A proibição do comércio de animais selvagens e o crescimento da investigação científica estão a causar uma escassez de macacos de laboratório na China.
A oferta cada vez menor de macacos de laboratório, amplamente usados em testes e investigação de medicamentos e vacinas, fez com que os seus preços na China quadruplicassem em apenas dois anos, passando de 1900 para 7600 euros, contam os media chineses.
Em declarações à revista Vice, Zhang Wen, proprietário de uma empresa de criação de macacos no leste do país asiático, disse que as centenas de macacos que consegue “produzir” num ano já foram todas reservadas por instituições de pesquisa, mesmo antes de os animais chegarem à idade adulta. Wen disse ainda que já teve de recusar ofertas de muitos outros compradores.
Uma das principais causas para esta escassez foi a proibição do comércio de animais selvagens, imposta em janeiro de 2020 por Pequim como parte dos esforços para reprimir estes negócios, que vários cientistas relacionaram à atual pandemia. Com esta medida, a importação e exportação de macacos de laboratório também parou.
Segundo a mesma publicação, esta proibição fez parar o fornecimento de macacos de laboratório da própria China, uma vez que a maioria das espécies de primatas adequadas para pesquisa, como o macaco-cinomolgo, são nativas do Sudeste Asiático.
A China costumava ser um grande exportador de macacos de laboratório para os Estados Unidos, que usa mais estes animais do que qualquer outro país do mundo. Depois de o gigante asiático ter interrompido as suas exportações, investigadores norte-americanos começaram a chamar a atenção para a escassez destes animais, o que impedia a pesquisa sobre o novo coronavírus.
Tal como explica a Vice, os macacos são os animais preferidos no estudo de doenças ou medicamentos devido à sua semelhança com os humanos.
https://zap.aeiou.pt/china-nao-esta-a-conseguir-macacos-de-laboratorio-402657
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