Alegados agentes russos terão oferecido à Catalunha a ajuda de 10 mil soldados durante a sua tentativa de independência da Espanha, em 2017, relataram na quarta-feira meios de comunicação espanhóis e europeus.
As denúncias baseiam-se em gravações de áudio de um dos 21 empresários catalães detidos esta semana por suspeita de corrupção e incitamento à desordem pública, noticiou o Politico Europe, citado pelo Moscow Times.
O juiz espanhol Joaquín Aguirre, que investiga a ligação entre a Rússia e a oferta aos separatistas, terá dito que acredita que o então líder catalão, Carles Puigdemont, havia recusado a oferta de ajuda militar.
“Se ele [Puigdemont] tivesse aceitado, os acontecimentos provavelmente teriam sido trágicos e teriam desencadeado um conflito armado com o Estado, [originando] um número desconhecido de mortes”, afirmou.
De acordo com a Associated Press, a investigação tem como alvo uma suposta má gestão de fundos públicos e uma alegada campanha de desinformação apoiada pela Rússia com o objetivo de desacreditar Espanha. A agência informou ainda que a oferta russa era “para ajudar num conflito armado teórico com as autoridades espanholas”.
Espanha, que declarou o referendo de independência da Catalunha ilegal e prendeu vários líderes separatistas, acusou a Rússia de interferência, alegação que Moscovo rejeitou.
A Embaixada da Rússia em Madrid respondeu ao último relatório sobre a suposta ajuda militar, com uma declaração sarcástica na qual indicou que que a informação estava “incompleta”. “É necessário adicionar dois zeros ao número de soldados”, apontava a nota.
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