Pelo menos 80 candidatos e 28 familiares de políticos mexicanos já foram mortos na campanha para as eleições de 6 de junho. Agora, o movimento Cidadão perde o seu terceiro dirigente em menos de duas semanas.
Mesmo sendo o México um país onde já existe histórico de violência eleitoral, esta campanha tem sido a mais sangrenta de que há memória. Segundo o WSJ, vários gangues de criminosos têm atacado as áreas locais, intimidando ou matando políticos.
Alma Barragán, candidata à presidência de Moroléon, um município de 50 mil habitantes no estado mexicano de Guanajuato, foi assassinada a tiro durante uma ação de campanha, num ataque que deixou ainda dois feridos.
Este é o terceiro assassinato de políticos do mesmo partido, o Movimento Cidadão, em menos de duas semanas.
A candidata publicou um vídeo na sua página de Facebook onde estava e convidar os habitantes a juntar-se à sua campanha eleitoral. “Se querem acompanhar-me, venham ouvir as minhas propostas e conviver. Muita obrigada, aqui vos espero.” Pouco depois, chegavam vários homens armados.
Este caso segue-se a dezenas de outros que têm ocorrido em várias localidades do país da América Latina.
A 14 de maio, outro candidato do Movimento Cidadão, Abel Murrieta, de Cajeme, no estado de Sonora, foi igualmente assassinado durante um comício.
Também no último domingo foi encontrado morto Arturo Flores Bautista, candidato a presidente da câmara de Landa de Matamoro, em Querétaro.
Para além das 80 mortes entre candidatos, registam-se mais de 500 agressões a políticos, um aumento de 64% em relação ao mesmo período de 2018.
Outros dados, estes recolhidos pela consultora Etellekt, mostram que 28 familiares de políticos foram mortos nesta campanha até ao fim do mês de Abril.
Segundo o presidente da Etellekt, nem todas estas mortes estão ligadas ao narcotráfico, como muitas vezes se pensa. “São muitos os interesses económicos e de poder que estão em jogo nestas cidades, onde chefes criminosos não querem perder a posição dominante”, refere.
A 6 de junho, os mexicanos serão chamados a votar para preencher cerca de 20 mil cargos, incluindo 15 governadores e os membros da Câmara dos Deputados e dos congressos locais.
https://zap.aeiou.pt/violencia-campanha-eleitoral-mexico-405223
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