Os reguladores britânicos aprovaram a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela empresa farmacêutica AstraZeneca, informou esta quarta-feira o Ministério da Saúde do Reino Unido.
Esta é a segunda vacina a entrar no programa de imunização contra o novo coronavírus, iniciado em 8 de dezembro no Reino Unido. O país tinha já aprovado uma autorização de emergência para a vacina criada pela dupla Pfizer/BioNTech.
O responsável da AstraZeneca, Pascal Soriot, disse que “hoje é um dia importante para milhões de pessoas no Reino Unido que vão ter acesso a esta nova vacina” que “tem demonstrado ser eficaz, bem tolerada, simples de administrar e é fornecida pela AstraZeneca sem qualquer lucro”.
Em novembro, o laboratório britânico anunciou que a sua vacina era, em média, 70% eficaz em testes clínicos, em comparação com mais de 90% para vacinas da Pfizer/BioNTech e Moderna, que já foram autorizadas para uso em vários países.
Os resultados foram criticados porque a injeção de meia dose foi devido a um erro e um grupo relativamente pequeno seguiu esse protocolo. Por isso, a empresa anunciou que a a sua vacina exigia “um estudo adicional”.
Esta semana, Pascal Soriot garantiu que a vacina forneceu “100% de proteção” contra formas graves de covid-19. “Achamos que descobrimos a fórmula vencedora e como obter eficácia para que, depois de duas doses, fica lá em cima com todo mundo. Não posso dizer mais nada porque vamos publicar em algum momento”, disse.
Vacina chinesa Sinopharm tem 79% de eficácia
A farmacêutica estatal chinesa Sinopharm revelou esta quarta-feira que uma das suas vacinas candidatas contra a covid-19 revelou uma eficácia de 79,34% e que já pediu autorização às autoridades do país asiático para comercializá-la.
Esta é a primeira vacina, entre as várias chinesas que concluíram a fase 3 de testes, de que é conhecida oficialmente a sua eficácia.
No início do mês, as autoridades dos Emirados Árabes Unidos, um dos países que participaram nos testes da vacina, tinham apontado para 86% de eficácia.
O país tornou-se o primeiro a aprovar uma vacina chinesa – antes da própria China, que ainda não autorizou oficialmente a comercialização de nenhuma das vacinas desenvolvidas no país, embora a imprensa estatal tenha assegurado que esse processo estará concluído antes do final deste ano.
O Instituto de Produtos Biológicos de Pequim, uma subsidiária da Sinopharm, disse que os resultados dos testes de fase 3 revelaram que os seus níveis de segurança são “bons” e que todos os participantes desenvolveram altos níveis de anticorpos, após receberem ambas as doses, embora não mencione possíveis efeitos colaterais.
O comunicado refere, em linha com os testes realizados nos Emirados Árabes Unidos, que a taxa de soroconversão, ou de desenvolvimento dos anticorpos que defendem contra a infeção, é de 99,5%.
O Instituto de Produtos Biológicos de Pequim assegurou que os dados provisórios extraídos dos ensaios estão em linha com as normas técnicas da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Esta vacina tem sido usada na China, desde julho passado, em grupos de maior risco, como funcionários de saúde ou de programas de prevenção da doença, trabalhadores em portos ou serviços logísticos, ou profissionais colocados em países onde o risco de contágio é considerado alto.
Há pouco mais de um mês, o presidente da Sinopharm, Liu Jingzhen, afirmou que quase um milhão de pessoas na China tinham recebido uma das vacinas de “emergência” e que apenas um pequeno número experimentou efeitos adversos e ligueiros.
Atualmente, quatro vacinas desenvolvidas na China alcançaram a fase 3 dos ensaios clínicos – duas da Sinopharm, uma da Sinovac e uma da CanSino Biologics.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.775.272 mortos resultantes de mais de 81,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP). A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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