O Tribunal Supremo decide que as turmas para alunos de um só género, estabelecidas por algumas universidades israelitas para promover a integração dos judeus ultra-ortodoxos na educação superior e no mercado de trabalho, são legais.
A decisão do Tribunal Supremo, comunicada na segunda-feira, autoriza os cursos separados para homens e mulheres estabelecidos há vários anos pelo Conselho de Ensino Superior israelita, em estruturas universitárias consagradas à população ultra-ortodoxa que defende a separação por género.
No entanto, esta decisão judicial limita a separação entre homens e mulheres nas licenciaturas, mas restringe a sua aplicação aos cursos.
O tribunal também decidiu que fica proibido que professoras ensinem homens.
De acordo com Gilad Malach, diretor do programa ultra-ortodoxo do Instituto Israelita para a Democracia (IDI), esta decisão é “algo bom” porque fomenta a inclusão social dos profissionais ultra-ortodoxos.
“Há vinte anos, havia 1.000 estudantes ultraortodoxos (nas universidades), atualmente são quase 14.000”, afirmou à AFP, considerando que “este crescimento irá continuar nos próximos anos”.
Os haredis (“temerosos de Deus” em hebraico) são aproximadamente 12% dos nove milhões de israelitas e, frequentemente, vivem isolados, respeitando a sua interpretação do judaísmo de forma estrita.
Estima-se que os ultra-ortodoxos, que vivenciam um grande crescimento demográfico, venham a representar cerca de 20% da população do país em 2040 e 32% em 2065, de acordo com o Escritório de Estatísticas de Israel.
A inserção profissional dos haredis é, portanto, “essencial” para o país, considera Malach, que destaca que atualmente esta é muito baixa porque os homens optam por se dedicar aos estudos religiosos.
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