Um
manifestante pró-Trump foi esta segunda-feira condenado a oito
meses de prisão por participar na invasão da câmara do Senado dos
Estados Unidos, tornando-se o primeiro condenado pelo ataque ao
Capitólio em 6 de janeiro.
Chama-se Paul Allard Hodgkins, tem 38 anos e é o primeiro dos cerca
de 800 apoiantes pró-Trump condenado pela Justiça norte-americana por
ter participado na invasão da câmara do Senado dos EUA, a 6 de janeiro.
De acordo com a BBC,
Paul Allard Hodgkins, do estado da Florida, foi esta segunda-feira
condenado a oito meses de prisão e terá pedido desculpas, dizendo que se
sente envergonhado pelas suas ações em janeiro.
Discursando de forma calma a partir de um
texto preparado, Paul Hodgkins explicou que foi tomado pela euforia nas
ruas de Washington, seguindo a multidão até ao Capitólio.
“Se eu soubesse que a manifestação iria
complicar-se […], eu nunca teria ido mais longe do que a Avenida da
Pensilvânia. Foi uma decisão insensata da minha parte”, disse o arguido em tribunal, citado pela agência de notícias AP.
Inicialmente, os procuradores pediram uma
condenação de 18 meses de prisão, referindo que, “como os outros
desordeiros, contribuiu para a ameaça coletiva à democracia” ao forçar
os congressistas a não reconhecerem vitória eleitoral de Joe Biden, nas
eleições de novembro de 2020.
Na sentença, segundo a AP, o juiz Randolph Moss disse que Paul Hodgkins participou num dos piores capítulos da história americana.
“Não foi, em qualquer exagero de
imaginação, uma manifestação. Foi um ataque à democracia. Deixou uma
mancha que permanecerá em nós e no país por muitos anos”, realçou
Randolph Moss.
Como Paul Hodgkins nunca tinha sido
acusado por agressão ou danos a propriedade privada, os procuradores
salientaram que o condenado merecia alguma benevolência, também por
assumir a responsabilidade dos seus atos e confessar culpa.
O advogado de Paul Hodgkins, Patrick N.
Leduc, descreveu o seu cliente com um norte-americano que respeita a
lei, apesar de viver na zona mais pobre de Tampa (Florida), onde
regularmente era voluntário num banco de alimentos.
“É a história de um homem que num dia,
durante uma hora, perdeu o rumo, que teve a decisão fatal de seguir a
multidão”, acrescentou, de acordo com a AP.
Além disso, qualquer sentença proferida “será insignificante
comparada com a vergonha que ele [Hodgkins] carregará para o resto da
vida”, defendeu o advogado, citado pelo jornal Expresso.
“Posso dizer, sem sombra de dúvida, que estou verdadeiramente com remorsos
e arrependido das minhas ações, não por ter de enfrentar as
consequências mas pelos danos que o incidente daquele dia causou e pela
forma como feriu este país que eu amo”, afirmou o manifestante durante o
julgamento.
Num vídeo datado de 6 de janeiro, Paul
Hodgkins aparece, no Senado, com uma camisola da campanha eleitoral de
Donald Trump, uma bandeira pendurada ao ombro e óculos junto ao pescoço.
Apoiantes do antigo Presidente dos EUA,
Donald Trump, entraram em confronto com as autoridades e invadiram o
Capitólio, em Washington, em 6 de janeiro, enquanto os membros do
congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente
eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.
Pelo menos cinco pessoas morreram durante esta invasão, incluindo um agente da Polícia do Capitólio.
Esta pode ser a primeira de muitas sentenças e servir de referência para as centenas de acusações movidas contra os invasores.
Investigadores do Instituto Nacional de Tecnologias da
Informação e da Comunicação (NICT) do Japão bateram o recorde de
velocidade de Internet para quase o dobro: 319 terabits por segundo.
O Engadget escreve que a equipa de investigadores japoneses “esmagou” o recorde de velocidade de Internet, atingindo uns impressionantes 319 Tbps (terabits por segundo).
Em agosto do ano passado, uma equipa de cientistas britânicos e
japoneses conseguiu chegar a uma transferência de 179 Tbps. A marca
obtida recentemente é quase duas vezes maior do que a de 2020.
Os resultados da experiência foram divulgados a 11 de junho na Conferência Internacional sobre Comunicações através de Fibra Ótica.
Os engenheiros utilizaram uma nova tecnologia de cabos de fibra ótica
para alcançar o novo recorde. Segundo o portal, a equipa enviou dados
através deste tipo de cabos – lasers com 552 canais em vários
comprimentos de onda – simulando uma distância de transmissão de três mil quilómetros sem degradação do sinal ou da velocidade.
A experiência permitiu demonstrar as possibilidades de um cabo de fibra ótica com quatro núcleos (em vez de apenas um), uma tecnologia que poderá ser facilmente implementada em sistemas existentes para aumentar a velocidade.
“Espera-se que tais fibras possam permitir a transmissão de um grande
número de dados a curto prazo”, escreveram os autores do artigo
científico, citados pela Motherboard, acrescentando que a inovação pode levar a uma tecnologia de comunicação futura, já depois do 5G.
Dezenas de instituições de caridade pediram ao Governo
britânico que faça mudanças para apoiar jovens requerentes de asilo e
refugiados, após cerca de uma dúzia ter cometido suicídio.
Como avançou esta segunda-feira o Guardian, 46 instituições de caridade que lidam com questões relacionadas a pedidos de asilo, crianças e saúde mental escreveram para a ministra da saúde, Nadine Dorries, responsável pela prevenção do suicídio, destacando o número de casos entre adolescentes requerentes de asilo.
A carta, que inclui as instituições Refugee Council, Children’s
Society e Mind, apela a um inquérito urgente e independente sobre essas
mortes.
O Guardian já havia relatado
o caso de um grupo de quatro jovens da Eritreia, que se matou depois de
chegar ao Reino Unido. Uma pesquisa do Projeto Da’aro Youth, criado em
resposta às suas mortes, descobriu vários outros suicídios por parte de
adolescentes desacompanhados, muitos em 2020.
Alguns aguardavam a decisão sobre os pedidos de asilo e temiam que fossem recusados e devolvidos para as zonas de conflito;
outros tiveram as suas idades contestadas e foram acusados de serem
adultos; alguns sofriam de transtorno de stress pós-traumático ou tinham
problemas com drogas e álcool e dificuldade de acesso a cuidados de
saúde mental.
Para Benny Hunter, coordenador do Projeto Da’aro Youth, os casos
descobertos podem ser a ponta do iceberg. Fatores comuns nos casos de
suicídio incluem viagens traumáticas ao Reino Unido, atendimento
inadequado por parte das autoridades locais, stress de lidar com o
sistema de asilo e o impacto da separação de famílias.
“A estratégia nacional do governo para a prevenção do suicídio deixa claro que crianças e jovens em busca de asilo precisam de abordagens personalizadas
para atender às suas necessidades de saúde mental e todas as
autoridades locais têm um plano de prevenção de suicídio em vigor”,
disse um porta-voz do governo.
“Forneceremos mais financiamento este ano para apoiar as autoridades
locais a fortalecer ainda mais os seus planos”, acrescentou.
Para Hannah Cloke, o impacto das inundações na Europa
Ocidental representa um “fracasso monumental” que “deveria ter sido
evitado”.
Numa entrevista ao The Sunday Times, a investigadora Hannah Cloke revelou que o Governo alemão recebeu um alerta detalhado sobre as cheias que vitimaram mortalmente mais de 160 pessoas no país.
Para a professora de Hidrologia na Universidade de Reading, no Reino
Unido, e uma das responsáveis pelo Sistema Europeu de Alerta de Cheias, a
gestão deste caso tratou-se de um “erro de sistema monumental”.
Se as autoridades tivessem agido depois de terem recebido a
informação, aquela que foi a pior catástrofe natural da Alemanha das
últimas décadas poderia ter sido evitada. “O facto de as zonas não terem sido evacuadas, ou de as pessoas não terem recebido um aviso, mostra que algo correu mal“, afirmou, citada pelo Público.
O Politico
adianta que este tipo de alertas são enviados às autoridades de cada
país, que devem alertar as autoridades locais e emitir avisos de
evacuação. No caso da Alemanha, a comunicação não terá sido
suficientemente clara.
Os primeiros sinais foram detetados nove dias antes. O organismo
europeu enviou um alerta à Alemanha e à Bélgica sobre cheias nos rios
Reno e Meuse quatro dias antes e, nas 24 horas que antecederam o
desastre, houve um alerta sobre que localidades iam ser afetadas pelas
cheias.
“Creio que uma comunicação mais clara deverá fazer parte da resposta
para melhorar todo o sistema de preparação para as inundações no futuro,
particularmente num mundo onde as alterações climáticas estão a tornar
os acontecimentos mais extremos”, rematou Hannah Cloke.
Karl Lauterbach, do Partido Social Democrata (SPD), disse que a Alemanha tem de estar mais bem preparada.
“É preciso conseguir a infraestrutura necessária, pô-la a funcionar, e a
prevenção de catástrofes tem de ter um lugar central na política”,
afirmou o responsável por questões de saúde, que integra o Governo de
coligação.
O Público salienta ainda que o partido A Esquerda (Die Linke) pediu a demissão do ministro do Interior, Horst Seehofer,
da CSU (centro-direita), e acusou o ministério de ou não ter levado o
aviso a sério, ou de não o ter encaminhado com a urgência necessária às
autoridades locais.
Aos jornalistas, o governante disse que “é inconcebível
dizer que uma catástrofe como esta pudesse ser gerida centralmente”. “É
preciso conhecimento local”, frisou o ministro do Interior.
Um consórcio de 17 órgãos de comunicação internacionais
denunciou que jornalistas, ativistas e dissidentes políticos em todo o
mundo terão sido espiados graças a um software desenvolvido pela empresa
israelita NSO Group.
A empresa, fundada em 2011 a norte de Telavive, comercializa o spyware Pegasus, que, inserido num smartphone, permite aceder a mensagens, fotografias, contactos e até ouvir as chamadas do proprietário.
A NSO tem sido regularmente acusada de vender a regimes autoritários, mas sempre defendeu que o spyware comercializado só era utilizado para obter informações sobre redes criminosas ou terroristas.
A investigação publicada por um consórcio de 17 órgãos de comunicação
internacionais, este domingo, nos quais se incluem o jornal francês Le Monde, o britânico The Guardian e o norte-americano Washington Post, baseia-se numa lista obtida pelas organizações Forbidden Stories e Amnistia Internacional, que incluem 50 mil números de telefone selecionados pelos clientes da NSO, desde 2016, para potencial vigilância.
A lista inclui os números de telefone de pelo menos 180 jornalistas,
600 políticos, 85 ativistas de direitos humanos e 65 líderes
empresariais, de acordo com a análise realizada pelo consórcio, que
localizou muitos em Marrocos, Arábia Saudita e México.
O documento inclui também o número do jornalista mexicano Cecilio Pineda Birto, morto a tiro algumas semanas depois de o seu nome ter surgido na lista.
Correspondentes estrangeiros de vários órgãos de comunicação social, incluindo o Wall Street Journal, CNN, France 24, Mediapart, El Pais e a agência France-Presse, também fazem parte desta lista.
Outros nomes no documento, que inclui um chefe de Estado e dois
chefes de Governo europeus, deverão ser divulgados nos próximos dias.
Os jornalistas associados à investigação, batizada “Projeto Pegasus”,
encontraram-se com algumas das pessoas na lista e tiveram acesso a 67
telefones, que foram submetidos a um exame técnico num laboratório da
Amnistia Internacional.
A ONG confirmou a infeção ou tentativa de infeção pelo spyware do grupo NSO em 37 dispositivos, incluindo 10 na Índia, de acordo com o relatório publicado este domingo.
Dois dos telefones pertenciam a mulheres próximas do saudita Jamal Khashoggi,
jornalista assassinado em 2018 no consulado do seu país, em Istambul,
na Turquia, por agentes da Arábia Saudita, segundo o consórcio.
No caso dos restantes 30 aparelhos analisados, os resultados foram
inconclusivos, em alguns casos porque os alvos mudaram de telefone.
“Há uma forte correlação temporal entre quando os números apareceram na lista e quando foram colocados sob vigilância”, escreveu o Washington Post.
As revelações vêm juntar-se a um estudo divulgado, em dezembro de
2020, pelo Citizen Lab, um centro de pesquisa especializado em questões
de ataques informáticos da Universidade de Toronto, no Canadá, que
confirmou a presença do software Pegasus nos telefones de dezenas de
empregados do canal Al-Jazeera, no Qatar.
A WhatsApp também reconheceu, em 2019, que alguns dos seus utilizadores na Índia tinham sido espiados pelo software.
O grupo NSO negou “fortemente” as acusações feitas
na investigação, acusando-a de estar “cheia de falsas suposições e
teorias não substanciadas”, escreveu a empresa no seu portal.
Em declarações ao jornal Público, um porta-voz da empresa israelita também negou estas acusações e informou que está a considerar uma ação judicial por difamação.
A NSO não é a única empresa israelita suspeita de fornecer spyware a Governos estrangeiros acusados de violar os direitos humanos, com o aval do Ministério da Defesa de Israel.
O software “DevilsTongue”, da Saito Tech Ltd, mais conhecido como
Candiru, foi utilizado contra cerca de 100 políticos, dissidentes,
jornalistas e ativistas, denunciaram na quinta-feira peritos da
Microsoft e do Citizen Lab.
Empresas israelitas como a NICE Systems e a Verint forneceram
tecnologia à polícia secreta no Uzbequistão e no Cazaquistão, bem como
às forças de segurança na Colômbia, acusou a ONG Privacy International,
em 2016.
Um homem de 45 anos apelidado de “Estripador de Hollywood”
foi condenado à morte na sexta-feira pelos assassinatos de duas mulheres
no início dos anos 2000.
Esfaqueadas várias vezes, as vítimas sofreram mutilações no peito e uma delas foi encontrada quase decapitada.
Michael Gargiulo, conhecido como “Estripador de
Hollywood”, vai, contudo, escapar do corredor da morte por enquanto, já
que a Califórnia estabeleceu uma moratória às execuções em 2019. Nenhum
detido foi executado naquele estado desde 2006.
O ator Ashton Kutcher conhecia a primeira vítima, a
estudante de design de moda Ashley Ellerin, de 22 anos, com quem tinha
marcado um encontro na noite da sua morte, no final de 2001.
Kutcher disse ao tribunal que estava atrasado para o encontro e
ninguém lhe abriu a porta. Depois olhou pela janela e viu o que julgou
ser vinho tinto derramado no chão e deixou o local, pensando que a jovem
tinha ido embora sem o esperar. Ellerin foi depois encontrada morta em
casa, tendo sofrido 47 facadas.
A segunda vítima, Maria Bruno, de 32 anos, vizinha de Gargiulo, foi esfaqueada 17 vezes durante o sono em dezembro de 2005.
O promotor Dan Akemon garantiu que Gargiulo atacou
mulheres que moravam perto dele e esperou pacientemente o momento para
atacar. Foram “assassinatos cuidadosamente planeados”, afirmou.
Diante do tribunal, Gargiulo declarou-se novamente inocente na
sexta-feira. O homem foi preso em 2008 em Santa Monica, perto de Los
Angeles, após se cortar acidentalmente durante o ataque a uma terceira
vítima, que sobreviveu.
Gargiulo também está a ser julgado em Illinois pelo assassinato de uma mulher em 1993.
Com acesso a um smartphone usado por três homens britânicos,
que se associaram ao Estado Islâmico (EI), e foram para a guerra na
Síria, um jornalista da BBC investigou as razões que os levaram a
ingressar por este caminho.
Estima-se que 900 pessoas já deixaram o Reino Unido para aderir à organização extremista ou a outros grupos semelhantes.
O grupo que se auto-denomina Estado Islâmico foi responsável por
cerca de 14 mil mortes. Até hoje, muitos britânicos que foram lutar pelo
EI permanecem desaparecidos.
No rescaldo da guerra na Síria, onde o grupo tem forte atuação, um sírio que trabalhou para o jornal britânico Sunday Times conseguiu um disco rígido que continha arquivos de um smartphone.
As fotos, vídeos e capturas de ecrã retratam a vida de homens
britânicos que deixaram as suas casas e cruzaram continentes para
combater ao lado dos insurgentes.
Um desses casos é o de Choukri Ellekhlifi. O jovem
cresceu em Londres e esteve envolvido em crimes violentos antes de
ingressar no EI. Aos 22 anos, a sua vida acabou na Síria.
Um vídeo ao qual o jornalista da BBC teve acesso mostra Choukri no
norte da Síria: um jovem cheio de exuberância, que se diverte dar uma
cambalhota na piscina.
O registo podia representar um momento das férias de qualquer jovem
pelo mundo fora, mas, neste caso, Choukri fazia algo de muito diferente:
posava com uma arma.
Mais tarde, Choukri foi filmado a fazer uma paródia de comentários
sobre a natureza no estilo do naturalista britânico David Attenborough
(famoso por emprestar a voz a programas sobre história natural).
Em outra situação, mostra o jovem a participar num treino com armas.
Segundo a BBC, os vídeos online do EI costumavam ser semelhantes a filmes. Fazem até referência à cultura popular, incluindo a videojogos violentos que são famosos, de acordo com o acadêmico Javier Lesaca, que estudou mais de 1,5 mil vídeos de propaganda do grupo.
Mas esse conteúdo oferece uma visão diferente da vida no chamado califado.
Por sua vez, também Mehdi Hassan, outro jovem britânico, aparece em vídeos do Estado Islâmico.
Ao contrário de Choukri, este jovem não estava envolvido em crimes antes de entrar para o EI.
Mehdi trocou a sua vida em Portsmouth, no sul da Inglaterra, por uma
morte prematura na Síria. A sua mãe explicou que Mehdi fazia parte de
uma “família trabalhadora e de classe média” e disse que o viu mudar
repentinamente no ano em que recebeu os resultados das provas do Ensino
Médio.
Mehdi havia estudado numa escola particular católica e tirado boas
notas, mas queria ser o melhor da turma. Segundo a sua mãe, foi no ano
em que o jovem estudou mais para aperfeiçoar as suas notas, que a sua visão do mundo mudou.
A mudança de perspetiva está documentada nas redes sociais de Mehdi.
No início, o seu perfil online não chamava a atenção, porém, ao longo de
poucas semanas começou a partilhar mais sobre as aulas do Alcorão (livro sagrado do Islamismo) e sobre a sua visão da política internacional.
Poucos meses depois, Mehdi foi capturado por câmaras de segurança no aeroporto a caminho da Síria.
A partir daí, continuou a partilhas imagens e vídeos nas redes
sociais, conduzindo sessões de perguntas e respostas para todos os
interessados em seguir o seu caminho. O recrutado se tornou, então,
recrutador.
Nafees Hamid, um neurocientista que estudou os
cérebros de extremistas violentos, acredita que ter crenças desafiadas
por colegas é a chave para a desradicalização.
Ao longo do tempo em que esteve na Síria, Mehdi manteve o contacto
com familiares e amigos em Portsmouth. No entanto, o jovem britânico
nunca voltou para casa. Morreu na Síria, perto da fronteira com a
Turquia, sendo que a sua localização final sugere que poderia estar a
preparar-se para deixar o EI para trás.
Acredita-se que todos os homens que aparecem nos vídeos já estão mortos. Muitos outros continuam desaparecidos.
Após um encontro entre militantes, o Partido Comunista Chinês
estabeleceu como prioridade a criação de uma nova era ideológica que se
irá traduzir no endurecimento do controlo ideológico sobre 1,4 mil
milhões de chineses.
Esta semana, o partido divulgou uma nova diretriz sobre o trabalho
ideológico e político, que visa não apenas os seus membros, mas também
“toda a sociedade”.
Sob a alçada do presidente Xi Jinping, o partido começou a criar as linhas que vão orientar a mais dura repressão ideológica das últimas décadas, escreve a CNN.
O objetivo do líder chinês é impor barreiras à “infiltração” de ideias ocidentais, e como tal quer estabelecer um nacionalismo agressivo onde as liberdades académicas e de imprensa se vêm sufocadas.
“O trabalho ideológico e político é a boa tradição do partido,
característica distinta e vantagem política proeminente – é a tábua de
salvação de todo o seu trabalho”, cita a CNN, que teve acesso à diretriz do partido.
A estratégia será transversal a todas as classes da sociedade, mas terá grande enfoque na educação dos jovens.
Uma parte central da campanha está focada na promoção do “Pensamento
de Xi Jinping sobre o Socialismo com Características Chinesas para a
Nova Era”, a doutrina política de Xi que foi escrita na constituição do
partido em 2017.
Desde 2017, a doutrina de Xi tem sido frequentemente estudada por
quadros do partido em reuniões e também numa aplicação móvel de
propaganda.
Agora, o partido quer que o público em geral aprimore o seu “senso de
identificação política, ideológica, teórica e emocional” com a
ideologia de Xi.
Uma campanha já está a ganhar ritmo para levar a doutrina de Xi mais
longe, sobretudo “nos livros, nas salas de aula e nos cérebros dos
alunos”, revelou o Ministério da Educação do país.
Num comunicado emitido na semana passada, o ministério referiu que
escolas primárias e secundárias de todo o país irão começar a usar livros didáticos sobre “O pensamento de Xi Jinping sobre o socialismo com características chinesas para a nova era” já em setembro.
No mês passado, o Comité Central do partido também aprovou sete novos
centros de pesquisa sobre a ideologia de Xi Jinping, somando-se assim
aos 11 já estabelecidos. Esses centros foram criados pelas melhores
universidades e grupos de reflexão, governos provinciais e ministérios
do governo central.
O mais recente, lançado na semana passada pelo Ministério da Ecologia
e Meio Ambiente, é dedicado ao “Pensamento de Xi Jinping sobre a
Civilização Ecológica”.
Outros foram estabelecidos para o estudo do “Pensamento Económico de
Xi Jinping”, “Pensamento de Xi Jinping sobre Diplomacia” e “Pensamento
de Xi Jinping sobre o Estado de Direito”.
Contudo, estes esforços não são apenas notados nas escolas e universidades. O partido busca endurecer a ideologia em todos os aspetos da sociedade, indo da internet, a empresas, vilas rurais e comunidades residenciais urbanas.
Wu Qiang, analista político em Pequim, considera que
a campanha é parte do movimento de Xi Jinping para consolidar ainda
mais o seu poder e angariar apoio público antes do 20º congresso do
partido, que se irá realizar no próximo ano.
Um novo estudo, desenvolvido por uma diretora da empresa de
contabilidade KPMG sobre um modelo criado em 1972 por investigadores do
MIT, revela que a previsão de então sobre o colapso da sociedade no
século 21 mantém-se atual.
O modelo, denominado World3, foi criado a partir de dados empíricos e publicado no livro ‘Limits to Growth’, revelou a Vice. O modelo visava responder à pergunta sobre o que aconteceria se a humanidade continuasse em busca do crescimento económico, sem se importar com o custo social e ambiental.
Na altura, os investigadores concluíram que, sem mudanças drásticas, a sociedade industrial estava a caminhar para o colapso.
“Dada a perspetiva desagradável de colapso, estava curiosa para ver
quais cenários estavam mais alinhados com os dados empíricos atuais”,
disse Gaya Herrington, diretora de Consultoria, Auditoria Interna e
Risco da KPMG, que escreveu o novo artigo.
“O livro que apresentava esse modelo mundial foi um ‘best-seller’ nos
anos 70 e teríamos agora várias décadas de dados empíricos para fazer
uma comparação significativa. Mas, para minha surpresa, não consegui
encontrar tentativas recentes nesse sentido. Então decidi fazer isso
sozinha”, contou.
Este novo estudo, publicado no Yale Journal of Industrial Ecology, concluiu que o modelo de 1972 está alinhado com os dados recentes.
Sem mudanças, a civilização global está a caminhar para um declínio
económico na próxima década, o que pode levar ao colapso da sociedade
por volta de 2040.
Gaya Herrington analisou dados relativos à população, taxas de
fertilidade e de mortalidade, produção industrial, produção de
alimentos, serviços, recursos não renováveis, poluição persistente,
bem-estar humano e pegada ecológica.
“Buscar um crescimento [económico] contínuo não é possível. Mesmo
quando combinado com desenvolvimento e adoção de tecnologia sem
precedentes, negócios” como os atuais “levariam inevitavelmente a
declínios no capital industrial, na produção agrícola e nos níveis de
bem-estar neste século”, explicou a autora.
Contudo, embora a janela para efetuar as alterações necessárias para evitar o pior cenário seja pequena, “uma mudança deliberada de trajetória provocada pela sociedade, voltada para outro objetivo que não o crescimento, ainda é possível”, apontou o artigo.
O estudo de Gaya Herrington não é conduzido pela KPMG, embora a
empresa o tenha publicado na sua página oficial. A diretora realizou a
pesquisa como parte da sua tese de mestrado na Universidade de Harvard.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, deu na quinta-feira
início ao maior programa de combate à pobreza nos Estados Unidos (EUA),
desde há 50 anos, com o foco nas famílias com filhos.
A partir de agora, o governo vai distribuir até 300 dólares mensais
(254 euros) por cada filho como ajuda a 39 milhões de famílias, para
paliar o impacto da pandemia do novo coronavírus, segundo dados da Casa
Branca, citada pela agência Lusa.
“Creio que este é um dia histórico para continuar a construir uma
economia que respeite e reconhece a dignidade das famílias da classe
trabalhadora e da classe média”, disse Biden, ao discursar na Casa
Branca.
Segundo o Presidente, quase todas as famílias nos EUA com filhos que
ganhem menos de 150 mil dólares por ano, por casal, ou 125 mil, em caso
de mães ou pais solteiros, começam a receber o seu primeiro cheque
mensal.
Este é o maior plano de combate à pobreza desde a década de 1960, quando o então presidente Lyndon Johnson (1963-1969) lançou a estratégia conhecida como “guerra contra a pobreza”.
Biden esteve acompanhado na apresentação do programa pela
vice-Presidente, Kamala Harris, que assegurou que este é “um grande dia”
para todas as famílias dos EUA.
Esta ajuda integra o pacote de apoio económico promulgado em fevereiro e “dá um alívio fiscal às famílias trabalhadoras, de classe média e com filhos a cargo”, realçou Biden.
Os números relativos a 2020 mostram um decréscimo de vacinas
administradas sobretudo no Sudoeste Asiático e no Mediterrâneo Oriental.
Para a Organização Mundial de Saúde, a atual crise sanitária está a
expor crianças a “doenças terríveis” que podem ser facilmente
prevenidas, tais como o sarampo, a poliomielite ou a meningite.
Caso ainda existissem dúvidas de que a pandemia da covid-19 atingiu com especial força os países mais desfavorecidos, agravando, assim, as desigualdades
existentes, a Organização Mundial de Saúde e a UNICEF acabam de as
dissipar com um novo relatório relativo à vacinação infantil em 2020.
Segundo o documento, no ano em que a pandemia transformou o mundo como o conhecíamos, cerca de 23 milhões de crianças ficaram por vacinar. Trata-se de um aumento de 3,7 milhões face ao ano de 2019 e a maior quebra nos programas de vacinação mundiais desde 1970.
Os dois organismos estimam que das 23 milhões de crianças, 17 milhões viram-se impedidas de tomar qualquer vacina
durante 2020. Face ao ano anterior, mais de 3,5 milhões de crianças
falharam a primeira dose da vacina tripa que protege contra a difteria, o
tétano e a tosse convulsa (DTP-1), enquanto mais três milhões falharam a
primeira dose da vacina contra o sarampo.
De acordo com o relatório, as crianças mais atingidas vivem em zonas de conflito, em zonas periféricas com poucos serviços essenciais, ou em habitações informais ou bairros de lata.
O flagelo tem maiores dimensões na região do Sudoeste Asiático e do Mediterrâneo Oriental.
Em termos de países, a índia, o Paquistão e a Indonésia destacam-se
pela negativa, já que são as nações onde mais aumentou o número de
crianças que ainda não recebeu a primeira dose da vacina DTP-1. O
situação é especialmente grave na índia, onde esse número mais do que
duplicou, passando para mais de três milhões de crianças em 2020.
No continente africano, Moçambique é quem mais
que sobressai, já que em 2020 cerca de 186 mil crianças não foram
vacinadas com a primeira dose da DTP-1 – em 2019 foram 97 mil. Um lugar
abaixo na tabela (em quinto da classificação mundial) está Angola que
passou de 399 mil crianças sem vacinação contra a DTP-1 em 2019 para 482
em 2020.
Para Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, “numa altura em que os países reclamam vacinas contra acovid-19, temos recuado noutras imunizações,
deixado as crianças expostas ao risco de doenças terríveis mas que
podem ser prevenidas, como o sarampo, a poliomielite ou a meningite.”
“Os surtos de doenças múltiplas podem ser catastróficos
para as comunidades e sistemas de saúde que já lutam contra a covid-19,
tornando mais urgente que nunca investir na vacinação infantil e
assegurar que todas as crianças sejam alcançadas”, disse, citado pelo Público.
Num balanço provisório, é já possível afirmar que os países de rendimento médio vivem atualmente com uma tendência de crescimento
no que respeita a crianças não imunizadas. A índia, por exemplo,
debate-se com uma queda de 91% para 85% no que concerne à cobertura da
vacina contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa.
No continente americano, a cobertura também
decresceu de 91% para 82% - com números de 2016, apesar da principal
justificação para os números, neste contexto geográfico, ser a desinformação, a instabilidade politica e as insuficiências da financiamento, avançam a Organização Mundial de Saúde e a UNICEF.
Os conflitos causados pelo acesso à água existem um pouco por
todo o planeta e, com as alterações climáticas, a tendência vai
crescer.
É um recursos naturais mais importantes e alimenta a vida na Terra e,
devido às alterações climáticas, cada vez mais raro. Há muito que água é
um dos motivos para guerras e essa tendência parece ter tudo para
crescer, já que, de acordo com previsões da Organização das Nações
Unidas, 5 mil milhões de pessoas podem sofrer com a escassez de água em 2050, escreve o The Guardian.
A dependência do rio Nilo em África
Já se muito se falou da importância do rio Nilo para a civilização
egípcia, não só pela escassez de água na região, mas também pela terra
fértil que cresce nas margens do rio. A verdade é que essa dependência do rio continua até aos dias de hoje e pode dar origem a um conflito com consequências globais.
A Iniciativa da Bacia do Nilo nasceu em 1999 precisamente para incentivar a cooperação
entre dez países que são banhados pelo rio, sendo estes o Egipto, o
Sudão, a Etiópia, o Quénia, o Uganda, o Burundi, a Tanzânia, o Ruanda e a
República Democrática do Congo e também a Eritreia, que tem o estatuto
de país observador.
Apesar de inicialmente ter tido sucessos no incentivo à gestão colectiva do Nilo, desde 2007 que os interesses divergentes entre os países que ficam a jusante, como o Egipto e o Sudão, e a montante do rio, como é o caso da Etiópia.
Já há anos que a Etiópia tinha a intenção de construir uma enorme barragem
no Nilo Azul, um dos maiores afluentes do Nilo. Conhecida como Grande
Barragem do Renascimento Etíope, começou a ser construída em 2011 e tem
uma capacidade superior a 74 mil milhões de metros cúbicos. A barragem tem um custo estimado de mais de 3.8 mil milhões de euros e é a maior obra de sempre do país.
O impacto económico da barragem não pode ser subestimado, visto que cerca de dois terços da população etíope não tem electricidade, problema que a barragem ajudaria a resolver. A obra também daria a oportunidade ao país de exportar energia.
Mas este impulso positivo para a economia etíope seria uma catástrofe
para o Egipto. Visto que o Nilo é o único grande rio que corre de Sul
para Norte, o Egipto é bastante afectado por qualquer interrupção no
curso de água, assim como o Sudão, que fica localizado entre o Egipto e a
Etiópia. 85% da água do rio Nilo passa pelas terras no norte da Etiópia, onde a barragem está a ser construída.
O Egipto depende do Nilo para 90% da sua água. Dois acordos assinados
em 1929 e em 1959 deram ao Egipto e ao Sudão o controlo de
practicamente toda a água do rio e o poder de veto sobre obras de países
a montante do rio que afectassem o curso de água. Os outros países não
foram tidos em conta nestes dois acordos ainda da era colonial, por isso
a Etiópia entendeu não ter de os seguir e iniciou a construção sem consultar o Egipto.
De acordo com as previsões da Aljazeera,
se a Etiópia concordar em encher totalmente a barragem ao longo dos
próximos 10 anos, isso destruiria 18% dos terrenos para agricultura no
Egipto. Caso a barragem fique com a capacidade máxima ao fim de cinco
anos, metade dos terrenos agrícolas egípcios seriam destruídos.
A instabilidade política no
Egipto durante a Primavera Árabe acabou por adiar o conflito, já que o
país tinha outros problemas internos mais urgentes. Mas a questão voltou
a ser discutida depois da Etiópia ter revelado querer encher a barragem
nos próximos seis anos.
“Temos um plano para começar a encher na próxima estação chuvosa, e começaremos a gerar electricidade com duas turbinas em Dezembro de 2020″, afirmou Seleshi Bekele, Ministro da Água etíope, em Setembro do ano passado.
As conversações entre os três países ao longo de quatro anos não têm sido produtivas
e os Estados Unidos estão agora a tentar mediar o conflito. A Etiópia
revelou que os egípcios propuseram ligar a nova barragem à já existente
barragem de Aswan, no Egipto.
Mas Seleshi Bekele acusou o Egipto de não estar a negociar em boa fé e revelou à BBC que ligar as duas barragens será “difícil”. “Tinham recuado um pouco nesse assunto, mas hoje trouxeram a ideia de volta até certo ponto”, disse.
Com o aumento das tensões entre os dois países, será possível um conflito armado no futuro? A resposta é sim. Em 2013, gravações secretas a políticos egípcios revelaram as intenções de sabotar ou bombardear a barragem, pode ler-se no LA Times,
e o actual presidente, Abdel Fattah Al-Sisi, disse que vai fazer de
tudo para proteger os direitos do país sobre as águas do Nilo.
Em Outubro do ano passado, o
primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, respondeu que “nenhuma força”
vai impedir o país de construir a barragem. O envolvimento dos EUA na
mediação é também um sinal de que a tensão está aumentar.
Uma potencial guerra
poderia trazer efeitos devastadores na região, dada a dependência do rio
Nilo, e também a nível internacional, visto que ambos os países são
aliados dos Estados Unidos. Um conflito armado poderia também impactar
toda a economia global ao “ameaçar a rota comercial vital do canal do Suez ao longo do corno de África”, escreve o Washington Institute.
Um problema global
Mas o problema no Nilo está longe de ser o único. Em Junho, nos EUA,
surgiram conflitos depois das autoridades federais cortarem o
fornecimento de água do rio Klamath a agricultores, devido à morte em massa de salmões causada pela seca, lê-se na Bloomberg.
Outros grupos interessados que precisam do Klamath, como tribos
indígenas, gestores de serviços públicos no sul do Oregon e no norte da
Califórnia, campos de golfe, barragens, etc, estão também a reclamar
direitos ao rio. Esta disputa é um sinal dos conflitos que se avizinham
na costa Oeste americana.
A Índia e o Paquistão vivem também uma situação tensa. Depois de um
ataque paquistanês devido à disputa sobre o território da Caxemira em
2019, a Índia retaliou ao ameaçar desviar as correntes dos rios Indo, Chenab e Jhelum.
Este possível desvio seria uma violação de um tratado de 1960,
mediado pelo Banco Mundial, que dividiu os recursos hídricos pelos dois
países, ficando o Paquistão com o controlo maioritário de três rios
ocidentais, enquanto que a Índia gere três rios de leste. Os indianos
pretendiam cortar o fornecimento dá água que não usavam, cerca de 7%,
que corre livremente para o Paquistão.
“Quando entramos no tratado com o Paquistão, decidimos que a harmonia e a fraternidade prevaleceriam. Se o Paquistão matar o nosso povo
e promover o terrorismo, então como é que a harmonia será mantida?”,
perguntou Nitin Gadkari, Ministro de Recursos Hídricos da Índia numa
entrevista em 2019.
O então Ministro dos Recursos Hídricos paquistanês respondeu que rasgar o acordo poderia levar ao início de uma guerra.
“Está na hora de perceberem as consequências de uma guerra. O exército
do Paquistão não é uma força fictícia, é ousado, corajoso e bem
treinado, e é capaz de destruir as gerações do Modi,
mas nós não queremos isso, por isso aprendam que o vosso belicismo não
vos trará nenhum bem, querida Índia”, respondeu Vawda no Twitter.
A falta de água potável no subcontinente indiano pode mesmo ser a primeira causa de uma guerra nuclear na Terra. De acordo com um estudo da Universidade das Nações Unidas, “a bacia fluvial do Indo é uma bomba-relógio“.
Parte do problema é político, devido às dificuldades que a região já
tem com o abastecimento de água, e qualquer disrupção vai afectar a
população e criar instabilidade interna. A outra grande causa é já
global, as alterações climáticas. O estudo concluiu que os rios no sul da Ásia vão ser mais afectados pela mudança do clima e a escassez de água vai ser ainda mais agravada.
De acordo com o jornal indiano Mint, a Índia está mesmo a planear reter as águas em excesso
que correm para o Paquistão. Esta decisão surge quando a Índia está a
tentar desviar as águas do Ujh, um dos principais afluentes do Ravi que
corre pelo Paquistão.
“Temos potencial de explorar os rios que correm do nosso território e
que vão para o Paquistão, mesmo com o Tratado do Indo. Primeiro, temos o
direito de parar a água precisa para regar 100 mil hectares de
território. Estamos à procura de potencial, exercê-lo e planeá-lo”,
afirmou Gajendra Singh Shekhamat, Ministro do Jal Shakti, um ministério
nascido em 2019 com a fusão dos antigos ministérios dos Recuros Hídricos
e da Água Potável e Saneamento.
Shekhamat reforça que as águas do Ravi, Beas e Sutlej são indianas.
“A água destes três rios e dos seus afluentes é nossa por direito. Se
nós construirmos projectos de rega nessas águas e usar-mos o seu
potencial, o Paquistão não pode reclamar, o que eles tentam fazer, mas isso é ilegal”, remata.
A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo
Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947. Um possível
conflito nuclear entre os dois países teria consequências catastróficas
para todo o planeta. De acordo com um estudo de 2016 citado pelo Hindustan Times, 21 milhões de pessoas morreriam numa semana e metade da camada do ozono na Terra seria destruída.
As alterações climáticas prometem tornar a água um recurso ainda mais
valioso e escasso, o que vai desafiar ainda maior aos governos a
aprender a gerir a sua distribuição de forma diplomática para se
evitarem conflitos com consequências globais.
O protótipo mais recente do carro elétrico solar Lightyear One superou os 700 quilómetros de autonomia com uma única carga.
A Lightyear, fabricante holandesa pioneira em veículos
elétricos solares, alcançou recentemente um grande marco em termos de
desempenho e autonomia: o seu carro elétrico solar, o Lightyear One, superou os 700 quilómetros de autonomia com uma única carga da bateria de 60 kWh.
Os testes em pista decorreram em Aldenhoven, na Alemanha. O automóvel
funcionou durante nove horas a uma velocidade de 85 km/h, sem parar
para recarregar, tendo percorrido exatamente 710 quilómetros.
Citado pelo New Atlas, Lex Hoefsloot, CEO da Lightyear, referiu que o consumo de energia durante a prova foi de 137 Wh/km devido às células fotovoltaicas nos painéis da carroçaria.
“Valida o desempenho da nossa tecnologia patenteada e mostra
verdadeiramente que somos capazes de cumprir a nossa promessa de
introduzir o veículo elétrico mais eficiente”, sublinhou o responsável.
Os testes avaliaram o rendimento dos painéis solares, o desempenho da
bateria, o consumo de energia do sistema de refrigeração e o
funcionamento dos motores de roda e do software.
A Lightyear está comprometida com a missão de tornar a mobilidade limpa disponível para todas as pessoas e em todos os lugares. Por isso, a fabricante está a preparar-se para a comercialização oficial do One.
Ainda este ano, a marca vai levar a cabo alguns testes para o
processo de homologação – como testes de colisão e um teste oficial do
ciclo de condução (WLTP) – sendo que os primeiros 946 veículos deverão entrar em produção na primeira metade de 2022, antes da entrada no mercado em massa a partir de 2024.
Um responsável da Agência Europeia do Medicamento (EMA) disse
hoje não ter ainda conhecimento específico dos episódios de reações
adversas à vacina da Janssen em Portugal, mas observou que desmaios e
síncopes “não são invulgares” enquanto efeitos secundários.
Durante uma videoconferência de imprensa da EMA, e ao ser questionado
sobre os casos de reações adversas entre vários utentes a quem foi
administrada a vacina da Janssen no Centro de Vacinação Covid-19 de
Mafra, o chefe de farmacovigilância da agência garantiu que estes casos
serão analisados cuidadosamente, mas assinalou que “podem muito bem
corresponder a um efeito secundário bem descrito”, de síncopes ou
desmaios, sobretudo entre os jovens.
“Obviamente, acompanhamos de perto todas as novas informações de
segurança relativamente a todas as vacinas. Não tenho conhecimento
específico deste conjunto de eventos em Portugal, mas é claro que iremos
analisar em pormenor”, começou por dizer Georgy Genov.
O responsável máximo de farmacovigilância da EMA ressalvou então que
“não é invulgar, entre os jovens”, observarem-se episódios de síncope ou
desmaio como efeitos secundários da vacinação.
“Por isso, pode muito bem corresponder a um efeito secundário bem
descrito, mas é certamente algo que iremos analisar”, assegurou.
O Infarmed anunciou na quarta-feira que está a investigar a qualidade
de vacinas da Janssen disponibilizadas no Centro de Vacinação Covid-19
de Mafra depois de utentes terem desmaiado após serem vacinados.
A autoridade nacional do medicamento explica que as medidas surgem
“no seguimento dos casos de reações adversas (síncope), notificados com a
vacina da Janssen, no centro de vacinação de Mafra”.
Segundo aquela autoridade de saúde, “não foram reportados, até à presente data, suspeitas de defeito de qualidade deste lote noutros centros de vacinação em que o mesmo está a ser utilizado”.
“O Infarmed decidiu dar início a um processo de investigação da
qualidade das unidades remanescentes da vacina naquele local de
vacinação, assim como suspender este lote até as devidas averiguações
estarem concluídas”, anunciou.
Já hoje, a Task Force da vacinação em Portugal anunciou que a
modalidade “casa aberta” para a vacinação foi suspensa devido à redução
da disponibilidade de vacinas, na sequência da interrupção de um lote
da marca Janssen.
“Tendo em conta a suspensão de um lote de vacinas da marca Janssen
(…) e a consequente redução na disponibilidade de vacinas, foi decidido suspender, de imediato, a modalidade “casa aberta”, refere uma nota da Task Force da vacinação enviada às redações.
A Task Force do plano de vacinação salienta que a modalidade “casa aberta” será retomada “logo que possível”.
A Rússia rejeitou esta quarta-feira regularizar as uniões
entre pessoas do mesmo sexo, em resposta a uma deliberação do Tribunal
Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) que recomenda a Moscovo a definição
de um enquadramento legal para estes relacionamentos.
“Não há necessidade de procurar qualquer forma alternativa de
registo” para as uniões entre pessoas do mesmo sexo, afirmou o porta-voz
da Presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, salientando ainda que o
chefe de Estado russo, Vladimir Putin, não tinha
reagido à deliberação da instância europeia, que também exigiu que
Moscovo respeite os direitos das pessoas da comunidade LGBTI+ (Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Transgénero, Intersexo e outros).
Na terça-feira, a instância europeia com sede em Estrasburgo (França)
considerou que a Rússia violou o artigo 8.º da Convenção Europeia dos
Direitos Humanos relativo ao direito ao respeito pela vida privada e
familiar, ao ter negado a possibilidade de casamento a três casais
homossexuais russos.
Os casais em questão recorreram ao TEDH, que, na deliberação de
terça-feira, pediu às autoridades russas que procurassem alternativas
legais para garantir os direitos destas pessoas.
Em 2013, o país introduziu uma lei contra a “propaganda” homossexual, segundo a designação de Moscovo, junto de menores de idade.
A lei serviu de pretexto para proibir as marchas do orgulho gay e a exibição de bandeiras arco-íris, símbolo associado à comunidade LGBTI+.
Desde 2020, a Constituição russa também especifica que o casamento é
uma união entre um homem e uma mulher, proibindo dessa forma o casamento
entre pessoas do mesmo sexo.
Segundo argumentou o porta-voz do Kremlin, a definição de matrimónio
“está formulada de um modo absolutamente inequívoco na Constituição” e
essa formulação, acrescentou o representante, impede a Rússia de cumprir
o veredicto do TEDH.
Além disso, de acordo com a Constituição russa, o país não é obrigado
a acatar as deliberações de tribunais internacionais que contradizem as
normas nacionais, o que marca, frisou Dmitri Peskov, a prevalência do
texto constitucional sobre o Direito Internacional.
O porta-voz do Kremlin concluiu que, sobre a questão dos casamentos
entre pessoas do mesmo sexo, Vladimir Putin orienta-se com base “na
posição da maioria dos russos” que apoiaram as emendas constitucionais,
incluindo a definição de matrimónio, num referendo realizado a 1 de
julho de 2020.
Após a deliberação do TEDH, a Amnistia Internacional exigiu que a Rússia reconhecesse os direitos e a legalidade das uniões entre pessoas do mesmo sexo, condenando ainda o país por promover a homofobia.
Na Rússia, a violência contra homossexuais é frequente e é alimentada pelas alas conservadoras e religiosas.
Durante a campanha para o referendo constitucional de 2020, Putin
declarou que os casamentos entre pessoas do mesmo sexo nunca seriam
legalizados na Rússia enquanto ele assumisse a liderança do país, algo
que poderá acontecer até 2036, medida que também foi aprovada na
consulta pública do verão passado.
As chuvas intensas registadas nas últimas horas em vários
países da Europa ocidental e central provocaram cheias e a subida dos
caudais de rios, relataram hoje as agências internacionais, indicando
ainda que um homem está desaparecido na Alemanha.
A agência noticiosa alemã DPA relatou que, na noite de terça-feira
para quarta-feira, um homem desapareceu quando tentava proteger a sua
propriedade em Joehstadt, no estado alemão da Saxónia, da subida repentina das águas e que terá sido arrastado por uma forte corrente.
Os bombeiros locais retomaram hoje de manhã os trabalhos de busca.
Ainda em território alemão, no condado de Hof, perto da fronteira oriental com a República Checa, foi emitido um alerta de desastre devido à forte precipitação, que provocou a queda de árvores e deixou várias zonas sem eletricidade.
O serviço meteorológico alemão (DWD) informou que nesta região choveu
80 litros por metro quadrado durante um período de 12 horas.
Em Hagen, no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, os
bombeiros tiveram de resgatar vários automobilistas, cujos veículos
ficaram presos numa passagem subterrânea inundada.
Os “vizinhos” Países Baixos e Bélgica também foram atingidos por condições meteorológicas adversas e por inundações, segundo a agência Associated Press (AP).
Por exemplo, as autoridades da província holandesa de Limburg (sul)
estão a alertar para a subida dos caudais de vários riachos e para a
possível formação de uma forte corrente de água, pedindo à população
local para se afastar destas áreas.
Os proprietários de embarcações foram aconselhados a evitar o rio
Maas (que passa pelos territórios holandês e belga), devido às fortes
correntes e aos detritos que estão a ser arrastados pelas águas.
Também na Suíça, a subida do nível das águas do lago
dos Quatro Cantões, também conhecido como lago Lucerna, obrigou as
autoridades helvéticas a acionarem o nível mais alto do aviso de
inundações.
As fortes chuvas que têm sido registadas no país também colaram o
lago de Bienna, também na zona centro da Suíça, no limite da sua
capacidade, depois do caudal ter aumentado 60 centímetros na noite
passada, situação que levou à proibição, como medida preventiva, de
qualquer atividade de navegação.
Alguns rios no norte da Suíça também transbordaram devido à intensa precipitação, de acordo com a agência espanhola EFE.
As chuvas torrenciais obrigaram ainda ao corte de um
trecho da estrada localizada nas margens do lago Léman, o maior da
Suíça e que banha cidades como Genebra ou Lausanne.
Até ao momento, não existem relatos de vítimas no país na sequência das cheias.
Em diferentes áreas do país foram emitidos avisos de alerta, com os
cidadãos a serem aconselhados a limitarem as deslocações e a evitarem
zonas próximas de lagos e rios.
O satélite Quantum, o primeiro satélite comercial que poderá
ser reprogramado em órbita, será lançado em 27 de julho, anunciou na
terça-feira a Agência Espacial Europeia (ESA), uma das entidades
parceiras.
O lançamento será feito da base espacial europeia, em Kourou, na
Guiana Francesa, a bordo de um foguetão Ariane 5, noticiou a agência Lusa.
Uma vez colocado na órbita geoestacionária, a cerca de 35 mil quilómetros da Terra,
o satélite, operado pela empresa francesa Eutelsat, a terceira maior
operadora de satélites do mundo, tem capacidade para ser inteiramente
reconfigurado a partir do solo terrestre, dispondo de uma “esperança de
vida” de 15 anos.
Segundo a ESA, o satélite possui um ‘software’ de parametrização que
lhe permite adaptar-se às necessidades dos clientes em qualquer momento e
em qualquer lugar e está equipado com uma antena que o torna capaz, por
exemplo, de fornecer telecomunicações a uma determinada região do mundo
ou facultar facilmente informação a passageiros a bordo de aviões ou
navios em andamento.
A reconfiguração entre duas tarefas de clientes demorará apenas
“alguns minutos”, disse o diretor do programa Eutelsat Quantum, Frédéric
Piro, durante uma conferência de imprensa, na qual não foram revelados
quem serão os primeiros clientes do satélite.
O Quantum pesa 3,5 toneladas e foi desenvolvido numa parceria entre a
ESA e a Eutelsat, que começou em 2015. A ESA, da qual Portugal é um dos
22 Estados-Membros, suportou cerca de 80 milhões de euros do total de
investimento de mais de 200 milhões de euros.
Um diamante de 101 quilates tornou-se na joia mais cara já
comprada com criptomoedas, de acordo com a Sotheby’s, a casa de leilões
envolvida no processo.
O diamante foi vendido na passada sexta-feira por cerca de 10,4
milhões de euros, depois de ser anunciado que estavam a ser aceites
criptomoedas como forma de pagamento, escreve a CNN.
A casa de leilões Sotheby’s não revelou qual das criptomoedas foi usada para fazer a compra.
O diamante, apelidado de “The Key 10138”, foi vendido a um “colecionador privado anónimo”, de acordo com um comunicado enviado à imprensa.
O vice-presidente da Sotheby’s na Ásia, Wenhao Yu, afirmou que a venda atraiu “novos clientes muito além da classe tradicional de colecionadores”, acrescentando que as compras com criptomoedas atraíram uma “geração digitalmente experiente”.
Notavelmente rara por si só, a pedra é o segundo maior diamante em
forma de pêra já lançado no mercado, de acordo com a Sotheby’s.
É classificado como um diamante da “cor D” – o mais alto grau atribuído aos diamantes brancos – o que significa que parece incolor a olho nu.
Também é classificado como “sem falhas” interna e
externamente, o que significa que é completamente transparente e não tem
manchas visíveis. Está agora entre os únicos 10 diamantes da sua
qualidade, ou seja, com mais de 100 quilates, a ser leiloado.
De acordo com a CNN, recentemente, várias casas de leilões têm aceitado criptomoedas para o pagamento de peças de alto custo.
No início deste ano, a Sotheby’s abriu a venda de “Love is in the Air”, uma obra de Banksy, para pagamentos via criptomoeda.
A famosa obra de arte acabou por ser vendida por cerca de 10,9
milhões de euros, embora a casa de leilões não tenha revelado se o
comprador acabou por usar o método de pagamento digital.
Em junho, a Christie’s também anunciou que estava a aceitar criptomoedas para uma obra sem título de Keith Haring. A pintura, que retrata uma figura com um computador no lugar de uma cabeça, foi vendida por cerca de 5 milhões de euros.
Os números têm por base uma estratégia assente na transição
da infraestrutura energética norte-americana para fontes limpas,
diminuindo, assim, a emissão de gases com efeito de estufa. Os ganhos em
termos de vidas humanas podem ser visíveis num horizonte temporal de
apenas oito anos, com 9.200 mortes prematuras a serem evitadas até 2030.
Um estudo conduzido por um consórcio de investigadores de
instituições como a Universidade de Harvard, o Instituto de Tecnologia
da Georgia e a Universidade de Syracuse, revelou que as medidas
delineadas pela Administração Biden tendo em vista a implementação de energias mais limpas nos Estados Unidos poderia salvar cerca de 317 mil vidas nos próximos 30 anos.
Num plano mais próximo, 9.200 mortes prematuras podem ser evitadas
até 2030, avança o artigo, caso seja mesmo concretizada uma redução nas
emissões dos gases com efeito de estufa.
O número de vidas poupadas seria “imediato, generalizado e substancial”, pode ler-se no mesmo documento.
As estimativas apresentadas baseiam-se em indicadores como a redução
da emissão de gases com efeito de estufa, com impacto direto na qualidade do ar, da poluição existente e, consequentemente, na luta contra as alterações climáticas.
Esta é uma área onde o presidente democrata tem sido especialmente
pressionado a agir após quatro anos da presidência de Donald Trump em
que muitos passos atrás foram dados.
Segundo avança o The Guardian, das várias opções de política climática disponíveis para Joe Biden implementar, a melhor será a que tem por base uma “energia limpa” devido aos maiores benefícios económicos para o país, mas também pelos custos e vidas.
O novo relatório sugere ainda que um plano baseado no objetivo de
“energia limpa” também seria a ferramenta mais eficaz para atingir a
meta estabelecida pela Casa Branca de 80% da utilização de energia renovável até 2030 e a totalidade da eletricidade renovável até 2035.
Os ganhos resultantes da implementação da nova estratégia da
Administração Biden também seriam visíveis, por exemplo, nas despesas da
saúde, com uma poupança possível na ordem dos 1,12 mil biliões de dólares até 2050.
A população afro-americana seria a que mais beneficiaria com a
medida, devido à localização das suas habitações, muitas vezes próximas
de auto-estradas ou centrais elétricas.
No que concerne à desigualdade entre Estados, Ohio, Texas, Pensilvânia e Illinois prefilam-se como os principais ganhadores caso a estratégia seja mesmo aprovada.
Por outro lado, uma reconversão rápida das infraestruturas
energéticas americanas para uma vertente renovável custaria cerca de 342
mil milhões de dólares até 2050 em custos correspondentes ao
investimento e manutenção das infra-estruturas — embora este número
signifique uma redução num cenário de comparação entre energias ditas
limpas e combustíveis fósseis.
Segundo o relatório, os benefícios resultantes da transição podem estimar-se nos 637 mil milhões de dólares, um negócio claramente vantajoso.
“O custo é muito mais baixo do que esperávamos e as mortes evitadas
são muito mais elevadas. Existe realmente aqui uma enorme oportunidade
para abordar as alterações climáticas e a qualidade do ar”, disse Kathy Fallon Lambert, coautora do estudo e investigadora da Harvard TH Chan School of Public Health.
“Este seria um enorme salto no que respeita à ambição e poderíamos ver impactos na saúde. Haveria menos milhões de ataques de asma,
por exemplo. E isto nem sequer considera os impactos na saúde causados
pelo calor e outras consequências motivadas pelo clima.”
Uma nova estratégia energética da Casa Branca exigiria, por exemplo,
que os serviços públicos aumentassem a quantidade de energia limpa, tal
como a solar e a eólica, através de uma estratégia que poderia incluir incentivos e penalizações.
Apesar das boas intenções e do parecer positivo emitido pelos cientistas, a nova estratégia energética de Biden foi excluída do Plano de Infraestruturas, negociado em contexto bipartidário, por exigência dos republicanos.
No entanto, Joe Biden enfrenta pressões por parte de
ambientalistas e de grandes empresas, como a Apple ou a Google, para
que a legislação seja, mesmo assim, implementada.
O presidente americano já anunciou a sua intenção de incluir as
medidas num novo projeto-lei de reconciliação partidária, que poderá não
cumprir com essas exigências — como tal, para garantir a sua aprovação é
necessário o voto de todos os senadores democratas, uma possibilidade tida como remota.
Ainda assim, Gina McCarthy, a principal conselheira
de Biden para assuntos relacionados com as alterações climáticas, já fez
saber que a inclusão das medidas num novo Plano de Infraestruturas “não é negociável”.
O Tribunal Supremo decide que as turmas para alunos de um só
género, estabelecidas por algumas universidades israelitas para promover
a integração dos judeus ultra-ortodoxos na educação superior e no
mercado de trabalho, são legais.
A decisão do Tribunal Supremo, comunicada na segunda-feira, autoriza
os cursos separados para homens e mulheres estabelecidos há vários anos
pelo Conselho de Ensino Superior israelita, em estruturas universitárias
consagradas à população ultra-ortodoxa que defende a separação por género.
No entanto, esta decisão judicial limita a separação entre homens e
mulheres nas licenciaturas, mas restringe a sua aplicação aos cursos.
O tribunal também decidiu que fica proibido que professoras ensinem homens.
De acordo com Gilad Malach, diretor do programa
ultra-ortodoxo do Instituto Israelita para a Democracia (IDI), esta
decisão é “algo bom” porque fomenta a inclusão social dos profissionais
ultra-ortodoxos.
“Há vinte anos, havia 1.000 estudantes ultraortodoxos (nas universidades), atualmente são quase 14.000”, afirmou à AFP, considerando que “este crescimento irá continuar nos próximos anos”.
Os haredis (“temerosos de Deus” em hebraico) são
aproximadamente 12% dos nove milhões de israelitas e, frequentemente,
vivem isolados, respeitando a sua interpretação do judaísmo de forma
estrita.
Estima-se que os ultra-ortodoxos, que vivenciam um grande crescimento demográfico, venham a representar cerca de 20% da população do país em 2040 e 32% em 2065, de acordo com o Escritório de Estatísticas de Israel.
A inserção profissional dos haredis é, portanto, “essencial”
para o país, considera Malach, que destaca que atualmente esta é muito
baixa porque os homens optam por se dedicar aos estudos religiosos.
Oficiais de inteligência dos Estados Unidos (EUA) emitiram um
aviso informando que a China está a desenvolver tecnologia avançada
anti-satélite, que pode representar um risco para os meios espaciais
norte-americanos.
Segundo relatou a Bloomberg, citada pelo Interesting Engineering,
o alerta foi emitido na semana passada, durante um ‘webinar’ para um
grupo de inteligência e segurança, com o contra-almirante Michael
Studeman a revelar que a China está a criar armamento anti-satélite, com
diferentes capacidades.
“Eles [chineses] olham para a nossa capacidade espacial e querem igualá-la ou superá-la e ser capazes de dominar, garantindo a si próprios as manobras de que precisam para atingir os seus objetivos se estiverem numa luta”, indicou.
Este aviso é o último avançado por figuras militares de alto escalão
dos EUA sobre o potencial desenvolvimento chinês de equipamentos de
contra-ataque espaciais, que podem ser utilizados contra ativos
espaciais dos EUA, como satélites.
Em abril, o Diretor de Inteligência Nacional dos EUA afirmou que a
estação espacial chinesa de Tiangong era uma ameaça, referindo que o seu
objetivo principal era “obter benefícios militares, económicos e de
prestígio que Washington acumulou com a liderança espacial”. O relatório
acrescentava que Pequim está a treinar o uso da tecnologia
anti-satélite, incluindo mísseis terra-espaço, lasers e outros sistemas.
O relatório apontava ainda que a China está a desenvolver embarcações capazes de intercetar, capturar e, em última análise, destruir satélites norte-americanos.
Por seu lado, os EUA têm criado medidas para lidar com os avanços da
China, ao mesmo tempo que os especialistas pedem um reforço das
capacidades de defesa espacial. Investigadores do Centro de Estudos
Estratégicos e Internacionais divulgaram um relatório, em fevereiro, com
potenciais projetos para aumentar a defesa contra armas anti-satélite.
Foi também fundada a Força Espacial, um ramo especial das Forças Militares dos EUA, que está a trabalhar em armas terrestres para eliminar satélites inimigos.
O cinema francês “Eden-Théâtre”, onde foram projetados os
primeiros filmes dos irmãos Lumière, foi reconhecido pelo Guinness como o
cinema mais antigo do mundo em funcionamento.
Localizado em La Ciotat, perto de Marselha, no sul
da França, este cinema tem “a sala mais antiga do mundo em
funcionamento”, declarou no início de julho o guia de referência que
recolhe e certifica os recordes mundiais.
Foi inaugurado em 15 de junho de 1889 no pequeno porto mediterrâneo que na altura albergava 12.000 habitantes, sendo que hoje conta com mais de 35.000 moradores.
Inicialmente, o Eden acolhia apresentações teatrais, concertos e até lutas greco-romanas e de boxe, indica a sua página online.
Raoul Gallaud, proprietário na época, ficou amigo de Antoine Lumière, pai de Louis e Auguste Lumière, que havia adquirido uma casa na região.
Foi convidado a participar numa primeira “experiência
cinematográfica” na casa de Lumière, em 21 de setembro de 1895, e
sugeriu a Antoine que repetisse a experiência no Eden, relatou à AFP o diretor de comunicação do cinema.
Durante a projeção organizada alguns dias depois, porém, foram registados problemas técnicos.
Antoine Lumière repetiu a experiência em Paris, no
Grand Café, desaparecido no século XIX, em 28 de dezembro de 1895. Esta
data é hoje considerada pelos historiadores como o nascimento do cinema.
Não houve novas projeções até 21 de março de 1899, quando o Eden
exibiu uma série de filmes dos irmãos Lumière. Esta sessão é a que foi
considerada e mantida pelo Guinness.