Os Estados Unidos iniciam esta segunda-feira uma vasta campanha de vacinação contra a covid-19. O país conta com um número de mortes causadas pela doença que se aproxima dos 300 mil óbitos. Na Europa, o número de mortes e de infetados continua a preocupar.
No domingo, as autoridades norte-americanas indicaram que o número total de mortos, desde o início da pandemia, atingiu já os 299 093, enquanto o número total de casos é superior a 16 milhões.
Porém, neste fim de semana, a vacina dos laboratórios Pfizer-BioNTech começou já a ser expedida, em caixas refrigeradas a menos de 70 graus centígrados, a partir da fábrica da Pfizer no estado do Michigan para hospitais e outros locais.
A Pfizer indicou que 20 aviões vão transportar estas vacinas todos os dias. “As vacinas foram expedidas e estão a caminho”, congratulou-se no domingo o Presidente norte-americano, Donald Trump, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.
O governador do Kentucky, Andy Beshear, afirmou que o estado, no leste do país, vai ser o primeiro a vacinar os residentes, menos de 72 horas depois da vacina Pfizer-BioNTech ter recebido a “luz verde” das autoridades sanitárias norte-americanas.
Na sexta-feira, os Estados Unidos foram o 6.º país a aprovar a vacina Pfizer-BioNTech, depois do Reino Unido, Canadá, Bahrain, Arábia Saudita e México. A agência do medicamento europeia deverá apresentar uma recomendação até final de dezembro.
Apesar do processo de vacinação se estar a agilizar nos EUA, Donald Trump reverteu um plano para que os funcionários da Casa Branca recebessem a vacina contra o coronavírus nos próximos dias.
Originalmente, os principais elementos da administração Trump estariam entre as primeiras pessoas a receber o imunizante da Pfizer-BioNTech.
No entanto, o presidente cessante pediu um “ajuste” nos planos.
“As pessoas que trabalham na Casa Branca devem receber a vacina um pouco mais tarde, a menos que seja especificamente necessário”, afirmou no Twitter. “Eu pedi que esse ajuste seja feito”, acrescentou.
No mesmo tweet, Donald Trump disse que ainda tinha previsto o momento em que se vacinará, mas que o irá fazer “no momento apropriado”.
Suécia pode precisar de ajuda
A Suécia poderá ter de recorrer à assistência dos países vizinhos e a Finlândia e a Noruega já mostraram disponibilidade nesse sentido face a um agravamento da segunda vaga de coronavírus e ao abandono de profissionais de saúde, em especial enfermeiros.
O Conselho Nacional de Saúde e Bem-Estar da Suécia contactou no início da semana as autoridades de saúde de outros países nórdicos para iniciar discussões sobre a melhor forma de ajudar a Suécia ao abrigo do acordo de saúde pública nórdica.
“Há alguns dias, iniciaram-se os primeiros contactos com os outros países nórdicos, para que tenham consciência de que este ainda é um acordo válido, caso surja a necessidade”, disse Göran Karlström, responsável pela coordenação da capacidade de cuidados intensivos entre as regiões da Suécia, ao jornal The Telegraph.
“Não recebemos um pedido oficial de ajuda, mas avaliamos diariamente a situação hospitalar e estamos, naturalmente, prontos a ajudar a Suécia se pudermos”, disse a secretária do Ministério dos Assuntos Sociais e Saúde da Finlândia, Kirsi Varhila, ao jornal Svenska Dagbladet.
A sua homóloga norueguesa, Maria Jahrmann Bjerke, disse à emissora estatal NRK que os países nórdicos tinham um acordo de cooperação que permitia que a assistência médica fosse partilhada a curto prazo. “Se as autoridades suecas nos pedissem assistência, daremos uma resposta positiva”, sublinhou.
Estocolmo ainda não pediu formalmente ajuda externa, e Johanna Sandvall, a chefe do gabinete de crise, isto é do planeamento no Conselho Nacional de Saúde e Bem-Estar, disse no domingo que a Suécia não tem planos de procurar ajuda junto dos vizinhos.
“A situação dos cuidados de saúde é muito tensa em várias partes do país, mas temos uma capacidade disponível a nível nacional para satisfazer as necessidades neste momento”, garantiu.
Para já as autoridades estão a recorrer aos militares e a pensarem em recorrer à transferência de pacientes para regiões menos atingidas.
Perante este cenário, cerca de 3600 profissionais de saúde demitiram-se na região de Estocolmo desde o início da pandemia, de acordo com a emissora estatal SVT, cerca de 900 mais do que no mesmo período do ano passado.
Alemanha toma medidas mais drásticas
Todos os estabelecimentos comerciais não essenciais, assim como as escolas e creches, permanecerão fechados na Alemanha a partir da próxima quarta-feira e até 10 de janeiro, anunciou neste domingo a chanceler Angela Merkel.
A chefe de governo citou o “número elevado de falecimentos” devido à pandemia de covid-19 e o “crescimento exponencial” das infeções. “Somos obrigados a agir e agimos agora”, disse Merkel.
Com este confinamento parcial, as empresas deverão permitir aos funcionários que trabalhem a partir de casa ou facilitar as férias durante as próximas três semanas e meia “para aplicar em todo o país o princípio ‘fique em casa'”.
As medidas foram adotadas por Merkel após uma reunião neste domingo com os 16 líderes regionais dos estados da federação.
A Alemanha optou por medidas mais drásticas por não conseguir travar a segunda onda de contágios, diz o DN.
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