Henry McCollum e Leon Brown estiveram presos durante mais de 30 anos por um crime que não cometeram. Foram detidos em 1983 e condenados à pena de morte pela violação e homicídio de uma criança. Ambos foram libertados em 2014, na sequência de testes ao ADN.
Após mais de 30 anos de prisão por acusações de violar e matar uma criança de 11 anos, um tribunal do estado norte-americano da Carolina do Norte concedeu uma indemnização de 75 milhões de dólares (62 milhões de euros) aos dois irmãos afro-americanos.
Henry McCollum e Leon Brown já tinham sido ilibados dos crimes e perdoados pelo governador do estado em 2014, mas só agora foi acertado o valor da compensação financeira no processo civil, escreve o The Guardian.
Atualmente, McCollum tem 57 anos e Brown tem 53. Em 1983, foram detidos e condenados à pena de morte, altura em que ainda eram adolescentes.
Brown, na época com 16 anos de idade, tornou-se o mais jovem detido no corredor da morte nas prisões da Carolina do Norte, tendo visto a sua sentença comutada para prisão perpétua anos mais tarde.
Já McCollum, então com 19 anos, foi o presidiário que esteve mais anos a aguardar a execução no corredor da morte.
Um ano antes de terem sido condenados, os dois irmãos, ambos com deficiências de aprendizagem e problemas mentais – o que coloca o seu quociente de inteligência em cerca de metade da média -, foram detidos e acusados pela violação e homicídio de Sabrina Buie, de 11 anos, com base numa confissão assinada sob pressão e que sempre disseram não compreender.
Embora tivessem existido várias tentativas para demonstrar a sua inocência, McCollum e Brown só viriam a ser libertados em 2014, quando os testes de ADN puseram na cena do crime um homem chamado Roscoe Artis – um violador e assassino em série que cometeu outros crimes semelhantes, na mesma região da Carolina do Norte.
Na sexta-feira, no último de quatro dias de audições, os advogados sublinharam que aquela era a primeira vez em três décadas que um júri num tribunal tinha acesso a todas as provas – “incluindo as provas que foram suprimidas”.
De acordo com o relato do jornal News & Observer, a condenação dos dois agentes que estiveram envolvidos na falsificação de provas resultou numa indemnização de 31 milhões de dólares para cada um dos irmãos.
Para além disso, o gabinete do xerife do condado de Robeson, na Carolina do Norte, também foi condenado ao pagamento de 13 milhões de dólares.
https://zap.aeiou.pt/irmaos-presos-injustamente-75-milhoes-403023