quinta-feira, 4 de março de 2021

Oito feridos em esfaqueamento na Suécia. Polícia fala em terrorismo !

Um homem esfaqueou, esta quarta-feira, um grupo de pessoas na vila de Vetlanda, na Suécia. Há pelo menos oito feridos, que foram transportados para o hospital, e as autoridades policiais suspeitam de um “ataque terrorista”.


O homem, que estará na casa dos 20 anos,feriu pelo menos oito pessoas com recurso a um “objeto afiado”, relata o Observador.

“O suspeito detido ficou ferido e a sua situação é incerta”, disseram as autoridades num comunicado.

Até ao momento, não há registo de mortos e a polícia garantiu estar a monitorizar o estado das vítimas. O ministro do Interior da Suécia, Mikael Damberg, lamentou o ataque “terrível”, acrescentando que há “várias pessoas gravemente feridas” e que os seus pensamentos “estão com as vítimas e os seus familiares”.

A polícia, que terá sido alertada por volta das 15 horas e demorou 15 minutos a chegar ao local, adiantou que “a situação em Vetlanda está sob controlo, a situação mais urgente está terminada” e que “o trabalho da polícia irá focar-se no trabalho de investigação”.

De acordo com os meios de comunicação locais, as autoridades estão a investigar se o incidente tem implicações terroristas.

O último ataque do género ocorreu em 2017, quando cinco pessoas foram mortas num atropelamento intencional, em Estocolmo. Na altura, o crime foi considerado um dos piores ataques terroristas no país, relata a Renascença.

https://zap.aeiou.pt/oito-feridos-suecia-terrorismo-385013

 

China testa moeda digital nacional nas principais cidades !

A mudança para a moeda digital dá aos governos mais controle sobre o seu dinheiro. É o que procura a China, onde o Executivo está a testar a eCNY, lançada em 2020, em cidades como Shenzhen, Xangai e Pequim.


Segundo relatou o The New York Times, a moeda também permitirá que a China potencie a sua influência no exterior, estando o país num dos estágios mais avançados do mundo no que diz respeito à moeda digital.

“É mais do que apenas dinheiro”, indicou Yaya Fanusie, pesquisadora do Centro de Poder Económico e Financeiro. “Trata-se de desenvolver novas ferramentas para coletar dados e aproveitá-los para que a economia chinesa seja mais inteligente e se baseie em informações em tempo real”, referiu.

Yaya Fanusie indicou que a China quer “uma moeda digital para aproveitar a participação no mercado e a inovação tecnológica de empresas privadas, obtendo assim melhor acesso às informações sobre as atividades financeiras dos consumidores chineses”.

O governo chinês não fez qualquer declaração oficial sobre a implantação da eCNY a nível nacional. Várias autoridades, contudo, indicaram que isso pode acontecer antes do período dos Jogos Olímpicos de 2022, em Pequim.

O projeto para a eCNY começou em 2014, quando, inspirado pela Bitcoin, o Banco Popular da China estabeleceu um grupo interno para criar a sua própria moeda digital.

https://zap.aeiou.pt/china-moeda-digital-nacional-cidades-384966

 

Presidência Trump deixou democracia dos EUA ao nível do Panamá e da Roménia !

Um novo recuo de direitos políticos e liberdades no final da presidência de Donald Trump deixou os Estados Unidos ao nível da Roménia e do Panamá, segundo a organização não-governamental Freedom House.


No último ano da presidência Trump, em 2020, os Estados Unidos perderam três pontos na classificação do relatório anual “Liberdade no Mundo“, divulgado esta quarta-feira, acumulando na última década uma perda de 11 pontos, e afastando-se assim de democracias europeias como a Alemanha e França e aproximando-se de “Estados com instituições democráticas fracas, como a Roménia e Panamá”.

Para a nova descida, adianta o centro de investigação norte-americano, contribuíram a demissão por Trump de inspetores gerais, que “minou a transparência do Governo”, a punição ou despedimento de denunciantes e a tentativa de “controlar ou manipular informações sobre a covid-19”.

O último ano de Trump na Casa Branca foi também de “protestos em massa que, embora na sua maioria pacíficos, foram acompanhados por casos de grande violência, brutalidade policial e confrontos mortais envolvendo contra-manifestantes ou milícias armadas”, além de um “aumento significativo no número de jornalistas presos e agredidos fisicamente” na cobertura de manifestações.

“Finalmente, as tentativas chocantes do Presidente cessante de travar a sua derrota eleitoral, culminando no incitamento aos desordeiros que invadiram o Capitólio quando o Congresso se reuniu para confirmar os resultados em janeiro de 2021, colocaram as instituições eleitorais sob forte pressão”, refere o relatório.

Para a Freedom House, a crise pós-eleitoral “prejudicou ainda mais a credibilidade dos Estados Unidos no exterior e realçou a ameaça de polarização política e extremismo no país”.

A situação, refere Michael J. Abramowitz, presidente da Freedom House, demonstra que “enquanto as democracias são divididas e consumidas por problemas internos, potências autoritárias, especialmente a China, vão avançando os seus interesses em todo o mundo”.

Para que a liberdade prevaleça a nivel global, os Estados Unidos e os seus parceiros devem unir-se e trabalhar juntos para fortalecer a democracia nos seus países e no exterior, defende.

De acordo com a edição deste ano do relatório “Liberdade no Mundo”, que classifica a evolução de direitos e liberdades em 195 países, em 2020 registou-se um declínio em 73 destes, em que habita 75% da população mundial. A percentagem de países definidos como “não livres” – categoria abaixo de “parcialmente livres” e “livres” – é agora a mais alta desde que se inverteu, em 2006, uma tendência de aumento de liberdades e direitos em todo o mundo.

Na Europa, “democracias murcham durante a pandemia”

A Freedom House indicou ainda que a pandemia de covid-19 colocou sob “forte pressão” as democracias da Europa, a região com melhor desempenho no relatório anual da instituição.

“Os líderes enfrentaram escolhas difíceis, adiando eleições e encerrando cidades, com decisões a serem implementadas de maneira imperfeita: a aplicação de restrições ao movimento, por exemplo, frequentemente discriminava grupos marginalizados, incluindo imigrantes em França e ciganos na Bulgária”, lê-se no relatório, intitulado “Liberdade no Mundo 2021 – Democracia sob Cerco”,

“Como não conseguiram conter o vírus, muitos Governos, incluindo os do Reino Unido e da Espanha, procuraram limitar o escrutínio público dos processos de tomada de decisão, enquanto proteções trabalhistas inadequadas na Holanda e noutros lugares aumentavam o risco de doenças por salários baixos trabalhadores”, acrescenta-se.

No relatório anual, a Freedom House refere que, em relação à Europa, onde “as democracias murcham durante a pandemia” do novo coronavírus, ainda há 2% dos 42 países europeus com o estatuto “não livre”, contrastando com os 17% com o de “parcialmente livre” e a maioria de 81% com o de “livre”.

Para definir o relatório, a Freedom House baseou-se em seis critérios – processo eleitoral, participação e pluralismo político, funcionamento do Governo, liberdade de expressão e de religião, direitos associativos e organizacionais, Estado de Direito e Autonomia Pessoal e Direitos Individuais.

A ONG, sem fins lucrativos, fundada a 31 de outubro de 1941 e com sede em Washington, realça que em países onde as instituições democráticas já estavam sob ataque, os “populistas de direita exploraram ativamente a pandemia”, exemplificando sobretudo com os casos da Hungria e da Polónia.

https://zap.aeiou.pt/democracia-eua-nivel-do-panama-384810

 

“Espiar, atacar, reprimir” - Militares em Myanmar usam tecnologia ocidental para enfraquecer manifestantes !

Durante quase 50 anos de ditadura militar, os generais birmaneses usavam “ferramentas totalitárias” arcaicas. Agora, os militares que tomaram o poder em Myanmar têm “um arsenal muito mais sofisticado à sua disposição”


Desde que o golpe militar, a 1 de fevereiro, milhares de pessoas têm-se manifestado contra a tomada de poder dos militares. Nas últimas semanas, os generais birmaneses têm intensificado o recurso à força para enfraquecer a mobilização a favor do regresso do Governo civil.

O jornal norte-americano The New York Times revelou que a Junta Militar de Myanmar tem à disposição “software e hardware ocidental, pronto para espiar, atacar, ou reprimir”.

Segundo o jornal, quando terminou o regime militar em 2011, foram adquiridas novas tecnologias que permitiram que a população se integrasse e conectasse com o mundo. Porém, foram também compradas tecnologias de espionagem com o alegado objetivo de modernizar as agências de segurança.

Assim, a Junta Militar de Myanmar tem “software e hardware ocidental, pronto para espiar, atacar, ou reprimir, seja por via de drones fabricados em Israel, seja com dispositivos europeus de cracking de iPhone ou serviços de spy e malware norte-americanos com a capacidade de invadir computadores e retirar a informação detida por qualquer manifestante antirregime”, revelam documentos fornecidos pelo grupo Justice For Myanmar, aos quais o The New York Times teve acesso.

Os documentos revelam que foram gastas dezenas de milhões de dólares em tecnologia que permite invadir e espiar telefones e computadores, além de localizar pessoas e ouvir conversas.

A documentação sobre as detenções após o golpe de Estado mostra que as forças de segurança fizeram uma triangulação entre as publicações dos opositores nas redes sociais e os endereços individuais das suas ligações na Internet para descobrir as suas moradas, o que só podia ter sido realizado com o uso de tecnologia estrangeira especializada.

Os documentos indicam que a tecnologia de vigilância produzida por empresas israelitas, norte-americanas e europeias chegou a Myanmar, apesar de muitos dos governos proibirem as exportações.

“As empresas israelitas, norte-americanas e europeias, mesmo depois da expulsão dos muçulmanos rohingya em 2017, facto que levou muitos governos a recusarem-se a abastecer o país com material militar, continuaram a fornecer instrumentos de vigilância ao regime de Myanmar”, lê-se nos documentos.

Mesmo havendo fornecedores ocidentais com cláusulas nas diretivas empresariais que proibiam que a sua tecnologia fosse usada para violar os direitos humanos, houve empresas que venderam os materiais diretamente aos militares ou aos ministérios, evitando as burocracias que podiam inviabilizar o negócio.

Uma das revelações sobre as tecnologias ocidentais usadas pelos militares em Myanmar foi a utilização de veículos blindados da Gaia Automotive Industries, uma empresa israelita, no dia do golpe militar.

O jornal relata ainda que algumas dessas tecnologias de “função dupla”, ferramentas de segurança e de repressão, estão a ser implantadas pelo Tatmadaw, nome pelo qual os militares de Myanmar são conhecidos, para atingir os opositores do golpe de 1 de fevereiro.

Seis jornalistas acusados de violar ordem pública

Seis jornalistas de Myanmar, incluindo um fotojornalista da agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP), foram acusados de violar uma lei de ordem pública recentemente alterada pela junta militar, segundo o advogado de um dos acusados.

Thein Zaw, um fotógrafo da AP de 32 anos, foi detido no sábado em Rangum, enquanto cobria um comício pró-democracia na capital económica do país. Quatro outros jornalistas de publicações birmanesas e um jornalista freelancer foram também detidos.

Os jornalistas estão a ser processados por violação de um artigo do código penal, que foi alterado pela junta militar pouco dias após o golpe de Estado de 1 de fevereiro, numa tentativa de pôr fim à campanha de desobediência civil.

O código abrange agora todos aqueles que “causaram medo na população, espalharam informações falsas (…) ou incitaram à desobediência e deslealdade dos funcionários públicos” para com as autoridades. As penas foram aumentadas para três anos de prisão, em relação aos dois anos anteriores.

“A AP condena com a maior veemência possível a detenção arbitrária de Thein Zaw”, disse o vice-presidente de notícias internacionais, Ian Philips. “Os jornalistas independentes devem ser autorizados a relatar livremente e em segurança, sem medo de represálias”.

Os jornalistas são particularmente visados: 34 foram detidos desde 1 de fevereiro, 19 dos quais ainda se encontram detidos, de acordo com uma ONG que presta assistência aos presos políticos.

Um deles, Kaung Myat Hlaing, foi detido na sua casa no sul do país na segunda-feira, durante uma operação com mão pesada das forças de segurança, em que se ouviram tiros. Outros foram baleados com balas de borracha, incluindo dois funcionários da agência chinesa Xinhua.

“Exortamos as autoridades birmanesas a ordenar a libertação imediata e incondicional de todos os jornalistas atualmente detidos e a retirar as acusações contra eles”, disse o chefe do gabinete dos Repórteres sem Fronteiras Ásia-Pacífico, Daniel Bastard, em comunicado.

https://zap.aeiou.pt/espiar-atacar-reprimir-militares-em-myanmar-usam-tecnologia-ocidental-384760

 

Na visita histórica ao Iraque, Papa vai encontrar cidades devastadas pelo Daesh

O Papa Francisco chega ao Iraque, esta sexta-feira, onde vai visitar várias cidades que foram destruídas pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI). A maioria da população cristã concentra-se no norte do país.


“Estamos a correr contra o tempo. Mas se Deus quiser tudo vai ficar pronto a tempo”, disse à agência Lusa o padre Amar Yako, pároco da igreja de Al Tahira, em Qaraqosh, que vai receber o Papa no domingo e não tem mãos a medir para acelerar as obras de reconstrução do edifício religioso.

A preocupação do padre Yako é fácil de entender. Basta fazer uma simples pesquisa no Google Maps pela igreja para se perceber o grau de destruição a que a cidade de Qaraqosh e o seu templo católico ficaram sujeitos, durante a ocupação do EI, entre 2014 e 2017.

“É impressionante o esforço que a população tem feito na região, depois de ter sofrido muito às mãos de terroristas”, explicou também à Lusa Maria Lozano, responsável de comunicação do departamento alemão da fundação Ajuda para as Igrejas Necessitadas (ACN), uma das organizações que contribuiu com doações para a recuperação da igreja da paróquia de Al Tahira.

Lozano esteve no norte do Iraque por cinco vezes e assistiu ao resultado da destruição do EI e dos ataques da coligação internacional militar que conseguiu desmantelar o califado dessa organização jihadista, que matou milhares de pessoas.

“Quando chegou à planície de Nínive, o EI disse aos cristãos que tinham um mês para se converterem ao islamismo ou para saírem do território”, disse Lozano, ajudando a compreender por que existia uma comunidade de mais de um milhão de cristãos no Iraque e hoje restam poucos mais de 300 mil.

A cidade de Mossul, que o Papa também visitará no domingo de manhã, foi uma das mais afetadas pelo conflito entre o EI e as forças aliadas, alvo de numerosos combates e bombardeamentos.

A população não resistiu ao regime de terror fundamentalista islâmico, milhares de homens morreram, muitas mulheres foram escravizadas, e quem conseguiu fugir só agora está a conseguir regressar, muito lentamente, explicou Lozano.

“Penso que apenas 40% da população regressou. Muitos não voltaram por receio de encontrarem um ambiente inseguro. Muitos por não suportarem a memória do que lá passaram”, disse Lozano.

Segundo dados da ACN, nos três anos de guerra contra o EI, 34 igrejas foram totalmente destruídas, 132 foram incendiadas, 197 parcialmente danificadas, assim como mais de mil casas de cristãos foram totalmente destruídas e mais de três mil incendiadas, mostrando o grau de perseguição a esta minoria religiosa.

A poucos quilómetros de Qaraqosh e de Mossul, fica a cidade de Erbil, onde o Papa Francisco celebrará uma missa no domingo à tarde e que conseguiu passar relativamente incólume aos violentos conflitos dos últimos anos.

“Esta foi, por isso, uma cidade que acolheu muitos refugiados. E é um dos locais para onde regressa ainda muita da população perseguida pelo EI”, acrescentou Lozano, referindo-se ao processo de reconstrução que ainda está em curso, nesta região do norte do Iraque.

Maria Lozano está convencida de que a mensagem de Francisco na missa de Erbil será exatamente a de dizer a esses milhares de cristãos que sofreram às mãos dos terroristas que não estão sozinhos, na sua dor.

Na cidade de Najaf, que foi um dos pilares do regime xiita, já se podem ler cartazes com as boas-vindas ao Papa, no meio de destroços que lembram os bombardeamentos aliados que permitiram a libertação da região e revelam que o abandono que entretanto se instalou na região não permitirá uma reconstrução nem rápida nem indolor.

O Papa Francisco poderá ouvir estórias da ocupação do EI da boca de cristãos que falam o aramaico, a língua que alegadamente foi usada por Jesus Cristo, e que a Igreja Católica Caldeia, com forte implantação no norte do Iraque, procura preservar, através de projetos de ajuda social.

Provas desta presença cristã no Iraque estão ainda espalhadas por creches, infantários e orfanatos que a Igreja Católica Caldeia, bem como a Igreja Ortodoxa, têm procurado construir e manter.

Outra ajuda importante tem sido dada pela Ordem Dominicana, explicou Lozano, que lembra o auxílio social dado à população cristã, que “se sente muitas vezes tratada de forma injusta”, como “cidadãos de segunda”, para quem um sinal do Papa durante a sua visita será reconfortante.

O Papa “levará certamente uma mensagem de consolo cristão. E isso vai ser tão, mas tão importante para aquelas pessoas, que sofreram tanto…”, concluiu Lozano, lembrando o esforço que pessoas como o padre Amar Yako estão a fazer agora para tapar buracos de balas em paredes e feridas nos sentimentos das pessoas.

Na semana passada, o Presidente do Iraque, Barham Salih, considerou que esta “histórica” visita do Papa Francisco irá transmitir uma mensagem de “paz e tolerância” a todos os iraquianos.

“A mensagem do Papa e a mensagem do Iraque deve ser: não em nome de Abraão, não em nome de Deus, não em nome da religião. O extremismo está a matar”, disse Salih.

O Presidente iraquiano, de origem curda, lembrou ainda que o encontro entre o Papa e o ayatollah Ali al Sistani, a máxima autoridade religiosa xiita do país, “representará uma profunda afirmação sobre a moderação religiosa“.

Segundo o jornal online Observador, o Papa vai viajar em carros cobertos para evitar aglomerados de pessoas, numa altura em que aumentam os casos de infeção de covid-19 no país.

https://zap.aeiou.pt/visita-historica-iraque-papa-384794

 

Myanmar - Militares mataram hoje pelo menos 33 manifestantes !

O número de manifestantes mortos esta quarta-feira por tiros disparados pelas forças de segurança, para dispersar protestos contra a junta militar em Myanmar, subiu para pelo menos 33, o maior número desde o golpe de 1 de fevereiro.


Estes dados, principalmente recolhidos da imprensa local e publicações na rede social Facebook, foram compilados por um profissional das tecnologias de informação em Rangum e inclui os nomes das vítimas, idades, local de nascimento e onde e como foram mortas.

A agência Associated Press noticiou que não foi possível confirmar de fonte independente a maioria das mortes relatadas, mas uma amostra de publicações online correspondeu ao que está incluído na compilação.

Quem reuniu os dados em causa reforçou o pedido para não ser identificado por medo de represálias da junta militar, acrescentando que 18 pessoas foram mortas esta quarta-feira só em Rangum, a antiga capital do país.

As manifestações de repúdio ao golpe militar continuaram em todo o país, apesar da brutal repressão policial, que só no domingo custou a vida a 20 manifestantes, a maioria deles devido a tiros disparados pela polícia.

Além de munição real, as autoridades birmanesas reprimiram os protestos desta quarta-feira com gás lacrimogéneo, balas de borracha e granadas de choque.

No entanto, quando a situação acalmou, as pessoas voltaram às ruas para continuar o protesto.

Os manifestantes exigem que o exército, que governou o país com mão de ferro entre 1962 e 2011, restaure a democracia, reconheça os resultados das eleições de novembro e pedem a libertação de todos os detidos pelos militares, incluindo a líder de facto Aung San Suu Kyi.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Indonésia, Malásia e Singapura condenaram na terça-feira o uso de força letal pelas autoridades birmanesas para reprimir o movimento pacífico de oposição que surgiu após o golpe militar.

Os ministros, reunidos por videoconferência durante uma sessão informal da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na qual participou o ministro nomeado pela junta militar birmanesa, Wunna Maung Lwin, exortaram o exército a procurar uma solução de diálogo para a crise política e a libertação dos detidos.

O exército birmanês justificou a tomada do poder por uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro, onde os observadores internacionais não detetaram qualquer fraude e em que a Liga Nacional pela Democracia, partido liderado por Suu Kyi, foi o vencedor, assim como já tinha ocorrido em 2015.

UE condena “repressão violenta contínua”

“A UE condena a repressão violenta contínua de manifestantes pacíficos pelas forças militares e de segurança birmanesas, que resultou em ainda mais mortes de civis inocentes hoje”, lê-se num comunicado da porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), Nabila Massrali.

Enumerando as ocorrências que constituem “violações claras do direito internacional”, e que vão das “detenções de centenas de pessoas” a tiros disparados contra “civis desarmados e trabalhadores de saúde”, a porta-voz chama ainda a atenção para a repressão dos meios de comunicação no país, onde se tem testemunhado “um número crescente de jornalistas arbitrariamente presos, detidos e acusados”.

“A perseguição e intimidação de trabalhadores dos media, que estão apenas a fazer o seu trabalho, é inaceitável”, afirma Massrali.

A porta-voz diz assim que as “tentativas de silenciamento dos media” e de “erradicação da liberdade de expressão” não irão “impedir o mundo de testemunhar as ações do Exército do Myanmar nem a coragem do povo birmanês”, acrescentando também que não “darão nenhuma legitimidade ao golpe” militar que ocorreu no país a 1 de fevereiro.

“Tem de haver responsabilização [dos envolvidos] e um regresso à democracia no Myanmar”, aponta.

Papa pede diálogo e libertação de políticos

O Papa Francisco defendeu também esta quarta-feira o diálogo em vez da repressão em Myanmar após o golpe militar.

“Ainda recebo notícias tristes de Myanmar de confrontos sangrentos com perda de vidas humanas. Desejo chamar a atenção das autoridades envolvidas para que o diálogo prevaleça sobre a repressão e a harmonia sobre a discórdia”, disse o Papa após a audiência geral sem a presença de fiéis.

Fez ainda “um apelo à comunidade internacional para que as aspirações do povo birmanês não sejam abafadas pela violência e para que os jovens desta amada terra tenham esperança e um futuro”, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

Tal como aconteceu na audiência que concedeu no início do ano ao corpo diplomático creditado junto da Santa Sé, Francisco expressou o desejo de que “se possa regressar ao caminho para a democracia percorrido nos últimos anos por Myanmar com o gesto concreto da libertação dos vários líderes políticos presos”.

Francisco visitou Myanmar em novembro de 2017 e expressou a sua proximidade à minoria muçulmana rohingya perseguida no país.

https://zap.aeiou.pt/militares-mataram-33-myanmar-384982

 

“Ananases da liberdade.” China e Taiwan estão de costas voltadas e a fruta tropical é o centro da discórdia !

Esta segunda-feira, o Governo chinês proibiu as importações de ananases taiwaneses, garantindo ter descoberto “pragas prejudiciais”. Taiwan considera, porém, que este corte abrupto não passa de uma jogada geopolítica.


O ananás tornou-se a última vítima da deterioração das relações entre a China e Taiwan, avança o The Guardian, esta terça-feira. A proibição das importações de ananases taiwaneses foi anunciada pelo Governo chinês na sexta-feira, mas entrou em vigor no início desta semana.

As autoridades chinesas alegam ter descoberto “pragas prejudiciais” e defendem a decisão “totalmente racional e necessária” para proteger a sua própria agricultura, mas Taiwan rejeita.

“A súbita decisão unilateral não tem por base a saúde nem o comércio justo”, sublinhou a Presidente Tsai Ing-wen, adiantando que 99,79% dos ananases passaram no controlo de qualidade.

No ano passado, 97% das exportações de ananás de Taiwan tiveram como destino a China. O diário britânico escreve que as autoridades taiwanesas veem semelhanças entre a suspensão da compra dos ananases e as sanções que a China impôs, em 2018, ao vinho australiano através de taxas alfandegárias.

Desta forma, decidiram avançar com uma campanha de sensibilização, batizada de “ananases da liberdade“. A campanha é uma alusão à australiana – “vinho da liberdade” – e apela aos “amigos à volta do globo que se juntem à causa de Taiwan”.

“Aqui vamos nós outra vez! Os nossos ananases foram proibidos pela China para punir os agricultores do Sul. Lembra-se do #FreedomWine da Austrália? Exorto os amigos à volta do globo que se juntem à causa de Taiwan e apoiem o #FreedomPineapple“, escreveu Joseph Wu, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, no Twitter.

Esta proibição surge numa altura especialmente importante para os agricultores, uma vez que coincide com o início da colheita do fruto tropical.

Segundo o Público, o Governo de Taiwan já anunciou medidas de auxílio aos produtores, como apoios financeiros, incentivos à compra local e novas estratégias de marketing para arranjar exportadores alternativos. O valor total destinado ao apoio é de mil milhões de novos dólares taiwaneses, cerca de 30 milhões de euros.

Pequim tem vindo a intensificar os exercícios militares no estreito de Taiwan, pelo que cada intervenção chinesa é encarada com desconfiança.

https://zap.aeiou.pt/china-taiwan-ananas-384737

 

quarta-feira, 3 de março de 2021

Explosão em centro de testes nos Países Baixos - Polícia suspeita que tenha sido “intencional” !

O centro regional de testes do conselho de saúde em Bovenkarspel, nos Países Baixos, foi atingido por uma explosão na manhã desta quarta-feira.


De acordo com os media locais, que citam a polícia holandesa, a explosão que se fez sentir em Bovenkarspel aconteceu pouco antes das 7h e o centro de testes do conselho de saúde parece ter sido o alvo.

Os relatos apontam que um tubo de metal explodiu do lado de fora do prédio no Middenweg, mas isso ainda não foi confirmado pela polícia. A área foi isolada enquanto especialistas em explosivos verificam se o local é seguro.

O porta-voz da polícia, Menno Hartenberg, revelou, em declarações à agência Reuters, que há suspeitas de que os explosivos tenham sido colocados no centro de testes “de forma intencional” a poucas horas da abertura.

“Não sabemos exatamente o que explodiu, isso está a ser investigado. O que dizemos é que uma explosão destas não acontece por acidente”, disse o porta-voz.

Um segurança estava no local no momento da explosão, que não fez feridos.

O número de resultados de testes positivos na região de Bovenkarspel tem aumentado acentuadamente durante vários dias, principalmente na vizinha Hoorn. Hoorn está agora em quarto lugar na lista de cidades com mais infecções per capita da população.

Esta não é a primeira vez que um centro de testes é alvo de um ataque. Antes do Natal, uma grupo ateou fogo no centro de testes na antiga ilha de Urk. As janelas também foram destruídas em centros de teste em Amesterdão e em Urmond, em Limburg, em dezembro.

Em janeiro, os Países Baixos enfrentaram os maiores protestos dos últimos 40 anos devido ao recolher obrigatório decretado para combater a pandemia. Centenas de pessoas foram detidas após confrontos com as autoridades.

https://zap.aeiou.pt/explosao-em-centro-de-testes-nos-paises-baixos-policia-suspeita-384723

 

Milhares de professores vacinados antes de médicos - Presidente do México acusado de fazer política com a vacinação !

Milhares de professores do ensino público que lecionam nas zonas mais rurais do México foram vacinados contra o novo coronavírus antes dos profissionais de saúde que combatem a pandemia na mesma região. 


De acordo com o jornal norte-americano Wall Street Journal, milhares de docentes foram vacinados antes dos profissionais de saúde, apesar de no plano de vacinação oficial do Governo mexicano constar que, nas áreas mais afetadas pela pandemia, médicos, enfermeiros e idosos devem ter prioridade na vacinação.

Os professores destes estados mais rurais, recorda o jornal, são eleitores-chave.

Por este mesmo motivo, os críticos do Presidente e líder do Governo do México, Andrés Manuel López Obrador, acusam-no de estar a fazer política com o processo de vacinação contra a covid-19, que só em território mexicano já matou 180.000 pessoas – é o terceiro país do mundo com maior índice de mortalidade.

Outro aspeto que está a gerar controvérsia é a administração do fármaco: nestes estados rurais, os professores estão a ser vacinados pelos “Servos da Nação” – um grupo de funcionários do Governo que se apresenta com um colete com um emblema nacional gravado – e não pelos profissionais de saúde públicos, tal como dita o plano de vacinação.

Um destes estados-chave é Campeche, cujos eleitores vão ser chamados às urnas no próximo mês de junho no âmbito de eleições intercalares. As últimas sondagens mostram que o partido de Obrador pode conseguir derrubar o ex-governante do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governa Campeche desde o final dos anos 1920.

Os profissionais de saúde mostraram-se desagradados com a prioridade dada aos professores, uma vez que metade dos médicos e enfermeiros de Campeche continua ainda à espera de uma vacina para travar o SARS-COV-2.

A pandemia do novo coronavírus matou pelo menos 2.518.080 pessoas em todo o mundo, desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) registou o início da doença, no final de dezembro de 2019, segundo a informação recolhida pela agência noticiosa AFP.

Mais de 113.374.410 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados desde o início da epidemia, dos quais pelo menos 69.506.100 já são considerados curados.

Os Estados Unidos são o país mais afetado em número de mortes e de casos, com 510.467 mortes para 28.486.575 casos, de acordo com a contagem da Universidade John Hopkins.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Brasil com 252.835 mortes e 10.455.630 casos, o México com 184.474 mortes (2.076.882 casos), a Índia com 156.938 mortes (11.079.979 casos) e o Reino Unido com 122.415 mortos (4.163.085 casos).

https://zap.aeiou.pt/milhares-professores-vacinados-medicos-no-mexico-obrador-acusado-politica-vacinacao-383985

 

Guru de investimentos, Warren Buffett, assume ter cometido um “erro” !

O bilionário norte-americano Warren Buffett, considerado o “guru” dos mercados de investimento, assumiu ter cometido um erro quando adquiriu, em 2016, a Precision Castparts por 32,1 mil milhões de euros.


Na carta que escreve anualmente para os investidores, Buffett contou que a sua empresa, Berkshire Hathaway (BRKB), perdeu, em 2020, cerca de 11 mil milhões de euros por ter adquirido a a Precision Castparts, negócio que descreve como “um erro”.

O investidor e filantropo de 90 anos, cuja fortuna é avaliada no valor de 85 mil milhões de dólares, explicou que a “feia” perda sofrida se deveu a um simples facto: ter pago “demasiado pela empresa”.

“O meu erro de cálculo foi desmascarado pelos desenvolvimentos adversos em toda a indústria aeroespacial”, disse Buffett, citado pela CNN.

De acordo com a Reuters, “o erro” cometido por Warren Buffett não só fez a sua empresa perder valor, como eliminou mais de 13.400 empregos, ou seja 40% da sua força de trabalho. Este prejuízo significou, assim, uma quebra de 11 mil milhões de euros na Berkshire Hathaway.

“Eu estava errado… ao julgar o valor médio dos ganhos futuros e, consequentemente, errado no meu cálculo do preço adequado a pagar pelo negócio”, disse ainda o investidor.

Há dois anos, o bilionrio assumiu um erro semelhante relativamente à Kraft Foods, resultado de uma fusão, e, em 2008, também na sua carta anual, considerou a compra da Dexter Shoe o “seu pior negócio” de sempre, conta o Observador.

Ainda assim, e apesar das perdas e das consequências da pandemia, a Berkshire Hathaway fechou o ano de 2020 com resultados sólidos. A empresa – que detém a Geico, Dairy Queen, Duracell e ainda tem ações na Apple, Amazon, Chevron, Verizon, American Express e Coca-Cola – terminou o ano com um lucro líquido de 35,8 mil milhões de euros.

https://zap.aeiou.pt/warren-buffett-assume-erro-384674

 

Decisões tardias, jogos políticos ou desinformação - Por que razão a República Checa não está a conseguir fugir da pandemia !

Numa altura em que vários países da Europa começam a pensar em desconfinar, o oposto acontece na República Checa. O país já ultrapassou as 20 mil mortes e volta a entrar num novo confinamento. Mas que razões poderão ter levado a este cenário?


Embora o número de novos casos de coronavírus tenha descido durante seis semanas consecutivas, o país da Europa Central tem vivenciado novos recordes nos últimos dias.

Uma nova variante do vírus espalhou-se pelo país, o que deixou os hospitais perto do colapso. O número de mortos já ultrapassou os 20.000 e a taxa de mortalidade está entre as mais altas do mundo.

Ainda assim, tal como frisa a CNN, à partida não existia razões para o país estar entre os mais fragilizados pela pandemia. A República Checa é uma nação relativamente rica, é membro da União Europeia, tem acesso às vacinas, equipamentos médicos e testes, possui um governo eleito democraticamente e o seu sistema de saúde é respeitado.

No entanto, o inesperado aconteceu e os responsáveis estão à vista. A atual catástrofe que se vive no país é o resultado de pequenos erros, decisões tardias e mensagens mal transmitidas, dizem os especialistas.

Com vários países da Europa a viver com apertadas restrições, só na passada sexta-feira é que o Governo checo impôs um confinamento que teve início esta semana. Isto acontece numa altura em que o resto do mundo começa a pensar em flexibilizar algumas regras de combate à pandemia.

“O governo adotou uma estratégia infeliz de tomar decisões com base nas capacidades atuais dos hospitais, o que significa que muitas vezes as medidas chegam tarde demais”, disse Jan Kulveit, investigador do Future of Humanity Institute.

Vários passos em falso

Rastislav Maďar, reitor da Universidade de Ostrava, e um dos maiores epidemiologistas do país, aponta três fatores como a causa da crise atual.

Para o especialista, o primeiro aconteceu quando o governo se recusou a restabelecer a obrigatoriedade da máscara no verão, o segundo, quando decidiu reabrir lojas antes do Natal, e o terceiro quando não conseguiu reagir à nova variante que apareceu no início de janeiro. “Estes foram os três grandes erros e agora, estamos apenas a rezar para que não haja um quarto”, disse Maďar.

Também a política pode ter desempenhado um papel na tomada de decisões. “Este foi o momento em que a pandemia começou a espalhar-se novamente. Ainda havia tempo de a parar, mas não aconteceu, pois as eleições estavam a aproximar-se”, sublinha Dagmar Dzúrová, professora de demografia do Departamento de Geografia Social e Desenvolvimento Regional da Charles University em Praga.

Recorde-se que mais recentemente, o Parlamento da República Checa recusou o pedido do Governo de coligação minoritária para alargar o atual estado de emergência.

Na opinião Dzúrová, outro problema da abordagem checa é a falta de apoio financeiro significativo. Esta situação levou a um baixo cumprimento das regras.

No país, as pessoas que estão em quarentena têm direito a apenas 60% do seu salário, que apenas é pago pelos empregadores nas primeiras duas semanas. E embora as empresas tenham direito a indemnizações, muitas delas classificaram as medidas como inadequadas.

Outro grande problema tem sido a fiscalização das restrições. “As pessoas estão cansadas, e como tal têm-se encontrando em casa, dão festas, viajam para as montanhas, há uma reação contra a polícia, que não pode fazer muito”, frisou Dzúrová.

Com a mensagem do governo cada vez mais confusa, a desinformação começou também a espalhar-se. “Este problema não é exclusivo da República Checa, mas parece haver mais pessoas que acreditam em teorias da conspiração e acham que o risco de contrair o vírus é exagerado”, refere Kulveit.

Neste sentido, o especialista diz que os media do país também contribuíram para que se gerasse maior confusão no início da pandemia.

Vítimas do seu próprio sucesso

De acordo os especialistas, os checos não possuem tanto medo de contrair o vírus porque durante a primeira vaga da doença as coisas correram bem e os números de mortos e infetados não foram muito altos. Isso pode contribuir para que muitas pessoas se sintam desacreditadas em relação à doença.

“Grande parte da sociedade sentiu que nada de muito mau havia acontecido e que as medidas, que tiveram um enorme peso económico, não eram necessárias”, recorda Dzúrová.

Os checos não são os únicos a tornarem-se vítimas do seu próprio sucesso, mas a incapacidade do governo de explicar as questões está a piorar a situação, referem os especialistas.

Recentemente, o governo lançou uma campanha de informação sobre o coronavírus, mas concentrou-se principalmente nas restrições e, mais recentemente, na vacinação.

Desde ontem as medidas também ficaram mais rígidas: durante as próximas três semanas é proibido sair da zona de residência, as escolas estão fechadas, mas as creches e as lojas permanecem abertas.

https://zap.aeiou.pt/checa-nao-consegue-fugir-pandemia-384605

 

Reino Unido. Dados sobre assassinos e violadores não foram enviados para a UE !

A condenação no Reino Unido de 109 assassinos, 81 violadores e um indivíduo que cometeu ambos os crimes não foi transmitida aos países da União Europeia (UE) devido a uma falha informática e ao consequente encobrimento da situação por parte das entidades responsáveis.


Segundo divulgou o Guardian esta terça-feira, estes casos estão entre um total de 112.490 condenações não enviadas à UE durante oito anos. A situação envolve cidadãos com dupla nacionalidade que raramente são deportados, mesmo após sentenças longas, limitando a informação sobre a entrada de condenados nos Estados-membros.

De acordo com o jornal britânico, o não cumprimento da legislação da UE e a não notificação aos Estados-membros foi descoberta pela primeira vez em Whitehall, há seis anos, tendo sido criado um plano provisório para a atualização dos dados pelo Criminal Records Office, que acabou por não ser aplicado.

A falha na notificação incluia dados sobre 191 indivíduos condenados por violação e homicídio doloso, involuntário ou intencional, tend

Dessas 112.490 condenações, até 15 de fevereiro deste ano os Estados-membros foram notificados sobre 81.706 casos – 19.565 na Polónia, 17.996 na Irlanda e 12.466 na Roménia. Entretanto, as autoridades britânicas informaram que, nas últimas duas semanas, foram feitas mais 7.100 notificações.

A informação não enviada refere-se, principalmente, a cidadãos da UE com dupla nacionalidade e a indivíduos cuja impressão digital está em falta nos registos. Houve também erros na identificação dos locais de origem dos condenados.

O Guardian referiu que o problema foi causado pelo computador nacional da polícia, um banco de dados usado por organizações judiciais do Reino Unido e operado pelo Home Office, que gera arquivos diários com as últimas atualizações sobre condenações.

Se um criminoso estrangeiro for condenado no país, o Acro Criminal Records Office – órgão britânico responsável pela partilha internacional de dados da polícia -, é obrigado a alertar as autoridades do seu país de origem, de acordo com a legislação da UE.

Somente após a descoberta do Guardian, há um ano, os ministros informaram o parlamento e se comprometeram a resolver a situação. Na época, o número de registos perdidos foi estimado em 75.000.

“Chegará o dia em que uma dessas pessoas cometerá um crime muito grave e então todos se irão levantar e dizer: por que não sabíamos disso?'”, apontou a eurodeputada holandesa Sophie in ‘t Veld, membro da comissão de liberdades civis, justiça e assuntos internos do Parlamento Europeu.

Este escândalo, considerou, levantou questões sobre se o Reino Unido respeitará ou não os acordos de segurança e partilha de dados determinados no Brexit. “O Reino Unido já não cumpria as suas obrigações quando era membro da UE e agora temos menos meios para o fazer cumprir”, sublinhou.

O Lord Kennedy de Southwark, um ministro sombra do Ministério do Interior, afirmou: “Estou chocado com o que foi revelado” sobre as “falhas catastróficas do Ministério do Interior em notificar outros países europeus sobre” os indivíduos condenados “por crimes graves, incluindo assassinos e violadores”.

“O Home Office tem trabalhado” com a Acro Criminal Records Office “para garantir que os dados necessários sejam partilhados com os Estados-membros afetados”, avançou um porta-voz do Governo britânico.

E frisou: “A maioria [das notificações] já foi emitida e estamos a trabalhar nos arquivos restantes, que exigem intervenção manual cuidadosa. Todos os indivíduos relacionados aos dados enfrentaram a justiça no Reino Unido e receberam a sentença apropriada”.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-dados-assassinos-violadores-ue-384670

 

Vaga de frio no Texas. - Mulher processa empresa de energia depois de receber conta de 9.000 dólares !

Uma mulher residente no estado do Texas, nos Estados Unidos, avançou com uma ação coletiva de mil milhões de dólares contra o seu fornecedor de energia depois de a empresa apresentar uma conta de eletricidade de 9.000 dólares.

A conta de energia surgiu depois da vaga de frio que assolou vários estados norte-americanos, incluindo o Texas, na semana passada, deixando milhões de pessoas sem energia, detalha o Business Insider, que teve acesso à queixa.

As concessionárias elétricas dos estados de Minnesota, Texas e Mississippi, entre outras, provocaram apagões repetidos para aliviar a carga sobre as redes de energia que se esforçavam para atender à extrema procura de calor e eletricidade.

Depois de receber a conta, Lisa Khoury decidiu avançar judicialmente contra a Griddy Energy, acusando a empresa de praticar preços ilegais durante a tempestade, “explorando assim consumidores vulneráveis com a venda de eletricidade a preços denúncia”.

A Griddy utiliza um modelo grossista para cobrar a eletricidade aos seus clientes, no qual os planos de consumo são definidos consoante a taxa de mercado. Durante a tempestade, a taxa de mercado da eletricidade disparou.

“Griddy atacou Khoury no meio de um desastre (…) Ela e o seu marido ficaram sem energia em casa desde quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021, até quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021. Em simultâneo, Khoury hospedou os seus pais, que têm cerca de 80 anos, durante a tempestade. Mesmo assim, teve de minimizar o uso de energia por causa dos preços altos”, pode ler-se na denúncia.

Em comunicado, os advogados de Khoury revelaram que a conta de luz desta família entre 13 a 19 de fevereiro ascendeu aos 9.340 dólares, enquanto o valor habitualmente pago durante um mês de utilização ronda os 200 ou 250 dólares.

Os mesmos responsáveis disseram ainda que a empresa  debitou diariamente valores da sua conta até que a cliente ordenasse a suspensão do pagamento junto do seu banco.

Khoury e outros elementos da ação pedem agora mil milhões de dólares por danos.

https://zap.aeiou.pt/vaga-frio-no-texas-mulher-processa-empresa-energia-receber-conta-9-000-dolares-383992

Debaixo de fogo devido a comparações a Hitler, Amazon altera ícone da sua aplicação !

A Amazon mudou o novo logótipo da sua aplicação de smartphone depois de várias vozes críticas terem comparado a imagem ao ditador alemão Adolf Hitler.


A gigante do comércio eletrónico lançou o novo ícone em janeiro para substituir o símbolo de um carrinho de compras por um com uma caixa castanha com um pedaço irregular de fita azul acima da icónica seta em forma de sorriso da empresa.

No entanto, de acordo com o New York Post, alguns utilizadores notaram que a fita adesiva lembrava o bigode de Adolf Hitler. “Não é apenas uma fita adesiva rasgada, é uma fita adesiva rasgada que tem um formato semelhante e fica acima de uma boca sorridente. Para mim, parece um pequeno Adolf de cartão feliz”, escreveu uma pessoa no Twitter.

O infame bigode com escova de dentes foi originalmente popularizado por comediantes como Charlie Chaplin no início de 1900, antes de passar a ser associado ao ditador nazi Adolf Hitler.

Discretamente, a Amazon ajustou a fita azul, fazendo com que parecesse dobrada.

“Perdi completamente que a Amazon silenciosamente ajustou o seu novo ícone para torná-lo… menos parecido com Hitler”, escreveu outra pessoa no Twitter, depois da alteração da empresa. “Não é novidade que não enviaram um comunicado à imprensa para anunciar a segunda reformulação”, observou outro.

Questionada pelo jornal, a Amazon disse que “está sempre a explorar novas formas de agradar ps nossos clientes”. “Projetamos o novo ícone para despertar expectativa, entusiasmo e alegria quando os clientes começam a sua jornada de compras nos seus telemóveis, assim como fazem quando veem as nossas caixas na sua porta”, disse um porta-voz da empresa.

A mudança na imagem do carrinho de compras foi a primeira atualização do ícone da Amazon em mais de cinco anos.

https://zap.aeiou.pt/debaixo-de-fogo-devido-a-comparacoes-a-hitler-amazon-alter-384622

 

Vice-presidente do Zimbabué demite-se após acusações de abuso sexual !

O vice-presidente do Zimbabué, Kembo Mohadi, acusado de assédio sexual, anunciou esta segunda-feira a sua demissão do cargo, tendo reafirmado a sua inocência.


“Demito-me do cargo de vice-presidente da República do Zimbabué com efeito imediato”, escreveu Mohadi, de 71 anos, numa carta publicada pela conta do Ministério da Informação do país na plataforma social Twitter.

Mohadi pediu, por respeito à Presidência, que a sua demissão “não seja questionada ou caricaturada”.

“Preciso de me afastar para enfrentar as minhas dificuldades fora das minhas funções”, disse Mohadi, que negou qualquer má conduta pela sua parte.

“Sou vítima de manipulação de informação, distorção de gravações, espionagem e sabotagem políticas”, acrescentou.

Vários meios de comunicação locais publicaram relatos de conversas em que um homem retratado como Kembo Mohadi assediava sexualmente várias mulheres, uma das quais era, alegadamente, uma das suas colaboradoras.

Veterano da guerra de independência do Zimbabué e ex-ministro do Interior sob o comando de Robert Mugabe, Mohadi foi um dos dois vice-presidentes do país.

https://zap.aeiou.pt/vice-presidente-zimbabue-abuso-sexual-384643

 

Variante inglesa em 29 países europeus - Estirpe do Brasil mais transmissível e ilude sistema imunitário !

A variante britânica do SARS-CoV-2, presente em 29 países da União Europeia, é responsável por mais de metade das infeções totais. A estirpe detetada no Brasil, apesar de pouco prevalecente na Europa, pode ter uma carga viral até dez vezes mais elevada do que o vírus original e é capaz de iludir o sistema imunitário.


A variante britânica do SARS-CoV-2 estava, até há uma semana, presente em 29 países da União Europeia (UE) e Espaço Económico Europeu (EEE), num total de 10.700 casos, sendo agora responsável por mais de metade das infeções totais.

A informação é avançada à agência Lusa pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla inglesa), que indica que, até 22 de fevereiro, “foram identificados cerca de 10.700 casos em 29 países da UE/EEE” da mutação inicialmente detetada no Reino Unido em novembro passado.

“A variação está a aumentar em toda a região [na Europa] e estima-se que seja agora responsável por mais de 50% de todos os casos na maioria dos Estados-membros”, acrescenta a agência europeia em resposta escrita enviada à Lusa.

Aludindo às evidências científicas, o ECDC assinala que esta variação (que é a que está mais presente a nível europeu) é também “mais transmissível” que o vírus original, o que pode ter “implicações sobre a eficácia das medidas”.

É provável que conduza a uma maior gravidade da doença e, portanto, as taxas de internamento podem aumentar”, acrescenta este centro europeu, que presta apoio aos Estados-membros em crises sanitárias como a atual pandemia.

No que toca à variante detetada na África do Sul, também até 22 de fevereiro, tinham sido “identificados cerca de 650 casos em 15 países da UE/EEE”, de acordo com o ECDC.

Este centro europeu observa que se registou “transmissão comunitária em alguns surtos comunicados por alguns Estados-membros” e que esta mutação do SARS-CoV-2 registada na África do Sul “é suscetível de ter um impacto significativo na eficácia da vacina para, pelo menos, algumas das vacinas atualmente aprovadas”.

Já no que toca à variante brasileira, detetada em viajantes do Brasil, até 22 de fevereiro, tinham sido “identificados cerca de 50 casos em oito países da UE/EEE”.

Num relatório divulgado em meados de fevereiro, o ECDC já tinha avisado que, apesar da redução da incidência do SARS-CoV-2 nas últimas semanas, a situação epidemiológica “ainda é motivo de grande preocupação” na Europa, pelo que apelou a intervenções de saúde pública “imediatas”.

Na altura, os peritos da agência europeia de saúde pública indicaram que as novas e mais contagiosas variantes do SARS-CoV-2 detetadas no Reino Unido, África do Sul e Brasil “suscitam preocupações”.

No documento, o ECDC apontou o “aumento substancial no número e proporção de casos” da mutação do Reino Unido na UE/EEE, bem como que estes países têm “notificado cada vez mais” casos da estirpe da África do Sul.

Já a variante brasileira “está a ser notificada a níveis mais baixos, possivelmente porque está principalmente ligada ao intercâmbio de viagens com o Brasil”, adiantou o organismo na altura, numa alusão à interrupção de viagens decretada por alguns países europeus.

Recentemente, o Governo português decidiu prolongar até dia 16 de março as medidas restritivas do tráfego aéreo, mantendo-se suspensos todos os voos comerciais e privados com origem ou destino no Brasil e Reino Unido.

Estirpe mais transmissível e ilude sistema imunitário

Essa estirpe detetada no Brasil, a P.1, poderá, no entanto, ter uma carga viral até dez vezes mais elevada e é capaz de iludir o sistema imunitário de quem já possuía anticorpos, revelam dois estudos preliminares.

“Provavelmente faz as três coisas ao mesmo tempo: é mais transmissível, invade mais o sistema imunitário e, provavelmente, deve ser mais patogénica”, disse esta terça-feira à agência espanhola EFE Ester Sabino, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do grupo da USP que participou da investigação realizada pelo Centro Brasil-Reino Unido para a Descoberta e Diagnóstico de Abrovírus.

O estudo preliminar, realizado por investigadores brasileiros e ingleses e divulgado na última sexta-feira, sugere que a nova variante detetada no estado do Amazonas seja entre 1,4 e 2,2 vezes mais transmissível do que as que a precedem e “provavelmente” isso é um dos fatores responsáveis pela segunda vaga da pandemia do novo coronavírus no Brasil.

Os cientistas também concluíram que a nova estirpe é capaz de evadir o sistema imunológico e causar uma nova infeção em parte dos indivíduos já infetados pelo SARS-CoV-2, concretamente entre 25 e 61%.

“Não se podem explicar tantos casos a não ser pela perda de imunidade”, disse Ester Sabino, que coordenou o estudo juntamente com o investigador Nuno Faria, da Universidade de Oxford.

O estudo preliminar, baseado num modelo matemático realizado pelo Imperial College London, baseia-se na análise de genomas de 184 amostras de secreção nasofaríngea de pacientes diagnosticados com covid-19 em laboratórios de Manaus entre novembro de 2020 e janeiro de 2021.

A capital do Estado do Amazonas, Manaus, foi um dos focos da pandemia no Brasil, quer na primeira, quer na segunda vaga da pandemia, e vive um colapso da saúde desde o final do ano passado devido à explosão de casos e de internações por covid-19.

A investigação, que teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), ainda não foi revista por outros cientistas ou publicada em revistas científicas, mas está disponível online.

Da mesma forma, um outro estudo também divulgado na última sexta-feira por investigadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da região amazónica indica que a carga viral no corpo de indivíduos infetados com a P.1 pode ser até dez vezes maior.

O Brasil, um dos países mais atingidos pela pandemia no mundo, acumula 10.587.001 infeções desde o registo do primeiro caso da doença, em 26 de fevereiro do ano passado, e 255.720 mortes.

https://zap.aeiou.pt/variante-inglesa-brasil-ilude-imunitario-384625

 

OMS diz que é prematuro e “não realista” pensar-se que a pandemia acaba este ano

O diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS diz que é prematuro pensar-se que a pandemia termina até ao fim do ano, mas que é possível é reduzir as hospitalizações e as transmissões e impedir que surjam novas variantes do vírus.


Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), avisou que é prematuro e “não realista” pensar-se que a pandemia de covid-19 termina até ao fim de 2021.

Ainda assim, o responsável disse que pode ser possível reduzir as hospitalizações e as transmissões e impedir que surjam novas variantes do vírus. “Se controlarmos a transmissão, controlamos a pandemia”, declarou.

Soumya Swaminathan, cientista chefe da OMS, acrescentou: “não podemos erradicar o vírus até ao final do ano, mas podemos reduzir as hospitalizações e a severidade da doença”.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou esta segunda-feira que até ao fim de maio serão entregues 237 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 a 142 países.

As vacinas serão entregues a países que fazem parte do mecanismo COVAX, uma iniciativa da OMS para garantir uma vacinação contra o novo coronavírus que seja equitativa. Esta segunda-feira, o Gana e a Costa do Marfim foram os primeiros países a começar a vacinar os profissionais de saúde com doses fornecidas através do COVAX.

“Mais 11 milhões de doses serão entregues esta semana”, garantiu o responsável, que falava numa conferência de imprensa online a partir de Genebra. Na terça-feira, disse, a iniciativa COVAX publicará a primeira ronda de atribuições das vacinas.

A medida é encorajadora, mas é também lamentável, acrescentou, que alguns países continuem a dar prioridade à vacinação de adultos mais jovens, mais saudáveis e com menor risco de doença nas suas próprias populações, à frente dos profissionais de saúde e das pessoas mais idosas de outros países.

O responsável máximo da OMS avisou que os países não estão a competir na luta contra a covid-19, porque se trata de uma “corrida comum”, e acrescentou: “Não estamos a pedir aos países que ponham as suas próprias populações em risco. Estamos a pedir a todos os países que façam parte de um esforço global para reprimir o vírus em todo o mundo”.

Tedros lembrou ainda o objetivo da OMS de começar a vacinação em todos os países do mundo nos primeiros 100 dias do ano e alertou que já só faltam 40 dias e que para concretizar o objetivo é precisa “a cooperação de todos os parceiros”.

O diretor-geral salientou também que as vacinas não são suficientes para manterem os países seguros e alertou que na última semana o número de casos de covid-19 aumentou no mundo pela primeira vez em sete semanas, na Europa mas também do Sudeste Asiático, no Mediterrâneo Oriental e nas Américas.

O aumento de casos, afirmou, é dececionante, mas não surpreendente, sendo que em alguns países se deveu ao relaxamento de medidas de saúde pública e mais circulação de pessoas, a par da circulação de variantes do vírus.

Macron não levanta restrições antes de abril

O Presidente francês, Emmanuel Macron, considerou esta segunda-feira que será impossível levantar as restrições antes de abril, sendo que o país registou, na semana passada, uma média de 21 mil novas infeções diárias.

“Ainda temos de aguentar por várias semanas. Entre quatro e seis semanas”, afirmou Macron em resposta a um jovem que lhe perguntou se o recolher obrigatório, atualmente em vigor entre as 18h00 e as 06h00, poderia passar a começar às 19h00. A conversa aconteceu durante uma visita do Presidente a uma unidade industrial realizada esta segunda-feira em Stains, na região de Paris.

A atual hora de recolhimento está em vigor desde o dia 16 de janeiro, antecipando em duas horas a hora que estava imposta desde 15 de dezembro (20h00), para tentar diminuir o avanço da pandemia.

O avanço da pandemia fez com que novas restrições locais passassem a ser aplicadas, como o confinamento domiciliário durante o fim de semana nas cidades de Nice (sul) e Dunquerque (norte), bem como nas suas áreas de influência.

O Governo também colocou sob vigilância reforçada 20 departamentos, onde vive cerca de 40% da população do país, incluindo a região de Paris, estando agendado para 06 de março a decisão de tornar esse confinamento parcial também nessas áreas.

A França contabiliza, desde o início da pandemia e até domingo, 3,7 milhões de infetados e 86.454 mortos, dos quais 122 ocorreram em hospitais nas últimas 24 horas.

Tóquio faz apelo a Pequim

O Japão apelou à China para não efetuar testes anais em cidadãos japoneses para detetar a covid-19, alegando “sofrimento psicológico” causado pelo procedimento. O pedido do Governo surge após notícias de que o pessoal diplomático dos Estados Unidos na China se tinha queixado de ter sido sujeito a estes testes intrusivos, algo que Pequim negou.

A China, que conseguiu conter a pandemia dentro das suas fronteiras, estimou no mês passado que estes testes, realizados com recurso a um cotonete, introduzido no ânus, aumenta a taxa de deteção de pessoas infetadas, em comparação com as amostras recolhidas na garganta ou no nariz.

O Japão, no entanto, enviou um pedido oficial à China através da sua embaixada em Pequim, pedindo que os seus nacionais fossem dispensados dos testes, depois de os expatriados japoneses terem expressado “profundo sofrimento psicológico” após os testes, disse o porta-voz do Governo nipónico, Katsunobu Kato, na segunda-feira à noite.

“Nesta fase, não recebemos qualquer resposta a dizer que vão mudar. Vamos continuar a apelar”, acrescentou, observando que não tinha informações sobre a utilização deste método fora da China.

Os métodos de amostragem da China são “baseados na ciência” e “de acordo com a evolução da situação epidemiológica e as leis e regulamentos em vigor”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, quando questionado sobre o assunto.

No mês passado, os meios de comunicação social nos Estados Unidos informaram que funcionários do Departamento de Estado norte-americano se tinham queixado de tais testes, mas Pequim desmentiu que tivesse feito essa exigência.

As autoridades chinesas estão a utilizar este método para testar pessoas consideradas em alto risco de contrair o vírus, incluindo residentes de zonas onde foram detetados casos em viajantes internacionais. No entanto, Pequim admitiu que uma utilização de testes retais seria difícil, porque “não é prática“.

https://zap.aeiou.pt/prematuro-pandemia-acaba-ano-384455

 

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