Os líderes da União Europeia (UE) decidiram, esta segunda-feira, solicitar às companhias aéreas europeias para evitar o espaço aéreo bielorrusso, enquanto banem as transportadoras deste país na Europa, exigindo ainda mais sanções contra o regime de Aleksandr Lukashenko.
Reunidos em cimeira extraordinária em Bruxelas, os líderes europeus decidiram, de forma unânime, “pedir ao Conselho para adotar as medidas necessárias para banir a entrada no espaço aéreo europeu de companhias aéreas da Bielorrússia e impedir o acesso dessas transportadoras aos aeroportos da UE”, segundo a informação divulgada à imprensa.
Os líderes da UE decidiram também “pedir às companhias aéreas sediadas na UE para evitar sobrevoar a Bielorrússia” e ainda solicitar “ao Conselho para adotar novas sanções económicas específicas”.
Nessa tomada de posição, os 27 exigem ainda uma “investigação urgente” por parte da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) ao incidente, bem como a “libertação imediata” de Roman Protasevich e da sua namorada, e ainda a sua “liberdade de circulação”.
A Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO) já anunciou que vai reunir de emergência o seu corpo diretivo ainda esta quinta-feira.
Ressalvando que Aleksandr Lukashenko já faz parte da lista de indivíduos visados nas sanções da UE, dada a repressão policial nas manifestações de agosto passado, fontes diplomáticas adiantaram à agência Lusa que foi dado um “sinal claro sobre sanções económicas específicas”, com listas adicionais de pessoas e entidades.
Em causa está o desvio forçado de um voo da Ryanair para Minsk, no domingo, a meio de uma viagem entre Atenas (Grécia) e Vílnius (Lituânia), que culminou com a detenção do jornalista e ativista bielorrusso.
Protasevich acabou detido pelas autoridades bielorrussas, quando os cerca de 120 passageiros do avião foram forçados a submeter-se a novo controlo em Minsk devido a uma suposta ameaça de bomba, que se veio a revelar falsa.
Jornalista “confessa crimes” em vídeo
Segundo o jornal online Observador, foi entretanto divulgado um vídeo, filmado na prisão e divulgado pelas estações de televisão estatais da Bielorrússia, no qual o jornalista e ativista confessa ter organizado “manifestações em massa” no país.
No vídeo, Protasevich garante ainda que está bem de saúde e que está a ser bem tratado na prisão em que se encontra.
A Lituânia já tinha anunciado que ia proibir voos, de ou para o seu território, que cruzem o espaço aéreo bielorrusso. O Reino Unido também interditou a companhia aérea nacional da Bielorrússia, a Belavia, e instruiu aeronaves do Reino Unido a evitarem o espaço aéreo deste país.
A companhia aérea alemã Lufthansa também anunciou a suspensão das suas operações no espaço aéreo da Bielorrússia.
Esta segunda-feira, as autoridades bielorrussas afirmaram que o voo da Ryanair desviado para o aeroporto de Minsk foi ameaçado num email reivindicado pelo movimento islâmico Hamas.
Protasevich, de 26 anos, antigo chefe de redação do influente media da oposição bielorrusso Nexta e que seguia a bordo do aparelho, desde novembro que era considerado um “terrorista” pelas autoridades do seu país.
Anteriormente, o jornalista bielorrusso já tinha notado que estaria a ser seguido em Atenas, alegadamente por agentes ligados aos serviços secretos da Bielorrússia.
https://zap.aeiou.pt/lideres-da-ue-decidem-banir-avioes-da-bielorrussia-e-evitar-o-seu-espaco-aereo-404863
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