O fim-de-semana foi marcado por manifestações em Itália, na Grécia, na França, no Reino Unido e na Austrália contra as proibições a quem não tem certificados de vacinação ou testes PCR.
Vários governos têm apertado as restrições ou imposto a necessidade de certificados de vacinação para várias actividades, e há muitos cidadãos descontentes.
Segundo os organizadores do World Wide Rally for Freedom, este fim-de-semana estavam marcados protestos em 180 cidades no mundo.”As restricções autoritárias do coronavírus prejudicaram as nossas vidas mais do que qualquer vírus, e mesmo se os efeitos do vírus forem piores, as limitações às nossas liberdades são injustas e ilegais”, defende o grupo.
Em França, 160 mil pessoas saíram às ruas para acabarem com a “ditadura da saúde” e o “apartheid” que acreditam que as novas medidas do “tirano Macron” estão a criar. No país é preciso ter certificado de vacinação ou um teste PCR com a validade de 48 horas para muitas actividades quotidianas, como ir a restaurantes, ir ao cinema ou andar de comboio.
As concentrações em Paris foram junto à Torre Eiffel e vários protestantes adornaram coletes amarelos. Houve também vários desacatos entre manifestantes e a polícia, que usou canhões de água e gás lacrimogénio e acabou por fazer 71 detenções.
Emmanuel Macron, respondeu aos protestos durante uma visita ao Haiti. O presidente francês afirma que as medidas são para “proteger a população” e apelida de “irresponsáveis” e “egoístas” aqueles que não querem ser vacinados. Recorde-se que Macron já disse estar a ponderar tornar a vacinação obrigatória, visto que a França é um dos países europeus com um movimento anti-vacinas mais forte.
Roma e Milão foram das cidades italianas mais abaladas por protestos semelhantes, dado que agora o “passaporte de escravidão” é também obrigatório para frequentar restaurantes e bares. Três mil pessoas reuniram-se na Piazza del Popolo, na capital italiana, e muitas estavam sem máscara.
Já em Milão, nove mil manifestantes concentraram-se na Piazza del Duomo para insultar o primeiro-ministro, Mario Draghi, apelar pela “liberdade” e comparar as limitações de quem não tem o certificado à discriminação dos judeus no tempo dos nazis. Bolonha, Palermo ou Nápoles também acolheram protestos.
Milhares de pessoas também protestaram em Londres, Manchester e Birmingham, apesar de a Inglaterra já ter levantado todas as restrições e acabado com a obrigação de usar máscara. Os manifestantes acreditam que a aplicação covid do governo limita os seus movimentos, já que 600 mil pessoas foram alertadas para se isolarem numa única semana.
A comentadora de extrema-direita Katie Hopkins, que foi deportada da Austrália depois de se gabar da sua intenção de quebrar a quarentena, esteve presente na Trafalgar Square. Os teóricos da conspiração David Icke e Piers Corbyn também participaram no protesto.
Kate Sherimani, uma ex-enfermeira que foi expulsa por negar a existência da covid-19 e incentivar as pessoas a não serem vacinadas, discursou contra os profissionais de saúde e foi bastante criticada nas redes sociais.
“Perguntem a quem dá as vacinas se já houve alguma morte. Perguntem-lhes do que é feita e registem os nomes deles e enviem-mos. Nos julgamentos de Nuremberga, os médicos e enfermeiros foram julgados e foram enforcados“, afirmou Sherimani.
A polícia de Londres acabou por deter um manifestante por atirar uma garrafa aos agentes. “A violência não vai ser tolerada. Encorajamos o resto dos protestantes a continuar a sua demonstração pacificamente”, escreveu a Comandante Catherine Roper no Twitter.
Apesar de ser uma das formas mais eficazes de prevenir doenças, os movimentos contra a vacinação não são de agora e têm ganhado mais voz nos últimos anos, tendo havido um aumento de surtos de doenças como o sarampo devido ao cepticismo. Recorde-se que só desde em Maio, a vacinação em Portugal já evitou 700 mortes por covid-19.
https://zap.aeiou.pt/protesta-se-contra-passaporte-vacinas-419982
Nenhum comentário:
Postar um comentário