domingo, 10 de janeiro de 2021

Mistério na Austrália - A identidade desta cidade repousa num navio português que pode não existir !

A Costa do Naufrágio, em Victoria, Austrália, é um trecho dramático de 128 quilómetros de penhascos recortados e desfiladeiros profundos, formações calcárias e dunas altas. Estima-se que cerca de 700 navios naufragaram ao longo da costa entre meados do século XVIII e início do século XIX, período conhecido como a Idade de Ouro da vela.

Muitos dos navios ainda são visíveis: cascos descoloridos pelo Sol rompem as ondas e as âncoras corroem na praia. Apenas em Warrnambool, a maior cidade da costa, 29 naufrágios jazem no fundo da baía. De acordo com o Atlas Obscura, acredita-se que um desses navios naufragados seja uma caravela portuguesa do século XVI, conhecida como “Mahogany Ship” ou “Barco de Mogno”. Porém, esse navio pode nem existir.

“Em 1836, dois homens que trabalhavam numa estação baleeira em Port Fairy estavam a caminhar ao longo das dunas de areia e viram em algum lugar nas dunas um naufrágio muito antigo”, disse Pat Connelly, fundador e presidente do Comité do Mahogany Ship, uma organização independente de indivíduos dedicado a provar a existência do naufrágio.

O naufrágio foi avistado várias vezes. Testemunhas descreveram-no como construído a partir de uma madeira escura suficientemente dura para quebrar a lâmina de uma faca, com um casco de fundo plano e largo, ao contrário das embarcações que navegavam regularmente nas prósperas cidades portuárias de Victoria.

Anciãos aborígenes Gunditjmara alegaram que o naufrágio estava lá há tanto tempo que fazia parte das suas Trilhas do Tempo dos Sonhos – trilhas antigas que ligam fontes de água, locais de acampamento e locais sagrados.

Alguns afirmavam que era um bote baleeiro, outros acreditavam que era lixo chinês ancestral. Uma possibilidade sustentava que o naufrágio era um navio pilotado por condenados que escaparam da Terra de Van Diemens (atual Tasmânia).

Em 1876, o residente de Port Fairy e capitão da milícia britânica, John Mason, escreveu uma carta, descrevendo a sua primeira visita aos destroços cerca de 30 anos antes. Mason especulou que o navio foi construído em mogno, marcando a primeira vez que a palavra foi associada ao naufrágio.

Mason lembrava-se de uma conversa que teve com Samuel W. McGowan, então superintendente-geral de telégrafos, na qual McGowan o informou que o naufrágio era “de uma frota de navios dos descobrimentos portugueses ou espanhóis, um deles separou-se dos outros durante uma tempestade e nunca mais se ouviu falar dele”.

“Não havia provas, mas a palavra espalhou-se”, contou Connelly. As pessoas correram para as dunas, atormentadas pelas riquezas incalculáveis supostamente a bordo. Porém, em 1880, os destroços desapareceram, soterrados por areias movediças da praia.

Em 1977, a teoria portuguesa foi ressuscitada por um livro chamado The Secret Discovery of Australia, escrito pelo advogado e historiador Kenneth McIntyre. O autor afirmou que o barco fazia parte de um trio de caravelas de Cristóvão de Mendonça em 1522 numa exploração secreta em águas controladas pelos espanhóis.

Ironicamente, os navios estavam em busca de outro conhecimento marítimo: a lendária ilha de ouro de Marco Polo, Jave la Grande. De acordo com McIntyre, Mendonça mapeou com sucesso a costa leste de Jave la Grande antes de mudar o rumo para casa, após o navio Mahogany ter afundado numa tempestade perigosa.

As reivindicações de McIntyre baseavam-se num mapa do século XVI conhecido como Dauphin, que retrata Jave la Grande. “McIntyre viu que havia uma curva incomum no lado direito de Jave la Grande e acreditava que representava a costa leste da Austrália”, explicou Connelly.

A nova teoria simultaneamente revigorou o mistério e mergulhou-o em controvérsia. Se as afirmações de McIntyre fosse verdadeiras, isso significaria que os portugueses chegaram à Austrália mais de 100 anos antes do navegador holandês Willem Janszoon contactar com os aborígenes australianos e mapear a costa leste, 250 anos antes do Capitão Cook. Essa descoberta iria reescrever a história do país.

Porém, “nenhum mapa foi encontrado a descrever essa jornada. Nenhum registo do capitão, certamente nenhuma evidência física. Não há nada que realmente apoie a teoria de que há aqui um navio português”, disse Connelly.

Apesar disso, o livro de McIntyre esteve nas listas de leitura das escolas australianas durante anos e, em 1983, o Governo português nomeou-o Comandante da Ordem do Príncipe Henrique, o Navegador, uma honra semelhante à cavalaria.

Portugal estendeu a gratidão a Warrnambool, presenteando a cidade com um padrão – um pilar de pedra usado pelos exploradores portugueses para marcar novas reivindicações de terras – e bustos dos seus exploradores mais famosos, Vasco da Gama e o Príncipe Henrique, o Navegador.

Warrnambool acolhe um festival cultural português a cada dois anos.

“Desde a década de 1880, houve cerca de 180 alegações sérias de que partes dos destroços tinham sido encontradas”, disse Connelly. “O que precisamos é do navio de onde vem a madeira. Ainda estamos à procura.”

O arqueólogo amador Robert Simpson foi o primeiro a usar imagens de satélite na busca pelo indescritível naufrágio. No Google Earth, Simpson avistou várias formações não naturais nas dunas de Warrnambool. “Conseguia ver o contorno de objetos feitos pelo homem que eram simétricos”, disse Simpson, que acredita que o “Navio de Mogno” é um termo coletivo para vários naufrágios de origem desconhecida.

O radar de penetração no solo parecia confirmar a sua teoria, detetando estranhas anomalias nas profundezas da areia, e levou Simpson a concluir que havia identificado três naufrágios em terra previamente desconhecidos.

Embora promissora, a busca terminou sem nenhum achado importante. “Parece provável que quaisquer restos de um navio de alto mar seriam encontrados num nível muito mais profundo”, afirmou Simpson.

Quer seja uma caravela ou um barco a remo, o Barco de Mogno permanece como um símbolo da era romântica da aventura e da exploração.

https://zap.aeiou.pt/misterio-australia-navio-portugues-370722

 

“Merecimento” e “retribuição” - Chineses gozam com episódio de violência no Capitólio !

Na China, a internet “explodiu” depois da invasão dos apoiantes de Trump ao edifício do Capitólio, em Washington. Entre farpas, e até alguma ironia, foram vários os casos onde houve comparações entre o caos no EUA e os protestos anti-governamentais de Hong Kong em 2019.


Após o caos se ter instalados nos EUA, o jornal estatal chinês Global Times fez várias partilhas nas redes sociais onde mostrava uma comparação dos acontecimentos ocorridos ontem nos EUA, com os protestos em Hong Kong em 2019.

Pode ver-se, lado a lado, imagens de manifestantes em Hong Kong a ocupar o Complexo do Conselho Legislativo da cidade em julho de 2019 e os distúrbios de quarta-feira em Washington.

Nancy Pelosi referiu-se aos motins de Hong Kong como uma ‘bela vista’. Ainda não se sabe se dirá o mesmo sobre os recentes acontecimentos no Capitólio”, escreveu o Global Times no Twiteer, referindo-se ao comentário que a presidente da Câmara dos Representantes fez na altura das manifestações pró-democracia em Hong Kong.

Com alguma ironia, a Liga da Juventude Comunista da China também descreveu a agitação nos Estados Unidos como uma “bela visão”, na plataforma Weibo, uma rede social semelhante ao Twitter, remetendo assim ao cometário feito por Pelosi em 2019.

Também palavras como “karma”, “retribuição” e “merecimento” foram frequentemente mencionadas nos comentários de utilizadores chineses nas redes sociais, avança o Raw Story.

De acordo com o Global Times, os chineses ainda recordam “com angústia e raiva o que sentiram quando viram manifestantes em Hong Kong a invadir o Complexo do Conselho Legislativo e, em vez de condenar a violência, os políticos dos EUA saudaram a ‘coragem'”, pode ler-se no artigo do jornal.

O ódio pelos EUA, e pela sua conduta, é evidenciada nas redes sociais com um sentimento de vingança. “Durante muito tempo, os políticos dos EUA classificaram os manifestantes de outros países como ‘lutadores da liberdade’. Agora, finalmente têm a retribuição! Foi como assistir a um filme de ação emocionante!”, escreveu um utilizador chinês num comentário no Twiteer.

A onda de opiniões por parte da China aconteceu após os apoiantes de Trump invadirem o Capitólio, destruindo vários gabinetes, chegando mesmo a arrancar a placa do escritório de Nancy Pelosi.

https://zap.aeiou.pt/chineses-gozam-violencia-capitolio-371157

 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Telhas de poluição - Empresa usa ar da Índia para criar materiais de construção !

Determinada a tornar a construção mais sustentável e enfrentar a poluição do ar da Índia, a Carbon Craft Design, lançada em 2019, usa o carbono negro extraído do ar poluído para fazer telhas de construção elegantes e artesanais.

A Índia tem a pior poluição do ar do mundo. Lar de 21 das 30 cidades mais poluídas do mundo, o seu ar tóxico mata mais de um milhão de pessoas por ano.

Isto ocorre em parte porque o país do sul da Ásia é o segundo maior produtor de tijolos do mundo. Os fornos de tijolos – que respondem por 20% das emissões de carbono negro em todo o mundo – contribuem significativamente para a poluição do ar da Índia.

De acordo com a CNN, o arquiteto indiano Tejas Sidnal, fundador da Carbon Craft Design, ficou chocado ao descobrir o papel da indústria da construção na crise da poluição. “Isto foi um abrir de olhos. Como arquitetos, somos responsáveis por muita poluição do ar. Podemos fazer melhor”, disse.

O ar que envolve as cidades da Índia frequentemente contém níveis perigosamente altos de partículas finas, conhecidas como PM2.5, que já foram associadas a doenças pulmonares e cardíacas e podem prejudicar as funções cognitivas e imunológicas.

PM2.5 inclui o carbono negro, uma substância que pode absorver um milhão de vezes mais energia do Sol do que o dióxido de carbono nos dias ou semanas em que permanece na atmosfera.

Em 2019, Nova Deli declarou uma emergência de saúde pública após sofrer recordes de poluição.

A redução de poluentes como o carbono negro pode ajudar a desacelerar o aquecimento global e melhorar a qualidade do ar, segundo os especialistas. Muitas empresas estão a explorar o potencial comercial de captura das emissões de dióxido de carbono, mas poucas estão focadas no carbono negro, de acordo com Sidnal. “Encontrámos uma forma de agregar valor a esse carbono recuperado, usando-o como pigmento em telhas de carbono”, afirma.

Para criar as telhas de carbono, a Carbon Craft Design fez uma parceria com a Graviky Labs, uma empresa indiana que criou anteriormente a Air Ink, uma tecnologia que captura a fuligem de carbono de carros e fábricas e converte-a em tinta.

A Graviky Labs usa um dispositivo de filtro para capturar a fuligem de carbono do escapamento de diesel e geradores de combustível fóssil, remove contaminantes como metais pesados ​​e poeira da fuligem e dá o carbono purificado ao Carbon Craft Design em forma de pó.

“A Graviky Labs vê a poluição como um recurso”, disse Anirudh Sharma, fundador da empresa, em declarações à CNN. “Somos uma das poucas empresas no mundo a capturar estas emissões de carbono e transformá-las em novos materiais”.

A Carbon Craft Design mistura o carbono capturado com resíduos de cimento e mármore de pedreiras para produzir telhas monocromáticos. Segundo Sidnal, o objetivo é garantir que cada telha contem pelo menos 70% de resíduos. A empresa vende as telhas a arquitetos por 29 dólares por metro quadrado – um preço alto em comparação com as telhas cerâmicas normais.

À medida que a empresa aumenta a produção, Sidnal espera reduzir os preços e produzir uma gama mais barata de telhas de carbono. “Queremos atingir o setor de preços acessíveis”, disse. “Sustentabilidade não é apenas para a elite.”

Desde o lançamento das primeiras telhas há um ano, os clientes da Carbon Craft Design incluem marcas de moda globais e empresas de arquitetura na Índia. Em novembro, a empresa reformou uma loja Adidas em Mumbai, cobrindo as paredes e o chão com as suas telhas de carbono.

O arquiteto Manan Gala, cuja empresa Bombay Contractors projetou a loja Adidas, descreve a telha de carbono como uma “vencedora” para a indústria de construção. Além de ser sustentável, “o produto tem resistência superior às telhas convencionais de cimento devido ao teor de carbono, e o toque cru e rústico confere charme ao conjunto”.

A Carbon Craft Design está atualmente a angariar investimentos e espera iniciar a distribuição na Europa este ano. Segundo Sidnal, a empresa está a ser “inundada com pedidos de dentro e fora da Índia.”

https://zap.aeiou.pt/telhas-ar-poluido-india-370105

OMS Europa recomenda reforço de medidas - Suíça prolonga confinamento

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou esta quinta-feira aos países europeus para reforçarem medidas de controlo de contágio pelo novo coronavírus face à “situação alarmante provocada pela nova variante descoberta no Reino Unido”, noticiou a agência Lusa.

Numa conferência de imprensa virtual, o diretor regional da organização, Hans Kluge, afirmou que a Europa está “num ponto de viragem” da pandemia, defendendo que “ciência, política, tecnologia e valores têm de formar uma frente unida para fazer recuar este persistente e elusivo vírus”.

Segundo a Lusa, a França conhece esta quinta-feira os pormenores sobre a campanha de vacinação contra a covid-19, após críticas à lentidão do processo e de o Governo ter adiantado que irá acelerar e simplificar as operações.

Os pormenores serão dados a conhecer numa conferência de imprensa conjunta do primeiro-ministro, Jean Castex, e do ministro da Saúde, Olivier Véran. Na terça-feira, Véran indicou que a França vai acelerar e simplificar a vacinação contra a covid-19 para “velocidade cruzeiro”, para se juntar aos parceiros europeus.

“Passámos [segunda-feira] as 2.000 vacinações, daqui até quinta-feira [hoje] vamos aumentar bastante e vamos entrar numa curva exponencial. […] Vamos amplificar, acelerar e simplificar a nossa estratégia de vacinação”, garantiu o ministro numa entrevista à rádio RTL.

O governante enfrenta desde segunda-feira críticas sobre a lentidão da vacinação no país face a outros parceiros europeus, como a Alemanha. “O ritmo de cruzeiro da vacinação vai pôr-nos ao mesmo nível dos nossos vizinhos nos próximos dias”, assegurou Olivier Véran.

A França começou por vacinar o pessoal hospitalar em risco e os residentes de lares de idosos. No entanto, o ministro anunciou terça-feira que as pessoas com mais de 75 anos que vivam fora dos lares devem começar a ser vacinadas até ao fim de janeiro.

Será ainda possível aos restantes franceses inscreverem-se para a vacinação nos próximos dias, através da aplicação TousAntiCovid, a forma que o Governo francês encontrou para esta fase de combate à pandemia do novo coronavírus.

Até quarta-feira, a França acumulou 2.705.618 casos e 66.565 óbitos. Atualmente, há 24.741 pessoas hospitalizadas infetadas com covid-19, estando 2.616 delas internadas nos cuidados intensivos.

Suíça prolonga confinamento “leve” até final de fevereiro

A Suíça vai prolongar o confinamento por mais cinco semanas, até final de fevereiro, decisão que se tornará oficial na próxima semana, após reuniões com os cantões. De acordo com o Governo, em vigor estarão já o fim das exceções para as regiões menos atingidas, com as medidas atuais a serem alargadas a todo o país a partir de sábado.

Como noticiou o Jornal de Negócios, o país adotou um confinamento mais suave, que incluía o encerramento da restauração, museus, salas de espetáculos e recintos desportivos e um apelo ao recolhimento domiciliário da população.

O prolongamento das medidas, apontou o Governo, é necessário porque “já é previsível que o número de casos não irá diminuir de forma significativa e sustentada nas próximas semanas”. O país tem registado um número de novos casos diários elevado, o que pode levar ao encerramento do comércio e à obrigatoriedade do teletrabalho.

“Temos uma maratona no que respeita a esta pandemia e agora a parte mais dura começa, com as pessoas fartas e a quererem desistir. Mas não podemos fazer isso”, afirmou o ministro da Saúde, Alain Berset da Suíça, país que soma 470.789 casos desde o início da pandemia, o que corresponde a 5,4% da população, e 7.434 mortes.

https://zap.aeiou.pt/oms-europa-reforco-medidas-suica-confinamento-371030

“É um desastre humano” - Número de hospitalizações por covid-19 bate recorde nos EUA e já falta oxigénio em Los Angeles !

Os Estados Unidos entraram no novo ano com um número recorde (e preocupante) de americanos hospitalizados com covid-19, sobrecarregando o sistema de saúde. São já mais de 131 mil os internados.

Os dados são de terça-feira e sugerem um cenário de rutura em alguns hospitais norte-americanos. Em Los Angeles, conta o Washington Post, o oxigénio já começa a escassear: as equipas médicas nas ambulâncias foram instruídas para o dosear, usando-o apenas nos doentes em pior estado ou, em caso de haver pouca probabilidade de sobrevivência, para não levarem os doentes para o hospital, tratando e declarando o óbito no local, para evitar a saturação.

“Esta ordem, emitida pelos serviços médicos de emergência do condado, é muito específica para pacientes que sofreram uma paragem cardíaca e que não podem ser reanimados no local”, disse Jeffrey Smith, diretor operacional do Cedars-Sinai Medical Center, em declarações à CNN.

“Esses pacientes têm uma taxa de sobrevivência muito baixa se forem transportados para o hospital. Portanto, neste momento, é considerado inútil“, acrescentou.

Além disso, vários hospitais daquela cidade – que tem quase 7900 doentes hospitalizados com covid-19, dos quais 21% estão nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) – têm mesmo rejeitado ambulâncias.

“Os hospitais estão a declarar desastres internos e tiveram de abrir igrejas e ginásios para servirem de unidades hospitalares. Os nossos trabalhadores de saúde estão física e mentalmente exaustos e doentes. [É um] desastre humano”, disse Hilda Solis, supervisora do condado de Los Angeles, à CNN.

Mas, de acordo com o Washington Post, é o Arizona que tem, agora, a maior taxa de hospitalizações pelo novo coronavírus do país. Na área de Atlanta, quase todos os grandes hospitais estão praticamente lotados, o que levou as autoridades estaduais à abertura de hospitais de campanha pela terceira vez durante esta crise sanitária.

“Temos tantas crises a acontecer ao mesmo tempo, em várias frentes… E todos os sinais indicam que as coisas vão ficar muito piores antes de melhorarem”, disse Saskia Popescu, epidemiologista da George Mason University, em declarações à mesma publicação norte-americana.

O período consecutivo das festas de Natal e de Ano Novo pode ter um impacto catastrófico, tendo em conta que os sintomas de covid-19 podem surgir apenas cinco a sete dias após o contágio, sendo que nas primeiras 48 horas, quando ainda nem há sintomas, há uma forte probabilidade de infetar outros contactos próximos. Isso significa que alguém que foi exposto ao vírus no Natal pode ter sido contagioso no momento em que compareceu a uma festa de Ano Novo ou em que regressou a casa.

Por outro lado, a situação nos Estados Unidos está também dependente da circulação da nova variante do vírus – que os cientistas acreditam ser mais contagiosa, mas não mortal ou resistente à vacina.

Com estimativas de que a nova estirpe poderá ser entre 10 a 70% mais transmissível, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças disseram num comunicado que “poderia levar a mais casos e provocar uma maior procura nos já limitados recursos de saúde“.

As mortes diárias e o número de casos aumentaram mais de 20% desde a semana passada, para um total de mais de 355 mil mortes e 21 milhões de infeções, e os estados com as maiores percentagens de pessoas hospitalizadas são: Arizona, Nevada, Alabama, Califórnia, Geórgia, Tennessee, Oklahoma, Mississippi, Texas e Delaware.

A situação na Califórnia tornou-se especialmente má nos últimos dias. Na terça-feira, o estado bateu um novo recorde de hospitalizações num só dia, com 22.405 pacientes infetados com covid-19, mais de 4.700 dos quais em UCI.

Funcionários de hospitais do sul da Califórnia disseram que estão a ficar sem camas nas UCI, mas também sem ventiladores, nem espaço na morgue.

Além disso, a maioria dos pacientes hospitalizados precisa de oxigénio, que está cada vez mais escasso – alguns hospitais não têm capacidade para fornecer fluxo nem pressão de ar adequadas aos pulmões dos pacientes, há poucos tanques portáteis de oxigénio nas ambulâncias e é difícil dar alta a alguns pacientes para libertar camas de hospital, porque não existem garrafas portáteis para esse efeito.

O otimismo que veio com as novas vacinas (e com o novo ano) está a chocar com a dura realidade: os Estados Unidos estão a atravessar a pior fase desde que a pandemia começou, com os resultados relativos à época festiva ainda por avaliar.

A distribuição de vacinas teve também um início lento, com cerca de 4,6 milhões de vacinados, muito aquém dos 20 milhões que a administração Trump prometeu vacinar até o final de 2020.

Os Estados Unidos, que terão novo Presidente a partir de 20 de janeiro, são o país com mais casos positivos (21.036.174) e com mais vítimas mortais (357.067) até ao momento.

https://zap.aeiou.pt/desastre-humano-hospitalizacoes-recorde-370977

 

Bolsonaro diz que o Brasil está “uma maravilha” após afirmar que estava “quebrado” !

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou esta quarta-feira que o Brasil está “uma maravilha”, um dia após ter dito que o país estava falido e que não tinha condições de remediar a crise económica causada pela pandemia de covid-19.


“Você viu a confusão ontem? Que eu disse que o Brasil estava quebrado. Não. O Brasil está bem. Está uma maravilha”, disse esta quarta-feira Bolsonaro, numa tentativa de minimizar a polémica que causou com a sua declaração na véspera sobre o estado grave das finanças do país, rebatidas por economistas e até por aliados seus.

“Aquela imprensa desavergonhada causou uma onda terrível com esse assunto. Para a imprensa o bom foi quando Lula e Dilma [ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff] gastaram com eles três mil milhões de reais por ano”, acrescentou Bolsonaro.

O líder falou sobre a polémica a um grupo de apoiantes que o esperava em frente ao Palácio da Alvorada, a sua residência oficial em Brasília.

O ministro da Economia do país, Paulo Guedes, que estava de férias, decidiu conceder uma entrevista para esclarecer a declaração do Presidente brasileiro.

Guedes justificou o comentário de Bolsonaro dizendo que a falência citada pelo chefe de Estado se refere às contas públicas e não à situação da economia do país em geral.

“Ele está se referindo obviamente à situação do setor público, que está em uma situação financeira difícil, pois, depois dos excessos de gastos dos governos anteriores, foi derrubado o primeiro governo que vinha falando em corte brusco de gastos por causa da pandemia. Estamos reconhecendo a dificuldade da situação, mas estamos enfrentando”, disse Guedes.

De acordo com as últimas projeções do Governo e dos economistas, o Brasil encerrou 2020 com uma contração económica de cerca de 4,5%, a maior em várias décadas, mas um percentual bem menor do que o esperado nos primeiros meses da pandemia.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-brasil-maravilha-quebrado-370945

 

“Ataque sem precedentes à democracia” faz 4 mortos ! Biden confirmado como Presidente, Trump aceita !

O Congresso confirmou no início desta quinta-feira a eleição de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos. Donald Trump aceita a derrota, apesar de não concordar.

Joe Biden já tem os votos necessários para ser, oficialmente, escolhido para Presidente dos Estados Unidos. O candidato democrata já tinha obtido 306 votos do colégio eleitoral, contra os 232 de Donald Trump. Bastavam 270 votos para assegurar a presidência norte-americana.

Mike Pence, republicano que preside aos trabalhos no Congresso – e que ainda é vice-Presidente -, confirmou esta quinta-feira a vitória de Biden-Harris.

O Presidente cessante Donald Trump já reagiu à notícia, pondo um ponto final ao impasse, num comunicado colocado no Twitter por um membro da sua administração, Dan Scavino (diretor de comunicações).ganhou a segunda volta das eleições no estado norte-americano da Geórgia, tornando-se o mais jovem senador dos Estados Unidos e garantindo a maioria democrata do Senado, noticia a Associated Press.

Com 33 anos, Ossoff derrotou o republicano David Perdue, de 71, que ocupou o assento nos últimos seis anos e tinha o forte apoio do Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump. “Geórgia, obrigado pela confiança que me concederam”, dissera já hoje o candidato, numa breve declaração em que reivindicara a vitória.

Com a vitória de Ossoff, os democratas assumem o controlo do Senado dos Estados Unidos, dando a Joe Biden o apoio das duas câmaras do Congresso, quando assumir o cargo de Presidente a 20 de janeiro.

O estado da Geórgia realizou na terça-feira a segunda volta das eleições para os dois assentos que detém no Senado dos Estados Unidos, uma eleição decisiva para saber quem controlará a câmara alta do Congresso.

Um dos dois lugares fora já garantido pelo democrata Raphael Warnock, que bateu a senadora republicana Kelly Loeffler, tornando-se o primeiro senador negro na história do estado conservador.

Com esta dupla vitória na Geórgia, os democratas obtêm 50 lugares no Senado, tal como os Republicanos. Mas, tal como previsto na Constituição, a futura vice-presidente Kamala Harris teria o poder de “desempatar”, fazendo pender o equilíbrio da balança para os democratas.

Invasão do Capitólio faz quatro mortos

Pelo menos quatro pessoas morreram na quarta-feira na invasão do Capitólio, em Washington, anunciou a polícia citada pela agência de notícias Associated Press (AP).

A polícia da capital dos Estados Unidos usou armas de fogo para proteger congressistas e a AP já tinha dado conta da morte de uma mulher, alvejada no interior do Capitólio. A mesma força adiantou agora que mais três pessoas morreram no hospital.

A polícia deu ainda conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante as horas de ocupação do edifício do Capitólio.

A mulher foi alvejada no início da quarta-feira quando a multidão tentou arrombar uma porta barricada no Capitólio, onde a polícia estava armada do outro lado. A mulher foi hospitalizada com um ferimento de bala e morreu mais tarde.

Jim Lo Scalzo / EPA

Quatro horas após o início dos incidentes, as autoridades declararam que o edifício do Capitólio estava em segurança.

Apoiantes do Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, entraram em confronto com as autoridades e invadiram o Capitólio, em Washington, na quarta-feira, enquanto os membros do Congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.

A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA foi interrompida devido aos distúrbios provocados pelos manifestantes pró-Trump no Capitólio, e as autoridades de Washington decretaram o recolher obrigatório entre as 18h e as 6h locais. O debate no Senado foi retomado pelas 20h.

Facebook e Twitter bloqueiam contas de Trump

A redes sociais Facebook e o Twitter suspenderam a conta de Donald Trump, na sequência da violência no Capitólio provocada pelos apoiantes do Presidente cessante norte-americano.

“Encontrámos duas infrações às nossas regras na página do Presidente Donald Trump que resultaram numa suspensão de 24 horas, o que significa que não pode publicar na plataforma durante este período”, indicou o grupo californiano, numa mensagem na rede social Twitter.

O Facebook e o Twitter retiraram um vídeo do republicano a pedir aos manifestantes para “regressarem a casa”, mas no qual declarava também que a eleição tinha sido roubada sem apresentar provas.

“Foram eleições fraudulentas e não as podemos entregar nas mãos destas pessoas. Mas temos de ter paz. Ide para casa, adoramos-vos, vocês são muito especiais. Sei como se sentem, mas ide para casa. Ide em paz”, disse Trump.

“Temos uma eleição que nos foi roubada. Todos o sabem, especialmente o outro lado. Mas vocês têm de ir para casa, temos de ter paz. Não queremos ninguém ferido. Estes são tempos difíceis como não há memória. Isto foi-nos tirado. Foi tirado a vocês, a mim, ao nosso país”, disse.

O Twitter ameaçou suspender permanentemente a conta de Trump, depois de ter retirado três tweets do Presidente cessante e o mesmo vídeo. Esta é a primeira vez que a plataforma remove os tweets de Trump por razões que não os direitos de autor.

“A conta @realDonaldTrump será bloqueada durante 12 horas após a remoção destes tweets. Se estes tweets não forem eliminados [pelo seu autor], a conta permanecerá bloqueada”, explicou o Twitter.

“Esta é uma situação de emergência e estamos a tomar medidas de emergência apropriadas, incluindo a remoção do vídeo do Presidente Trump que acaba por contribuir para o risco de violência em vez de a diminuir”, disse o vice-presidente do Facebook, responsável pela integridade da plataforma, Guy Rosen.

A conta de Trump foi também bloqueada na aplicação Instagram.

As reações à invasão do Capitólio

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os violentos protestos ocorridos no Capitólio foram “um ataque sem precedentes à democracia” do país e instou Donald Trump a pôr fim à violência.

A líder da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, defendeu que a certificação do Congresso da vitória eleitoral de Joe Biden iria mostrar ao mundo a verdadeira face do país.

O ex-Presidente Barack Obama considerou que os episódios de violência eram “uma vergonha”, mas não “uma surpresa”.

O também antigo Presidente Bill Clinton denunciou um “ataque sem precedentes” contra as instituições do país “alimentado por mais de quatro anos de política envenenada”.

O governo português condenou os incidentes, à semelhança da Comissão Europeia, do secretário-geral da NATO e dos governos de vários outros países.

https://zap.aeiou.pt/democratas-senado-biden-confirmado-370944

 

Há um país que já está livre da covid-19 - Pode ser o primeiro do mundo a ficar totalmente vacinado !

Um aglomerado de ilhas no Oceano Pacífico é um dos poucos locais no planeta Terra que se encontra totalmente livre da covid-19 e, por isso, pode tornar-se num dos primeiros países do mundo a ter a população totalmente vacinada contra a doença.


A República de Palau, um arquipélago que conta com cerca de 18 mil habitantes, recebeu no passado sábado a primeira remessa da vacina desenvolvida pela empresa farmacêutica americana Moderna. O processo de vacinação começou no dia seguinte, anunciou o Ministério da Saúde de Palau no Twitter.

A primeira remessa incluiu 2800 doses da vacina, que serão administradas em duas injeções, com o intervalo de 28 dias. Os profissionais de saúde, os funcionários que trabalham na linha da frente e os grupos mais vulneráveis serão os primeiros a receber a vacina, revela a CNN.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, até ao momento, Palau não registou um único caso de coronavírus, nem nenhuma morte relacionada com a doença.

Em janeiro, quando o vírus começou a espalhar-se pela Ásia e Pacífico, Palau foi um dos primeiros países a implementar medidas de controlo das fronteiras. Estas foram totalmente fechadas em março e a nação começou a testar os cidadãos com o objetivo de detetar o vírus o mais rápido possível e, dessa forma, encontrar uma maneira que evitasse a sua disseminação.

Uma das grandes vantagens deste arquipélago é o seu tamanho, factor que pode ter sido crucial no facto do vírus não ter conseguido lá chegar. A República do Palau cobre uma área de apenas 459 quilómetros quadrados – o que representa cerca de um sexto do tamanho de Rhode Island, o menor estado dos EUA.

O tamanho reduzido também coloca Palau numa posição privilegiada para estar entre os primeiros países a serem vacinados contra a covid-19, de acordo com o ministro da Saúde no país, Ritter Udui.

“Temos sorte de estar numa posição onde temos acesso às vacinas através do OWS, e o  nosso tamanho também torna mais fácil implantarmos o programa”, disse Udui, tendo em conta que Palau tem acesso ao programa de vacinação da covid-19 dos Estados Unidos, conhecido como Operation Warp Speed.

“Não é obrigatório receber a vacina, por isso a nossa meta é vacinar pelo menos cerca de 80% da população. Esperamos assim obter imunidade de grupo”, revelou Udui.

Palau planeou, inicialmente, ter o processo de vacinação concluído até maio, mas Udui prevê que esse prazo “provavelmente será estendido” devido a uma desaceleração na distribuição dos EUA.

A ilha do Pacífico escolheu a vacina da Moderna para iniciar o processo de vacinação porque esta pode ser armazenada numa arca frigorífica comum, disse o ministro da Saúde.

Inicialmente, a ilha não tinha condições para armazenar a vacina da Pfizer devido às temperaturas que esta exige, no entanto, Udui confirmou que Palau recebeu pelo menos uma unidade de armazenamento refrigerado no final de dezembro, que tem capacidade para armazenar até 5000 doses desta injeção.

https://zap.aeiou.pt/pais-livre-covid-vacinado-370472

 

Apoiantes de Trump invadem Capitólio - Mayor de Washington decreta recolher obrigatório !

O presidente da Câmara de Washington D.C. ordenou recolher obrigatório e o Capitólio fechou as portas, depois de manifestantes pró-Trump terem invadido o Congresso dos EUA.


A polícia do Capitólio pediu ajuda a outras forças policiais, para lidar com os milhares de manifestantes pró-Trump que se juntaram em frente ao Capitólio, forçando a entrada no Congresso e obrigando à interrupção dos trabalhos de contagem de votos do Colégio Eleitoral, para validar a eleição do democrata Joe Biden.

O presidente da Câmara de Washington ordenou o recolher obrigatório a partir das 18:00 (23:00 em Lisboa), para ajudar no esforço das forças de segurança para conter os milhares de manifestantes que se concentraram no Capitólio.

As forças de segurança deram máscaras anti-gás aos legisladores que estavam em trabalho e começaram a evacuar a Câmara de Representantes e o Senado, tentando também retirar das instalações o vice-Presidente, Mike Pence, que liderava a sessão de contagem de votos.

Vários congressistas, senadores e outros funcionários do Capitólio, além de jornalistas que estão no local, começaram a usar máscaras de gás. Os membros da Câmara dos Representantes e do Senado foram levados para uma localização segura, que não foi revelada.

Um embrulho suspeito foi também retirado da área do capitólio, segundo as autoridades.

Os confrontos entre manifestantes e a polícia do Capitólio obrigou à chamada de várias forças de segurança, incluindo o serviço secreto, por causa da presença de Mike Pence.

Milhares de manifestantes tinham-se reunido hoje em Washington, protestando e contestando a vitória do democrata Joe Biden.

Num comício em frente à Casa Branca, Trump pediu aos manifestantes para se dirigirem para o Capitólio e fazer ouvir a sua voz, em protesto do que considera ser uma “fraude eleitoral”, tendo mesmo dito que “nunca” aceitaria a sua derrota nas eleições de 03 de novembro.

Os manifestantes obedeceram ao comando do Presidente cessante e dirigiram-se para o Capitólio, tendo mesmo forçado a oposição da polícia, que tentou impedir a sua entrada no edifício.

Os trabalhos de discussão da contagem de votos eleitorais ficaram assim, para já suspensos, enquanto canais televisivos transmitem imagens de distúrbios nas escadas do Capitólio.

Vários legisladores, incluindo republicanos, usam as suas contas na rede social Twitter para criticar a ação dos manifestantes, dizendo que não se vão deixar intimidar pela sua presença ou pelos seus apelos para que a contagem de votos do Colégio Eleitoral seja rejeitada.

“Por favor apoiem a nossa Polícia do Capitólio e as forças de segurança. Eles estão verdadeiramente do lado do nosso País. Mantenham-se pacíficos!”, escreveu Trump numa mensagem na sua conta na rede social Twitter.

https://zap.aeiou.pt/apoiantes-trump-invadem-capitolio-370902

Último “ataque” à vida selvagem - Trump vai leiloar refúgio no Ártico para perfuração de petróleo !

A administração de Donald Trump vai leiloar, esta quarta-feira, partes do refúgio nacional de vida selvagem do Ártico a perfuradores de petróleo. Este é um dos seus últimos “ataques” à vida selvagem enquanto Presidente dos EUA.


As terras na planície costeira do norte do Alasca acolhem ursos polares e outros animais que se encaixam neste meio ambiente, dos quais as comunidades indígenas dependem e consideram sagrados.

Contudo, há muito tempo que a indústria do petróleo mostra interesse pela região, suspeitando que esta sustenta milhões de barris da substância. Agora, o presidente Donald Trump vai leiloar as terras para as que estas possam ser exploradas por grandes empresas.

No entanto, de acordo com o The Guardian, depois de uma grande parte do refúgio, conhecido como ANWR, ser vendido a empresas de energia, será difícil recupera-la.

A perfuração a oeste do refúgio, em Prudhoe Bay, tem alimentado o desenvolvimento económico do qual o estado dependia para encher os cofres e emitir cheques anuais para os residentes. Essa extração constante teve um grande impacto ambiental e levou ao derramamento de óleo mais prejudicial da história, quando o petroleiro Exxon Valdez lançou no mar milhões de barris na costa sul do Alasca em 1989.

O presidente Dwight Eisenhower designou o refúgio ártico em 1960 e, nas décadas seguintes, a indústria e os republicanos pressionaram perfurações na região, enquanto os EUA tentavam reduzir a sua dependência de fornecedores do Médio Oriente. Este impulso continua, embora o petróleo agora seja abundante.

A vontade de arrendar as terras já não é de agora, e Donald Trump argumenta que os ganhos do governo com a perfuração no refúgio poderiam ajudar a pagar os cortes de impostos propostos.

A administração do atual presidente defende que o desenvolvimento do projeto poderia gerar 900 milhões de dólares, embora uma análise do grupo Taxpayers for Common Sense, tenha concluído que a exploração no Alasca traria apenas uma fração desse montante – não mais do que 27,6 milhões.

Os contribuintes defendem que o governo não deveria arrendar terras públicas para a exploração de petróleo e gás, sobretudo numa altura em que a procura por petróleo diminui, uma vez que as empresas fecharam e as pessoas utilizaram menos transportes.

Ainda assim, na segunda-feira, a administração de Trump anunciou que expandiu dramaticamente a área onde o governo pode arrendar áreas públicas para perfuração de petróleo a oeste da ANWR. O plano permite perfurar 82% da Reserva Nacional de Petróleo-Alasca.

Neste sentido, foram vários os Grupos nativos do Alasca que lutaram contra as propostas de perfuração da ANWR com ações judiciais. Para os Gwich’in, indígenas do Alasca que migraram ao lado dos caribus e dependiam destes como fonte de alimento, a luta é ainda mais intensa.

Os defensores do urso polar consideram que a estratégia também pode ser crítica para a espécie que está em vias de extinção e poderá ver o seu meio ambiente ser reduzido. O número de ursos polares no Alasca e no oeste do Canadá diminuiu 40% entre 2001 e 2010, alertou Steven Amstrup, cientista-chefe da Polar Bears International.

Ken Whitten, ex-biólogo do Alasca, também reforça que a perfuração provavelmente irá deslocar a vida selvagem.

“Somos um país rico. Podemos deixar algumas áreas em paz”, apela Whiteen.

https://zap.aeiou.pt/trump-leiloar-refugio-artico-370814

 

Índia classifica defensores de direitos indígenas como “terroristas” !

O Governo indiano tem detido e acusado ativistas e defensores dos povos indígenas e de castas oprimidas, classificando-os como terroristas e mantendo-os encarcerados durante meses, sem acesso à justiça.


Num artigo publicado na segunda-feira no Scientific American, Virginius Xaxa relatou o exemplo do padre jesuíta Stan Swamy, de 83 anos, portador da doença de Parkinson, que foi detido na sua casa, no estado indiano de Jharkhand, a 08 de outubro de 2020, sob uma lei de combate ao terrorismo – Lei de Prevenção de Atividades Ilícitas (UAPA).

A lei em causa foi criticada por um grupo de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), devido ao facto de permitir que o estado indiano classifique os dissidentes como terroristas e os mantenha detidos durante meses, sem acesso à justiça.

Swamy faz parte do grupo de dezenas de indivíduos – entre esses advogados, escritores, académicos e jornalistas – detidos e acusados no âmbito da UAPA por incitar a violência, por ligações com maoístas e outros crimes graves. Praticamente todos são defensores dos direitos humanos, especialmente dos adivasis (povos indígenas) e dos dalits (membros de castas oprimidas).

Desde o início da década de 1990, Swamy tem ajudado os adivasis, que enfrentam perseguição e habitam das regiões mais ricas em recursos naturais. A instalação de minas, indústrias, centrais elétricas e barragens nesses locais resultou na perda de floresta e biodiversidade, na fragilidade dos ecossistemas e na poluição do ar e da água.

Em 1991, quando a Índia iniciou reformas económicas, atraindo investimento para áreas ricas em minerais, os campos antes produtivos foram transformados em extensões de resíduos de mineração e os cursos de água a ficarem secos ou poluídos. Milhões de adivasis foram forçados a deixar as suas casas.

Em 2014, estes representavam apenas 8% dos indianos, mas tinham quatro vezes mais probabilidade de serem deslocados devido ao desenvolvimento, apesar da Constituição indiana e das leis que os protegem. Os governadores dos estados regulares, como Jharkhand, têm conselhos específicos para tratar questões tribais e poderes executivos para revogar ou emendar leis com impacto adverso. Outras leis nacionais garantem o seu direito de auto-governação e de proteger as suas terras e florestas.

Contudo, segundo Virginius Xaxa, sucessivos governos têm falhado na aplicação dessas leis. Os adivasis tentam assegurar as mesmas, através de protestos e ações judiciais, iniciativas às quais as autoridades nacional e estatal respondem com violência, sendo os manifestantes autuados e mantidos presos, sem julgamento, durante anos.

Bagaicha, organização fundada por Swamy, encontrou 3.000 desses prisioneiros adivasis em Jharkhand, em 2016, concluindo que 97% dos acusados ​​de maoísmo eram inocentes. Com a ajuda do advogado Sudha Bharadwaj – que está sob custódia da UAPA há dois anos -, ajudou esses reclusos a obterem julgamentos mais rápidos e representação no tribunal.

O governo sempre considerou os defensores dos adivasis como adversários, intimidando-os e interrompendo o seu trabalho. Contudo, notou Virginius Xaxa, nunca como agora o Governo deteve tantos defensores dos direitos humanos ao mesmo tempo.

https://zap.aeiou.pt/india-defensores-direitos-indigenas-terroristas-370458

 

ovem norte-americano recebeu uma vacina que ia para o lixo !

Depois de ter percebido que lhe restavam duas doses da vacina, cuja validade ia expirar, uma farmacêutica de um supermercado de Washington ofereceu-as a um estudante de Direito e a um amigo. O jovem publicou um vídeo no TikTok que se tornou viral.


O vídeo de um estudante norte-americano a receber uma dose da vacina contra a covid-19 tornou-se viral no TikTok, por ter sido administrada a alguém fora do grupo populacional prioritário. A situação em causa ocorreu na cidade de Washington e conta já com mais de 700 mil visualizações, segundo a agência de notícias AFP.

Uma farmacêutica de um supermercado, apercebendo-se que lhe restavam duas doses da vacina que iam expirar, ofereceu-as a um estudante de direito e a um amigo. “Ela virou-se para nós e disse: Eu tenho doses da vacina e vou ter de as deitar fora se não as der”, contou o estudante ao canal NBC.

A campanha de vacinação, que começou em meados de dezembro nos Estados Unidos, destina-se nesta fase aos profissionais de saúde, de acordo com as recomendações das autoridades americanas.

O jovem agradeceu o gesto da farmacêutica e publicou o vídeo no TikTok, tendo tido até ao momento mais de 733 mil visualizações. “É importante, quando existe tanta desinformação por aí, que as pessoas possam ver uma coisa boa e positiva. Devemos estar entusiasmados por poder lutar contra a pandemia”, sublinhou.

A rede de supermercados Giant ressalvou que a farmacêutica respeitou as diretrizes das autoridades sanitárias, uma vez que os profissionais de saúde não se apresentaram para receber essas doses.

De acordo com os Centros para Controlo e Prevenção de Doenças, mais de 4,5 milhões de pessoas receberam a primeira dose de uma das vacinas para a covid-19 nos Estados Unidos. Só as vacinas desenvolvidas pela Pfizer-BioNTech e Moderna são autorizadas no país até o momento.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.843.631 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela AFP.

https://zap.aeiou.pt/jovem-norte-americano-vacina-itiktok-370680

Trump não será bem-vindo à Escócia devido à pandemia, avisa primeira-ministra

A primeira-ministra escocesa avisou o Presidente cessante dos Estados Unidos que o confinamento em vigor no país, onde o norte-americano possui campos de golfe, não permitirá que este se desloque à Escócia no final do seu mandato.


A afirmação de Nicola Sturgeon surge após informações na imprensa que dão conta da possibilidade de Donald Trump visitar a Escócia após terminar o mandato como Presidente dos Estados Unidos, a 19 deste mês, um dia antes de o Presidente eleito, Joe Biden, tomar posse.

Segundo o jornal escocês Sunday Post, o aeroporto de Prestwick, no leste da Escócia, foi notificado para a chegada, nesse dia, do Boeing 757 que o ainda Presidente norte-americano às vezes utiliza.

Alimentando especulações sobre uma possível visita, o jornal escocês citou uma atividade intensa no aeroporto de Prestwick com aviões da Força Aérea dos Estados Unidos, que efetuaram uma “missão de reconhecimento” ao Trump Turberry, um dos dois complexos de campos de golfe que o Presidente cessante possui no país.

Contactado pela agência France-Presse (AFP), um porta-voz do aeroporto escocês indicou que se espera uma visita do republicano este mês.

Interrogada sobre o assunto numa conferência de imprensa, a primeira-ministra escocesa indicou não ter “nenhuma ideia dos projetos de viagem” de Trump.

“Espero que o seu projeto imediato seja deixar a Casa Branca. Mas atualmente não permitimos que as pessoas venham para a Escócia, exceto em viagens essenciais“, afirmou Sturgeon, um dia depois de a Escócia ter endurecido as condições de confinamento devido à pandemia de covid-19.

“Isso aplica-se a ele como a qualquer outra pessoa. […] Vir para jogar golfe é uma razão que eu não consideraria essencial”, acrescentou a líder do Executivo escocês.

A Escócia endureceu as medidas na mesma altura em que Inglaterra decidiu decretar um confinamento de seis semanas para conter a aceleração da pandemia de covid-19. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que o país está num “momento crítico”, sobretudo devido ao avanço da nova variante do coronavírus, considerada mais contagiosa.

Atualmente, há ainda muita especulação sobre o que Trump, que continua a recusar a derrota nas eleições Presidenciais, fará no dia da tomada de posse de Biden. Se não comparecer na cerimónia, irá contrariar uma tradição com mais de um século.

https://zap.aeiou.pt/trump-nao-sera-bem-vindo-escocia-370673

TraceTogether - Em Singapura, a polícia pode usar os dados da aplicação de rastreio da covid-19

A TraceTogether é um dos melhores exemplos de que as aplicações de rastreio da covid-19 podem mesmo ser eficazes. No entanto, tem sido alvo de muitas críticas na última semana, depois de o Governo da Singapura ter confirmado que os dados dos cidadãos que usam a app podem ser utilizados pela polícia.


De acordo com o Engadget, uma recente atualização na política de privacidade da TraceTogether permite às autoridades de Singapura aceder aos dados que os cidadãos colocam na aplicação, equivalente à portuguesa StayAway Covid.

Antes, lia-se no site oficial da app que “os dados recolhidos” não seriam partilhados com outros utilizadores e “seriam apenas usados para rastreio de contactos”. Agora, segundo o portal especializado, lê-se que os dados podem ser usados “em circunstâncias em que a segurança dos cidadãos tenha sido ou possa ser afetada”.

Esta atualização terá aparecido depois de Desmond Tan, ministro dos Assuntos Internos, ter dito durante uma conferência de imprensa que a polícia de Singapura podia ter acesso aos dados da aplicação, como número de telemóvel e identificador único, em caso de emergência.

“A Força Policial de Singapura tem poderes para obter quaisquer dados, incluindo os da TraceTogether, para investigações criminais“, disse, citado pela Reuters.

Vivian Balakrishnan, ministro dos Assuntos Estrangeiros da Singapura, disse esta terça-feira que o facto de os dados da TraceTogether poderem ser usados em caso de emergência não é uma exceção, uma vez que todos os dados recolhidos no país podem ser utilizados pelas autoridades quando estão a investigar crimes sérios.

Há outros exemplos de dados sensíveis como registos telefónicos ou bancários [que são utilizados]”, explicou, frisando que são casos muito raros.

À semelhança de outros Governos, incluindo o português, o Governo de Singapura lançou a TraceTogether numa tentativa de diminuir o número de contágios de covid-19. Neste país, e ao contrário do que acontece na grande maioria dos países, a app tem sido um sucesso.

Atualmente, mais de 3,8 milhões de pessoas usam a TraceTogether (quase 68% da população), um número que aumentou depois de o Governo ter sugerido que a adesão em massa poderia acelerar o alívio de restrições.

https://zap.aeiou.pt/singapura-policia-dados-app-rastreio-370650

 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Europa aprova vacina da Moderna - Vacinação a várias velocidades leva a troca de acusações !

A Agência Europeia do Medicamento (EMA, sigla em inglês) aprovou a vacina experimental contra a covid-19 produzida pela empresa de biotecnologia norte-americana Moderna para uso nos Estados-Membro da União Europeia (UE). Esta é a segunda vacina a ser aprovada pelo regulador.

De acordo com um comunicado publicado no seu site, a Agência Europeia do Medicamento aprovou a vacina experimental da Moderna, dando-lhe “uma autorização de venda condicional” para ser administrada em pessoas com 18 anos ou mais.

A decisão foi feita numa reunião com os especialistas da EMA sobre a vacina experimental contra a covid-19 produzida pela empresa de biotecnologia norte-americana Moderna.

Os peritos reuniram-se na segunda-feira, antecipando-se em dois dias à reunião que já estava marcada, mas decidiram prosseguir as discussões esta quarta-feira. Na terça-feira, o regulador europeu indicou que os especialistas estavam “a trabalhar arduamente para esclarecer questões pendentes com a empresa”.

Esta é a segunda vacina autorizada na União Europeia (UE), depois da do consórcio Pfizer-BioNTech, que começou a ser administrada a 27 de dezembro em Portugal e noutros países europeus.

Troca de acusações na UE

O processo de vacinação nos vários países da UE está a decorrer a um ritmo mais lento e a várias velocidades, o que tem levado a algumas trocas de acusações na Comissão Europeia.

De acordo com Markus Söder, líder da União Social Cristã da Alemanha, a Comissão Europeia atrapalhou o processo de obtenção de doses de vacina suficientes e de aprovação para uso em todo o bloco.

“Obviamente, o procedimento de compra europeu foi inadequado”, disse Söder, que lidera o estado da Baviera, em declarações ao Bild am Sonntag. “É difícil explicar que uma vacina muito boa é desenvolvida na Alemanha, mas é vacinada mais rapidamente noutros lugares”, acrescentou, referindo-se à vacina da Pfizer-BioNTech.

Mueller / MSC / Wikimedia

Markus Söder, presidente do estado alemão da Baviera

“A Comissão Europeia provavelmente planeou muito burocraticamente: poucos foram encomendados e os debates sobre preços prolongaram-se durante muito tempo”, disse Söder sobre os atrasos.

“O fator tempo é crucial”, disse Söder. “Se Israel, os EUA ou o Reino Unido estão muito à frente de nós em vacinação, também beneficiarão economicamente. A questão de como atravessamos o coronavírus economicamente está intimamente relacionada com a rapidez com que terminamos com a vacinação”.

A Comissão Europeia defendeu-se, apontando para a enorme demanda global por uma vacina. “O problema no momento não é o volume de pedidos, mas a escassez mundial de capacidade de produção”, disse a comissária de saúde Stella Kyriakides, em declarações à AFP.

Uğur Şahin, CEO da BioNTech, disse que a sua empresa está a trabalhar para aumentar a produção, mas que “não é tão rápido e simples” trabalhar na Europa como noutros lugares.

No domingo, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que esperava ter dezenas de milhões de vacinações realizadas nos primeiros meses do ano, enquanto as autoridades em Israel disseram que dois milhões de pessoas deveriam ser vacinadas até ao final de janeiro.

Países Baixos criticados por atraso na vacinação

De acordo com a Associated Press, o Governo dos Países Baixos foi fortemente criticado na terça-feira por causa do plano de vacinação covid-19 que tem as primeiras vacinas programadas para serem administradas esta quarta-feira, tornando-o no último país da UE a iniciar a vacinação.

O primeiro-ministro Mark Rutte admitiu que o Governo se concentrou nos preparativos da vacina da AstraZeneca, que ainda não foi aprovada para uso na UE – e não na vacina produzida pela Pfizer-BioNTech.

“Isto é ultrajante”, afirmou Geert Wilders, líder do maior partido da oposição holandesa. “Não é uma estratégia, mas o caos – o caos total – e os preparativos foram pobres e tardios”, acrescentou, dizendo que a Holanda é “a aldeia idiota da Europa”.

Rutte lamentou a falta de agilidade do Governo em adaptar os preparativos. “Estou muito desapontado por estarmos duas semanas atrasados”, disse.

As vacinações holandesas começaram esta quarta-feira, com funcionários em lares de idosos, pessoas com deficiência e profissionais de saúde da linha de frente. A enfermeira holandesa Sanna Elkadiri, de 39 anos, que trabalha numa residência onde cuida de pessoas com demência, foi a primeira pessoa a ser vacinada nos Países Baixos. “Este é o princípio do fim desta crise”, disse o ministro da Saúde.

Os Países Baixos entraram num confinamento severo em meados de dezembro, com restrições que fecharam todas as escolas, bares, restaurantes, teatros e outros locais públicos. As taxas de infeção diminuíram nos últimos dias, mas permanecem entre as mais altas da Europa.

França muda de estratégia

Tal como a maioria dos Estados-membros da UE, França começou a vacinar a sua população a 27 de dezembro. Porém, nos primeiros seis dias da campanha de vacinação, apenas foram inoculadas 516 pessoas.

Segundo a AP, a abordagem cautelosa de França parece ter saído pela culatra, reacendendo a raiva sobre a forma como o Governo está a lidar com a pandemia.

O ministro da saúde prometeu, na segunda-feira, aumentar o ritmo e fez um apelo público tardio em nome da vacina, dizendo que oferece uma “hipótese” a França e ao mundo para vencerem uma pandemia que já matou mais de 1,8 milhão pessoas.

Ludovic Marin / EPA

O Presidente de França, Emmanuel Macron

A lenta implantação da vacina da Pfizer-BioNTech foi atribuída à má gestão, falta de pessoal durante as férias e uma complexa política de consentimento projetada para acomodar o ceticismo incomumente amplo sobre a vacina entre o público francês.

“É um escândalo estatal”, disse Jean Rottner, presidente da região Grand-Est, no leste de França, onde as infeções estão a aumentar e alguns hospitais estão lotados. “Ser vacinado está a tornar-se mais complicado do que comprar um carro”.

OMS recomenda que 2.ª dose seja “atrasada”

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou esta terça-feira que a administração da segunda dose da vacina da Pfizer-BioNTech seja “atrasada algumas semanas” em situações excecionais, para permitir que mais pessoas possam ter acesso à primeira dose.

A recomendação resulta da reunião desta terça-feira do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE), que reúne 26 especialistas de várias áreas e diversos países e que, nos últimos meses, tem analisado a informação sobre as vacinas contra a covid-19.

Em conferência de imprensa, o responsável do SAGE, o mexicano Alejandro Cravioto, adiantou que os especialistas recomendaram que, em circunstâncias excecionais de fornecimento, a vacina da Pfizer-BioNTech seja administrada “entre 21 e 28 dias”. A recomendação de atrasar a segunda dose “em algumas semanas” permitiria “maximizar o número de pessoas que podem beneficiar da primeira dose” desta vacina, referiu Cravioto.

Também esta terça-feira a Agência Europeia de Medicamentos desaconselhou adiar a segunda dose da vacina Pfizer-BioNTech além dos 42 dias, numa altura em que Alemanha e Bélgica admitem administrar a primeira dose a mais pessoas e adiar a segunda além dos 21 dias prescritos.

O organismo, que trata da avaliação técnica das vacinas na UE, destaca que “os vacinados podem não estar totalmente protegidos até sete dias após a segunda dose“, como indicou a Pfizer após os ensaios clínicos, disse à agência espanhola EFE a porta-voz da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Sophie Labbe.

No entanto, a EMA não proíbe estender a administração da segunda dose da vacina da Pfizer contra a covid-19 até aos 42 dias.

https://zap.aeiou.pt/vacinacao-varias-velocidades-370628

 

Casos de “bebés roubados” durante décadas em Espanha vão ser investigados !

O Ministério Público espanhol vai investigar os presumíveis casos de roubo de quase 60 bebés ocorridos entre 1952 e 1987 em Espanha, na sequência de uma denúncia coletiva feita recentemente por várias associações de vítimas, foi esta terça-feira divulgado.


O procurador-chefe do Secretariado Técnico do Ministério Público espanhol, Álvaro Ortiz, enviou uma carta à porta-voz da Plataforma Fórum Internacional de Vítimas de Desaparecimentos Infantis Forçados, Maria Mercedes Bueno, a informar que as autoridades espanholas irão investigar estes eventuais casos, segundo avançou a agência EFE.

Na missiva, datada de 4 de janeiro, Álvaro Ortiz comprometeu-se a dar início a um “processo de coordenação para o acompanhamento centralizado de todas as ações realizadas e da análise conjunta das informações”, com o objetivo de “apurar o alcance e a relevância criminal dos factos recolhidos na denúncia”.

O representante indicou que este processo pretende “manter uma coordenação necessária” e “unificar as ações do Ministério Público em todo o país”.

Várias associações de vítimas apresentaram no passado dia 19 de novembro junto do Ministério Público espanhol uma denúncia conjunta para que fossem investigados 58 alegados casos de roubo e sequestro de recém-nascidos ocorridos em várias comunidades espanholas entre 1952 e 1987.

Ao longo dos anos, muitos destes casos foram denunciados a outros órgãos e entidades competentes, mas sem qualquer resultado ou desenvolvimento.

No documento apresentado em novembro passado, as várias associações denunciaram que estes 58 casos envolvem, por exemplo, crimes de violência de género, de alteração de filiação ou de desaparecimento forçado de crianças.

Ainda no âmbito destes presumíveis casos, as associações de vítimas denunciaram crimes contra a humanidade, falsificação de documentos e partos simulados, bem como destacaram a violação dos direitos da mulher com base em tratados e convenções internacionais assinados por Espanha.

Na mesma carta, Álvaro Ortiz expressou “o especial compromisso” do Ministério Público em “dar respostas a todas as mães, filhos e famílias que suspeitam terem sido vítimas” de um alegado caso de roubo ou sequestro, realçando, porém, “as evidentes” dificuldades associadas a este tipo de investigação.

Como tal, frisou o representante, é necessária uma “investigação completa, eficaz e eficiente” de todos os casos, incluindo daqueles que já foram posteriormente investigados e que poderão ser reabertos caso sejam descobertos “novos indícios”.

As associações que avançaram com a denúncia coletiva saudaram, entretanto, a decisão do Ministério Público espanhol, manifestando uma esperança que “desta vez uma investigação completa seja realizada”.

“Esta decisão representa um grande avanço para as vítimas”, disse o diretor da Fundação Internacional Baltasar Garzón (FIBGAR), Rodrigo Lledó, citado pela EFE.

https://zap.aeiou.pt/bebes-roubados-espanha-investigados-370618

 

Polícia que baleou Afro-AmericanoJacob Blake não vai ser acusado !

Nenhum agente da polícia será processado pelos ferimentos sofridos pelo afro-americano Jacob Blake, que ficou paralisado da cintura para baixo depois de ter sido baleado sete vezes nas costas.


Rusten Sheskey, que trabalha no departamento de polícia de Kenosha há sete anos, foi identificado como o agente captado em vídeo a disparar sete vezes nas costas de Jacob Blake. Segundo a BBC, o agente da polícia não vai ser acusado de qualquer crime.

A procuradoria local concluiu que, com base nas provas recolhidas, nem Sheskey nem os outros agentes policiais que estavam com ele devem responder em tribunal pelo sucedido.

Em sua defesa, Sheskey disse que temia que a vítima estivesse a tentar raptar uma criança que estava sentada no banco de trás. A polícia de Kenosha afirma que Jacob Blake estava armado, tendo sido encontrada uma arma branca no chão do automóvel, e que Sheskey ordenou várias vezes que a vítima a largasse, mas Blake recusou.

O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo procurador do condado de Kenosha, onde decorreu o incidente, em agosto de 2020. Rusten Sheskey baleou Jacob Blake, um cidadão afro-americano, sete vezes nas costas, depois de acudir a uma denúncia de violência doméstica.

Nas imagens captadas, Blake ignora repetidamente os apelos do agente Rusten Sheskey, para parar, embora não aparente ter um comportamento hostil, e entra no seu carro. Quando se senta no lugar do condutor, o agente da polícia estende o braço para dentro do carro, puxa-lhe a camisa e dispara sete vezes nas costas.

Na altura, o advogado de direitos civis Ben Crump afirmou que os três filhos de Jacob Blake estavam no interior do veículo quando a polícia disparou, indicando ainda que a vítima estava a tentar apaziguar uma discussão entre duas mulheres.

https://zap.aeiou.pt/policia-jacob-blake-nao-acusado-370632

 

Assassinato de Soleimani - Irão volta a pedir detenção de Trump e outras 47 pessoas à Interpol !

O Irão voltou a pedir à Interpol que emita um “aviso vermelho” para a detenção do Presidente cessante dos Estados Unidos Donald Trump e de 47 outras autoridades americanas. Em causa está o assassinato de Qassem Soleimani, um poderoso general iraniano.


De acordo com a NPR, o porta-voz judicial iraniano, Gholamhossein Esmaili, considerou que Donald Trump é “o principal culpado” pelo assassinato de Soleimani, segundo a agência de notícias semi-oficial Mehr.

“O pedido de emissão de Aviso Vermelho para 48 pessoas envolvidas no assassinato do mártir Soleimani, incluindo o presidente dos Estados Unidos, bem como comandantes e oficiais do Pentágono e forças na região, foi entregue à Interpol“, disse Esmaili.

O iraniano acrescentou que o assassinato foi um “crime terrorista” e que o pedido de aviso vermelho também inclui comandantes e oficiais militares dos Estados Unidos na região e no Pentágono.

Donald Trump, o secretário de Estado Mike Pompeo e o ex-secretário de Defesa Mark Esper disseram que os Estados Unidos visaram a Soleimani – um arquiteto-chave da estratégia do Irão em conflitos envolvendo os EUA – para evitar uma ameaça iminente.

Trump disse que Soleimani estava a “tramar ataques iminentes e sinistros” contra os interesses norte-americanos.

Um investigador das Nações Unidas disse no verão passado que o ataque americano contra Soleimani em Bagdade “era ilegal e arbitrário segundo a lei internacional”, além de ser uma violação da soberania do Iraque.

Um aviso vermelho da Interpol é um pedido às agências de segurança em todo o mundo para ajudar a encontrar e deter fugitivos que são procurados para a acusação de um crime ou para cumprir uma pena de prisão.

O Secretariado Geral da Interpol disse à NPR que, de acordo com a constituição do corpo policial internacional, “é estritamente proibido para a Organização empreender qualquer intervenção ou atividades de caráter político, militar, religioso ou racial“.

Esta é a segunda vez que o Irão faz este pedido à Interpol. O primeiro pedido foi feito em junho passado. O Irão disse que não vai parar de perseguir Trump, mesmo depois de deixar o Governo dos Estados Unidos no final deste mês.

“Trump terá que retribuir, qualquer que seja a sua posição”, disse o chefe judicial do Irão, Ebrahim Raisi. “Quer chefie o Governo dos Estados Unidos ou não, Trump deve enfrentar retribuição pela atrocidade que perpetrou”.

Os Estados Unidos realizaram um ataque aéreo em Bagdade, em 3 de janeiro de 2020, que matou o Qassem Soleimani, o poderoso general que dirigia a Guarda Revolucionária do Irão e as suas atividades no Iraque, aumentando as tensões entre os dois países, levando as forças iranianas a retaliar com um ataque de míssil balístico contra as tropas norte-americanas na região.

https://zap.aeiou.pt/irao-volta-pedir-detencao-trump-interpol-370654

 

EUA vão continuar a reconhecer Guaidó como Presidente legítimo da Venezuela !

Os Estados Unidos indicaram, esta terça-feira, que continuam a reconhecer Juan Guaidó como Presidente interino e legítimo da Venezuela, defendendo que o líder da oposição foi o último a ser democraticamente eleito para o Parlamento.


Numa declaração do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo acusa o regime “ilegítimo” de Nicolas Maduro de “encenar” as eleições legislativas “fraudulentas” a 6 de dezembro passado e que a comunidade internacional rejeitou a legalidade da votação.

“Sessenta países de todo o mundo juntaram-se ou em declarações conjuntas, incluindo as da União Europeia, a Organização dos Estados Americanos o Grupo de Lima e o Grupo Internacional de Contacto, ou posicionaram-se individualmente, rejeitando essas vergonhosas eleições”, lê-se no comunicado.

Nesse sentido, o chefe da diplomacia norte-americana acusou a nova Assembleia Nacional, que tomou posse esta terça-feira, de ter “ocupado o Palácio Federal Legislativo em Caracas, considerando que o novo Parlamento é ilegítimo” e que as decisões aí tomadas “não serão reconhecidas” pelos Estados Unidos.

“Os Estados Unidos reconhecem o Presidente interino Juan Guaidó como o Presidente legítimo da Venezuela. O Presidente Guaidó e a Assembleia Nacional legítima foram eleitos democraticamente em 2015 pelo povo venezuelano”, escreveu Pompeo, que lembrou as mudanças no regime então aprovadas pelo Parlamento.

Uma delas, indica Pompeo, foi a aprovação, a 26 de dezembro de 2016, de reformas no Estatuto da Transição que, de acordo com a Constituição venezuelana, atribui bases legais explícitas para que o Parlamento continuasse a desempenhar o seu papel constitucional.

“O Presidente Guaidó e a Assembleia Nacional são os únicos representantes democráticos do povo venezuelano reconhecidos pela comunidade internacional e devem ser libertados do assédio, ameaças, perseguição e outros abusos de Maduro”, afirmou o secretário de Estado norte-americano.

Pompeo defendeu também o desejo de “milhões de venezuelanos” em obter uma solução pacífica para a “situação calamitosa” em que o país se encontra.

Por isso, apelou aos partidos políticos e às organizações da sociedade civil, incluindo estudantes, associações religiosas, “chavistas” (o regime do ex-Presidente da Venezuela Hugo Chavez), famílias militares, trabalhadores e empresários para que se reúnam numa manifestação para exigir uma transição pacífica através de eleições presidenciais e legislativas “livres e justas”.

Os membros da nova Assembleia Nacional venezuelana foram empossados numa sessão solene, tendo sido confirmados 256 deputados dos partidos pró-regime, 20 da oposição (desvinculada de Juan Guaidó) e um do Partido Comunista.

Estes deputados foram eleitos nas legislativas realizadas a 6 de dezembro, num escrutínio não reconhecido pela oposição.

Também esta terça-feira, a oposição venezuelana realizou uma sessão parlamentar, conduzida de forma virtual, em que Guaidó jurou que o Parlamento oposicionista continuará em funções.

A sessão parlamentar opositora decorreu no formato virtual e ao mesmo tempo em que nos espaços físicos do Parlamento tomavam posse os deputados eleitos nas legislativas de dezembro último.

A oposição venezuelana, liderada por Juan Guaidó, não reconhece Nicolás Maduro como Presidente da Venezuela e denuncia alegadas irregularidades nas eleições presidenciais antecipadas de 2018, acusando o chefe de Estado de estar a “usurpar” o poder.

A Venezuela tem, desde janeiro de 2020, dois Parlamentos parcialmente reconhecidos, um de maioria opositora, liderado por Juan Guaidó, e um pró-regime do Presidente Nicolas Maduro, liderado por Luís Parra, que foi expulso do partido opositor Primeiro Justiça, mas que continua a afirmar ser da oposição.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando Guaidó jurou assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolas Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas.

https://zap.aeiou.pt/eua-guaido-presidente-venezuela-370658

 

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