quinta-feira, 8 de abril de 2021

Novo estudo relaciona covid-19 a doenças mentais e neurológicas posteriores !

Uma em cada três pessoas recuperadas da covid-19 foi diagnosticada com uma doença neurológica ou perturbação mental nos seis meses após a infeção, concluiu um estudo que teve por base registos de mais de 230 mil doentes, sobretudo dos Estados Unidos (EUA).


Segundo os resultados do estudo, publicado na terça-feira na Lancet Psychiatry e divulgado pelo Público, perturbações de ansiedade (17%) e de humor (14%) são os diagnósticos mais comuns. Foram analisados os registos eletrónicos de 236.379 doentes, todos com mais de dez anos, infetados em 20 de janeiro de 2020 e ainda vivos a 13 de dezembro.

A incidência de uma doença neurológica ou perturbação psiquiátrica depois da infeção foi de 34%. Na pesquisa foram ainda detetadas perturbações por uso de substâncias (7%) e insónias (5%) e consequências neurológicas – 0,6% de hemorragias cerebrais, 2,1% de acidentes vasculares cerebrais isquémicos e 0,7% de demências.

O estudo revelou ainda que 2,7% dos doentes em unidades de cuidados intensivos e 3,6% com uma encefalopatia tiveram uma hemorragia cerebral, o que somente ocorreu em 0,3% dos pacientes que não foram hospitalizados.

Já 6,9% de pessoas em unidades de cuidados intensivos e 9,4% com uma encefalopatia tiveram acidentes vasculares cerebrais isquémicos – a incidência em pessoas que não foram hospitalizadas foi de 1,3%. Por fim, 1,7% de pessoas em unidades de cuidados intensivos e 4,7% com uma encefalopatia desenvolveram demências, o que se verificou em 0,4% dos doentes sem hospitalizações.

“Estes são dados do mundo real e de um grande número de doentes. Confirmam que há taxas elevadas de diagnósticos psiquiátricos depois da covid-19 e que transtornos graves também afetam o sistema nervoso”, disse em comunicado Paul Harrison, investigador da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e coordenador do estudo.

A equipa comparou ainda os resultados dos doentes com covid-19 com 105.579 doentes com gripe e 236.038 diagnosticados com infeções do trato respiratório, concluindo que havia um risco 44% maior de se ter um diagnóstico neurológico ou psiquiátrico depois de se contrair covid-19 do que depois da gripe. Verificou também que o risco era mais elevado 16% após a covid-19 do que com qualquer outra infeção do trato respiratório.

“Infelizmente, muitas das perturbações identificadas neste estudo tendem a ser crónicas ou recorrentes, por isso podemos antecipar que o impacto da covid-19 poderá ficar entre nós durante muitos anos”, indicaram os investigadores Jonathan Rogers e Anthony David, ambos da University College de Londres e que não participaram no estudo.

https://zap.aeiou.pt/novo-estudo-covid-doencas-mentais-neurologicas-393318

 

“A quarta vaga vai ser maior” - A 100 dias dos Jogos Olímpicos, nova variante preocupa Japão !

As autoridades de saúde do Japão estão preocupadas que as variantes do coronavírus estejam a iniciar uma quarta vaga da pandemia a 109 dias dos Jogos Olímpicos.


As variantes parecem ser mais infeciosas e podem ser resistentes às vacinas, que ainda não estão amplamente disponíveis no Japão. A situação é pior em Osaka, onde as infeções atingiram novos recordes na semana passada, levando o governo regional a iniciar medidas de confinamento durante um mês a partir desta segunda-feira.

Uma variante descoberta inicialmente na Grã-Bretanha espalhou-se rapidamente pela região de Osaka, enchendo as camas de hospitais com casos mais graves do que o vírus original.

“A quarta vaga será maior”, disse Koji Wada, um conselheiro do governo sobre a pandemia e professor da Universidade Internacional de Saúde e Bem-estar de Tóquio, citado pela agência Reuters. “Precisamos de começar a discutir como poderíamos utilizar estas medidas direcionadas para a área de Tóquio.”

O Japão declarou duas vezes o estado de emergência que cobriu a maior parte do país no ano passado, mais recentemente logo após o Ano Novo, quando ocorreu a terceira e mais mortal onda da pandemia. As autoridades estão agora a optar por medidas mais direcionadas que permitam que os governos locais reduzam o horário comercial e imponham multas por imcumprimento.

Osaka cancelou os eventos da Tocha Olímpica na região, mas o primeiro-ministro Yoshihide Suga insiste que o Japão irá realizará os Jogos Olímpicos conforme programado. Suga disse que as medidas em Osaka podem ser expandidas para Tóquio e outros lugares se necessário.

A verdadeira extensão dos casos mutantes é desconhecida, uma vez que apenas uma pequena fração dos casos de covid-19 são submetidos ao estudo genómico necessário para encontrar as variantes.

Um relatório do ministério da saúde na semana passada mostrou que 678 casos de variantes mutantes da Grã-Bretanha, África do Sul e Brasil foram descobertos em todo o país e em aeroportos, com os maiores aglomerados em Osaka e Hyogo.

No entanto, o Japão está também preocupado com um outra variante, conhecida como E484K, que pode ser mais difundida. Cerca de 70% dos pacientes com covid-19 testados num hospital de Tóquio no mês passado tinham esta mutação que era diferente das variedades britânica e sul-africana.

“É quase uma certeza que esta nova variante é altamente contagiosa, com uma velocidade de transmissão muito rápida”, alertou o governador de Osaka Hirofumi Yoshimura. “Peço a todos os residentes de Osaka para evitarem saídas desnecessárias”.

As medidas prioritárias que estão a ser implementadas agora têm como objetivo deter um aumento inesperado de casos mutantes, segundo Makoto Shimoaraiso, um oficial do Gabinete do Secretariado para a resposta do Japão ao covid-19. “Aceitamos as críticas quando as pessoas dizem que não conseguimos detetar nenhuma variante”, disse.

https://zap.aeiou.pt/a-quarta-vaga-vai-ser-maior-a-100-dias-dos-393123

 

Alemanha cria “Defesa da Pátria”, um serviço militar voluntário para jovens !

O Exército alemão vai dispor de um novo serviço militar, em formato reduzido e voluntário denominado “Defesa da Pátria” e com o objetivo de reforçar as Forças Armadas perante crises pontuais, catástrofes naturais e do meio ambiente.


O serviço prevê um período de instrução militar de sete meses após o qual os membros passam a reservistas durante seis anos, anunciou na terça-feira a ministra da Defesa, Annegret Kram-Karrenbauer.

“A designação ‘defesa da pátria’ deve entender-se no sentido lato, como a palavra ‘pátria’”, disse a ministra sublinhando que os termos não têm “conotações nacionalistas”. “[As designações] têm expressão num Exército integrado, numa sociedade democrática como a alemã”.

O objetivo deste serviço voluntário, que prevê a “incorporação de um milhar de jovens” na primeira fase, é “complementar” às Forças Armadas e aplica-se a situação predefinidas e sempre no interior do país, estando excluídas participações em missões internacionais.

O serviço tem também como lema “Um ano para a Alemanha” e a instrução vai dividir-se em duas partes: uma presencial e outra à distância para que seja compatível com os estudos ou atividades laborais.

Para o governo, a “ideia” é que os interessados se incorporem “num ano que funciona como uma ponte” entre o fim da formação académica e a vida laboral.

Na Alemanha, o serviço militar obrigatório foi suspenso no dia 1 de julho de 2011, na sequência de uma decisão do segundo governo liderado por Angela Merkel e após um largo debate interno entre os conservadores.

A mudança para a constituição de um Exército profissional foi polémica porque até 2011 considerava-se que as Forças Armadas alemãs tinham de estar integradas na sociedade e representar todas as classes sociais.

Os que se mostraram contra a suspensão argumentavam que o Exército profissional implicava um risco porque podia atrair radicais de extrema-direita ou pessoas fanáticas por armas de fogo.

A reforma levou à redução gradual do contingente, na altura com 240 mil efetivos, até aos 170 mil atualmente, número que tem vindo a diminuir paulatinamente ao longo dos últimos anos.

https://zap.aeiou.pt/alemanha-cria-defesa-da-patria-um-servico-milita-393091

 

Oxford suspende ensaio clínico da AstraZeneca em crianças - Valneva mostra resultados positivos !

O ensaio clínico da vacina Oxford-AstraZeneca em crianças fica suspenso até serem conhecidas as conclusões do regulador sobre a possível ligação entre a vacina e a formação de coágulos sanguíneos.


Os testes da da vacina Oxford-AstraZeneca em crianças, que estavam a decorrer no Reino Unido, ficam suspensos até ser conhecida a conclusão do regulador sobre a possível ligação entre a vacina e a formação de coágulos sanguíneos, avança o Expresso.

“Os pais e filhos devem continuar a comparecer a todas as visitas agendadas e podem entrar em contacto com os locais de teste, no caso de terem alguma dúvida”, de acordo com o comunicado.

A decisão não está relacionada com “preocupações de segurança”. Trata-se de aguardar “informações adicionais” da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA), a entidade que está a avaliar os casos raros de trombose identificados em adultos.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) também está a avaliar a possível relação entre a vacina e os casos de coágulos sanguíneos. Está prevista para esta tarde uma conferência de imprensa sobre a vacina da AstraZeneca.

Valneva mostra resultados positivos

A empresa francesa de biotecnologia Valneva está a desenvolver uma vacina contra a covid-19 que mostrou resultados positivos nos ensaios clínicos da fase inicial. De acordo com o Expresso, ensaio de fase três deverá avançar ainda este mês.

A vacina foi testada em 153 adultos – duas doses com três semanas de intervalo – e os resultados mostram que o imunizante é “seguro“. Além disso, a empresa refere que foi “bem tolerado em todos os grupos testados, sem preocupações de segurança identificadas por um conselho de monitorização de segurança de dados independente”.

O fármaco, que utiliza um vírus inativado, gera uma resposta imunológica, com “mais de 90% de todos os participantes no estudo” a desenvolverem níveis significativos de anticorpos contra o novo coronavírus.

O semanário informa ainda que a empresa francesa está em conversações com a União Europeia (UE) para fornecer 60 milhões de doses aos Estados-membros e já assinou um acordo com o Reino Unido para fornecer até 190 milhões de doses até 2025.

https://zap.aeiou.pt/oxford-suspende-astrazeneca-criancas-393063

 

OMS quer mudar nomes das variantes para não estigmatizar países ou lugares !

A Organização Mundial de Saúde (OMS) está a trabalhar na alteração dos nomes das variantes do novo coronavírus, de forma a garantir que estes não estigmatizam os países ou lugares onde foram detetadas.


Na conferência de imprensa desta terça-feira, Maria Van Kerkhove, coordenadora da gestão da pandemia da OMS, adiantou que a organização está a trabalhar há dois meses para alterar os nomes das variantes do novo coronavírus.

De uma forma geral, estas variantes estão a ser apelidadas de acordo com o local onde foram detetadas pela primeira vez: variante britânica (B.1.1.7), sul-africana (B.1.351) ou brasileira (P1).

“Há anos que temos dito que o local não deve ser o nome do agente patogénico”, começou por dizer Kerkhove, citada pelo semanário Expresso. No entanto, “continuamos a ver as pessoas chamarem às estirpes ‘variante do país X’ ou ‘variante do país Y’“, lamentou.

Desta forma, a OMS está a trabalhar para desenvolver uma nomenclatura para cada variante, de forma a garantir que estes países ou lugares, assim como as pessoas que aí vivem, não são “estigmatizadas”.

“Embora eu pensasse que ia ser fácil, estamos a trabalhar há dois meses para o conseguir. Esperamos anunciar os novos nomes muito em breve”, disse ainda.

Benefícios da AstraZeneca superam riscos

Esta terça-feira, na conferência de imprensa online, o diretor para os assuntos de regulação e pré-qualificação da OMS, Rogério Gaspar, disse que a informação atual não estabelece nenhum vínculo entre a vacina da AstraZeneca e certos tipos de trombose, mas acrescentou que há “dados a chegar todos os dias” e que a OMS está a analisá-los com a Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Em causa estão as recentes declarações do responsável pela estratégia de vacinação da EMA, Marco Cavaleri, que confirmou a existência de uma relação entre a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca e a ocorrência de coágulos de sangue raros em pessoas vacinadas.

Rogério Gaspar disse que a avaliação atual é a de que entre os riscos e os benefícios é positiva a utilização da vacina, referindo como “muito raros” os casos de trombose.

Afirmando que há uma redução da mortalidade por covid-19 nas pessoas que já receberam a vacina do laboratório anglo-sueco, o responsável da OMS disse que em breve deverá haver uma “avaliação mais conclusiva”.

Mariângela Simão, diretora-geral-assistente da OMS, afirmou também que as informações sobre essa possível relação proveem da Europa e disse que a organização está a recolher dados de todas a regiões, porque já foram administrados milhões de vacinas na América Latina, Ásia e África.

Entretanto, a EMA anunciou que vai pronunciar-se ainda esta quarta-feira sobre a possível relação entre a vacina da AstraZeneca e a formação de coágulos sanguíneos.

A conferência de imprensa online está agendada para as 14h00 (15h00 em Lisboa) e terá como tema “a conclusão do exame ao alerta” lançado sobre esta vacina em relação aos “casos de trombose”, afirmou, em comunicado, o regulador europeu, citado pela agência France-Presse.

Vacinação já começou em 190 países

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou também que a vacinação contra a covid-19 já começou em 190 países, mas avisou que é preciso mais produção e melhor distribuição de vacinas.

“No início do ano, fiz um apelo para que todos os países começassem a vacinar os trabalhadores da saúde e as pessoas mais idosas nos primeiros 100 dias de 2021. Esta semana marcará o centésimo dia e 190 países e economias iniciaram agora a vacinação”, disse.

Da OMS fazem parte 194 países, pelo que faltam apenas quatro países começarem a vacinação.

Ghebreyesus acrescentou que a COVAX (mecanismo que a OMS criou de distribuição mundial equitativa de vacinas contra a covid-19) já entregou 36 milhões de vacinas em 86 países.

“O aumento da produção e distribuição equitativa continua a ser a principal barreira para acabar com a fase aguda desta pandemia”, disse na conferência de imprensa, na qual alertou ainda para o aumento das desigualdades entre países e dentro dos próprios países.

O responsável máximo da OMS disse que o mundo precisa de fazer cinco mudanças vitais, uma delas a de investir na produção equitativa e no acesso a testes rápidos à covid-19, a oxigénio, a tratamentos e a vacinas.

Lamentando que em alguns países os profissionais de saúde e grupos de risco estejam por vacinar, apelando aos Governos para que continuem a partilhar vacinas e que contribuam para que a OMS possa fazer essa distribuição, Ghebreyesus defendeu um “investimento sério nos cuidados de saúde primários e na prestação de serviços de saúde a cada membro de cada comunidade”.

A pandemia, acrescentou, expôs as fragilidades dos sistemas de saúde, com metade da população mundial sem acesso aos serviços essenciais de saúde, pelo que os Governos não só não devem cortar na despesa publica em saúde como devem cumprir o objetivo recomendado pela OMS de gastar mais de 1% do PIB em cuidados de saúde primários.

“E devem reduzir o défice global de 18 milhões de profissionais de saúde necessários para alcançar a cobertura universal da saúde até 2030”, acrescentou.

Os países devem dar prioridade à saúde e proteção social, construir bairros seguros, saudáveis e inclusivos, e melhorar os dados e informações sobre a saúde, disse.

Na conferência de imprensa o responsável pela área das emergências em saúde da OMS, Michael Ryan, considerou que a vacinação não deve ser uma exigência para viagens internacionais, quando questionado sobre a criação de um “passaporte de vacinação”, mas acrescentou que no dia 15 haverá uma reunião sobre a matéria e que OMS irá divulgar recomendações para os Estados.

https://zap.aeiou.pt/oms-quer-mudar-nomes-variantes-393135

EMA vai investigar ensaios clínicos da vacina russa - Brasil admite começar a fabricar Sputnik V !

A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) vai investigar na próxima semana se os ensaios clínicos da vacina russa contra a covid-19 Sputnik V infringiram os padrões éticos e científicos. 


De acordo com o Financial Times, esta investigação surge numa altura em que se levanta a preocupação da Agência Europeia do Medicamento sobre a possibilidade de esses ensaios não obedecerem às “boas práticas clínicas”.

A Rússia disse que militares e funcionários públicos estiveram envolvidos em testes da vacina desenvolvidos por um laboratório estatal e financiado pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), o fundo de riqueza soberana do Kremlin. Contudo, segundo a agência Reuters, alguns participantes disseram que foram pressionados a fazê-lo pelos seus superiores.

“Não houve pressão [sobre os participantes] e o Sputnik V cumpriu todas as práticas clínicas”, garantiu Kirill Dmitriev, chefe do RDIF.

Dmitriev observou ainda que os reguladores dos 59 países que já aprovaram o Sputnik V verificaram “rigorosamente” todos os dados e ficaram satisfeitos por seguirem as “boas práticas clínicas”.

A EMA está a conduzir a investigação sobre a Sputnik V, mas ainda não se pronunciou sobre se poderá ser usada na União Europeia (UE). “A conformidade com o padrão fornece garantia de que os direitos, segurança e bem-estar dos participantes do estudo são protegidos e que os dados do estudo clínico são confiáveis”, explicou o regulador.

“Não temos conhecimento de quaisquer preocupações da EMA e fugas de tais preocupações são um exemplo específico de pessoas que tentam minar o processo de aprovação da EMA, que é suposto ser imparcial e sem discriminação”, disse Dmitriev

Uma inspeção separada da EMA das instalações de produção do Sputnik V na Rússia, programada para o próximo mês, foi adiada devido à necessidade de acomodar visitas de inspetores de países que fizeram pedidos para comprar a vacina. “Priorizamos nas fiscalizações as pessoas que se comprometeram a comprar vacinas… ao contrário da Comissão Europeia”, atirou o chefe do RDIF.

Embora a Rússia tenha apresentado a Sputnik V como uma possível solução para os problemas da vacina na Europa, Thierry Breton, o comissário da União Europeia (UE) que chefia o programa de vacinas, disse que a Europa “não tinha absolutamente nenhuma necessidade do Sputnik V”.

Brasil admite fabricar a vacina russa

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, conversou esta terça-feira, via telefone, com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, numa reunião em que foi abordada a aquisição e produção da vacina contra a covid-19 Sputnik V, desenvolvida na Rússia.

“Acabei de receber um telefonema do Presidente Putin. Um dos assuntos mais importantes que tratámos aqui foi a possibilidade de virmos a receber a vacina Sputnik, daquele país. Logicamente, dependemos ainda de resolver alguns entraves aqui, no Brasil, e estamos ultimando o contacto com as demais autoridades (…), sobre como podemos, efetivamente, importar essa vacina”, disse Bolsonaro, num vídeo partilhado nas redes sociais após a reunião. “Esperamos, inclusive, caso seja aprovada a vacina Sputnik, que possamos vir a produzi-la no Brasil”.

Ao longo da conversa com Putin, Bolsonaro esteve acompanhado pelos ministros da Relações Exteriores, Carlos Alberto França, da Saúde, Marcelo Queiroga, da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, e pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, António Barra Torres.

Coube a Barra Torres informar que uma equipa da Anvisa viajará até à Rússia para inspecionar as fábricas de produção da Sputnik e dos seus consumíveis.

“Temos a confirmação do envio da nossa missão de vigilância sanitária à Rússia, já com o ok da Rússia nesse sentido, para que possamos efetuar a inspeção nas instalações de produção, tanto de insumos, quanto da própria vacina”, afirmou Barra Torres.

O diretor-presidente também informou que o embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Kazimirovitch Labetskiy, irá visitar as instalações da Anvisa, em Brasília, esta semana.

Bolsonaro considerou a reunião “muito produtiva” e disse esperar resolver em breve os entraves que impedem a autorização da vacina.

Foi “uma conversa muito produtiva. Se Deus quiser, brevemente estaremos resolvendo essa questão da vacina Sputnik. No momento, agradeço ao Presidente Putin pela maneira como tratou esse assunto com o Brasil”, concluiu Bolsonaro.

A Rússia registou a vacina em agosto, antes de testes clínicos em grande escala, gerando temores iniciais sobre a sua segurança. Contudo, as análises desde então têm sido amplamente positivas, sendo a vacina segura e mais de 90% eficaz.

Os fabricantes russos não conseguiram aumentar a produção nacional para atender à demanda interna e externa, mas o governo disse que o país pretende produzir 178 milhões de doses individuais de Sputnik V e duas outras vacinas, EpiVacCorona e CoviVak, até ao final de junho.

A empresa também disse que espera vacinar totalmente 30 milhões de russos até à mesma data, deixando uma quantidade possível de 118 milhões de doses produzidas no país para exportação.

A fabricante também estabeleceu acordos de produção com outros 10 países para produzir as suas vacinas fora da Rússia.

https://zap.aeiou.pt/ema-vai-investigar-ensaios-clinicos-da-vacina-russa-393061

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Quem é o Q ? Documentário da HBO sugere ter descoberto identidade do líder da misteriosa QAnon !

 

A identidade de Q, o suposto agente ultrassecreto do Governo e profeta da ideologia extremista QAnon, foi um mistério durante anos. Agora, um novo documentário da HBO sugere ter descoberto quem é o líder da organização.

De acordo com o The Washington Post, a resposta sempre foi a mais óbvia: Ron Watkins, o administrador do fórum 8kun, a “casa” online do movimento conspiratório.

A maioria dos investigadores da QAnon especula há muito tempo que Watkins escreveu muitas das publicações falsas e enigmáticas, alegando que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump estava a travar uma guerra contra uma cabala internacional de elite de pedófilos adoradores de Satanás.

Contudo, Watkins negou o seu envolvimento, dizendo ser apenas um operador neutro dos bastidores do site – e nunca um participante.

Agora, na série da HBO “Q: Into the Storm”, o cineasta Cullen Hoback aponta para o que argumenta ser uma evidência-chave de que Watkins mentiu sobre o seu papel nas mais de quatro mil mensagens que Q postou desde 2017.

Numa cena final, após Watkins ter falado sobre como partilhou alegações infundadas sobre fraude eleitoral após a derrota de Trump nas eleições de 2020, disse a Hoback: “Foram basicamente três anos de treino em inteligência, ensinando normies [pessoas normais] como fazer trabalho de inteligência. Era basicamente o que fazia anonimamente antes, mas nunca como Q.”

Para Hoback, foi uma admissão inadvertida de que Watkins é, na verdade, Q, elaborando comunicados secretos e moldando o movimento para os normies consumirem. Ainda na mesma cena, Watkins sorriu e pigarreou, procurando corrigir o registo: “Nunca como Q. Eu prometo. Eu não sou Q”.

A evidência é circunstancial e não há provas do papel de Watkins, que, no domingo, enviou uma mensagem para os seus 150 mil assinantes na aplicação Telegram: “Lembrete amigável: Eu não sou Q. Tenham um bom fim de semana.”

A revelação, contudo, revigorou o debate sobre as pistas do papel de Watkins num dos maiores movimentos de teoria da conspiração da era da Internet. QAnon incitou violência e atos criminosos e o FBI classificou-a como uma ameaça de terrorismo doméstico.

Watkins e o seu pai, o proprietário do 8kun Jim Watkins, eram as únicas pessoas que se podiam gabar de um diálogo nos bastidores com Q e a ascensão da QAnon serviu para dar à dupla atenção e infâmia.

O anonimato e a operação opaca de 8kun pareceram impossibilitar a identificação de Q, mesmo com o movimento a tender à violência e a ser citado como inspiração por muitos dos apoiantes de Trump, que protestaram no Capitólio a 6 de janeiro.

À medida que o número de seguidores da QAnon crescia, Q nunca parecia mostrar interesse em partilhar os seus “furos” de inteligência exclusivos, exceto em 8kun – mesmo quando o site, anteriormente conhecido como 8chan, ficou offline durante quase três meses após uma série de tiroteios em massa, em 2019.

Também não é claro por que um mentor estratégico de elite confiaria apenas numa dupla de pai e filho que vive nas Filipinas, cuja principal reivindicação à fama era um site de discurso de ódio, pornografia e memes extremistas.

Ainda há muitas perguntas por responder

Para alguns investigadores, a admissão não resolve todas as questões remanescentes sobre Q. Alguns argumentam de forma persuasiva que, embora Ron Watkins provavelmente saiba quem está por trás do QAnon, o relato pode ser conduzido por mais de uma pessoa ou uma equipa de escritores que elaboram mensagens para o público.

“É um conjunto coletivo de diferentes partes interessadas com diferentes níveis de conhecimento e diferentes pontos de acesso à infraestrutura”, disse Joan Donovan, diretora do Projeto de Tecnologia e Mudança Social do Shorenstein Center da Harvard Kennedy School. “Não há uma única pessoa que possa ser Q.”

Além disso, também não resolve a verdadeira história do nascimento de Q, que publicou pela primeira vez no 4chan em 2017, antes de passar para o 8chan e ficar sob o controlo dos Watkins, em 2018. Alguns investigadores apontam diferenças nos estilos de escrita naquela época e sugerem que a persona Q mudou de mãos.

Numa transmissão ao vivo na semana passada, Ron e Jim Watkins propuseram uma explicação alternativa: Q era Stephen Bannon – que foi assistente do Presidente e estrategista-chefe da Casa Branca no governo Trump – ou o próprio Hoback.

O documentário causou pouca repercussão nos círculos online frequentados por crentes na QAnon. Quase todos os seus fóruns de discussão e canais do Telegram mais populares ignoraram a entrevista de Watkins.

Q, que costumava publicar várias vezes por dia, não escreve nada desde 8 de dezembro. Para muitos investigadores, a identidade do líder da QAnon é menos importante do que o que a ascensão da QAnon na Internet e como esta pode dar alcance global à desinformação e levar as pessoas a acreditar em coisas impossíveis.

“Mesmo que fosse apenas Ron Watkins, o movimento cresceu muito além de uma pessoa ou pseudónimo. Agora é um vírus social global que se tornou um recipiente para tudo, desde a desinformação [anti-vacinas] e as teorias da conspiração do coronavírus, até às agendas políticas ”, disse Rita Katz, diretora executiva do SITE Intelligence Group, que monitoriza o extremismo online, acrescentando, contudo, que “tudo o que Jim ou Ron Watkins dizem deve ser visto com ceticismo”.

https://zap.aeiou.pt/documentario-hbo-lider-qanon-392900

 

 

Florida causou problema ambiental para evitar “inundação catastrófica” !

Um reservatório na Florida, Estados Unidos (EUA), que ameaçava inundar a cidade de Tampa com mais de 1000 milhões de litros de água contaminada com fosfogesso, proveniente da indústria de fertilizantes fosfatados, transformou-se num problema ambiental.

De acordo com o Público, embora o risco de uma “inundação catastrófica” tenha diminuído esta terça-feira, os ambientalistas falam em “danos significativos” para o ambiente devido às operações de drenagem para o porto de Manatee, na baía de Tampa, de uma parte das águas cuja pressão ameaçava destruir o reservatório.

“O nosso objetivo agora é tentar prevenir e responder, se necessário, a uma situação de inundação verdadeiramente catastrófica”, disse o governador da Florida, Ron DeSantis, no domingo à noite, citado pelo Tampa Bay Times.

Na sexta-feira, uma “parte da parede de suporte” deslocou-se “lateralmente”, agravando a deterioração da estrutura do reservatório de uma antiga fábrica de fosfato em Piney Point, com as autoridades a declararem o “estado de emergência” no sábado. Mais de 300 casas foram evacuadas e muitas das famílias alojadas em hotéis.

Segundo o administrador do condado de Manatee, Scott Hopes, a cidade “ainda não está livre do perigo”. As equipas tentam colmatar as falhas no revestimento com pedras e outros materiais, enquanto retiram parte das águas residuais de forma controlada para o porto de Manatee através de “uma vala de drenagem”, referiu Hopes à agência Reuters.

A estrutura é um de três reservatórios da antiga fábrica, que contêm água do mar e da chuva com nitrogénio e fosfogesso, substância monitorizada devido à potencial radioatividade. A Agência de Proteção Ambiental da Florida garante, contudo, que essas águas não são “radioativas” nem “tóxicas”, com os riscos ambientais desvalorizados.

Os ambientalistas alertam para uma “catástrofe ambiental” devido à propagação de algas nocivas que podem vir a afetar a vida aquática na baía de Tampa.

Segundo Hopes, a situação poderia ter ficado resolvida “há mais de duas décadas”, visto que os primeiros indícios da deterioração remontam a 2003. Já nessa altura, a Agência de Proteção Ambiental da Florida autorizara a drenagem de milhões de litros de água para o golfo do México.

https://zap.aeiou.pt/florida-problema-ambiental-inundacao-catastrofica-392996

 

Professor despedido por oferecer dinheiro a homem para abusar de menina de dois anos !

Um professor foi despedido nos EUA depois de um relatório policial indicar que se oferecera para pagar um quarto de motel a outro homem, se pudesse molestar sexualmente a filha de 2 anos.


Um professor primário, que lecionava em Palm Beach Gardens, foi despedido, informou o agrupamento escolar em comunicado.

Alexander, de 27 anos, também colocou anúncios na Internet para tomar conta de bebés e crianças, como “babysitter”, de acordo com investigadores da polícia.

O despedimento ocorreu horas depois de ser conhecido, na segunda-feira, um relatório relativo à detenção.

O documento policial indicou que um homem de 39 anos publicou um anúncio na Craigslist [plataforma “online” que disponibiliza anúncios gratuitos] em 26 de março, à procura de alguém para dividir um quarto de motel durante alguns dias enquanto esperava para se mudar para uma nova casa. O indivíduo referiu, no anúncio, que tinha uma filha de dois anos.

O homem recebeu mensagens de um desconhecido que perguntou: “Será que alguma vez ficarei sozinho com a sua filha?” Quando lhe foi dito que não, o autor das mensagens respondeu que iria para outro local. O pai acabou por contactar a polícia.

Depois de lerem os textos, os agentes fizeram-se passar pelo pai e responderam ao autor das mensagens, dizendo-lhe que podia estar sozinho com a criança se pagasse duas noites do quarto do motel. Acabaram por concordar em encontrar-se no motel na quinta-feira, ficando combinado que o professor traria 200 dólares.

Os detetives disseram que detiveram o homem quando este chegou à porta com um preservativo escondido no sapato. E que este admitiu ter enviado os textos, dizendo que tinha um vício sexual, mas negou ter alguma vez molestado uma criança.

O professor está detido sob fiança de um milhão de dólares (846,6 mil euros) na prisão do condado de Palm Beach.

https://zap.aeiou.pt/professor-despedido-abusar-menina-392769

 

Marwa, a primeira capitã de navios do Egito, foi falsamente acusada de bloquear o Canal do Suez !

Marwa Elselehdar, a primeira mulher capitã de um navio no Egito, foi surpreendida com os rumores que davam conta de que seria a culpada pelo bloqueio do Canal do Suez, uma das principais rotas de navegação do mundo.


“Fui falsamente acusada de bloquear o Canal de Suez”, disse Marwa Elselehdar, a primeira mulher capitã de um navio no Egito, em entrevista à BBC. Na altura do incidente, a jovem estava a trabalhar como primeira oficial do navio Aida IV, que navegava a centenas de quilómetros da Alexandria.

Antes de qualquer investigação, os rumores começaram a surgir nas redes sociais, alimentados pela imagem de uma manchete falsa, alegadamente publicada pelo jornal Arab News.

A imagem terá sido feita com base num artigo verdadeiro, publicado pelo mesmo jornal a 22 de março, que descreve o sucesso de Marwa como a primeira mulher à frente de um navio no Egito.

“Senti que poderei ter sido um alvo talvez por ser uma mulher de sucesso neste campo ou porque sou egípcia, mas não tenho a certeza”, afirmou a jovem de 29 anos.

“A sociedade ainda não aceita a ideia de mulheres a trabalhar no mar longe da família por um longo período de tempo. Mas quando se faz o que se gosta, não há necessidade de procurar a aprovação dos outros”, acrescentou.

Segundo o Público, a captura de ecrã da suposta notícia do Arab News, que a responsabilizava pela paralisação do Suez, circulou pelas redes sociais e obrigou a comandante a negar qualquer responsabilidade no incidente.

Dias antes, o jornal tinha publicado um perfil de Marwa, e a imagem com texto em inglês terá sido manipulada a partir daí.

No Instagram, a comandante publicou um vídeo no qual alerta para o surgimento de perfis falsos.

O Canal do Suez, no Egito, é uma das passagens marítimas mais movimentadas do mundo e, devido ao encalhe do Ever Given, cerca de 400 navios aguardavam a passagem na via que liga os mares Mediterrâneo e Vermelho.

https://zap.aeiou.pt/marwa-acusada-bloquear-suez-392765

 

China e Rússia suspeitas de fazer ciberespionagem a Portugal - Policia Judiciária investiga ataques

O Relatório Anual de Segurança Interna 2020, apresentado na semana passada, reconhecia aumento da ciberespionagem “de origem estatal”, mas não especificava os países que estariam por trás dela.


O documento fala no aumento de “ameaças persistentes, tecnologicamente avançadas, de origem estatal”, mas não indica os países que serão os autores dos ataques informáticos, agora o Público esclarece que tanto a China como a Rússia são dois dos países envolvidos nos ataques.

Segundo o mesmo jornal, alguns destes ataques estão a ser investigados pela Polícia Judiciária.

O Público confrontou o gabinete de António Costa e o Centro Nacional de Cibersegurança com os novos dados, e nem um nem outro negaram as informações, mas recusaram comentá-las.

Já o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) afirmou que “não tem nada a acrescentar ao que se encontra expresso no Relatório Anual de Segurança Interna”.

As embaixadas da China e da Rússia não negam de forma expressa ter estado por trás de ataques de ciberespionagem contra instituições portuguesas.

A primeira apenas sublinha que o Governo chinês se opõe e combate “sempre conforme as leis os ataques e espionagens cibernéticos”.

Já a federação presidida por Vladimir Putin diz que, “se houvesse lugar a quaisquer acusações concretas contra a Rússia, seria razoável mostrar pelo menos algumas provas”.

A embaixada chinesa refere ainda que “a China é um defensor firme da cibersegurança, e também uma das maiores vítimas de ataque hacker”. compartilhado.”

Por sua vez, a Rússia, acrescenta que possui um Centro Nacional de Coordenação para os Incidentes nos Computadores “que está sempre disposto para a resolução de quaisquer casos com os países estrangeiros”, sugerindo que Portugal nunca o fez.

De acordo com o Público, a China tem estado associada a ciberataques contra instituições de saúde, enquanto a Rússia tem privilegiado entidades ligadas ao Estado.

No próprio RASI 2020 fala-se de “operações de ciberespionagem contra entidades de investigação científica, particularmente envolvidas na pesquisa de terapêuticas e de vacinas [contra a covid-19]”, sem identificar os alegados autores.

Fontes contactadas pelo Público explicam que é possível determinar a autoria destes ataques essencialmente pelo tipo de tecnologia utilizada e pelo modus operandi dos atacantes. Contudo, em algumas situações é difícil fazer uma identificação exata.

Com o país confinado devido à pandemia, muita da criminalidade transferiu-se para o mundo virtual.

https://zap.aeiou.pt/china-russia-ciberespionagem-portugal-392727

 

Responsável da EMA confirma ligação entre vacina da Astrazeneca e tromboses !

Marco Cavaleri, responsável da estratégia de vacinas da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) confirmou que há uma ligação entre a vacina da AstraZeneca e os casos de trombose.


Em declarações ao jornal italiano Il messagero, o responsável da Agência Europeia do Medicamento (EMA) admitiu que “é claro que há uma ligação [dos casos de trombose] com a vacina” da AstraZeneca. “Agora podemos dizer [que sim]”, afirmou Marco Cavaleri.

Contudo, ainda não se sabe a causa desta reação. “Ainda não sabemos. Nas próximas horas diremos que há uma ligação, mas ainda temos de entender como acontece”, explicou.

Especialistas da Agência Europeia do Medicamento reuniram-se esta semana para finalizar a sua avaliação de casos raros de coagulação do sangue e a sua possível relação com a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, cujo uso em menores de 60 anos está paralisado em alguns países europeus.

O Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância (PRAC, na sigla em inglês), responsável por monitorizar e avaliar a segurança dos medicamentos para uso humano autorizados pela EMA, tem reuniões agendadas de terça a sexta-feira.

Na última reunião, quarta-feira passada, o PRAC não descartou a relação causa-efeito, mas também não encontrou evidências claras de uma ligação entre a AstraZeneca e o desenvolvimento de coágulos sanguíneos com baixo número de plaquetas.

Com isto, a EMA continua a considerar que os benefícios desta vacina contra covid-19 continuam a superar qualquer risco de efeitos colaterais.

Vários países europeus, como é o caso da Dinamarca, Estónia, Lituânia, Luxemburgo, Letónia, Noruega e Áustria, suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca após relatos de coágulos e tromboses em pessoas que foram vacinadas com este produto.

No início de março, a Áustria anunciou a retirada por precaução de um lote da vacina da AstraZeneca após a morte de uma enfermeira do hospital de Zwettl. Um segundo paciente foi diagnosticado com embolia pulmonar e, até terça-feira, mais duas outras condições de coagulação foram identificadas em pacientes que receberam uma dose do mesmo lote.

Portugal também chegou a suspender o uso da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 por motivos de “precaução” e “saúde pública”.

Mesmo quando vários países decidiram interromper o uso desta vacina, a Organização Mundial de Saúde (OMS) continuou a recomendá-la. Também a EMA tinha assegurado que a vacina da AstraZeneca contra a covid-19 “é segura e eficaz”, não estando associada aos casos de coágulos sanguíneos detetados, que levaram à suspensão do seu uso.

Apesar de vários países terem voltado a administrar a vacina após o parecer da EMA, a Dinamarca e a Noruega prolongaram a suspensão do seu uso. Paralelamente, o Canadá e alguns hospitais alemães suspenderam esta inoculação em menores de 55 anos.

Em Portugal, a hipótese de uma nova suspensão da AstraZeneca foi afastada pelo coordenador da task force para a vacinação.

Na semana passada, foi noticiado que sete pessoas morreram no Reino Unido por causa de coágulos sanguíneos, após receberem a vacina da AstraZeneca.

https://zap.aeiou.pt/responsavel-ema-confirma-ligacao-392814

 

“Não faz parte do nosso treino” - Chefe da polícia diz que Chauvin “violou as regras” na detenção de Floyd !

O chefe da polícia da cidade de Minneapolis, Medaria Arradondo, testemunhou esta segunda-feira no julgamento de assassinato de George Floyd e disse que Derek Chauvin violou as regras do Departamento de Polícia e o seu código de ética sobre o respeito à “santidade da vida”.


“Não faz parte do nosso treino e certamente não faz parte da nossa ética e dos nossos valores”, disse Medaria Arradondo, referindo-se a como Chauvin, que é branco, pressionou o seu joelho no pescoço de Floyd, um homem negro de 46 anos, durante mais de nove minutos.

O vídeo da morte de Floyd gerou protestos globais contra a brutalidade policial.

Durante mais de três horas e meia de depoimento, Arradondo contestou a alegação da defesa de que Chauvin, que se declarou inocente das acusações de homicídio, estava a seguir o treino que recebeu nos seus 19 anos na polícia.

“Discordo veementemente que este foi o uso apropriado da força para aquela situação em 25 de maio”, disse Arradondo, citado pela agência Reuters, acrescentando que os polícias são treinados para tratar as pessoas com dignidade e juraram defender a “santidade da vida”.

Arradondo disse que os polícias são treinados em primeiros socorros básicos anualmente. Para o chefe da polícia, Chauvin falhou em seguir o seu treino em vários aspetos.

A testemunha afirmou que percebeu pela cara de Floyd que Chauvin estava a usar mais do que a pressão máxima “leve a moderada” que um polícia pode usar no pescoço de alguém. Chauvin não parou de usar força letal, mesmo quando Floyd ficou inconsciente, e não forneceu os primeiros socorros obrigatórios, acusou Arradondo.

“É contrário ao nosso treino colocar indefinidamente o joelho num indivíduo prostrado e algemado por um período indefinido de tempo”, assegurou.

“Viu o vídeo?”

Arradondo estava em casa na noite da morte de Floyd quando um subchefe lhe ligou para dizer que se tinha desenrolado uma situação “crítica” no cruzamento do lado de fora de uma loja de alimentos onde Floyd foi preso por suspeita de usar uma nota falsificada de 20 dólares para comprar cigarros.

O primeiro vídeo que viu, gravado por uma câmara de vigilância da cidade do outro lado da rua, não mostrou muito. Mas, pouco antes da meia-noite, recebeu uma chamada de alguém “da comunidade”.

“Disseram quase literalmente: ‘Viu o vídeo do polícia a estrangular e a matar aquele homem?’”, recordou Arradondo. “Eventualmente, poucos minutos depois disso, vi pela primeira vez o vídeo.”

Depois de ver o vídeo, Arradondo concluiu que a situação violou os “princípios e valores” do seu departamento.

De acordo com especialistas em lei, é altamente incomum uma autoridade sénior da polícia de uma cidade testemunhar que um dos seus ex-subordinados usou força excessiva.

https://zap.aeiou.pt/chefe-da-policia-diz-que-chauvin-violou-as-392743

 

30 mil pessoas precisam de apoio urgente em Palma - Deslocados rejeitados pela Tanzânia !

O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique anunciou que cerca de 30 mil pessoas que continuam escondidas no distrito de Palma precisam de apoio urgente para os próximos 30 dias.


“Desde o dia 24, cerca de 30 mil pessoas estão estimadas como sendo pessoas deslocadas que estão em Palma”, afirmou o diretor da Área de Prevenção e Mitigação do INGD, César Tembe.

Tembe avançou que a assistência humanitária ao referido grupo de deslocados está avaliado em cerca de 41 milhões de meticais (pouco mais de 522 mil euros) só para os próximos 30 dias. As vítimas dos ataques de Palma necessitam de imediato de alimentos, medicamentos e assistência médica e psicossocial, acrescentou.

“Para este grupo de pessoas já estão a ser enviados recursos e estamos a fazer a mobilização de mais recursos”, destacou Tembe, sem entrar em pormenores. Os cerca de 30 mil deslocados que abandonaram a vila, mas não saíram do distrito de Palma, juntam-se a cerca de 6500 pessoas que foram retiradas da vila para a capital da província de Cabo Delgado, Pemba.

Parte dos deslocados que se encontram na cidade de Pemba estão em dois centros de acomodação e uma outra parcela foi acolhida pelas respetivas famílias, afirmou o diretor da Área de Prevenção e Mitigação do INGD.

César Tembe enfatizou que a fuga em massa provocada pelos ataques de grupos armados à vila de Palma “incrementou” o número de deslocados gerados pela violência armada no norte e no centro do país, passando a cifra a ultrapassar 722 mil pessoas obrigadas a fugir de casa.

Esta segunda-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) denunciou que a Tanzânia rejeitou receber cerca de 600 deslocados moçambicanos, sobreviventes do ataque jihadista.

“Cerca de 600 moçambicanos à procura de asilo foram repelidos da Tanzânia“, afirmou, em comunicado, manifestando “preocupação” em relação à sorte destas pessoas “reenviadas à força” para o seu país.

O Exército moçambicano retomou, esta segunda-feira, o controlo, pelo menos parcial, da cidade, segundo as autoridades moçambicanas.

A consultora de segurança IHS Markit prevê que os grupos armados ativos na província de Cabo Delgado ataquem a capital provincial, Pemba, dentro de seis meses, caso as condições de segurança na região não mudem “significativamente”.

Segundo o relatório, da analista Eva Renon, “é muito provável que (o ataque a Palma) tenha exigido mais planeamento e um maior número de combatentes do que em ataques anteriores, demonstrando maior capacidade”.

A resposta do Governo à insurgência islâmica, adianta, tem “sido fraca até agora”, sobretudo “devido à falta de coordenação e capacidades da polícia e da FADM (forças armadas), assistida por várias empresas militares privadas (por exemplo, da Rússia e da África do Sul)”, a par de relutância em aceitar ofertas de intervenção militar estrangeira direta, inclusive da União Africana e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.

Para a IHS Markit, “a dimensão do ataque a Palma tem potencial para encorajar o Governo moçambicano a aceitar uma maior coordenação entre as suas forças e as forças norte-americanas e portuguesas já presentes no país”.

“A menos que a situação de segurança mude significativamente, nos próximos seis meses os insurgentes provavelmente tentarão capturar Pemba que, além de hospedar a equipa e a logística da Total, tem um aeroporto e um porto de contentores”, adianta.

Entre os alvos na capital provincial estarão hotéis, instalações governamentais e funcionários e ativos de organizações não governamentais, da Igreja Católica e das Nações Unidas.

Caso capturem Pemba, adianta, os insurgentes provavelmente procurarão alvos a oeste, como Montepuez e Balama, zonas ricas em depósitos de rubis e grafite, respetivamente, com objetivo de “controlar as operações de mineração, com riscos associados de sequestro, ferimentos e morte para funcionários e subcontratados”.

A IHS considera ainda prováveis ataques contra Mtwara, na Tanzânia, “visando espaços públicos como o mercado para infligir vítimas em massa ou contra ativos e funcionários do Governo”.

“No entanto, os insurgentes provavelmente não seriam capazes de capturar e manter Mtwara porque as forças de segurança da Tanzânia são mais capazes do que as forças moçambicanas e têm experiência no combate a insurgentes ligados ao Estado Islâmico.”

No ano passado, os insurgentes capturaram a vila de Mocímboa da Praia e estradas circundantes, “garantindo assim um fluxo constante de receitas proveniente da tributação do comércio ilícito de minerais e drogas que prevalece” na zona.

Mocímboa da Praia, refere a IHS Markit, é um importante ponto de trânsito para narcóticos há mais de 40 anos, principalmente do Afeganistão e Paquistão, com destino à África do Sul, Europa Ocidental, Estados Unidos e outros destinos.

“O acesso a esses recursos aumentou a capacidade de recrutamento (dos insurgentes), permitindo-lhes oferecer salários relativamente altos aos habitantes locais na pobreza”, além de “atrair desertores das FADM, resultando no aumento da fuga de informações das FADM, bem como maior acesso a armas e munições, contribuindo também para reduzir a moral entre as tropas FADM”, adianta.

O aumento de incidentes desde o início de 2019 estará ligado à colaboração com redes criminosas em Cabo Delgado e fluxos de receita crescentes.

Atualmente, adianta a consultora, todas as estradas a norte de Pemba e Montepuez e a leste de Mueda estão sob o controlo dos insurgentes e as emboscadas rodoviárias são sistemáticas, tornando a rota marítima de Palma a Pemba a mais segura.

A análise de dados do conflito mostram que as táticas dos insurgentes parecem ter mudado, de destruição de aldeias “para controlo do território, aumento do uso de decapitações e ataques relativamente mais sofisticados a cidades maiores e estrategicamente mais importantes como Mocímboa da Praia e Palma”, conclui.

Ordem dos Advogados pede apoio de Portugal

A Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados apelou, esta segunda-feira, ao apoio de entidades públicas e privadas portuguesas ao Governo e população moçambicanas.

“É fundamental, além da ajuda da comunidade internacional, que Portugal também reforce todo o tipo de apoio humanitário, alimentar e logístico ao povo moçambicano vítima destas violentas agressões, ajudando também com meios mais rápidos e eficazes o Governo moçambicano no controlo militar deste território e à estabilização da paz, na defesa dos direitos humanos e no respeito pela soberania de Moçambique”, referiu num comunicado enviado à agência Lusa.

“Numa altura em que a região de Cabo Delgado enfrenta aquele que é considerado como um dos piores ataques terroristas desde o início do conflito na região, em 2017, a CDHOA incita a que todas as organizações governamentais e não-governamentais que auxiliem aquele país a todos os níveis por forma a fazer face à carência de bens e serviços ali inexistentes“, adianta.

No comunicado, a Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados sublinha tratar-se de “milhares as pessoas inocentes assassinadas barbaramente, agredidas e expulsas dos seus locais de residência à força e famílias separadas que desconhecem o paradeiro dos seus cônjuges, pais, filhos e irmãos”.

A violência desencadeada há mais de três anos na província de Cabo Delgado ganhou uma nova escalada há uma semana, quando grupos armados atacaram, pela primeira vez, a vila de Palma, que está a cerca de seis quilómetros dos multibilionários projetos de gás natural.

Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária que atinge cerca de 700 mil pessoas na província, desde o início do conflito, de acordo com dados das Nações Unidas.

No centro do país, ações armadas atribuídas à Junta Militar, uma dissidência da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas e o deslocamento forçado de centenas de famílias.

Recolher obrigatório em mais cinco cidades devido à covid-19

Entretanto, o Presidente moçambicano anunciou o alargamento do recolher obrigatório a mais cinco cidades, devido ao aumento da taxa de positividade de covid-19 e manteve as restrições em vigor desde o início do ano.

“Face ao aumento da taxa de positividade nas últimas semanas ao nível das províncias de Gaza, Sofala, Manica, Tete, Cabo Delgado e Niassa, o recolher obrigatório atualmente em vigor na área metropolitana do grande Maputo é estendido para todas as cidades capitais” daquelas províncias, afirmou Filipe Nyusi.

Nesse sentido, passam a estar sob recolher obrigatório as cidades de Manica, capital da província de Manica, cidade de Tete, capital de Tete, Xai-Xai, capital de Gaza, Pemba, capital de Cabo Delgado, e Lichinga, capital de Niassa.

Além de estender o recolher obrigatório às capitais das seis províncias, o Presidente moçambicano mantém essa medida para a região metropolitana de Maputo, que está sob esta restrição há 60 dias.

https://zap.aeiou.pt/30-mil-pessoas-apoio-urgente-palma-392759

 

 

Cheias em Timor-Leste e na Indonésia fazem mais de uma centena de mortos !

O número de mortos devido às chuvas em Timor-Leste e na Indonésia já ultrapassou uma centena. Mas as autoridades destacam que ainda há muitas pessoas desaparecidas.


Em Timor-Leste, o número de mortes aumentou de 28 para 34, segundo um balanço ainda provisório, com 13 na capital, 12 na zona de Manatuto, sete em Ainaro, um em Baucau (Baguia) e outro em Aileu, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil.

A mesma fonte assinalou que há várias pessoas dadas como desaparecidas, pelo que o balanço final ainda não está completo.

No caso de Díli, os dados preliminares referem que se registaram seis mortos em Comoro – uma das zonas mais afetadas devido à subida significativa do rio -, três em Beduku, três em Hera, no limite oriental da cidade, e um em Bebora.

As cheias em vários pontos do país provocaram milhares de deslocados, com muitas casas destruídas e danos avultados em infraestruturas, como pontes e estradas destruídas. Houve ainda danos significativos em várias escolas e outros edifícios públicos, com equipas no terreno a avaliar os estragos.

Só em Díli há já mais de 3500 pessoas alojadas temporariamente em 11 locais, para onde estão a ser canalizadas ajudas públicas, mas também o apoio de muitas empresas e cidadãos privados, com uma extensa onda de solidariedade que continua a ampliar-se.

Estão em curso várias campanhas de recolha de fundos no exterior para adquirir produtos em Timor-Leste e distribuir pelas famílias mais afetadas. Falta comida, água, outros bens essenciais e também material para que as pessoas possam começar a reconstruir as casas.

Muitos residentes portugueses em Díli, como noutros locais do país, estão envolvidos no apoio humanitário, participando voluntariamente a preparar alimentos quentes e a entrega de víveres em vários locais.

Esta terça-feira, o Ministério da Agricultura vai fazer uma distribuição adicional de comida, a juntar-se aos esforços já em curso desde domingo por parte do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, de várias embaixadas, do Ministério da Solidariedade Social e ainda do Ministério da Administração Estatal.

O primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, acompanhado do vice-primeiro ministro, José Reis, e do ministro das Obras Públicas, Salvador Soares, visitaram vários locais em Díli, onde as infraestruturas foram significativamente afetadas.

Há danos graves em estradas, derrocadas de terra e lama em vários pontos da capital, a queda de diques de ribeiras e ainda muita água em várias zonas da cidade, incluindo edifícios públicos.

O serviço de eletricidade tem sido intermitente em vários locais e há zonas da cidade que estão há mais de 24 horas sem luz, apesar de um esforço significativo da Eletricidade de Timor-Leste (EDTL) para se recuperar progressivamente o serviço.

O lixo acumula-se por toda a cidade, apesar de já ter sido efetuada alguma limpeza, com montes de terra e lama em vários locais, incluindo a Ponte de Santa Ana, a estrada ao lado da Ribeira Halilaran, o Largo de Lecidere e a zona de Taibessi.

São considerados locais de intervenção urgente várias pontes, incluindo a que liga à zona do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) e as que cruzam a ribeira de Maloa, o Palácio Presidencial, e toda a zona ribeira do rio de Comoro, entre outros.

A Ribeira de Hudilaran, por exemplo, está praticamente tapada de terra, com danos na ponte do seminário menor de N.ª Senhora de Fátima, que está em risco de cair.

Na Indonésia, o Centro de Gestão de Catástrofes aumentou de 86 para 130 o número de óbitos devido às chuvas nas ilhas perto de Timor-Leste, como Flores e Sumbawa. Os socorristas tentam encontrar mais de 70 pessoas desaparecidas, por vezes utilizando pás para remover os destroços acumulados durante a tempestade.

As chuvas torrenciais dos últimos dias causaram inundações e deslizamentos de terras, por vezes arrastando casas. Mais de dez mil pessoas refugiaram-se em centros de acolhimento. Muitas casas, estradas e pontes foram cobertas com lama, e as árvores arrancadas, tornando difícil aos socorristas alcançar as áreas mais atingidas.

“Ainda é provável que vejamos condições meteorológicas extremas nos próximos dias” por causa do ciclone, disse a porta-voz da Agência de Gestão de Catástrofes da Indonésia, Raditya Jati. A tempestade está agora a dirigir-se para a costa ocidental da Austrália.

https://zap.aeiou.pt/cheias-timor-indonesia-mais-cem-mortos-392742

 

Coreia do Norte recusa participar nos Jogos Olímpicos devido a riscos de contágio da covid-19 !

A Coreia do Norte anunciou esta terça-feira que não vai participar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no verão, devido aos riscos de contágio da covid-19.


Numa reunião, o comité olímpico norte-coreano “decidiu não participar nos Jogos Olímpicos para proteger os atletas da crise sanitária mundial causada pela covid-19”, indicou o Ministério dos Desportos de Pyongyang.

A participação da Coreia do Norte, potência nuclear isolada do resto do mundo, nos últimos Jogos Olímpicos de inverno em Pyeongchang, na Coreia do Sul, foi um fator decisivo na aproximação diplomática ocorrida em 2018.

A irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, Kim Yo-jong, assistiu àqueles jogos como enviada do irmão e a participação do país foi rodeada de grande publicidade.

O chefe de Estado sul-coreano, Moon Jae-in, aproveitou a ocasião para mediar entre Pyongyang e Washington, o que resultou nas cimeiras históricas entre Kim e o ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

Este anúncio de Pyongyang põe fim às esperanças de Seul de usar Tóquio2020, adiados para este verão devido à pandemia da covid-19, para um relançamento do processo de negociações entre Pyongyang e Washington, suspenso desde o fracasso da cimeira de Hanói entre Kim e Trump, em fevereiro de 2019.

Datado de segunda-feira, este anúncio foi publicado esta terça-feira no site do Ministério dos Desportos norte-coreano e faz referência a uma reunião do comité olímpico da Coreia do Norte de 25 de março.

A realização da reunião tinha sido anunciada pela agência oficial de notícias norte-coreana KCNA, sem mencionar a decisão relativa aos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Recorde-se que o regime do líder Kim Jong-un negou sempre que o país tenha casos de coronavírus, apesar de testar milhares de suspeitos. No início de março do ano passado, o jornal chinês South China Morning Post relatou que cerca de 200 soldados norte-coreanos morreram de coronavírus e outros milhares estavam em quarentena.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.853.908 mortos no mundo, resultantes de mais de 131,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

https://zap.aeiou.pt/coreia-do-norte-nao-vai-participar-nos-jogos-olimpico-392714

 

terça-feira, 6 de abril de 2021

Nos EUA, os detidos mais corajosos seriam perdoados se estivessem dispostos a contrair gripe espanhola !

Tal como aconteceu com o SARS-CoV-2, houve uma corrida para aprender o máximo possível assim que a gripe espanhola eclodiu. Em Boston, médicos tomaram medidas que, hoje, seriam antiéticas e ilegais.


Ao contrário da covid-19, os adultos jovens eram a faixa etária mais castigada pela gripe espanhola. Numa tentativa de aprender mais sobre a doença, M.J. Rosenau e J.J. Keegan ofereceram aos detidos da prisão militar de Deer Island, em Boston, uma proposta arriscada.

Segundo o IFL Science, se os prisioneiros estivessem dispostos a serem deliberadamente infetados pelo vírus e sobrevivessem, seriam perdoados e libertados.

Alguns detidos seriam injetados com tecido pulmonar infetado de pacientes doentes ou falecidos, enquanto noutros seria colocado, no nariz e na garganta, muco retirado de pacientes em estado grave. Noutras fases da experiência, os cientistas injetariam sangue de doentes em prisioneiros saudáveis, para ver se se espalhava por microorganismos infecciosos no sangue.

Cerca de 300 detidos alinharam nesta aventura perigosa, desesperados por um perdão judicial. Destes voluntários, 62 foram selecionados para participar nos ensaios.

Mesmo depois de os pacientes infetados terem tossido no rosto e na boca de alguns prisioneiros, nenhum foi infetado. A única pessoa que contraiu a doença foi um médico envolvido nos ensaios, que morreu pouco depois de contrair o vírus.

A explicação provável é que os prisioneiros já haviam sido expostos à doença algumas semanas antes, tendo adquirido imunidade natural. Como acabaram por sobreviver, os voluntários receberam um perdão judicial e acabaram por ser libertados.

Estima-se que, durante a pandemia de gripe espanhola de 1918, tenham falecido entre 20 e 50 milhões de pessoas em todo o mundo.

https://zap.aeiou.pt/detidos-perdoados-gripe-espanhola-392455

 

Imagens de satélite mostram construção de bases militares russas no Ártico. Nova arma produz “tsunamis radioativos” !

A Rússia está a construir bases militares na Ártico, ao mesmo tempo tempo que vai testando as suas mais recentes armas. O objetivo é abrir uma rota marítima importante da Ásia para a Europa, numa altura em que a região está cada vez mais despida de gelo.


Uma das principais preocupações dos especialistas em armas e dos oficiais ocidentais é a super-arma russa: o torpedo Poseidon 2M39.

O desenvolvimento da arma está a avançar rapidamente e o presidente russo, Vladimir Putin, tem solicitado ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, uma atualização constante sobre o “estágio-chave” dos testes.

A arma é movida por um reator nuclear e foi projetada pelos russos para se esgueirar pelas defesas costeiras – tal como as dos EUA – no fundo do mar.

O dispositivo pode causar ondas radioativas tão vastas que tornariam áreas da costa-alvo inabitáveis durante décadas.

De recordar que em novembro, Christopher A Ford, então secretário de Estado assistente para Segurança Internacional e Não Proliferação, disse que o Poseidon 2M39 foi pensado para “inundar as cidades costeiras dos EUA com tsunamis radioativos”.

Uma questão estratégica

Imagens de satélite fornecidas à CNN pela empresa de tecnologia Maxar detalham uma construção nítida e contínua de bases militares russas e hardware na costa ártica do país, juntamente com instalações de armazenamento subterrâneo para o Poseidon e outras armas de alta tecnologia.

O hardware russo na área do Alto Norte inclui bombardeiros e jatos MiG31BM, e novos sistemas de radar perto da costa do Alasca.

“Há claramente um desafio militar dos russos no Ártico. Isso tem implicações para os Estados Unidos e seus aliados, até porque cria a capacidade de projetar energia até o Atlântico Norte”, referiu um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA à CNN.

As autoridades americanas expressam preocupação de que as forças possam ser usadas para estabelecer o controlo sobre áreas do Ártico que estão mais distantes e que em pouco tempo estarão livres de gelo.

“O derretimento está a mover-se mais rápido do que os cientistas previram há vários anos”, frisou o alto funcionário do Departamento de Estado, acrescentando que estas mudanças representam “uma transformação dramática nas próximas décadas em termos de acesso físico”.

Neste sentido, as autoridades americanas receiam que Moscovo tente controlar a “Rota do Mar do Norte” (NSR) – uma rota marítima que vai da Noruega ao Alasca, ao longo da costa norte da Rússia, até o Atlântico Norte.

A NSR reduz pela metade o tempo que os navios demoram para chegar à Europa vindos da Ásia através do Canal de Suez.

Elizabeth Buchanan, professora de Estudos Estratégicos na Deakin University, na Austrália, sublinha que “a geografia básica dá à Rússia a NSR, que está cada vez com menos gelo, tornando-a comercialmente viável para o uso como artéria de transporte. Isso ainda pode transformar o transporte marítimo global, e com ele os movimentos de mais de 90% das mercadorias globais”.

Por outro lado, o funcionário do Departamento de Estado dos EUA acredita que os russos estão mais interessados ​​em exportar hidrocarbonetos – essenciais para a economia do país – ao longo da rota.

Rússia insiste em motivações pacíficas e económicas

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia recusou comentar a divulgação das imagens de satélite, mas há muito tempo que Moscovo tem vindo a frisar que as suas metas no Ártico são económicas e pacíficas.

Um documento de março de 2020 apresentou os principais objetivos da Rússia numa área responsável por 20% das suas exportações e 10% de seu PIB. Segundo o relatório, a estratégia concentra-se em garantir a integridade territorial da Rússia e a paz regional.

Também expressa a necessidade de garantir os altos padrões de vida e o crescimento económico na região, bem como desenvolver uma base de recursos.

Em novembro, durante a inauguração de um novo navio quebra-gelo em São Petersburgo, Vladimir Putin frisou que “é sabido que temos uma frota única que detém uma posição de liderança no desenvolvimento e estudo dos territórios árticos. Devemos reafirmar essa superioridade constantemente, todos os dias”.

Relativamente às armas, os planos para o Poseidon 2M39 foram revelados numa apresentação de um documento que discutia as suas capacidades em 2015.

Posteriormente, esta foi parcialmente rejeitada por analistas como uma arma de “tigre de papel”, destinada a aterrorizar com os seus poderes destrutivos apocalípticos que parecem escapar dos requisitos do tratado atual, mas não para serem implantados com sucesso.

No entanto, uma série de desenvolvimentos no Ártico leva agora analistas a considerar o projeto real e ativo.

https://zap.aeiou.pt/bases-militares-russas-artico-392577

 

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