Chuvas de monção que caíram nos últimos dias, caracterizadas
pelos especialistas como de dimensão “histórica”, forçaram as comportas
do muro, acabando por rebentar com alguns setores.
Em 2015, durante a campanha eleitoral que acabaria por lhe valer a
eleição para o cargo de presidente dos Estados Unidos da América, Donald
Trump atirou: “Ninguém constrói muros melhor que eu”. No entanto, esta
afirmação parece ter sido refutada pela própria água da chuva. É que ao longo dos últimos dias, o estado do Arizona foi atingido por chuvas de verão intensas, o que causou o rebentamento de parte da estrutura.
Segundo os relatos de moradores e associações de defesa da vida selvagem, pelo menos seis secções da estrutura foram arrancadas
na zona de Douglas, com zonas também a registar danos — os Serviços
Fronteiriços e de Imigração norte-americanos já confirmaram que a
estrutura sofreu deteriorações, escreve o The Guardian.
Durante o mandato de Trump, diversos organismos já tinham alertado
para a necessidade de algumas portas da estrutura — que funcionam como comportas
face ao excesso de água que ali se gera como resultado das cheias e que
muitas vezes transportam consigo pedras, sedimentos, partes de árvores e
outros detritos —, terem de permanecer abertas de forma a evitar a sua destruição.
No entanto, devido à sua localização — em algumas partes da fronteira
o muro está construído em desertos, por exemplo —, as comportas teriam
que ser abertas manualmente e deixadas assim durante meses, o que potenciaria a entrada de migrantes e contrabandistas em território norte-americano.
De acordo com as notícias publicadas pela imprensa local, durante as
chuvas da última semana as comportas estavam abertas, contudo, a dimensão “histórica” do dilúvio
terá sido maior do que a estrutura está preparada para aguentar.
Segundo especialistas em climatologia da Universidade do Arizona, na
área de Douglas caiu este ano quase o dobro da média anual das chamadas
chuvas de monção.
Em janeiro, Joe Biden ordenou a paragem das obras de construção
da estrutura e pediu uma revisão dos seus custos. Mais recentemente, em
abril, o departamento da Defesa anunciou que os contratos assinados
pela administração Trump seriam cancelados.
Produtores do setor das carnes
no Reino Unido apelaram esta quarta-feira ao governo para que facilite o
recurso a presos para atenuar a falta de pessoal, de que a indústria se
queixa e atribui ao Brexit e à pandemia.
A Associação de
Produtores Independentes de Carne (AIMS, na sigla em inglês), que junta
matadouros e processamento de carne, revelou ao diário The Guardian que começaram contactos com a Ministério da Justiça para explorar essa possibilidade.
Um porta-voz desta organização indicou que um pequeno número dos seus associados já tem detidos nas prisões britânicas a trabalharem durante licenças temporárias, mas realçou que “os números são muito baixos”.
O Ministério da
Justiça, destacou, por seu lado, que “ajudar os presos a encontrar
trabalho durante a sua sentença e depois de libertados torna muito mais
improvável que reincidam”, nos seus delitos.
“Vamos apoiar todas as indústrias com problemas de pessoal quando for possível”, vincou um porta-voz do Ministério.
Depois do Brexit, que impede a contratação de novos imigrantes procedentes da União Europeia sem uma autorização de trabalho, diversos setores têm-se queixado de escassez de mão-de-obra.
“A maioria da indústria da alimentação confronta-se com uma crise de contratação”, disse o porta-voz da AIMS, Tony Goodger.
Goodger
especificou que o Ministério do Interior lhes comunicou que “devem dar
prioridade ao mercado de trabalho nacional”, se bem que garante que não
se encontram trabalhadores já residentes do Reino Unido suficientes para
preencher as vagas.
“Apesar de
muitos dos nossos associados tenham encarado (o problema) de forma muito
séria, a contratação continua a ser um desafio”, queixou-se.
Na semana
passada, a organização dos empresários do setor avícola (British Poultry
Council) informou que um em cada sete postos de trabalho no setor –
cerca de sete mil – ficaram vazios devido ao Brexit.
A taxa de desemprego no Reino Unido foi de 4,7% no trimestre abril/junho, abaixo dos 4,8% do trimestre anterior.
Enrique Tarrio, líder dos Proud Boys desde 2018, foi
condenado a cinco meses de prisão por ter destruído a propriedade de uma
igreja e por estar em posse de munições proibidas em Washington.
Enrique Tarrio, foi condenado a cinco meses e cinco dias de prisão
por ter queimado uma bandeira do movimento Black Lives Matter e por ter
levado high capacity magazines – armas do estilo militar que contém mais munições do que armas normais – para Washington dois dias antes da invasão ao Capitólio.
O líder do grupo de extrema-direita Proud Boys disse numa videoconferência em tribunal estar “profundamente arrependido” das suas acções, descrevendo-as como um “erro muito grave”, escreve a Sky News.
Tarri lidera os Proud Boys desde 2018 e foi parte de um grupo que roubou e queimou uma bandeira do movimento Black Lives Matter que estava numa igreja de Washinton a 12 de Dezembro do ano passado, depois de um comício em apoio a Donald Trump.
O homem de 39 anos foi preso quando regressou à capital americana a 4
de Janeiro, pouco antes da invasão ao Capitólio onde membros dos Proud
Boys também marcaram presença, e estava em posse de munições que estão
banidas pela leis de controlo de armas na cidade.
Tarrio argumentou que as munições, que tinham o logótipo dos Proud Boys, eram para um cliente que as tinha comprado. O líder da organização foi depois ordenado a sair de Washington.
A reverenda Dr. Ianther Mills, da igreja onde estava a bandeira, disse em tribunal que a destruição foi “um acto de intimidação e racismo” que “causou danos imensuráveis e possivelmente irreparáveis” na comunidade.
Enrique Tarrio confessou em Julho aos crimes de destruição de
propriedade e tentativa de posse de um dispositivo de altas munições. O
juiz afirmou que o acusado merecia mais tempo de prisão do que os três
meses que os procuradores tinham pedido e disse
“O Sr. Tarrio claramente – intencionalmente e com orgulho – atravessou a linha entre um protesto e reunião pacíficos para uma conduta criminal perigosa e potencialmente violenta”, afirmou o juiz Harold Cushenberry.
Os Proud Boys são um grupo de extrema-direita que se descreve como um clube para homens politicamente incorrectos e para “chauvinistas ocidentais“.
Membros do grupo já estiveram envolvidos em vários confrontos com
activistas anti-fascistas ou durante os protestos do movimento Black
Lives Matter no Verão passado. As autoridades estão também a investigar
ligações do grupo à insurreição no Capitólio.
Esta segunda-feira, os primeiros-ministros da Polónia,
Lituânia, Letónia e Estónia acusaram Alexander Lukashenko de levar a
cabo um “ataque híbrido” contra as suas fronteiras.
Mateusz Morawiecki, primeiro-ministro da Polónia; Ingrida Simonyte,
primeira-ministra da Lituânia; Arturs Krisjanis, da Letónia; e Kaja
Kallas, da Estónia, escreveram um comunicado conjunto a condenar o “ataque híbrido” do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
“O uso de migrantes para destabilizar os países vizinhos
é uma clara violação do direito internacional e trata-se de um ataque
híbrido contra a Lituânia, Letónia e Polónia e, portanto, contra a União
Europeia”, escreveram no documento, citado pelo Público.
Os governantes pediram ainda a intervenção das Nações Unidas e ajuda financeira e diplomática à União Europeia (UE) para responder ao fluxo migratório nas suas fronteiras.
Além de apelarem à UE para repensar “o foco de defesa” das
fronteiras, pediram às Nações Unidas e ao Conselho de Segurança para
darem atenção à “questão dos maus-tratos infligidos aos migrantes em
território bielorrusso”. Além disso, pediram ao Alto Comissariado da ONU
para os Refugiados a tomar “medidas ativas para facilitar a resolução
desta situação e a exigir que a Bielorrússia cumpra as suas obrigações
internacionais”.
Por considerarem que a “utilização de refugiados e migrantes” é “uma
arma” que “ameaça a segurança regional da UE e constitui uma grave violação dos direitos humanos“, os chefes de Governo afirmaram estar “dispostos” a proporcionar “toda a proteção necessária” a quem chegar aos seus países.
O ministro da Defesa polaco anunciou a construção de uma “barreira sólida“,
com dois metros e meio de altura e 407 quilómetros de extensão, junto à
fronteira com a Bielorrússia para prevenir a entrada de migrantes. A
medida é muito semelhante à da Lituânia, que anunciou a construção de
uma vedação na fronteira com o país.
Em maior, o Presidente bielorrusso anunciou que as autoridades do
país deixariam de impedir a passagem de migrantes que queiram chegar à
União Europeia, num ato de retaliação das sanções do bloco.
Há duas semanas, a Letónia declarou o estado de emergência na fronteira com a Bielorrússia, autorizando as forças de segurança a recorrer à força física para impedir a entrada de imigrantes ilegais.
A decisão do Governo estará em vigor até 10 de novembro, e permite às
Forças Armadas e à polícia prestar assistência à Guarda de Fronteiras
do Estado na prevenção da imigração ilegal.
Um dos terroristas mais procurados dos Estados Unidos, membro
de um grupo com fortes laços à Al-Qaeda, esteve em Cabul, capital do
Afeganistão, ainda no final da semana passada.
O terrorista em causa, Khalilal-Rahman Haqqani, tem uma recompensa de 5 milhões de euros pela sua cabeça, escreve a VICE. Khalil foi visto a liderar uma multidão de fiéis através de orações na mesquita Pul-i Khishti, em Cabul, na sexta-feira.
Khalil é uma figura proeminente da Rede Haqqani, um
grupo guerrilheiro que luta contra as forças da NATO, lideradas pelos
Estados Unidos, e contra o governo do Afeganistão. A rede Haqqani é
aliada dos talibãs. Desde 7 de setembro de 2012, os Estados Unidos
listam a Rede Haqqani entre as organizações consideradas terroristas.
O grupo foi acusado de alguns dos ataques militantes mais mortais no
Afeganistão. O facto de membros da Rede Haqqani se estarem a reunir com
os talibãs lança medo sobre os afegãos, que temem que a liderança talibã seja igualmente violenta.
Outro líder importante da Rede Haqqani, Anas Haqqani,
encontrou-se com Abdullah Abdullah, o principal enviado de paz no
governo deposto, em Cabul, na semana passada ao lado de um comandante
dos talibãs. Khalil também se reuniu com Abdullah, salienta a VICE.
Outros líderes jihadistas e chefes dos talibãs, incluindo o cofundador Mullah Abdul Ghani Baradar, começaram a aparecer em Cabul nos últimos dias.
Um relatório do Conselho de Segurança das Nações Unidas em junho
declarou que a Rede Haqqani “é a principal ligação entre os talibãs e a
Al-Qaeda” e que “dentro da estrutura dos talibãs, o [grupo] continua a ser a força do talibãs mais pronta para o combate”.
O Presidente russo, Vladimir Putin, lançou hoje a construção
de novos submarinos nucleares e de outros navios de guerra, como parte
de um amplo esforço de modernização militar, no meio de tensões com o
Ocidente.
Através de uma videochamada, Putin deu oficialmente ordem de construção de dois submarinos nucleares armados com mísseis balísticos intercontinentais, juntamente com dois submarinos movidos a diesel e duas corvetas em estaleiros em Severodvinsk, São Petersburgo e Komsomolsk-on-Amur.
“Continuaremos a aumentar o potencial da marinha russa,
a desenvolver as suas bases e infraestruturas, munindo-as de armas de
última geração. (…) Uma Rússia forte e soberana precisa de uma marinha
poderosa e bem equilibrada”, esclareceu Putin, citado pela agência
Associated Press (AP).
O Kremlin fez da modernização militar uma das suas
principais prioridades – numa altura em que as relações com o Ocidente
caíram para níveis pós-Guerra Fria, após a anexação da Crimeia, em 2014 –
e Moscovo tem procurado restabelecer uma presença naval regular em
partes do mundo onde a antiga União Soviética teve forte presença na
segunda metade do século XX.
A marinha russa já tem uma presença importante no mar Mediterrâneo,
com uma base naval no porto sírio de Tartus, que foi expandida,
tornando-se a única instalação desse tipo que a Rússia atualmente possui
fora da ex-União Soviética.
“Continuaremos a exibir a bandeira russa em áreas oceânicas estrategicamente importantes”, disse Putin.
A cerimónia de hoje, de lançamento de novos navios, foi parte de um
programa que visa mostrar o poderio militar da Rússia e atrair clientes
estrangeiros para a indústria de armamentos do país.
“Muitas das nossas armas têm capacidades que não têm comparação no mundo. E algumas permanecerão incomparáveis durante muito tempo”, concluiu Putin.
Fenómeno aconteceu durante três dias em que as temperaturas
excederam em 18.ºC os valores habitualmente registados nesta época do
ano.
É um registo histórico. Pela primeira vez, registou-se precipitação ponto mais alto da Gronelândia
(cerca de 3.216 metros de altura), onde as temperaturas costumam
situar-se muito a baixo do ponto de congelação da água. O fenómeno é
encarado pelos especialistas em climatologia como mais uma consequência
das alterações climáticas e subsequente aquecimento do planeta.
Cientistas na estação da Fundação Nacional da Ciência norte-americana
observaram o fenómeno a 14 de agosto, mas face à imprevisibilidade do
mesmo não estavam munidos de medidores que contabilizassem a quantidade de água que caiu. Posteriormente, afirmaram que em todo o território caiu o equivalente a 7 mil milhões de toneladas de água.
Segundo o The Guardian, a chuva caiu durante três dias excecionalmente quentes na Gronelândia — com os termómetros a passarem em 18.ºC a média habitual. Como consequência, foram detetados casos de degelo em muitos pontos do território, que corresponde a quatro vezes o tamanho do Reino Unido.
Em maio, um grupo de investigadores alertaram para o facto de uma parte significativa da Gronelândia estar à beira de um ponto de rutura, a partir do qual o degelo acelerado seria inevitável mesmo que o aquecimento global fosse travado.
À CNN, Ted Scambos, cientista do National
Snow and Ice Data Center, na Universidade do Colorado, e um dos que
assistiu ao fenómeno, afirmou que “o que se está a passar não é o
resultado de uma ou duas décadas mais quentes num padrão climático
instável”. “Isto é algo sem precedentes. Estamos a
ultrapassar linhas que não víamos há milénios e, sinceramente, nada vai
mudar até mudarmos o que estamos a fazer ao ar.”
Em julho, a Gronelândia já foi palco de um grande episódio de degelo, o que faz de 2021 um dos quatro anos no último século
a registar níveis tão elevados deste fenómeno. Os outros anos foram
2019, 2021 e 1995. O episódio de chuva e de degelo deste ano foram os
que aconteceram numa fase mais avançada do calendário desde que há
registos.
Caso os glaciares da Gronelândia derretessem o nível das águas do mar subiria cerca de seis metros, apesar de os cientistas preverem que tal fenómeno demoraria séculos ou milénios a acontecer.
A China formalizou a alteração legislativa que autoriza os
casais a terem até três filhos, em vez de dois, depois de o último censo
demográfico ter revelado uma forte desaceleração no crescimento
populacional.
A decisão tinha sido anunciada em maio e foi formalizada com a aprovação, na sexta-feira, de uma emenda à Lei da População e Planeamento Familiar pelo comité permanente do Congresso Nacional do Povo.
A emenda anula as medidas restritivas que estavam em vigor, incluindo
as multas a casais que tivessem mais filhos do que os permitidos por
lei, segundo a agência oficial Xinhua.
Com as alterações, as autoridades locais passam a oferecer licença parental para promover os direitos das mulheres no emprego e está prevista a criação de mais infantários em áreas públicas e locais de trabalho.
A China praticou a política “um casal, um filho”
entre 1979 e 2015, para desacelerar o crescimento da sua população e
preservar os recursos escassos para a sua economia em expansão.
Em 2016, passou a permitir dois filhos por casal, mas acabou por subir o limite para três, este ano, devido à baixa taxa de natalidade.
No entanto, os casais permanecem reticentes em ter mais filhos, face
aos elevados custos de vida e discriminação das empresas contra as mães.
A queda na taxa de natalidade é vista pelos dirigentes chineses como
uma grande ameaça ao progresso económico e à estabilidade social no país
asiático.
No início de maio, os resultados do censo realizado em 2020 revelaram um envelhecimento mais rápido do que o esperado da população chinesa.
A população aumentou em 72 milhões de pessoas nos últimos 10 anos, para 1.411 milhões, segundo os dados oficiais.
O crescimento médio anual fixou-se em 0,53%, em termos homólogos, uma queda de 0,04%, em relação à década anterior.
No ano passado, marcado pela pandemia de covid-19, o número de
nascimentos caiu para 12 milhões, face a 14,65 milhões, em 2019, quando a
taxa de natalidade (10,48 por 1.000) foi já a menor desde a fundação da
República Popular da China, em 1949.
A queda de nascimentos em 2020 ocorreu pelo quarto ano consecutivo.
A taxa de fecundidade fixou-se em 1,3 filhos por mulher, em 2020,
abaixo dos 2,1 estimados pelas Nações Unidas para manter uma população
estável.
As autoridades chinesas admitiram que o número de nascimentos na China vai continuar a cair em 2021.
Mas o vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde, Yu Xuejun, disse,
em julho, acreditar que a tendência de queda será invertida no “curto
prazo”, libertando o “potencial da fertilidade” na China.
O sucesso dependerá de as políticas de apoio às famílias “serem implementadas de maneira adequada”, disse Yu na altura.
O hacker responsável pelo roubo de 600 milhões de dólares em
criptomoedas recebeu cerca de 500 mil dólares de recompensa e um emprego
na empresa que roubou.
Recentemente, um pirata informático conseguiu protagonizar o maior “desvio” de sempre
no mundo das criptomoedas. A própria plataforma Poly Network informou
que um hacker conseguiu roubar 600 milhões de dólares, pouco mais de 500
milhões de euros.
Quando se apercebeu do que tinha acontecido, a Poly Network escreveu uma carta diretamente ao pirata,
a informá-lo de que tinha protagonizado o maior roubo de sempre nesta
indústria e dizendo-lhe que deveria falar com a própria Poly para
arranjarem uma solução.
Inicialmente, o hacker começou por devolver apenas metade do valor roubado, mas, eventualmente, acabou por devolver o montante total.
Agora, a empresa que foi hackeada deu uma recompensa de cerca de 500 mil dólares ao pirata informático como recompensa por ter encontrado o bug.
“Embora não tenhamos recebido uma resposta positiva do Sr. White Hat, ainda assim cumprimos a nossa promessa e creditamos 160 ETH [criptomoeda Ethereum]”, escreveu a Poly Network numa publicação do seu blog.
A empresa também ofereceu um emprego ao hackr responsável pelo roubo.
“Para estender os nossos agradecimentos e encorajar o Sr. White Hat a
continuar a contribuir para o avanço da segurança no mundo do blockchain junto com a Poly Network, convidamos o Sr. White Hat para ser o Consultor-Chefe de Segurança da Poly Network”, disse a empresa em comunicado citado pela VICE.
Esta é uma prática relativamente comum no mundo da cibersegurança, em
que as empresas pagam a hackers para tentarem quebrar os seus sistemas e
encontrar bugs.
Ainda na semana passada, a rede social Twitter anunciou
um novo concurso destinado a investigadores e hackers para identificar e
resolver o enviesamento racial do algoritmo usado para cortar as
imagens que são carregadas pelos utilizadores.
Turistas em viagem a Veneza, Itália, devem reservar estada e
pagar para entrar na cidade possivelmente já no verão de 2022, segundo
noticiou hoje a imprensa italiana.
A visita a Veneza, que será a primeira cidade do mundo com entrada paga e sujeita a reserva, pode custar entre três e 10 euros, dependendo do dia e do número de pessoas esperadas, segundo a imprensa italiana.
Os residentes da região do Veneza não vão pagar,
embora não esteja excluído que sejam obrigados a reservar a visita,
exceto crianças menores de seis anos, familiares dos residentes até ao
terceiro grau e familiares de pessoas que arrendem casa no município.
A reserva será feita através de uma aplicação ou na web,
com um código QR que será utilizado através de leitores ópticos
torniquetes, parte de um sistema tecnológico que inclui mais de 500
câmaras de alta definição que as forças de ordem utilizaram durante a
Economia do G20 em julho e uma centena de sensores via smartphones que
conectam as redes móveis de quem está na cidade.
Os testes começam em setembro na ilha de Tronchetto, onde está
localizado o comando da polícia local e onde todo o território é
controlado digitalmente.
Nos primeiros dez dias de agosto chegaram a Veneza pessoas de 136
países diferentes, registando-se picos de 85 mil visitantes em 5 de
agosto e de 80 mil em 18 de agosto, enquanto nos restantes foram
quantificados entre 50 e 60 mil, embora ainda longe dos números
pré-pandemia, quando a média de verão era de 110 mil visitantes diários,
de acordo com Il Corriere della Sera.
A cobrança tem gerado polémica, com muitos a
consideram tratar-se de “uma medida inconstitucional e contrária à
legislação europeia”, como o conselheiro Marco Gasparinetti, para quem
algo assim “poderia ser feito para uma área limitada, como a Praça de
São Marcos, mas não numa cidade inteira, e supõe a consagração” de
Veneza como parque temático.
“A medida que poderá entrar em vigor a partir do verão de 2022
não serve para programar os fluxos, é apenas uma forma de ganhar
dinheiro. E nós venezianos vamos desobedecer, porque não temos intenção
de nos deixar registar na nossa passagem pelos torniquetes”, afirmou La
Stampa.
A plataforma que se popularizou com a pornografia vai banir a
sua publicação a partir de Outubro, numa tentativa de atrair mais
investidores.
Já desde 2016 que existe, mas foi durante a pandemia que explodiu de
popularidade. O Only Fans é uma empresa londrina que dá a oportunidade a
criadores de cobrar uma subscrição mensal aos “fãs” ou um pagamento por cada conteúdo específico, ficando a empresa com 20%.
O serviço começou a ser muito usado para trabalho sexual
e tornou-se sinónimo de conteúdo pornográfico na mente do público em
geral. Mas só até Outubro – porque a plataforma anunciou que vai banir a publicação de conteúdos explícitos. No entanto, a nudez vai continuar a ser permitida, desde que vá de encontro às políticas da empresa.
Em 2018, Leo Radvinsky – um dos rostos mais
poderosos da indústria pornográfica e criador do site MyFreeCams, onde
modelos cobram para se despirem ou fazerem actos sexuais em frente a uma
câmara – tornou-se dono da maioria das acções da aplicação.
O Only Fans viu um grande boom de popularidade durante a
pandemia, graças a trabalhadoras sexuais que começaram a usar a
plataforma. A empresa tem mais de 2 milhões de criadores e 130 milhões
de utilizadores, teve receitas de 375 milhões de dólares em 2020 e
espera que o valor chegue aos 1.2 mil milhões em 2021, segundo o Axios.
Várias celebridades também já se juntaram ao site, como os rappers
Cardi B e Tyga, a socialite americana Blac Chyna, a ex-estrela da Disney
Bella Thorne ou a cantora brasileira Anitta.
Radvinsky tem procurado quem se quer juntar a ele no quadro de accionistas – mas apesar do sexo vender, não é um factor atractivo para os investidores. A empresa nunca fala de pornografia na apresentação a potenciais investidores, o que, segundo o Axios, muitos consideram ser “dissimulado”, e está a ter dificuldades nessa busca.
Alguns fundos de capitais de risco estão proibidos de investir em conteúdos adultos e há quem tenha medo que haja menores a criar contas,
apesar de a empresa garantir que tem essa situação controlada. Outros
não se importam com a pornografia, mas receiam que a reputação da
plataforma não seja atractiva para parceiros para marcas.
Tendo em conta a hesitação dos investidores, já há algum tempo que o Only Fans está a tentar fazer um rebranding e
mostrar que não tem só sexo. A plataforma tem promovido bandas e
músicos, cozinheiros, treinadores de fitness ou yoga nas suas redes
sociais e lançou uma nova aplicação gratuita de streaming sem conteúdos adultos.
Esta nova proibição é o passo seguinte na tentativa de atrair
investidores – e as trabalhadoras do sexo que tornaram a aplicação
popular não estão contentes. Uma simples comparação entre o número de likes conseguido por celebridades em comparação com estrelas pornográficas.
A Fortune dá o exemplo da estrela de reality shows Blac Chyna, que conseguiu 15.800 likes
com 153 publicações, a cobrar 20 dólares mensais. Já Cardi B, que teve
de especificar que não publicaria conteúdos sexuais, conseguiu 10.300 likes com seis publicações, a cinco dólares por mês.
Estes números são practicamente insignificantes quando comparados com
os alcançados por actrizes pornográficas. Jessica Drake cobra 10
dólares mensais e tem 88 mil likes, já Angela White chegou aos 637 mil likes e também cobra 10 dólares. Riley Reid alcançou os 1.5 milhões de likes, cobrando uma subscrição de 25 dólares.
“Se o Only Fans seguir em frente com isto, é o suicídio”
Muitas trabalhadoras sexuais têm questionado a rentabilidade futura do site sem o conteúdo que o popularizou, já que os “fãs” podem abandoná-lo
e seguir as criadoras para outras plataformas. Chovem críticas à
empresa por as ter usado para crescer e tê-las descartado quando já não
as querem.
Camila Elle, de 21 anos, diz ao Daily Mail
que se sente “traída” pelo Only Fans. “Tornei o Only Fans a minha
subsistência e abandonei os meus sonhos de me tornar médica para seguir
uma carreira a tempo inteiro no site. As trabalhadoras sexuais criaram o
site. Fomos nós que o promovemos. Eles usaram-nos e agora deitam-nos fora“, afirma.
Já a nova-iorquina Ona Artist avisa que o sucesso do
site pode ter os dias contados porque as criadoras vão passar a usar
outras plataformas. “Se o Only Fans seguir em frente com isto, é o
suicídio. As modelos vão sempre encontrar forma de partilhar conteúdos
sexuais com os quer ver”, afirma ao mesmo jornal.
Nas redes sociais, multiplicam-se os apelos ao boicote ao Only Fans e promove-se a JustFor.Fans como alternativa, que já aproveitou a oportunidade para criticar a decisão da empresa rival. “A indústria adulta é tristemente usada por empresas
que usam o mercado adulto e depois o abandonam quando chegam às massas
críticas”, afirmou Dominic Ford, fundador do Just.For.Fans.
“Nós fomos fundados e criados por e para trabalhadoras sexuais e o
nosso staff é 100% composto de trabalhadoras sexuais e pessoas que
estiveram na indústria pornográfica durante muitos, muitos anos… Isso nunca vai mudar e não temos interesse em sermos mais mainstream“, conclui Ford.
A decisão está a dar que falar, mas será que a tentativa do Only Fans
de atrair investidores vai ter sucesso quando o conteúdo que o
popularizou e o tornou um negócio rentável já não existir? Só o tempo o
dirá.
O furacão Grace, da categoria 3 numa escala de cinco, atingiu
já a costa leste do México pouco antes das 07:00 em Lisboa (06:00 GMT),
anunciou o Centro Nacional de Furacões norte-americano (NHC).
O furacão, com ventos de 205 quilómetros por hora, atingiu a costa de Tecolutla, Veracruz, no leste do México, segundo o NHC.
O Grace, que já tinha levado as autoridades
mexicanas a emitirem alerta vermelho na região, atingiu pela segunda vez
o México, depois de ter atravessado a província de Iucatão na
quinta-feira, sem fazer vítimas ou causar danos materiais importantes.
A intensificação do fenómeno meteorológico colocou em alerta o Governo e as Forças Armadas, tendo sido destacados 7.829 elementos da Proteção Civil,
além de funcionários da Defesa, Marinha e da Comissão Federal da
Eletricidade. O Grace tocou terra na quinta-feira, por volta das 05:45
locais (10:45 em Lisboa), a sul de Tulum, no leste da península do
Iucatão, como um furacão de categoria 1, com ventos máximos sustentados
de 130 quilómetros por hora.
“O Grace tornou-se rapidamente num grande furacão”,
com “ventos sustentados de 195 km/h”, disse o NHC, num boletim emitido
às 03:00 de Lisboa, altura em que a tempestade estava a 120 quilómetros
de Tuxpan, no estado de Veracruz.
Segundo a agência Efe, as autoridades prepararam 217 abrigos e estão
prontas para ativar mais 2.000, se necessário. No porto de Veracruz, os
estabelecimentos comerciais entaiparam portas e janelas e os pescadores
puseram 300 barcos ao abrigo da tempestade.
O furacão passou pela península de Iucatão sem causar quaisquer mortes,
disse o governador do estado de Quintana Roo, Carlos Joaquin. Quintana
Roo foi colocada em alerta vermelho e mais de 6.000 turistas e
residentes foram retirados para abrigos, de acordo com as autoridades na
região, escassamente povoada.
Na cidade de Tulum não foram relatados danos importantes.
O Grace tinha sido rebaixado para tempestade tropical quando chegou a
terra, mas ganhou força quando regressou ao mar. A Administração
Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em
inglês) prognostica que a atual temporada ciclónica no Atlântico venha a
ter uma atividade acima da média.
Este ano, até agora, só se formou na bacia atlântica outro furacão, o Elsa, em inícios de julho.
Uma pequena vila com apenas 1.400 residentes em Cádiz, na
vizinha Espanha, espera que uma de suas atividades noturnas seja
reconhecida como um “tesouro cultural” pelas Nações Unidas.
À medida que o tempo quente se faz sentir na vila espanhola de Algar durante o verão, puxar uma cadeira e sentar-se “à fresca”
à porta de casa para conversar com os vizinhos é uma atividade muito
comum. A tradição popular ainda se mantém em algumas aldeias de Espanha,
mas que corre o risco de desaparecer.
Segundo a Sputnik News, para evitar que a tradição se perca, a vila quer transformar as suas míticas “conversas à fresca” em Património Imaterial da Humanidade.
“Em Algar, não queremos que se percam os nossos costumes, a nossa
tradição, a nossa forma de relacionamento com o próximo, por isso vamos
iniciar um procedimento para que ‘Charla al Fresco’ seja declarada
Património da Humanidade”, anunciou o município, numa publicação no Facebook.
Para promover esta iniciativa, a autarquia pediu a todos os
habitantes de Algar para que saíssem à rua com as suas cadeiras para
conversar “como sempre fizeram”. A população aderiu em peso à iniciativa.
Nas redes sociais, os utilizadores dividiram-se: uns
consideram que esta prática tem como único objetivo “fomentar a fofoca”
e não concordam que deva tornar-se Património Imaterial da Humanidade;
outros olham para a tradição como “uma forma de tirar os olhos do
telemóvel” e praticar a arte de falar, “que tantas vezes esquecemos na
era da internet”.
“Charla al Fresco” pode demorar anos até ser reconhecida formalmente
como Património Imaterial da Humanidade, mas a campanha promocional da
aldeia resultou. Vários turistas e meios de comunicação estão curiosos e
têm visitado a vila espanhola.
É uma das marcas de roupa de venda exclusiva online mais
famosas do mundo graças à sua estratégia de comunicação, mas apesar do
sucesso a história e as origens da Shein continuam a ser um mistério. Em
Portugal, a marca esteve recentemente envolvida numa polémica por
acusações de plágio.
Todos as noites antes de de dormir, Anushka Sachan
desbloqueia o seu telemóvel e acede a uma aplicação, um gesto que já se
tornou um hábito para a jovem de 20 anos a estudar na Universidade de
Hong Kong. “Antes de adormecer penso, ‘ok, faz log-in‘”, explica. A aplicação em causa pertence à marca chinesa Shein, que ao longo do último ano e meia se tornou um fenómeno — maior do que já era anteriormente — graças ao Tiktok.
A Shein — que também dispõe de um website tradicional — esteve recentemente nas bocas do mundo depois de ter ultrapassado a Amazon
como aplicação mais descarregada nos Estados Unidos da América, mas
também por se assemelhar a um culto entre adolescentes, no que respeita a
marcas de vestuário.
Há mesmo quem sugira que a Shein está a ultrapassar a Zara ou a H&M, duas gigantes do mundo da street fashion, neste segmento de mercado, já que consegue ter um ritmo de produção mais rápido
— a que custo, vamos ver se seguida — interagir digitalmente com os
clientes de forma mais eficiente. “Eles estão a fazer com que a fast
fashion pareça lenta”, afirmou Erin Schmidt, analista
da Coresight Research, uma empresa mundial de consultoria e pesquisa
especializada no comércio de retalho e em tecnologia, à CNN. “Eles estão a mudar o paradigma.”
O motivo que leva Anushka Sachan a aceder à aplicação diariamente é simples: sempre que o faz são lhe atribuídos pontos, os quais são posteriormente transformados em descontos, permitindo lhe usufruir de preços ainda mais baixos
nas compras que faz. Para além deste sistema, a Shein também premeia os
clientes quando estes assistem às suas transmissões em direto nas redes
sociais ou quando participam em concursos de construção de
indumentárias. Tudo isto torna a aplicação “viciante“, descreve Sachan, que compara a experiência a um videojogo.
Em causa não está um videojogo, mas um jogo pela sobrevivência da marca, que desta forma consegue atrair os utilizadores com mais frequência
para as suas plataformas e, assim, fazer delas mais bem sucedidas que
as dos rivais — juntamente com outras técnicas que passam por um sistema
de produção extremamente rápido, preços incrivelmente baixos e anúncios
baseados em dados recolhidos a partir da experiência de cada
utilizador.
Parece que todas as técnicas estão a resultar, pelo menos com Sachan. “Quando comecei a usar a Shein parei de comprar na H&M porque estava a encontrar as mesmas coisas mas mais caras”, explica a jovem.
Início promissor e uma pandemia de crescimento
Quando a Shein nasceu, em 2008, foi batizada pelo seu fundador Chris Xu, ZZKKO.
As experiências anteriores de Xu no mundo do marketing e dos sistemas
de pesquisa otimizados (SEO) foram essenciais para a criação do poderoso
algoritmo do site da Shein, de acordo com a Coresight Research.
Inicialmente, a empresa vendia apenas vestidos de noiva,
tendo alargado o espetro de produtos mais tarde — uma mudança que
trouxe à marca o seu segundo nome, Sheinside. Em 2015, uma nova
alteração transformou-a no que é hoje, a Shein, uma designação mais fácil de memorizar e de pesquisar online.
Ao contrário da grande maioria das empresas, a Shein não foi negativamente afetada pela pandemia, já que registou um aumento exponencial das vendas. Em Outubro de 2020, a Shein era uma das maiores empresas destinadas à venda de vestuário com atividade exclusiva no meio online — o que não acontece com a Zara ou a H&M, que têm lojas físicas muitas centenas de países.
A competição direta da Shein vem das britânicas ASOS e Boohoo, que, segundo a CNN, concentram grande parte do poder no que concerne à venda de vestuário online
— apesar de não conseguirem sequer aproximar-se da gigante Shein. Na
primeira metade deste ano, a aplicação da Shein foi descarregada 81 milhões de vezes em todo o mundo e em maio ultrapassou a Amazon
como a aplicação de compras mais instalada nos Estados Unidos da
América — por utilizadores de iPhones (App Store) e de smartphones
(Google Play) —, de acordo com os dados da App Annie e da Sensor Tower.
Desde então, a Amazon já conseguiu reconquistar o primeiro lugar, apesar de as duas aplicações se manterem próximas
nos dois lugares das tabelas. Segundo Erin Schmidt, os últimos meses
têm sido, de facto, de crescimento exponencial para Shein e nem tudo se
resume a vendas. A fama da marca também tem aumentado consideravelmente,
com muita gente a querer conhecer toda a informação possível sobre a sua história.
O que pode causar alguns dissabores. É que apesar do sucesso — é uma das empresas chinesas mais bem cotadas — pouco ou nada se sabe sobre a Shein
e a sua forma de funcionamento. Do pouco que é tornado público, é
possível afirmar que a empresa chinesa tinha um capital de 15 mil
milhões de dólares, segundo o PitchBook. Este verão, esse valor duplicou
para 30 mil milhões com as os lucros anuais a chegarem aos 10 mil milhões de dólares, de acordo com a Bloomberg.
No site oficial da Shein não é possível encontrar referências à morada física
da empresa que se caracteriza como uma “firma internacional” — também
não é descrito qualquer detalhe sobre a sua história. Estas opções
levaram alguns a especular que a marca pretende omitir as suas origens chinesas devido a possíveis controvérsias políticas.
“Eles só querem fazer o trabalho deles e este é um assunto com que não querem lidar. Acho que não os podemos culpar por isso“, disse Matthew Brennan, autor de vários artigos sobre tecnologia móvel chinesa, à CNN.
O esconder de jogo não agrada muitas vezes aos
consumidores mais informados e conscientes, que já começaram a pedir
mais informações sobre os processos de fabrico das peças, assim como a origem dos materiais usados.
Para os analistas também é difícil comprovar os números relacionados
com as vendas das empresas, pelo que servem-se de outros indicadores
para medir o real poder e influência da marca.
Tal como qualquer empresa que deseja ter sucesso nos dias de hoje, muita da estratégia de comunicação da Shein passa pelas redes sociais, através de parcerias com influencers e outras figuras conhecidas, como o caso da cantora Katy Perry ou Nick Jonas, também cantor.
No entanto, o fenómeno mais recente da Shein aconteceu no TikTok, rede social que se tornou especialmente famosa entre adolescentes durante a pandemia
graças à proliferação de vídeos em que os utilizadores davam a conhecer
as peças de roupa compradas — em alguns casos, num valor equivalente a mil dólares.
https://www.youtube.com/watch?v=7RhWpNDb_d4
Em muitos casos, a Shein uniu-se aos utilizadores mais famosos desta
rede social, facultando-lhes o que é frequentemente chamado de ‘código de desconto’,
um código que os indivíduos podem inserir no momento de finalizar a
compra, de forma a usufruírem de um desconto adicional. No caso de o
código ser usado muitas vezes, o influencer com quem a Shein fez parceria também é remunerado pela marca.
Outro campo em que a marca chinesa também se move é na dinamização de
eventos, podendo estes acontecer em formato físico e digital. Em
setembro de 2021, a marca organizou um evento exclusivamente digital
que serviu para apresentar algumas das suas peças, mas também para
atrair potenciais clientes. Entre os artistas que dinamizaram o evento
estava Ellie Goulding, cantora inglesa já nomeada para os prémios Grammys.
Esta constante transgressão das barreiras físicas e digitais leva Matthew Brennan a afirmar que a Shein está à frente de qualquer outra marca
no que respeita à experiência que oferece aos seus clientes. “Eles
misturam comunicação com entretenimento na experiência, assim como
conteúdo gerado pelos utilizadores e críticas dos clientes.”
Outro fator que diferencia a Shein das restantes empresas, segundo os analistas, é um conceito intitulado “real-time retail“. De acordo com os especialistas, a marca chinesa inventou um algoritmo que consegue passar em revista a internet,
incluindo a sua base de dados, para perceber que peças de vestuário
estão a ser mais procuradas e como estão os potenciais clientes a reagir
aos artigos disponibilizados pelas marcas concorrentes.
A informação que daqui sai é usada pelos designers da marca para
desenhar novas criações — que no caso da Shein podem ser mais de 500 por dia
— sim, leu bem, 500 peças novas todos os dias. No caso da britânica
Boohoo, são disponibilizadas as mesmas mas no espaço de uma semana. A
estes números não é certamente alheia a capacidade produtiva da China, o
que permite à empresa reduzir o tempo de fabrico das peças consideravelmente — os especialistas sugerem que o tempo de produção de uma peça da Shein pode variar entre três a sete dias, quando a média da Zara é de três semanas.
A Shein também disponibiliza aos seus fornecedores os mesmos dados
em que se baseia para produzir as peças, conferindo-lhes um acesso
quase imediato a informações como as peças que estão a ser mais
frequentemente visionadas e compradas — o que lhes permite iniciar o processo de confeção mais rapidamente.
“Eles integraram o sistema nas suas fábricas. Com base no que é
tendência, em termos cliques ou vendas, o algoritmo vai à fábrica e
comunica ‘começa a encomendar material, começa a produzir'”, explica
Schmidt. Desta forma, a empresa eliminou todos os intermediários do processo.
A aposta em cada uma das peças também é feita de forma cuidadosa, já
que a marca só produz quantidades pequenas de cada artigo até que a
procura mostre que é preciso elevar o stock. “Se a peça em questão
esgota, a Shein encomenda uma grande quantidade de
unidades dessa mesma peça”, explica a Coresight Reasearch. “Caso um
artigo não se venda com a velocidade esperada, a marca vende as unidades
que restam e abandona a ideia.”
Este modelo suscita obviamente preocupações relacionadas com o ambiente,
à semelhança do que acontece com outras fabricantes de roupa. Enquanto
alguns clientes da Shein têm vindo a levantar questões sobre o impacto
ambiental, outros destacam os preços demasiado baixos, o que no entender
de alguns pode dar a entender que algo de errado se passa no processo
de fabrico e nas condições de trabalho dos funcionários responsáveis pela produção das peças.
No caso de Sachan, a jovem japonesa destaca a quantidade de material desperdiçado na produção das peças e o incentivo ao consumismo que é praticado pela marca chinesa.
Apesar do domínio e influência que tem em todo o mundo, há um território onde a presença da Shein não se faz sentir: a China.
Há vários motivos para isto acontecer, a começar pela competição feroz,
como é o caso do Alibaba. “Não é lucrativo para eles vender na China.
Os artigos que para nós podem parecer baratos para nós não o são no
mercado chinês”, explica Schmidt. Como tal, a Shein concentra a sua
atividade na Europa, nos Estados Unidos, na Austrália e no Médio Oriente — apesar de a empresa não revelar quais são os seus melhores mercados.
Recentemente, o fenómeno Shein chegou à América Latina, com os downloads da aplicação a aumentarem 988%
no Brasil nos 12 meses prévios a junho face ao período homologo
anterior. A marca é também um sucesso entre utilizadores indianos,
apesar de em 2020 a aplicação ter ficado indisponível, à semelhança de
outras dezenas. O seu regresso, consumado este ano, foi encarado com
muita expectativas.
O caso português
Como seria expectável, Portugal não fica imune à
febre Shein, sendo várias as publicações de figuras públicas
patrocinadas pela marca chinesa. Ainda assim, o mais recente episódio a
envolvê-la configura um caso de má publicidade difícil de esquecer.
Lara Luís é uma ilustradora portuguesa que se deparou com autênticas réplicas não autorizadas do seu trabalho no site da marca, o que despoletou uma corrente de apoio a Lara e de boicote à Shein.
“Na semana passada, curiosamente, instalei a aplicação da Shein no
telemóvel e já tinha itens no carrinho. Sabia que é de origem chinesa e
algo suspeita, mas nunca imaginei que fizessem plágio de designs de
ilustradores. Muito menos, de um meu“, começou por explicar ao jornal i.
“Felizmente, não cheguei a fazer a encomenda e fui a tempo de boicotar a marca.
Imagino que milhares de pessoas caiam na armadilha, não só pelos
tamanhos grandes que são disponibilizados como pelos preços reduzidos.”
No caso de Lara, a peça em questão é uma t-shirt desenhada pela
ilustradora em 2013 com um gato preto e a frase “You work… I watch and
judge” — facto que passou despercebido a Lara luís até que uma seguidora a alertar.
“Pensei logo: ‘Isto vai ser uma dor de cabeça’. E depois entendi o quão inalcançável
a marca é”, disse, referindo-se à política da marca de não
disponibilizar qualquer morada física ou contacto direto que permita, em
casos semelhantes, aos autores plagiados entrar em contacto com a marca.
“Já recebi relatos de artistas portugueses — como joalheiros ou
designers de moda — que passaram pelo mesmo”, revelou. “Há uma rapariga
influencer, proprietária de uma marca de biquínis, que teve um caso
destes e andou muito na internet. Ela não conseguiu resolvê-lo porque os
designs estavam em várias lojas do AliExpress e acho que ela até
comprou uma das réplicas que era de má qualidade em relação ao dela. Houve imensa malta estrangeira a queixar-se também”.
Alguns relatos informaram-na de que o mais longe que a Shein foi em casos semelhantes foi na eliminação dos artigos dos seus sites,
algo inútil uma vez que o design em causa estava já presente em
inúmeras plataformas semelhantes: eBay, Etsy ou AliExpress. Lara Luis
baseou-se na experiência de uma outra designer para resolver o seu
problema. “Ele não conseguiu de nenhuma maneira, mas foi atrás de todas
as influencers patrocinadas pela Shein e pediu-lhes que falassem com a mesma. E foi esta a única maneira que ele teve, por isso, foi exatamente aquilo que eu fiz”, relata.
Apesar de nenhuma ter conseguido uma resposta, a cópia do seu trabalho foi também apagada.
O sucedido fê-la, por incentivo dos seguidores, criar uma nova
ilustração com a frase “You work and they copy”, uma forma de “dar uma
bofetada de luva branca à marca”, apesar de duvidar que na Shein “estejam preocupados com isto“.
A companhia aérea Emirates esmerou-se no seu mais recente anúncio publicitário, “um dos maiores já filmados”.
Poucas pessoas tiveram o privilégio – ou atrevimento – de subir ao
topo do edifício mais alto do mundo, localizado na capital dos Emirados
Árabes Unidos. Uma “tripulante” de cabine da Emirates passou a fazer
parte desse leque, depois de ter gravado um anúncio publicitário na
ponta do Burj Khalifa, a 828 metros de altura.
Durante o vídeo, que faz lembrar uma cena do filme Love Actually,
e à medida que a câmara se vai afastando, é possível perceber que a
tripulante da Emirates, que vai mostrando alguns cartazes, está no topo
do edifício. A câmara vai revelando, aos poucos, a vista panorâmica do Dubai.
Depois de receber várias perguntas sobre as filmagens, a Emirates confirmou que a façanha foi concebida sem a ajuda de uma tela verde ou efeitos especiais, com um “planeamento rigoroso” e um “protocolo de segurança estrito”, escreve a Newsweek.
O anúncio foi gravado com uma instrutora profissional de skydiving que funcionou enquanto “duplo”
– apesar de haver vários candidatos da própria equipa de tripulantes de
cabine da Emirates que se mostraram disponíveis para participar nesta
aventura.
No Youtube, a companhia aérea disponibilizou algumas cenas dos bastidores das filmagens.
Toda a segurança foi assegurada, com a “tripulante” presa ao mastro,
assim como a outros dois pontos, que por sua vez estavam diretamente
ligados ao topo do edifício através de um arnês escondido por baixo do
uniforme da Emirates.
O anúncio de 30 segundos tinha como objetivo atrair turistas britânicos
ao Dubai, agora que as restrições derivadas da pandemia de covid-19
foram aliviadas. A primeira campanha de TV irá para o ar, precisamente,
no Reino Unido.
Um estudo realizado pela AstraZeneca revela que nenhum dos
5.197 participantes que recebeu o medicamento contraiu covid-19 grave.
A farmacêutica britânica AstraZeneca anunciou, esta sexta-feira, que o
tratamento experimental que está a desenvolver para a prevenção da
covid-19 reduz em 77% o risco de desenvolver uma forma sintomática da doença em pacientes frágeis.
Em ensaios anteriores, o novo tratamento com anticorpos não se
revelou eficaz em pessoas expostas ao vírus, mas os resultados mais
recentes demonstram que ao administrar o fármaco antes de haver contacto com o vírus, os resultados são encorajadores.
Em comunicado, a AstraZeneca explica que nestes casos o risco de desenvolver uma forma sintomática da doença provocada pelo SARS-CoV-2 reduz em 77%, não havendo sequer registos de casos graves ou morte.
Os resultados são já da fase 3 dos ensaios clínicos, concebida para
avaliar a segurança e eficácia do tratamento, que se realizam em
Espanha, França, Bélgica, Reino Unido e Estados Unidos e envolveram
5.197 participantes, 75% dos quais apresentavam comorbidades.
“Com estes resultados formidáveis o AZD7442 (nome de código do
tratamento) pode ser uma ferramenta importante do nosso arsenal para
ajudar as pessoas que poderiam beneficiar de mais do que uma vacina para
recuperar uma vida normal”, afirmou um responsável pelo ensaio e
professor da Universidade do Colorado nos Estados Unidos, Myron Levin,
citado em comunicado.
No mesmo sentido, a AstraZeneca sublinha a relevância do tratamento, que é administrado por via intramuscular como uma proteção complementar às vacinas.
“Precisamos de outras abordagens para as pessoas que não estão bem
protegidas pelas vacinas contra a covid-19”, defendeu Mene Pangalos, um
alto responsável na farmacêutica, que adiantou que serão divulgados
ainda este ano dados adicionais sobre os ensaios.
A AstraZeneca acrescenta ainda que vai enviar ás autoridades de saúde
um dossiê, no sentido de obter a autorização de uso de emergência ou a
validação sob determinadas condições do tratamento, cujo desenvolvimento
está a ser financiado pelo executivo norte-americano.
Os talibãs regressaram ao poder de Cabul, desencadeando uma
crise humanitária. A ofensiva também evidenciou a riqueza mineral
inexplorada do Afeganistão, recursos que poderiam transformar as
perspetivas económicas do país.
Apesar de o Afeganistão ser uma das nações mais pobres do mundo,
oficiares militares e geólogos norte-americanos revelaram, em 2010, que o
país estava “sentado” em depósitos minerais no valor de quase um bilião de dólares.
Minerais como ferro, cobre e ouro estão espalhados pelas províncias de todo o país. Segundo a CNN, existem também minerais raros e – talvez o mais importante – o que poderia ser um dos maiores depósitos de lítio do mundo.
Este mineral poderá desempenhar um papel muito importante no rumo à
descarbonização, além de ser um componente essencial, mas escasso, em
baterias recarregáveis e outras tecnologias vitais para enfrentar a
crise climática.
“O Afeganistão é, certamente, uma das regiões mais ricas em metais
preciosos tradicionais, mas também em metais [necessários] para a
economia emergente do século XXI”, disse Rod Schoonover, cientista e
especialista em segurança e fundador do Ecological Futures Group.
No passado, desafios relacionados com a falta de segurança, de
infraestruturas e secas severas impediram a extração da maioria dos
minerais valiosos e é improvável que o cenário mude em breve sob o controlo dos talibãs.
Ainda assim, há interesse por parte de países como a China, o Paquistão e a Índia, que podem tentar a sua sorte, apesar do caos.
Mesmo antes de o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter
anunciado a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, no
início deste ano, as perspetivas económicas do país já eram pouco animadoras.
Em 2020, cerca de 90% dos afegãos viviam abaixo do nível de pobreza
determinado pelo Governo norte-americano, vivendo com dois dólares por
dia, de acordo com um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso dos
Estados Unidos, publicado em junho.
Os talibãs conquistaram Cabul
no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a
retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001,
no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime
extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaeda, Osama bin
Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de
setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20
anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO,
incluindo Portugal.
Falha de comunicação entre Londres e Cabul impossibilitou a
evacuação atempada dos civis afegãos que ao longo das duas últimas
décadas colaboraram com as autoridades britânicas no terreno.
O governo britânico está a ser alvo de acérrimas críticas
depois de ser tornada pública a informação de que nenhum oficial
ordenou a evacuação de cidadãos afegãos que trabalharam nos serviços
britânicos em Cabul como tradutores. Segundo noticia a imprensa local, Dominic Raab, secretário para os Assuntos Exteriores estava demasiado ocupado para contactar o seu homólogo afegão, tendo delegado a tarefa a um responsável inferior do executivo de Boris Johnson na última sexta-feira.
O aviso terá chegado a Raab através de conselheiros seniores ao longo da última semana, com estes a sublinhar a urgência da situação e da importância de ser Dominic Raab a assumir a realização da tarefa. De facto, Hanif Atmar,
ministro dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão até domingo, terá
recusado falar com um governante secundário, de acordo com os relatos da
imprensa britânica, que avança que o responsável terá adiado a conversa
para o dia seguinte, quando esperava já falar com Raab.
No entanto, o contacto nunca terá acontecido com os
talibãs a tomarem Cabul antes do que seria expectável. Agora, Raab — que
na altura dos acontecimentos se encontrava de férias na ilha de Creta,
na Grécia — enfrente pedidos de demissão por parte da
oposição. Os trabalhistas já questionaram Boris Johnson com o objetivo
de perceberem se o primeiro-ministro teria falado com Raab enquanto o
secretário para os Assuntos Exteriores estava ausente e se este recebeu autorização para abandonar o Reino Unido.
Lisa Nandy, ministra-sombra dos Negócios Estrangeiros para os tories, afirmou que o facto de “o primeiro-ministro e o secretário para os Assuntos Externos estarem de férias durante a maior crise de política externa numa geração é um falhanço de liderança imperdoável”.
Já Colonel Richard Kemp, antigo comandante das tropas britânicas no Afeganistão, contou à BCC que a atitude de Dominic Raab é demonstrativa da “falta de urgência
ministerial” em relação ao conflito que já dura há mais de vinte anos.
Segundo o The Times, estão atualmente de férias os principais ocupantes
dos cargos nos ministério dos Assuntos Externos, da Administração
Interna e da Defesa.
O secretário dos Assuntos Exteriores britânico já se veio defender das críticas, afirmando que no tempo em que esteve fora manteve-se em contacto com responsáveis diplomáticos de outros países e com os restantes ministros britânicos, tendo regressado a Londres “assim que a situação se começou a deteriorar e o exigiu“.
A aparente atitude negligente do responsável britânico pode ter consequências dramáticas, já que os mais recentes relatos provenientes de Cabul revelam que os talibãs redobrado os esforços — com buscas porta a porta — para encontrar cidadãos afegãos que ao longo das últimas décadas colaboraram com as forças da coligação internacional que em 2001 invadiu o Afeganistão que correm, assim, risco de vida.
Para estes, as autoridades britânicas constituíram a Política de
Assistência e Relocalização Afegã, no âmbito da qual os cidadãos afegãos
incluídos na situação se podem candidatar a pedidos de asilo.
De acordo com o ministério da Administração interna britânico, o país
recebeu 2 mil afegãos que trabalharam nos seus serviços funcionários e
as respetivas famílias. A meta é que o número aumente para 5 mil até ao final do ano.
No entanto, as condições em que as evacuações estão a decorrer, devido à invasão das pistas do aeroporto de Cabul, têm dificultado as operações, com a aterragem e descolagem dos aviões a ter que ser interrompida.
A réplica da pirâmide foi apresentada ao público num
espetáculo noturno, na semana passada. A capital mexicana quis
homenagear a “resistência indígena” dos mexicanos ou astecas no 500.º
aniversário da conquista.
O Templo Mayor, um centro sagrado asteca, foi
encerrado em abril depois de uma tempestade de granizo ter causado o
colapso de um telhado metálico no sítio arqueológico. Quase quatro meses
depois, ainda não foi reparado e os restos da pirâmide e do museu
adjacente permanecem fechados aos visitantes por falta de fundos.
Uma empresa mexicana, a Ocesa, decidiu investir uma boa quantia de
dinheiro para construir uma réplica da lendária pirâmide asteca. Segundo
a Vice,
a construção foi apresentada na semana passada, num espetáculo noturno
de luzes néon que iluminaram as falsas paredes de poliestireno da
pirâmide.
A iniciativa de se construir uma réplica ostentosa ao lado do sítio sagrado incendiou o Twitter mexicano, que se encheu de memes e críticas.
Não se sabe quanto dinheiro foi gasto na construção
da réplica, nem tampouco por que não foi atribuída qualquer quantia para
reparar o templo original. Segundo as autoridades da Cidade do México,
citadas pela Vice, a Ocesa recebeu um bónus fiscal pela realização do espetáculo de apresentação da réplica.
Os media mexicanos têm noticiado que, desde que tomou posse, o Presidente Andrés Manuel López Obrador cortou o orçamento do Templo Mayor em 75%, o que impediu a continuação dos esforços de escavação.
Além disso, deixou o Instituto Nacional de Antropologia e História do país sem dinheiro para reparar o telhado danificado.
O Presidente do México esteve presente na inauguração da réplica, na
praça central Zócalo, naquela que foi uma estranha homenagem ao
aniversário da captura da cidade e do último imperador asteca,
Cuauhtémoc, pelo exército espanhol de Hernán Cortés e seus aliados, a 13
de agosto de 1521.
A réplica do Templo Mayor vai permanecer na gigantesca praça da capital durante algumas semanas para comemorar o aniversário.
Cientistas britânicos vão investigar a possibilidade de
combinar as vacinas da gripe e da covid-19 numa só para agilizar futuros
programas de imunização, avançou o diretor do Centro de Produção e
Inovação de Vacinas de Inglaterra.
O Centro de Produção e Inovação de Vacinas de Inglaterra (VMIC),
fundado por várias universidades do Reino Unido e que conta com 215 milhões de libras
(cerca de 252 milhões de euros) de financiamento público, foi anunciado
pelo Governo em 2018 e a sua construção foi acelerada devido à
pandemia, prevendo-se que inicie a sua atividade nos próximos meses.
Combinar as duas vacinas poderia poupar “muito tempo”, disse Matthew
Duchards, diretor do VMIC, acrescentando, em declarações ao diário
britânico The Telegraph, que seria “muito mais prático” dar apenas uma injeção, pelo que esse será um dos aspetos que cientistas e produtores de vacinas vão estudar.
O diretor do VMIC referiu ainda que o centro biotecnológico, no qual
participam a Universidade de Oxford, o Imperial College de Londres e a
Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, pode produzir cerca de
70 milhões de doses de vacinas em quatro ou cinco meses a partir do momento em que esteja operacional.
Duchards disse que o Reino Unido já tem asseguradas as vacinas
necessárias para 2021, pelo que a produção saída do VMIC não será
necessária antes do próximo ano.
Em Vermont, nos Estados Unidos, os esquilos estão a atirar-se
para debaixo dos automóveis. A causa é o aquecimento global, que está a
provocar um aumento da população destes roedores.
“Não há outra forma de o dizer: matei dezenas de esquilos este verão.
Talvez centenas.” É desta forma que Kevin Cullen inicia um artigo
publicado no The Boston Globe, no qual desabafa sobre a tragédia que tem vivido ultimamente.
“Adoro animais, e nunca faria mal a um de propósito”. Mas, independentemente disso, assume: “Eu sou, tecnicamente falando, um assassino em série de esquilos“.
O jornalista notou, recentemente, que muitos “chipmunks” – uma
espécie de roedor próximo do esquilo – tinham morrido numa estrada que
costuma percorrer para ir a Vermont. Intrigado com a situação, Cullen
quis resolver o mistério dos “esquilos suicidas”, uma vez que, muitos
deles, atiraram-se para debaixo das rodas do seu Crosstrek.
“Na semana passada, um desses roedores descuidados parou no meio da
estrada e olhou diretamente para mim com os seus adoráveis olhos
castanhos enquanto eu passava por cima dele. Para adicionar um insulto à
lesão fatal, o condutor atrás de mim deu-lhe uma pancada com sua pickup“, contou.
No artigo, Kevin Cullen diz que havia já vários sinais que indicavam
que este ano ia ser recorde para os esquilos. No final do inverno, um
amigo atingiu um destes animais enquanto esquiava em Okemo, um sinal de
que os roedores tinham saído da hibernação mais cedo do que o habitual.
Bill Killpatrick, biólogo e professor da Universidade de Vermont, explicou que este aumento drástico da população destes pequenos esquilos é visível em New England.
Devido às alterações climáticas e invernos mais
amenos, os períodos de hibernação são mais curtos, pelo que o número de
ninhadas é maior. Isto faz com que muitos roedores tenham a necessidade
de proteger o seu território e perseguir outros esquilos, não hesitando
em ir para a estrada para o fazer.
Além de esquilos aflitos, a situação cria também condutores
traumatizados, que não sabem se devem acelerar, travar, abrandar ou
simplesmente fechar os olhos enquanto sentem as rodas do carro a passar
por cima de um pequeno corpo. “Todas estas mortes – e todo este remorso –
tem um efeito prejudicial no meu sono”, confessa Kevin Cullen.
Joe Biden insistiu, esta quinta-feira, na ideia de que a
retirada das tropas norte-americanas dos Estados Unidos foi uma decisão
“correta”.
O Presidente norte-americano disse também não acreditar que os
talibãs tenham mudado e sublinhou o facto de o grupo estar a enfrentar
uma “espécie de crise existencial” em relação a querer um reconhecimento como “governo legítimo” e integração na comunidade internacional.
Numa entrevista ao programa Good Morning América, do canal ABC, Biden diz os talibãs continuam focados nas suas crenças,
embora “também se preocupem se haverá comida para comer, rendimentos,
forma de administrar a economia, e se conseguirão manter unida uma
sociedade que dizem amar tanto”.
Diante das críticas de abandono de mulheres e raparigas ao regime
fundamentalista, Biden destacou que a ideia de que se pode “defender os
direitos das mulheres no mundo com força militar não é racional”. “A
maneira de lidar com isso não é com uma invasão militar. É por meio da
pressão diplomática da comunidade internacional”, vincou.
Joe Biden deixou claro que o seu objetivo é completar a retirada do país
antes de 31 de agosto, mas se isso não for possível, será determinado
“naquele momento” quem falta ser retirado e o que os militares devem
fazer.
O Presidente disse que mesmo, com os talibãs no poder, vê uma ameaça
maior em locais dominados pela Al-Qaida e pelos seus grupos afiliados
noutros países, e que já não era “racional” continuar a concentrar o poder militar dos EUA no Afeganistão.
“Devemos concentrar-nos onde a ameaça é maior (…). E a ideia de que
podemos continuar a gastar mil milhões de dólares e ter dezenas de
milhares de forças norte-americanas no Afeganistão, quando temos o norte
de África e a África Ocidental, a ideia de que podemos fazer isso e
ignorar esses problemas iminentes, problemas crescentes, não é
racional”, sublinhou.
Biden citou a Síria e a África Oriental
como lugares onde o grupo extremista autoproclamado Estado Islâmico
(EI) representa uma “ameaça significativamente maior” do que no
Afeganistão e disse que o EI “sofreu uma metástase”.
Falando da possibilidade de prolongar a presença militar dos Estados
Unidos, Biden apenas mencionou a necessidade de retirar os cidadãos
norte-americanos e não falou dos afegãos que trabalharam com os
militares do seu país nos últimos 20 anos.
Segundo o Presidente, ainda há entre 10 mil e 15 mil norte-americanos
no Afeganistão que têm de ser retirados, além de 50 mil a 65 mil
afegãos e suas famílias que os Estados Unidos querem tirar do país.
Os talibãs assumiram o controlo de Cabul no último domingo
depois dos seus combatentes entrarem na capital sem encontrar
resistência, com quase todas as províncias sob seu controlo, e após a
fuga do até então Presidente afegão, Ashraf Ghani.
No seu discurso, Joe Biden mostrou-se surpreendido pelo
rápido avanço dos talibãs. No entanto, documentos confidenciais revelam
que os serviços de informação norte-americanos alertaram para esta
possibilidade em julho.
Documentos classificados de agências de espionagem norte-americanos
revelam que, durante o verão, estas organizações pintaram um quadro
sombrio na perspetiva de uma possível tomada talibã no Afeganistão,
tendo alertado para o rápido colapso das Forças Armadas afegãs.
Segundo o The New York Times, muitos relatórios da inteligência dos Estados Unidos ficaram mais pessimistas em julho. Questionavam, por exemplo, se as forças de segurança afegãs teriam resistência e se o Governo poderia resistir em Cabul.
O Presidente Biden disse, no dia 8 de julho, que era improvável
que o Governo afegão caísse e que não haveria evacuações caóticas de
norte-americanos, como aconteceu no fim da Guerra do Vietname. O
discurso adotado pelo governante norte-americano entra em contradição
com o conteúdo dos documentos classificados, que faziam menção ao
agravamento da situação no Afeganistão.
O NYT escreve que os avisos feitos pelos serviços de informação dos
EUA “levantam questões sobre a preparação dos funcionários do Governo
Biden e a dos responsáveis militares no Afeganistão” para lidar com a
“entrada dos talibãs em Cabul, o que inclui falhas na segurança no aeroporto” e acessos, o único local por onde, neste momento, é possível retirar estrangeiros e afegãos do país.
Um relatório de análise histórica, entregue ao Congresso
norte-americano, dizia que os talibãs “tinham aprendido com a
experiência adquirida na década de 1990”.
“Desta vez, o grupo garantiria primeiro o controlo das fronteiras e
das capitais das províncias, áreas do Norte do país, e só depois
avançaria para Cabul. Esta previsão mostrou-se correta“, lê-se.
Esta terça-feira, o vice-Presidente deposto afegão, Amrullah Saleh, declarou-se Presidente legítimo do país, devido à fuga do ex-chefe de Estado, e prometeu não se submeter aos talibãs.
O antigo chefe dos espiões do país, inimigo dos islamistas que
tomaram o poder, retirou-se para a última região ainda não controlada
pelos talibãs: o Vale Panchir, a nordeste da capital.
“Segundo a Constituição afegã, em caso de ausência, fuga, demissão ou
morte do Presidente, o primeiro vice-Presidente torna-se o Presidente
em exercício. Estou atualmente no meu país e sou o Presidente em exercício legítimo. Apelo a todos os líderes para apoio e consenso”, escreveu na sua conta do Twitter.
“Não vou dececionar os milhões de pessoas que me ouviram. Nunca
estarei sob o mesmo teto que os talibãs”, escreveu no domingo, pouco
antes de se esconder.