domingo, 5 de junho de 2022

O grande êxodo de refugiados ucranianos não é um acidente — Faz parte do plano de Putin !


Mais de 6,3 milhões de ucranianos fugiram do seu país desde que a Rússia o invadiu pela primeira vez no final de fevereiro de 2022.

A União Europeia acolheu refugiados ucranianos, permitindo-lhes entrar nos seus 27 Estados-membros sem visto e viver e trabalhar cá por até três anos.

Os cidadãos europeus também abriram as suas portas – e bolsos – para hospedar ucranianos e ajudá-los a encontrar creches, por exemplo, e outros serviços.

Mas ainda há uma realidade desconfortável: os refugiados ucranianos também são peões políticos do Presidente russo, Vladimir Putin, destinados a destabilizar politicamente a União Europeia e a NATO.

Muitos polacos, por exemplo, inicialmente ofereceram-se para ajudar os ucranianos. Mas agora, mais de dois meses após o início da guerra, há sinais de que a compaixão está a desaparecer.

A população de Varsóvia aumentou 15% desde o início da guerra, levando o autarca da cidade, Rafal Trzaskowski, a propor uma estratégia para lidar com os custos crescentes.

Hospedar refugiados ucranianos pode custar aos países mais de 30 mil milhões de dólares apenas no primeiro ano, de acordo com análise do Center for Global Development. Isto pode representar novos desafios para a economia europeia, que já está sob stresse com a alta inflação.

Associação entre migração e segurança

Nos últimos anos, especialistas em segurança nacional têm considerado cada vez mais a migração humana como um fator-chave que pode influenciar a estabilidade política.

Isto acontece porque o número de pessoas forçadas a migrar principalmente pela violência ou pelas alterações climáticas quase duplicou de 2010 para 2020 – passando de 41 milhões para 78,5 milhões nesse período, de acordo com a ONU.

Em alguns casos, como durante a guerra civil de Ruanda na década de 1990, líderes políticos e militares forçaram ou encorajaram as pessoas a migrar para outros países.

Uma migração em massa pode funcionar como ferramenta política de duas maneiras. Em primeiro lugar, a chegada repentina de muitas pessoas pode sobrecarregar a habitação, os cuidados de saúde e outros recursos e testar a paciência das populações recetoras.

Isto pode colocar pressões mais amplas sobre coligações políticas como a União Europeia, que depende dos Estados-membros – alguns deles relutantes – para compartilhar os custos de acolhimento de migrantes.

Não é a primeira vez

Esta não é a primeira tentativa de Putin de usar a migração em massa para promover as suas ambições políticas na Europa.

Este tipo de tática remonta a uma prática da era soviética de “engenharia étnica”, que significa tentar exacerbar as tensões políticas com base nas diferentes origens religiosas, étnicas ou linguísticas das pessoas.

De acordo com autoridades e especialistas ocidentais, Putin ajudou a criar a crise migratória europeia de 2015 e 2016 a partir do Médio Oriente. Estima-se que 1,3 milhões de pessoas em busca de asilo e outros migrantes chegaram à Europa nessa época.

A maioria dos migrantes era da Síria, como resultado da guerra civil. Putin e o presidente sírio Bashar Assad usaram bombas e outras armas para aterrorizar civis e forçá-los a deixar as suas casas para a Turquia e países da União Europeia.

Em 2016, o general da Força Aérea dos EUA Philip Breedlove, que serviu como comandante militar da NATO na altura, alertou que Putin e Assad estavam “deliberadamente a armar a migração numa tentativa de sobrecarregar as estruturas europeias e quebrar a determinação europeia”.

Em resposta à onda de recém-chegados, a União Europeia concordou em acolher refugiados sírios que estavam na Turquia. Mas Hungria, Polónia, Eslováquia e República Checa recusaram-se a aceitar os refugiados.

Isto resultou em tensão política entre os países da UE – e um aumento de partidos políticos anti-migrantes e nacionalistas em lugares como Itália e Alemanha, que aceitaram um grande número de sírios. A preocupação pública com a imigração também levou os cidadãos britânicos a votar em 2016 pela saída do Reino Unido da União Europeia.

Novas migrações forçadas

Poucos meses antes da guerra na Ucrânia, a cartilha de migração como arma de Putin inspirou o aliado político, o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

Lukashenko prometeu publicamente às pessoas do Iraque e de outros países que, se viessem para a Bielorrússia, ele ajudá-las-ia a entrar na União Europeia. Lukashenko forneceu aos migrantes transporte gratuito para a Bielorrússia e para a fronteira polaca.

Mas os guardas da fronteira polaca impediram violentamente que esses imigrantes entrassem no país.

Em dezembro de 2021, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chamou a tática de Lukashenko de “ataque híbrido”.

“Esta não é uma crise migratória”, disse von der Leyen. “Esta é uma tentativa de um regime autoritário de tentar destabilizar os seus vizinhos democráticos. Isso não vai dar certo”.

Polónia, Hungria e Eslováquia estão agora entre os países que recebem o maior número de refugiados ucranianos. Enquanto a Polónia recebeu 3,1 milhões de ucranianos, a Hungria recebeu 550.000 e a Eslováquia admitiu 391.000.

Mantendo-se em linha com as táticas anteriores da Rússia durante a guerra na Síria, os militares russos estão novamente a atacar civis na Ucrânia – levando milhões a fugir de casa e do país.

Hospitalidade a desgastar-se

Enquanto algumas comunidades europeias chamam os ucranianos de “convidados” e não de “refugiados”, outras comunidades locais estão sobrecarregadas.

Em Varsóvia, por exemplo, será necessário construir 75 novas escolas para educar crianças refugiadas ucranianas.

“É como sentar numa bomba-relógio”, disse Agnieszka Kosowicz, presidente do Fórum de Migração Polaco. “Os polacos simplesmente não têm recursos para sustentar os seus níveis iniciais de generosidade”, explicou.

Até agora, os políticos europeus não chamaram à onda de refugiados ucranianos de crise. Alguns especialistas dizem que isso ocorre porque os ucranianos são predominantemente brancos e cristãos.

Outras situações de migração mostram que as semelhanças culturais e étnicas nem sempre evitam a instabilidade política.

Na Turquia, por exemplo, a maioria dos residentes turcos e refugiados sírios são predominantemente muçulmanos. Mas as sondagens públicas mostram um declínio constante na tolerância aos sírios nos últimos dez anos.

Putin sabe que as ansiedades económicas alimentam a retórica anti-migração na Hungria, França e outros países. Isto pode criar novas ameaças à solidariedade da UE e, por extensão, à segurança europeia.

https://zap.aeiou.pt/exodo-refugiados-ucranianos-plano-putin-480874

 

22 anos depois, a “imperatriz do terror” saiu da prisão !


Fusako Shigenobu foi uma das fundadoras do Exército Vermelho Japonês. Ao ser libertada, admitiu: “Causámos danos a pessoas inocentes”.

Uma das fundadoras do Exército Vermelho Japonês saiu da prisão, 22 anos depois de ter sido detida.

Fusako Shigenobu tem agora 76 anos e fugiu às autoridades japonesas ao longo de cerca de 30 anos.

Até que foi detida em Osaka, em 2000. Mais tarde foi condenada a uma pena de prisão de 20 anos.

O Exército Vermelho Japonês foi criado há pouco mais de 50 anos, em 1971. Era um grupo ligado a militantes da Palestina, defensor das causas palestinas, e foi responsável por vários ataques – aeroporto, embaixadas, consulados.

O grupo militante socialista terá estado por detrás do ataque ao aeroporto de Telavive, em Israel, que matou 28 pessoas.

Fusako Shigenobu nunca terá estado presente, fisicamente, nos atentados. Mas foi condenada por ter planeado um cerco à Embaixada de França em Haia, na Holanda.

Esteve presa durante mais de duas décadas, dissolveu o Exército Vermelho Japonês pouco depois de ter sido detida e terá passado por uma operação a um cancro.

Ao ser libertada, neste sábado, comentou que sai “viva” mas admitiu: “Já foi há meio século… Mas causámos dados a pessoas inocentes, que nem conhecíamos, porque dávamos prioridade às nossas causas”.

“Embora aqueles fossem tempos diferentes, gostaria de aproveitar esta oportunidade para pedir desculpas, profundamente”, acrescentou.

Fusako tinha à sua espera, não só a sua filha e jornalistas, como também diversos apoiantes do Exército Vermelho Japonês.

Fusako Shigenobu ficou conhecida como a “imperatriz do terror”.

Há outros antigos elementos do Exército Vermelho Japonês que ainda estão a ser procurados pela polícia do Japão.

https://zap.aeiou.pt/imperatriz-terror-saiu-prisao-481438


LeBron James é o primeiro jogador ativo da NBA a tornar-se bilionário !

LeBron James nos LA Lakers

LeBron James acrescentou outro título à sua coleção: o de bilionário. A Forbes estimou o valor da estrela dos Lakers em mil milhões de dólares.

De acordo com um relatório publicado pela Forbes esta quinta-feira, LeBron James é o primeiro jogador ativo da NBA a alcançar o estatuto de bilionário.

Michael Jordan, cujo património líquido atingiu os 1,7 mil milhões de dólares, só atingiu o estatuto de bilionário 11 anos depois de se ter reformado. A Forbes estima que LeBron ganhou 121,2 milhões de dólares no ano passado, um valor superado apenas por Lionel Messi, que ganhou 130 milhões de dólares.

“Se acontecer, é o meu maior marco”, comentou LeBron em entrevista com a GQ, em 2014. “Obviamente, quero maximizar o meu negócio. E se por acaso eu conseguir, se por acaso for um atleta de um bilião de dólares, vou ficar muito entusiasmado”.

Apesar de ter ganho perto de 400 milhões de dólares durante a sua carreira na NBA com os Lakers, Cleveland Cavaliers e Miami Heat, os dados da Forbes indicam que que LeBron, de 37 anos, ganhou mais de 900 milhões de dólares em investimentos.

Estes incluem o seu grupo de entretenimento, SpringHill, no qual vendeu uma ação minoritária por 725 milhões de dólares.

LeBron também tem uma ação de 1% no Fenway Sports Group — proprietário do Liverpool FC, dos Boston Red Sox e concordou recentemente em comprar os Pittsburgh Penguins da NHL. O jogador comprou ainda uma ação de 10% da Blaze Pizza por menos de 1 milhão em 2012, que a Forbes diz valer agora 30 milhões.

A carteira imobiliária da estrela dos Lakers de 37 anos está estimada em 80 milhões, e inclui uma propriedade de 10 milhões na sua cidade natal de Akron, em Ohio, e duas casas em Los Angeles.

LeBron foi criado por uma mãe solteira em Akron, e voltou a colocar dinheiro significativo na sua cidade natal, abrindo uma escola e planeando habitação e um centro comunitário para ajudar famílias e crianças.

Dentro do campo, LeBron já venceu quatro campeonatos da NBA, foi nomeado quatro vezes MVP da liga e foi selecionado para 18 equipas All-Star. Ganhou também duas medalhas de ouro olímpicas.

https://zap.aeiou.pt/lebron-james-e-o-primeiro-jogador-ativo-da-nba-a-tornar-se-bilionario-482451


China planeia última missão para completar estação espacial !


A missão tripulada Shenzhou-14 vai ser lançada para uma estadia de seis meses. A China pretende terminar a construção da estação espacial este ano.

A China está a preparar o lançamento de uma nova missão de três pessoas para concluir os trabalhos na sua estação espacial permanente em órbita, informou este sábado a agência espacial chinesa.

A missão tripulada Shenzhou-14 vai ser lançada para uma estadia de seis meses, para supervisionar a adição de dois módulos de laboratório para se conectar com o módulo Tianhe, que foi lançado em abril de 2021.

A nave espacial descola no domingo do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na beira do deserto de Gobi, segundo a agência.

A China pretende terminar a construção da estação este ano, com a adição daqueles dois módulos de laboratório em julho e outubro. 

O programa espacial chinês lançou o primeiro astronauta em órbita em 2003, tornando a China o terceiro país a fazê-lo, com os próprios recursos, depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos. O país pousou sondas na lua e em Marte.

A China está excluída da Estação Espacial Internacional, devido ao desconforto dos EUA de que o programa espacial seja administrado pela ala militar do Partido Comunista Chinês, o Exército de Libertação Popular.

https://zap.aeiou.pt/china-planeia-ultima-missao-para-completar-estacao-espacial-482544


Epidemia de hepatite nos EUA e Canadá pode ter sido causada por morangos !


Os reguladores norte-americanos e canadianos estão a investigar um surto de hepatite, que pode estar ligado a morangos orgânicos frescos.

Numa declaração conjunta, a U.S. Food and Drug Administration (FDA) e a Agência de Saúde Pública do Canadá relataram que as doenças no Minnesota, na Califórnia e no Canadá ocorreram depois de as pessoas terem consumido morangos frescos da marca FreshKampo e H-E-B.

As agências indicaram que os morangos tinham sido comprados entre 5 de março e 25 de abril, segundo a PBS.

Foram vendidos em vários retalhistas norte-americanos, incluindo Aldi, Kroger, Safeway, Walmart e Trader Joe’s. No Canadá, os morangos afetados foram vendidos entre 5 e 9 de março nas lojas Co-op, em Alberta e Saskatchewan.

Os morangos possivelmente defeituosos já passaram o seu prazo de validade, mas as autoridades sanitárias dizem que os consumidores que os compraram e os congelaram para comer mais tarde devem deitá-los fora.

Registaram-se 17 doenças e 12 hospitalizações nos Estados Unidos, segundo os dados da FDA. No Canadá, contabilizaram-se 10 casos e 4 hospitalizações.

A empresa mexicana FreshKampo, que cultiva morangos, afirmou numa declaração que estava a trabalhar com os reguladores para determinar o que aconteceu.

A FreshKampo referiu que o rótulo nos recipientes dos morangos em causa teria escrito “Produto do México” ou “Distribuído por Meridien Foods”.

Numa declaração, a mercearia H-E-B do Texas garante que não recebia nem vendia morangos orgânicos do fornecedor em questão desde 16 de abril. H-E-B insiste que qualquer pessoa que ainda tenha os morangos deve deitá-los fora ou devolvê-los à loja onde foram comprados.

A hepatite A é um vírus que pode causar doenças hepáticas e, em casos raros, insuficiência hepática e morte. A doença sente-se, normalmente, entre 15 a 50 dias após comer ou beber alimentos contaminados. Os sintomas incluem fadiga, náuseas, vómitos, dores abdominais e icterícia.

Os consumidores que comeram as bagas possivelmente contaminadas nas últimas duas semanas e não foram vacinados contra a hepatite A devem consultar imediatamente um médico, segundo a FDA.

https://zap.aeiou.pt/epidemia-de-hepatite-nos-eua-e-canada-pode-ter-sido-causada-por-morangos-481871


sexta-feira, 3 de junho de 2022

Le Pen e Orbán criticam sanções “erradas e perigosas” contra a Rússia !


As sanções impostas à Rússia são “erradas e perigosas”, de acordo com Marine Le Pen e Viktor Orbán, que se encontraram esta sexta feira em Paris.

Le Pen e Orbán acusam os “burocratas de Bruxelas e os partidos de esquerda” de não conseguirem proteger os europeus.

A líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, criticaram esta sexta-feira, em Paris, a União Europeia (UE) pelas sanções “erradas e perigosas” impostas à Rússia por ter invadido a Ucrânia.

Os políticos discutiram questões relacionadas com a guerra na Ucrânia, as suas consequências, a inflação e as “políticas de sanções erradas e perigosas de Bruxelas”, afimrou o porta-voz de Orbán à agência noticiosa húngara MTI.

Segundo o mesmo porta-voz, Orbán e Le Pen apelaram à unidade dos “partidos europeus que representam valores tradicionais” para defender os cidadãos da Europa em tempos de guerra, acusando os “burocratas de Bruxelas e os partidos de esquerda” de não conseguirem proteger os europeus e as suas famílias.

O gabinete de imprensa do primeiro-ministro da Hungria não deu mais pormenores sobre a viagem de Orbán a França, nem sequer se irá ter outros encontros, segundo a agência espanhola EFE.

A Hungria opõe-se à inclusão do embargo petrolífero russo no sexto pacote de sanções da UE contra a Rússia ,devido ao impacto económico que teria no país, que depende dos fornecimentos russos.

O Governo de Budapeste exigiu à União Europeia uma isenção do embargo durante pelo menos quatro anos, bem como fundos para reequipar as infraestruturas energéticas da Hungria para poder receber petróleo de outras origens.

A proposta de novas sanções da UE contra a Rússia prevê prazos mais longos para a Hungria, a Eslováquia e a República Checa iniciarem o embargo à importação de petróleo russo, mas o impasse ainda não foi ultrapassado.

As novas sanções agravam as que a União Europeia e países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou o Japão têm decretado contra a Rússia desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro.

A guerra que continua sem um balanço de vítimas após três meses de combates, mas que diversas fontes, incluindo a ONU, dizem que será elevado.

https://zap.aeiou.pt/le-pen-e-orban-encontram-se-em-paris-e-criticam-sancoes-erradas-e-perigosas-contra-a-russia-481372

 

Soldados russos enviaram para casa 58 toneladas de artigos roubados da Ucrânia !


Os soldados russos que combatem na Ucrânia enviaram para casa pelo menos 58 toneladas de mercadorias roubadas, desde o início da guerra.

De acordo com a investigação do site de notícias independente Mediazona, os soldados russos têm levado para casa artigos roubados da Ucrânia.

A investigação parte de uma análise de pacotes enviados por 46 filiais da empresa de entregas SDEK, localizadas perto da fronteira ucraniana entre a Rússia e Bielorrússia, bem como na Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

As encomendas alegadamente enviadas por soldados russos eram frequentemente identificadas pelo seu peso, sendo que cada encomenda ultrapassava em geral várias vezes o tamanho de uma encomenda média.

Ao analisar as imagens de vídeo de um posto de controlo SDEK na cidade fronteiriça russa de Valuyki, os jornalistas da Mediazona repararam que os soldados enviavam para casa sapatilhas, comida enlatada, televisões, pneus de carros e até tendas.

A 29 de abril, um oficial russo não identificado enviou alegadamente um drone militar Orlan-10, provavelmente roubado do seu próprio exército.

Os jornalistas descobriram ainda que o maior número de encomendas foi enviado entre finais de março e inícios de abril — depois de as tropas russas terem deixado as suas posições no norte da Ucrânia, perto de Kiev.

Só a 4 de Abril, os soldados enviaram 4 toneladas de encomendas, que se acreditava estarem cheias de mercadorias roubadas.

A cidade de Urga, na região da Sibéria, recebeu o maior número de pacotes — um total de 5,8 toneladas. A Mediazona ligou o elevado número de entregas à 74ª Brigada de Espingardas Motorizadas de Urga, que foi destacada para as cidades ucranianas de Bucha, Hostomel e Irpin, onde ocorreram atrocidades em massa, cometidas pelo exército russo.

De acordo com os jornalistas, a cidade de Chebarkul na região de Chelyabinsk, Kyzyl, a capital da República de Tyva e Novosibirsk, a capital da Sibéria, foram outras cidades russas que receberam um grande número de artigos roubados.

https://zap.aeiou.pt/soldados-russos-enviaram-para-casa-58-toneladas-de-artigos-roubados-da-ucrania-481306

 

Zelenskyy acusa Rússia de “genocídio” no Donbass — E Putin contra-ataca !


O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, acusou na noite de quinta-feira a Rússia de estar a cometer um “genocídio” no Donbass.

“A atual ofensiva dos ocupantes no Donbass pode tornar a região desabitada”, disse Zelenskyy no seu discurso diário transmitido na televisão, acusando as forças russas de tentar “incendiar” várias cidades da região.

A Rússia pratica “deportação” e “assassínio em massa de civis” no Donbass, prosseguiu o chefe de Estado, salientando que “tudo isso (…) é uma óbvia política de genocídio levada a cabo pela Rússia”.

O Kremlin havia justificado a invasão por um alegado “genocídio” perpetrado pelos ucranianos contra a população russófona no Donbass.

Em abril, o parlamento ucraniano adotou uma resolução para descrever como “genocídio” as ações do Exército russo no país e instou todos os outros países e organizações internacionais a fazerem o mesmo. O próprio Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou essa expressão.

Forças russas bombardearam alvos na região de Dnipro, no centro da Ucrânia, nas últimas horas, causando danos significativos, enquanto mantêm a ofensiva no leste do país, especialmente na região de Donetsk.

Em Dnipro, a quarta cidade mais populosa da Ucrânia, a situação é complicada, com “vários ataques”, anunciou Valentyn Reznichenko, chefe da Administração Militar Regional de Dnipropetrovsk, hoje através da plataforma Telegram.

Reznichenko revelou que equipas de resgate estão a procurar sobreviventes entre os escombros dos edifícios que foram atingidos por ataques que causaram “grave destruição” na cidade, localizada na margem do rio Dnieper, que atravessa o país de norte a sul.

Enquanto isso, pelo menos 1.500 pessoas foram mortas em Severodonetsk, mas a cidade do leste da Ucrânia que o exército russo procura tomar a todo o custo continua a resistir, disse o líder militar da região.

Cerca de 12 mil pessoas permanecem na cidade, que tinha cerca de 100 mil habitantes antes da guerra, disse hoje o chefe da administração militar de Severodonetsk, Alexander Stryuk.

Severodonetsk tem sido o palco de combates ferozes que já destruíram 60% dos edifícios residenciais, disse Stryuk, citado pela agência Associated Press.

O líder militar disse que um grupo russo de reconhecimento e sabotagem entrou num hotel de Severodonetsk, mas que a cidade continua a resistir.

Severodonetsk é a única zona da região de Lugansk que continua sob controlo do governo ucraniano, e as forças russas têm tentado cercar a cidade.

Putin acusa Ocidente de “roubo” de bens russos

O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou quinta-feira o Ocidente de “roubo” dos bens russos congelados e confiscados durante a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, avisando que nada de bom virá de tais medidas.

“A violação de regras e regulamentos no campo das finanças e do comércio internacional não leva a nada de bom. E, em termos simples, só trará problemas a quem o fizer”, afirmou, durante uma intervenção por videoconferência na sessão plenária do Fórum Económico da Eurásia, que decorre em Bishkek, no Quirguistão.

“O roubo de ativos alheios nunca trouxe nada de bom a ninguém, especialmente àqueles que estão envolvidos nesse negócio indecoroso”, reiterou Putin.

As palavras do Presidente russo foram ditas dois dias depois de a Estónia, a Letónia, a Lituânia e a Eslováquia terem pedido aos seus parceiros da União Europeia (UE) que usem os cerca de 300 mil milhões de euros em ativos do Banco Central da Rússia congelados na sequência das sanções impostas a Moscovo para financiar a reconstrução da Ucrânia.

Nesse dia, a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, afirmou, no Fórum Económico de Davos (Suíça), que a UE “não deve deixar pedra sobre pedra” — inclusive, se possível, usando os ativos russos congelados — no seu percurso para ajudar a Ucrânia “a renascer das cinzas”.

Além disso, a CE apresentou na quarta-feira propostas para confiscar os bens dos oligarcas russos que têm tentado violar as sanções europeias, por exemplo, movendo os seus iates para fora da UE ou mudando a propriedade dos bens.

O comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, acrescentou ainda que a UE tem incentivado os países a transferir os valores dos ativos apreendidos para um fundo que ajude as vítimas da guerra na Ucrânia.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-acusa-russia-de-genocidio-no-donbass-e-putin-contra-ataca-481233

 

Tribunal decide que Trump deve responder sob juramento em processo civil !


Trump refere que obrigar os membros da sua família a testemunhar “violava os seus direitos constitucionais”.

O ex-Presidente dos EUA Donald Trump deve responder a um interrogatório, sob juramento, na investigação civil do estado de Nova Iorque sobre práticas comerciais, decidiu esta quarta-feira um tribunal de recurso estadual.

Um painel de quatro juízes da divisão de recurso do tribunal de primeira instância do estado de Nova Iorque confirmou a decisão tomada a 17 de fevereiro pelo juiz de Manhattan Arthur Engoron, que impôs intimações a Trump e aos seus dois filhos mais velhos, obrigando-os a depor na investigação liderada pela procuradora Letitia James.

Trump tinha recorrido dessa sentença, procurando anular a decisão, argumentando que obrigar os membros da família Trump a testemunhar violava os seus direitos constitucionais, já que as suas respostas poderiam ser usadas numa investigação criminal paralela.

“A existência de uma investigação criminal não impede a descoberta civil de factos relacionados”, respondeu agora o painel de quatro juízes.

A procuradora Letitia James, uma democrata, disse que a sua investigação descobriu provas de que a empresa de Trump, Trump Organization, usou avaliações “fraudulentas ou enganosas” de ativos, como campos de golfe e arranha-céus, para obter empréstimos e benefícios fiscais.

A decisão judicial de hoje pode significar um dilema difícil para Trump, sobre responder a perguntas ou ficar em silêncio, invocando o seu direito da Quinta Emenda, contra a autoincriminação.

Tudo o que Trump diga em tribunal, neste processo civil, pode ser usado contra ele na investigação criminal, que está a ser supervisionada pelo escritório do procurador distrital de Manhattan.

Numa audiência anterior à decisão de Engoron, de 17 de fevereiro, os advogados de Trump argumentaram que sentar o ex-Presidente em tribunal para um depoimento civil é uma tentativa imprópria de contornar uma lei estadual que impede os procuradores de chamar alguém para testemunhar perante um grande júri criminal sem lhes dar imunidade.

Um advogado do gabinete do procurador disse a Engoron que não era incomum ter investigações civis e criminais em curso ao mesmo tempo, e o juiz rejeitou um pedido dos advogados para que os membros da família Trump suspendessem a investigação civil até que a questão criminal chegasse ao seu termo.

No verão passado, após a descoberta de provas na investigação civil, o escritório do procurador de Manhattan acusou de fraude fiscal a Trump Organization e o seu antigo diretor financeiro, Allen Weisselberg, alegando que arrecadou mais de 1,7 milhões de dólares (cerca de 1,6 milhões de euros) em receitas não registadas.

https://zap.aeiou.pt/tribunal-decide-que-trump-deve-responder-sob-juramento-em-processo-civil-481204


“Eu mato criminosos, não crianças e idosos”: Duterte condena guerra na Ucrânia !


O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, que chamava “ídolo” e “amigo” a Putin, condenou pela primeira vez a invasão russa da Ucrânia.

Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, criticou o líder russo Vladimir Putin pela morte de civis inocentes na Ucrânia, realçando que embora os dois tenham sido rotulados como assassinos, ele “mata criminosos, não mata crianças e idosos”.

Duterte já chamou publicamente a Putin um “ídolo” e um “amigo”, mas expressou a sua condenação da invasão russa da Ucrânia pela primeira vez, em declarações esta terça-feira, onde culpou a guerra de três meses pelo aumento dos preços mundiais do petróleo que atingiu vários países, incluindo as Filipinas.

Embora salientando que não estava a condenar o presidente russo, Duterte discordou da classificação de Putin da invasão como “operação militar especial”. Acrescentou ainda que se tratava realmente de uma guerra em grande escala, travada contra “uma nação soberana”, segundo a Associated Press.

“Muitos dizem que Putin e eu somos ambos assassinos. Há muito que vos digo, filipinos, que eu realmente mato. Mas eu mato criminosos, não mato crianças e idosos”, sublinhou Duterte numa reunião semanal, com altos funcionários do Governo. “Estamos em dois mundos diferentes”.

Duterte, que termina o mandato de seis anos a 30 de junho, presidiu durante uma campanha anti-droga que deixou mais de 6.000 suspeitos, a maior parte mortos.

Grupos de direitos humanos alertam para uma quantidade de mortos muito maior e garantem que pessoas inocentes, incluindo crianças, foram mortas na campanha que Duterte promete continuar até ao seu último dia no cargo.

Os assassinatos em massa da campanha contra a droga desencadearam uma investigação pelo Tribunal Penal Internacional, como um possível crime contra a humanidade. Duterte afirma que vai enfrentar mais processos judiciais relativamente às mortes, quando a sua presidência terminar.

Duterte e as autoridades negaram ter sancionado execuções extrajudiciais na campanha contra as drogas ilegais, mas ameaçaram matar, publicamente, os suspeitos de tráfico de drogas.

Tentaram ainda, sem sucesso, restituir a pena de morte na maior nação católica romana da Ásia, para dissuadir os traficantes de droga e outros criminosos.

Quando assumiu o cargo em 2016, Duterte apontou para a Rússia e a China como parceiras de comércio, investimento e expansão da cooperação militar, criticando ao mesmo tempo as políticas de segurança de Washington, aliado do tratado de Manila.

Visitou a Rússia duas vezes em 2017 e 2019 para se encontrar com Putin, mas encurtou a sua primeira visita depois de militantes aliados a um grupo de Estado islâmico terem cercado a cidade de Marawi, no sul das Filipinas, enquanto o secretário de Defesa e Chefe do Estado Maior estavam ausentes.

Mais de uma semana após as forças russas terem cercado a Ucrânia, as Filipinas votaram a favor de uma resolução da Assembleia Geral da ONU que condenava a invasão russa. Apelaram à proteção dos civis e das infraestruturas públicas na Ucrânia, embora Duterte se tenha abstido de criticar Putin e tenha realçado que permaneceria neutro, num conflito que poderia levar à utilização de armas nucleares e provocar a III Guerra Mundial.

Dirigindo-se a Putin como “amigo” e à Embaixada Russa em Manila, Duterte apelou a que parassem com os bombardeamentos sobre áreas residenciais e a que permitissem a evacuação segura de civis inocentes antes de atacar.

“Estão no controlo de tudo. De qualquer modo, começaram realmente a guerra, por isso controlem os vossos soldados. Eles estão em alvoroço”, comentou Duterte.

O presidente das Filipinas acrescentou ainda que estava preocupado com a estabilidade do abastecimento de petróleo no seu país, uma vez que a guerra na Ucrânia continua a desencadear uma instabilidade global.

“Estou de saída e não sei como resolver o problema. É preciso resolver a guerra entre a Ucrânia e a Rússia antes de podermos falar de um regresso à normalidade”, conclui Rodrigo Duterte.

https://zap.aeiou.pt/eu-mato-criminosos-nao-criancas-e-idosos-duterte-vira-se-a-putin-481206


quinta-feira, 2 de junho de 2022

Da justiça popular online ao voyeurismo com celebridades - O caso Depp vs. Heard pinta um retrato negro dos nossos tempos !


Desde a obsessão com as vidas privadas dos famosos até à transformação de acusações graves de violência em meros memes, a atenção dada ao julgamento de Johnny Depp e Amber Heard deixa a nu várias tendências preocupantes.

Foi a 11 de Abril que arrancou o julgamento que pôs o ex-casal de actores Johnny Depp e Amber Heard frente a frente em tribunal — e desde então que o caso é um dos temas do momento.

A acção foi aberta por Depp, que acusa Heard de o ter difamado quando escreveu um artigo de opinião no The Washington Post em 2018 onde afirmava que tinha sido vítima de violência doméstica.

A defesa de Depp alega que as acusações da ex-mulher arruinaram a sua reputação e a sua carreira, e que levaram a que perdesse o papel de Jack Sparrow na saga dos Piratas das Caraíbas, e exige uma indemnização de 50 milhões de dólares.

Já Heard, por sua vez, contestou o processo e quer uma compensação de 100 milhões, considerando que os advogados de Depp a difamaram quando descreveram os seus relatos dos alegados abusos cometidos pelo ex-marido como uma “farsa”.

A “memeficação” da violência doméstica

Tendo dois protagonistas com um perfil público e a natureza das acusações, era expectável que o caso atraísse alguma atenção mediática. Mas a verdade é que o tema está até a sobrepor-se a algumas questões políticas: uma análise aos assuntos mais populares nas redes sociais concluiu que os americanos se interessam mais por esta batalha legal do que pelo aborto, pela inflação ou pela guerra na Ucrânia.

A transmissão televisiva do julgamento é a lenha que alimenta todo este fascínio, com os vídeos das alegações em tribunal a angariarem milhões de visualizações nas redes socias — parecendo quase um episódio de Black Mirror.

Só no TikTok, os vídeos com as hashtags #justiceforjohnnydepp, #deppvsheard ou #amberturd angariaram até agora, respectivamente, 16.4, 2.8 e 3.4 mil milhões de visualizações. Já no YouTube, há transmissões em directo do julgamento em canais de jornais mainstream que colam centenas de milhares de pessoas ao ecrã.

O problema não reside no interesse do público no caso, mas antes na forma como este tem sido comentado. Muitas são as edições feitas dos depoimentos — como as alegações de Heard de que Depp a violou com uma garrafa ou a acusação de Depp de que Heard lhe cortou um dedo e apagou um cigarro no seu rosto — que reduzem os relatos de situações violentas a memes com zooms cómicos, emojis e a música da Nintendo Wii a tocar no fundo.

São também inúmeras as imitações cómicas dos protagonistas e das suas equipas legais, assim como as piadas feitas à custa das revelações feitas em tribunal, como a alegação de que Amber defecou na cama de Johnny — que lhe valeu a alcunha Amber Turd (turd significa cocó).

Esta “memeficação” nas redes sociais transforma um caso que podia despoletar uma conversa social séria sobre a violência doméstica numa piada e reduz as confissões profundamente íntimas de Depp e Heard a um mero entretenimento para as massas verem com um balde de pipocas no colo.

A forma leviana como a opinião pública tem encarado o caso é um mau agoiro para as vítimas de abusos, tanto masculinas como femininas. No caso de Heard, a sua descredibilização através das piadas é uma realidade comum a muitas mulheres que acusam homens de violência ou abusos sexuais.

Já para Depp, um caso que podia ser uma oportunidade para quebrar o tabu em torno das vítimas masculinas de violência doméstica é reduzido a mais uma piada na internet, o que impede que se acenda um debate sério sobre o tema.

O lado menos glamouroso da fama

A curiosidade mórbida do público em torno deste caso deixa ainda a nu as tendências mais perversas que nascem da nossa obsessão colectiva com celebridades.

Todos os dias, milhões de pessoas esperam impacientemente para poderem saber mais detalhes sórdidos das vidas íntimas de Depp e Heard, desde as agressões, ao incidente das fezes, passando pelas acusações mútuas de consumo abusivo de álcool e drogas, até a uma suposta ménage à trois da actriz com o bilionário Elon Musk e a modelo Cara Delevigne.

É quase como um voyeurismo à escala global, alimentado pelo facto peculiar deste caso escancarar a porta que separa o que os famosos nos deixam ver daquilo que mantém privado e desvendar os bastidores da fama.

Afinal, por detrás dos holofotes, das grandes e fortunas e da ilusão do glamour de Hollywood, as vidas conjugais das celebridades são tão ou mais tóxicas do que as de muitos outros casais entre os comuns dos mortais — e o fascínio com esta queda do pedestal gera um schadenfreude generalizado num mundo que está cada vez menos interessado em ser leccionado pelas elites (e os políticos que o digam).

Aos olhos do público, Depp já venceu

Um ponto incontornável na discussão sobre este caso é o facto de não haver grandes dúvidas na opinião pública sobre quem tem razão. Uma vista de olhos pelas hashtags mais populares ou pelos comentários em artigos ou vídeos referentes ao julgamento deixam claro que a larga maioria das pessoas acredita em Johnny Depp, seja por causa da linguagem corporal de Heard, por os seus relatos serem vistos como pouco convincentes ou por causa de uma gravação onde admite que bateu no ex-marido.

A famosa “cultura do cancelamento” está agora a estender-se à justiça, com os caprichos voláteis das redes sociais e os likes e as partilhas a substituírem o martelo do juiz, e com a multidão do Twitter, que é notoriamente pouco adepta da nuance, a ser responsável por decidir quem é culpado e inocente.

Por um lado, os defensores de Johnny Depp argumentam que este julgamento é um exemplo das falhas do lema do MeToo de que se deve acreditar sempre a priori nas mulheres e como este dogma pode causar a destruição das carreiras e das vidas dos acusados, que não têm uma oportunidade justa para se defenderem.

Pior do que isto, a existência de falsas acusações planta a semente da dúvida em todas as denúncias, o que cria mais um obstáculo às verdadeiras vítimas.

Já os defensores de Amber Heard acreditam que este obstáculo, na verdade, nunca deixou de existir. Para estes, a actriz é uma vítima de violência e de estereótipos sexistas que, tal como muitas outras, é retratada como uma interesseira que seduziu um homem mais velho e famoso apenas por ambição e que o arruinou com uma falsa acusação quando este já não lhe era útil.

Mas ignorar as complexidades destes casos e diluir tudo a uma narrativa de vilão vs herói é uma especialidade das redes sociais.

Independentemente do desfecho que venha a ser decidido em tribunal após o fim do julgamento esta sexta-feira, o resultado será o mesmo na praça pública — Depp é o herói e Heard é a vilã. E uma coisa é certa: apesar de já acharmos ultrapassadas a tradição arcaica de se atar o criminoso ao pelourinho, este julgamento mostra que a sede pela justiça popular ainda está longe de estar saciada.

https://zap.aeiou.pt/caso-depp-vs-heard-retrato-negro-480716

 

“Alarme”: Ucrânia deve ceder territórios à Rússia para a guerra terminar mais cedo ?


Situação no Donbas é “extremamente difícil”. Kissinger avisou que prolongar a guerra na Ucrânia é criar uma guerra contra a própria Rússia.

Há algumas semanas que a Rússia está focada na zona Leste da Ucrânia.

Volodymyr Zelenskyy admitiu na terça-feira que a situação no Donbas, precisamente no Leste, é “extremamente difícil”. O presidente da Ucrânia avisou que a Rússia colocou nessa região “todas as forças restantes” do seu exército.

São declarações que surgem de Kiev e que, ao longo dos últimos dias, estão a tornar-se “cada vez mais alarmantes”, lê-se no portal Meduza.

O lado ucraniano pode não admitir publicamente, mas os seus altos responsáveis já estarão à espera de uma derrota clara, nessa região. Mariupol já é controlada pelos russos, Severodonetsk estará a seguir o mesmo caminho (embora ainda não esteja cercada).
 
Além de Severodonetsk, também Bakhmut e Popasnaya são cidades que têm concentrado o foco do exército russo. “Ninguém destruiu o Donbass como os militares russos estão a destruir”, queixa-se Zelenskyy.

Aleksey Arestovich, conselheiro do chefe do gabinete presidencial de Kiev, admite que a Rússia está a levar a melhor sobre a Ucrânia no Donbas porque conseguiu acumular reservas mais cedo do que o seu país.

“Ataques contínuos de artilharia e aeronaves, ataques praticamente contínuos de forças terrestres inimigas. Superioridade na artilharia, na aviação. E aí, para dizer o mínimo, saímo-nos mal”, confessou Arestovich.
Ucrânia vai ceder?

Há especialistas que consideram que a Ucrânia deveria ceder territórios à Rússia, para que a guerra termine mais rapidamente.

A voz mais recente – das mais mediáticas – foi a de Henry Kissinger, que falou no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça.

O antigo secretário de Estado dos Estados Unidos da América (na fase da Guerra Fria) avisou que “prolongar e insistir na guerra durante muito mais tempo levará a que este conflito passe a ser, não uma questão de liberdade da Ucrânia, mas sim uma nova guerra contra a própria Rússia”.

“Espero que os ucranianos mostrem ter o mesmo nível de sensatez que têm de heroísmo”, acrescentou o veterano norte-americano, agora com 98 anos.

Kissinger nunca disse directamente mas estava a sugerir a cedência à Rússia de cidades ucranianas, ou mesmo de regiões inteiras.

O presidente da Ucrânia já reagiu: “Parece o que calendário do senhor Kissinger é de 1938, e não de 2022. E ele pensava que estava a falar em Munique (no contexto pré-II Guerra Mundial) e não em Davos”.

“E por detrás de todas essas especulações geopolíticas daqueles que aconselham a Ucrânia a ceder algo para a Rússia, os “grandes geopolíticos” estão sempre relutantes em ver pessoas comuns. Ucranianos comuns. Milhões que realmente vivem no território. E que propõem trocá-los pela ilusão de paz. Temos sempre de olhar para as pessoas. E lembrem-se de que os valores não são apenas palavras”, acrescentou Volodymyr Zelenskyy.

Tal como acontece desde o dia 24 de Fevereiro, dia do início da invasão russa, a Ucrânia continua a não ceder.

“Vamos continuar a operação militar especializada até que os nossos objectivos sejam alcançados”, avisou Sergei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia.

https://zap.aeiou.pt/ucrania-ceder-territorios-russia-481173


Inédito no mundo: Partido verde apoia energia nuclear !


Partido finlandês inclui a defesa da energia nuclear no seu programa: é importante no combate ao aquecimento global.

“Isto é histórico!”

Assim reagiu uma “orgulhosa” Tea Törmänen, do Partido Verde da Finlândia, ao facto de a defesa da energia nuclear ter sido aceite pelos militantes do partido, com “maioria enorme”.

Numa decisão que pode parecer estranha, o Partido Verde da Finlândia passa a incluir no seu programa o apoio à energia nuclear – isto num país onde 35% da energia é de origem nuclear.

A medida foi aprovada no fim-de-semana passado, durante o congresso nacional do partido, em Joensuu.

O partido defende que essa energia é uma fonte de energia sustentável e importante para o combate ao aquecimento global, descreve a Deutsche Welle.

Os redactores da proposta acham que a energia nuclear é uma forma essencial de redução rápida da emissão de gases que provocam o efeito estufa; e deve ser utilizada ao lado de fontes renováveis.

Dentro do partido, têm surgido mais militantes a defender que as evidências científicas devem ser base importante de decisões políticas. E este apoio à energia nuclear foi suportado pela juventude do partido.

A decisão também terá sido influenciada pela guerra na Ucrânia. A Finlândia, país que tem fronteira (muito longa) com a Rússia, deixou de receber electricidade dos russos, há duas semanas.

Esta mudança na sua postura será inédita no mundo. Tea Törmänen indicou que o seu partido é o único partido verde do planeta que defende a energia nuclear.

Os verdes finlandeses vão tentar alterar leis, para facilitar o processo de aprovação de pequenos reactores modulares – que são mais pequenos do que uma central nuclear tradicional e que são vistos como sendo mais seguros – e prolongar a licença de operação dos reactores em actividade.

Recorde-se que o Partido Verde faz parte da coligação que governa a Finlândia e lidera, entre outros, o Ministério do Ambiente e Clima.

https://zap.aeiou.pt/verdes-apoiam-energia-nuclear-481087

 

Guerra na Ucrânia: “É difícil evitar uma recessão global” !


Presidente do Banco Mundial alerta para o impacto do conflito nos preços de alimentos e de energia, e na disponibilidade de fertilizantes.

A guerra na Ucrânia, que já está a criar dificuldades económicas em muitos países, vai muito provavelmente originar uma recessão global.

Na economia, a recessão verifica-se quando há um declínio da atividade económica, (redução do Produto Interno Bruto, o PIB) durante pelo menos dois trimestres consecutivos.

O cenário foi comentado nesta quarta-feira por David Malpass, presidente do Banco Mundial, que no entanto não apontou datas.

“Ao olharmos para o PIB global… agora é difícil ver como evitamos uma recessão”, declarou o responsável.

O Instituto de Finanças Internacionais reduziu de 4,6% para 2,3% a sua estimativa de crescimento do PIB mundial em 2022.

Os preços da energia são essenciais neste contexto: “A ideia de duplicar os preços da energia é suficiente para desencadear uma recessão por si só”. E, na Alemanha, a economia já apresenta sinais de declínio.

O presidente do Banco Mundial falou na Câmara de Comércio dos Estados Unidos da América e alertou para o impacto do conflito, não só nos preços de alimentos e de energia, como também na disponibilidade de fertilizantes.

Da Rússia chegam as notícias de cortes no fornecimento de gás. E essa quebra pode originar uma “desaceleração substancial” na região.

Ainda a pandemia e a China

Antes da guerra já existia, há mais de dois anos, a COVID-19. E a pandemia afecta muito a economia da China (a segunda maior do planeta), com grande inflação e com a crise imobiliária que já existia no país asiático.

O coronavírus originou diversos confinamentos e cidades importantes no comércio mundial (Xangai, logo no topo) ficaram praticamente fechadas.

Um cenário confirmado por Li Keqiang, primeiro-ministro da China, que avisou que a economia chinesa foi mais afectada nestes últimos confinamentos do que em 2020.

Na China há regiões ode apenas 30% das empresas estão abertas. “E essa proporção deve ser aumentada para 80% em breve”, avisou Li Keqiang.

https://zap.aeiou.pt/guerra-ucrania-recessao-global-481054

 

Moscovo quer trocar sanções por cereais e vai introduzir “currículo russo” em Mariupol !


A Rússia mostrou-se disposta a levantar o bloqueio aos portos ucranianos em troca do levantamento de sanções. O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, falou em “chantagem”.

Segundo o Diário de Notícias, Moscovo mostrou-se disponível para levantar o cerco aos portos ucranianos para permitir a saída dos cereais ucranianos, de forma a aliviar a crise alimentar global que se avizinha.

“Reiterámos que uma solução para o problema alimentar requer uma abordagem abrangente, incluindo o levantamento das sanções que foram impostas às exportações ou transações financeiras russas. E requer também a desminagem do lado ucraniano de todos os portos onde os navios estão ancorados. A Rússia está pronta a fornecer o corredor humanitário necessário”, disse o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Andrei Rudenko.

Há cerca de 20 milhões de toneladas de cereais armazenados em silos na Ucrânia, bloqueados pelas tropas russas, que evitam a sua exportação.

Além do potencial que isto tem de fomentar uma crise alimentar, também leva ao aumento dos preços dos produtos essenciais como o trigo, milho, cevada e óleo de girassol.

Esta quarta-feira, Kuleba acusou a NATO de “não fazer absolutamente nada” em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia. O diplomata ucraniano instou ainda a comunidade internacional a não ser cúmplice desse crime.

“Isto é chantagem clara. Não se poderia encontrar um melhor exemplo de chantagem nas relações internacionais”, disse Kuleba em relação à proposta russa.
Rússia vai introduzir “currículo russo” em Mariupol

As novas autoridades russas estabelecidas na cidade ucraniana de Mariupol decidiram estender o atual ano letivo nos próximos meses para submeter os alunos ucranianos a um novo “currículo russo”, disse hoje um conselheiro do poder local.

As novas autoridades russas estabelecidas na cidade ucraniana de Mariupol decidiram estender a este território o ano letivo para submeter os alunos ucranianos a um novo “currículo russo”.

Petro Andriushchenko, conselheiro do autarca ucraniano desta cidade costeira do sul da Ucrânia, fez o alerta hoje na rede social Telegram, garantindo que os “inimigos russos” estão a tentar “desucranizar” as crianças do país.

“Os ocupantes anunciaram a extensão do ano letivo até 1 de setembro. Não há férias. O seu principal objetivo é ‘desucranizar’ as crianças em idade escolar e prepará-las para o currículo russo que terão que assumir no próximo ano letivo”, disse o conselheiro municipal.

Durante todo o verão, as crianças terão que estudar língua, literatura, história e matemática em russo, explicou.

“Os ocupantes planeiam abrir nove escolas. No entanto, até agora, só conseguiram encontrar 53 professores. O que significa seis professores por escola – esta é uma boa ilustração da educação russa em Mariupol sob ocupação da Rússia”, afirmou Andriushchenko.

https://zap.aeiou.pt/moscovo-quer-trocar-sancoes-por-cereais-481017


quarta-feira, 1 de junho de 2022

Armas nos EUA: Até a Constituição “protege” o lobby !


Massacre numa escola primária, no Texas, recordou a controvérsia. Biden está “farto” mas dificilmente vai mudar algo.

O assunto não é novo mas não tem havido novidades ao longo dos anos: a facilidade de ter uma arma em casa, nos Estados Unidos da América.

Nesta terça-feira um jovem de 18 anos entrou no estabelecimento de ensino e começou a disparar aleatoriamente. Matou 19 crianças e dois adultos.

Entre as diversas reacções ao tiroteio, um emocionado Joe Biden admitiu que está “farto” destas tragédias. E perguntou quando se vai alterar este contexto do lobby das armas no seu país?

O presidente dos EUA quer tornar mais difícil a posse de armas. Mas dificilmente vai alterar algo no tal lobby.

Até porque, do outro lado, responsáveis do Partido Republicano – congressistas e senadores – condenaram o ataque na escola mas não condenaram a fácil posse de armas no país.

Lobby e Constituição

Tradicionalmente, os republicanos – mas não só – são muitas vezes apoiados (e apoios consideráveis, quer a nível de notoriedade, de influência pública, quer a nível financeiro) porque apoiam o acesso fácil a armas.

Ou seja, esses apoios só surgem se o candidato for contra a alteração das leis à volta deste assunto.

E nem o massacre de Sandy Hook (Dezembro de 2012, noutra escola primária) alterou o cenário. Pelo contrário: o “lobby das armas” cresceu consideravelmente logo a seguir, a partir de 2013.

E este esquema é tratado ao detalhe, para não ir contra a lei de financiamento de campanhas políticas nos EUA.

A Associação Nacional de Armas (NRA, em inglês, que sigla que tem aparecido em cartazes de protesto mediáticos) está no “jogo” há praticamente 50 anos. Envolveu-se em escândalos de financiamento, a sua influência pode ter abalado um pouco, mas continua a existir. E entretanto surgiram outras associações do género, que reforçam o panorama.

Depois, existe…a Constituição. Que defende, na sua Segunda Emenda, que “o direito do povo de ter armas não deve ser violado“.

Estas são as palavras recordadas frequentemente, neste “jogo de interesses”;l que envolve milhões de dólares. Mas antes, na mesma Emenda, lê-se que este direito “necessário para a segurança de um estado livre” deve ser “bem regulamentado”.

Recorde-se que a Constituição dos EUA foi redigida em 1787, há 235 anos. Noutros tempos, noutro contexto. Mas a tendência no país é não mexer na “escritura sagrada”.

Donald Trump, por exemplo, ao longo da sua campanha presidencial em 2016, assegurou que não iria alterar a Segunda Emenda. E foi aplaudido de forma efusiva por causa dessa garantia.

20 milhões em 2021

Não há registo oficial de número de venda de armas nos EUA. Mas estima-se que, só no ano passado, se tenham vendido mais de 20 milhões de armas.

E quem pode comprar armas? “Na verdade, na verdade… Quase toda a gente”, responde a jornalista Cátia Bruno, na rádio Observador, explicando que há várias regras (como verificar que o comprador não tem cadastro criminal) no momento da compra de armas – mas há várias formas de dar a volta a essas regras.

Em números aproximados, nos EUA – onde vive 5% da população mundial – estão concentradas 46% das armas na posse de civis, em todo o mundo.

https://zap.aeiou.pt/lobby-armas-eua-481019

 

Tribunal ucraniano condena dois soldados russos a 11 anos de prisão por crimes de guerra !


Um tribunal ucraniano condenou hoje dois solados russos a 11 anos e meio de prisão por múltiplos ataques com mísseis realizados a duas aldeias da região nordeste de Kharkiv.

Alexander Bobykin e Alexander Ivanov foram considerados culpados de “violação das leis e costumes de guerra” por terem bombardeado bairros residenciais no primeiro dia da invasão russa à Ucrânia, a 24 de fevereiro.

O julgamento dos dois homens começou em meados de maio, perto da cidade de Poltava.

De acordo com a agência de notícias ucraniana Interfax-Ukraine, os dois arguidos admitiram “plenamente a sua culpa” e afirmaram que se arrependiam dos atos cometidos.

Alexander Bobiki e Alexander Ivanov admitiram pertencer a uma unidade de artilharia que disparou contra alvos em Kharkiv a partir da Rússia, sendo que, pelo menos, uma escola foi destruída.

No início do mês, um tribunal de Kiev já tinha condenado um soldado russo de 21 anos à prisão perpétua por ter matado a tiro um civil ucraniano naquele que foi o primeiro julgamento por crimes de guerra desde o início do ataque russo.

Vadim Shishimarin admitiu ter matado um civil ucraniano, desarmado, na região de Sumy, na Ucrânia. O civil assassinado tinha 62 anos e o crime ocorreu em Chupakhivka, poucos dias depois do início da invasão.

A Ucrânia vai acusar cerca de 80 russos suspeitos de crimes de guerra, avançou esta terça-feira a procuradora-geral da Ucrânia.

https://zap.aeiou.pt/tribunal-condena-dois-soldados-russos-481798


Governo do Canadá quer congelar mercado de armas de fogo pessoais !


O governo do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, apresentou uma proposta de lei que deverá congelar, a partir do outono, a importação, a compra ou a venda de armas de fogo pessoais no Canadá.

“Estamos a limitar o número de armas de mão neste país”, disse Trudeau, na segunda-feira. “Será ilegal comprar, vender, transferir ou importar armas de mão em qualquer lugar do Canadá”, sublinhou.

O Canadá tem tinha banido 1.500 tipos de armas de fogo, de estilo militar, na sequência de um tiroteio em abril de 2020, o pior da história do país, no qual morreram 23 pessoas, na Nova Escócia (leste).

As autoridades pretendem lançar, no final do ano, um programa no âmbito do qual os cidadãos serão obrigados a revender este tipo de armas ao governo.

Numa conferência de imprensa em Otava, Trudeau, rodeado por dezenas de familiares de vítimas de tiroteios, disse que os proprietários só poderão manter armas de assalto se estas forem tornadas inutilizáveis.

O primeiro-ministro canadiano, que já tinha alargado os controlos ao registo criminal de pessoas que quisessem adquirir uma arma, lançou esta proposta de lei, na sequência do tiroteio em Uvalde, nos Estados Unidos, onde um atirador solitário matou 19 crianças e dois professores, na semana passada.

O ministro da Segurança Pública canadiano, Marco Mendicino, descreveu a legislação como o passo mais significativo que o país deu numa geração.

“Países que fazem um bom trabalho no controlo de armas fazem um bom trabalho no controle da violência armada”, disse Mendicino em entrevista à agência de notícias Associated Press.

Mendicino disse acreditar que cerca de um milhão de armas de mão circulem no Canadá, a maioria dos quais importadas ilegalmente dos Estados Unidos.

O governo também disse que a proposta de lei vai permitir a remoção de licenças de armas de pessoas envolvidas em atos de violência doméstica ou assédio criminal, incluindo perseguição.

O diploma vai também permitir aos tribunais que exijam a entrega de armas de fogo à polícia por parte de pessoas consideradas perigosas.

As autoridades do Canadá defenderam que a medida vai proteger a segurança de mulheres em perigo de violência doméstica.

O governo disse que vai exigir que os carregadores de armas de grande porte sejam alterados permanentemente para que nunca possam conter mais de cinco cartuchos e proibir a venda e a transferência de carregadores de grande capacidade.

As novas medidas vão a votação no Parlamento do Canadá, onde os liberais, no poder, e os novos democratas, da oposição de esquerda, têm votos suficientes para atingir uma maioria.

A Coligação para o Controlo de Armas, fundada depois do homicídio de 14 mulheres numa universidade de Montreal em 1989, aplaudiu a proposta de lei.

“A proposta de eliminação da posse privada de armas de fogo é um grande passo à frente e mostra que o governo ouviu as vozes das vítimas”, disse a presidente da organização, Wendy Cukier, em comunicado.

https://zap.aeiou.pt/governo-do-canada-quer-congelar-mercado-de-armas-de-fogo-pessoais-481777


Estados-membros fecham acordo para sexto pacote de sanções à Rússia - Embargo a 90% do petróleo até ao fim do ano !


Hungria conseguiu uma exceção temporária que a protege de possíveis cortes no fornecimento, já que o país de Orbán é altamente dependente da Rússia.

Foi já de madrugada que os representantes dos 27 países que integram a União Europeia concordaram num pacote de medidas que à cabeça tem o fim da importação de petróleo russo. O primeiro passo consistiu num acordo político, a que se seguirá uma discussão sobre questões técnicas. De acordo com o jornal Expresso, é expectável que o processo fique fechado — e aprovado — até ao final da presente semana.

Segundo a mesma fonte, os países comprometeram-se com um embargo que deve entrar totalmente em vigor até ao final do ano e aplicar-se a todo o petróleo que chegue à União Europeia por via marítima — cerca de dois terços das importações dos europeus. Excluído da medida ficou o Druzhba, o oleoduto que abastece a Hungria, República Checa, Eslováquia, Polónia e Alemanha. Ainda assim, tanto Berlim como Varsóvia comprometeram-se a não importar petróleo por esta via.

A única exceção no acordo alcançado pelos 27 tem que ver com a Húngria. Depois de ter ameaçado por diversas vezes inviabilizar o processo, Viktor Orbán conseguiu não só uma exceção, as duas: tem uma permissão extra para poder continuar a comprar petróleo à Rússia, como também tem garantias de “medidas de emergência” no caso de “interrupção súbita no abastecimento”.

Uma das justificações para o regime excecional tem que ver com o nível de dependência dos húngaros face ao petróleo russo, o que leva os responsáveis do país a temer que “algum acidente” na estrutura que atravessa a Ucrânia resulte num corte do abastecimento. Isto fez com que, à chegada a Bruxelas, Orbán tenha exigido “o direito a receber o petróleo russo por outra fonte”, sobretudo durante o inverno. Ainda de acordo com o Expresso, desta forma a Húngria poderá continuar a comprar petróleo russo sem que tal seja considerado uma violação das sanções — com a mesma exceção a ser aplicada à República Checa e à Eslováquia.

Esta alínea é, ainda assim, temporária, pelo que não deve criar problemas de concorrência desleal entre os Estados-membros, ficando a ressalva de que o Conselho Europeu vai voltar a analisar “a questão assim que possível“.

Numa altura em que muitos denunciavam alguns sinais de cansaço dos países europeus face à guerra na Ucrânia, após a reunião os principais líderes europeus esforçaram-se por sublinhar o nível de comprometimento com as sanções e o isolamento à Rússia. Se Olaf Scholz, chanceler alemão, realçou que os países concordaram “com sanções mais drásticas contra a Rússia”, Emmanuel Macron resumiu que na última noite “como europeus, unidos e solidários com o povo ucraniano, estamos a avançar com sanções decisivas“.

Para além do embargo ao petróleo russo, o sexto pacote de sanções inclui medidas como a exclusão de mais três bancos russos no sistema internacional de pagamentos SWIFT. Outro dos temas discutido pelos representantes dos 27 Estados-membros foi o reforço do apoio financeiro à Ucrânia, na ordem de nove mil milhões de euros até ao final do ano, faltando acordar se em regime de empréstimos ou de subvenções a fundo perdido.

Esta terça-feira, os líderes políticos reúnem-se para discutir outra consequência da guerra na Ucrânia: a crise alimentar, a qual se tem vindo a agravar face ao bloqueio de toneladas de cereais.

https://zap.aeiou.pt/estados-membros-fecham-acordo-para-sexto-pacote-de-sancoes-a-russia-embargo-a-90-do-petroleo-ate-ao-fim-do-ano-481733


Seis condenados por assediar adolescente francesa que partilhava vídeos anti-islâmicos !


Tribunal francês condena seis pessoas por assediarem uma adolescente online, que partilhava vídeos anti-islâmicos. O caso causou polémica e acendeu o debate sobre a liberdade de expressão e o direito de insultar religiões.

A rapariga, conhecida como Mila, foi forçada a mudar de escola e a aceitar proteção policial, devido a ameaças, depois de os vídeos em que insultava o Islão terem ficado virais em janeiro de 2020 e novembro do mesmo ano.

O tribunal proferiu sentenças que vão desde uma pena de prisão suspensa de três meses até quatro meses com uma pulseira eletrónica aos dois homens e às quatro mulheres, entre os 19 e os 39 anos. Foram também condenados a pagar uma indemnização de 3.000 euros (cada um) a Mila.

“A condenação era necessária”, afirmou o advogado de Mila, Richard Malka, mas acrescentou que não sentia qualquer satisfação em vê-los condenados.

“A minha única satisfação seria se Mila fosse capaz de levar uma vida normal, e não é esse o caso”, acrescentou o advogado, segundo o The Guardian.

No primeiro vídeo, publicado no Instagram em janeiro de 2020, Mila respondeu a um comentário abusivo de um rapaz que, segundo a adolescente, a insultou sobre a sua sexualidade “em nome de Alá“.

Prosseguiu com um discurso insultuoso contra o Islão, juntamente com outros comentários explícitos sobre Alá, considerados altamente ofensivos para os muçulmanos praticantes.

Depois, publicou um segundo vídeo com conteúdo semelhante em novembro do mesmo ano, após o assassinato de Samuel Paty, um professor francês que tinha mostrado aos alunos desenhos animados controversos do Profeta Maomé.

Malka alega que a adolescente recebeu mais de 100.000 mensagens bastante agressivas em resposta aos vídeos, com uma pessoa a escrever que Mila merecia “ter a garganta cortada“, enquanto outras a ameaçavam de agressão sexual.

Em julho de 2021, um tribunal francês condenou 11 pessoas por assédio e proferiu penas suspensas, com algumas condenadas ao pagamento de 1.500 euros de indemnização.

O caso foi também alvo de grande atenção pública, por tocar em questões controversas em França, desde o assédio cibernético e direito de insultar, até determinadas atitudes ofensivas em relação às minorias religiosas.

https://zap.aeiou.pt/seis-condenados-por-assediar-adolescente-francesa-que-partilhava-videos-anti-islamicos-480977

 

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