sexta-feira, 30 de julho de 2021

Vídeo mostra salmões feridos devido ao sobreaquecimento das águas !

O vídeo foi gravado por um grupo de conservação ambiental depois de uma onda de calor no Noroeste Pacífico que fez as temperaturas da água atingirem os 21 graus Celsius.


De acordo com o jornal The Guardian, os salmões do rio Columbia, na América do Norte, foram recentemente expostos a temperaturas insuportáveis, o que lhes provocou feridas e infeções fúngicas.

No vídeo, divulgado esta terça-feira pela organização sem fins lucrativos Columbia Riverkeeper, pode ver-se um grupo de salmões vermelhos a nadar com ferimentos no corpo, que a associação diz serem resultado do stress e do sobreaquecimento.

Os salmões estavam a nadar rio acima, vindos do oceano, para regressar às suas áreas de desova, quando inesperadamente mudaram a sua rota, explicou Brett VandenHeuvel, diretor executivo da Columbia Riverkeeper. Segundo este responsável, foi a forma encontrada para “escapar de um prédio em chamas”.

A organização gravou o vídeo depois de uma onda de calor no Noroeste Pacífico, num dia em que as temperaturas da água atingiram os 21 graus Celsius, uma temperatura que pode ser letal para estes peixes se forem expostos a ela durante longos períodos.

VandenHeuvel comparou a situação a alguém a tentar correr uma maratona com temperaturas acima dos 38 graus. “A diferença é que isto não é um passatempo para os salmões. Eles não têm escolha. Ou conseguem sobreviver ou morrem”, declarou.

Segundo o jornal britânico, os salmões que aparecem no vídeo não serão capazes de se reproduzir no afluente e morrerão, provavelmente, de doença e stress provocados pelo calor.

“É desolador ver animais a morrer de forma tão pouco natural. E pior, pensar na causa dessa morte. Este é um problema causado pelo ser humano e faz-me realmente pensar no futuro”, lamentou VandenHeuvel.

“Vejo isto como uma visão profundamente triste do nosso futuro. Mas também o vejo como um apelo para agir. Há medidas que podemos tomar para salvar o salmão, para arrefecer os nossos rios. Se este vídeo não inspira uma reflexão séria, não sei o que o fará.”

Este é mais um exemplo da tragédia causada pela recente onda de calor na América do Norte, que matou centenas de pessoas nos Estados Unidos e no Canadá e terá causado também a morte de mais de mil milhões de animais marinhos.

https://zap.aeiou.pt/video-salmoes-feridos-sobreaquecimento-aguas-421216

 

 

Governo de Biden quer que estados ofereçam 100 dólares a quem for vacinado !

O Governo dos Estados Unidos quer que os vários estados norte-americanos ofereçam um cheque de 100 dólares aos cidadãos que se vacinem contra a covid-19.


De acordo com a imprensa norte-americana, o Governo de Joe Biden quer que os vários estados sigam o exemplo de Nova Iorque e ofereçam um cheque de 100 dólares (cerca de 84 euros) aos cidadãos que se vacinem contra a covid-19.

A atribuição de incentivos em dinheiro é uma das medidas do novo plano do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para motivar os norte-americanos a tomarem a vacina e combater a grande resistência à vacinação.

Além disso, a administração Biden quer também que os funcionários das agências federais sejam obrigados a revelar ao empregador se estão vacinados ou não. Caso recusem a vacina, serão obrigados a realizar testes frequentemente para trabalhar.

O The New York Times escreve que a ideia do governo federal passa por convencer os governadores dos 50 estados norte-americanos a adotar este esquema de incentivos e que o financiamento para o programa poderá vir dos pacotes de apoio financeiro que estão a ser entregues aos estados — com um valor de 350 mil milhões de dólares.

“Algumas pessoas vão considerar a oferta insultuosa, outras vão usá-la como prova de que a vacina não é boa“, alertou a antropóloga Elisa Sobo, que tem estudado o fenómeno da resistência às vacinas.

A ideia assenta, no entanto, em algumas experiências que já estão a ser aplicadas. como é o caso da autarquia de Nova Iorque.

https://zap.aeiou.pt/governo-biden-100-dolares-vacinado-421261

 

Aglomerado de safiras estrela encontrado no Sri Lanka pode ser o maior do mundo !

Um aglomerado de safiras estrela do mundo foi encontrado num quintal no Sri Lanka. A pedra é azul, pesa 510 quilos e estima-se que valha cerca de 84 milhões de euros. 


A pedra foi encontrada por trabalhadores que estavam a escavar um poço em casa de um homem identificado apenas pelo nome Gamage que não quis revelar o seu nome completo nem a sua localização da casa por razões de segurança.

Sabe-se apenas que se situa na cidade de Ratnapura — que significa cidade das joias, em cingalês — uma zona rica em pedras preciosas.

“A pessoa que estava a cavar o poço alertou-nos sobre algumas pedras raras. Mais tarde tropeçámos neste espécime enorme”, explica Gamage, em declarações à BBC.

O dono da pedra, que trabalha com estes objetos valiosos, só agora certificou a descoberta depois de ter levado mais de um ano a limpar a pedra, pois esta estava coberta de lama e outras impurezas.

Durante o processo, algumas pedras caíram do aglomerado e foram identificadas como sendo safiras estrela de alta qualidade.

“Nunca tinha visto uma espécie tão grande antes. Foi provavelmente, formada há cerca de 400 milhões de anos”, descreve à BBC o gemólogo Gamini Zoysa.

“É um espécime especial de safira estrela, provavelmente o maior do mundo“, afirma ainda Thilak Weerasinghe, o presidente da Autoridade Nacional de Joias e Pedras Preciosas do Sri Lanka. “Dado o tamanho e o seu valor, pensamos que irá interessar a colecionadores privados ou museus”, acrescenta.

Os especialistas também apontam, no entanto, que embora o espécime tenha um alto valor em quilates, todas as pedras dentro do cluster podem não ser de alta qualidade.

No ano passado, o país faturou cerca de meio bilhão de dólares com a exportação de gemas, diamantes lapidados e joias.

https://zap.aeiou.pt/aglomerado-safiras-sri-lanka-420985

 

“Escumalha”: Polícias do Capitólio ameaçados e ofendidos por apoiantes de Trump !

Os quatro polícias norte-americanos que testemunharam na principal comissão de inquérito do Congresso dos EUA sobre a invasão do Capitólio, foram ridicularizados nos canais de televisão ligados à direita radical e dizem que receberam ameaças de apoiantes de Donald Trump.


Numa entrevista ao CNN, o agente Michael Fanone, da polícia de Washington D.C., divulgou uma mensagem de áudio que diz ter recebido no seu telemóvel na terça-feira, no momento em que respondia às perguntas da comissão especial da Câmara dos Representantes dos EUA.

Na gravação ouvem-se várias ofensas ao polícia, e o autor pergunta a Michael Fanone se está a tentar vencer um Emmy ou um Óscar, sugerindo que os testemunhos dos agentes não foram verdadeiros.

És um mentiroso de m… Então e a escumalha dos pretos que andaram a destruir, a queimar e a roubar as nossas cidades e a agredir polícias e a matar civis? Não dizes nada sobre isso, c…?”, ouve-se na gravação.

“Quem me dera que vos tivessem matado a todos no Capitólio, porque vocês são todos uma escumalha. Eles roubaram a eleição ao Trump e vocês sabem isso. É pena que não te tenham espancado ainda mais. És um maricas de m…”

Michael Fanone, de 40 anos, entrou para a polícia na sequência dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 e passou grande parte da carreira a investigar o tráfico de droga e a criminalidade violenta em Washington D.C.

Na terça-feira, na comissão de inquérito, contou que foi espancado e submetido a vários choques com uma arma durante a invasão do Capitólio.

Fanone contou ainda que ouviu os atacantes a dizerem que o iam matar com a sua própria arma. As agressões puseram-no inconsciente e, já no hospital, os médicos disseram-lhe que tinha sofrido um ataque cardíaco.

Embora sejam muitos os relatos de agressões violentas, os canais que sempre apoiaram o ex-Presidente dos EUA desvalorizaram as acusações dos agentes e retrataram-nos perante milhões de telespectadores como atores pagos para prejudicarem Donald Trump e o Partido Republicano, escreve o Público.

Para além de Michael Fanone, a comissão de inquérito ouviu também os agentes Daniel Hodges. Aquilino Gonell e Harry Dunn, um afro-americano que integra a polícia do Capitólio e que diz ter sido alvo de agressões e insultos racistas.

A comissão de inquérito que está a investigar a invasão do Capitólio foi criada por iniciativa da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.

No dia 6 de Janeiro, milhares de apoiantes de Donald Trump marcharam até ao Capitólio depois de terem assistido a um discurso do então Presidente dos EUA junto à Casa Branca, onde lhes foi pedido que impedissem “o roubo” e que não desistissem de “lutar” contra a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais.

https://zap.aeiou.pt/policias-capitolio-ameacados-421269

 

Médico sírio acusado na Alemanha de crimes contra a humanidade !

Um médico sírio foi acusado na Alemanha de crimes contra a humanidade por supostamente torturar e matar pessoas em hospitais militares no seu país de origem, informaram os promotores na quarta-feira.


O Ministério Público Federal de Karlsruhe disse em comunicado que Alla Mousa, na Alemanha desde 2015 e detido no ano passado, foi acusado de 18 crimes de tortura em hospitais militares nas cidades sírias de Homs e Damasco, noticiou o Guardian. As acusações incluem homicídio e lesão corporal grave.

De acordo com promotores, após o início da oposição contra o Presidente sírio Bashar al-Assad, em 2011, os manifestantes eram frequentemente detidos e torturados. Civis feridos, considerados membros da oposição, eram levados para hospitais militares, onde eram torturados.

Em fevereiro, um tribunal alemão condenou um ex-membro da polícia secreta de Assad por facilitar a tortura de prisioneiros. Eyad Al-Gharib foi condenado a quatro anos e meio de prisão por cumplicidade em crimes contra a humanidade.

O médico sírio é acusado de verter álcool sobre os órgãos genitais de dois homens, ateando fogo de seguida. É ainda acusado de torturar outras nove pessoas, em 2011, e de ter espancado um recluso que estava ter um ataque epiléptico. Poucos dias depois, administrou-lhe-lhe um fármaco, tendo este morrido sem ser determinada a causa exata.

A acusação lista outros casos de tortura. Mousa também é acusado de abusar de internos no hospital militar de Mezzeh, em Damasco, entre o final de 2011 e março de 2012.

“Crimes graves contra a sociedade civil da Síria não acontecem apenas nos centros de detenção dos serviços de inteligência. O sistema de tortura e extermínio (…) é complexo e só existe graças ao apoio de uma ampla variedade de atores”, disse o secretário-geral do Centro Europeu para os Direitos Constitucionais e Humanos, Wolfgang Kaleck.

“Com o julgamento [de Mousa], o papel dos hospitais militares e das equipas médicas neste sistema pode ser abordado pela primeira vez”, disse, acrescentando: “A violência sexual está a ser usada como arma contra a oposição na Síria”.

https://zap.aeiou.pt/medico-sirio-alemanha-crimes-contra-humanidade-421130

 

Justiça climática - Vamos todos sofrer com as alterações climáticas, mas não de forma igual !

A recente onda de calor na América do Norte é mais um exemplo de que apesar de ser um problema global, as alterações climáticas não vão afectar todos igualmente e podem exacerbar injustiças sociais e económicas já existentes.


As alterações climáticas já estão a fazer estragos um pouco por todo o mundo, entre as recentes cheias no norte da Europa e na China ou a onda de calor e os incêndios na América do Norte. Já dizia George Orwell que se todos os animais são iguais, há alguns mais iguais que outros, e esse parece ser o caso quando o assunto é quem vai sofrer mais com as alterações climáticas.

No mundo inteiro, mais de 166 mil pessoas morreram em ondas de calor entre 1998 e 2017, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Isto torna o calor uma das maiores causas de morte dentro dos desastres relacionados com o tempo. No entanto, o seu impacto continua a ser muitas vezes subestimado, já que as certidões de óbito geralmente registam a causa de morte sem referir a associação ao calor extremo.

As ondas de calor mais fatais costumam ocorrer em cidades com um clima temperado que são inesperadamente expostas a temperaturas extremas, como aconteceu em Paris em 2003, quando morreram 14 mil pessoas. A recente onda de calor na costa oeste dos EUA casou também 116 mortes só no estado do Oregon.

Para ajudar a reduzir o risco de insolação, os planeadores urbanos, climatólogos e meteorologistas estão a trabalhar para identificar as zonas mais vulneráveis. As pesquisas mostram que as minorias étnicas e comunidades pobres vão ser desproporcionalmente afectadas por ondas de calor, especialmente nos Estados Unidos.

Esta diferença explica-se pelo redlining, uma práctica histórica nos EUA e no Canadá que barrava a compra a negros em comunidades mais desenvolvidas e que segregou as minorias a zonas urbanas mais pobres. O termo foi criado pelo sociólogo John McKnight nos anos 60 visto que o governo desenhava uma linha vermelha no mapa à volta dos bairros onde não iam investir devido aos dados demográficos.

Mas o legado do redlining vai para além da discriminação no acesso à habitação. Os efeitos desta política no crime já eram conhecidos, devido à concentração de comunidades negras em zonas mais pobres e também com a maior probabilidade de envenenamento por chumbo, que está associado a atrasos cognitivos e delinquência.

O jovem Freddie Gray, cuja morte às mãos da polícia em 2015 motivou protestos e motins em Baltimore, é um exemplo mediático de intoxicação por chumbo associada ao redlining. Os efeitos destas políticas racistas ainda se sentem hoje em dia, visto que muitas das grandes cidades norte-americanas continuam extremamente segregadas, e notam-se correlações entre as comunidades mais pobres e com menores esperanças de vida e as zonas onde vivem mais negros.

 

Apesar das ondas de calor também afectarem as zonas rurais, as cidades geralmente sofrem mais. Isto acontece por causa do efeito de ilha de calor urbano, visto que os materiais de que são feitas as ruas e os edifícios causam um aumento de temperatura maior do que áreas mais frondosas.

Muitas das comunidades onde vivem minorias aquecem mais por estarem em zonas com muito asfalto, enquanto a população branca geralmente beneficia da proximidade de zonas verdes e parques. “É muito chocante. Temos de nos perguntar porque é que estes padrões são tão consistentes e universais“, revela a cientista Angel Hsu, da Universidade da Carolina do Norte, à Nature.

A cientista do clima gere um grupo que analisa dados para soluções climáticas e o racismo que determina quem sofre mais com o calor ficou claro. Num dos maiores estudos até agora que avaliou as diferenças na exposição ao calor nos EUA, a equipa de Angel Hsu combinou as medidas de satélites sobre as temperaturas urbanas com os dados demográficos dos Censos em 175 cidades americanas.

Já se esperavam grandes diferenças, mas Hsu ficou chocada. Em 97% das cidades, as minorias foram expostas a temperaturas um grau mais altas, em média, do que as comunidades brancas. “Temos provas sistémicas e difundidas do racismo ambiental relativo à exposição ao calor urbano. Não achava que fosse basicamente universal”, afirma.

Um outro estudo de 2018 mostrou que as temperaturas nas áreas separadas nos mapas do redlining são em média 2.6 graus mais altas em 108 áreas urbanas nos Estados Unidos, como resultado de decisões como construir auto-estradas e zonas industriais nas comunidades de minorias étnicas.

As comunidades hispânicas nos EUA estão também expostas a mais poluição aérea do que aquela que produzem, ao contrário da população branca, que respira ar de melhor qualidade apesar de ser mais poluidora, de acordo com um estudo de 2019.

Uma investigação de 2017 concluiu também que as comunidades negras que vivem nas zonas na costa do sul dos EUA estão sob um risco desproporcional de sofrer com o aumento do nível das águas do mar.

As desigualdades raciais também se traduzem em menos recursos para lidar com as alterações climáticas. Mais de 30% dos negros de Nova Orleães não tinha carro para poder evacuar quando o Furacão Katrina atingiu a cidade em 2005, de acordo com um estudo de 2008. A população negra da cidade caiu depois do Katrina, pois muitos residentes não tinham condições económicas para regressar à cidade.

De acordo com a socióloga ambiental Dorceta Taylor, o mundo do activismo climático tem sido dominado historicamente por homens brancos, citada pelo Washington Post. Um estudo de 2014 da Iniciativa pela Diversidade Verde mostrou que só 12% dos membros das fundações e organizações não-governamentais ambientais pertenciam a minorias.

Um problema global

Mas dada a escala planetária das alterações climáticas, este não é só um problema nos Estados Unidos. No Qatar, muitos imigrantes que trabalham na indústria da construção morreram por falhas cardiovasculares causadas por golpes de calor. Cerca de 6500 imigrantes que trabalham na preparação do Mundial de 2022 no país já morreram.

Já em Banguecoque, capital da Tailândia, um inquérito a 505 residentes realizado durante a estação quente em 2016 concluiu que as pessoas com rendimentos mais baixos tinham uma maior probabilidade de sofrer stress térmico do que quem vive com rendimentos mais altos.

Em Madagáscar, mais de um milhão de pessoas estão a sofrer com aquela que está a ser considerada a primeira escassez de alimentos na história moderna causada pelas alterações climáticas. Em resposta à fome, um executivo das Nações Unidas afirmou que uma “área do mundo que em nada contribuiu para as alterações climáticas” está agora a “pagar um preço alto”.

Muitos países em desenvolvimento estão a sofrer bastante com as consequências das mudanças no clima, apesar de não serem os principais poluidores. Uma estudo deste ano concluiu que os dez países que mais devem sofrer os impactos são: Singapura, Ruanda, China, Índia, Ilhas Salomão, Butão, Bostwana, Geórgia, Coreia do Sul e Tailândia.

A crise climática também está a exacerbar a desigualdade entre homens e mulheres. De acordo com dados das Nações Unidas citados pela BBC, 80% das pessoas que tiveram de se deslocar devido ao clima eram mulheres.

Há já algumas estratégias de combate às desigualdades sociais que a crise climática está a expor. Muitas cidades nos EUA estão agora a ter em conta a igualdade térmica no planeamento urbano ao pintar os telhados de branco ou plantar mais árvores em zonas que tinham sido historicamente discriminadas. Há também metrópoles a dar apoios financeiros a residentes para ajudar a pagar as contas energéticas no Verão.

Uma abordagem é manter parques abertos mais horas durante ondas de calor, para que as pessoas que vivem em casas mais quentes possam ir a um lugar mais fresco. Na Índia, em Ahmedabad, começaram a enviar alertas públicos quando as previsões da temperatura ultrapassassem os 41 graus depois de uma onda de calor em 2010. Um estudo concluiu que a estratégia salvou em média 1190 vidas por ano.

Já em Paris, há um programa para tornar os recreios das escolas públicas em lugares de refresco, em especial nos subúrbios, onde vivem mais minorias raciais.

Os recentes fenómenos extremos, como as cheias na China e no Norte da Europa e os incêndios em Itália ou nos Estados Unidos, têm posto a nu as desigualdades sociais e económicas das vítimas das alterações climáticas a uma escala global. Resta saber se os líderes mundiais vão conseguir unir-se para reverter esta tendência.

https://zap.aeiou.pt/vamos-todos-sofrer-com-alteracoes-climaticas-mas-nao-forma-igual-417399

 

 

Três norte-americanos emitem carbono suficiente para matar uma pessoa, revela estudo !

O estilo de vida de três norte-americanos leva a uma emissão de carbono suficiente para matar uma pessoa, revelou um novo artigo, concluindo ainda que as emissões de uma única usina a carvão podem causar mais de 900 mortes. 


A análise, publicada na Nature Communications e citada esta quinta-feira pelo Guardian, baseou-se no “custo social do carbono”, um valor monetário atribuído aos danos causados ​​por cada tonelada de dióxido de carbono, estabelecendo um número estimado de mortes derivadas dessas emissões.

O relatório inclui dados de vários estudos de saúde pública, constatando que, para cada 4.434 toneladas métricas de CO2 projetadas para a atmosfera para além da taxa de emissões de 2020, uma pessoa no mundo morrerá prematuramente devido ao aumento da temperatura. Este CO2 adicional é equivalente às emissões de 3,5 norte-americanos.

A adição de mais 4 milhões de toneladas métricas acima do nível de 2020, produzida em média pelas usinas a carvão média dos Estados Unidos (EUA), custará 904 vidas até o final do século. Numa maior escala, a eliminação das emissões – que causam o aquecimento do planeta – até 2050 salvaria cerca de 74 milhões de vidas em todo o mundo neste século.

O número estimado de mortes devido às emissões não são definitivos, visto que representa apenas mortalidade associada ao calor, deixando de fora as cheias, os ciclones e outros impactos da crise climática, referiu Daniel Bressler, do Instituto da Terra da Universidade de Columbia, nos EUA, autor do artigo.

Esta pesquisa ilustra as disparidades nas emissões geradas pelo consumo em diferentes países. Embora sejam necessários 3,5 norte-americanos para criar emissões suficientes para matar uma pessoa, seriam necessários 25 brasileiros ou 146 nigerianos para fazer o mesmo, concluiu o estudo.

Gernot Wagner, economista do clima da Universidade de Nova Iorque, não envolvido na pesquisa, disse que o custo social do carbono é uma “ferramenta política crucial”, mas é também “muito abstrato”.

Para Bressler, embora o seu artigo analise as emissões causadas por atividades individuais, o foco deveriam ser as políticas que impactam as empresas e os governos, que influenciam a poluição de carbono numa escala social.

“Na minha opinião as pessoas não deveriam levar as suas emissões por pessoa para o lado pessoal. As nossas emissões [derivam] em grande parte da tecnologia e da cultura dos locais onde vivemos”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/tres-americanos-carbono-matar-pessoa-421109

 

quinta-feira, 29 de julho de 2021

A China está a construir 110 novos silos nucleares - Estados Unidos estão preocupados !

Na segunda-feira, a Federação de Cientistas Americanos (FAS) publicou um relatório no qual denuncia a existência de um campo de instalações nucleares perto da cidade de Hami, na província chinesa de Xinjiang. Estarão a ser construídos 110 novos silos para mísseis balísticos no local. 


Os Estados Unidos estão preocupados com os riscos da expansão nuclear da China e insistem que esta se deve manter comprometida com a estratégia de “dissuasão mínima”, após a divulgação de um relatório que denuncia a existência de um campo de instalações nucleares perto a cidade de Hami.

“Apesar do secretismo da República Popular da China, esta construção acelerada [de silos] torna-se cada vez mais difícil de esconder e demonstra como o país está a desviar-se de décadas de uma estratégia nuclear baseada na dissuasão mínima”, acusou o Departamento de Estado norte-americano, em comunicado enviado à CNN.

O Público destaca que a FAS considera que a capacidade nuclear combinada das instalações de Hami e de Gansu corresponde “à expansão mais significativa de sempre do nuclear arsenal chinês”. As instalações de Gansu tem outros supostos 119 silos e foram reveladas em junho pelo think tank James Martin Center for Nonproliferation Studies.

“O programa chinês de silos para mísseis constitui a maior produção de silos desde a produção dos EUA e da União Soviética durante a Guerra Fria”, lê-se no documento.

“O número de novos silos chineses excede o número de ICMB [mísseis balísticos intercontinentais] em silos operados pela Rússia e constitui mais de metade da capacidade total de ICBM dos EUA”, acrescenta ainda.

O Comando Estratégico dos Estados Unidos reagiu às novas revelações e lembrou que “é a segunda vez em dois meses que o público descobre o que temos vindo a dizer há muito tempo sobre a crescente ameaça que o mundo enfrenta e o véu de sigilo que a rodeia”.

O campo de silos de Hami tem cerca de 800 quilómetros quadrados e o campo de Gansu terá aproximadamente 380 quilómetros quadrados.

O facto de os silos estarem colocados em Xinjiang, longe da costa, garante que não podem ser atingidos pelos mísseis de cruzeiro disparados pelos navios de guerra norte-americanos estacionados no Oceano Pacífico.

“[O relatório] tem provas bastante convincentes das intenções da China para expandir significativamente o seu arsenal nuclear, de uma maneira mais rápida do que aquela que muitos analistas previam”, reagiu Adam Ni, diretor do China Policy Center, em Canberra, Austrália.

https://zap.aeiou.pt/eua-preocupados-expansao-nuclear-china-420984

 

Alemão foi forçado a remover estátua do pai por esta se parecer com Hitler !

Um alemão foi obrigado a retirar uma figura de madeira de um cemitério, que seria para homenagear o seu falecido pai, por ter semelhanças com o antigo ditador nazi.


As autoridades do município de Weil im Schönbuch, na Alemanha, ordenaram que a estátua erguida por um cidadão para supostamente homenagear o seu falecido pai fosse removida do cemitério, depois de terem recebido várias queixas de que esta tinha muitas semelhanças com Adolf Hitler, conta o The Independent.

Além das parecenças com o antigo ditador nazi, a figura de madeira, que alegadamente representa Ewald E., um carpinteiro que morreu em 2013, apresenta o número 88 no peito, que por acaso também é o código numérico para “Heil Hitler” (uma vez que a letra H é a oitava do alfabeto).

O filho Oliver, de 51 anos, revelou a figura no início deste mês e desde então que o presidente da Câmara da cidade, Wolfgang Lahl, tem recebido queixas. “Em poucos dias recebi meia dúzia de reclamações de cidadãos preocupados com esta figura de madeira”, disse o autarca ao jornal alemão Bild.

A estátua foi posteriormente removida, mas o alemão insiste que o número 88 é uma referência ao número da porta da casa onde o pai vivia. Ao mesmo jornal alemão, o seu advogado afirmou que “o senhor E. não é nazi” e que “o seu pai trabalhou num clube de futebol durante 30 anos”.

Segundo o jornal britânico, já foi aberta uma investigação sobre a estátua, com a polícia a informar que está relacionada com a suposta utilização de símbolos relativos a organizações inconstitucionais.

“Sabemos quem é o dono da estátua, mas ainda não sabemos o que está por trás dela”, disse um porta-voz da polícia ao canal alemão T-Online.

Tal como recorda o Independent, a Alemanha proíbe exibições públicas da simbologia nazi, incluindo suásticas e símbolos da SS, e ainda saudações e declarações nazis como “Heil Hitler”.

https://zap.aeiou.pt/alemao-forcado-remover-estatua-pai-420901

 

Podcast evita morte de um condenado !

Curtis Flowers foi julgado seis vezes pelo mesmo promotor de justiça. Um programa de investigação mudou o seu destino. O promotor continua a acreditar que Curtis é culpado.


A própria equipa responsável pelo 60 Minutes, programa da CBS que já se estreou há 53 anos, admite que nunca se tinha cruzado com um caso como este. O protagonista é Curtis Flowers.

O norte-americano, negro (será importante mais à frente, neste artigo), é de Mississippi e já foi julgado…seis vezes. Sempre por causa do mesmo crime e sempre pelo mesmo promotor de justiça, Doug Evans.

Em julho de 1996, foram encontradas quatro pessoas mortas dentro de uma loja em Winona, estado do Mississippi. A proprietária e três pessoas que eram funcionárias na loja. Todas assassinadas com tiros na cabeça. Desde cedo a polícia local foi pressionada a encontrar o culpado mas ninguém tinha visto o que acontecera.

Curtis Flowers tinha trabalhado naquela loja durante três dias, naquele verão de 1996. Foi despedido duas semanas antes do crime porque tinha deixado de aparecer na loja. Porque tinha sido despedido e porque devia 30 dólares à proprietária, foi considerado suspeito – pela polícia e pelos familiares das vítimas.

Meses depois, e apesar de um interrogatório oficial da polícia, nada aconteceu. Curtis mudou-se para o Texas, onde passou a viver com a sua irmã. Até que a polícia apareceu em sua casa, com um mandato de detenção emitido em Mississippi. Os agentes explicaram que era suspeito do homicídio de quatro pessoas; Curtis ainda perguntou aos polícias se tinham a certeza de que estavam a prender a pessoa certa.

A arma do crime não foi encontrada, não foram recolhidos registos de impressões digitais ou de ADN. Mas o painel de jurados terá demorado apenas uma hora para decidir: Curtis é culpado. Foi preso aos 27 anos, condenado a pena de morte.

Recurso apresentado e decisão revertida.

Mas Curtis Flowers voltaria a ser julgado mais cinco vezes, por esse crime. Sempre pelo promotor de justiça Doug Evans. Um processo inédito na história da Justiça dos Estados Unidos da América.

Nos três primeiros julgamentos, a decisão repetiu-se: Curtis foi o assassino. Mas houve três recursos e sempre com o mesmo desfecho: decisão anulada devido a má conduta do Ministério Público – deturpação de provas por parte do promotor e discriminação na seleção dos jurados.

Brancos vs. negros e o podcast

Na contabilidade dos jurados, no primeiro julgamento os 12 eram brancos; no segundo, terceiro e último havia um negro em cada painel; no quinto apareceram três negros; e no quarto eram 7-5, com maioria branca.

Neste quarto julgamento, em 2007, houve claramente uma divisão entre as raças – os sete brancos declararam que Curtis era culpado, os cinco negros indicaram que Curtis era inocente. No total, 61 jurados brancos e 11 negros – e os 61 brancos votaram sempre culpado.

E o promotor Doug Evans continuou a “perseguir” Curtis. Nada no sistema dos EUA impede essa repetição de processos, por parte do mesmo promotor.

O sexto e último julgamento, em 2010, voltou a terminar com a sentença de pena de morte. Mas a equipa do podcastIn the Dark‘, depois de receber um e-mail sobre este caso, decidiu investigar o assunto. Foi até Winona, ficou lá durante um ano a bater às portas e a entrevistar centenas de pessoas.

Não havia uma única prova concreta que apontasse para a incriminação de Curtis. As “testemunhas”, na verdade, estavam a ser condicionadas nos seus depoimentos. Ninguém ligou à polícia naquele dia, a dizer que tinha visto alguém suspeito a caminhar em direção à loja.

Os agentes da lei chegavam junto dessas pessoas, eles próprios apresentavam a narrativa e as “testemunhas” diziam que sim, confirmavam a versão: “Os polícias chegavam à minha beira e diziam logo: ‘Eu sei que você viu o Curtis naquele dia‘” – e não tinha visto.

Até que encontraram Clemmie Fleming, que tinha dito oficialmente que tinha visto Curtis a fugir da loja, no dia do crime. Repetiu essa versão cinco vezes. Mas, em entrevista à equipa do podcast, Clemmie admitiu que, afinal, não sabia ao certo o dia em que viu Curtis a correr. Clemmie contou que, mais tarde, disse aos promotores que não tinha a certeza do dia em que tinha visto Curtis a correr – mas “não quiseram saber”.

Odell Hallmon foi outra pessoa importante nesta investigação. Odell assegurou que Curtis lhe tinha confessado que era o autor dos homicídios. Mas, ao podcast, disse que tinha inventado essa história para chegar a acordo com os promotores para evitar penas de prisão por múltiplas acusações criminais.

As investigações do ‘In the Dark’ continuaram e a equipa descobriu que há muitos anos que o promotor Doug Evans afastava pessoas negras dos júris.

Depois da emissão do programa, em 2019, o Supremo Tribunal dos EUA decidiu que Doug Evans e o próprio estado do Mississippi tinham violado os direitos constitucionais de Curtis Flowers – que saiu da prisão meio ano depois.

Foram 23 anos atrás das grades. Muitos deles no «corredor da morte», à espera.

E, para o tal promotor de justiça Doug Evans, Curtis ainda deveria estar preso. Em entrevista ao 60 Minutes, o promotor explicou que colocou Curtis em tribunal seis vezes porque “sabia” que ele era culpado. “Eu sabia e as famílias das vítimas sabiam. E elas merecem que seja feita justiça”.

Doug Evans considera que nenhuma das testemunhas alterou o seu discurso. Ou melhor, podem ter alterado a sua versão mas, como não foi em tribunal e sob juramento, não conta.

Doug Evans nunca ouviu a emissão famosa do podcast – mas está convencido de que esse programa foi orquestrado para retirar crédito ao seu caso.

https://zap.aeiou.pt/podcast-evita-morte-de-um-condenado-seis-vezes-420709

 

Alerta de tsunami no Alasca depois de sismo de magnitude 8.2 !

A península do Alasca, a oeste dos Estados Unidos, foi atingida por um sismo de magnitude 8.2 na noite de quarta-feira (7h15 de quinta-feira em Lisboa) e já foi lançado um alerta de tsunami na região.


De acordo com a Reuteurs, um sismo de magnitude 8.2, com profundidade de 35 quilómetros, foi sentido na Península do Alasca, seguido de um alerta de tsunami.

Até ao momento, não foram registados casos de destruição de edifícios nem perdas de vida, dizem as autoridades locais.

Enquanto o Centro Nacional de Alertas de Tsunami (NTWC, na sigla em inglês), no Alasca, lançou o alerta de tsunami na zona sul da península e na costa do oceano Pacífico, o Centro de Alertas de Tsunami do Pacífico (PTWS, na sigla em inglês) também o fez para o estado norte-americano do Havai. Caso se tenha formado um tsunami, as primeiras ondas poderão chegar ao Havai às 00h53 (11h53 de Lisboa), escreve o Observador.

“Com base nos dados disponíveis, pode ter-se gerado um tsunami potencialmente destrutivo para as áreas costeiras, mesmo longe do epicentro”, avisa o PTWS, numa nota dirigida ao estado norte-americano do Havai.

O sismo ocorreu a cerca de 800 quilómetros de Anchorage, a maior cidade do Alasca, e foi seguido por sete réplicas — duas acima da magnitude de 6.0 —, segundo o instituto de investigação geológica dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

(h) USGS

Em 27 de março de 1964, um sismo de magnitude 9,2 abalou a região de Anchorage. Prolongou-se por vários minutos e desencadeou uma onda destruidora ao longo de toda a costa ocidental norte-americana, causando mais de 250 vítimas. 

Só em 2021, aquela região registou mais de 25 mil sismos.

https://zap.aeiou.pt/alerta-de-tsunami-no-alasca-depois-de-sismo-de-magnitude-8-2-420921

 

Homicídio com 32 anos resolvido com a menor amostra de ADN de sempre !

Um caso de homicídio ocorrido há 32 anos, que muitos consideraram impossível de ser resolvido, foi finalmente desvendado (e tudo graças à amostra de ADN mais pequena de sempre usada para decifrar um caso).


De acordo com o site IFLScience, embora as técnicas que tornaram este desfecho possível não sejam novas, o que tornou o caso realmente extraordinário foi a quantidade de ADN usada para descobrir o culpado: apenas 0,12 nanogramas. (o equivalente a 15 células humanas).

Em 1989, Stephanie Isaacson, de 14 anos, foi violada, espancada e estrangulada até à morte quando ia a caminho da sua escola em Las Vegas, nos Estados Unidos. O ADN do assassino foi encontrado na camisola da jovem, mas todas as tentativas feitas ao longo dos anos para encontrar uma correspondência foram infrutíferas.

Porém, há cerca de nove meses, uma empresa de sequenciamento de genoma sediada no Texas, chamada Othram, abordou o Departamento da Polícia Metropolitana de Las Vegas (LVMPD) com uma oferta.

A empresa explicou que recentemente tinha recebido uma doação anónima que teria de ser usada para financiar a investigação de um caso arquivado. Não importava qual seria, desde que viesse do LVMPD.

“O caso da Stephanie foi escolhido especificamente devido à quantidade mínima de evidências de ADN disponíveis”, explicou, numa conferência de imprensa, o tenente Ray Spencer.

“Como resultado, identificámos Darren Roy Marchand, que foi positivamente identificado como a pessoa que violou e assassinou a Stephanie”, acrescentou.

Ao longo de sete meses, a Othram construiu um perfil genético a partir dos restos de ADN, que comparou com bancos de dados de ancestralidade. Foi assim que os investigadores conseguiram corresponder o ADN com o de um primo do alegado assassino.

A partir daí, identificaram o autor do crime, um homem que também já tinha sido acusado, em 1986, de estrangular até à morte Nanette Vanderberg, na época com 24 anos (o caso foi arquivado por falta de provas e o suspeito suicidou-se nove anos depois).

“Quando conseguimos aceder a este tipo de informação a partir de uma quantidade tão pequena de ADN, só mostra que isto realmente abre uma oportunidade para muitos outros casos que foram arquivados e considerados impossíveis de resolver”, disse o presidente-executivo da Othram, David Mittelman, à cadeia britânica BBC.

https://zap.aeiou.pt/homicidio-resolvido-menor-amostra-adn-420903

 

Inglaterra desconfinou totalmente, mas, não se consegue entender, porque estão os novos casos a descer !

O fim das restrições a 19 de Julho fez soar alarmes por toda a Europa sobre o possível aumento exponencial de casos. Na verdade, o número de novos casos tem vindo a descer e a baralhar os especialistas.


O mundo tem os olhos postos na evolução da pandemia em Inglaterra depois do país ter desconfinado totalmente e abandonado o uso obrigatório de máscaras. Voltou-se à vida pré-covid, com a abertura de discotecas e pubs a 19 de Julho, naquele que foi apelidado como o “Dia da Liberdade” por Boris Johnson.

Apesar de 70% dos adultos já estarem totalmente vacinados, quase metade da população ainda não terminou o processo de vacinação. Os especialistas e o próprio governo esperavam um aumento exponencial de novos casos, com algumas estimativas a apontar para a possibilidade de haver 100 mil novos casos diários, e havia preocupações no resto da Europa sobre um possível impacto além fronteiras.

Johnson assumiu a jogada arriscada e afirmou mesmo que o aumento de casos era “previsível” e que “tristemente” haveria mais mortes causadas por covid, mas “a eficácia continuada da vacinação” dava confiança ao primeiro-ministro britânico.
“Se não podermos reabrir a nossa sociedade nas próximas semanas, quando seremos ajudados pela chegada do Verão e pelas férias escolares, então temos de nos perguntar quando é que vamos voltar ao normal?”, argumentou Boris Johnson.
Mas nada disto está a acontecer, pelo menos por enquanto. O número diário de novos casos em Inglaterra desceu durante sete dias seguidos, tendo só subido ligeiramente ontem, quando o país registou cerca de 27.700 novos casos, mais 4 mil do que anteontem. Mesmo com este aumento, os valores são quase metade do que eram há uma semana.

A grande maioria dos novos casos são da variante Delta. A 17 de Julho, houve cerca de 54.600 novos casos, o valor mais alto desde Janeiro. No entanto, houve uma descida semanal de 21,5% de novas infecções, apesar do aumento de 27% dos internamentos e de 50% das mortes, de acordo com o The Guardian. Se a tendência de descida de casos se confirmar, os internamentos e mortes devem também baixar em breve.

Estes números estão a baralhar os especialistas, com muitos a perguntar-se se Inglaterra pode já ter alcançado a imunidade de grupo, depois de três confinamentos e quase 130 mil mortes.

O Instituto Nacional de Estatística britânico aponta que 92% dos adultos já tem anticorpos, ou por causa da vacina ou por terem estado infectados, mas é importante realçar que ter anticorpos não é o mesmo que ser totalmente imune. A quantidade de anticorpos criada quando já se esteve infectado varia também muito de pessoa para pessoa.

O limiar da imunidade de grupo é traiçoeiro, já que depende de como o vírus e as pessoas se comportam. Em teoria, 85% da transmissão tem de ser quebrada para se combater a variante Delta e ainda é cedo para saber se este valor está a ser alcançado.

Euro 2020 e bom tempo podem explicar a descida

Stephen Griffin, professor da Universidade de Leeds, considera os dados “muito, muito estranhos” e sugere ao Washington Post que podem ser uma consequência de um conjunto de factores, como o bom tempo, o fim do Euro 2020, as pessoas seguirem as regras da quarentena ou simplesmente evitarem fazer testes por quererem ir de férias.

O epidemiologista do Imperial College London, Neil Ferguson, cujos modelos têm ajudado a determinar as políticas do governo, acredita que a pandemia pode ser coisa do passado, mas é cauteloso. Ferguson revelou à BBC que os efeitos do Dia da Liberdade podem ainda não se estar a fazer sentir e que pode haver um novo aumento se o tempo piorar.

“Ainda não acabou o risco. Mas a equação mudou fundamentalmente. O efeito das vacinas tem sido enorme na redução do risco de internamentos e mortes e estou confiante de que no final de Setembro ou Outubro, a maior parte da pandemia vai estar nas nossas costas”, afirmou o epidemiologista.

Uma possível explicação de que a descida não se deve só a uma maior imunização é o formato da curva. A descida a pique que se verificou segue-se, normalmente, a um confinamento, devido ao corte repentino de contactos sociais. Já uma descida causada pela imunização costuma ser mais longa e só se verifica ao fim de várias semanas.

“Isto ainda pode acontecer, claro, se aquilo que estamos a ver for uma descida a curto-prazo, seguida de um novo aumento e descida“, explica o epidemiologista da Universidade de Edimburgo Rowland Kao, ao Guardian.

O fim do Euro 2020 também é uma teoria. Durante o torneio, houve um aumento de casos entre homens com idades entre 15 e 44 anos, mas a tendência reverteu-se depois da final.

Kao acredita que a ligação ao futebol é “inteiramente plausível”, visto que na Escócia também houve uma descida de casos nas semanas depois da eliminação do país do torneio.

A mini onda de calor que passou pelo Reino Unido está também sobre a mesa, já que as infecções respiratórias normalmente descem no Verão e aumentam no Inverno, assim como o fim das aulas.

“A massa crítica de imunidade criada pelas vacinas e pela doença combinada com o bom tempo beneficiou o Reino Unido. Mas não devemos ser complacentes; há muitas comunidades, especialmente em áreas desfavorecidas, onde a vacinação tem um caminho longo a percorrer”, afirma Iain Buchan, presidente da unidade de saúde pública da Universidade de Liverpool.

Boris Johnson também ainda não está a celebrar. Numa declaração na terça-feira, o primeiro-ministro reparou nos “números melhores”, mas reforça que é “muito, muito importante não nos deixarmos levar por conclusões prematuras“. “As pessoas têm de continuar cautelosas e essa continua a ser a abordagem do governo”, avisa.

O Ministro da Saúde, Sajid Javid, também disse que “ninguém sabe ao certo” a trajectória da pandemia, depois do ligeiro aumento que se registou ontem.

“Espero que as descidas que vimos sejam sustentadas. Mas já vimos que com a variante Delta, as coisas podem mudar. Por isso, acho importante continuar cauteloso e não demasiado optimista”, afirma.

O que esperar do futuro? De acordo com um artigo no The Guardian de Graham Medley, professor da London School of Hygiene and Tropical Medicine, não devemos saber se os casos já chegaram ao pico até daqui a algumas semanas e o impacto de dia 19 não vai ser claro no número de casos até à semana de 2 de Agosto.

https://zap.aeiou.pt/inglaterra-desconfinou-totalmente-420965

 

Bezos ofereceu 1,7 mil milhões de euros à NASA para entrar na corrida da próxima viagem à Lua !

O empresário norte-americano ofereceu 1,7 mil milhões de euros à NASA numa tentativa de reacender a batalha espacial entre a sua empresa, a Blue Origin, e a do “rival” Elon Musk, a SpaceX.

De acordo com a cadeia televisiva CNN, Jeff Bezos enviou, esta segunda-feira, uma carta aberta ao administrador da NASA, Bill Nelson, oferecendo-se para cobrir os avultados custos da agência espacial norte-americana.

Em troca, o milionário espera que a sua empresa, a Blue Origin, possa ser reconsiderada para entrar no projeto de construção do veículo que levará os próximos astronautas à Lua.

Esta proposta inédita surge alguns meses depois de a NASA ter escolhido a SpaceX, do também milionário Elon Musk, para o projeto, num contrato que ficou fechado por 2,9 mil milhões de dólares.

“A Blue Origin irá preencher a lacuna de financiamento do orçamento do HLS (Human Landing System), renunciando a todos os pagamentos no atual e nos próximos dois anos fiscais até dois mil milhões de dólares [1,7 mil milhões de euros] para colocar o programa de volta”, frisou o também fundador da Amazon na missiva.

“Esta oferta não é um adiamento, mas uma renúncia definitiva e permanente a esses pagamentos. Esta oferta dá tempo para que as ações de apropriação do governo se recuperem”, cita ainda a CNN.

Bezos enfatizou repetidamente a necessidade de a agência espacial promover uma competição saudável enquanto trabalha para regressar à Lua, sugerindo que o Governo poderá arrepender-se se não o fizer.

Sem competição, dentro de pouco tempo do contrato, a NASA irá ver que tem opções limitadas enquanto tenta negociar prazos perdidos, mudanças de projeto e o resvalar de custos”, escreveu.

“Sem competição, as ambições lunares de curto e longo prazo da NASA serão adiadas, custarão mais e não servirão os interesses nacionais”, assinalou ainda.

Na semana passada, Bezos também foi notícia por ter ido ao Espaço a bordo do foguetão New Shepard, da sua empresa Blue Origin. À chegada, o milionário agradeceu, “do fundo do coração”, a todos os clientes e funcionários da Amazon por terem pagado o voo espacial privado, situação que gerou muitas críticas.

https://zap.aeiou.pt/bezos-ofereceu-1-7-mil-milhoes-nasa-420892

 

Violência armada - 430 mortos na última semana nos EUA e 2021 pode ser dos piores anos de sempre !

Só na semana passada registaram-se cerca de 430 mortos e mais de 1000 feridos associados a tiroteios, num ano que está a ser marcado pelo aumento da violência armada nos Estados Unidos.


O ano passado foi o que teve mais mortes causadas por tiroteios nos Estados Unidos nos últimos 20 anos, cerca de 43 mil. Mas 2021 pode superar os dados de 2020, visto já terem havido cerca de 24 mi vítimas, de acordo com a Gun Violence Archive (GVA).

Entre 17 e 23 de Julho, registaram-se 915 tiroteios nos EUA, que resultaram em pelo menos 430 mortos e mais de 1000 feridos. O pior dia foi o Domingo, dia 18, com quase um em cada cinco incidentes registados nesse dia, e cerca de 22.6% dos tiroteios aconteceram entre a meia-noite e as três da manhã. Estes números traduzem-se numa média de uma pessoa a levar um tiro a cada dez minutos, de acordo com a ABC.

Alguns dos incidentes que se tornaram violentos na semana passada foram uma celebração da vitória da MBA dos Milwaukee Bucks, uma vítima de violência doméstica a tentar fugir com uma criança, um grupo de adolescentes num parque de estacionamento de uma igreja ou o acidente que levou a que um jovem de 15 anos matasse um amigo de 13 enquanto os dois jogavam videojogos.

“Esta semana é indicativa de um problema maior a longo-prazo que leva a que as pessoas comecem a ter medo de ir a parques e centros comerciais porque sabem que quando vão a um jogo de baseball, vai haver um tiroteio de alguém que passe num carro. Tem sido uma semana dentro da média e devíamos estar horrorizados“, conta Mark Bryant, director executivo da GVA, à ABC.

Mais de dois terços dos tiroteios aconteceram em locais onde mais de metade dos residentes pertence a uma minoria e 58.5% foram nas zonas mais pobres do país, onde o rendimento médio anual é menor do que 40 mil dólares. Cerca de 40% dos incidentes aconteceram no sul do país.

“A violência armada está altamente concentrada em bairros com níveis altos de privação económica, trauma devido a violência passada e agora com a covid, e com poucos acessos a recursos”, afirmou o especialista Jonathan Jay, da Universidade de Boston, citado pelo The Independent.

Este ano tem sido especialmente violento nos EUA, tanto que em Julho, Andrew Cuomo, governador de Nova Iorque, declarou um estado de emergência inédito devido à violência armada. O Comissário da polícia nova-iorquina, Dermot Shea, revela à ABC que a cidade sofreu um aumento de 73% nos tiroteios em Maio em comparação com 2020 e que 97% das vítimas pertencem a minorias étnicas.

“Os dados aqui em Nova Iorque mostram que há mais armas nos locais dos tiroteios do que balas a ser disparadas. Tirar as armas é bom, mas aquilo de que realmente precisamos é de tirar da rua o indivíduo que possui a arma”, afirma, e reforça que as pessoas são mais corajosas e insolentes quando estão armadas.

Apesar dos americanos terem comprado mais armas durante a pandemia, o criminologista Richard Rosenfeld revelou à CNN outras causas para o aumento da violência, como a ansiedade causada pela pandemia, a crise económica, e maior tensão entre as comunidades e a polícia desde os protestos em massa de 2020.

De acordo com uma sondagem do Morning Consult-Politico, publicada em Abril, 64% dos inquiridos apoia leis de armas mais restritas. No entanto, os Estados Unidos continuam a ser de longe o país mais armado do mundo, com 121 armas em circulação por cada 100 residentes, de acordo com o Small Arms Survey.

Embora as sondagens mostrem que o aumento das restrições é popular, muitos legisladores a nível estadual ou federal têm ignorado a vontade popular. O lobby da Associação Nacional de Armas no Congresso através das doações para as campanhas dos políticos é também bastante forte.

Durante a campanha no ano passado, Joe Biden mostrou ter uma agenda ambiciosa para combater a violência armada, que incluia banir as armas de assalto, comprar armas de volta e acabar com as protecções legais dos produtores de armamento.

No entanto, até agora pouco tem sido feito e as leis que obrigariam à verificação dos antecedentes dos compradores de armas não passaram além da Câmara dos Representantes.

https://zap.aeiou.pt/violencia-armada-430-mortos-ultima-semana-eua-420630

 

Estudo revela que principais indicadores da crise climática estão a atingir “ponto de inflexão” !

Um novo estudo sobre os sinais vitais do planeta revelou que muitos dos principais indicadores da crise climática estão a piorar e a aproximar-se ou ultrapassar os pontos de inflexão, à medida que as temperaturas aumentam.


No geral, o estudo descobriu que 16 dos 31 sinais vitais planetários estudados, incluindo concentrações de gases de efeito estufa, quantidade de calor do oceano e massa de gelo, atingiram novos recordes preocupantes, noticiou esta quarta-feira o Guardian.

“Há evidências crescentes de que nos estamos a aproximar ou já ultrapassamos os pontos de inflexão associados a partes importantes do sistema terrestre”, disse em comunicado William Ripple, ecologista da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos (EUA), coautor da nova pesquisa.

De acordo com Ripple, “uma grande lição da covid-19 é que mesmo uma redução colossal nos transporte e no consumo não é suficiente e que, em vez disso, são necessárias mudanças no sistema”.

Embora a pandemia tenha paralisado as economias, o uso de combustível fóssil diminuiu apenas ligeiramente em 2020. Contudo, a emissão de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso estabeleceu novos recordes, tanto nesse ano como em 2021, segundo um relatório publicado na BioScience.

Este novo estudo constatou que os animais ruminantes, uma fonte significativa de gases que aquecem o planeta, são agora mais de 4 mil milhões, sendo a sua massa total maior do que a de todos os humanos e animais selvagens juntos. A taxa de perda da Amazónia aumentou em 2019 e 2020, atingindo 1,11 milhões de hectares desmatados em 2020.

A acidificação dos oceanos, combinada com as temperaturas mais altas, ameaça os recifes de coral dos quais mais de milhões de pessoas dependem.

Para mudar o curso da emergência climática, os autores indicaram que são precisas mudanças profundas, sendo necessário estabelecer um preço global para o carbono, que esteja vinculado a um fundo que financie políticas de mitigação e de adaptação ao clima.

Os autores destacaram ainda necessidade de eliminar os combustíveis fósseis e desenvolver de reservas globais para proteger e restaurar sumidouros naturais de carbono e a biodiversidade. A educação climática também deve fazer parte dos currículos escolares em todo o mundo, frisaram.

https://zap.aeiou.pt/indicadores-crise-climatica-inflexao-estudo-420780

 

Biden acusa a Rússia de tentar intervir nas eleições de 2022 para o Congresso !

O Presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, acusou na terça-feira o seu homólogo russo, Vladimir Putin, de tentar interferir nas eleições para o Congresso de 2022, espalhando “desinformação”.


“Veja o que a Rússia já está a fazer relativamente às eleições de 2022 e à desinformação”, disse Biden durante uma visita ao escritório do diretor de inteligência nacional perto de Washington, referindo-se às informações recebeu durante seu o ‘briefing’ diário. “É uma violação pura da nossa soberania”, referiu, citado pela agência Associated Press.

Putin tem “um problema, ele está sentado no topo de uma economia que tem armas nucleares e nada mais”, disse Biden, acrescentando: “Ele sabe que está realmente com problemas, o que o torna ainda mais perigoso, na minha opinião.”

Biden expressou ainda preocupação com o recente aumento de ciberataques, incluindo via ransomware, através dos quais ‘hackers’ obtêm dados pessoais das vítimas e, em seguida, exigem dinheiro para que estas tenham o acesso restaurado.

“Se terminarmos numa guerra (…) será consequência de uma violação cibernética”, afirmou igualmente.

Os EUA realizarão eleições no outono de 2022, nas quais todos os assentos na Câmara dos Representantes e um terço dos assentos no Senado estarão em votação.

https://zap.aeiou.pt/biden-russia-eleicoes-2022-congresso-420706

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