sábado, 23 de abril de 2022

Rússia descarta resolução diplomática para a guerra !

O presidente russo, Vladimir Putin ouve o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Russas, Valery Gerasimov.
O Kremlin até poderia aceitar um desfecho do conflito através do diálogo; mas isso iria colocar Vladimir Putin em maus lençóis, a nível interno.

Quase dois meses depois do início da invasão à Ucrânia, e após diversas rondas de negociação que poucos resultados criaram, o Governo russo não vê nessas negociações o caminho que origine o fim da guerra.

Ou melhor, o Kremlin até poderia aceitar um desfecho do conflito através do diálogo, por via diplomática – mas o problema é que isso faria descer muito a popularidade de Vladimir Putin, que ficaria em maus lençóis, a nível interno.

Os responsáveis de Moscovo acreditam (ou preferem acreditar) que a grande maioria da população russa apoia esta “operação militar especializada” e não iria compreender um desfecho antecipado, sem uma vitória triunfal da Rússia.

A mesma população russa, confia o Kremlin, olha para a guerra na Ucrânia como uma real “luta contra os nazistas e contra o nazismo”.

No entanto, estas contabilidade não são consensuais porque as sondagens realizadas na Rússia são “fechadas” e criam dúvidas.

Três fontes próximas da presidência russa revelaram ao portal Meduza que Putin e os seus aliados mais próximos já chegaram à conclusão que, agora, não há qualquer desfecho positivo para o seu lado, se acabarem com a guerra através de conversas.

E, por isso, nem têm preparado a opinião pública na Rússia para essa possibilidade. Declarar o fim da guerra através de diálogos não é um assunto sequer comentado a nível interno.

A classe média, de acordo com a versão do Governo local, apoia claramente este conflito. E o único desfecho que admitem é: “Se a guerra já começou, precisamos de vencer – seja em Kiev ou mesmo em Lviv. Não podemos recuar.”

Uma eventual desistência, ou final “precoce” da guerra, também poderia criar uma insatisfação geral, com protestos nas ruas – um cenário que Putin não admite.

A mesma classe média, que vive confortavelmente a nível financeiro, não tem sentido muito as consequências do aumento dos preços. O que recebem, chega. Além disso, sentem que estão a defender o seu país e a defender a justiça.

Quem ganha menos dinheiro e, nesta altura, passa por mais dificuldades para ter comida em casa, é mais provável que seja contra a guerra.

No entanto as mesmas fontes, mesmo estando ligadas ao Kremlin, admitem que a ideia constante defendida por Putin ou por outros responsáveis – quando dizem que estão a salvar a população ucraniano de um regime nazi – “já foi longe demais”.

No terreno, os responsáveis da Rússia centram-se agora na região do Donbass, onde pretendem alcançar “controlo total”.

https://zap.aeiou.pt/russia-nao-admite-fim-guerra-negociacoes-475124

Após o susto inicial, Macron descolou-se de Le Pen no sprint final da campanha !


Macron tem conseguido ganhar terreno contra Marine Le Pen nos últimos dias, de acordo com as sondagens, e antecipa-se uma reeleição sua no domingo.

No último dia da campanha e com o domingo decisivo a aproximar-se, as sondagens para as presidenciais francesas apontam para uma vitória confortável de Emmanuel Macron no confronto com Marine Le Pen.

Uma sondagem do Ipsos revela que 57,5% dos inquiridos vão votar no actual Presidente, enquanto que 42,5% preferem a candidata da União Nacional. A margem de erro é de 3,3 pontos, o que garante, em teoria, uma vitória mais confortável para Macron do que se esperava no início da campanha.

Apenas 5% dos franceses que apostaram em Macron afirmaram que ainda podem mudar de ideias. Já 8% dos inquiridos que apoiam Le Pen não descartam a possibilidade de, na hora da verdade, votarem em Macron.

Um factor que pode ser decisivo são os votos em branco, com 40% dos inquiridos que afirmaram que pretendem deixar o boletim por preencher a adiantar que ainda podem vir a escolher um dos candidatos até domingo.

Outra sondagem do BVA adianta que Macron deve permanecer no Eliseu e vencer com uma margem de 11 pontos percentuais. O agregador de sondagens Poll of Polls, do Politico, dá 55% de probabilidades de vitória para o liberal e apenas 45% para a candidata de extrema-direita.

Recorde-se que nem sempre as sondagens deram uma margem tão confortável para Macron. Antes da primeira volta, o actual Presidente estava em empate técnico com Le Pen e alguns inquéritos chegaram mesmo a prever uma vitória para a adversária, que apostou em promessas de combate à inflação para conquistar os franceses.

O debate de quarta-feira ajudou a dar um impulso final às esperanças de reeleição de Macron, com as sondagens sobre o confronto a mostrarem que a população preferiu a prestação do chefe de Estado à da candidata da União Nacional.

Para além do debate, os apelos de Jean-Luc Mélenchon para que os seus apoiantes rejeitem Le Pen — sem nunca apoiar directamente Macron — também podem estar a ajudar a que o eleitorado de esquerda concentre o voto útil no actual Presidente na esperança de travar a chegada da extrema-direita ao poder.

Mélenchon foi o terceiro mais votado, com quase 22% dos votos, tendo ficado de fora da segunda volta. No entanto, o seu resultado eleitoral traçou o retrato de uma França tripartida, pelo que o voto dos seus apoiantes é decisivo na corrida ao Eliseu. Cabe agora a Le Pen e Macron tentar captar o seu apoio e evitar que este eleitorado não vote ou vote em branco como forma de protesto.

A abstenção é também um dos enigmas que dificultam a previsão dos resultados, já que quase um quarto dos eleitores não votou na primeira volta e antecipa-se que muitos dos apoiantes dos candidatos que não passaram para o confronto final possam ficar em casa. 44% dos eleitores de Mélenchon já admitiram que podem faltar à chamada às urnas no domingo.

Segundo Gaël Sliman, presidente do instituto de sondagens Odoxa, Macron não consegue atrair mais de 50% dos votos do eleitorado dos outros candidatos. Já Marine Le Pen consegue concentrar o apoio de mais de 80% dos eleitores de Éric Zemmour, outro candidato de extrema-direita conseguiu 7% na primeira volta.

PUBLICIDADE
Macron agradece apoio de Costa

O candidato às presidenciais francesas Emmanuel Macron disse hoje à Lusa que o apelo feito pelo primeiro-ministro português, António Costa, para votar nele na segunda volta das eleições é “muito importante, a título individual e entre os dois países”.

“Quero agradecer ao meu amigo Costa, que foi formidável. O António foi adorável, e fiquei muito emocionado”, afirmou o também Presidente francês em declarações à Lusa à chegada à cidade de Figeac, na região do Lot, no sudoeste de França, onde decorre o último comício do candidato antes da segunda volta das eleições presidenciais francesas.

Questionado se o apoio do primeiro-ministro português é importante, Macron respondeu: “É muito importante! A título individual, e entre os dois países”.

O agradecimento do chefe de Estado francês surge depois de António Costa, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchéz e o chanceler alemão Olaf Scholz terem apoiado conjuntamente a candidatura de Macron na quinta-feira, com um texto publicado no jornal português Público, no espanhol El País e no francês Le Monde.

“A segunda volta das eleições presidenciais francesas não pode ser ‘business as usual’ para nós. A escolha que o povo francês enfrenta é crucial — para a França e para cada um de nós na Europa. É a escolha entre um candidato democrático, que acredita que a força da França cresce numa União Europeia poderosa e autónoma, e uma candidata de extrema-direita, que se coloca abertamente do lado daqueles que atacam a nossa liberdade e a nossa democracia — valores baseados nas ideias francesas do iluminismo”, defenderam.

https://zap.aeiou.pt/susto-macron-le-pen-reeleicao-475087


3 euros por litro de gasolina, em Bissau em garrafas de água !


Capital da Guiné-Bissau ocupada por dezenas de pessoas que estão, na rua, a vender garrafas de 1,5 litros, com gasolina. Custam 4,5 euros.

Dezenas de pessoas estão espalhadas pelas avenidas de Bissau a vender gasolina a 4,5 euros por 1,5 litros depois de vários postos de abastecimento da capital guineense terem esgotado o combustível ou começado a controlar a sua venda.

A maior parte dos jovens que se encontram a vender a gasolina em garrafas de água de 1,5 litros não querem ser identificados e recusaram falar à Lusa, mas adiantaram que vão comprar a gasolina ao Senegal e vendem a garrafa por 3.000 francos cfa (4,5 euros).

Já Malam Sambu, um vendedor de combustível, que tem a sua banca junto à Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria ou “Nino” Vieira, que liga o mercado do Bandim ao aeroporto, explicou que a foi buscar a uma bomba de Zinguichor.

“Fui uma vez buscar à fronteira um bocadinho, 50 litros. Eu trouxe 50 litros, mas não é o suficiente porque não chega para as pessoas”, afirmou Malam Sambú, que interrompeu as suas explicações à Lusa para ir vender mais três litros de gasolina a um cliente.

Malam Sambú explicou que, como vai comprar ao Senegal, é obrigado a aumentar o preço, mas os jovens que não quiseram ser identificados explicaram que estão a comprar 1,5 litros na fronteira por 1.250 francos cfa (1,90 euros).

Questionado pela Lusa se continuava a vender muita gasolina, Malam Sambú disse que as pessoas continuam a comprar.

“As pessoas compram 10, 25 litros. Compram porque não há nas bombas”, afirmou.

Desde a semana passada que a crise de combustível se agudizou na Guiné-Bissau e já levou à paragem de veículos movidos a gasolina e à especulação de preços no mercado negro.

O porta-voz do Governo e ministro do Turismo, Fernando Vaz, afirmou quinta-feira que a situação será ultrapassada em breve com a chegada de um navio de Portugal.

Fernando Vaz afirmou que o país “está quase em rutura de ‘stock’” de gasóleo e gasolina, mas ainda tem estes produtos.

Entretanto, ao final de quinta-feira o Governo anunciou o aumento do preço dos combustíveis, passando a gasolina a custar 1,15 euros o litro e o gasóleo 1,16 euros por litro.

https://zap.aeiou.pt/gasolina-garrafas-agua-bissau-474995


“A população russófona está a ser oprimida”: Rússia quer entrar na região da Transnítria, na Moldávia !


O exército russo quer dominar as regiões separatistas de Lugansk e Donetsk e admite entrar na Transnítria, um território russófono que declarou a independência da Moldávia em 1990, não tendo esta sido reconhecida.

Em declarações feitas à agência de notícias Interfax, o major-general russo Rustam Minnekaev detalhou os planos do Kremlin para o controlo das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia.

O responsável adianta que o objectivo é a criação de um corredor terrestre desde a península da Crimeia, que Moscovo anexou em 2014, até à Transnístria, na Moldávia. O plano foi revelado numa reunião com empresas do complexo militar industrial russo em Yekaterinburg.

“Desde o início da segunda fase da operação especial, que começou há dois dias, uma das tarefas do exército russo é conseguir o controlo sobre Donbass e sul da Ucrânia. É outro caminho até à Transnístria, onde também há provas de que a população russófona está a ser oprimida“, afirmou Minnekaev.

De acordo com Minnekayev, a Rússia está a “combater o mundo inteiro”, tal como na “Grande Guerra Patriótica”, recorrendo a uma expressão que os russos usam para se referirem à Segunda Guerra Mundial. “Toda a Europa, todo o planeta estava contra nós na altura. Agora, é a mesma coisa, eles nunca gostaram da Rússia“.

A Transnítria é uma região na Moldávia que faz fronteira com a Ucrânia e fica a cerca de 40 quilómetros de Odessa, onde se situa o maior porto ucraniano. É controlada por separatistas pró-russos e declarou a independência em 1990, com o apoio de Moscovo. Estima-se que haja 1500 soldados russos permanentemente na região.

A sua independência não foi reconhecida nem pela Moldávia nem pela comunidade internacional, mas o território opera como um país independente, tendo bandeira, Constituição, moeda, exército e hino próprios.

O militar acredita que a criação deste corredor terrestre permite à Rússia controlar “infraestruturas vitais da economia ucraniana”, referindo-se aos portos do Mar Negro, “através dos quais os produtos agrícolas e metalúrgicos são entregues”.

Kiev já afirmou que teme que a Rússia avance contra outros países na região e use esses territórios como locais estratégicos para o planeamento de novos ataques. No início do mês, os responsáveis ucranianos afirmaram que estava a ser criado uma aeródromo na região para ser usado pelas forças russa, mas as acusações foram negadas pelo Ministério da Defesa da Moldávia e pelo Governo da Transnítria.

O Ministério da Defesa já reagiu aos planos russos no Twitter, acusando o Kremlin de “imperialismo” e de ter parado de esconder as suas verdadeiras intenções ao admitir que “o objectivo da ‘segunda fase’ da guerra não é uma vitória sobre os míticos nazis, mas simplesmente a ocupação do leste e do sul da Ucrânia”.

https://zap.aeiou.pt/russia-moldavia-crimeia-transnitria-475070


sexta-feira, 22 de abril de 2022

Imagens mostram mais de 200 valas comuns em Mariupol. Ucrânia diz que estão enterrados 9 mil corpos !


Ucrânia acusa a Rússia de enterrar nove mil civis em Mariupol, para esconder o massacre. Imagens de satélite apontam para a possível existência de 200 valas comuns.

As fotografias divulgadas na quinta-feira surgiram horas depois de Vladimir Putin ter anunciado o controlo de Mariupol, apesar de cerca de dois mil combatentes ucranianos ainda se encontrarem barricados numa siderurgia.

Maxar Technologies, o fornecedor das imagens de satélite, divulgou as imagens, que, supostamente, mostram mais de 200 valas comuns na cidade onde os responsáveis locais ucranianos dizem que os russos têm estado a enterrar residentes de Mariupol.

As imagens mostram longas filas de sepulturas que se afastam de um cemitério existente na cidade de Manhush, a 20 quilómetros da localidade que atualmente se encontra cercada pelas forças russas, segundo o Observador.

Vadym Boychenko, autarca de Mariupol, acusou os russos de “esconderem os seus crimes militares”, retirando os corpos de civis da cidade e enterrando-os em Manhush.

As valas comuns podem conter até 9.000 mortos, segundo explicou a autarquia de Mariupol, numa mensagem na plataforma social Telegram.

“Os ocupantes cavaram trincheiras com uma profundidade de 30 metros e estão a usar camiões para trazer os corpos”, afirma a autarquia, que ainda revela que a vala comum vista por satélite já está “duas vezes maior do que o cemitério mais próximo”.

“Os corpos dos mortos foram levados em camiões e, na realidade, foram simplesmente despejados em montes”, disse um assessor de Boychenko, Piotr Andryushchenko, no Telegram, segundo o Jornal de Notícias.

As imagens de satélite da empresa Maxar Technologies, vistas numa sequência entre 23 de março e 3 de abril, mostram a evolução do que parece ser uma vala comum em Manhush, perto da cidade portuária de Mariupol.

O Kremlin não reagiu de imediato. Quando foram descobertas valas comuns e centenas de civis mortos em Bucha e noutras cidades à volta de Kiev, após as tropas russas terem recuado, os oficiais russos negaram que os seus soldados tivessem matado quaisquer civis e acusaram a Ucrânia de encenar as atrocidades.

Em comunicado, a Maxar Technologies disse que uma análise das imagens indica que as sepulturas em Manhush foram escavadas em finais de março, e expandidas ao longo das últimas semanas.

A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

https://zap.aeiou.pt/200-valas-comuns-mariupol-474942


Estudante da Zâmbia acusada de “nazismo” por dançar em frente a memorial de guerra na Rússia !


Uma estudante de 21 anos da Zâmbia foi detida na Rússia e acusada de “nazismo”, por ter dançado twerk em frente a um memorial da II Guerra.

Rebecca Ziba, estudante de 21 anos da Zâmbia, foi detida na Rússia esta quarta-feira, por alegadamente “regenerar” os ideais “nazis”.

Segundo o Observador, a estudante publicou um vídeo nas suas sociais em que dançava twerk, em frente a um memorial da II Guerra Mundial, em Khanty-Mansiysk.

A Rússia considerou que Rebecca Ziba fez uma “dança obscena” no local e publicou o vídeo com uma legenda “insultuosa” nas redes sociais, noticia a Euronews.

A jovem de 21 anos pode enfrentar uma pena de prisão de três anos, e ter de pagar uma multa até três milhões de rublos (cerca de 34 mil euros) se for condenada pelo crime de “profanar um símbolo da glória militar russa”.

Rebecca Ziba pediu “desculpa pelo vídeo que publicou a 16 de abril“, partilhado pelo departamento da polícia de Khanty-Mansiysk.

Alegou que o fez sem saber “quem iria magoar ou irritar”. “Não era para ser ofensivo”, garantiu a estudante, realçando que não queria “desrespeitar as pessoas que morreram” na II Guerra Mundial.

“Não sabia o que eles tinham feito, não sabia que era tão importante. Peço imensa desculpa. Não sabia”, repetiu a jovem, não sendo claro se teve direito a ser representada por um advogado.

O Memorial da Glória em Khanty-Mansiysk é dedicado aos soldados que morreram durante a II Guerra Mundial.

https://zap.aeiou.pt/estudante-da-zambia-acusada-de-nazismo-por-dancar-em-frente-a-memorial-de-guerra-na-russia-474763


Rios poluídos, solos minados e materiais radioativos desaparecidos - O ambiente também sofre com a guerra na Ucrânia !


Entre riscos e material radioativo desaparecido em Chernobil, a poluição de rios e a presença de metais pesados no solo, a guerra na Ucrânia também está a devastar o ambiente.

Para além da crise humanitária e do impacto económico, a guerra na Ucrânia está também a fazer estragos ambientais. O Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) tem recebido relatórios semanais desde o início do conflito que relatam uma “destruição massiva da Natureza”, cita o Expresso.

Os textos revelam que as tropas russas estão a ocupar um terço das áreas protegidas na Ucrânia e usá-las para treinos militares, sendo que isto põem o futuro dos ecossistemas em causa. O Ministro do Ambiente da Ucrânia sublinha “a destruição de sítios Ramsar nas costas do mar de Azov e do Mar Negro e nas margens dos rios Danúbio e Deniepre”.

A presença de um grande número de mísseis também é preocupante, já que a história mostra que estes são uma “ameaça potencial para as populações humanas e para a biodiversidade durante décadas”. Já houve inundações e contaminações em lagos e solos devido à destruição de barragens e esgotos.

Os bombardeamentos a fábricas em Lugansk também levaram à libertação de grandes quantidades de ácido nítrico para a atmosfera. Os ataques a depósitos de combustíveis também já poluíram a bacia do rio Vístula e o impacto estende-se além das fronteiras da Ucrânia.

Os níveis de radiação na região na Zona de Exclusão de Chernobil também aumentaram após a saída das tropas russas e há ameaças de explosão causadas pela destruição ou roubo de equipamentos por parte do exército de Moscovo.

Alguns materiais radioativos que iriam ser investigados em laboratórios desapareceram e foram roubados equipamentos necessários para a manutenção da segurança da central nuclear onde se deu o acidente com o reator em 1986.

Oleh Bondar, um dos responsáveis do Serviço de Emergência Estatal da Ucrânia, avança que cerca de 50% do território ucraniano já não pode ser usado para a agricultura devido à implantação de minas por parte dos russos.

Kiev estima que mais de 85 mil toneladas de metais pesados estejam agora nos solos devido à destruição de material militar e a Rússia também já usou munições com fósforo branco, que foi banido nos tratados internacionais devido aos riscos de contaminação química.

https://zap.aeiou.pt/ambiente-tambem-sofre-guerra-ucrania-474800


Falhas de segurança: Dois terços dos telemóveis estiveram em risco !


Detectadas vulnerabilidades nos descodificadores de áudio utilizados por Qualcomm e MediaTek. Código partilhado há 11 anos.

Dois terços dos telemóveis em todo o mundo estiveram em risco de apresentar falhas de segurança, devido a vulnerabilidades em descodificadores de áudio.

A informação foi anunciada nesta quinta-feira pela Check Point Research (CPR), empresa especialista em cibersegurança.

“Descobrimos um conjunto de vulnerabilidades que poderiam ser utilizadas para execução remota e concessão de privilégios em dois terços dos dispositivos móveis de todo o mundo. E as vulnerabilidades eram de fácil exploração”, explicou Slava Makkaveev, da CPR.

“Um cibercriminoso poderia enviar uma música (qualquer ficheiro multimédia) e, assim que reproduzido pela potencial vítima, poderia ser injectado código malicioso no serviço de reprodução. O cibercriminoso poderia ver o que o utilizador via,” acrescentou Slava.

As vulnerabilidades foram descobertas no Apple Lossless Audio Codec (ALAC), ou Apple Lossless. Ao longo dos anos foi incluído em muitos dispositivos e programas de reprodução áudio que não são produzidos pela Apple, como telemóveis Android ou leitores e conversores media Windows e Linux.

Este formato já foi apresentado em 2004 e está em código aberto há mais de uma década, desde 2011. A Apple tem actualizado a versão proprietária do descodificador, foi corrigindo as falhas de segurança, mas o código partilhado não é corrigido desde 2011.

Esse formato de descodificação de áudio é utilizado por dois dos maiores fabricantes de chips: Qualcomm e MediaTek, com quem a CPR partilhou as informações recolhidas e foi corrigindo as falhas – que deixaram de existir, segundo o relatório de Dezembro de 2021.

A CPR acredita que, em algum momento, cerca de dois terços dos telemóveis estiveram em risco – porque o pirata informático poderia aceder remotamente a ficheiros multimédia e conversas áudio.

https://zap.aeiou.pt/falhas-seguranca-telemoveis-474817


Satan II - Rússia testou novo míssil de quinta geração “invencível” para dar “o que pensar” aos inimigos !

As Forças Armadas russas anunciaram o primeiro disparo com sucesso do míssil balístico intercontinental Sarmat, uma arma de nova geração com um elevado alcance e que o presidente Vladimir Putin saudou como “única” no mundo, salientando que “dará o que pensar” aos inimigos da Rússia.

O novo míssil Sarmat Satan II “tem as mais altas características tácticas e técnicas e é capaz de superar todos os meios modernos de defesa anti-mísseis”, sublinhou Putin sobre o teste bem-sucedido, salientando que “não tem análogos no mundo” e que “não terá por muito tempo”.

“Esta arma verdadeiramente única fortalecerá o potencial de combate das nossas Forças Armadas, garantirá de maneira confiável a segurança da Rússia contra ameaças externas e dará o que pensar àqueles que, no calor da retórica agressiva frenética, tentam ameaçar o nosso país”, acrescentou ainda Putin.

O presidente russo fez também questão de vincar que “foram apenas utilizadas instalações, componentes e peças de fabrico nacional para a construção do Sarmat”.  

Este míssil balístico intercontinental de quinta geração está incluído num conjunto de diversos mísseis apresentados por Putin, em 2018, como “invencíveis”. Entre o restante armamento, incluem-se designadamente os mísseis hipersónicos Kinjal e Avangard.

Em Março passado, Moscovo afirmou ter utilizado pela primeira vez o Kinjal contra alvos na Ucrânia.

Com mais de 200 toneladas, o Sarmat é considerado mais eficaz que o seu antecessor, o míssil Voievoda, com um alcance de 11.000 quilómetros.

Em 2019, Putin declarou que o Sarmat não tinha “praticamente limites em termos de alcance”, com capacidade para “atingir alvos atravessando tanto o Polo Norte como o Polo Sul”.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, reagiu ao anúncio russo afirmando tratar-se de um teste de “rotina”, que não constitui “uma ameaça” para os EUA ou os seus aliados.

Moscovo “informou apropriadamente” Washington sobre a realização do teste, de acordo com as suas obrigações ao abrigo dos tratados nucleares e, portanto, não foi uma “surpresa” para o Departamento de Defesa dos EUA, acrescentou Kirby.

Apesar disso, o teste surge numa altura de alta tensão geopolítica devido à guerra na Ucrânia e serve como uma demonstração de força da Rússia, até para contrariar a ideia que tem sido avançada de que o exército do país não será assim tão poderoso.

https://zap.aeiou.pt/russia-novo-missil-quinta-geracao-474746


quinta-feira, 21 de abril de 2022

Justiça britânica deixa decisão sobre extradição de Assange para os EUA nas mãos do Governo !


A justiça britânica autorizou formalmente hoje a extradição do fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos, para ser julgado por espionagem, mas o Governo britânico terá a última palavra.

A ministra do Interior, Priti Patel, tem agora de decidir se confirma ou rejeita a extradição.

De acordo com a lei, a ministra só pode exercer a prerrogativa de proibir a extradição em casos específicos abrangidos pela Lei de Extradição de 2003 e sempre de acordo com os acordos com o país requerente, neste caso os EUA.

Caso seja autorizado pelo Tribunal Superior, a Justiça norte-americana ou Assange poderão ainda recorrer da decisão de Patel.

A ordem de hoje do juiz Paul Goldspring, do Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres, ocorre depois de o Supremo Tribunal, a última instância, ter recusado no mês passado permissão ao recurso de Assange contra a decisão de um tribunal inferior a favor da extradição.

Assange esteve presente no tribunal hoje por videoconferência da Prisão de Alta Segurança de Belmarsh (Londres) e permanecerá em prisão preventiva.

O australiano de 50 anos é acusado pela justiça norte-americana da divulgação, a partir de 2010, de mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas do país, em particular no Iraque e no Afeganistão.

Processado em particular ao abrigo da legislação contra a espionagem, Julian Assange enfrenta 175 anos de prisão, num caso denunciado por organizações de direitos humanos como um grave atentado à liberdade de imprensa.

https://zap.aeiou.pt/justica-britanica-extradicao-assange-474534


“Sinto-me refém”: Ucranianos explorados em condições de “escravatura moderna” no Reino Unido !


Os imigrantes queixam-se de terem de trabalhar ilegalmente para conseguirem ficar no Reino Unido. Há denúncias de quintas que obrigam os trabalhadores a trabalhar sem luvas até que as mãos comecem a sangrar.

Já não é uma novidade que muito do trabalho agrícola mais exigente a nível físico é frequentemente feito por imigrantes. No caso de Portugal, muita tinta escorreu sobre as condições degradantes em que muitos estrangeiros oriundos de países asiáticos, maioritariamente do Nepal e da Índia, estavam a viver em Odemira.

No Reino Unido, muitos destes trabalhos são ocupados por imigrantes vindos do leste da Europa, como polacos e ucranianos, sendo que o impacto na agricultura foi até um dos pontos mais falados na altura do debate antes do referendo do Brexit.

O The Guardian escreve que centenas de ucranianos estão agora a viver e trabalhar informalmente no Reino Unido depois de fugirem de quintas onde denunciam que as condições de trabalho degradantes e exploradoras.

A Ucrânia foi o país de origem de dois terços dos trabalhadores que pediram vistos sazonais no Reino Unido em 2021 e estima-se que vivam 6000 ucranianos nas terras de sua Majestade.

No entanto, apesar de muitos destes ucranianos trabalharem na agricultura, os funcionários deste sector não são elegíveis para os dois principais sistemas criados pelo Governo para o acolhimento de refugiados.

O jornal britânico falou com uma ucraniana que está preocupada com a sua situação depois de ter fugido de uma quinta que compara a “escravatura moderna“. A imigrante tem dois cursos superiores e é especializada em tecnologias de informação, tendo ido para o Reino Unido com o parceiro que está a treinar para ser médico.

Os dois foram explorados numa quinta de cerejas onde trabalharam entre Agosto e Outubro de 2021 e não puderam usar luvas, o que levou a que as suas mãos começassem a sangrar e a pele das mãos a esfolar. Os patrões também impunham um ritmo de trabalho impossível de cumprir e ameaçavam os trabalhadores. O casal trabalha agora ilegalmente nas limpezas e na construção civil.

“Já falamos com muitos outros ucranianos que, como nós, tiveram de fugir das quintas e não podem voltar à Ucrânia, sendo forçados a trabalhar aqui ilegalmente. Sinto-me refém no Reino Unido“, queixa-se.

A imigrante acrescenta que pensava que os seus direitos seriam protegidos no Reino Unido, mas “ninguém quer saber o que acontece a trabalhadores sazonais”. “Os meus pais disseram-que não posso voltar para a Ucrânia em quaisquer circunstâncias porque a nossa cidade está a ser destruída. Sinto-me presa”, lamenta.

As denúncias de abusos nos esquemas de trabalho sazonal no Reino Unido não são novas. Um relatório do Ministério do Interior publicado no final de 2021 detalhou a falta de cuidados de saúde, casos de racismo e discriminação, imigrantes a viver casas sem água ou casas de banho, a falta de equipamentos de protecção no trabalho e ainda as ameaças a que eram sujeitos nas quintas.

Para além das condições degradantes no sector agrícola, o Reino Unido também já está debaixo de fogo devido aos processos burocráticos para o acolhimento dos refugiados. Para entrarem no país, os ucranianos têm de ter um patrocinador e há denúncias de grupos nas redes sociais onde predadores se oferecem para receber mulheres e crianças ucranianas em troca de favores sexuais.

https://zap.aeiou.pt/ucranianos-escravatura-reino-unido-474610


Rússia avança no Donbass e teme-se “nova Bucha” em Izyum !


A Rússia está a intensificar a sua ofensiva na região do Donbass. Enquanto isso, teme-se a repetição de um massacre ao estilo de Bucha em Izyum.

Esta segunda-feira, Volodymyr Zelenskyy anunciou que a Rússia tinha lançado uma grande ofensiva no leste da Ucrânia. “Agora podemos dizer que as tropas russas começaram a batalha por Donbass, para a qual se estiveram a preparar durante muito tempo. Uma grande parte de todo o exército russo está agora dedicado a esta ofensiva”, disse o Presidente ucraniano através do Telegram.

Já esta segunda-feira, confirmou-se o avanço russo no Donbass. Em Lugansk, o chefe da administração militar regional, Serhii Haidai, disse que há “múltiplas intensificações de bombardeamentos com todos os tipos de armas, tentativas de invadir as cidades”.

O Ministério da Defesa ucraniano garante que as forças russas completaram o reagrupamento de tropas para lançar uma ofensiva no leste da Ucrânia. Esta ação militar acontece depois de o ataque a Kiev ter-se revelado inconsequente.

Forças de mísseis e artilharia russas atingiram 1.260 alvos na Ucrânia durante a última noite, segundo indicou o Ministério da Defesa russo.

Em Lviv, bombardeamentos durante a noite fizeram pelo menos sete mortos. Entre as mortes, pela primeira vez, houve ontem baixas civis após um ataque a uma oficina de reparação automóvel.

“O que vimos hoje é genocídio”, acusou Andriy Sadovyi, presidente da câmara de Lviv. “É uma ação deliberada para matar civis pacíficos. Todas as nossas cidades e aldeias estão na mesma situação”.

“Ataques em Lviv e outras cidades no oeste da Ucrânia mostram que não há nenhuma parte do país que esteja livre dos ataques sem sentido do Kremlin”, afirmou Josep Borrell, o alto represente diplomático da Comissão Europeia.

Além disso, teme-se que se repita em Izyum um novo episódio semelhante a Bucha, onde houve um massacre indiscriminado de centenas de civis. A cidade é um ponto estratégico, já que serve porta de acesso ao Donbass e ao Mar Negro.

Estima-se que entre 10 a 15 mil civis ficaram presos em Izyum. Numa eventual retirada das tropas russas, muitos receiam que se repita um massacre, já que há relatos de que em Izyum as tropas russas têm listas de alvos a abater.

“Bucha e Izyum são muito parecidas”, realçou Valerii Marchenko, presidente da Câmara de Izyum, ao The Guardian.

Os habitantes da cidade estiveram durante semanas escondidos em caves, sem água ou luz. “Se os encontrarem, são conduzidos para uma localização desconhecida e nunca mais se sabe deles”, denunciou o autarca.

Kharkiv, Dnipro e Mariupol também foram atacadas durante a última noite. A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Verechtchuk, informou que Kiev e Moscovo não chegaram a acordo para a abertura de corredores humanitários para retirar civis. É o terceiro dia consecutivo que isto acontece.

https://zap.aeiou.pt/russia-avanca-no-donbass-e-teme-se-nova-bucha-em-izyum-474202


Dois mil milhões de mosquitos modificados e uma população descontente !


Nem todos estão de acordo com o plano da Oxitec de libertar 2,4 mil milhões de mosquitos geneticamente modificados na Califórnia e na Florida.

Em março, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) aprovou os planos da biotecnológica Oxitec para libertar 2,4 mil milhões de mosquitos geneticamente modificados na Florida e Califórnia, para combater as doenças transmitidas pelo próprio animal.

A empresa responsável pela sua produção, a Oxitec, explicou que o plano visa reduzir o número de invasores, que podem transportar doenças como o zika, a febre amarela e a dengue. As espécies em causa serão machos Aedes aegypti, sem capacidade de picar ou reproduzir fêmeas.

Enquanto os mosquitos fêmeas vão morrer, os machos deverão reproduzir-se e espalhar o gene modificado para a geração seguinte, o que acabará por levar ao declínio da população.

Mas nem todos estão de acordo com estes planos, conta o The Los Angeles Times.
 
Muitos cientistas independentes da Oxitec estão preocupados com o novo projeto, e afirmam que há riscos que ainda não foram totalmente estudados.

Estes incluem a possibilidade de a experiência prejudicar outras espécies, ou tornar a população de mosquitos local mais difícil de controlar, relata a Interesting Engineering.

“É preciso haver mais transparência sobre a razão pela qual estas experiências estão a ser feitas”, alertou Natalie Kofler, especialista da Escola Médica de Harvard. “Como estamos a ponderar os riscos e benefícios?”

Kofler acrescentou que as experiências podem também ser mais adequadas para regiões mais tropicais, já que a Califórnia nunca testemunhou um caso em que um Aedes aegypti tenha sido encontrado a transmitir doenças.

“Preocupa-nos que a atual supervisão governamental e avaliação científica dos mosquitos não assegurem a sua utilização responsável”, escrevu Kofler e quatro outros cientistas académicos em 2020.

Os especialista expressaram a sua preocupação de que a EPA dependesse de dados internos — que poderiam ser tendenciosos— das empresas biotecnológicas, para tomar as suas decisões.

Kofler e outros investigadores solicitaram que os cientistas da EPA procurassem a opinião de peritos independentes em vez de confiarem na Oxitec. Kofler acrescentou que a EPA estava possivelmente “a ser apanhada de surpresa”.

“Não é uma estrutura reguladora suficientemente moderna”, realçou Kofler, “para uma tecnologia tão moderna e complicada”.

Os residentes que vivem perto de áreas onde os primeiros insetos modificados podem ser libertados estão também a manifestar preocupação pelo facto de a Oxitec planear libertar um máximo de 3,5 milhões de mosquitos por semana.

“Isto é alarmante”, notou Angel Garcia, residente de Visalia, uma das áreas visadas. “Os residentes não foram consultados e não concordaram em fazer parte disto”.

Garcia é membro da organização sem fins lucrativos “Californians for Pesticide Reform” e queixa-se de que as suas preocupações não têm efeito na Oxitec, apontando para um evento de contratação que a Oxitec organizou em Visalia, a 17 de março. “É como se isto já fosse um negócio feito”, afirmou.

Funcionários do Estado notaram que os comentários do público podem ser enviados por e-mail até 19 de abril.

Mas por enquanto, parece que os planos para avançar com a experiência estão em curso. Será isto um projeto com sucesso ou um incidente catastrófico?

https://zap.aeiou.pt/dois-mil-milhoes-de-mosquitos-modificados-e-uma-populacao-descontente-473715


Terra 2.0 ? China junta-se à corrida para encontrar um exoplaneta habitável !


A China está a trabalhar arduamente para se tornar uma das principais potências espaciais do mundo. Agora vai focar-se em encontrar uma Terra 2.0.

O país lançou recentemente os seus primeiros rovers para a Lua e para Marte, e construiu a sua própria estação espacial, segundo a Interesting Engineering.

A agência espacial chinesa está a juntar-se agora à corrida para encontrar exoplanetas habitáveis, revela um relatório da Nature, publicado a 12 de abril.

Este mês, os cientistas divulgarão um esboço detalhado da primeira missão do país, com vista à descoberta de exoplanetas Terra 2.0.

A missão tem como objetivo procurar exoplanetas — o termo para qualquer planeta para além do nosso Sistema Solar — dentro da Via Láctea, com o objetivo de encontrar um semelhante à Terra, orbitando a zona habitável do seu sol.

Os cientistas acreditam que tal planeta hipotético, uma Terra 2.0, poderia ter as condições ideais para receber vida.

A NASA anunciou recentemente que descobriu mais de 5.000 exoplanetas, principalmente graças ao telescópio Kepler, que cessou as suas operações em 2018.

No entanto, nenhum destes se enquadra tecnicamente na definição de Terra 2.0, pois não orbitam a zona habitável de um sol, como o nosso.

A agência espacial chinesa espera ser a primeira a fazer essa descoberta. O seu novo projeto, que será financiado pela Academia Chinesa de Ciências, encontra-se atualmente na fase inicial de conceção, com uma avaliação por um painel de peritos prevista para junho deste ano.

Se tudo correr como planeado, esse painel dará luz verde à equipa para começar a construir um satélite. Espera-se que o observatório espacial seja lançado a bordo de um foguete Long March até 2026.

“O nosso satélite pode ser 10-15 vezes mais potente do que o telescópio Kepler da NASA”, salienta Jian Ge, astrónomo que lidera a missão Terra 2.0, no Observatório Astronómico de Xangai da Academia Chinesa das Ciências.

O satélite Terra 2.0 da China foi concebido para transportar sete telescópios, seis dos quais irão vigiar as constelações Cygnus-Lyra, que foram observadas pelo telescópio Kepler da NASA.

Terá a capacidade de observar aproximadamente 1,2 milhões de estrelas e cobre 500 graus quadrados de céu, que é quase 5 vezes maior do que Kepler.

Terá também a capacidade de observar estrelas mais escuras e mais distantes do que o satélite Exoplanet Survey Satellite (TESS) operacional da NASA, que observa estrelas mais próximas da Terra.

Os seis telescópios principais do satélite Terra 2.0 encontrarão exoplanetas ao detetar o brilho das estrelas — demonstrando que um planeta está em órbita.

O sétimo instrumento do satélite Terra 2.0 será um telescópio de microlente gravitacional, e será utilizado principalmente para procurar planetas que não orbitam qualquer estrela, bem como exoplanetas que orbitam muito longe da sua estrela.

“O nosso satélite pode essencialmente realizar um censo que identifica exoplanetas de diferentes tamanhos, massas e idades. A missão fornecerá uma boa coleção de amostras de exoplanetas para investigação futura”, relata Ge.

Para encontrar uma Terra 2.0, os cientistas terão de verificar que ela tem uma órbita semelhante à da Terra, orbitando o seu Sol aproximadamente uma vez por ano, o que significa que poderá levar vários anos a recolher os dados necessários.

É por isso que o satélite Terra 2.0 da China será treinado numa secção particularmente povoada da Via Láctea, durante quatro anos.

“Haverá muitos dados, por isso precisamos de todas as informações que conseguirmos obter”, sublinha Ge. “A Terra 2.0 é uma oportunidade para uma melhor colaboração internacional“.

A Agência Espacial Europeia (ESA) também está a trabalhar no seu próprio projeto Terra 2.0, chamado Trânsito Planetário e Oscilações de Estrelas (PLATO). Transporta 26 telescópios e mudará a sua área de observação de dois em dois anos.

A NASA em breve também irá treinar o seu telescópio James Webb para mundos extraterrestres. Independentemente de quem ganhar a corrida, a probabilidade de encontrar a Terra 2.0 vai aumentando com cada missão que surge.

https://zap.aeiou.pt/terra-2-0-china-junta-se-a-corrida-para-encontrar-um-exoplaneta-habitavel-473669




quarta-feira, 20 de abril de 2022

Dormir na Tesla, fome e raiva: O “pesadelo interminável” em Shanghai !


Consequências de um confinamento que parecem ser cenas de um filme. Mas não são. Trabalhadores da Tesla dormem na fábrica.

Números recorde e um cenário alarmante originaram medidas apertadas em Shanghai, cidade que ficou quase isolada por causa da COVID-19.

São quase três semanas de confinamento para cerca de 26 milhões de pessoas, numa das cidades mais movimentadas e importantes da China. Shanghai é mesmo o maior centro financeiro do país.

As medidas devem ser aliviadas ainda nesta semana. Mas não é de admirar que, até aqui, em cenário que faz lembrar os primeiros tempos da pandemia na China (há quase dois anos e meio), surjam relatos que poderiam ser incluídas num filme de ficção.
Dormir no chão da Tesla

Mas a realidade é que, por exemplo na Tesla, empresa de Elon Musk dedicada a automóveis eléctricos, o regime mudou.
 
Após não terem trabalhado durante três semanas, agora é preciso recuperar a produção e, para isso, os funcionários trabalharão nas próximas duas semanas durante 12 horas por dia e seis dias por semana; terão direito a um saco-cama e a um colchão para dormirem na própria fábrica da Tesla em Shanghai.

A indicação partilhada pela Bloomberg acrescenta que as instalações da empresa não têm qualquer zona de dormitórios; mas improvisaram-se locais de banho e as pessoas dormem no chão.
“Fiquei com fome e maluco”

O jornal The Guardian publica o relato de um residente em Shanghai que, conta o próprio, ficou “com fome e maluco” ao longo destas três semanas de confinamento no seu pequeno estúdio.

Milhões de pessoas na China já aprenderam a viver em confinamento: “Já aprendi e pratiquei a arte de me sentar em silêncio num quarto sozinho de forma repetitiva e religiosa nos últimos dois anos”.

“Já tenho todas as aplicações de fitness indoor, audiolivros, assinaturas de streaming, aplicações de meditação, aplicações de reuniões remotas de todos os tipos e entregadores de comida que já conheço”, continua o relato.

Março ainda começou em “câmara lenta”, com alguns ajustes pontuais e localizados, mas a situação ficou “cada vez pior”, com “cenas caóticas”. E com um desabafo: “Quanto mais mergulhei no confinamento de Shanghai, mais percebi que acabara de mergulhar num buraco negro”. A cidade está repleta de “moradores desesperados”.
Fome na cidade

O desespero não é só a nível mental: há muitas pessoas com fome em Shanghai porque não há alimentos disponíveis para todos.

Na CNN, Steven Jiang descreve o seu “pesadelo interminável” e conta que percebeu que a “catástrofe” chegou a sua casa quando o seu pai reparou que o fornecimento de alimentos iria terminar poucos dias depois, sem intervenção do Governo local. Só sobrava arroz, bolachas e café para o homem de 73 anos.

O extremo é histórico: os pais de Steven, que viveram a Revolução Cultural Chinesa e o período sob a liderança Mao Tsé-Tung, nunca recearam o cenário de fome, nunca tiveram essa perspectiva. Agora o pai tem.

Aliás, há realmente pessoas a passar fome, já. Faltou planeamento, faltou coordenação e há escassez de alimentos, reconhecem as autoridades locais.

Outras medidas – como “fechar” uma comunidade residencial inteira se houver um caso positivo naquele local – criaram um cenário inédito, explica Steven: “Pela primeira vez, milhões de pessoas em Shanghai – jovens e velhos, ricos e pobres, liberais e conservadores – parecem unidas por uma raiva crescente”.

Embora a propaganda dos canais oficiais do Governo chinês tente esconder o “caos e a miséria” da população, que tenta “fugir na escuridão” às experiências “angustiantes” que têm vivido.

https://zap.aeiou.pt/covid-tesla-shanghai-pesadelo-fome-474378


Escândalo com contratos milionários e duvidosos na compra de máscaras abala a autarquia de Madrid !

José Luiz Martinez, Presidente da Câmara de Madrid
A Câmara Municipal de Madrid está a ser acusada de falta de cuidado na assinatura de contratos com fornecedores de materiais protetores em Março de 2020, no início da pandemia.

A Câmara de Madrid está a ser abalada devido à compra de máscaras. José Luis Martínez Almeida, autarca da capital espanhola e membro do Partido Popular, está envolvido num escândalo semelhante ao que há algumas semanas abalou Isabel Díaz Ayuso, presidente do governo regional, cujo irmão foi um dos fornecedores de um contrato para fornecimento dos materiais protetores.

Segundo o Expresso, nem Ayuso nem Almeida são suspeitos de crimes, mas os casos levantam questões éticas devido à assinatura de contratos públicos com pessoas com ligações aos responsáveis políticos.

Em causa está o acesso de Luis Medina (aristocrata irmão do duque de Feria e filho da conhecida modelo Naty Abascal) e Alberto Luceño (empresário do mundo da moda) ao departamento de adjudicações de Madrid. Na altura, os processos normais de concursos públicos estavam suspensos devido à escassez de material que era urgentemente necessário.

Os dois apresentaram uma proposta para o fornecimento de equipamentos de combate à covid-19, como máscaras ou testes, logo no início da pandemia — e apenas algumas horas depois, o contrato estava assinado. A empresa ganhou 11,9 milhões de euros com o negócio e seis milhões foram para Medina e Luceño.
 
Os preços dos fornecimentos também levantaram suspeitas, com cada máscara fornecida a custar 6,5 euros. A qualidade das luvas compradas também era defeituosa e a empresa do fornecimento Sinclair & Wilde levantou suspeitas devido à sua solvência.

A procuradoria anti-corrupção divulgou agora as conclusões da investigação aos contratos e o juiz abriu um processo por delitos de burla agravada, falsidade documental, branqueamento de capitais e, provavelmente, apropriação de bens.

O magistrado queria apropriar-se das comissões pagas a Medina e Luceño, mas o dinheiro já desapareceu devido a investimentos em veleiros, uma frota de carros de luxo que inclui Ferraris e Lamborghinis, apartamentos e relógios de ouro.

Almeida não está acusado de nenhum crime e diz-se ser vítima de uma burla, mas está a ser criticado pela falta de cuidado na atribuição dos contratos. O político diz que está a ser alvo de uma caça às bruxas e atira-se à oposição.

“Se o que esta esquerda pretende é acabar com as políticas de centro-direita em Madrid e dar cabo das pessoas que representam essa política, saiba que não vai conseguir”, afirma.

https://zap.aeiou.pt/escandalo-contratos-mascaras-madrid-474371


Desfile de escravos em casamento no Peru gera polémica - São “os de cima a humilhar os de baixo” !


“É como lembrar o holocausto em festa de aniversário”, realça a ex-ministra peruana, sobre o casamento entre a filha do ex-candidato presidencial do país, com o neto de um conde espanhol.

No casamento da socialite peruana foi realizada uma dança indígena com homens amarrados entre si, e mulheres sentadas no chão com longas tranças, enquanto simulavam fazer artesanato, segundo o Observador.

Este foi o cenário do casamento de Belén Barnechea, filha do ex-candidato presidencial peruano Alfredo Barnechea, e Martín Cabello de los Cobos, neto do Conde de Fuenteblanca de Espanha.

Estas e outras performances do casamento estão a causar uma onda de indignação em vários quadrantes, desde historiadores até ao governo espanhol.

Após as críticas relativas ao casamento de 9 de abril em Trujillo, Belén Barnechea viu-se “obrigada” a responder e justificou o desfile como uma amostra “do quão maravilhoso e culturalmente rico” é o seu país.

Trome, o tabloide mais lido do Peru, fez do assunto a manchete do seu site e, com o passar das horas, vídeos espalharam-se nas redes sociais e tornaram-se virais.

“Somos um país cheio de diversidade, culturas e tradições diferentes que souberam conviver e unir-se num sincretismo único no mundo. Em todos os dias de celebração ensinamos com amor e respeito algo sobre o Peru, sobre a nossa cultura, sobre a minha cultura”, disse a recém-casada no Instagram, figura do jet set nacional.

“Vi que alguns meios de comunicação se referiram à representação Moche que fizemos como sendo de escravos, de mulheres indígenas, do vice-reinado. O que fizemos foi retratar a cultura Moche que se desenvolveu entre os séculos II e VII. Por isso, nunca se cruzou com os Incas nem com os espanhóis”, acrescentou a empresária, conhecida como “la repostera de la jet” devido à sua profissão e amizade com figuras de alta sociedade madrilena e europeia.

O gabinete antirracismo do Ministério da Cultura de Espanha pediu aos cidadãos que promovam a “diversidade cultural, expressa através da identidade, línguas e culturas”, para eliminar a discriminação étnico-racial, em comunicado, esta quinta-feira.

Barnechea assegurou que o cortejo nupcial “foi uma recriação da danza de la soga [dança da corda, em tradução livre], uma dança ancestral que não representa os escravos, mas sim um ritual dos guerreiros“.

José Ragas, historiador peruano, sublinhou que não se pode colocar o rótulo “ancestral” à famosa danza de la soga, em entrevista ao El País.

“Embora seja verdade que se trata da interpretação de uma aparente dança ancestral regional, o contexto em que ocorreu — uma boda de elite — com alguém da nobreza de um país como Espanha, pode levar a outras interpretações”, realça Ragas.

“É uma representação reinventada, não necessariamente fidedigna, e que pode terminar a ‘exotizar’ a população”, acrescentou o também professor da Universidade Católica do Chile, e investigador em estudos do colonialismo.

“Qual é a relevância de encenar a prática de exibir o vencido numa batalha? É um ato humilhante: a corda seria o instrumento de domínio e conquista com que o amarravam. Se quisesses mostrar-te orgulhosa, participarias na encenação, mas se não te comprometes com o outro ou não o incluis — na festa—, não sabes e acabas a fazer estas coisas: justificas-te, sem entender as objeções“, criticou Sonaly Tuesta, ex-vice-ministra de Património Cultural, citada também pelo jornal espanhol.

Para Tuesta, que passou 20 anos a documentar festividades tradicionais na televisão estatal, teria sido “interessante” se o casamento em vez de fazer do povo Moche “uma decoração”, tivesse tido um momento de partilha.

Barnechea explicou que as mulheres sentadas no chão “simbolizaram os trabalhos e as formas de cultivo da terra na época”, ainda na publicação do Instagram.

Mas Guillermo Rebaza, advogado e administrador cultural de Trujillo, cidade onde nasceu a mãe da noiva e onde existem elementos de arquitetura colonial, não entende isso da mesma forma.

“É impossível perder de vista as circunstâncias sociais e políticas em que vivemos, facto que por si só torna esta representação condenável, sobretudo porque vem de uma elite, a neo oligarquia nacional, que continua a olhar com acentuado desprezo para os setores populares”, insiste o advogado.

Chirapaq, a organização não governamental de defesa dos direitos dos povos andinos, salientou que a diversidade cultural é um valor “desde que os envolvidos interajam de igual para igual”.

“As personagens indígenas e afro-peruanos eram apenas decoração. Não falam, não bebem nem comem, não se divertem com os convidados, não vivem”, esclareceu a Chirapaq, numa publicação no Twitter.

“Há histórias que documentam de forma semelhante a entrada dos vice-reis em Lima e noutras partes da colónia: o público em submissão, a exibição de trajes, frutas, sementes, ouro e prata, e a pompa que seguia pelas ruas e pelas praças”, descreveu a ONG, com uma pintura da época do vice-reinado peruano (1540-1821).

A cantora peruana Susana Baca, três vezes vencedora do Grammy Latino, afirma que não compreende a relação entre “um infame facto histórico da humanidade que é a escravatura e a colónia vexatória com um ato de celebração supostamente de amor”.

O Governo espanhol já tinha alertado para “a banalização da História por alguns setores sociais”, enquanto era ministra da Cultura.

Baca lamenta que esta seja outra amostra do estado de “decadência política”, com “os de cima a humilhar os de baixo”, num texto publicado este sábado no Facebook. “É como relembrar o holocausto numa festa de aniversário“, lê-se.

“Mas, além disto, devo desejar a este casal que se une com amor muita felicidade”, acrescentou Baca, horas depois, através de outra publicação na mesma rede social.

Os noivos também dançaram “reggaetón” com “tocados” dourados, semelhantes aos encontrados nos túmulos do Senhor de Sipán e do Senhor de Sicán (descobertas arqueológicas dos anos 80 e 90). Assemelhavam-se aos dos antigos chefes Moche.

Este foi outro dos momentos polémicos da celebração do casamento, tal como se pode ver no vídeo da revista Hola, ao primeiro minuto e 30 segundos.

https://zap.aeiou.pt/desfile-de-escravos-em-casamento-no-peru-gera-polemica-sao-os-de-cima-a-humilhar-os-de-baixo-474220


Seis mortos em dois anos: Números chineses sobre covid são suspeitos !


Estatísticas oficiais estiveram mais de um ano sem registar mortos. Mas serão reais? Shanghai é o centro das novas dúvidas.

A COVID-19 está menos presente nas notícias desde o dia 24 de Fevereiro, quando a guerra na Ucrânia começou, mas continua a estar presente no planeta.

E voltou a ser notícia na China ao longo das últimas semanas. O país que viu “nascer” esta pandemia tinha passado mais de um ano sem registar qualquer morte associada ao coronavírus.

Em Março, 14 meses depois, os registos oficiais apresentaram dois falecimentos. E depois dessas duas mortes, passou quase um mês sem qualquer óbito nos documentos oficiais.

Nos últimos dias, Shanghai tem sido o centro das atenções. O número de casos aumentou muito, a grande cidade ficou confinada (cerca de 25 milhões de pessoas “presas” em casa), mas oficialmente continuava livre de falecimentos.

Até que, nesta segunda-feira, foram anunciadas oficialmente as primeiras mortes na cidade, neste novo surto da doença: três pessoas idosas, não vacinadas. Nesta terça-feira o boletim apresentou sete óbitos. 10 mortos em dois dias.

No entanto, os dados oficiais podem estar a enganar a população.

O jornal Folha de S. Paulo lembra uma reportagem que, no início de Abril, demonstrou que pelo menos 23 pessoas tinham morrido (12 delas em lares de idosos), por causa da pandemia.

Esse trabalho do portal Caixin não esteve disponível durante muito tempo. Foi apagado pouco depois da publicação e as autoridades chinesas nunca acrescentaram aquelas informações aos boletins oficiais.

No final de Março o The Wall Street Journal relatou que “muitas pessoas” morreram num hospital de idosos em Shanghai, em poucos dias, numa altura em que o próprio local estava afectado por um surto generalizado de COVID-19. No mesmo estabelecimento hospitalar terão sido retirados, de forma discreta, muitos cadáveres – que também não entraram na lista oficial de mortos.

As dúvidas acumulam-se quando olhamos para o número total de mortes associadas à pandemia, na China: no dia 17 de Abril de 2020 havia 4.632 mortos; no dia 17 de Abril de 2022 havia 4.638 mortos.

Apenas seis falecimentos em dois anos, num país com quase 1.5 mil milhões de habitantes.

“É muito difícil” acreditar em números como estes, admite Mauricio Santoro, professor de relações internacionais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro: “O Governo simplesmente não está preparado para admitir o número real de vítimas”.

https://zap.aeiou.pt/numeros-covid-china-474244


Hepatite infantil aguda de origem desconhecida já chegou a Espanha !


A Direcção Geral da Saúde está atenta depois do alerta do Centro Europeu de Controlo de Doenças e da Organização Mundial de Saúde para os casos de hepatites agudas, de origens desconhecidas, em crianças que se registaram em vários países. Em Espanha, avança-se que a causa pode ser um vírus que circula em animais roedores de todo o mundo.

Países como EUA, Dinamarca, Escócia, Países Baixos e Espanha têm registado casos de hepatites agudas em crianças sem que se conheçam as suas causas.

Até agora, ainda não foram registados casos em Portugal, mas o responsável pelo Programa Nacional para as Hepatites Virais da DGS, Rui Tato Marinho, revela à Rádio Renascença que os pediatras já foram alertados para a situação.

A DGS também está a acompanhar o caso perante hepatites agudas que provocam quadros de inflamação grave do fígado em crianças, algo que não é normal.

“Uma coisa que chama a atenção é o facto de terem surgido muitos casos em países diferentes e há uma pequena percentagem de casos que não evoluíram bem, em que o fígado falhou mesmo e tiveram de fazer transplante hepático“, nota Rui Tato Marinho.

O especialista realça que “os colegas da pediatria estão de sobreaviso” em Portugal depois de terem sido notificados casos “há três semanas no norte da Europa, Escócia, País de Gales e Espanha, em crianças muito pequeninas, entre os dois e os quatro anos”.

Rui Tato Marinho explica que “não se sabe qual é a causa” e realça que “as causas mais frequentes das hepatites que são os vírus A, B, C, D e E foram excluídas”.

Algumas das crianças com estas hepatites agudas, estavam infectadas com covid-19, mas não é certo que as situações possam estar relacionadas. Até porque “também há muitas crianças sem covid-19, por isso não se pode valorizar”, realça ainda Rui Tato Marinho.

“O que se pensa é que é um vírus que, entre outras coisas, afecta o fígado e provoca uma inflamação no fígado. Pode ser um novo vírus. Está tudo em aberto”, aponta o especialista português.

Estudo espanhol culpa novo vírus zootécnico

Investigadores espanhóis estimam que o vírus Orthohepevirus C estará por trás de 2% das hepatites agudas de origem desconhecida que se registaram em crianças na Europa, conforme um estudo divulgado pelo jornal El Mundo.

Em Hong Kong, já houve 17 casos com “vinculação directa” a este vírus que circula em animais roedores de todo o mundo, como salienta o mesmo jornal.

O primeiro caso de um paciente alvo de um transplante de fígado devido a uma hepatite crónica causada por este vírus zootécnico foi registado em Hong Kong, em 2018, como destaca o mesmo jornal.

no continente europeu, os primeiros casos de hepatites agudas provocadas pelo Orthohepevirus C foram, agora, registados num estudo de um centro de doenças infecciosas e do Instituto Maimonides de Investigação Biomédica de Córdoba (Imibic), em Espanha.

Os dados registado “sugerem uma nova causa emergente de hepatite aguda devido à prevalência detectada entre os pacientes acometidos pela infecção de origem desconhecida”, aponta o estudo publicado no Journal of Hepatology que foi coordenado pelo investigador espanhol Antonio Rivero da Unidade de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Reina Sofía e do Imibic.

Os investigadores espanhóis partiram da ideia de que, “considerando que o vírus estava presente em roedores globalmente (incluindo em Espanha)”, poderia haver, “provavelmente”, casos a passarem “despercebidos” pelo facto de o “diagnóstico não ter sido implementado”, constata Rivero no El Mundo.

As pesquisas feitas sugerem que “o Orthohepevirus C é um novo agente zoonótico” com “alto impacto na saúde global devido à amplitude do seu reservatório animal”, aponta Rivero.

Cerca de 2% das hepatites agudas de origem desconhecida podem ser causadas por este vírus”, acrescenta o investigador.

A pesquisa efectuada em Espanha detectou a presença do RNA do Orthopevirus C em pacientes com hepatite aguda em vários hospitais do país.

Pode ter ocorrido transmissão idêntica à do coronavírus

Até o momento, o vírus da hepatite E (HEV) era o único membro da família Hepeviridae com potencial zootécnico.

A infecção por Orthopevirus C é “muito semelhante” à produzida pelo vírus da hepatite E, segundo Rivero, podendo provocar “hepatite aguda auto-limitada, hepatite fulminante e hepatite crónica em pacientes imunossuprimidos”, aponta o investigador ao El Mundo.

“Além disso, por apresentarem alta similaridade com o vírus da hepatite E, os marcadores sorológicos utilizados para o diagnóstico podem ter reacção cruzada com o Orthohepevirus C”, acrescenta Rivero, concluindo que, com base no estudo, “há uma proporção dos diagnosticados com HEV que, realmente, tem este novo vírus”.

Nenhum dos casos de Orthopevirus C identificados no estudo afirmou ter tido qualquer contacto directo com roedores. No caso de Hong Kong, apenas um paciente teve esse contacto de forma consciente.

Contudo, pode ter ocorrido “um contacto indirecto com estes animais“, vinca Rivero.

“Sabemos que o vírus é eliminado pelas fezes dos roedores, então o contacto com objectos contaminados pelas fezes desses animais pode ser uma possível via de transmissão”, explica o investigador, salientando que “estão a ser investigadas “outras vias” relacionadas com o contacto com “outras espécies animais que serviriam como hospedeiros intermediários“.

Neste caso, seria uma forma de transmissão semelhante à que se acredita ter ocorrido com o coronavírus causador da covid-19.

Os investigadores realçam que ainda é preciso estudar mais dados para tirar conclusões mais precisas e correctas. Até porque, “clinicamente, é indistinguível das hepatites agudas produzidas por outros vírus hepatotrópicos”, ou seja, que afectam especificamente o fígado, como aponta Rivero.

https://zap.aeiou.pt/hepatites-infantis-origem-desconhecida-virus-474236

 

terça-feira, 19 de abril de 2022

Medvedchuk, maior aliado de Putin na Ucrânia, apela à sua libertação em troca dos moradores de Mariupol !


Medvedchuk, apontado como o eleito de Putin para liderar a Ucrânia caso a Rússia vença a guerra, foi capturado no início do mês. O político ucraniano pede ao Kremlin que negoceie a sua libertação com uma troca pelos civis que vivem em Mariupol.

O Serviço de Segurança da Ucrânia divulgou esta segunda-feira um vídeo onde mostra Viktor Medvedchuk, um político ucraniano de 67 anos que é um aliado próximo de Vladimir Putin e foi capturado pelas forças ucranianas no início de Abril, apela ao Presidente russo que negoceie a sua libertação imediata.

Medvedchuk dirige-se directamente a Putin e pede que a sua libertação seja trocada pela evacuação dos civis de Mariupol e pela saída das tropas russas da cidade-mártir da guerra.

“Quero pedir ao Presidente russo, Vladimir Putin, e ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, que me troquem pelos defensores ucranianos e residentes de Mariupol. Os que ainda lá estão não têm a possibilidade de sair de forma segura pelos corredores humanitários”, apela o prisioneiro, citado pela AFP.

O político liderava o partido Plataforma de Oposição – For Life e serviu como ponte entre Kiev e Moscovo durante anos, tendo sido importante na intermediação com os separatistas pró-Rússia que proclamaram a independência nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país.

Medvedchuk é também uma das pessoas mais ricas da Ucrânia e tem ligações próximas a Putin, tendo até revelado que o Presidente russo é padrinho da sua filha mais nova, Darya, e afirmando que seria um “pecado” não usar a proximidade ao Kremlin nas suas ambições políticas. Especula-se que seria o eleito de Putin para substituir Zelenskyy na Presidência após uma eventual vitória russa na guerra.

Zelenskyy já tinha pedido ao Governo russo que a libertação de Medvedchuk fosse negociada em troca de “meninos e meninas presos no cativeiro russo”, mas o Kremlin recusou. Dado o estatuto de prisioneiro de Medvedchuk, é possível que as forças ucranianas o tenham coagido a fazer o apelo público dirigido a Putin.

O aliado de Putin estava a cumprir uma pena de prisão domiciliária desde Maio de 2021 depois de ser acusado de trair a pátria, mas desapareceu após o início da guerra, em Fevereiro. Foi capturado no início deste mês, envergando uma farda militar ucraniana enquanto estava a caminho da região separatista de Transnístria.

As autoridades ucranianas já se apropriaram de muitos dos bens de Medvedchuk desde a sua prisão, incluindo 23 casas, 32 apartamentos, 30 terrenos, 26 carros e um iate, segundo o Washington Post. A esposa do político tem repetidamente apelado ao Kremlin que negoceie a sua libertação com as forças ucranianas.

Numa publicação no Twitter que foi entretanto apagada por violar os termos da rede social, as autoridades ucranianas escreveram que as “algemas estão à espera” de Medvedchuk.

“Até pode ser um político pró-russo e ter trabalhado para o país agressor durante anos. Até pode ter estado escondido da Justiça nos últimos tempos. Pode até utilizar um uniforme militar ucraniano para se camuflar. Mas alguma vez isto o fará escapar da punição? De modo algum! As algemas estão à sua espera, e o mesmo vale para todos os outros traidores da Ucrânia”, lia-se no tweet.

https://zap.aeiou.pt/medvedchuk-libertacao-troca-mariupol-474119


Na ressaca do aperto de Biden contra as “armas fantasma”, os EUA foram palco de mais três tiroteios em massa !


Joe Biden anunciou na semana passada mais restrições contra as “armas fantasma” que não têm números de série, mas as propostas estão longe de ser consensuais.

Dois adolescentes perderam a vida e oito outras pessoas ficaram feridas num tiroteio numa festa em Pittsburgh, na Pensilvânia, no último domingo. Este foi apenas um de pelo menos três tiroteios em massa que tiveram lugar nos Estados Unidos no fim de semana de Páscoa.

A polícia revelou que um equipamento que detecta tiroteios levou os agentes até à rua onde pelo menos 10 pessoas foram baleadas por volta das 12h30 no domingo. Foram disparados pelo menos 50 tiros por várias pessoas envolvidas numa disputa. Estavam cerca de 200 convidados na festa e a maioria eram menores.

Para além dos ferimentos causados pelas balas, outras pessoas sofreram cortes e ficaram com ossos partidos ao saltarem das janelas para tentarem fugir. A casa onde decorreu o tiroteio foi arrendada através da Airbnb, que já emitiu um comunicado onde revela que a pessoa que arrendou a casa foi banida para sempre para usar o serviço.

Os outros dois tiroteios aconteceram no estado da Carolina do Sul e causaram 18 feridos. Um decorreu numa discoteca em Hampton e causou nove feridos, não havendo registo de mortos. Na cidade de Columbia houve mais um tiroteio, num centro comercial, que também causou nove feridos entre 15 e 73 anos, tendo um homem de 22 anos sido preso sob uma fiança de 25 mil dólares.

“Um terrorista pode ter uma arma em 30 minutos”

Esta escalada de tiroteios surge poucos dias depois de Joe Biden ter anunciado uma medida destinada a combater a prevalência das “armas fantasma” nos Estados Unidos, após ter prometido na campanha eleitoral um combate à violência armada.

As “armas fantasma” são armas difíceis de rastrear por não terem números de série e por serem criadas a partir de kits, sendo cada vez mais utilizadas em tiroteios e podendo ser vendidas a qualquer pessoa sem uma verificação dos antecedentes.

O chefe de Estado norte-americano revelou que a nova regra vai facilitar a localização destas armas ilegais por parte das autoridades policiais, ao ilegalizar a produção destes kits sem números de série. Os vendedores de armas com licenças têm também de verificar os antecedentes dos clientes.

“Vamos fazer tudo o que podemos para privar os criminosos da escolha destas armas e quando os encontrarmos, vamos prendê-los durante muito, muito tempo. Se cometerem crimes com uma arma fantasma, esperem uma acusação federal”, garantiu Joe Biden.

O Presidente anunciou ainda a nomeação do advogado Steve Dettelbach para liderar o Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF).

Em 2021, a ATF recebeu denúncias de 20 mil suspeitas de armas fantasma que foram recuperadas pela forças policiais — um número 10 vezes maior do que o reportado em 2016. Mesmo assim, a autoridade conseguiu localizar menos de 1% das armas fantasma denunciadas pela polícia.

“Meus caros, um criminoso, um terrorista, um abusador, pode passar de um kit para uma arma em apenas 30 minutos“, reforçou Biden, que sublinhou que a lei não é “extrema”, mas sim “senso comum básico”.

Apesar dos apelos às maiores restrições à aquisição de armas de fogo nos Estados Unidos, onde a violência e os tiroteios são recorrentes, as propostas de Biden continuam a dividir opiniões e foram criticadas pelo lobby, que se refugia na Segunda Emenda da Constituição.

“Biden reforçou a sua tentativa de colocar um defensor do controlo de armas à frente da agência responsável pela regulação da indústria de armas de fogo na América”, condenou a Associação Nacional de Armas.

Já Jessica Anderson, directora executiva da organização conservadora Heritage Action, acredita que o “ataque” de Biden vai deixar as comunidades mais em risco.

“Uma proibição das armas caseiras vai permitir à AFT continuar a expandir a sua definição de uma arma de fogo e sujeitar muitos donos de armas que respeitam a lei a regulações mais pesadas e verificações de antecedentes duplicadas. Estes esforços não vão evitar que os criminosos quebrem a lei“, criticou.

https://zap.aeiou.pt/aperto-biden-armas-fantasma-tiroteios-474086


Sanções ocidentais podem afetar 200 mil empregos em Moscovo !


O autarca de Moscovo adianta que as autoridades russas aprovaram um programa de ajuda aos trabalhadores afetados pelas sanções.

De acordo com o presidente da Câmara de Moscovo, o programa prevê a aplicação de três milhões de rublos (33 milhões de euros) do Orçamento do Estado.

O enceramento das empresas estrangeiras que abandonaram o mercado russo devido às sanções ocidentais pode provocar a perda de emprego de cerca de 200 mil pessoas, referiu a autarquia de Moscovo, esta segunda feira.

“De acordo com a nossa previsão, cerca de 200 mil pessoas encontram-se sob o risco de perder o emprego”, disse o presidente da Câmara de Moscovo, Serguei Sobianin, através do portal oficial da autarquia.

As autoridades aprovaram um programa de ajuda aos trabalhadores afetados, que prevê a aplicação de 33 milhões de euros do Orçamento de Estado, de acordo com o autarca da capital russa, noticia a LUSA.

No final do mês de março, Serguei Sobianin sublinhou que cerca de 300 empresas estrangeiras encerraram a atividade em Moscovo, após serem decretadas as restrições ocidentais contra a Rússia, por causa da invasão da Ucrânia.

Embaixada espanhola reabre em Kiev

Pedro Sánchez realçou que a decisão responde “ao compromisso do seu Governo e da sociedade espanhola para com o povo ucraniano”.

O primeiro-ministro espanhol anunciou esta segunda-feira que o Governo pretende reabrir a embaixada espanhola na capital ucraniana, “dentro de poucos dias“.

O chefe do executivo acrescentou ainda, numa entrevista à rádio espanhola Antena 3, que esta decisão respondia “ao compromisso do seu Governo e da sociedade espanhola para com o povo ucraniano”.

A Espanha encerrou a sua embaixada em Kiev, como resultado da escalada de violência da invasão russa à Ucrânia, e depois de ter evacuado os residentes espanhóis do país.

A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/sancoes-ocidentais-podem-afetar-200-mil-empregos-em-moscovo-474004

 

Atraso no envio de armas “dá permissão à Rússia para matar ucranianos” !


O Presidente ucraniano admite ter ficado desiludido com alguns países, mas realça que continua a acreditar na vitória da Ucrânia.

Volodymyr Zelenskyy, na habitual mensagem da noite, afirmou que a população ucraniana estava a ser retirada das áreas mais atingidas pela guerra.

O chefe de Estado da Ucrânia também garantiu que todos os deslocados iriam receber ajuda financeira, segundo a Renascença.

“As pessoas estão a ser retiradas das zonas atingidas pela guerra e o Governo providencia locais para alojamento temporário e ajudas especiais”, diz Zelenskyy.

O líder ucraniano acrescenta ainda que “todos os deslocados podem receber assistência financeira para poderem viver e podem candidatar-se a este apoio já a partir de quarta feira”.

O Presidente ucraniano admitiu, em entrevista à CNN Internacional, ter ficado desiludido com alguns países, mas continua a acreditar na vitória da Ucrânia.

Na mensagem, Zelenskyy voltou a pedir aos líderes políticos internacionais mais ajuda: “Se são nossos amigos ou parceiros deem-nos armas, deem-nos apoio, deem-nos dinheiro. Parem a Rússia. Vocês podem fazer isso”.

De acordo com o chefe de Estado da Ucrânia, o atraso no envio de armas “dá permissão à Rússia para matar ucranianos”.

Nas suas declarações habituais, o Presidente garantiu ser essencial manter a região de Donbass, nomeadamente por uma questão de soberania e segurança nacional.

“A Ucrânia e o seu povo são claros. Não temos qualquer reivindicação sobre o território de mais ninguém, mas não vamos abdicar do nosso“, sublinhou.

A guerra já causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, e matou quase dois mil civis, de acordo com os dados das Nações Unidas, que alertam para a possibilidade de o número real de vítimas ser muito maior.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/atraso-no-envio-de-armas-da-permissao-a-russia-para-matar-ucranianos-474007


Violentos protestos contra movimento de extrema-direita causam feridos no sul da Suécia !


A cidade de Malmo, no sul da Suécia, foi assolada por atos de violência durante a noite, na sequência de protestos contra um grupo de extrema-direita anti-imigração e anti-islâmico.

De acordo com a polícia sueca, citada pela AFP, houve confrontos em Norrköping, no sudoeste de Estocolmo, e “incêndios em vários locais durante a noite em Malmo“, tendo sido apresentadas várias queixas por vandalismo.

Os incidentes eclodiram após um comício do movimento “Linha dura”, liderado pelo dinamarquês-sueco Rasmus Paludan, que é contra a imigração e o islamismo.

Paludan organizou uma digressão pela Suécia que originou confrontos em várias cidades entre a polícia e manifestantes que se opõem ao “Linha Dura”, (Stram Kurs, na designação original).

Em Norrköping, três pessoas foram feridas a tiro este domingo, durante os confrontos entre forças policiais e manifestantes que protestavam contra um grupo de extrema-direita que anunciou uma queima do Corão.

“A polícia disparou vários tiros de advertência. Três pessoas parecem ter sido atingidas por ricochetes e estão, neste momento, a receber tratamento no hospital”, escreveu a polícia em comunicado.

Os três feridos, cujo estado de saúde se desconhece, encontram-se igualmente “detidos, suspeitos de crime”, precisou a polícia sueca.

Este foi o segundo episódio de confrontos deste tipo em quatro dias em Norrköping, sendo que, da primeira vez, os manifestantes protestavam contra a concentração do movimento e pequeno partido anti-imigração e anti-Islão “Linha Dura”.

Este domingo, manifestavam-se outra vez contra uma nova concentração desse movimento, da qual Paludan acabou por desistir.

https://zap.aeiou.pt/violentos-protestos-suecia-473976


segunda-feira, 18 de abril de 2022

China está a criar armas para destruir satélites, avisa o Pentágono !

A China está a desenvolver armas para combater os satélites norte-americanos, informou o Departamento de Defesa dos EUA.

O novo relatório não classificado do Departamento de Defesa dos EUA, “Challenges to Security in Space, 2022”, surge na sequência de um relatório semelhante que foi apresentado em 2019, noticiou a Bloomberg.

Embora o relatório dê atualizações sobre as mudanças que ocorreram neste último período de tempo, não contém qualquer informação que seja crucial na tomada de decisões no futuro, à medida que o Pentágono se prepara para apresentar a sua proposta orçamental para 2023, segundo a Interesting Engineering.

A incerteza geopolítica causada pela invasão russa pode também pesar no aumento dos orçamentos militares no próximo ano.

O relatório afirma que a China expandiu significativamente o número dos seus satélites de inteligência, vigilância, e reconhecimento (ISR) ao longo dos anos.
 
Entre o período dos dois relatórios, a China quase duplicou os seus satélites, aumentando o número dos seus sistemas operacionais para mais de 250, ficando apenas em segundo lugar em relação aos EUA.

Mais importante ainda, o Exército de Libertação Popular da China também controla mais de metade dos sistemas ISR mundiais, que podem ser utilizados para seguir as forças dos EUA e aliados em qualquer parte do mundo, incluindo a Península da Coreia, Oceano Índico, Mar do Sul da China, e Taiwan.

O relatório também alertou para os riscos das operações espaciais dos EUA, uma consequência do número crescente de lançamentos espaciais, especialmente aqueles com múltiplas cargas úteis, e os envolvidos em testes anti-satélite.

Citando a dependência dos EUA do espaço como o seu “calcanhar de Aquiles”, o relatório passou a afirmar que o antigo Estado soviético estava a trabalhar para utilizar armas a laser contra satélites dos EUA nesta década, como parte dos seus esforços para “combater” os serviços espaciais dos EUA.

Afirmava também que a China já estava na posse de sistemas laser terrestres, que podiam ser utilizados para danificar sensores de satélite.

Nos anos seguintes, a China pode colocar em campo sistemas de alta energia que seriam capazes de ameaçar até os satélites não óticos.

O conteúdo do relatório será também utilizado para enquadrar as decisões políticas dos EUA sobre as suas operações espaciais no futuro.

https://zap.aeiou.pt/china-esta-a-criar-armas-para-destruir-satelites-avisa-o-pentagono-473724


Falência do estado russo é uma “questão de tempo”, diz von der Leyen !


A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu que a entrada da Rússia em incumprimento é uma “questão de tempo”, devido às sanções ocidentais impostas por ter invadido a Ucrânia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu hoje que a entrada da Rússia em incumprimento é uma “questão de tempo” devido às sanções ocidentais impostas por ter invadido a Ucrânia.

“A falência do Estado russo é apenas uma questão de tempo”, disse Von der Leyen ao jornal alemão Bild am Sonntag, citada pela agência oficial russa TASS.

Von der Leyen disse que as sanções estão a afetar cada vez mais a economia russa, “semana após semana”, e que as “exportações de bens para a Rússia caíram 70%”.

“Centenas de grandes empresas e milhares de especialistas deixaram o país. O PIB [Produto Interno Bruto] na Rússia, de acordo com as previsões atuais, irá diminuir em 11%”, afirmou a política alemã.

De acordo com dados do Ministério das Finanças russo citados pela TASS, a dívida pública externa da Rússia ascende a 59.500 milhões de dólares (mais de 55.000 milhões de euros ao câmbio atual), correspondendo a 20% da dívida pública.

No total, a Federação Russa tem 15 empréstimos obrigacionistas ativos com vencimentos entre 2022 e 2047.

Em resposta às sanções, o Presidente russo, Vladimir Putin, autorizou a utilização da moeda nacional, o rublo, no pagamento de dívidas em moeda estrangeira a “países não amigos”, ou seja, os que impuseram sanções a Moscovo.

Segundo o decreto citado pela TASS, as empresas devedoras ou o próprio Estado podem abrir uma conta em bancos russos em nome de um credor estrangeiro e transferir os pagamentos em rublos à taxa de câmbio do Banco Central no dia do pagamento.

Os credores de países que não tenham imposto sanções podem receber pagamentos em euros ou dólares, se o devedor russo tiver uma autorização especial para o fazer.

O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, reconheceu esta semana que o congelamento das contas do Estado russo em moeda estrangeira, decorrente das sanções internacionais, dificulta o cumprimento das obrigações da dívida.

“Existem dificuldades em cumprir as obrigações da dívida soberana apenas devido à falta de acesso às nossas contas em moeda estrangeira”, disse Siluanov numa carta enviada ao seu homólogo brasileiro, Paulo Guedes.

Na carta, divulgada pelo jornal brasileiro O Globo, Siluanov pediu o apoio diplomático do Brasil junto do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e do G20 para evitar “tentativas de discriminação em instituições financeiras internacionais e fóruns multilaterais”.

“Quase metade das reservas internacionais da Federação Russa foram congeladas, as transações de comércio exterior estão bloqueadas, incluindo aquelas com os nossos parceiros de economias de mercados emergentes”, explicou o ministro russo.

Siluanov disse anteriormente, segundo a TASS, que a Rússia só pagaria a sua dívida em moeda estrangeira se as suas contas no exterior fossem descongeladas.

Um país é considerado em incumprimento quando não é capaz de cumprir os compromissos que assumiu com os credores.

A 9 de abril, a agência de notação financeira S&P Global Ratings baixou a nota da Rússia para os seus pagamentos em moeda estrangeira para o nível de “incumprimento seletivo“, depois de Moscovo ter recorrido a rublos para pagar uma dívida em dólares.

Numa entrevista recente a um jornal russo, Siluanov disse que a Rússia recorrerá aos tribunais se for considerada em incumprimento pelo Ocidente, embora sem especificar a que instância jurídica se referia.

Na sequência da invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro, a Rússia foi alvo de sanções económicas e financeiras da UE e de países como os Estados Unidos, o Reino Unido, o Japão ou a tradicionalmente neutral Suíça.

https://zap.aeiou.pt/falencia-do-estado-russo-e-uma-questao-de-tempo-diz-von-der-leyen-473955




LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...