sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Inteligência Artificial prevê a estrutura de uma proteína e supera um dos maiores desafios da biologia !

 

Um sistema de Inteligência Artificial desenvolvido pela DeepMind, empresa britânica detida pela Google, conseguiu superar um dos maiores desafios da biologia ao prever com precisão a estrutura de uma proteína a partir de apenas a sua sequência.

Apenas um quarto das proteínas do corpo humano é tido como alvo das terapias desenvolvidas para o tratamento de doenças. Agora, graças a esta inovação, abrem-se portas à criação de medicamentos mais eficazes.

“Fiquei muito impressionado quando vi isto”, disse John Moult, da Universidade de Maryland, citado pela New Scientist. “Esta é a primeira vez que chegamos perto de nos aproximar da utilidade experimental, o que é bastante extraordinário”.

A AlphaFold 2 consegue, assim, recorrer à sequência de ADN de uma proteína para prever a sua estrutura com precisão atómica. Há 50 anos que investigadores de biologia molecular se debatiam para encontrar uma solução. 

É fácil descobrir a sequência de qualquer proteína, uma vez que isso é determinado pelo ADN que a codifica. No entanto, nunca antes os biólogos tinham sido capazes de descobrir a estrutura de uma proteína apenas através da sua sequência.

Demis Hassabis, cofundador da DeepMind, já disse que a empresa tem todo o interesse em extrair o maior benefício possível destas tecnologias.

Ferramentas como a AlphaFold 2 podem ajudar os cientistas a projetar novos tipos de proteínas, que podem, por exemplo, combater futuras pandemias virais e doenças. 
Apesar do enorme sucesso deste sistema de Inteligência Artificial, ele teve dificuldades, por exemplo, numa proteína cuja estrutura é influenciada por interações com outros proteínas que a rodeiam.

Assim, ainda há muito trabalho pela frente para aperfeiçoar esta tecnologia. É por isso que a AlphaFold 2 também fornece uma medida de quão confiáveis são as suas previsões, para que os cientistas saibam em quais confiar.

“Isto vai mudar completamente o rosto da medicina”, diz Andrei Lupas, do Instituto Max Planck. Por exemplo, o AlphaFold 2 foi capaz de prever as estruturas de várias proteínas do coronavírus logo depois de o vírus ter sido sequenciado pela primeira vez em janeiro.

Melhor ainda, acrescenta Lupas, seria ter a capacidade de prever quais dos milhares de medicamentos existentes se ligam a essas proteínas e podem ter um efeito terapêutico, sem ter que fazer experiências caras. Um artigo científico deverá ser publicado em breve com uma descrição mais detalhada da descoberta.

https://zap.aeiou.pt/ia-preve-estrutura-preoteina-363442

 

O Sistema Solar vai desintegrar-se completamente muito mais cedo do que se pensava !

Astrónomos e físicos têm tentado desvendar o destino final do Sistema Solar há centenas de anos. De acordo com novas simulações, o nosso sistema vai desintegrar-se mais cedo do que se pensava.

Um dia, o nosso Sol morrerá, expelindo uma grande proporção da sua massa antes que o seu núcleo se torne uma anã branca, gotejando calor gradualmente até que, milhares de milhões de anos depois, não seja nada mais do que um pedaço de rocha fria e escura.

Quando isso acontecer, o resto do Sistema Solar terá desaparecido. Segundo simulações de um grupo de cientistas norte-americanos, restam apenas 100 mil milhões de anos para que os planetas do Sistema Solar atravessem a galáxia, deixando para trás o Sol moribundo – o que é menos tempo do que se pensava anteriormente.

De acordo com o LiveScience, em 1999, astrónomos previram que o Sistema Solar desintegrar-se-ia lentamente ao longo de um período de pelo menos 10^18 anos – 1.000.000.000.000.000.000 anos.

“Compreender a estabilidade dinâmica de longo prazo do Sistema Solar constitui uma das atividades mais antigas da astrofísica, remontando ao próprio Newton, que especulou que as interações mútuas entre os planetas acabariam por levar a um sistema instável”, escreveram os autores do estudo.

Além disso, não é apenas a dinâmica dos objetos imutáveis ​​que deve ser levada em consideração, segundo os astrónomos. O Sol vai evoluir dramaticamente à medida que envelhece fora da sequência principal, aumentando a um tamanho que envolve as órbitas de Mercúrio, Vénus e Terra e perdendo quase metade da sua massa nos próximos sete mil milhões de anos.

Os planetas externos sobreviverão a esta evolução, mas não escaparão ilesos. Uma vez que a atração gravitacional da massa do Sol é o que governa as órbitas dos planetas, a perda de peso do nosso Sol fará com que os planetas externos se afastem ainda mais mais, enfraquecendo a sua ligação ao nosso Sistema Solar.

Os astrónomos Jon Zink, da Universidade da Califórnia, Konstantin Batygin, da Caltech, e Fred Adams, da Universidade de Michigan, interpretaram um cenário usando uma série de simulações numéricas.

De acordo com um comunicado, as simulações exploram o que aconteceria com os nossos planetas externos depois de o Sol consumir os planetas internos, perder metade da sua massa e começar a sua nova vida como uma anã branca.

A equipa mostra como os planetas gigantes migrarão para fora em resposta à perda de massa do Sol, formando uma configuração estável na qual Júpiter orbitará cinco vezes para cada duas órbitas de Saturno.

Porém, o nosso Sistema Solar não existe isolado. Existem outras estrelas na galáxia e uma passa perto de nós aproximadamente a cada 20 milhões de anos. Zink e os seus colaboradores incluem os efeitos dessas outras estrelas nas suas simulações.

Os investigadores mostram que, em cerca de 30 mil milhões de anos, os voos estelares terão perturbado os planetas externos o suficiente para fazer com que a configuração estável se torne caótica, atirando rapidamente a maioria dos planetas gigantes para fora do Sistema Solar.

Desta forma, daqui a 100 mil milhões de anos, um último planeta remanescente também será desestabilizado por sobrevoos estelares e ejetado do Sistema Solar.

Após a sua expulsão, os planetas gigantes irão percorrer a galáxia de forma independente, juntando-se à população de planetas flutuantes sem estrelas hospedeiras.

Este estudo foi publicado em outubro na revista científica The Astronomical Journal.

https://zap.aeiou.pt/sistema-solar-vai-desintegrar-completamente-cedo-do-pensava-363021

 

Astrónomo procurou no universo por uma mensagem do Criador !

Astrônomo procurou no universo por uma mensagem do Criador
Variações de temperatura na CMB. (ESA e Planck Collaboration)

O Universo é um lugar misterioso. Não sabemos porque ele existe e há muitas perguntas sem resposta sobre como ele surgiu. Mas e se ele foi criado, propositalmente, por uma entidade inteligente? Existe alguma maneira de descobrirmos?

Em 2005, um par de físicos propôs que se houvesse um Criador, ele poderia ter codificado uma mensagem na radiação de fundo do Universo, remanescente de quando a luz foi liberada pela primeira vez para fluir livremente pelo espaço. Esta luz é chamada de radiação cósmica de fundo (de sigla em inglês, CMB).

Agora, o astrofísico Michael Hippke do Observatório Sonneberg na Alemanha e Breakthrough Listen procurou por essa mensagem, traduzindo as variações de temperatura na CMB em um fluxo de bits binário.

O que ele recuperou parece totalmente sem sentido.

O artigo de Hippke descrevendo seus métodos e descobertas foi carregado no servidor de pré-impressão arXiv (e, portanto, ainda não foi revisado por pares); o trabalho inclui o fluxo de bits extraído para que outras partes interessadas possam estudá-lo por si mesmas.

A radiação cósmica de fundo é uma relíquia incrivelmente útil do Universo primitivo. Ela data de cerca de 380.000 anos após o Big Bang. Antes disso, o Universo era completamente escuro e opaco, tão quente e denso que os átomos não podiam se formar; prótons e elétrons voavam na forma de plasma ionizado.

À medida que o Universo esfriava e se expandia, esses prótons e elétrons puderam se combinar para formar átomos de hidrogênio neutros no que chamamos de época de recombinação. O espaço tornou-se claro e a luz pôde se mover livremente por ele pela primeira vez.

Esta primeira luz ainda é detectável hoje, embora muito fracamente, inundando todo o espaço conhecido. Essa é a CMB. Como o Universo inicial não era uniforme, as variações de densidade na época da recombinação se manifestam hoje em flutuações muito leves na temperatura da CMB.

Por causa dessa onipresença, os físicos teóricos Stephen Hsu da Universidade de Oregon e Anthony Zee da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara argumentaram – inteiramente de forma teórica – que a CMB seria o painel de propaganda perfeito para deixar uma mensagem que seria visível para todas as civilizações tecnológicas no Universo.

Eles escreveram em seu artigo de 2006:

“Nosso trabalho não apóia o movimento do Projeto Inteligente de forma alguma, mas pergunta e tenta responder a questão inteiramente científica de qual seria o meio e a mensagem se houvesse realmente uma mensagem.”

Eles propuseram que uma mensagem binária poderia ser codificada nas variações de temperatura na CMB. Isso é o que Hippke tentou encontrar – primeiro abordando as afirmações feitas por Hsu e Zee e, em seguida, usando os dados para tentar encontrar uma mensagem.

Hippke escreveu:

“As suposições [de Hsu e Zee] eram, primeiro, que algum Ser superior criou o Universo. Em segundo lugar, que o Criador realmente queria nos notificar que o Universo foi criado intencionalmente.

Então, a questão é: como ele enviaria uma mensagem? A CMB é a escolha óbvia, pois é o maior painel de propaganda no céu e é visível para todas as civilizações tecnológicas.

Hsu e Zee continuam a argumentar que uma mensagem na CMB seria idêntica a todos os observadores no espaço e no tempo, e que o conteúdo da informação pode ser razoavelmente grande (milhares de bits).”

Existem, Hippke descobriu, vários problemas com essas afirmações. A primeira é que a CMB ainda está esfriando. Tudo começou em cerca de 3.000 Kelvin; agora, 13,4 bilhões de anos depois, está em 2,7 Kelvin. À medida que o Universo continua envelhecendo, eventualmente a CMB se tornará indetectável. Pode demorar mais 10 duodecilhões de anos (1040), mas a CMB desaparecerá.

Deixando isso de lado, os físicos descobriram em 2006, em resposta ao artigo de Hsu e Zee, que é extremamente improvável que a CMB pareça exatamente o mesmo no céu para diferentes observadores em diferentes locais. Além disso, argumenta Hippke, não podemos ver toda a CMB por causa da emissão em primeiro plano da Via Láctea. E só temos um céu para medir, o que apresenta uma incerteza estatística inerente a cada observação cosmológica que fazemos.

Com base nessas restrições, Hippke estima que o conteúdo da informação seria muito inferior ao proposto por Hsu e Zee – apenas 1.000 bits. Isso lhe deu uma boa estrutura para a busca real da mensagem.

O satélite Planck e a Sonda de Anisotropia por Microondas Wilkinson (de sigla em inglês, WMAP) observaram e registraram as flutuações de temperatura na CMB. Foi desses conjuntos de dados que Hippke extraiu seu fluxo de bits, comparando os resultados de cada conjunto de dados para encontrar bits correspondentes.

Os primeiros 500 bits da mensagem são ilustrados abaixo. Os valores em preto eram idênticos nos conjuntos de dados Planck e WMAP, e considerados precisos com 90 por cento de probabilidade. Os valores em vermelho divergem; Hippke escolheu os valores de Planck e eles são precisos apenas com 60 por cento de probabilidade.

 (M. Hippke, arXiv, 2020)

Mudar os valores, ele descobriu, não melhorou a situação. A pesquisa na On-Line Encyclopedia of Integer Sequences não retornou resultados convincentes, nem o deslocamento dos dados para aproximar o futuro infinito.

Hippke escreveu:

“Não encontro nenhuma mensagem significativa no fluxo de bits real.

Podemos concluir que não há mensagem óbvia no céu da CMB. Ainda não está claro se existe (existia) um Criador, se vivemos em uma simulação ou se a mensagem foi impressa corretamente na seção anterior, mas não conseguimos entendê-la.”

Independentemente de qualquer uma dessas opções ser o caso ou não, a CMB tem muito mais a nos dizer, conforme belamente observado em uma resposta de 2005 a Hsu e Zee.

Os físicos Douglas Scott e James Zibin, da Universidade de British Columbia, escreveram:

“O céu CMB codifica uma riqueza de informações sobre a estrutura do cosmos e possivelmente sobre a natureza da física nos níveis de energia mais elevados.

O Universo nos deixou uma mensagem por conta própria.”

O artigo de Hippke pode ser lido na íntegra no arXiv.

https://www.ovnihoje.com/2020/12/04/astronomo-procurou-no-universo-por-uma-mensagem-do-criador/

 

 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Bitcoin atinge o maior valor de sempre: 19.856 dólares !

O valor da bitcoin subiu mais de 8% nesta segunda-feira, atingindo os 19.856 dólares, o valor mais elevado de sempre, de acordo com o CoinDesk.

De acordo com a imprensa internacional, o interesse dos investidores está a ser incentivado por decisões de reguladores e grandes empresas financeiras, que têm levado a cabo um esforço para tornar as criptomoedas mais seguras e acessíveis.

Neste verão, recorda a emissora russa Russia Today, o Gabinete do Controlador de Moedas do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos sublinhou que os bancos podem ter criptomoedas para os seus clientes.

Em igual sentido, o sistema de pagamento norte-americano PayPal lançou uma nova funcionalidade que permite aos utilizados sediados nos Estados Unidos comprar, vender e guardar as principais criptomoedas em uso.

O recorde anterior da bitcoin foi alcançado em 2017, fixando-se nos 19.511 dólares, altura em que o mercado asiático se abriu para as criptomoedas, nota a revista Vice.

“Existe [atualmente] um grupo muito diferente de pessoas que estão a comprar bitcoin. Estão a fazê-lo em grandes quantidades por longos períodos de tempo sustentados. E estão a retirar do mercado, mantendo-a como um instrumento de investimento”, disse Philip Gradwell, economista que analisa o movimento de criptomoedas, em declarações ao jornal norte-americano The New York Times.

https://zap.aeiou.pt/bitcoin-atinge-maior-valor-sempre-19-856-dolares-363393

 

Nova Zelândia declara estado de emergência climática !

O Governo da Nova Zelândia declarou, esta quarta-feira, o estado emergência em matéria de alterações climáticas, comprometendo-se a tornar o setor público neutro em carbono até 2025 e pedindo ao país para “agir com urgência”.


A primeira-ministra Jacinda Ardern, que classifica as alterações climáticas como “um dos maiores desafios do nosso tempo”, apresentou esta quarta-feira uma moção no parlamento, com a maioria dos parlamentares a votar favoravelmente, após um debate de uma hora, avançou o Guardian.

Ardern afirmou durante a reunião que a moção baseia-se em conclusões do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas, entidade que aconselha uma redução de 45% das emissões até 2023 e zero até 2025 para evitar um aumento de mais de 1,5 grau Celsius no aquecimento global.

No documento, o Governo reconheceu “o impacto devastador que as condições climáticas extremas e voláteis terão na Nova Zelândia e no bem-estar dos neozelandeses, nas indústrias primárias, na disponibilidade de água e na saúde pública devido a inundações, ao aumento do nível do mar e aos incêndios florestais”.

A moção reconheceu a “tendência alarmante no declínio das espécies e da biodiversidade global”, incluindo da biodiversidade indígena da Nova Zelândia. “Esta declaração é um reconhecimento à próxima geração. Um reconhecimento do fardo que eles carregarão se não fizermos isso direito e não agirmos agora”, disse ainda Ardern.

A moção também pediu o reconhecimento do “progresso significativo do país para enfrentar o desafio”, através da assinatura do Acordo de Paris e da aprovação da Lei de Carbono Zero 2019, que compromete a Nova Zelândia a reduzir as emissões.

Essa legislação – que prevê uma Comissão para as Alterações Climáticas com a tarefa de colocar o país no caminho de emissões zero até 2050 – fez da Nova Zelândia um dos poucos países a ter uma meta de emissões zero consagrada em lei.

A primeira-ministra acrescentou que o setor governamental será obrigado a comprar apenas veículos elétricos ou híbridos, a frota será reduzida em 20% ao longo do tempo e todas as 200 caldeiras a carvão usadas nos prédios de serviços públicos serão eliminadas.

A Nova Zelândia juntou-se assim a outras 32 nações – como o Japão, o Canadá, a França e a Grã-Bretanha – que estão a concentrar esforços para combate às alterações climáticas.

Contudo, de acordo com especialistas, o país está longe da sua meta de zero emissões até 2050. Este contribui com 0,17% das emissões globais, com a emissão líquida a crescer 60% nos últimos 20 anos. Está em 17º lugar entre 32 países da OCDE, com os transportes e indústrias de manufatura e construção como a maior fonte de emissões de CO2.

Os partidos de oposição votaram contra a moção, classificando-a como um golpe de marketing. “Declarar emergência climática nada mais é do que um gesto vazio e simbólico. Não vale a pena fazer se não houver intenção de agir no melhor interesse dos neozelandeses”, disse Stuart Smith, porta-voz da oposição para as alterações climáticas.

https://zap.aeiou.pt/nova-zelandia-declara-estado-de-emergencia-climatica-363351

 

 

Alterações climáticas podem colapsar os sistemas de saúde, alertam especialistas !

Seca no deserto resultante do aquecimento global climático das alterações do clima

O quinto relatório anual da Lancet sobre saúde e clima revelou que todos os países enfrentam ameaças à saúde humana, “que se multiplicam e se intensificam” à medida que as alterações climáticas originam novas pandemias e tornam mais prováveis os colapsos dos sistemas sanitários.

Segundo o relatório, citado pelo Diário de Notícias, o calor extremo, a poluição do ar e a agricultura intensa abrem “as piores perspetivas para a saúde pública que a nossa geração já viu”.

Nas últimas duas décadas as mortes devido ao calor aumentaram 54% entre idosos. Ondas de calor extremas vitimizaram 300 mil pessoas só em 2018. Só França, nesse mesmo ano, morreram 8000 idosos, com um custo económico equivalente a 1,3% do PIB.

“As ameaças à saúde humana estão a multiplicar-se e a intensificar-se devido às alterações climáticas e, a menos que mudemos de rumo, os nossos sistemas de saúde correm o risco de ficar sobrecarregados no futuro”, disse Ian Hamilton, diretor executivo do relatório Lancet Countdown.

Também a exposição humana a incêndios florestais está a aumentar, tendo crescido em 128 países o número de feridos, mortos ou desalojados, desde o início de 2000. Já os aumentos projetados do nível do mar causados ​​por emissões de combustíveis fósseis, agricultura e transportes podem ameaçar deslocar até 565 milhões de pessoas até 2100.

Com mais de nove milhões de mortes por fome a cada ano, o relatório mostrou que a mortalidade ligada ao consumo excessivo de carne vermelha aumentou 70% em três décadas, sendo responsável por pelo menos 13 mil mortes em França em 2017.

A urbanização contínua, a agricultura intensiva, as viagens aéreas e os estilos de vida movidos a combustíveis fósseis tornariam pandemias como a de covid-19 muito mais prováveis no futuro, disseram os autores, que receiam que estes sejam utilizados pelos governos para impulsionar a recuperação económica.

Os investigadores pediram um “alinhamento do clima com a recuperação da pandemia” para benefícios económicos e sanitários de curto e longo prazo.

“Com centenas de milhões a ser investidos globalmente em apoio e estímulo económico, há uma oportunidade genuína de melhorar a saúde pública, criar uma economia sustentável e proteger o meio ambiente”, disse Maria Neira, diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mudança Climática e Saúde na Organização Mundial da Saúde.

https://zap.aeiou.pt/alteracoes-climaticas-colapsar-sistemas-saude-363640

 

 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Ucrânia quer aderir à NATO. Rússia opõe-se, mas EUA apoiam !

O ministro da Defesa da Ucrânia anunciou esta terça-feira que pretende iniciar o processo de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) no próximo ano, apesar da oposição de Moscovo.

“A Ucrânia pretende obter o Plano de Ação para a Adesão na Cimeira da NATO de 2021″, disse o ministro da Defesa, Andriy Taran, segundo um comunicado emitido hoje pelo gabinete de imprensa, no seguimento de uma reunião com embaixadores de países membros da NATO.

A entrada da Ucrânia e da Geórgia, ambas antigas repúblicas soviéticas, na NATO “terá um impacto considerável na segurança e estabilidade” na região do Mar Negro, argumentou o governante ucraniano, que enfrenta a oposição de Moscovo, mas tem o apoio dos Estados Unidos.

Os dois países têm cooperado com a NATO e mostram interesse em aderir à organização há vários anos, lembra a agência de notícias francesa, a AFP, que salienta que Kiev e Tbilisi já tentaram aderir, mas na altura não receberam apoio da França e da Alemanha.

NATO aponta China como potencial ameaça

Um relatório da NATO divulgado hoje retrata pela primeira vez a China como “potencial ameaça militar”, não apenas para os Estados Unidos, mas também para a Europa.

O relatório, que delineia os principais objetivos do sistema de defesa coletivo que une 30 Estados ocidentais ignora as repetidas promessas de Pequim de ascender pacificamente a superpotência global.

No documento apela-se ao “aumento da capacidade para antecipar e reagir às atividades chinesas que minam a segurança dos aliados”.

A organização, que aponta que uma “coexistência pacífica” com Moscovo “está aberta para discussão”, revela-se mais assertiva quanto à China, apontando a “vontade” de Pequim de “usar a força” contra os países vizinhos e a “rapidez da modernização militar” em curso no país.

A NATO, que integra Portugal, apela assim a uma parceria com a Índia, principal rival da China no sul da Ásia.

“A longo prazo, é cada vez mais provável que a China projete poder militar globalmente, incluindo na área euro-atlântica”, destaca-se no relatório.

“Se os aliados forem ameaçados pela China, a NATO deve ser capaz de demonstrar a sua capacidade como um ator eficaz para fornecer proteção”, aponta-se.

No relatório acrescenta-se que a NATO “deve dedicar muito mais tempo, recursos políticos e ações aos desafios de segurança colocados pela China” e “deve melhorar a sua capacidade de coordenar estratégias e salvaguardar a segurança dos aliados face à China”.

No documento, realizado por dez especialistas escolhidos pelo secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, refere-se a China não apenas como uma ameaça para os Estados Unidos, mas também para os países europeus, que têm tentando manter-se neutros face à crescente rivalidade entre as duas maiores economias do mundo.

Por outro lado, aconselha-se a que se “aprofunde as consultas e cooperação” com a Austrália, Japão, Nova Zelândia e Coreia do Sul.

“A China deve ser considerada em futuras negociações sobre o controlo de armamento, especialmente no contexto de armas nucleares e mísseis balísticos”, salienta-se.

“Embora a China não represente uma ameaça militar imediata para a área euro-atlântica na escala da Rússia, [o país asiático] está a expandir o seu alcance militar no Atlântico, Mediterrâneo e Ártico, a aprofundar os laços de defesa com a Rússia e a desenvolver mísseis e aeronaves de longo alcance , porta-aviões e submarinos de ataque nuclear com alcance global, extensas capacidades baseadas no espaço e um arsenal nuclear maior”, enumera-se.

 https://zap.aeiou.pt/ucrania-quer-aderir-nato-russia-opoe-eua-apoiam-363291

 

Portugal e mais 13 países comprometem-se na construção de uma economia oceânica sustentável !

O painel de alto nível para uma economia sustentável do oceano, que integra 14 chefes de Estado e do Governo, incluindo o primeiro-ministro português, comprometeu-se a “restaurar a saúde” do oceano e construir uma economia oceânica sustentável.

“Temos a oportunidade e responsabilidade coletiva de proteger e restaurar a saúde do nosso oceano e construir uma economia oceânica sustentável que pode fornecer alimentos, capacitar comunidades costeiras, abastecer as nossas cidades, transportar bens e fornecer soluções inovadoras para os desafios globais”, lê-se no documento “Transformações para uma Economia Sustentável do Oceano” do painel de alto nível, a que a Lusa teve acesso.

Os governantes defendem que, através deste compromisso, será possível dar um impulso à economia, tornando-a resiliente face a futuras crises. Neste sentido, os 14 chefes de Estado e do Governo instaram outros governantes, indústrias e demais partes interessas a juntarem-se a este objetivo.

O painel é constituído pelos primeiro-ministros de Portugal, António Costa, da Austrália, Scott Morrison, das Figi, Frank Bainimaram, da Jamaica, Andrew Holness, do Japão, Yoshihide Suga, e da Noruega, Erna Solberg.

Integram ainda este grupo os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, do Gana, Nana Addo Dankwa Akufo-Addo, da Indonésia, Joko Widodo, do Quénia, Uhuru Kenyatta, do México, Andrés Manuel López Obrador, da Namíbia, Hage G. Geingob, e do Palau, Tommy Remengesau.

“O oceano é a casa de muitos ecossistemas complexos que enfrentam ameaças significativas. As ações que tomamos agora podem salvaguardar a capacidade de regeneração do oceano […]. Ações rápidas devem ser tomadas hoje para enfrentar as alterações climáticas, acidificação, aquecimento dos oceanos, poluição marinha, pesca excessiva e a perda de habitats e biodiversidade”, sublinharam.

Segundo os governantes, a pandemia de covid-19 veio destacar a necessidade de um trabalho conjunto para dar resposta a estes desafios globais, além de ter aumentado a pressão financeira sobre os países em desenvolvimento.

“Comprometemos-nos com transformações ousadas em direção a uma economia oceânica sustentável, onde a proteção e conservação ambiental, a produção económica e a prosperidade andam de mãos dadas”, asseguraram.

Essa transformação, conforme notaram, deve abranger todos os setores, e seguir um conjunto de princípios, nomeadamente, o alinhamento, inclusão, conhecimento, legalidade, precaução, proteção, resiliência, solidariedade e sustentabilidade.

Até 2025, os governantes propõem-se a gerir de forma totalmente sustentável a área oceânica sob a jurisdição nacional, um caminho que esperam que seja seguido por todos os Estados costeiros e oceânicos até 2030.

No entanto, ressalvaram, no mesmo documento, que “proteção, produção e prosperidade” implicam transformações em cinco áreas – riqueza, saúde, igualdade, conhecimento e finanças do oceano.

Ao nível da saúde do oceano, traçaram como meta, até 2030, o equilíbrio dos stocks de peixes selvagens, o cultivo de uma aquicultura sustentável e a minimização dos resíduos.

Entre as ações prioritárias incluem-se a eliminação da pesca ilegal e dos subsídios que contribuam para a sobrepesca, a minimização das capturas acessórias e a adoção de planos científicos para garantir uma gestão de pesca que responda às alterações climáticas e à “incerteza” dos ecossistemas.

Adicionalmente, ambicionam que, na próxima década, a energia do oceano seja uma das principais fontes de energia, que o turismo costeiro e oceânico seja sustentável e resiliente, que os investimentos em transporte marinho acelerem a transição para embarcações com baixo impacto e zero emissões e que as atividades de mineração marinha no fundo do mar sejam cientificamente informadas e ecologicamente sustentáveis.

Por sua vez, no que concerne à saúde do oceano, os governantes desejam que, no período em causa, os objetivos do Acordo de Paris sejam alcançados, que os ecossistemas marinhos e costeiros estejam “saudáveis, resilientes e produtivos”, além de apontarem a redução da poluição oceânica.

Neste âmbito, o painel definiu como prioritário incentivar o uso de alternativas aos plásticos e o design de produtos sustentáveis, aplicar regras sobre transferências de resíduos e exportações ilegais e promover uma agricultura que minimize o uso de pesticidas e fertilizantes.

Já para a igualdade do oceano foi perspetivado, para a próxima década, o acesso equitativo aos recursos e uma distribuição “justa” dos benefícios, através de práticas comerciais “sustentáveis e transparentes”, de condições que facilitem o envolvimento das mulheres nas atividades oceânicas e de uma governança inclusiva, que assegure os interesses das comunidades locais.

“É importante que as pessoas entendam o significado e a influência do oceano no seu bem-estar […]. As pessoas devem estar habilitadas a adquirir conhecimento e as capacidades necessárias para participar e beneficiar das oportunidades do oceano”, apontaram, definindo como prioridade a disponibilização de conhecimento sobre oceanos a todos e o investimento na alfabetização e consciencialização sobre o oceano.

Incentivos ao uso de inovações e tecnologias para a recolha de dados, pesquisa, monitorização, fiscalização e tomada de decisões, a capacitação em ciências marinhas e a digitalização de informações sobre os oceanos são algumas das atividades definidas como prioritárias neste âmbito.

Por último, no que se refere à área financeira, os membros do painel de alto nível definiram ser urgente financiamentos diretos do setor público para investimentos na economia oceânica sustentável, apoiar o uso de financiamentos sustentáveis e reduzir o risco de investimentos, combinando o financiamento público e privado com “produtos de seguro” inovadores.

https://zap.aeiou.pt/14-governantes-oceanica-sustentavel-363242

 

Procurador-geral dos EUA diz não haver provas de fraude eleitoral generalizada !

O procurador-geral dos Estados Unidos da América, William Barr, reconheceu hoje que não houve fraude em dimensão suficiente para invalidar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais norte-americanas.


“Nesta altura, não vimos fraude a uma escala suscetível de mudar o resultado da eleição”, disse o responsável pelo Departamento de Justiça dos EUA, William Barr, em entrevista à agência de notícias norte-americana Associated Press.

O conservador, apoiante indefetível do presidente cessante, Donald Trump e um dos proponentes da teoria de os votos por correspondência poderem ser manipulados por potências estrangeiras, declarou que “houve alegações de fraudes sistemáticas, segundo as quais as máquinas de voto teriam sido programadas para falsear os resultados das eleições”.

O Departamento de Justiça e da Segurança Interna norte-americanos investigaram essas alegações e, “até agora, não encontraram nada que as sustentasse“, afirmou.

Esta tarde, Barr foi chamado à Casa Branca, levantando especulações por parte de vários comentadores sobre uma possível demissão.

No domingo, em entrevista à Fox News, Donald Trump queixou-se da atuação de Barr e das autoridades federais, afirmando que não o estavam a ajudar na contestação aos resultados e na procura de provas de fraude: “eles desapareceram”, declarou o presidente cessante.

Esta terça-feira, William Barr afirmou que “há uma tendência crescente para usar o sistema judiciário como ferramenta para resolver todos os problemas“. “Quando alguém está descontente com alguma coisa, fica à espera que o procurador-geral investigue”, afirmou.

No mês passado, Barr autorizou os procuradores norte-americanos a investigar “alegações substanciais” de irregularidades eleitorais, mesmo antes de os resultados serem certificados, apesar de na altura não existirem provas de fraude em larga escala.

No memorando que emitiu, mandatou os procuradores para contornarem a política seguida habitualmente pelo Departamento de Justiça, que impedia esse tipo de investigação antes da confirmação dos resultados.

A equipa de advogados que representa o presidente cessante, liderada por Rudy Giuliani, tem alegado a existência de uma conspiração do Partido Democrata para introduzir milhões de votos ilegais no escrutínio, mas sem apresentar provas concretas.

O principal argumento que apresentaram em vários processos em tribunal nos estados cujos resultados contestam e que poderiam ser determinantes para um resultado diferente é que os observadores republicanos enviados para assistir à contagem em algumas mesas de voto não conseguiram ver claramente o processo. Daí, alegam que devem ter ocorrido ilegalidades.

https://zap.aeiou.pt/procurador-geral-reconhece-nao-ha-provas-fraude-eleitoral-generalizada-363210

 

Da “política do filho único” aos incentivos à natalidade - Como a China tem mudado a sua estratégia populacional !

A China está a planear incluir novas medidas para estimular a taxa de natalidade do país e lidar com o rápido envelhecimento da população. A estratégia passa pelo “plano de cinco anos” que deverá estar em vigor entre 2021-2025.


De acordo com a Reteurs, a China deverá oferecer um amplo apoio financeiro para encorajar os jovens casais a ter mais filhos. Esta medida é tomada numa altura em que o envelhecimento populacional assombra o país.

Yuan Xin, vice-presidente da Associação de População da China, garante que neste sentido serão aplicadas “políticas populacionais mais inclusivas, de modo a melhorar a fertilidade, a qualidade da força do trabalho e a estrutura da população”.

No entanto, nem sempre foi assim. No século XX, o país asiático introduziu a polémica “política do filho único” (1978), com o objetivo de reduzir a pobreza e desenvolver a economia, pois acreditava-se que estes setores estavam a ser prejudicados pelo rápido crescimento populacional, sobretudo em regiões agrícolas.

Lançada pelo governo chinês, consistia numa lei segundo a qual ficava proibido, a qualquer casal, ter mais de um filho. Os casais que tivessem mais de um filho eram punidos com multas bastante pesadas. Devido a esta política existem hoje cerca de 90 milhões de filhos únicos na China, por isso são conhecidos como pequenos imperadores.

Apesar da política vigorar por vários anos, o país mais populoso do mundo decidiu, em 2016, acabar com estas restrições e permitir que os casais tivessem um segundo filho. Esta foi uma tentativa de inverter a tendência de envelhecimento que se tem registado nos últimos anos.

Alguns especialistas acreditam que agora, e com este novo plano que vai entrar em vigor no próximo ano, a China deverá descartar todos os limites impostos anteriormente.

O número de chineses com 60 anos ou mais era de 254 milhões no final do ano passado, o que representa 18,1% da população. Este número deve aumentar para 300 milhões até 2025 e 400 milhões até 2035, o que coloca uma enorme pressão sobre o sistema de saúde e assistência social do país.

Os demógrafos também preveem que, segundo as tendências atuais, o número de pessoas em idade produtiva possa diminuir em 200 milhões até 2050.

Apesar da retirada das restrições da política do filho único em 2016, o número de nascimentos por cada 1.000 pessoas caiu para um mínimo recorde de 10,48 no ano passado.

Por isso, “para enfrentar o envelhecimento da população, são necessárias medidas urgentes para reformar as políticas de planeamento familiar do nosso país”, explicou Zheng Bingwen, especialista da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

https://zap.aeiou.pt/politica-filho-unico-incentivos-natalidade-362423

 

Vacinação será “grande prioridade” de presidência portuguesa da União Europeia !

O primeiro-ministro português, António Costa, referiu hoje que a vacinação contra a covid-19 deverá ser uma das “grandes prioridades” da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), após um encontro com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. 

“Este é o momento de nos prepararmos todos para aquela que é a grande prioridade da humanidade no próximo ano e da Europa no próximo semestre: conseguir garantir que temos disponível uma vacina que tenha uma eficácia efetiva para travar a covid-19″, disse António Costa, em conferência de imprensa,

Segundo o primeiro-ministro português, o objetivo é obter uma vacina “que nos permita chegar no mesmo dia a todos os países da Europa e, a partir daí, assegurar uma vacinação justa que assegure uma imunização global contra a covid”.

O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, sublinhou também que a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) terá lugar num “momento histórico”, porque deverá liderar a “UE para uma era pós-covid”.
 
“A sua presidência chega num momento crucial para a Europa, talvez até mesmo num momento histórico, porque a sua presidência irá liderar a União Europeia (UE) rumo a uma era pós-covid”, sublinhou o presidente do Conselho Europeu.
Plano de vacinação apresentado na quinta-feira

O plano nacional de vacinação contra a covid-19 vai ser apresentado na quinta-feira, anunciou hoje o primeiro-ministro, António Costa, que se reúne na véspera com a equipa que está a elaborar este plano.

Hoje, em entrevista à rádio Observador, o primeiro-ministro anunciou que na quinta-feira será apresentado o plano de vacinação de combate à covid-19, rejeitando que Portugal esteja atrasado em relação a outros países por considerar que o país está “bem a tempo”.

“O que é fundamental é no dia em que a vacina esteja disponível tudo esteja montado para que a vacina seja atribuída”, defendeu o primeiro-ministro português, considerando que “não vale a pena antecipar ansiedades quando já há suficientes motivos para estarmos ansiosos”.

Na reunião com o grupo de trabalho que está a elaborar o plano de vacinação participam ainda os ministros de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, da Saúde, Marta Temido, da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, assim como o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Tiago Antunes.

António Costa assegurou que Portugal começou a trabalhar neste plano praticamente desde o início da pandemia e que fez a encomenda máxima por cada lote a que tinha direito, estando o plano logístico “a ser montado e a ser trabalhado”.

“A Agência Europeia do Medicamento prevê vir a licenciar as vacinas de fim de dezembro a princípio de janeiro, portanto, nós temos de ter as coisas prontas para quando a vacina existir”, apontou, deixando uma mensagem de tranquilidade quanto ao processo. De acordo com o primeiro-ministro, a Comissão Europeia ainda não deu uma data.

Portugal registou esta terça-feira mais 2.401 novos casos de covid-19, tendo ultrapassado a barreira dos 300 mil casos desde o início da pandemia no país, em março, segundo a Direção-Geral da Saúde.

https://zap.aeiou.pt/vacinacao-sera-grande-prioridade-presidencia-portuguesa-da-ue-363207

A queda da Aurora Dourada. Como a Grécia lidou com a onda de extrema-direita !

Quando uma onda da extrema-direita atingiu a Grécia em 2012, poucos previram que a Aurora Dourada, um dos grupos envolvidos, cresceria e tornar-se-ia o terceiro maior partido no parlamento grego.

Este foi o início de um longo período de turbulência na política grega que viu um violento movimento de rua tornar-se uma força política viável. Porém, segundo o The Conversation, o “conto de fadas” neofascista terminou no que foi considerado o maior julgamento nazi desde Nuremberg.

A Aurora Dourada foi declarada uma organização criminosa e os seus líderes presos devido ao seu envolvimento em atividades ilegais – incluindo assassinatos, ataques a migrantes, posse ilegal de armas e extorsão.

A liderança também foi considerada culpada de ordenar o assassinato do rapper de esquerda Pavlos Fyssas. Antes disso, outra tentativa de assassinato do pescador egípcio Abuzid Embarak em 2012 mostrou que o partido estava deliberadamente a tentar incitar a violência.

O julgamento durou mais de cinco anos devido a inúmeros atrasos e contratempos. Entretanto, o partido estava livre para apresentar candidatos nas eleições gerais e locais sem restrições.

No total, 37 membros foram condenados – incluindo o líder Nikolaos Michaloliakos. Ioannis Lagos, o único membro remanescente do Aurora Dourada no Parlamento Europeu, provavelmente terá a sua imunidade parlamentar revogada a qualquer momento.

O que era a Aurora Dourada?

A Aurora Dourada tornou-se popular logo após anunciar a sua primeira campanha eleitoral. A crescente instabilidade política na Grécia significou a realização de três eleições gerais entre 2009 e 2012. Todos os principais partidos estavam a perder a aprovação pública para lidar com a crise fiscal.

Além disso, o único partido ativo de extrema direita no parlamento naquela época concordou em participar num governo de coligação provisório organizado por Lucas Papademos para tirar o país da crise. Esse movimento foi visto como uma traição.

O cenário de extrema direita da Grécia parecia fraco, permitindo que a Aurora Dourada entrasse em cena e preenchesse essa lacuna sem enfrentar a concorrência. O seu monopólio permitiu-lhe agir da forma mais agressiva politicamente. Abraçava a pureza nacional, o anticomunismo e prometia deportações em massa de migrantes.

Os apelos por políticas de migração mais agressivas tornaram-se centrais nas suas campanhas eleitorais. Recentes resultados académicos mostraram que a exposição à crise de refugiados na Grécia rural aumentou o apoio à Aurora Dourada.

O partido obteve 9,4% dos votos nas eleições para o Parlamento Europeu de 2014, enquanto em setembro de 2015 atingiu o pico nacional com 7%.

Durante os primeiros anos da crise económica grega, parecia que o público estava a tentar punir o sistema político através  das urnas. É amplamente aceite que foi isso que aconteceu em 2017, quando começou a queda da Aurora Dourada.

A Grécia rejeitou o populismo e abandonou a política marginal, permitindo que os principais partidos se tornassem populares novamente.

Na eleição geral de 2019, a Aurora Dourada perdeu todas as suas cadeiras parlamentares e teve de fechar a maioria das suas filiais para sobreviver financeiramente.

No entanto, o partido lança uma longa sombra e continua a moldar a política grega. A Nova Democracia, mais tradicional, por exemplo, abriu as suas portas a vários políticos de extrema-direita, que realizaram campanhas bem-sucedidas nas últimas eleições. Alguns deles tinham anteriormente expressado fortes pontos de vista xenófobos e antissemitas.

Enquanto isso, o partido ultranacionalista de Kyriakos Velopoulos, Greek Solution, ganhou 10 cadeiras no parlamento grego após um longo período de campanha contra os migrantes.

O porta-voz da Aurora Dourada, Ilias Kasidiaris, formou um novo movimento chamado Gregos pela Pátria – embora também esteja agora na prisão.

https://zap.aeiou.pt/aurora-dourada-grecia-extrema-direita-362381

 

Novos documentos revelam falhas na gestão inicial do surto de covid-19 na China !

A China difundiu dados mais otimistas do que os estágios iniciais do surto do novo coronavírus sugeriam e tardou em confirmar casos já diagnosticados, segundo documentos internos das autoridades citados pela cadeia televisiva norte-americana CNN.


As conclusões avançadas pela CNN têm como base a análise de documentos internos das autoridades de saúde do país asiático. No total, são 117 páginas vazadas do Centro para Controlo e Prevenção de Doenças da Província de Hubei, onde foram diagnosticados os primeiros casos de covid-19.

Num relatório marcado com as palavras “documento interno, mantenham o sigilo“, as autoridades de saúde locais listam um total de 5.918 casos detetados em 10 de fevereiro, mais do que o dobro do número público oficial de casos confirmados nesse dia.

Este número nunca foi revelado na altura, já que o sistema de contabilidade da China parecia, no caos das primeiras semanas da pandemia, minimizar a gravidade do surto.

Os arquivos foram apresentados à CNN por denunciantes que pediram anonimato, segundo a cadeia televisiva. As fontes disseram trabalhar no sistema de saúde chinês e serem patriotas que desejam expor factos que foram censurados e homenagear os colegas que falaram anteriormente. Os documentos foram verificados por seis especialistas independentes que examinaram a veracidade de seu conteúdo.

Um relatório produzido no início de março apontou que as autoridades estavam a demorar, em média, 23 dias a confirmar o diagnóstico de pacientes que já apresentavam sintomas. Erros de teste significaram ainda que a maioria das pessoas infetadas recebeu resultados negativos em 10 de janeiro.

As primeiras medidas de contenção do surto foram prejudicadas pela falta de fundos e pessoal e uma burocracia complexa, que complicou o sistema de emergência da China, segundo as auditorias internas a que a CNN teve acesso.

Segundo a CNN, houve também um grande surto de gripe, no início de dezembro, na província de Hubei, que não foi divulgado anteriormente.

Os documentos, que cobrem um período entre outubro de 2019 e abril deste ano, revelam o que parece ser um sistema de saúde “inflexível, limitado por uma burocracia organizada do cimo para baixo e procedimentos rígidos, inapropriados para lidar com a crise”, apontou a CNN.

“Em vários momentos críticos da fase inicial da pandemia, os documentos apontam evidências de erros claros e um padrão de falhas institucionais“, acrescentou a cadeia televisiva.

O Governo chinês rejeitou veementemente as acusações dos Estados Unidos e de outros governos ocidentais de que deliberadamente reteve informações sobre o vírus.

Em junho passado, o Conselho de Estado da China defendeu que o Governo chinês sempre publicou informações sobre a epidemia de “forma oportuna, aberta e transparente“.

“Ao fazer um esforço total para conter o vírus, a China também agiu com grande sentido de responsabilidade para com a humanidade, o seu povo, a posteridade e a comunidade internacional. Forneceu informações sobre a covid-19 de forma totalmente profissional e eficiente e divulgou informações confiáveis e detalhadas o mais cedo possível numa base regular”, acrescentou o Conselho de Estado da China.

Segundo a CNN, embora os documentos não ofereçam evidências de uma tentativa deliberada de ocultar informação, estes revelam várias inconsistências sobre o que as autoridades acreditavam que estava a acontecer e o que foi revelado publicamente.

Faz esta terça-feira um ano desde que o primeiro paciente conhecido apresentou sintomas da doença em Wuhan, a capital da província de Hubei, segundo um estudo publicado no jornal médico Lancet.

As revelações ocorrem numa altura em que EUA e União Europeia pressionam a China a cooperar totalmente com uma investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre as origens do vírus, que infetou já mais de 60 milhões de pessoas e matou 1,46 milhões em todo o mundo.

Até à data, no entanto, o acesso de especialistas internacionais aos registos médicos dos hospitais e dados em Hubei foi limitado. A OMS disse, na semana passada, que recebeu “garantias do Governo chinês de que uma viagem ao terreno” seria concedida como parte da sua investigação.

https://zap.aeiou.pt/falhas-na-gestao-inicial-do-surto-covid-19-na-china-363166

 

ONU diz que pelo menos 110 mortos em suspeita de ataque de Boko Haram na Nigéria, onde muitas vítimas foram decapitadas !


 

O número de mortos em um suposto ataque do Boko Haram a agricultores no nordeste da Nigéria no sábado chegou a pelo menos 110, disse um coordenador humanitário da ONU no país, pedindo aos perpetradores que sejam levados à justiça.“Pelo menos 110 civis foram mortos sem piedade e muitos outros ficaram feridos neste ataque”, disse Edward Kallon, coordenador humanitário da ONU na Nigéria, em um comunicado. 

Um grupo de homens armados em motocicletas emboscou os fazendeiros enquanto eles iam aos campos de arroz para fazer a colheita no sábado. Os corpos de 43 agricultores foram recuperados após o massacre, com cerca de 30 deles sendo decapitados. As forças de segurança têm revistado a área em busca de desaparecidos.
O incidente foi o “ataque direto mais violento contra civis inocentes” no país em 2020, destacou Kallon. Os autores deste ato “hediondo e sem sentido” devem ser levados à justiça, acrescentou.
A cerimônia do enterro das 43 vítimas aconteceu na vila de Zabarmari no domingo, com a presença de centenas de pessoas em luto e do governador do estado de Borno, Babagana Zulum.
“Várias mulheres” também foram sequestradas pelos militantes, com Kallon pedindo sua libertação rápida e segura.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas as táticas dos insurgentes se assemelham às usadas pelo Boko Haram, afiliado ao Estado Islâmico, responsável por milhares de mortes de civis na Nigéria na última década.

Os corpos foram embrulhados em mortalhas brancas e colocados em estrados de madeira enquanto os sacerdotes oravam pelos mortos.
“Por um lado, ficam em casa, podem ser mortos pela fome e pela inanição, por outro, vão para as suas machambas e correm o risco de serem mortos pelos rebeldes”, destacou.
Durante seu discurso, Zulum pediu ao governo federal que recrutasse mais pessoal de segurança para proteger os agricultores locais, que se encontravam “em uma situação muito difícil”.
Recentemente, houve uma forte alta nos preços dos alimentos na Nigéria, causada por enchentes, fechamento de fronteiras e atividades de militantes em áreas agrícolas.

https://www.rt.com

Programa Nuclear Iraniano ganha força após o assassinato de Fakhrizadeh

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está aparentemente decidido a bater a porta e fazer todo o possível para mostrar amor a seus amigos em Tel Aviv antes de se retirar da Casa Branca. Em 27 de novembro, Mohsen Fakhrizadeh, proeminente professor de física iraniana e teórico de campo quântico, foi assassinado perto da capital iraniana, Teerã. Formalmente, Fakhrizadeh era o chefe de sua Organização de Inovação e Pesquisa Defensiva, enquanto Israel e os EUA insistem que ele chefiava o programa de armas nucleares iraniano. A mídia israelense chegou a chamar Fakhrizadeh de "o Nuclear Soleimani" referindo-se ao comandante da Força Qods iraniana, que foi assassinado por um ataque de drones dos EUA no Iraque em 3 de janeiro de 2020. Esse assassinato quase levou a uma guerra EUA-Irã e à Casa Branca até engoliu um ataque de míssil balístico em suas bases no Iraque, enquanto as forças de defesa aérea iranianas acidentalmente derrubaram um avião perto de Teerã. Felizmente, uma guerra maior foi evitada, mas a região entrou em uma nova espiral de tensões entre o bloco israelense-americano e as forças lideradas pelo Irã. O assassinato de novembro não desencadeou uma resposta militar imediata de Teerã, mas há poucas dúvidas de que também terá consequências negativas para a estabilidade regional.

Segundo a mídia americana e israelense, o desenvolvimento do programa nuclear iraniano requer os seguintes fatores: tempo, dinheiro e especialistas. O Irã já teve muito tempo. A "campanha de pressão máxima" de Trump tinha como objetivo o fator "dinheiro", mas a chamada economia de resistência do Irã sobreviveu apesar da pressão. Agora, os EUA e Israel mais uma vez se voltaram para o fator de ‘especialistas’ desta fórmula e têm capacidade para conduzir assassinatos com motivação política como parte do que chamam de ‘campanha de dissuasão’ contra o Irã. Os relatórios iniciais dizem que o carro de Fakhrizadeh foi alvo de uma explosão de carro-bomba e depois foi submetido a disparos de homens armados na cidade de Absard. De acordo com o Ministério da Defesa iraniano, Fakhrizadeh “foi gravemente ferido durante os confrontos entre sua equipe de segurança e terroristas e foi transferido para um hospital”, onde mais tarde sucumbiu aos ferimentos. Mais tarde, apareceu na versão não oficial dos acontecimentos, afirma que os agressores usaram uma metralhadora controlada remotamente que foi instalada no porta-malas de uma picape Nisan. Então, a picape e a arma foram detonadas. A reportagem Iranian Fars News insiste que todo o ataque durou apenas 3 minutos e que nenhum atirador estava envolvido. O assassinato demonstra as lacunas específicas na segurança de tais pessoas proeminentes e de alto escalão. Não é segredo que a vida de Fakhrizadeh esteve ameaçada por anos, mas ele ainda se movia pelo país com uma pequena equipe de segurança com apenas dois carros, e seu carro nem mesmo era blindado. Essa postura pode ser parcialmente explicada pelo culto ao martírio em todos os níveis da sociedade iraniana e pelo fato de que as autoridades iranianas são muito próximas das pessoas comuns, especialmente em comparação com outros estados do Oriente Médio. Esses fatores permitem que o atual regime político do Irã resista a sanções sem precedentes e às pressões políticas e mesmo militares de seus oponentes, mas ao mesmo tempo cria dificuldades adicionais de segurança. Imediatamente após o assassinato, o Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana e o Exército foram colocados em alerta máximo e altos funcionários iranianos juraram vingança pelo ataque. Além disso, em 29 de novembro, o Parlamento iraniano

decidiu acelerar a consideração do projeto de lei que visa aumentar o nível de enriquecimento de urânio. Em “dupla urgência”, foi ratificado com 232 votos de um total de 246 deputados presentes na sessão. A votação final sobre a adoção da lei pode ocorrer em 2 de dezembro. O projeto afirma que o Irã passaria a produzir pelo menos 120 kg de urânio enriquecido a 20% ao ano. Em comparação, o acordo nuclear iraniano, do qual a administração Trump se retirou unilateralmente, permitiu ao Irã enriquecer urânio até um máximo de 3,67%. Além disso, pelo projeto de lei em apreço, o governo terá de colocar em funcionamento mil centrífugas adicionais nas instalações nucleares de Natanz e Fordo em um ano. O projeto também supõe o retorno imediato ao projeto de reconstrução do reator nuclear de Arak, existente antes da assinatura do acordo nuclear. Portanto, em vez de desacelerar o programa nuclear iraniano, o assassinato de Fakhrizadeh levou a um aumento público da atividade iraniana no campo. Os Estados Unidos e Israel provavelmente considerarão essas ações uma grande ameaça à segurança global e declararão que são obrigados a responder à crescente ameaça iraniana. A única questão é o que esperam as lideranças israelense e americana? Eles realmente acreditavam que depois de anos de resistência e impasses regionais, os iranianos se renderiam após o assassinato de um de seus cientistas?

South Front

 

O governo de Israel caminha para uma queda enquanto luta contra uma nova crise covid


 

A coalizão do governo está no fio da navalha e sua sobrevivência depende de dois políticos incompatíveis: o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e o primeiro-ministro alternativo, ministro da defesa, Benny Gant. Um ou outro deve ceder para vencer a votação de dissolução do Knesset na quarta-feira, 2 de dezembro. No entanto, após oito meses no cargo, seus partidos Likud e Kahol Lavan nunca conseguiram superar sua dissonância para consumar uma parceria de trabalho para vencer o cobiçoso pandemia e seus danos econômicos colaterais. 

Esta semana, o vírus voltou a ficar fora de controle. Terça-feira, 1º de dezembro, viu 1.227 novos casos, o maior desde meados de outubro. Uma grande farra de compras de cinco dias em 15 shoppings reabertos foi um testemunho flagrante da última decisão frustrada dos ministros e da inevitabilidade de um terceiro bloqueio.
Duas facções aliadas a Gantz que ocupam cargos ministeriais, Trabalho e Derekh Eretz, declararam seu apoio à moção da oposição, ecoando o argumento de que a ausência de um orçamento e a má gestão caótica paralisaram a governança. O ministro da defesa deve determinar se sua facção central, Resilience, também joga sua sorte com a oposição. Gantz acusa Netanyahu de colocar seus problemas jurídicos pessoais à frente das necessidades do país.
Cabe ao PM Netanyahu apresentar o orçamento do estado para 2021 até 23 de dezembro, ou o governo cairá. Cabe ao primeiro ministro alternativo Gantz decidir se seu segmento de Kahol Lavan concede ao seu ex-co-líder Yair Lapid a maioria para a moção para dissolver o Knesset na quarta-feira.

O primeiro-ministro pouco falou sobre suas intenções, além de comentar bruscamente que as eleições seriam ruins para o país. Os especialistas dizem que ele tem atrasado sistematicamente a apresentação do orçamento do estado para os anos de 2020 e 2021 como uma alavanca para segurar nas cabeças de um parceiro de coalizão indisciplinado. A questão do orçamento dá a ele a opção de determinar se e quando uma eleição beneficiaria o Likud - por exemplo, quando as primeiras vacinas contra o coronavírus chegarão no próximo ano. A dissolução da questão do orçamento o deixaria, aliás, à frente de um governo provisório até as eleições.
O líder Kahol Lavan tem que lutar com um dilema pessoal. Desistir de sua aliança com o detestável rival do Likud, em resposta à pressão de seus seguidores e às provocações de Lapid, vale a pena, quando isso mataria sua única chance de ganhar o cargo de primeiro-ministro em onze meses. É então que o seu acordo de rotação com o líder do Likud deve entrar em vigor. Seus conselheiros o avisam que Netanyahu não tem nenhuma intenção de cumprir esse compromisso. Então, por que manter um relacionamento cada vez mais impopular? .
Nenhum dos partidos principais pode contar com a maioria a favor ou contra a dissolução. A decisão de Gantz de se juntar à oposição faria pender a balança a seu favor. Os partidos religiosos apoiam firmemente Netanyahu. O direitista Yamina, afastado do Likud, está subindo nas pesquisas e seu líder Naphtali Bennett está brincando com pretensões ao primeiro ministro. A Frente Árabe Unida está dividida; Mansour Abbas, líder do partido Ra'am, está conversando com o primeiro-ministro.
Além das vacinas cobiçadas, Netanyahu parece estar contando com seus feitos extraordinários de pacificação regional e outras realizações de sinal para vê-lo através da floresta. No entanto, a pandemia interminável está corroendo a disposição popular de tolerar restrições irritantes, problemas financeiros e depressão emocional, enquanto os ministros que ele lidera balançam desamparadamente à beira de outro bloqueio. Além disso, a antipatia pessoal de seus oponentes por ele e sua família anula a política racional. Isso se reflete em cargos sênior vagos que as duas partes não podem concordar em preencher.

Mesmo se o Knesset aprovasse a moção de dissolução na quarta-feira, ela não entraria em vigor imediatamente. Esta votação preliminar deve ir para o comitê e durar mais que três leituras completas antes da promulgação. Nesse ínterim, a porta estaria aberta para o comércio de cavalos para salvar um dia antes de uma nova eleição, a quarta em menos de dois anos, ocorrer três meses depois.

https://www.debka.com

O Arecibo desabou - É o fim de uma era à procura de vida extraterrestre !

O radiotelescópio Arecibo, agora danificado, foi construído em 1963 numa cratera natural em Porto Rico

O Observatório de Arecibo, em Porto Rico, morreu. Três semanas depois de um dos principais cabos de sustentação da sua cúpula ter desabado, danificado irremediavelmente o radiotelescópio, o icónico caçador de vida extraterrestre antecipou-se à sua demolição e desabou.

O radiotelescópio tinha ficado gravemente danificado no mês de agosto, depois de um cabo de suporte se ter partido, caído e colidido com a enorme estrutura, deixando um enorme buraco com cerca de 30 metros na sua parábola.

Nos meses que se seguiram, engenheiros e técnicos do observatório iniciaram preparativos para uma complexa reparação, mas a rutura de um segundo cabo, em novembro, complicou a situação, deixando o observatório em risco de colapso.

Na altura deste segundo colapso, a Fundação Nacional da Ciência (NSF) anunciou que o emblemático Observatório de Arecibo iria ser ser desativado, uma vez que os danos sofridos nos últimos meses tornaram o processo de reparação demasiado perigoso.

No entanto, o Arecibo não esperou, e decidiu entregar a sua alma às estrelas que passou os últimos 57 anos a observar. Na noite desta segunda para terça-feira, a massiva estrutura de 900 toneladas colapsou, caindo sobre o seu gigantesco disco de 305 metros.

A notícia foi dada por Deborah Martorell, meteorologista da American Meteorological Society, no seu perfil no Twitter. “É com profundo pesar que comunico que  a grande plataforma do Observatório de Arecibo acaba de colapsar”, diz a meteorologista.

Embora os detalhes do colapso estejam ainda por determinar, a rutura dos dois cabos de suporte, em agosto e setembro, colocou sob pressão extra os restantes cabos, que, nas últimas semanas, começaram a esfiar-se.

“Os cabos que ainda resistiam estavam a perder em média um fio por dia”, explicou à revista Science o diretor da Florida Space Institute (FSI), Ramon Lugo. O Observatório, propriedade da National Science Foundation (NSF), era gerido pela FSI. De acordo com um tweet da NSF, o colapso não provocou feridos.

Entretanto, Deborah Martorell publicou no Twitter fotos do radiotelescópio captadas antes e depois do colapso. “Foi a última vez que vi esta beldade. Lamentavelmente, agonizava”, diz a meteorologista.

Construído em 1963, o Arecibo já foi o maior telescópio do mundo, com um disco refletor com um diâmetro de 305 metros, e manteve esse estatuto até ser ultrapassado em 2019 pelo Radiotelescópio Esférico de 500 Metros de Abertura (FAST), da China.

O Arecibo alcançou dezenas de marcos astronómicos, tendo observado e registado novos dados científicos de exoplanetas, asteroides, pulsares, emissões de rádio e moléculas em galáxias distantes. Era um dos principais instrumentos na busca por vida extraterrestre, através do projeto SETI, Search for Extraterrestrial Intelligence.

O radiotelescópio também era usado para seguir as órbitas de objetos potencialmente perigosos, o que nos torna agora parcialmente cegos para esses perigos.

Com quase 60 anos, idade avançada para um instrumento astronómico, o Arecibo esteve várias vezes em risco de fechar por falta de financiamento, acabando sempre por provar a utilidade e justificar mais tempo de vida. Mas essa idade acabaria por levar a melhor sobre os cabos de suporte, precipitando o fim do emblemático caçador de extraterrestres.

https://zap.aeiou.pt/o-arecibo-desabou-fim-de-uma-era-procura-extraterrestres-363194

 

Cientistas detetam super-relâmpagos mil vezes mais poderosos do que os normais !

 

Os cientistas confirmaram em dois estudos separados a existência de super-relâmpagos que podem ser até mil vezes mais poderosos e mais brilhantes do que os raios comuns.

Os super-relâmpagos foram detetados pela primeira vez na década de 1970, quando se acreditava que podiam atingir até 100 vezes o brilho padrão de um raio convencional.

Agora, a análise das observações de satélite revelou que o impacto de um super-relâmpago pode produzir mais energia do que todos os painéis solares e turbinas eólicas nos Estados Unidos.

“Quando você vê um relâmpago do Espaço, parece muito mais escuro do que se o visse ao nível do solo, porque as nuvens bloqueiam parte da luz”, disse Michael Peterson, o principal autor de ambas as investigações, em comunicado.

Investigadores do Laboratório Nacional de Los Alamos, pertencente ao Departamento de Energia dos Estados Unidos e localizado no estado do Novo México, avaliaram dados dos  satélite operacional geoestacionário ambiental (GOES), que possuem um dispositivo conhecido como “Mapeador de Raios Geoestacionários”, que representa um gráfico de relâmpagos e regista os flashes registados por satélites meteorológicos orbitais a cada dois milissegundos para eventos de relâmpagos que são 100 vezes mais brilhantes que a média.

Aproximadamente dois milhões de eventos foram descobertos nas observações que se enquadram nesses critérios.

De acordo com esses dados, um em cada 300 relâmpagos é um super-relâmpago, muitos dos quais registaram pelo menos 100 gigawatts de potência. A potência da energia produzida em 2018 por todos os painéis solares e turbinas eólicas nos Estados Unidos foi de aproximadamente 163 gigawatts, de acordo com o Departamento de Energia.

Enquanto isso, a análise de 12 anos de dados colhidos pelo satélite FORTE detetou a presença de super-relâmpagos que emitiam um mínimo de 100 gigawatts de potência.

“O impacto de um raio ultrapassou até 3 terawatts de potência, milhares de vezes mais forte do que um raio comum detetado do Espaço”, disse Peterson.

De acordo com este segundo estudo, super-relâmpagos foram gerados durante eventos raros “nuvem-solo” carregados positivamente, ao contrário de eventos carregados negativamente, que são muito mais comuns e constituem a grande maioria dos relâmpagos.

Ambos os estudos foram publicados este mês na revista científica Journal of Geophysical Research: Atmospheres e podem ser encontrados aqui e aqui.

https://zap.aeiou.pt/pela-primeira-vez-cientistas-detetam-super-relampagos-362112

 

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