”, refere o ex-militar, que diz estar a responder ao apelo de Volodymyr Zelenskyy, de quem considera que deve vir a iniciativa para este tipo de mobilização de estrangeiros.

“Isto foi a partir do que disse o Presidente da Ucrânia, que pediu ajuda a toda a gente que quiser colaborar com o que se está a passar, o terrorismo que se está a passar”, diz, recordando o trabalho na RCA. “[Na República Centro-Africana] vimos de perto que as populações precisam de nós. Vamos tentar fazer alguma diferença”.

Apelam ao apoio da comunidade, tanto portuguesa como de outros países, naquilo que for possível.

Louvando as doações que têm sido feitas, e que já permitiram carregar cinco camiões com ajuda humanitária a partir do seminário Cristo Rei, em Vila Nova de Gaia, o ex-militar pede também “apoio monetário” para que voluntários como eles possam comprar equipamentos como capacetes ou placas balísticas (coletes).

Em Portugal, o comando deixa familiares, mas apressa-se a dizer que “já estão habituados”. A mulher apoia a missão voluntária por se tratar de uma “causa nobre”. “Do meu ponto de vista, isto é um ato de terrorismo enorme e temos de fazer alguma coisa”, diz, sempre sereno.

Seguem como voluntários para se juntarem à legião estrangeira, o conjunto de pessoas de várias nacionalidades que vai ajudar as forças ucranianas no terreno.

Quando questionada se tem conhecimento deste e de outros casos de portugueses que se estejam a preparar para responder ao apelo de Zelenskyy, a Embaixada da Ucrânia em Portugal apenas referiu saber que os ucranianos têm recebido “muitos pedidos” de várias nacionalidades para ajudar no combate à invasão russa.

O português sublinha que o principal objetivo do grupo que parte na próxima semana é prestar auxílio às populações na Ucrânia.

“Ninguém é herói, ninguém vai para lá dar o peito às balas, nada disso. Vamos só lutar por aquela que é a maior causa: a causa humana, as famílias, as crianças, as mulheres”.

https://zap.aeiou.pt/vamos-so-lutar-pela-maior-causa-a-causa-humana-ex-militares-portugueses-respondem-ao-apelo-de-zelensky-465606


“Há muita contra-informação sobre o que se diz dos russos”, alerta Pinto Ramalho


Pouco combustível, bombas do tempo da União Soviética, comida cujo prazo expirou em 2015 e walkie-talkies civis usados na frente de combate.

No lado russo, há relatos de contratempos para todos os gostos. Mas, se alguns deles já terão sido comprovados, outros poderão ser “contra-informação”, até porque o assalto a Kiev pode ainda mal ter começado, noticia o Jornal de Notícias.

“A Ucrânia está a ganhar a guerra“, afirmou, na terça-feira, o presidente do país, Volodymyr Zelensky.

A frase talvez funcione mais como fator de motivação interna do que como análise rigorosa dos acontecimentos mas, nos últimos dias, a ideia tem sido repetida um pouco por toda a parte.

“A ofensiva do Kremlin sofre graves problemas logísticos enquanto que os ucranianos se fortalecem”, escrevia, esta quarta-feira, o jornal espanhol El Mundo.

A sustentar esta tese estão, em primeiro lugar, as notícias que dão conta das dificuldades sentidas pelos russos em fazer chegar combustível aos seus veículos de combate.

O general Pinto Ramalho admite que esse cenário exista, mas pede cautela nas análises. “O facto de as viaturas estarem paradas não quer dizer que não tenham gasolina”, afirma.

“Há muita contra-informação sobre o que se diz dos russos“, justifica o antigo Chefe do Estado-Maior do Exército, afirmando ter visto um canal de televisão norte-americano e um britânico a fazerem relatos contraditórios sobre o assunto.

A suposta demora russa pode, por isso, ser propositada, de modo a evitar uma escalada de destruição em Kiev.

“Não sei se os russos não estarão a evitar avançar de forma indiscriminada”, explica Pinto Ramalho. Nesse sentido, a aposta parece ser criar um “cerco” à capital, de modo a deixá-la “sem luz, água e gás”. Assim, as tropas de Putin conseguiriam tornar a vida em Kiev “insustentável”, mas “sem se exporem”.
Russos estarão a pedir “comida e roupa”

Mas as dificuldades logísticas russas estarão também a sentir-se ao nível da alimentação dos soldados.

A 27 de fevereiro, o presidente da Câmara de Kharkiv, Oleg Synegubov, escreveu nas redes sociais que, “desde o início do ataque à Ucrânia”, os militares russos “não receberam comida ou água”, e que estariam a pedir “comida e roupa” aos locais.

Também a resistência ucraniana tem publicado vídeos de alimentos alegadamente encontrados junto de viaturas russas.

Num deles, alguns produtos têm o ano de 2015 inscrito na embalagem, no local do prazo de validade, indicando que já não estão comestíveis há sete anos.

Já o britânico The Daily Telegraph publicou mensagens de soldados russos alegadamente intercetadas por uma empresa de espionagem do Reino Unido.

O jornal escreve que há tropas “a recusar a obedecer a ordens do comando central, incluindo para bombardear localidades ucranianas, ao mesmo tempo que se queixam amargamente da falta de alimentos e combustível”.

Se alguns relatos poderão ter de ser levados mais a sério, outros são mais facilmente descartados. É o caso dos relatos, também vindos de fontes ucranianas, de que os soldados russos estariam a utilizar walkie-talkies civis.

“Não acredito que os russos estejam a fazer a guerra assim”, atira Pinto Ramalho, pedindo que se tenha “extremo cuidado” com certas informações não confirmadas.

Nos últimos dias, alguns resistentes ucranianos têm publicado, nas redes sociais, imagens de walkie talkies alegadamente intercetados ao inimigo. Estes são da marca chinesa Baofeng, que vende alguns modelos por menos de 30 euros.
“Acha que a Rússia traça um objetivo e não o cumpre?”

Há um último tema que deixa Pinto Ramalho apreensivo: o suposto uso de bombas com mais de 50 anos por parte das Forças Armadas da Rússia, avançado pelo El Mundo. As bombas com demasiada idade — o normal é terem entre 10 e 15 anos — “caem como se fossem pedras mas não rebentam“, explica o general. “É um risco tremendo porque, depois, podem sempre rebentar”.

Mas, assumindo que os russos estão mesmo a viver um impasse na Ucrânia, será que poderá haver derrota à vista? Pinto Ramalho admite que a resistência ucraniana “é maior do que se previa”.

Mas questiona: “acha que, se uma potência como a Rússia estabelece um determinado objetivo, não vai fazer tudo para o cumprir?”.

Para o general, uma eventual derrota russa “seria o descrédito absoluto, até em termos de segurança interna”. Assim, conclui: “Temo que, custe a guerra mais ou menos recursos, a Rússia vá até ao fim dos seus objetivos“.

https://zap.aeiou.pt/ha-muita-contra-informacao-sobre-o-que-se-diz-dos-russos-alerta-pinto-ramalho-465413


Revelados planos russos para tomar Ucrânia em 15 dias e instalar o terror com execuções públicas !

O presidente russo, Vladimir Putin ouve o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Russas, Valery Gerasimov.
A Rússia planeia tomar a Ucrânia em 15 dias, ou seja, até ao próximo domingo, 6 de Março, de acordo com alegados documentos secretos revelados pelas Forças Armadas da Ucrânia. Putin planeia controlar as principais cidades ucranianas e demover a resistência com execuções públicas.

Numa altura em que a Rússia ganha terreno a sul da Ucrânia, são divulgados os alegados planos russos para a ofensiva que preveem a conquista do país em 15 dias, ou seja, de 20 de Fevereiro a 6 de Março.

Estes documentos são publicados no Facebook pelo Comando de Operações das Forças Armadas Conjuntas da Ucrânia (COFACU) que garante que os planos foram aprovados a 18 de Janeiro passado.

“Graças às acções bem-sucedidas de uma das unidades das Forças Armadas da Ucrânia, os ocupantes russos perdem não apenas equipamento e força viva”, mas, “em pânico, também deixam documentos secretos”, aponta o COFACU na publicação na rede social.

O COFACU publica o que serão os “documentos de planeamento de uma das unidades do grupo táctico do batalhão 810.a”, da “brigada marinha da Frota do Mar Negro da Federação Russa”, incluindo “um mapa de trabalho, tarefas de combate, mesa de chamadas, mesas de sinais de controlo, mesas de gestão ocultas, lista de armazém de pessoal”, entre outros elementos.

Derrotar os ucranianos com execuções públicas

Entretanto, a jornalista da Bloomberg News Kitty Donaldson assegura que os serviços secretos da Rússia também têm planos para realizar “execuções públicas” logo que o exército russo passe a controlar as principais cidades ucranianas.

Uma estratégia para “desencorajar os ucranianos de lutarem” contra a ocupação, como refere.

A jornalista cita uma fonte da Inteligência Europeia e nota que os planos passam ainda pelo “controle violento das multidões” e por “detenções repressivas de organizadores de protestos” de forma a “quebrar a moral ucraniana”.

A Rússia continua a ganhar terreno às forças ucranianas e já controla a cidade estratégica de Kherson, no sul da Ucrânia, junto ao Mar Morto.

Contudo, os soldados de Putin têm enfrentado algumas dificuldades, sobretudo devido à resistência ucraniana, cujas forças armadas têm sido reforçadas por muitos civis voluntários.

Mas há também algum espanto pelo facto de a Rússia não ter conseguido afirmar a sua superioridade aérea.

Pelo meio, começa a ser evidente alguma desmoralização das tropas russas e há rumores de que alguns soldados acreditavam que iam, apenas, fazer exercícios militares.

Mas no sul da Ucrânia, os russos estão a fazer valer a sua superioridade naval no Mar Negro. Ao mesmo tempo, mantêm a pressão sobre a capital Kiev e sobre a segunda maior cidade ucraniana, Kharkiv.

Nesta altura, Putin está a isolar a Ucrânia nas suas fronteiras a sul, a oeste e a norte, na confluência com os territórios russo e bielorrusso.

O país tem apenas a parte ocidental livre de tropas russas, nas fronteiras com Moldávia, Roménia, Hungria, Eslováquia e Polónia. Mas o plano russo também pode passar por entrar na Moldávia.

https://zap.aeiou.pt/planos-russos-ucrania-execucoes-465489


quinta-feira, 3 de março de 2022

Lukashenko pode ter revelado acidentalmente um mapa dos planos de invasão russa na Ucrânia !


Alexander Lukashenko, Presidente da Bielorrússia, pode ter partilhado, acidentalmente e em direto na televisão, os planos de invasão russa na Ucrânia.

O jornalista bielorrusso Tadeusz Giczan partilhou, no Twitter, um pequeno vídeo no qual é possível ver Alexander Lukashenko a apontar para um mapa da Ucrânia segmentado em quatro partes, noticia o Business Insider.

“Parece ser um verdadeiro mapa de invasão“, escreveu Giczan. O Presidente da Bielorrússia apresentou o mapa durante uma reunião do conselho de segurança do país.

Segundo alguns meios de comunicação social, os alvos militares e a ordem pela qual as cidades ucranianas estão a ser atacadas parecem coincidir com o mapa, que mostra as instalações militares ucranianas destruídas por mísseis lançados a partir da Bielorrússia, assim como o sentido e a direção dos ataques russos.

O mapa reflete também a incursão da Rússia no norte da Ucrânia em direção a Kiev e desde a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, à cidade de Kherson, que terá sido capturada pela Rússia esta quarta-feira.

O que se mantém incerto, e ao mesmo tempo perturbador, é se a informação contida no mapa que ainda não se materializou é real ou não.

O vídeo de Lukashenko revela um ataque na cidade portuária ucraniana de Odessa em direção à Moldávia, um antigo país soviético no radar do Kremlin. Lá existe um pequeno enclave, a Transnístria, apoiado pelo Kremlin e onde a Rússia tem destacado tropas permanentemente.

Se for verdade, as revelações do mapa sugerem que Moscovo planeia enviar militares para este pequeno país de três milhões de pessoas nos próximos dias.

O Parlamento ucraniano anunciou, na terça-feira, que as tropas bielorrussas tinham entrado na região de Chernihiv, no norte da Ucrânia, perto da fronteira com a Bielorrússia. A informação foi confirmada por Vitaliy Kyrylov, porta-voz das Forças de Defesa do Território Norte da Ucrânia.

Lukashenko, conhecido como “o último ditador da Europa”, está no poder desde 1994.

A Bielorrússia desempenha um papel importante nesta guerra, uma vez que foi a partir do seu território que o Ministério da Defesa da Rússia lançou parte das suas tropas para invadir a Ucrânia.

https://zap.aeiou.pt/lukashenko-mapa-planos-invasao-russa-465391


Romper uma resistência histórica: Japão disponível para receber refugiados da Ucrânia !


São muitos os países ao redor do globo que se apressam a apoiar ucranianos em fuga, pelo que este título pode até não surpreender. No entanto, a declaração do primeiro-ministro japonês, que anunciou que o país se prepara para acolher refugiados ucranianos, é mais importante do que parece.

Yoshihisa Furukawa, ministro da Justiça do Japão, anunciou que o país asiático está a preparar-se para acolher refugiados ucranianos em breve, planeando a criação de um quadro que permita aos deslocados estabelecerem-se no país.

“Vamos considerar um sistema para aceitar as pessoas que fogem da Ucrânia o mais cedo possível”, garantiu o governante, na terça-feira, citado pelo Japan Times.

As palavras foram reiteradas pelo primeiro-ministro, Fumio Kishida, que confirmou a abertura das autoridades de Tóquio para receber aqueles que fogem da guerra.

O Japão junta-se, assim, ao conjunto de países dispostos a abrir portas aos refugiados da Ucrânia, que já serão mais de um milhão, de acordo com os últimos dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar de não parecer uma decisão surpreendente, é uma declaração com muito mais valor do que parece.

O Governo nipónico resiste, há décadas, em aceitar refugiados. A resistência é histórica, com as autoridades japonesas a aceitarem mais do que poucas dezenas de pedidos de asilo por ano.

Dados do Ministério da Justiça do Japão revelam que, dos 3.936 requerentes de asilo em 2020, o país só concedeu o estatuto de refugiado a apenas 47.

O Japan Times salienta que o Japão recusa há anos os apelos do ACNUR e da comunidade internacional para aceitar mais refugiados, pelo que as declarações dos governantes podem marcar um novo capítulo nesta história, nomeadamente o rompimento de uma resistência histórica.

Para já, ainda não são conhecidos os detalhes desta alteração de política do Japão, apesar de Kishida ter adiantado que será dada prioridade aos ucranianos que tenham familiares ou amigos no país.

O Governo nipónico também tenciona permitir a entrada de ucranianos à margem do atual limite de entrada diária de 5 mil pessoas no país (limite estabelecido em função da pandemia), assim como a entrada de familiares ucranianos de cidadãos japoneses, incluindo cônjuges e filhos.

A extensão do estatuto de residência para os ucranianos que atualmente já estão no Japão também está entre o pacote de medidas do Governo, que tem praticado uma política de imigração extremamente rigorosa e restritiva.

Os ucranianos que solicitem o estatuto de refugiado terão o seu pedido analisado caso a caso. “Se não lhes for concedido o estatuto de refugiado, iremos considerar a concessão do estatuto de residente com base em motivos humanitários”, avançou Takuji Nishiyama, comissário adjunto da Agência de Serviços de Imigração.

“Isto é uma emergência. O Japão aceitará pessoas que precisam de proteção”, sublinhou o ministro da Justiça japonês.

https://zap.aeiou.pt/japao-disponivel-refugiados-ucrania-465406


China terá pedido à Rússia para adiar invasão à Ucrânia para depois dos Jogos Olímpicos !


Altos funcionários chineses terão pedido à Rússia que não invadisse a Ucrânia até ao fim dos Jogos Olímpicos de Inverno. Pequim nega as notícias.

O The New York Times escrevia, esta quarta-feira, que as autoridades chinesas tinham algum nível de conhecimento sobre os planos de guerra de Vladimir Putin.

Altos funcionários do Governo de Biden e um funcionário europeu revelaram ao jornal norte-americano que um relatório de inteligência ocidental que os chineses pediram a altos funcionários russos, no início de fevereiro, para não invadirem a Ucrânia antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim.

Xi Jinping e Vladimir Putin até estiveram reunidos no dia 4 de fevereiro, antes do início dos Jogos Olímpicos de Inverno. A declaração conjunta emitida depois do encontro indicava que a “amizade entre os dois Estados não tem limites e que não há áreas ‘proibidas’ de cooperação”.

Sem mencionar a Ucrânia, a declaração russo-chinesa opunha-se à expansão da NATO e às coligações que “intensificam a rivalidade geopolítica”, uma provável referência aos esforços do Presidente norte-americano, Joe Biden, para reforçar os laços com outras nações democráticas, perante a ascensão da China.

De acordo com autoridades britânicas citadas pelo The New York Times, esta declaração conjunta foi um sinal claro de apoio chinês, algo que Pequim teria recusado, se Putin ofuscasse os Jogos em Pequim com um ataque antes do encerramento.

O jornal ressalvou que as fontes não estão certas sobre o nível de liderança a que foram realizadas as conversas sobre a invasão.

Segundo uma fonte citada pelo jornal, os detalhes sobre o ataque não foram necessariamente discutidos entre Putin e Xi.

O jornal informou ainda que, segundo fontes do governo norte-americano, em meia dúzia de reuniões entre representantes de Washington e Pequim, incluindo uma com o embaixador chinês, horas antes do início da invasão, os responsáveis mostraram ceticismo, em relação a um possível ataque russo.

Segundo Pequim, a sua relação com Moscovo é a de “parceria estratégica”, mas isso não inclui “nem aliança, nem confronto”, nem “tem como alvo terceiros países”.

Em reação à notícia, a China disse esta quinta-feira ser “completamente falso” que tenha pedido à Rússia que esperasse pelo fim dos Jogos Olímpicos de Inverno para iniciar a invasão da Ucrânia.

“É completamente falso, e também desprezível, que a culpa esteja agora a ser transferida”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

“Aqueles que instigaram esta crise devem tomar medidas concretas para aliviar as tensões”, acrescentou, numa referência implícita aos Estados Unidos.

https://zap.aeiou.pt/china-tera-pedido-a-russia-para-adiar-invasao-a-ucrania-para-depois-dos-jogos-olimpicos-465458


É possível um golpe de Estado contra Putin ? Ucrânia pode ser “o princípio do fim do putinismo” !


A decisão de invadir a Ucrânia está a sair muito cara ao presidente da Rússia. Vladimir Putin é, por estes dias, alvo de todas as críticas, dentro e fora de portas, e já há quem admita que esta guerra contra o povo irmão pode ser “o princípio do fim do putinismo”.

Putin dirige os destinos da Rússia há mais de 20 anos com mão de ferro. Uma mão que endureceu ainda mais nos últimos tempos, com o silenciamento dos opositores, alguns dos quais foram até vítimas de tentativas de envenenamento que são atribuídas a agentes do KGB.

Mas a ditadura de Putin está a ser abalada por uma guerra fratricida que não está a correr tão bem como o dono e senhor da Rússia esperaria.

Antes da invasão à Ucrânia, acreditava-se que o exército russo teria poderio para conquistar o país vizinho em poucos dias. Mas, volvida mais de uma semana desde o início da invasão, os irredutíveis ucranianos resistem.

Entretanto, sucedem-se as notícias sobre a desmoralização dos soldados russos no terreno, com notícias sobre falta de alimentos, deserções e até sabotagens dos próprios veículos para evitar que avancem Ucrânia adentro.

Apesar disso, ainda é provável que Putin conquiste a Ucrânia, nomeadamente controlando o coração do país, a capital Kiev. Contudo, é já evidente para muitos especialistas políticos de que o presidente russo perdeu a guerra.

Para o jornalista José Milhazes, profundo conhecedor da realidade da Rússia, onde trabalhou durante vários anos, “a decisão desastrosa de Vladimir Putin e dos seus generais de invadir e anexar a Ucrânia poderá vir a ser o princípio do fim do putinismo“, conforme escreve num artigo de opinião no Observador.

“A Rússia é propensa à revolução”

“A Rússia é propensa à revolução”, lembra, por seu turno, o deputado do Partido Trabalhista irlandês Brendan Howlin em declarações ao jornal Independent.

Chega um momento em que o homem ou a mulher forte falha e é varrido da Rússia e só temos que esperar que esse dia não esteja muito longe, mas, nesse entretanto, estamos em terreno perigoso”, nota Howlin.

O que mais preocupa o deputado irlandês é que, num cenário de desespero, Putin possa “retaliar com armas nucleares”, o que sublinha quão “vulneráveis estão as coisas”, como diz.

“Para a Rússia, este tipo de guerras não só terminam sem êxito, mas, com frequência, culminam numa catástrofe política“, salienta, por seu lado, o professor e historiador Andrei Zubov, despedido da principal academia diplomática da Rússia, em 2014, pela sua oposição à anexação da Crimeia, lembrando as lições do passado em declarações divulgadas pelo The Washington Post.

“Sabemos qual foi a atitude da população depois da derrota na guerra russo-japonesa de 1905 [que levou à primeira revolução da Rússia]. Poderemos ver o mesmo agora. Poderemos enfrentar uma situação em que o povo não aceite esta aposta do regime“, avança Zubov.

Mas será que isto significa que pode haver um golpe de Estado contra Putin? Ninguém o sabe, mas os opositores ao regime estão a aproveitar o momento para incentivar a população ao protesto, como já fez Alexei Navalny que está detido há quase dois anos pelas suas posições contra Putin.

Navalny apelou aos russos, através do Instagram, para que organizem protestos diários contra a invasão da Ucrânia. “Não posso, não quero e não vou ficar calado”, argumenta, constatando que “a Rússia não é o Putin”.

“Rússia vai pagar por estes crimes de guerra”

O Kremlin proibiu os protestos contra a guerra, mas milhares de pessoas têm saído à rua para se manifestarem, pedindo o fim da invasão. A polícia já deteve milhares de pessoas.

Até figuras próximas de Putin começam a virar-lhe as costas nesta questão, como é o caso do actual dono do Chelsea, Roman Abramovich, que já disse que vai vender o clube e distribuir as receitas dessa venda pelas vítimas da guerra na Ucrânia.

Entretanto, há figuras políticas que também se juntam ao grito mundial contra a guerra. O antigo ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Andrey Kozyrev, apelou aos diplomatas russos para se demitirem “em protesto”.

“Virá o tempo em que a Rússia terá de pagar reparações à Ucrânia, tal como a Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial. Percebo que se possa pagar por uma vida. Mas por futuras gerações, por reconstruir cidades, quem pensam que vai pagar por estes crimes de guerra? A Rússia vai”, salienta Kozyrev citado pela jornalista Bianna Golodryga da CNN.

No meio deste tumulto, a grande dúvida é saber o que “Putin vai fazer agora”, como repara Brendan Howlin no Independent. “Ele é capaz de tudo”, mas “não esperava que a Europa se unisse desta forma”, analisa o deputado irlandês.

Putin “vê-se como uma Catarina, a Grande, moderna, um construtor do império russo e um espalhador do poder russo. Ele quer preservar isso e não ser lavado pela história”, destaca ainda Howlin. O presidente russo arrisca-se a ser lembrado para a eternidade pelos piores motivos.

Atletas russos falam contra a guerra

Para já, Putin é o culpado de uma mobilização sem precedentes contra um Estado por causa de uma guerra. E o desporto está a ser uma das faces mais visíveis deste movimento, até porque é uma área que tende a assumir uma posição de neutralidade política.

Neste caso, Federações e Associações de diferentes modalidades desportivas já suspenderam a Rússia dos seus torneios numa tomada de posição dura que causa sérios prejuízos aos atletas do país. Talvez por isso, porque já têm pouco a perder, se assiste a uma mobilização “sem precedentes” de atletas russos contra a guerra, como repara a investigadora francesa Carole Gomez, directora de pesquisa em geopolítica do desporto, em declarações ao Le Monde.

“Se, antes, podia haver na Rússia tomadas de posição isoladas contra o poder, eram rapidamente denunciadas, marginalizadas ou até sancionadas. Hoje em dia, dado o peso do nome [de alguns atletas], pode ser estabelecido um equilíbrio de poder“, aponta Carole Gomez.

A actual melhor tenista russa, Anastasia Pavlyuchenkova, 14ª do mundo, já veio a público colocar-se, claramente, contra a invasão.

“Representei a Rússia toda a minha vida. Esta é a minha casa e o meu país”, começa por notar Pavlyuchenkova. “Estou em medo total, tal como os meus amigos e família. Mas não tenho medo de assinalar, claramente, a minha posição. Sou contra a guerra e a violência“, acrescenta depois numa publicação nas suas redes sociais.

“As ambições políticas ou pessoais não podem justificar a violência”, atira ainda num ataque directo a Putin. “Isto tira-nos o nosso futuro, mas também o futuro das nossas crianças”, conclui.

Também o tenista russo Daniil Medvedev deu um tímido sinal de que esta guerra não lhe agrada, confessando as “emoções confusas” por ter alcançado o lugar número 1 do ténis mundial na semana em que aconteceu a invasão da Ucrânia.

Andrey Rublev, número 6 do ténis mundial, resumiu a sua posição a um “não à guerra, por favor” que escreveu numa câmara durante um torneio no Dubai.

O avançado Fedor Smolov, que alinha no Dínamo de Moscovo, foi o primeiro futebolista da Selecção Russa a criticar a decisão de Moscovo. “Não à guerra”, escreveu no Instagram a par do emoji de um coração partido e de uma imagem com fundo negro.

A lenda do voleibol russo, a antiga atleta Ekaterina Gamova, dupla campeã europeia e mundial, assumiu uma linguagem dura e abertamente crítica, falando de uma “página vergonhosa” que “permanecerá para sempre na história” da Rússia.

“O nosso governo tem de parar o mais depressa possível. Poderia ficar calada? Sim, poderia. Mas eu tenho vergonha e medo. A Rússia deve saber que há muitas pessoas que são contra o que está a acontecer“, sublinhou ainda Gamova.

“Uma pedra no sapato” de Putin

Estas posições de atletas e ex-vedetas do desporto russo têm um peso importante porque Putin “fez do desporto um instrumento de poder”, como nota o investigador suíço Lukas Aubin, cuja tese de doutoramento se centrou nesta ideia da “Sportokratura”.

Em declarações ao jornal suíço Le Temps, Aubin reforça que os atletas mais conhecidos estão a tornar-se “a face visível da contestação política que existe na Rússia”. “Já não estamos em 2014, quando uma grande maioria da população apoiou a anexação da Crimeia”, acrescenta.

O investigador repara que Putin “mostrou-se a fazer judo, hóquei ou musculação” e que “colocou o desporto ao serviço da influência da Rússia”.

“Em questões de política interna, usou-o para fortalecer o patriotismo do povo. É uma ferramenta muito importante aos olhos de Putin e de que hoje está privado”, constata ainda.

Em 2000, quando Putin chegou ao poder, o desporto “era um campo de ruínas”. “Vinte e dois anos depois, a Rússia sediou todos os maiores eventos desportivos, personalidades russas juntaram-se a muitos órgãos, empresas russas financiaram clubes e organizações no estrangeiro”, o que resultou numa “forte presença” a nível mundial, atesta ainda Aubin.

Assim, as sanções impostas ao desporto russo, nomeadamente a exclusão da Selecção de Futebol do Mundial 2022, têm um peso ainda maior no isolamento da Rússia.

Nesta altura, esta questão desportiva, é apenas “uma pedra no sapato” de Putin, mas “esta pedrinha vai incomodá-lo quando a situação [de guerra] se acalmar”, prevê Aubin.

Antes da invasão à Ucrânia, os atletas viam-se forçados ao “silêncio” para defender “os seus próprios interesses” desportivos, repara também Aubin.

“O mundo desportivo russo temia Putin antes da guerra”, mas, “agora, pergunta-se o que mais deve temer”, pois, “para um atleta, as sanções internacionais têm consequências muito concretas“, destaca.

Na verdade, as sanções podem ter danos irreparáveis na carreira de alguns atletas, pois o tempo passa e a idade não perdoa. Portanto, o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro e o que foi “um instrumento de poder” pode acabar por contribuir para a queda de Putin.

https://zap.aeiou.pt/golpe-de-estado-putin-465388

 

Geórgia junta-se à Ucrânia e vai apresentar já um pedido de adesão à União Europeia !


A Geórgia junta-se assim à Ucrânia e torna-se o segundo país que pertenceu à União Soviética a desafiar Putin esta semana, ao manifestar interesse em aderir à União Europeia.

Depois do Presidente ucraniano ter feito um pedido formal de adesão à União Europeia, Irakli Garibashvili — que lidera o Sonho Georgiano, partido que está no poder na Geórgia — anunciou na quarta-feira que vai também apresentar um pedido para que a antiga república soviética adira ao bloco europeu já esta quinta-feira, algo que só estava previsto para 2024.

O político referiu numa conferência de imprensa que as estruturas da União Europeia devem considerar a candidatura num contexto de emergência e decidir rapidamente se dão à Geórgia o estatuto de candidato.

Depois do início da guerra na Ucrânia, Irakli Kobakhidze, primeiro-ministro georgiano, tinha afirmado que Kiev tinha o seu apoio, mas tinha afastado a imposição de sanções à Rússia e chutado o pedido de entrada na UE para 2024 por considerar que “uma iniciativa apressada” poderia ser “contraproducente”.

No entanto, o Governo mudou de ideias depois de ser pressionado pela oposição a acelerar o processo. Irakli Garibashvili falou numa “agitação artificial” que foi criada. “Enfatizamos novamente que a imposição de sanções e o envolvimento da Geórgia em qualquer forma de conflito militar terá as piores consequências para o nosso país e para o povo da Geórgia”, alertou.

Esta relutância de Tbilissi explica-se pela enorme dependência económica do país no comércio com os vizinhos russos. De acordo com um relatório publicado pela Transparency International na quarta-feira, a dependência da economia da Geórgia na Rússia aumentou em 2021, passando a ser 6,7% do seu PIB.

A posição do Governo tem suscitado protestos à porta do Parlamento, com os manifestantes a mostrarem o seu apoio à Ucrânia e a exigirem uma postura mais firme do executivo de condenação ao conflito.

Volodymir Zelensky, Presidente da Ucrânia, também convocou para uma reunião o embaixador da Geórgia no país, Igor Dolgov, depois de criticar a “posição imoral” de Tbilissi sobre as sanções à Rússia e também sobre a “criação de obstáculos para os voluntários que nos querem ajudar”.

Recorde-se que, na segunda-feira, alguns voluntários georgianos que estavam num voo patrocinado pelo Governo da Ucrânia acusaram a Geórgia de não os deixar aterrar em Tbilissi.

A Rússia e a Geórgia tem também um historial de conflito semelhante ao que se vive agora na Ucrânia. Em 2008, Moscovo também entrou no país através da Ossétia do Sul, uma região separatista, e até hoje, as tropas russas estão presentes nas autoproclamadas repúblicas independentes da Abecásia e da Ossétia do Sul.

Tal como no caso ucraniano, tensão entre os dois países também se deve à proximidade da Geórgia ao Ocidente, nomeadamente com a possibilidade do país entrar na NATO e na UE.

https://zap.aeiou.pt/georgia-pedido-adesao-ue-465386


Guerra mediática: Propaganda russa aposta no medo, e Ucrânia conquista opinião pública !


Há muito tempo que Putin preparava a narrativa interna e externa para invadir a Ucrânia, mas desta vez foi surpreendido, dizem os especialistas.

O líder russo não contava com uma tomada de posição tão forte por parte do Ocidente nem com o heroísmo mediático do Presidente ucraniano, que continua a inspirar a resistência no país e a ganhar a batalha da comunicação, pelo menos para já, segundo o Expresso.

“Estamos a assistir a um novo tipo de guerra”. A frase é de Sandra Fernandes, especialista em relações entre a União Europeia e a Rússia.

O acompanhamento mediático ao segundo de uma guerra não é novidade – aconteceu em 1991 na invasão do Iraque — mas desta vez “tem outro significado, dada a condenação política da agressão de Putin“, aponta a investigadora da Universidade do Minho.

A comunicação é central para entender o que se está a passar na Europa: enquanto que a Rússia está a apostar na sua máquina de propaganda já bem oleada, a Ucrânia está a garantir a resistência interna e o apoio da comunidade internacional através de uma comunicação moderna e auxiliada pelas novas tecnologias.

Do lado russo, a estratégia de comunicação tem um foco: o medo. “O Kremlin está a seguir uma linha muito tradicional da propaganda: incutir o medo tanto no povo ucraniano como no mundo ocidental para atingir os objetivos”, aponta Nelson Ribeiro, investigador de média na Universidade Católica.

Muito antes do início da invasão, o discurso interno de Putin foi construído à volta da ideia de que a Ucrânia é uma ameaça para a Rússia. Para isso, o Kremlin agitou o fantasma de um genocídio russo no país e acusou o governo ucraniano de ser nazi – duas acusações sem adesão à realidade.

“Os espectadores da televisão russa na semana passada provavelmente ficaram a pensar que o país está apenas envolvido numa pequena operação [militar] no sul da Ucrânia, e que o governo ucraniano tem o objetivo de provocar uma guerra maior”, disse a analista política independente Tatyana Stanovaya ao The Guardian.

“É totalmente possível que eu apoiasse Putin e a sua operação militar [se só visse a televisão russa]”, acrescentou.

“Para justificar o ataque, Putin está a apresentar os inimigos como uns bárbaros que não merecem respeito”, resume Nelson Ribeiro – um processo que já aconteceu noutros conflitos bélicos como a Segunda Guerra Mundial e a Guerra no Iraque (de ambos os lados).

Nos últimos dias, o regulador russo da comunicação social apertou ainda mais o cerco à cobertura mediática do conflito: proibiu o uso de expressões como “guerra”, “invasão” ou “ataque”, condicionou o acesso a várias redes sociais como o Twitter e o Facebook e ameaçou cortar a ligação à Wikipédia.

Ao mesmo tempo, o parlamento russo aceitou uma proposta de lei que prevê penas de prisão até 15 anos para quem “criticar” o exército russo.

Fora de portas, Putin e os seus aliados também têm subido o tom – inclusive reforçando a ameaça de um ataque nuclear.

“Externamente, parece-me claro que a estratégia da Rússia não está a ser bem sucedida. E mesmo internamente, apesar das limitações à liberdade de imprensa, vai chegando alguma informação através de meios alternativos e há muitas franjas da sociedade russa que não estão a comprar esta narrativa [de Putin]”, nota Nelson Ribeiro.

Esta semana, o historiador e tradutor Ian Garner apontou para uma ideia semelhante no Twitter: “Tenho estado a monitorizar as reações russas na rede social e estou mais convencido que o regime de Putin sobrestimou a sua habilidade de vencer a guerra de propaganda”, afirmou o académico que estudou e viveu em São Petersburgo.

Na rede social VK, um clone russo do Facebook controlado pelo Kremlin, têm surgido várias publicações críticas da guerra.

“O sentimento antiguerra existe, e uma parte desse sentimento está a sentir-se nas ruas”, analisava Garner, acrescentando que a narrativa histórica antinazi de Putin – para recuperar o sentimento nacionalista da Segunda Guerra Mundial – pode não estar a ser muito eficaz junto da sociedade russa.

Além disso, as consequências das sanções e boicotes internacionais já estão a preocupar a população: “As pessoas no extremo oriente russo, onde os preços da comida já estão a disparar, não estão a entrar em pânico – mas também não estão propriamente felizes”, sinalizou Garner.

Resumindo: “[Há] uma máquina de propaganda estagnada que sabe criar o caos e destruir, especialmente o Ocidente. Mas é uma máquina de propaganda de um império: não é ágil e não sabe responder à atualidade e aos esforços ucranianos e ocidentais”, garantiu Garner.

Estes sinais não chegam para garantir que Putin vai falhar, mas abrem espaço às dúvidas: “Sem sinais de que o governo [russo] está a levar a sério a guerra nos média, será que as brechas do regime vão transformar-se em fissuras profundas nas narrativas da identidade russa?”

Ucrânia: travar a guerra (também) nas redes sociais

Do outro lado está a Ucrânia, para já em vantagem na batalha da comunicação. Muito do mérito é do seu Presidente.

Volodymyr Zelensky é visto em todo o mundo como um líder ao lado do seu povo, algo que não se verificava antes do início do conflito.

“Basicamente, ele era o líder mais popular num grupo de líderes impopulares. Agora é um ícone global”, apontou no Twitter P.W. Singer, cientista político norte-americano especializado em guerras do século XXI.

A estratégia de Zelensky é completa e já teve vários momentos altos: rejeitou a “boleia” dos Estados Unidos para sair do país, continua sem arredar pé de Kiev, está em contacto regular com altos responsáveis políticos ocidentais e é rápido a dar conta disso, mesmo nas redes sociais.

Além disso, o governo ucraniano tem feito um trabalho regular para tentar desmobilizar o inimigo, tendo até criado um site para dar informações aos familiares dos soldados russos que foram enviados para a Ucrânia.

Há muito tempo que ninguém falava com o povo russo com tanto amor“, desabafou Ilya Krasilshchik, um ex-jornalista russo.

Zelensky é um comediante de profissão feito chefe de Estado que é capaz de manter o humor enquanto olha a guerra nos olhos.

“Da próxima vez vou tentar adiar o horário da guerra para falar com Mario Draghi numa hora específica”, escreveu na sexta-feira no Twitter, depois de o primeiro-ministro italiano comentar que Zelensky tinha falhado a hora combinada para uma conversa telefónica.

“Uma das variáveis a ter em conta é a aposta da Ucrânia em comunicar com a opinião pública ocidental. E Bruxelas foi à boleia desta dinâmica”, nota Nelson Ribeiro.

A figura de um herói mobilizou a população ucraniana e “colocou pressão” nos governos europeus.

“Ou os regimes democráticos mostravam que estavam disponíveis para defender determinados valores que dizem ser os seus, ou abriam terreno fértil aos populistas”, defende o investigador.

Inicialmente, a UE deu uma resposta dúbia à agressividade russa – mas rapidamente passou para o lado ucraniano, surpreendendo os especialistas.

Já depois de aplicar sanções económicas à Rússia, Bruxelas suspendeu dois canais televisivos controlados pelo Kremlin. Grandes empresas tecnológicas, como a Apple e a Google, fizeram o mesmo.

“Creio que a forte tomada de posição ocidental para limitar a expansão da narrativa russa surpreendeu Putin, o que não deixa de ser curioso”, diz Nelson Ribeiro.

Sabemos mesmo o que está a acontecer?

No primeiro dia do ataque, o mundo chorou a morte de um grupo de soldados ucranianos que resistiu ao avanço do exército russo na ilha Snake.

A marinha ucraniana corrigiu a informação algum tempo depois: os soldados não tinham morrido e estavam “vivos e de boa saúde”.

Paradoxalmente, a guerra com a maior cobertura mediática de sempre é também a mais difícil de cobrir.

“Estamos numa guerra de informação e contra-informação, e é muito difícil distinguir entre informações reais e produzidas por ambos os lados para influenciar a opinião pública”, alerta Nelson Ribeiro. Os exemplos são vários: desde números e relatos errados, até imagens anteriores à guerra ou tiradas fora de contexto.

As redes sociais são o palco principal da desinformação, mas também a combatem: “A validação das notícias está a ser feita de forma muito consistente e com mobilização da sociedade civil, incluindo nas redes sociais”, considera Sandra Fernandes.

A rede internacional de fact-checking (IFCN), da qual faz parte o Polígrafo, criou o site “Ukraine Facts” com o objetivo de desmontar as notícias falsas que surgem diariamente na Internet.

Ainda é cedo para saber quem serão os vencedores e derrotados deste conflito no terreno, mas já se sabe isto: “O elemento da comunicação política e social vai ter um peso no desfecho da guerra, porque tem impacto no posicionamento dos países, sobretudo os países democráticos”, resume Nelson Ribeiro.

https://zap.aeiou.pt/guerra-mediatica-propaganda-russa-aposta-no-medo-e-ucrania-conquista-opiniao-publica-465379

 

Kherson foi tomada pelas tropas russas - Mais de um milhão de pessoas já saíram da Ucrânia !


Autoridades ucranianas confirmaram hoje a tomada da cidade portuária de Kherson, no sul do país, por parte de tropas russas, uma captura que a Rússia tinha anunciado na manhã de quarta-feira.

Kherson, com cerca de 290 mil habitantes, é o maior centro urbano capturado pelas forças russas desde que a invasão começou, a 24 de fevereiro, segundo a LUSA.

O chefe da administração regional de Kherson, Gennadi Lakhouta, pediu aos moradores, através da plataforma Telegram, que fiquem em casa, indicando que “os ocupantes estão em todas as partes da cidade e são muito perigosos“.

O presidente da câmara municipal da cidade, Igor Kolykhaiev, anunciou que se havia reunido com tropas russas num prédio da administração de Kherson.

“Não tínhamos armas e não fomos agressivos. Mostramos que estamos a trabalhar para proteger a cidade e a tentar lidar com as consequências da invasão”, disse, numa publicação na rede social Facebook.

“Estamos a ter enormes dificuldades com recolha de corpos e enterros, entrega de alimentos e remédios, recolha de lixo, gestão de acidentes, etc.”, acrescentou Kolykhaiev.

O responsável assegurou que “não fez promessas” aos russos e “simplesmente pediu para não disparar.
Mais de um milhão de pessoas já saíram da Ucrânia

De acordo com as Nações Unidas, mais de um milhão de pessoas já terão saído da Ucrânia desde o início do conflito armado com a Rússia.

Filippo Grandi, responsável pela pasta dos refugiados na ONU, disse, no Twitter, nesta quinta-feira, que para milhões de pessoas, na Ucrânia, “é hora de as armas se silenciarem, para que a assistência humanitária, que salva vidas, possa ser fornecida”.
Três escolas e catedral Kharkiv atingidas

Os ataques aéreos russos atingiram várias infra-estruturas na cidade ucraniana de Kharkiv, incluindo três escolas e a catedral, noticiou esta quinta-feira a cadeia de televisão CNN.

Pelo menos três escolas na segunda maior cidade da Ucrânia foram atingidas por ataques aéreos russos nos últimos dias, de acordo com vídeos e fotografias publicadas nas redes sociais, verificadas pela cadeia de televisão norte-americana.

Na quarta-feira, as autoridades ucranianas informaram que o bombardeamento russo tinha resultado na morte de pelo menos 21 pessoas, destruindo diversos prédios.

“Kharkiv é hoje a Estalinegrado do século XXI“, disse Oleksiy Arestovich, conselheiro da Presidência ucraniana, fazendo a comparação com um episódio histórico, quando, durante cinco meses, o Exército soviético defendeu a cidade russa das forças nazis, durante a Segunda Guerra Mundial.

Os ataques russos, muitos com mísseis, fizeram explodir o telhado do prédio da sede da polícia regional em Kharkiv e também atingiram a sede dos serviços de informações e um prédio da universidade, além de edifícios residenciais, detalharam.

https://zap.aeiou.pt/kherson-foi-tomada-pelas-tropas-russas-465373


Redes sociais: A luta por se tornarem…Todas iguais !


TikTok anunciou que vai permitir vídeos com duração de 10 minutos. Um artigo que mistura Youtube, Instagram e TikTok.

Noutros tempos o que estava na moda era o hi5 (que ainda existe, já agora). Depois o Twitter, pouco depois o Facebook, tendo como sucessores – no impacto – o Instagram ou o TikTok. Muitos orientais utilizam o WeChat, o QQ e o Douyin.

E não é tudo a mesma coisa? Ou, pelo menos, estas plataformas de rede social não são todas parecidas?

Para Trish Rooney, são. Foi esse o seu foco no artigo publicado no portal InsideHook.

Uma novidade relacionada com o TikTok originou esta opinião. Na segunda-feira os responsáveis por essa plataforma anunciaram que vão passar a ser publicados vídeos com duração de, no máximo, 10 minutos.

No início os vídeos no TikTok só podiam chegar a 15 segundos. Depois passaram para um minuto. Três minutos passou a ser o limite, no ano passado.

Há um ano os vídeos curtos passaram a ter um espaço próprio. E não foi no Tiktok – foi no YouTube, na (então) nova secção chamada YouTube Shorts. Como se fossem as “curtas” do YouTube.

No ano anterior, Verão de 2020, o Instagram passou a incorporar os Reels, vídeos com duração máxima de um minuto – também para competir com o TikTok, embora nunca tenha surgido essa versão oficial (tal como no caso do YouTube).

Recuando até 2013, o mesmo Instagram, que até então só se centrava na publicação de imagens, passou a contar com a componente vídeo (15 segundos), para competir com a Vine – aplicação que já não existe.

Em resumo: “Estão todos a tentar ser o melhor site para todos os formatos, em vez de se concentrarem no formato que já funciona para cada um”, analisa Trish.

Se repararmos, o YouTube começou a destacar vídeos curtos, até criou uma secção própria – fazendo lembrar o TikTok; agora o TikTok deixa que os seus vídeos sejam mais longos – algo que é frequente…no YouTube.

“Enquanto todas as plataformas estão na corrida para se adaptarem ao maior número possível de formas para obter o controlo do mercado de conteúdo de vídeo, os objectivos originais de cada uma foram passando para segundo plano. Agora temos uma mistura confusa de aplicações que parecem gostar umas das outras, mas na sua vertente pior”, continuou Trish Rooney.

E ainda fica um receio: em plena guerra na Ucrânia, pode aumentar o chamado «jornalismo-cidadão», no qual cada pessoa pode ser um repórter sem o ser – mas muitas informações e imagens divulgadas podem ser falsas ou manipuladas. Com vídeos a chegarem a 10 minutos, essa possibilidade cresce no TikTok.

https://zap.aeiou.pt/redes-sociais-a-luta-por-se-tornarem-todas-iguais-465352


Região italiana de Lazio oferece 2 mil euros a quem quiser casar !


As autoridades de Lazio, região da Itália central com 5,7 milhões de habitantes e cuja capital é Roma, estão a oferecer 2 mil euros a quem estiver interessado em casar-se na região.

O jornal britânico The Guardian escreve que o objetivo é ajudar o setor dos casamentos a recuperar da pandemia de covid-19. Desde o surgimento do coronavírus, o número de casamentos em Lazio — e um pouco em todo o mundo — tem vindo a cair a pique.

Desde o início da pandemia, apenas 9 mil casais deram o nó em Lazio. Um valor significativamente inferior aos 15 mil casamentos registados só em 2019.

A iniciativa chamada “Em Lazio com Amor” não é destinada apenas para italianos, sendo que cidadãos estrangeiros também podem participar. Os interessados devem, assim, casar-se entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2022.

Os casais interessados devem apresentar um máximo de cinco recibos em gastos de serviços de casamento baseados em Lazio, como flores, locais e catering.  

A região dedicou um plafond de 10 milhões de euros, que será usado para reembolsar os casais até ao fim de janeiro de 2023 ou até os fundos esgotarem.

“O esquema é necessário para apoiar um setor que sofreu muito com a crise económica”, disse Nicola Zingaretti, presidente da região de Lazio. “Fizemos o investimento significativo também de olho no setor do turismo, e com a consciência e o orgulho de nos podermos gabar de cada parte da nossa região, com muitos locais entre os mais mágicos e fascinantes do mundo graças a um património cultural inigualável”.

https://zap.aeiou.pt/regiao-italiana-2-mil-euros-casar-465281


Depois de Musk, jovem está agora a rastrear os jatos de oligarcas russos !


O mesmo jovem que ganhou popularidade ao rastrear o jato privado de Elon Musk, está agora a fazer o mesmo com os jatos e helicópteros de oligarcas russos.

@ElonJet é uma das 15 contas de rastreio de voo que Jack Sweeney criou, geridas por bots que o estudante universitário de 19 anos programou que monitorizam dados de tráfego aéreo disponíveis publicamente.

O localizador de Elon Musk é o mais popular, com mais de 390 mil seguidores na rede social.

Agora, segundo a Business Insider, o jovem tem um novo alvo: oligarcas russos. A conta de Twitter @RUOligarchJets permite rastrear os movimentos dos jatos privados de vários multimilionários russos, como por exemplo Roman Abramovich.

A conta entrou no ativo depois de os EUA terem sancionado vários membros do círculo íntimo do Presidente russo, Vladimir Putin.

Sweeney, de 19 anos, fez correr muita tinta na imprensa internacional depois de dizer que Musk lhe ofereceu 5 mil dólares para apagar a conta que rastreava o seu jato particular. O jovem rebateu com uma proposta de 50 mil dólares, mas o CEO da Tesla e SpaceX rejeitou.

Os oligarcas russos continuam a atravessar o mundo nos seus jatos particulares e iates, apesar das sanções aplicadas.

Alguns deles começaram a transferir os seus iates para o Montenegro e para as Maldivas, possivelmente numa tentativa de evitar que fossem confiscados, escreve a CNBC.

Por exemplo, ainda esta quarta-feira, Abramovich viajou num dos seus jatos até Ankara, na Rússia, num voo que durou aproximadamente 35 minutos. Há ainda informações de que foram gastos 908kg de combustível, com um custo aproximado de 1.500 dólares. Foram emitidas três toneladas de CO2.

Também na segunda-feira, Abramovich viajou até às Caraíbas de helicóptero.

O deputado britânico Chris Bryant acusou recentemente o proprietário do Chelsea de estar a vender apressadamente propriedades no Reino Unido para evitar possíveis sanções financeiras.

https://zap.aeiou.pt/jovem-rastrear-jatos-oligarcas-russos-465251


Quatro caças russos violam espaço aéreo da Suécia !

Aeronave Su-27 da Força Aérea Russa.
Quatro caças russos violaram hoje o espaço aéreo sueco a leste da ilha de Gotland, no mar Báltico, adiantou o Exército, numa altura em que crescem as tensões entre a Rússia e o Ocidente devido à invasão da Ucrânia.

“Dois Sukhoi Su-27 e dois Sukhoi Su-24 violaram o espaço aéreo sueco”, disse o Exército da Suécia em comunicado.

A invasão russa da Ucrânia reacendeu o debate sobre a adesão da Suécia à NATO.

Em janeiro, a Suécia enviou tanques e dezenas de militares armados para as ruas de Visby, uma cidade portuária na ilha de Gotland, no mar Báltico, numa ação incomum tomada em resposta ao aumento da “atividade russa” na região.

“As Forças Armadas estão a tomar as medidas necessárias para proteger a integridade da Suécia e demonstrar a nossa capacidade de proteger a Suécia e os interesses dos suecos”, adiantou à agência de notícias AFP o ministro da Defesa, Peter Hultqvist, através de ‘e-mail’, na ocasião.

A medida surgiu depois de três navios russos terem navegado no mar Báltico, cruzando o estreito do Grande Cinturão na Dinamarca.

Em comunicado, os militares disseram que as tropas seriam enviadas para “reforçar as operações em muitos locais”, devido ao “aumento da atividade russa no mar Báltico”.

Hutqvist disse também à agência de notícias TT que as patrulhas na ilha de Gotland mostravam que a Suécia estava a levar a situação a sério e que não seria “apanhada de surpresa”.

As Forças Armadas da Suécia disseram ter detetado uma crescente atividade russa no mar Báltico, ao indicarem a existência de “elementos que se desviam no quadro normal” e decidiram reforçar a preparação militar no país escandinavo.

A Defesa sueca considerava, no entanto, que o risco de ataque ao país escandinavo era “baixo”.

A tensão entre a Suécia e a Rússia acentuou-se nos últimos anos, coincidindo com o início do conflito russo-ucraniano, com denúncias mútuas de violações do espaço aéreo, em particular pela parte sueca.

https://zap.aeiou.pt/cacas-russos-violam-espaco-aereo-suecia-465356


Rússia admite morte de 498 soldados russos na invasão. Kiev fala em quase 6 mil !


O Ministério da Defesa russo admitiu hoje a morte de 498 soldados russos na guerra que iniciou há sete dias contra a Ucrânia, além de 1.597 militares feridos.

A informação, a primeira que a Rússia divulga desde que a guerra começou, a 24 de fevereiro, foi fornecida pelo porta-voz da Defesa russo, Igor Konashenkov, num comunicado.

“Lamentavelmente, entre os nossos camaradas que participam na operação militar especial, há perdas: 498 militares russos morreram no cumprimento do seu dever. Oferecemos toda a ajuda possível às famílias dos mortos”, declarou.

A vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Malyar, disse hoje que, segundo dados preliminares de Kiev, são 5.840 os soldados russos mortos até agora na guerra.

O major-general russo sublinhou que na ofensiva não participam nem recrutas do serviço militar geral, nem cadetes dos centros de estudos militares da Rússia.  

“As informações difundidas por muitos meios de comunicação ocidentais e alguns russos sobre as supostas ‘incontáveis’ baixas russas são desinformação deliberada”, afirmou.

De acordo com Konashenkov, as baixas entre as forças ucranianas são consideravelmente maiores e ascendem a 2.870 mortos e cerca de 3.700 feridos.

“Segundo dados confirmados, o número de militares ucranianos prisioneiros é de 572 pessoas”, acrescentou.

Por sua vez, a ONU disse na terça-feira que já morreram, pelo menos, 136 pessoas — um número que poderá ser muito superior, alertou a organização.

O militar russo afirmou que, no âmbito da ofensiva, as Forças Armadas russas destruíram 47 aviões ucranianos em terra e 13 no ar, 484 tanques e blindados, 63 lançadores múltiplos, 217 peças de artilharia, 336 equipamentos especiais de combate e 47 ‘drones’ (aparelhos aéreos não-tripulados).

No total, indicou, a Rússia destruiu 1.533 alvos militares, entre os quais 54 centros de controlo e comunicações, 39 sistemas de mísseis antiaéreos e 52 radares.

“Os militares russos, o Exército russo, estão a cumprir dignamente a sua missão, estão a erradicar a ameaça real à Rússia proveniente do território ucraniano – um território no qual, contra a vontade do povo ucraniano, iriam futuramente surgir bases da NATO e armas nucleares”, concluiu.

Desde que começou a invasão à Ucrânia, a Rússia já terá feito “mais de 450 lançamentos de mísseis, contabilizou um oficial da Defesa dos Estados Unidos.

As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

https://zap.aeiou.pt/russia-admite-morte-498-russos-465349


quarta-feira, 2 de março de 2022

“Palyanytsa”: Os ucranianos têm formas simples de desmascarar os infiltrados russos - O segredo parece estar na pronúncia !


Ucranianos fazem os possíveis para não ser enganados pelos infiltrados russos e ajudar as suas tropas a vencer o inimigo.

Mesmo antes de Vladimir Putin ordenar a “operação militar especial”, os serviços de inteligência norte-americanos e as autoridades ucranianas já apontavam para a presença de infiltrados russos nas cidades ucranianas, os quais tinham como objetivo ajudar a preparar a ofensiva militar e sabotar os planos defensivos das forças ucranianas. Segundo afirmou Viktor Chelovan, membro do Ministério do Interior ucraniano e comandante das forças especiais “Lance”, em Kiev há células dos serviços especiais russos e do GRU (inteligência militar).

Cientes deste perigo, os moradores de Kiev já desenvolveram um mecanismo para distinguir possíveis infiltrados: obrigar os suspeitos a pronunciar a palavra palyanytsa, um nome de um pão tradicional ucraniano, que nenhum russo consegue dizer corretamente. Segundo o Jornal de Notícias, a armadilha é infalível e tão antiga como as guerras soviéticas. Na cidade surgiram também métodos parecidos, que vão variando consoante os autores. Um taxista, por exemplo, opta por começar a cantar o sucesso musical ucraniano “Oleinii, Oleinii“, esperando que a outra pessoa prossiga com a letra.

Segundo os relatos da população, os agentes russos tendem a permanecer nas florestas e atacar civis. “São pessoas que se parecem com as daqui, mas que começam a disparar contra os moradores”, explicou Andrii Levanchouk, funcionário de um banco local. Durante o período noturno, os invasores espalham minas e marcam os telhados de alguns edifícios, estabelecendo alvos que mais tarde devem ser bombardeados.

Ainda segundo Viktor Chelovan, alguns dos infiltrados são formados por “forças operacionais especiais russas que tentam destabilizar a vida quotidiana nas vilas e cidades, assim como nas bases militares. Existe ainda outro grupo que é formado por “agentes de inteligência cujo único objetivo é matar diversas autoridades ucranianas”.

https://zap.aeiou.pt/palyanytsa-os-ucranianos-tem-formas-simples-de-desmascarar-os-infiltrados-russos-o-segredo-parece-estar-na-pronuncia-465213

 

Ameaça nuclear russa é um “bluff”: Propaganda de ambos os lados pode chegar a “patamar ridículo” !


O especialista em operações militares e major-general Agostinho Costa considera que a Ucrânia está ainda a ganhar a batalha mediática, mas lembra que a sua marinha e a força aérea já caíram perante o poderio russo.

Em entrevista ao Público, o major-general Agostinho Costa fez um balanço dos primeiros dias da guerra na Ucrânia. Sobre a resposta da Ucrânia, o especialista refere que neste momento só o exército resiste, já que “tanto a marinha como a força aérea foram neutralizadas”.

Mesmo perante o poderio russo e a menor capacidade militar da Ucrânia, Agostinho Costa acredita que era de esperar uma maior resposta de Kiev face ao avanço de Moscovo, já que os “ucranianos tiveram oito anos para se preparem” depois da anexação da Crimeia.

“O exército ucraniano não é tão pequeno quanto isso, existem algumas centenas de milhares de militares, há dez anos era o quarto maior exportador de armamento do mundo – neste momento é o 12.º, salvo erro”, nota.

A resistência ucraniana não significa que tenha havido erros no plano russo, no entanto, já que “a operação ainda está a decorrer“. “Neste momento, vemos uma operação com vários eixos de aproximação direccionados para objectivos distintos, há ainda forças de segundo escalão na Rússia de reserva. Temos poucos ataques de artilharia e não vemos a aviação russa a atacar fortemente”, lembra.

Os bombardeamentos já causaram algumas mortes de civis, que podem ser estratégicas, como na destruição de gasodutos. “O caso do prédio de habitação atingido em Kiev decorreu de uma falha de sistema ou erro operacional. Neste tipo de conflitos há sempre estas ocorrências, mas temos de pensar que usar munições para destruir prédios é desperdiçar munições“, considera.

A possibilidade de haver uma “guerra de ruas”, em que se arrasa o centro da cidade, parece pouco provável. “Os russos tiveram Estalinegrado, onde o exército alemão se rendeu e a cidade ficou completamente arrasada. Se fizessem isso, os russos pagariam uma factura incomportável. Kiev é um objectivo político e querem fazer um cerco à cidade. Não creio que entrem em batalha de rua”, antecipa.

O conflito será também “decidido no campo da opinião pública” e a Ucrânia está “indiscutivelmente em vantagem” neste plano e a propaganda pode chegar a um “patamar ridículo“.

“É bom ver todas as partes, mas claro que isto faz parte de uma estratégia comunicacional. A Russia Today [faz a mesma coisa]. Espero que não a desliguem porque não somos idiotas, conseguimos perfeitamente perceber [quando é propaganda]”, defende.

A ameaça de uma escalada nuclear do conflito “faz parte do bluff” próprio do conflito. “O uso das armas nucleares é o que se chamada de “escalada para descalar” o desafio. Ou seja: elevar o conflito para patamar nuclear logo no princípio para depois reduzir a intensidade”, conclui.

https://zap.aeiou.pt/ameaca-nuclear-russa-bluff-465206

 

“A 3.ª guerra mundial seria uma guerra nuclear devastadora”, avisa chefe da diplomacia russa !


O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, disse hoje que o Presidente norte-americano, Joe Biden, sabe que a única alternativa às sanções contra Moscovo é uma terceira guerra mundial, que seria “uma guerra nuclear devastadora”.

Biden “tem experiência e sabe que não há alternativa às sanções, senão a guerra mundial”, disse Lavrov à televisão do Qatar Al Jazeera, citado pela agência espanhola EFE.

“A terceira guerra mundial seria uma guerra nuclear devastadora”, disse o diplomata veterano, de 71 anos.

Na sequência da invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, a Rússia enfrenta sanções da União Europeia (UE) e de diversas entidades e países, incluindo a tradicionalmente neutra Suíça, que estão a atingir setores como a banca, aviação, energia ou o desporto.

Lavrov disse que a Rússia estava pronta para enfrentar as sanções, mas admitiu que não esperava que visassem atletas, intelectuais, artistas e jornalistas.

Mas “a Rússia tem muitos amigos e não pode ser isolada”, disse, de acordo com a Al Jazeera.

Lavrov reiterou a disponibilidade de Moscovo para realizar uma segunda ronda de negociações com o Governo ucraniano, que acusou de estar a atrasar estas conversações “sob ordens norte-americanas”.

Sobre as razões do atual conflito com a Ucrânia, Lavrov disse que os países ocidentais se recusaram a atender às exigências da Rússia para a formulação de uma nova arquitetura de segurança europeia.

A operação militar russa, que vai no sétimo dia, visa desarmar a Ucrânia e impedi-la de adquirir uma arma nuclear, disse Lavrov, citado pela Al Jazeera.

“Não podemos permitir a presença de armas ofensivas na Ucrânia que ameacem a nossa segurança”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/terceira-guerra-mundial-nuclear-465266


Navalny apela a manifestações contra a guerra e descreve Putin como “czar louco” !


O opositor russo Alexei Navalny, atualmente preso na Rússia, convocou hoje os seus compatriotas a saírem às ruas contra a invasão da Ucrânia ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, a quem descreveu como um “czar louco”.

“A Rússia quer ser uma nação de paz. Infelizmente, poucas pessoas nos chamariam assim agora. Mas, pelo menos, não nos tornemos num país de pessoas assustadas e silenciosas, de cobardes que fingem não notar a guerra contra a Ucrânia desencadeada pelo nosso, obviamente, czar louco”, escreveu Navalny na rede social Twitter.

“Putin não é a Rússia. E se há algo agora na Rússia do qual nos podemos orgulhar são essas 6.824 pessoas que foram detidas porque – espontaneamente – saíram às ruas com cartazes a dizer: ‘Não à guerra'”, declarou o opositor.

Navalny estava a referir-se aos milhares de pessoas que foram detidas nos últimos dias em várias cidades russas por se manifestarem contra a guerra.

“Não posso, não quero e não vou ficar em silêncio a ver absurdos pseudo-históricos sobre eventos de há 100 anos tornarem-se uma desculpa para os russos matarem os ucranianos e os ucranianos matarem os russos para se defenderem”, afirmou Alexei Navalny, o principal opositor do regime de Putin.

“É a terceira década do século 21 e estamos a ver notícias sobre pessoas a serem queimadas e casas a serem bombardeadas. Estamos a ver ameaças reais do início de uma guerra nuclear em nossas televisões”, acrescentou.

O opositor lembrou que está preso e não pode comparecer aos protestos, mas reiterou o seu apelo aos cidadãos para que se manifestem diariamente contra a invasão da Ucrânia.

“Não podemos esperar mais. Onde quer que esteja, na Rússia, Bielorrússia e mesmo do outro lado do planeta, vá à praça principal da sua cidade todos os dias”, declarou.

“Devemos cerrar os dentes e vencer o medo, sair e exigir o fim da guerra. Cada detido [nas manifestações] deve ser substituído por dois recém-chegados” aos protestos, declarou.

Navalny foi envenenado em agosto de 2020 com um agente químico de fabricação russa (Novichok) e acusa os serviços secretos russos de tentativa de assassínio.

Depois de retornar à Rússia em janeiro de 2021, após ter passado vários meses a convalescer na Alemanha, Navalny foi detido e condenado a dois anos e meio de prisão. Desde então, o Ocidente exige insistentemente pela sua libertação.

O opositor russo está a ser julgado novamente por novas acusações de corrupção, que o Ocidente e algumas organizações não-governamentais (ONG) consideram meramente políticas.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de milhares de deslocados e refugiados ucranianos na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/navalny-apela-manifestacoes-guerra-465237


Europa exclui sete bancos russos do SWIFT: Sberbank e Gazprom fogem a sanções


A União Europeia adotou hoje a decisão de excluir sete grandes bancos russos do sistema de internacional de comunicações bancárias SWIFT, acordada com Estados Unidos e Reino Unido no quadro das sanções aplicadas à Rússia pela invasão da Ucrânia.

A medida, a entrar em vigor em 12 de março, que visa isolar a Rússia e condicionar fortemente o financiamento da sua máquina de guerra — e que havia sido anunciada no passado sábado —, abrange os bancos VTB (o segundo maior banco russo), bem como o Banco Otkritie, o Novikombank (finanças industriais), o Promsvyazbank, o Rossiya Bank, o Sovcombank e o VEB (banco de desenvolvimento do regime).

Duas grandes instituições bancárias russas não são abrangidas por esta exclusão do sistema SWIFT, designadamente o maior banco da Rússia, o Sberbank, e o Gazprombank, o braço financeiro do gigante dos hidrocarbonetos, através do qual é canalizada a maior parte dos pagamentos para as entregas de gás e petróleo russo à UE, pelo que alguns Estados-membros seriam muito afetados negativamente.

Ainda assim, cerca de um quarto do volume do sistema bancário russo é afetado por esta exclusão, segundo fontes europeias, lembrando que esta é apenas uma das sanções de um pacote mais vasto. O executivo comunitário sublinha também que, “em função do comportamento da Rússia, a Comissão está preparada para acrescentar outros bancos russos a curto prazo”.

“À velocidade da luz, a União Europeia adotou três vagas de pesadas sanções contra o sistema financeiro russo, as suas indústrias de alta tecnologia e a sua elite corrupta. Este é o maior pacote de sanções da história da nossa União. A decisão de hoje de desligar os principais bancos russos da rede SWIFT irá enviar mais um sinal muito claro a Putin e ao Kremlin”, comentou a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.

De acordo com a Comissão Europeia, a decisão, “estreitamente coordenada com os parceiros internacionais da UE, tais como os Estados Unidos e o Reino Unido, “impedirá estes bancos de realizarem as suas transações financeiras em todo o mundo de uma forma rápida e eficiente”.

Apontando que “os bancos visados pela medida de hoje foram escolhidos porque estes bancos já estão sujeitos a sanções por parte da UE e de outros países do G7”, Bruxelas explica que a medida só entrará em vigor dentro de dez dias, em 12 de março, para permitir “à SWIFT e a outros operadores um breve período de transição para implementar a decisão, mitigando assim quaisquer possíveis impactos negativos para as empresas e mercados financeiros da UE”.

O sistema financeiro SWIFT (‘Society for Worldwide Interbank Financial Communications’) movimenta diariamente milhares de milhões de dólares em mais de 11.000 bancos e outras instituições financeiras em todo o mundo.  

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/europa-exclui-sete-bancos-russos-swift-465241


Sinal de força leva aliados a libertarem reservas de petróleo - Mas preço subiu depois de decisão !


Dar um sinal forte e uníssono de que não vai haver ruturas no fornecimento de petróleo ao mercado levou 31 países a decidirem libertar reservas.

O petróleo atingiu esta terça-feira os 106 dólares, mesmo depois da Agência Internacional de Energia (AIE) ter decidido ir às suas reservas libertar 60 milhões de barris, segundo noticia o Observador.

A decisão do organismo internacional que junta 31 países acontece pela primeira vez desde 2011 e só por quatro ocasiões a agência, criada em 1974, decidiu conjuntamente ir às suas próprias reservas para libertar petróleo para o mercado – aconteceu em 2011, 2005 e 1991.

Isto depois dos Estados Unidos já terem decidido libertar, em novembro, 50 milhões de barris das suas reservas, o que, então, não foi seguido por outros países, nomeadamente europeus, por não terem considerado necessário.

Em comunicado, a AIE explica ter tomada a decisão “para enviar uma mensagem forte e unificada aos mercados globais de petróleo que não vai haver ruturas nos fornecimentos por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia”.

Metade dessas reservas serão libertadas pelos Estados Unidos da América. O organismo com 47 anos, sediado em Paris, tem como membros, além dos EUA, o Japão e muitos países europeus.

A AIE garante que apoia as sanções contra a Rússia, mas revela preocupação com a situação atual do mercado e a volatilidade de preços.

Além disso, o diretor executivo do organismo, Fatih Birol, citado no comunicado, aplaudindo a decisão acrescenta que “a situação nos mercados de energia é muito séria e requer toda a nossa atenção. A segurança de abastecimento global está ameaçada, o que coloca a economia mundial em risco neste momento de recuperação ainda frágil”.

Os membros da AIE têm reservas de 1,5 mil milhões de barris, o que significa que estão a libertar 4% do que está em depósito, equivalente a dois milhões de barris por dia durante 30 dias.

A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo, depois dos Estados Unidos e Arábia Saudita. Em janeiro deste ano, a produção russa estava nos 11,3 milhões de barris por dia, enquanto os Estados Unidos debitavam 17,6 milhões e os sauditas 12 milhões.

A Rússia é mesmo o maior exportador de petróleo e o segundo maior de crude, a seguir à Arábia Saudita. Cerca de 60% das exportações de petróleo vão para a Europa e 20% para a China.

Mas a seguir ao anúncio, o Brent, transacionado em Londres e que serve de referência para Portugal, chegou nos mercados aos 106 dólares por barril e o WTI em Nova Iorque também atingiu essa marca, não tendo o preço sido contido pela medida.

Esta quarta-feira vai realizar-se uma reunião da OPEP+ (cartel de exportadores liderados pela Arábia Saudita e que têm a Rússia como aliado), havendo já informação que o organismo vai manter o plano anterior de começar a subir a produção de forma gradual.

A situação na Ucrânia não deverá, assim, fazer alterar os planos, avança a Reuters. A OPEP+ decidiu cortar a produção em 2020 devido à crise pandémica que cortou abruptamente a procura.

A 2 de fevereiro, na sua última reunião, a OPEP+ concordou em aumentar o débito em 400 mil barris por dia a partir de março, mantendo ainda um corte de 2,6 milhões de barris por dia.

Esta terça-feira Vladimir Putin e o príncipe de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed al-Nahyan, tiveram uma conversa telefónica onde terão discutido, segundo a Reuters, a continuação da coordenação no mercado de energia.

https://zap.aeiou.pt/sinal-de-forca-leva-aliados-a-libertarem-reservas-de-petroleo-mas-preco-subiu-depois-de-decisao-465199


IT Army - A Ucrânia está a recrutar talentos para o seu exército digital !


Mykhailo Fedorov, vice-primeiro-ministro ucraniano, anunciou recentemente a criação do IT Army of Ukraine, um grupo que tem como objetivo estar na frente da luta cibernética.

Na passada quinta-feira, a Rússia invadiu a Ucrânia e desencadeou uma guerra que tem assustado, a todos os níveis, a população mundial. O mundo, agora em estado de alerta, está atento a cada desenvolvimento.

Em 2022, um conflito armado também se estende à Internet. É por esse motivo que a Ucrânia uniu esforços para criar o IT Army of Ukraine, que procura agora novos talentos para este exército digital.

O anúncio foi feito no sábado passado por Mykhailo Fedorov, vice-primeiro-ministro ucraniano, no Twitter.

O governante apelou aos hackers com talentos digitais para se juntarem ao esforço e “lutarem na frente cibernética”, adiantando que o exército estaria a organizar-se numa sala de chat no Telegram, onde os voluntários poderiam completar “tarefas operacionais”.

Neste grupo, são partilhadas várias informações e algumas tarefas que os “militares digitais” podem realizar, nomeadamente ataques DDoS a sites de serviços russos.

À data de publicação deste artigo, o grupo conta já com mais de 33 mil subscritores. De acordo com o Gizmodo, a primeira tarefa encorajou os membros a “utilizar quaisquer vetores de ataques cibernéticos e DDoS” nos websites de 31 empresas, bancos e entidades governamentais russas.

Os alvos incluíam a Gazprom, a Lukoil e a Yandex. No setor financeiro, o exército digital destacou o Sberbank, o VTB e o Gazprombank, alguns dos principais bancos do país. As entidades governamentais russas na lista incluíam o Kremlin e o Ministério da Defesa.

Para os “soldados” que não estão tecnicamente habilitados para lançar ataques cibernéticos e de DDoS, o exército tem uma tarefa diferente: denunciar canais russos no YouTube que espalham desinformação sobre a guerra na Ucrânia.

Embora tenham sido relatadas algumas perturbações, não é totalmente claro se o IT Army of Ukraine derrubou com sucesso sites russos ou canais do Youtube.

O exército digital surge depois de o grupo Anonymous ter declarado guerra cibernética à Rússia, atacando vários sites e deixando diversos serviços do Kremlin offline.

Na segunda-feira, os sites de vários meios de comunicação russos, nomeadamente os das agências de notícias, ficaram paralisados. Durante largos minutos, a TASS e a RIA Novosti, o jornal Kommersant, o diário Izvestia e a revista Forbes Rússia emitiram mensagens contra a guerra, numa tentativa de sensibilizar a população russa para o conflito.

No passado fim de semana, Mykhailo Fedorov fez um pedido a Elon Musk que recebeu rapidamente uma resposta positiva por parte do empresário: agora, o país tem ao seu dispor “o melhor e mais resistente” serviço de Internet, a Starlink.

https://zap.aeiou.pt/it-army-ucrania-exercito-digital-465196


Infeções por covid-19 batem recorde em Hong Kong - Política de separação de menores contestada pelos EUA !


Departamento de Estado dos Estados Unidos da América desaconselhou os cidadãos a viajar para Hong Kong, alertando para o risco de separação dos menores.

Apesar de em alguns locais do mundo a covid-19 estar, neste momento, a dar tréguas, este não é um cenário global. Em Hong Kong, o número de infeções tem atingido valores recordes e, em função da política das autoridades locais de isolar em infraestruturas destinadas para o efeito todos os casos positivos (mesmo os assintomáticos), os seus hospitais estão sobrelotados. Os números atuais contrastam com os registados nos primeiros vinte meses da pandemia. Durante esse período, foram detetadas 12 mil infeções e 200 mortes, no entanto, a variante Ómicron veio alterar o panorama.

Desde o início de janeiro, contabilizam-se mais de 220 mil casos e o número de mortes diárias sobe às dezenas. Há ainda relatos, por parte de especialistas, que dão conta de números reais muito mais elevados face à decisão dos cidadãos de se auto-isolarem após um teste negativo, optando por não contactar as autoridades de saúde para evitar os isolamentos forçados.

Esta política já deu origem a situações sociais questionáveis, como a separação de filhos menores dos seus pais – quando os bebés ou crianças testam positivo e os progenitores não. Num comunicado emitido ontem, os Estados Unidos da América alertaram precisamente para esta política, desaconselhando os seus cidadãos a viajar para o território. “Em alguns casos, as crianças que tiveram resultados positivos em Hong Kong foram separadas dos pais e mantidas em isolamento até cumprirem os requisitos do hospital local para a alta”, explicou o Departamento de Estado.

A política também já tinha sido “protestado veemente” pelo Reino Unido, apesar de o passo dado pelos Estados Unidos ser único.

Atualmente, as unidades hospitais e mortuárias estão sobrelotados, falta pessoal médico e ambulâncias e há relatos de invasões a supermercados por residentes em pânico. Nos planos das autoridades está também uma testagem em massa a toda a população de Hong Kong (7,4 milhões de pessoas) três vezes seguidas em março, de forma a isolar todos os casos positivos.

Neste sentido, foram requisitadas dezenas de milhares de quartos de hotel e unidades de alojamento público desocupados, e estão a ser construídos vários campos pré-fabricados, com a ajuda da China, para isolar todas as pessoas infetadas. Cerca de 70.000 vagas para isolamento deverão estar disponíveis nas próximas semanas. Ao ritmo atual, mal cobre o número de novas infeções verificadas nos últimos dois dias.

https://zap.aeiou.pt/infecoes-por-covid-19-batem-recorde-em-hong-kong-politica-de-separacao-de-menores-contestada-pelos-eua-465197

 

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