Na segunda-feira, a Federação de Cientistas Americanos (FAS) publicou um relatório no qual denuncia a existência de um campo de instalações nucleares perto da cidade de Hami, na província chinesa de Xinjiang. Estarão a ser construídos 110 novos silos para mísseis balísticos no local.
Os Estados Unidos estão preocupados com os riscos da expansão nuclear da China e insistem que esta se deve manter comprometida com a estratégia de “dissuasão mínima”, após a divulgação de um relatório que denuncia a existência de um campo de instalações nucleares perto a cidade de Hami.
“Apesar do secretismo da República Popular da China, esta construção acelerada [de silos] torna-se cada vez mais difícil de esconder e demonstra como o país está a desviar-se de décadas de uma estratégia nuclear baseada na dissuasão mínima”, acusou o Departamento de Estado norte-americano, em comunicado enviado à CNN.
O Público destaca que a FAS considera que a capacidade nuclear combinada das instalações de Hami e de Gansu corresponde “à expansão mais significativa de sempre do nuclear arsenal chinês”. As instalações de Gansu tem outros supostos 119 silos e foram reveladas em junho pelo think tank James Martin Center for Nonproliferation Studies.
“O programa chinês de silos para mísseis constitui a maior produção de silos desde a produção dos EUA e da União Soviética durante a Guerra Fria”, lê-se no documento.
“O número de novos silos chineses excede o número de ICMB [mísseis balísticos intercontinentais] em silos operados pela Rússia e constitui mais de metade da capacidade total de ICBM dos EUA”, acrescenta ainda.
O Comando Estratégico dos Estados Unidos reagiu às novas revelações e lembrou que “é a segunda vez em dois meses que o público descobre o que temos vindo a dizer há muito tempo sobre a crescente ameaça que o mundo enfrenta e o véu de sigilo que a rodeia”.
O campo de silos de Hami tem cerca de 800 quilómetros quadrados e o campo de Gansu terá aproximadamente 380 quilómetros quadrados.
O facto de os silos estarem colocados em Xinjiang, longe da costa, garante que não podem ser atingidos pelos mísseis de cruzeiro disparados pelos navios de guerra norte-americanos estacionados no Oceano Pacífico.
“[O relatório] tem provas bastante convincentes das intenções da China para expandir significativamente o seu arsenal nuclear, de uma maneira mais rápida do que aquela que muitos analistas previam”, reagiu Adam Ni, diretor do China Policy Center, em Canberra, Austrália.
https://zap.aeiou.pt/eua-preocupados-expansao-nuclear-china-420984
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