Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera que a pandemia de covid-19 é um teste “e o mundo está a falhar”.
Esta madrugada, num discurso perante o Comité Olímpico Internacional, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), apelou ao cumprimento das regras sanitárias durante os Jogos Olímpicos e lembrou que a pandemia ainda não chegou ao fim.
“A pandemia é um teste e o mundo está a falhar“, respondeu o responsável, confrontado com a pergunta: “quando é que a pandemia vai acabar?”.
Na reunião, o responsável arriscou ainda uma previsão: até ao final dos Jogos Olímpicos, disse, vão morrer mais de 100 mil pessoas na sequência da doença.
“Mais de 4 milhões de pessoas morreram e mais vão continuar a morrer. O número de mortes deste ano é mais do dobro do total do ano passado. No tempo que demoro a fazer estas observações, mais de 100 pessoas perderam a vida para a covid-19. E quando a chama olímpica for extinta, no dia 8 de agosto, mais de 100 mil pessoas terão morrido”, alertou, citado pelo jornal Público.
O diretor-geral da OMS frisou ainda que acabar com a pandemia “está nas nossas mãos” e que “temos todas as ferramentas de que precisamos”. ”
“Podemos prevenir esta doença, podemos testá-la e podemos tratá-la. É mais do que temos para muitas doenças que já existem há muito mais anos. Podemos escolher acabar com a pandemia”, afirmou.
Quanto ao processo de vacinação mundial, Tedros Ghebreyesus admitiu que é uma “terrível injustiça” que 75% das vacinas administradas, até agora, tenham sido em apenas 10 países.
“Nos países mais pobres, apenas 1% da população recebeu pelo menos uma dose, em comparação com mais da metade das pessoas dos países desenvolvidos. Alguns dos países mais ricos estão a falar numa terceira dose de reforço, enquanto profissionais de saúde, idosos e outros grupos vulneráveis no resto do mundo continuam sem proteção”, indicou.
No Japão, cerca de 34% da população já recebeu pelo menos uma dose de uma vacina contra a covid-19, mas muitos estão preocupados que os Jogos Olímpicos possam tornar-se um evento superpropagador do vírus.
Na terça-feira, a apenas três dias da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, um dos responsáveis não afastou a hipótese de um cancelamento de última hora.
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