terça-feira, 28 de setembro de 2021

As máquinas estão “muito longe” de serem mais inteligentes mas muito perto de agir como pessoas !

A especialista em inteligência artificial Daniela Braga considera que as máquinas estão “muito longe” de substituírem totalmente os humanos ou serem mais inteligentes, mas estão “muito perto” de interagirem como as pessoas.


“Acho que estamos muito longe de que as máquinas nos substituam na maior parte das atividades ou que sejam mais inteligentes do que nós”, afirmou à Lusa Daniela Braga, especialista em inteligência artificial.

Nascida no Porto há 43 anos, Daniela Braga, fundou e dirige a DefinedCrowd, empresa com sede nos Estados Unidos e escritórios em Portugal e no Japão que produz dados de voz, texto e imagem para sistemas de inteligência artificial e aprendizagem automática.

A empreendedora, que começou a carreira na área da linguística e engenharia, integra o grupo de trabalho, para o qual foi nomeada por Joe Biden em junho, que vai definir a estratégia para a inteligência artificial nos Estados Unidos.

Um dos objetivos do grupo de trabalho, que junta académicos e empresários, é fomentar a literacia em inteligência artificial, “desmistificar o medo em relação à singularidade tecnológica”, à ideia de que “as máquinas vão tomar conta do mundo”, nas palavras da empresária, que tem dupla nacionalidade portuguesa e norte-americana.

Daniela Braga entende que as máquinas estão “pelo menos 30 a 40 anos” de poderem executar “atividades mais evoluídas do que as rotineiras, com pouca capacidade cognitiva”.

A empresária defende que as máquinas devem substituir as pessoas “nas atividades rotineiras, mais braçais, que implicam pouca atividade cognitiva“, dando como exemplo a condução autónoma de autocarros ou camiões.

Para a especialista, no entanto, está-se “mais perto” de uma interação com máquinas semelhante à que existe entre humanos. “Estamos mais perto, e estamos tão perto que agora é quase indistinguível uma voz sintética de uma voz real”, apontou.

Um exemplo de uma “interação perfeita” homem-máquina, para Daniela Braga, é um computador responder a uma questão e depois a uma nova questão suscitada pela resposta anterior sem que a pessoa tenha de ligar para um número de telefone de apoio para resolver um problema em mãos.

Quanto à possibilidade de os computadores poderem agir de forma inteligente, exibir um comportamento de um ser humano em idêntica situação, Daniela Braga respondeu com um “não”, por enquanto.

“Neste momento, o computador só responde a situações mais ou menos validadas“, frisou, exemplificando que, num cenário de guerra, em que “várias coisas” imprevisíveis “estão a acontecer”, um computador não consegue substituir um piloto no ar na tomada de decisões.

No grupo de trabalho para a inteligência artificial criado nos Estados Unidos pela administração do Presidente Joe Biden, ao qual os seus membros terão de apresentar um relatório preliminar em maio de 2022, Daniela Braga vai “ajudar a que as máquinas tenham acesso a conhecimento com mais confiança e com mais qualidade“.

Na DefinedCrowd, que tem “clientes de topo na produção de inteligência artificial à escala mundial”, como a Microsoft, onde trabalhou, são produzidos “dados artificialmente para cérebros artificiais”.

“Enquanto o ‘software’ é programado com regras e códigos, a inteligência artificial é treinada com dados“, assinalou Daniela Braga, “uma das poucas mulheres a liderar empresas de inteligência artificial”.

Formada em Linguística Aplicada e Tecnologia do Discurso, a especialista explicou que os dados “são o alimento” dos sistemas de inteligência artificial, que “só conseguem decidir artificialmente, simulando as decisões humanas, se tiverem acesso a muitos dados de treino”.

“Assim como os nossos cérebros são treinados com dados, que são recebidos na forma de experiências, de aprendizagens na escola, de inputs  sensoriais ao longo da vida, nos computadores esses inputs sensoriais são os dados“, acrescentou.

Uma das funções do grupo de trabalho para o qual Daniela Braga foi nomeada em junho é “facilitar o acesso” a dados de inteligência artificial por parte de instituições e empresas norte-americanas, que, no futuro, passarão a ter um departamento vocacionado para esta área, tal como hoje têm para a informática.

Estaremos ainda a 30 ou 40 anos da singularidade? O futuro se encarregará de responder, e provavelmente será um computador a dar a resposta.

https://zap.aeiou.pt/as-maquinas-estao-muito-longe-de-serem-mais-inteligentes-mas-muito-perto-de-agir-como-pessoas-432595

 

T-shirt portuguesa reduz sintomas da menopausa e ajuda quem tem cancro !

A investigadora da Universidade do Minho (UM) Filipa Fernandes criou uma t-shirt que atenua os efeitos da menopausa e melhora a qualidade de vida de pacientes com cancro, graças a um tecido com um revestimento estampado que regula a temperatura corporal.

T-shirt reduz efeitos da menopausa

A tecnologia já patenteada e aprovada pelo Infarmed que chega, agora, ao mercado evita que a mulher tenha afrontamentos, retenções de líquidos, alterações de humor, insónias e mal-estar.

“Muitas senhoras que testaram, surpreenderam-se com os benefícios de utilizar apenas esta t-shirt para reduzir os sintomas da menopausa, dizem que a sua vida se tornou mais agradável e confortável”, aponta a cientista.

Filipa Fernandes, formada pela Escola de Engenharia da UM, decidiu, entretanto, testar a inovação com mulheres em tratamento para o cancro ou que tinham tido essa doença.

“Funcionou de novo. Algumas senhoras quiseram retirar a medicação habitual para o teste ser total e, no final, não voltaram a precisar de parte dela, por indicação do médico”, revela a cientista citada num comunicado da UM.

“Não estamos a tratar o cancro, mas estamos claramente a contribuir para uma melhor qualidade de vida das pacientes“, sublinha.

Para já, a t-shirt só pode ser comprada na loja online Style-out por 39,90 euros.

Tecnologia RT ajuda perante o calor e o frio

A tecnologia designada RT aparece na t-shirt sobretudo na zona do tórax e da coluna, sendo baseada em silicone medicinal e em materiais de mudança de fase, isto é, que permitem manter a temperatura corporal da pessoa (36.5º graus celsius, em média), independentemente da temperatura ambiente.

“A RT armazena e liberta grandes quantidades de energia, como absorver calor durante o dia e libertá-lo à noite”, explica Filipa Fernandes.

O revestimento é programado para uma determinada temperatura e leva o organismo humano a mantê-la. Assim, ajuda o corpo a actuar “perante o calor (vasodilatação) e o frio (vasoconstrição)”, salienta o comunicado da UM.

“Este sistema de termorregulação provou ser bastante eficaz face a afrontamentos. Numa situação normal, estas repentinas sensações de calor no peito e na cara da mulher estender-se-iam aos poucos pelo resto do corpo, podendo provocar suor excessivo”, refere ainda o mesmo comunicado.

Para pilotos do Dakar ou aventureiros no Ártico…

A inovação “permite, assim, de forma simples e prática, o conforto e o bem-estar dos utilizadores, sobretudo em ambientes desfavoráveis“, e até ao fim de vida útil da t-shirt, aponta ainda a Universidade.

A tecnologia RT “é versátil e pode ser aplicada a diversos produtos e contextos, como segurança, saúde, desporto e turismo”, sustenta ainda a investigadora, dando como exemplos os “militares em missões com muito calor de dia e frio intenso à noite”, “pessoas em hipo/hipertermia, pilotos do Dakar ou aventureiros no Ártico“.

Além disso, o material utilizado “também é antifúngico e antimicrobiano“, aponta o comunicado da Universidade.

Nos testes de 50 lavagens a 60º graus celsius, o revestimento da t-shirt “ficou intacto”, assegura também a UM.

https://zap.aeiou.pt/t-shirt-reduz-sintomas-menopausa-432300

 

MIT desenvolve mão robótica insuflável que devolve o tato aos amputados !

Apesar de haver membros biónicos altamente articulados, concebidos para detetar os sinais musculares residuais e imitar roboticamente os seus movimentos pretendidos, a destreza de alta tecnologia tem um custo muito alto.

Recentemente, engenheiros do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e da Universidade Jiao Tong, na China, desenvolveram uma neuroprótese macia, leve e de baixo custo.

De acordo com o comunicado do MIT, o novo dispositivo é também surpreendentemente durável, recuperando rapidamente após ter sido atingido com um martelo ou atropelado por um automóvel.

Com apenas meio quilo, os componentes da mão inteligente totalizam um custo de cerca de 500 dólares (aproximadamente, 426 euros) – uma pequena parte do peso e do custo do material associado a membros inteligentes mais rígidos.

A mão insuflável é feita de um elastómero chamado EcoFlex que poderá dotar os amputados de alguma sensibilidade outrora perdida graças ao sistema de feedback tátil.

“Isto ainda não é um produto, mas o desempenho já é semelhante ou superior às neuropróteses existentes, o que nos entusiasma. Há um enorme potencial para tornar esta prótese macia de muito baixo custo acessível a famílias de baixos rendimentos que sofreram de amputação”, reagiu Xuanhe Zhao, professor de engenharia mecânica e de engenharia civil e ambiental no MIT.

Ao contrário de outras, esta neuroprótese não utiliza motores elétricos. Em vez disso, conta com um sistema pneumático que incha e dobra os dedos em forma de balão.

Desta forma, a mão consegue assumir várias posições e pegas, permitindo ao amputado executar ações como acariciar um gato ou pegar num gelado. Para percecionar o que o utilizador pretende gesticular, utiliza um software que descodifica a eletromiografia que o cérebro emite para um dos membros.

Durante os testes, dois voluntários demoraram cerca de 15 minutos a perceber o funcionamento da neuroprótese.

Depois disso, foram convidados a realizar um conjunto de testes para demonstrar a força e destreza manual, com tarefas que incluíam virar páginas, escrever com uma caneta, levantar bolas pesadas e apanhar objetos frágeis, como morangos e pão.

Os voluntários repetiram os mesmos testes utilizando uma mão biónica mais rígida e comercialmente disponível. A equipa descobriu que a nova prótese insuflável era tão boa – ou até melhor -, em comparação com a sua contraparte rígida.

https://zap.aeiou.pt/mit-mao-robotica-insuflavel-432396

 

Novo Centro de Cancro do Pâncreas em Lisboa é único no mundo e tem a bênção dos Reis de Espanha !

Centro de Cancro do Pâncreas Botton-Champalimaud

Inaugurado, ontem, o novo Centro de Cancro do Pâncreas Botton-Champalimaud que resulta de uma parceria entre a Fundação Champalimaud e o casal espanhol Maurizio e Charlotte Botton. Os Reis de Espanha marcaram presença na cerimónia.

É uma unidade única no mundo que vai dedicar-se à investigação científica e ao tratamento do cancro do pâncreas, um dos mais letais e que ameaça tornar-se na segunda causa de morte por cancro na Europa e nos EUA.

O centro tem capacidade para operar 10 doentes por dia, com três salas de cirurgia equipadas com tecnologia avançada, 25 quartos de internamento e 15 de cuidados intensivos, como explica à Lusa o vice-presidente da Fundação Champalimaud, João Silveira Botelho.

A Fundação já tinha iniciado um programa de cancro do pâncreas, mas, em conjunto com a família Botton (que contribuiu com 50 milhões de euros), decidiu levar este programa “a um outro nível”, com o primeiro centro do género no mundo exclusivamente dedicado a esta doença.

“Cada vez há maior número de casos” de cancro do pâncreas que “é dos mais letais e, portanto, dos mais difíceis e aquele onde ainda é preciso descobrir muito para podermos ter resultados satisfatórios na cura e na sobrevida“, constata João Silveira Botelho, sublinhando que o progresso em tratamento e cura desta doença nos últimos 50 anos “foi marginal”.

“Nós temos a esperança e temos o propósito de podermos contribuir de uma forma decisiva para inverter este estado de coisas”, acrescenta.

O “triângulo” perfeito

A unidade vai “fazer um triângulo entre a investigação, a [prática] clínica e o doente”, como sublinha o vice-presidente da Fundação Champalimaud.

“O doente é uma peça essencial neste centro, queremos que seja um parceiro nisto. Por isso, tivemos também aqui uma preocupação, quer do ponto de vista da arquitectura, quer do ponto de vista da comodidade. Queremos que ele tenha a resistência, até do ponto de vista psicológico, para lidar com uma doença destas”, frisa João Silveira Botelho.

Na área da investigação, o Centro de Cancro do Pâncreas Botton-Champalimaud vai ter cerca de 200 investigadores e dois laboratórios, um de ciência básica e outro de manipulação celular.

Terapia celular em parceria com o NIH dos EUA

“Vamos ter neste novo centro cerca de 120 investigadores básicos e 80 investigadores clínicos e dois tipos de laboratórios: um de ciência básica e um laboratório clínico de manipulação celular, mais avançado, tendo em vista a retirada de células dos pacientes, a sua transformação e reinserção no próprio paciente [imunoterapia]”, explica ainda João Silveira Botelho.

De acordo com o responsável, são estas células que “funcionarão como medicamento para o tratamento do cancro do pâncreas”.

“Estes ensaios faremos em colaboração com o National Institute of Health (NIH), nos Estados Unidos, que começou já a desenvolver também este tipo de terapia celular e, portanto, temos uma correlação muito próxima com eles no sentido de utilizarmos os mesmos tipos de protocolo”, sublinha João Silveira Botelho, notando que será “quase uma terapia celular conjunta”.

Desenvolver tratamentos inovadores

O centro dará atenção especial ao estudo do perfil imunológico dos tumores do pâncreas e ao desenvolvimento de tratamentos inovadores nesta área e pretende, segundo a Fundação, “investir especialmente no desenvolvimento de ensaios clínicos com novos medicamentos de imunoterapia e em vacinas anti-tumorais personalizadas”.

No total, em diversas modalidades, o centro clínico da Fundação Champalimaud, em Algés (Lisboa), trata cerca de 900 doentes/dia.

Quanto ao cancro do pâncreas, um dos mais letais e que em 80% dos casos é diagnosticado já numa fase avançada, recebe actualmente cerca de 140 doentes/ano, uma capacidade que agora é aumentada com o novo centro dedicado em exclusivo à doença.

A Fundação trata por ano cerca de 15 a 20 doentes que são enviados directamente pelo Serviço Nacional de Saúde. Os restantes têm outros sub-sistemas de saúde ou seguros de saúde.

Além disso, segundo explica o vice-presidente da instituição, há doentes do serviço público seguidos, por exemplo, em hospitais como o do Barreiro, Setúbal, Évora ou Garcia de Orta (Almada), que acabam por fazer alguns exames de diagnóstico na Fundação, designadamente nas áreas da imagiologia e medicina nuclear, na sequência de concursos públicos a que a entidade concorre.

https://zap.aeiou.pt/centro-cancro-pancreas-lisboa-433530

 

Está a nascer em Matosinhos a Silicon Valley portuguesa !

Fuse Valley, Matosinhos

O “Fuse Valley” promete ser a Silicon Valley portuguesa, em Matosinhos, num empreendimento inovador da Farfetch e da Castro Group que até deixa o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, “espantado”. A abertura está prevista para 2025 e prevê-se que crie 7 mil empregos.

O projecto “Fuse Valley” foi apresentado, em Matosinhos, numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Economia.

O futuro vale tecnológico, ou a Silicon Valley portuguesa, como está a ser descrito, vai ter escritórios para acolher várias empresas, um hotel, apartamentos, espaços de restauração, comércio, ginásio e SPA, e espaços verdes.

Além disso, terá um anfiteatro ao ar livre para acolher palestras, workshops e exposições de arte.

A vincar a aposta na mobilidade sustentável, incluirá também espaços para carregar veículos eléctricos e postos com bicicletas e trotinetes eléctricas para usar dentro do perímetro do empreendimento.

A iniciativa resulta de uma parceria da tecnológica Farfetch, a plataforma que lidera o comércio online mundial de moda de luxo, com a empresa bracarense Castro Group que actua nos mercados da construção e do imobiliário.

O “Fuse Valley” vai acolher o futuro campus global da Farfetch e incluirá também uma creche para os filhos dos colaboradores da empresa, bem como uma Academia de bem-estar com salas para praticar exercício, ioga e meditação.

“Projecto revolucionário para a economia nacional”

É um projecto com uma “visão inspiradora e exemplar”, como assumiu o próprio ministro da Economia, conforme declarações divulgadas pelo Eco. Siza Vieira referiu mesmo estar “espantado com o potencial que tem”.

A presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, que também esteve na cerimónia de apresentação do projecto, salienta, igualmente ao Eco, que “a perspectiva é que sejam criados 7 mil novos postos de trabalho, sobretudo na área digital”.

“Este projecto é algo revolucionário para a economia nacional e para Matosinhos é um investimento estratégico”, frisou ainda Luísa Salgueiro.

“Uma smart city”

A “inovação, sustentabilidade e bem-estar” são os princípios subjacentes ao desenvolvimento do “Fuse Valley”, como destaca, citado pelo Eco, o CEO da Farfetch, José Neves, salientando que deverá ser o projecto “mais sustentável de Portugal e dos mais sustentáveis da Europa”.

“Além dos escritórios, agradou-nos ter um plano que incluísse outras empresas e outras entidades – com fins lucrativos ou não. E também um hotel, até por causa da mobilidade que as empresas têm hoje em dia. A ideia é que o projecto seja aberto à comunidade da região, mas também à comunidade empresarial”, aponta ainda José Neves.

Já o CEO do Castro Group, Paulo Castro, destaca que a ideia é criar “uma smart city, ou neste caso, um smart valley”, conforme declarações citadas pelo Eco.

“Ambicionamos construir um total de 24 edifícios, 14 dos quais prevemos que estejam construídos até 2025. Destes, sete são para os espaços da Farfetch e os restantes promovidos pelo grupo, incluindo o hotel”, aponta ainda Paulo Castro.

O projecto é assinado pelo arquitecto dinamarquês Bjarke Ingels e prevê-se que 80% dos espaços exteriores sejam totalmente abertos à comunidade.

https://zap.aeiou.pt/matosinhos-silicon-valley-portuguesa-434125

 

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Em 2018, cientistas de Wuhan terão planeado infetar morcegos com coronavírus !

Em 2018, um grupo de cientistas da cidade chinesa de Wuhan, onde foi registado o primeiro caso de covid-19, estaria a planear infetar, com coronavírus modificados, morcegos que vivem em cavernas.


Os cientistas terão pedido 14 milhões de dólares para realizar um projeto cerca de 18 meses antes do anúncio oficial do surto da covid-19, noticia o jornal The Telegraph, que cita vários documentos.

De acordo com o jornal, os cientistas de Wuhan estariam a planear implementar os coronavírus modificados transmitidos pelo ar em habitats de morcegos na China, para que estes criassem imunidade e fosse possível protegê-los de doenças que podem ser transmitidas aos humanos.

Os investigadores queriam, indicam os documentos, introduzir através da pele dos animais “nano partículas que contêm novas proteínas S quiméricas” de coronavírus em cavernas da província chinesa de Yunnan. Além disso, os cientistas queriam criar vírus quiméricos geneticamente modificados para infetar mais facilmente os humanos.

Embora os especialistas quisessem realizar eventos educativos para informar a população do seu trabalho, foi-lhes recusado o financiamento solicitado com o argumento de que a experiência “poderia pôr em perigo os residentes locais”, refere o site.

Anteriormente, a China negou várias vezes a teoria do surgimento da covid-19 no laboratório de Wuhan.

Em março, a Organização Mundial da Saúde publicou a versão completa do relatório elaborado pela equipa internacional, que refere que a versão de vazamento do vírus do laboratório chinês é “pouco provável”.

A OMS sugere que o vírus SARS-CoV-2 que o vírus provavelmente foi transmitido de morcegos para humanos através de outro animal.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-wuhan-infetar-morcegos-433608

 

Cientistas imprimiram, pela primeira vez, células cerebrais vivas em 3D !


Uma equipa de cientistas usou uma nova técnica laser e conseguiu imprimir em 3D células cerebrais vivas.

A maioria dos neurónios sobreviveram durante mais de dois dias após terem sido impressos em 3D, o que significa que podem ser ferramentas viáveis para a investigação pré-clínica, sugere o novo estudo, publicado no fim de julho, na revista Micromachines.

Embora a capacidade de imprimir neurónios vivos nos possa fazer pensar em transplantes para tratar lesões cerebrais ou doenças neurodegenerativas, os cientistas explicam, em comunicado, que esse não é o objetivo.

“Em geral, as pessoas tiram conclusões precipitadas quando se fala de bioimpressão”, disse Hamid Orimi, estudante de pós-graduação da Universidade Concordia, no Canadá, e coautor do estudo.

“[As pessoas] pensam que agora podemos imprimir coisas como órgãos humanos para transplantes. Embora esse seja um objetivo a longo prazo, estamos muito longe de o conseguir. Mas há muitas formas de utilizar esta tecnologia”, continuou, citado pela Futurism.

Mesmo que o objetivo não seja imprimir células em 3D para transplantar neurónios, a equipa espera que as células cerebrais impressas ajudem na investigação médica. O objetivo, disse Orimi, é substituir modelos animais por novos testes farmacêuticos, eventualmente imprimindo e experimentando em neurónios humanos.

Isso não só reduziria o número de animais mortos em nome da ciência, como também poderia tornar a investigação pré-clínica mais precisa — testar medicamentos experimentais em tecidos humanos impressos em laboratório daria aos médicos uma melhor ideia de como esses medicamentos funcionam em humanos, uma vez que os tratamentos não funcionam da mesma forma em diferentes espécies.

https://zap.aeiou.pt/imprimiram-celulas-cerebrais-vivas-3d-433406

 

 

Descoberto antídoto contra agentes nervosos tipo Sarin e Novichok !

Uma equipa do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), nos Estados Unidos, desenvolveu um antídoto que neutraliza a exposição ao envenenamento por agente nervoso.


O estudo, que foi publicado na revista Scientific Reports, foi o resultado de um processo criado em colaboração entre a Diretoria de Segurança Global do LLNL e o Instituto de Pesquisa Médica de Defesa Química do Exército dos EUA (USAMRICD).

Os agentes nervosos de armas químicas como Sarin ou Novichok normalmente funcionam através do bloqueio da transmissão de mensagens do sistema nervoso central (SNC), composto do cérebro e da medula espinhal, para o sistema nervoso periférico (SNP), que controla muitos processos fulcrais, como é o caso da respiração, clarifica o estudo.

A proteção natural do cérebro – a barreira hematoencefálica (BBB) ​​- tem sido um grande obstáculo para o desenvolvimento de antídotos de agentes nervosos eficazes, que historicamente só protegem contra danos ao SNP, pois não podem cruzar a BBB.

Após os compostos mais promissores serem identificados, através do uso de um método que envolveu modelagem computacional e química medicinal, os melhores candidatos foram avaliados em vários ensaios bioquímicos, resultando na descoberta do LLNL-02.

Descobriu-se que o LLNL-02 protege o SNC e o SNP contra os efeitos do agente nervoso Sarin. O LLNL-02 é o primeiro antídoto desse tipo, pois atravessa o BBB para conferir proteção ao cérebro, escreve o SciTechDaily.

“O processo foi extremamente desafiante. A maioria dos compostos sintetizados, após avaliação bioquímica, foram encontrados para cruzar os modelos BBB, mas não eram eficazes, ou vice-versa” referiu Carlos Valdez, líder do projeto.

Depois de dois anos de testes laboratoriais e computacionais, o LLNL-02 demonstrou ser atóxico para linhagens de células humanas em ensaios bioquímicos conduzidos no USAMRICD. A próxima etapa foi avaliar o LLNL-02 num modelo animal – e funcionou.

A pesquisa continua a incidir sobre a eficácia do LLNL-02 contra VX e agentes mais recentes como os Novichoks, usados ​​nas tentativas de assassinato de Sergei Skripal, em 2018, no Reino Unido, e de Alexei Navalny, em 2020.

“Estas pessoas tiveram a sorte de serem levadas rapidamente para o hospital, e mantidas vivas até que os seus corpos pudessem lidar adequadamente com o agente”, referiu Valdez.

“Os resultados mostram que a coleção única de instalações e talentos científicos do LLNL está a ultrapassar os limites do que seria possível”, destaca Audrey Williams, diretor do Centro de Ciência Forense do LLNL.

O especialista frisa que o “LLNL-02 é um composto promissor e versátil construído por um processo único que demonstra um caminho a seguir para proteger as vítimas de bioterrorismo e armas químicas”.

https://zap.aeiou.pt/antidoto-agente-nervoso-433414

 

Descobertos cadáveres de guerreiros do século XIII - Podem ter sido enterrados pelo Rei Luís IX

Cientistas britânicos acreditam que os cadáveres dos guerreiros cristãos tenham sido enterrados por Luís IX, rei de França, no século XIII.


Um grupo de arqueólogos internacionais encontrou no castelo de Sidon, no Líbano, valas comuns com os restos mortais de 25 guerreiros cristãos que foram aniquilados durante as cruzadas medievais que ocorreram no século XIII.

“Distinguir tantos corpos e partes do corpo misturados deu muito trabalho, mas fomos capazes de separá-los e observar o padrão das feridas que sofreram […]. A forma como as partes dos corpos estavam dispostas sugere que foram deixadas para se decompor na superfície antes de serem lançadas num poço algum tempo depois. A carbonização de alguns ossos sugere que foi utilizado fogo para queimar alguns dos corpos”, explica Martin Smith, um dos autores do estudo, em comunicado.

A datação por radiocarbono mostrou que os soldados morreram no século XIII. Com base em registos históricos, também se percebeu que os guerreiros teriam morrido durante um ataque ao castelo de Sidon em 1253 ou em 1260.

“Tantos milhares de pessoas morreram por todos os lados durante as Cruzadas, mas é incrivelmente raro que os arqueólogos encontrarem soldados mortos nestas batalhas. As feridas que cobriam os seus corpos permitiram-nos começar a entender o drama da realidade da guerra medieval”, destaca Piers Michell, que também esteve envolvido no estudo.

Os arqueólogos acreditam que os cruzados morreram durante uma batalha, pois alguns ossos possuem cortes de espadas e machados.

A maioria dos ferimentos estavam concentrados nas costas, levando a suposições de que os soldados foram atacados por trás enquanto fugiam do inimigo. Da mesma forma, presume-se que alguns dos cruzados poderiam ter sido decapitados por apresentarem feridas no pescoço.

Além disso, escreve o Sputnik, acredita-se que os cadáveres dos cavaleiros tenham sido enterrados pelo rei Luís IX da França.

“Os registos mostram que o rei Luís IX da França estava na Terra Santa na época do ataque a Sidon em 1253. Foi para a cidade após a batalha e ajudou pessoalmente a enterrar os cadáveres apodrecidos em valas comuns como estas. Não seria incrível se o próprio rei Luís tivesse ajudado a enterrar esses corpos?”, remata Mitchell.

https://zap.aeiou.pt/guerreiros-do-seculo-xiii-rei-luis-ix-433619

 

Os líderes sunitas do Iraque exigem a federação do Iraque, seu próprio estado, para aderir aos acordos de Abraham !

Apelos para estabelecer o Iraque como uma federação de três estados para as comunidades sunita, xiita e curda foram feitos na sexta-feira, 24 de setembro, por 300 líderes proeminentes de Irbil, capital do Curdistão semi-autônomo. Desde que os curdos do Iraque alcançaram o autogoverno e conduzem políticas externas e de segurança independentes, e os xiitas governam Bagdá - embora amargamente dividida entre elementos pró e anti-Irã - a campanha lançada na sexta-feira focou de fato na reivindicação sunita. Seu território abrange as províncias centrais e ocidentais do Iraque e eles já começaram a flexionar os músculos autônomos. Na semana passada, líderes sunitas locais iniciaram a abertura da primeira travessia de terra entre o Iraque e a Arábia Saudita, na província de Anbar, no oeste do país.

A reunião de Irbil pressionou igualmente para que o emergente Estado sunita do Iraque reconhecesse Israel com plenos laços diplomáticos e econômicos. Embora os xiitas sejam maioria, no Iraque os 10 milhões de sunitas e 9 milhões de curdos representam 45% da população. Ambos se manifestaram fortemente a favor da adesão ao épico Acordo de Abraão assinado pelos Estados Unidos, Israel, Emirados Árabes Unidos e Bahrein há um ano.

Em um discurso de abertura do encontro, o xeque Wissam al-Hardan (veja a foto), chefe da tribo Shammar, a maior do Iraque com comunidades na Síria e na Jordânia, e um aliado saudita próximo, disse ao encontro: “Exigimos relações diplomáticas plenas com o Estado de Israel, e uma nova política de normalização baseada nas relações interpessoais com os cidadãos daquele país. ”

Al-Hardan comparou os estados que aderiram aos Acordos de Abraham com o que ele considerou o “senhor da guerra e a devastação” que reinava em outras partes da região. “Devemos escolher entre a tirania e o caos de um lado, e um eixo emergente de legalidade, decência, paz e progresso do outro”, disse ele.
Essas afirmações de um proeminente líder árabe em um país sob forte influência iraniana foram uma notável anomalia. Além disso, foi ecoado por ninguém menos que um proeminente oficial militar xiita.
O primeiro-ministro Naftali Bennett disse no sábado à noite que "Israel estende sua mão em paz" às "centenas de figuras públicas iraquianas, sunitas e xiitas, reunidas ontem para clamar pela paz com Israel". Ele enfatizou: “Este é um chamado que vem de baixo e não de cima, do povo e não do governo, e o reconhecimento da injustiça histórica feita aos judeus do Iraque é especialmente importante”.  

O major-general Amir al-Jubouri, uma figura aclamada por liderar as forças militares iraquianas que expulsaram o ISIS do Iraque, disse o seguinte: “Abraão, a paz esteja com ele, deu à luz uma nação que pavimentou o caminho para a paz. Hoje, nós e todos os seus descendentes das três principais religiões temos a responsabilidade de completar este caminho juntos. ”
O Iraque está oficialmente em guerra com Israel desde que o Estado judeu foi fundado em 1948. Os soldados iraquianos lutaram em três guerras árabes sucessivas contra Israel. Depois que o sionismo se tornou um crime punível com a morte, entre 1950 e 1952, mais de 100.000 judeus iraquianos emigraram para Israel como parte da Operação Esdras e Neemias. Eles foram levados a escapar de outras décadas de repressão e guerra. 

Chamando a expulsão dos judeus do Iraque de "o ato mais infame" no declínio do país, Al-Hardan escreveu em um artigo do Wall Street Journal na sexta-feira que o Iraque "deve se reconectar com toda a nossa diáspora, incluindo esses judeus."

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domingo, 26 de setembro de 2021

“Guerra das matrículas” faz escalar tensão entre Sérvia e Kosovo !

Esta semana, a fronteira entre o norte do Kosovo e a Sérvia esteve bloqueada por protestos de elementos da etnia sérvia, que não aceitam a decisão do governo kosovar, de etnia albanesa, de proibir a circulação de veículos com matrículas sérvias, obrigando à utilização de matrículas kosovares temporárias enquanto viajarem no país.


Os protestos começaram na segunda-feira, assim que a decisão do executivo do Kosovo foi anunciada, como retaliação a uma medida já praticada do outro lado da fronteira, pela Sérvia.

Algumas centenas de cidadãos de etnia sérvia acamparam em tendas e barricaram as estradas perto da fronteira, com filas de camiões parados. “Não vamos sair daqui”, disse à agência AFP um manifestante de 43 anos que se identificou apenas como Dejan. “Quando (o primeiro-ministro de Kosovo, Albin) Kurti autorizar as nossas matrículas sérvias poderemos conversar”, acrescentou.

Este incidente faz aumentar receios de um escalar de tensões entre os dois vizinhos dos Balcãs.

O Governo de Belgrado, que não reconhece a sua antiga província do Kosovo como uma nação independente, há anos que obriga à retirada das matrículas de carros registados no Kosovo que entram em território sérvio. Os condutores têm de pagar cinco euros por uma matrícula temporária de 60 dias.

A Sérvia considera a fronteira com Kosovo como uma fronteira meramente “administrativa” e temporária.

Em resposta aos bloqueios dos camionistas da etnia sérvia, o primeiro-ministro Kosovar recorreu à rede social Twitter para assegurar que a nova medida “não é uma provocação, nem é discriminatória”, mas apenas uma medida recíproca.

As tensões aumentaram na segunda-feira, quando a polícia especial de Kosovo, com veículos blindados, foi enviada para a fronteira para impor a nova medida aos carros com matrícula sérvia.

No entanto, ao contrário do que acontece com os cerca de 40.000 sérvios que vivem no tenso norte do Kosovo, outros elementos da população sérvia noutras zonas do Kosovo parecem ter acolhido o novo regulamento sem grande celeuma.

De acordo com o Ministério do Interior do Kosovo, cerca de 1.500 licenças temporárias foram emitidas nas 24 horas após a medida ter sido introduzida.

UE pede contenção

A disputa “não interessa a nenhuma das partes”, disse à AFP Snezana Slavkovic, de 60 anos, que frequentemente viaja entre a sua casa no sul de Kosovo e a Sérvia. “Que cheguem a acordo de uma vez e resolvam os problemas”, acrescentou, antes de atravessar a fronteira, tendo adquirido as suas matrículas provisórias.

A linha dura dos sérvios a norte, no entanto, está decidida a rejeitar a medida.

Oliver Varhelyi, o comissário da União Europeia para o alargamento, apelou já a ambas as partes para que “tenham contenção e diminuam as tensões, voltem ao diálogo e garantam a liberdade de circulação sem demora”.

“Ações unilaterais nunca são uma solução“, escreveu Varhelyi no Twitter.

Também o primeiro-ministro kosovar, Kurti, disse a alguns media que o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, pediu a Pristina para “falar com Belgrado com vista a uma desaceleração da situação”.

Um representante do Kosovo “concordou em reunir-se” com os seus homólogos sérvios em Bruxelas para discutir o assunto, mas Belgrado “rejeitou a proposta”, acrescentou.

Presidente sérvio diz que “paciência não é infinita”

O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, já disse no entanto que não haverá negociações antes de as forças armadas do Kosovo se retirarem do fronteira norte.

De resto, não é habitual as forças armadas do Kosovo deslocarem-se para a zona norte, devido a forte presença da etnia sérvia, mas foram destacadas na segunda-feira para supervisionar a implementação das novas medidas na fronteira.

“Reponham as coisas tal como estavam e então poderemos conversar“, disse Vucic, em Belgrado, na terça-feira, descrevendo a decisão de Kosovo como uma “ação criminal”.

https://zap.aeiou.pt/guerra-das-matriculas-servia-kosovo-433856

 

É agora possível os robôs mexerem-se sozinhos, graças a novos polímeros de alta energia !


Através do uso de novos polímeros que armazenam mais energia e são depois aquecidos, investigadores da Universidade de Stanford conseguiram colocar manequins a mexer os braços sozinhos.

Era ver robots a mexer os braços sozinhos, pelo menos até agora. De acordo com um novo estudo da Universidade de Stanford publicado na ACS Publications, uma equipa de investigadores desenvolveu um polímero com memória de forma que permite aos robôs mexer os braços sozinhos quando os polímeros são aquecidos.

Os polímeros com memória de forma alternam entre o seu estado normal, quando as moléculas são flexíveis e desordenadas, e o seu estado deformado, quando as moléculas se ligam depois de serem esticadas. Quando estão no estado esticado e deformado, o polímero pode reverter ao seu estado normal com a aplicação de calor e luz.

No entanto, polímeros com memória de forma tradicionais não armazenam quantidades de energia significantes enquanto são esticadas, o que significa que não vão libertar muita energia enquanto voltam ao estado normal, o que limita a sua utilização em tarefas que envolvam levantar ou mover objectos, escreve a New Scientist.

Os novos polímeros podem agora levantar objectos com até 5000 vezes o seu peso, esticar-se cinco vezes mais do que o seu comprimento inicial e armazenar quase seis vezes mais energia do que versões anteriores, o que equivale a 17.9 joules.

Quando esticados, criam-se ligações de hidrogénio entre as correntes do novo material, o que permite que este mantenha a sua forma estendida. Quando aquecidos a 70ºC, estas ligações quebram-se o material volta à sua forma condensada.

Estes novos polímeros mais elásticos foram criados através da incorporação de uma espinha dorsal de polipropileno glicol.

“Pode ser usado para levantar pesos ou para ajudar a dar um empurrão aditional para alguém que tenha dificuldades em andar“, afirma Zhenan Bao, engenheira química e líder da equipa que fez o estudo.

A equipa experimentou também criar um músculo artificial ao ligar o polímero ainda não esticado ao braço superior e de baixo de um manequim de madeira. O material foi depois aquecido para poder contrair, o que fez o manequim dobrar o braço sozinho.

O uso de polímeros é também vantajoso por ser barato – cada um custa apenas 11 dólares, cerca de 9.40 euros.

https://zap.aeiou.pt/e-agora-possivel-os-robos-mexerem-se-sozinhos-gracas-a-novos-polimeros-de-alta-energia-432857

 

Num golpe de “fake it until you make it”, Hong Kong vai a eleições a saber o vencedor !

Hong Kong prepara-se para as primeiras eleições legislativas após as mudanças no sistema eleitoral implementadas pela China para garantir a vitória dos seus aliados.


Aos olhares mais desatentos, as eleições em Hong Kong são mais um ato eleitoral como os outros: panfletos, cartazes e outdoors inundam as ruas movimentadas desta pequena região administrativa da China.

No entanto, as eleições legislativas marcadas para dezembro têm algo que as distingue das demais: o vencedor já é praticamente conhecido. Isto não acontece porque há um claro favorito à vitória, mas por toda uma conjetura que antecede a ida às urnas.

Estas são as primeiras eleições desde que o governo chinês ordenou mudanças radicais no sistema eleitoral de Hong Kong para garantir a vitória dos seus candidatos favoritos, escreve o jornal norte-americano The New York Times.

Entretanto, como protesto, surgem ameaças de boicote às eleições por parte dos candidatos opositores. O Partido Democrático vai decidir, este fim de semana, se vai seguir o mesmo caminho.

Ora, de forma a manter as aparências de umas eleições que façam jus à democracia, as autoridades de Hong Kong alertaram que um boicote poderia violar a lei de segurança nacional da cidade. O governo está a fazer tudo ao seu alcance para que as eleições legislativas pareçam o mais legítimas possível.

Aqui, aplica-se um aforismo tipicamente americano: fake it until you make itNuma tradução à letra, traduz-se por “finge até conseguires”. Assim, ao imitar confiança, competência e uma mentalidade otimista, uma pessoa pode sentir essas qualidades na sua vida real e alcançar os resultados que procura.

“Eles querem continuar a dar a ilusão de que respeitam a Lei Básica”, disse Jean-Pierre Cabestan, professor de política chinesa na Universidade Batista de Hong Kong, em declarações ao The New York Times. “Esta é a melhor maneira de legitimar o seu governo”.

As eleições em Hong Kong nunca foram totalmente livres, favorecendo sempre os aliados chineses. Mas após os protestos antigovernamentais de 2019, o cenário político mudou: os candidatos pró-democracia conseguiram uma vitória esmagadora sem precedentes.

O Partido Comunista Chinês não queria ver a gracinha repetir-se. Como tal, fez mudanças nas eleições, permitindo que apenas “patriotas” aprovados pelo governo pudessem ocupar cargos. Além disso, o povo de Hong Kong só pode escolher 20 dos 90 legisladores.

Se na maioria dos países a desistência da oposição seria certamente recebida de braços abertos, em Hong Kong não. Um alto funcionário do governo sugeriu que boicotar as eleições seria uma declaração de rebelião. A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, tem uma visão semelhante.

“Se há um partido político com muitos membros, mas não discute ou participa na política, talvez seja necessário questionar o valor da sua existência”, disse Lam aos jornalistas.

No passado domingo, houve uma votação preliminar, em que o objetivo era formar um Comité Eleitoral, um grupo de 1.500 que selecionará a maioria dos legisladores, bem como o próximo líder máximo de Hong Kong.

Menos de 8 mil pessoas — cerca de 0,1% da população — puderam participar nesta votação. A lista de pessoas que o puderam fazer foi previamente aprovada por Pequim.

Até mesmo os residentes que votaram tiveram voz limitada. Dos 1.500 assentos do Comité Eleitoral, três quartos foram reservados para aliados do governo.

https://zap.aeiou.pt/hong-kong-vai-eleicoes-saber-vencedor-434027

 

Fazer umas calças de ganga exige 10 mil litros de água ! Dez marcas estão a criar jeans sustentáveis !

As calças de ganga são das peças de vestuário com piores impactos para o ambiente, mas há marcas que estão a apostar na sustentabilidade como um factor atractivo para os consumidores.


Estão sempre na moda e são uma das peças mais importantes do guarda-roupa da maioria das pessoas. Mas a popularidade das calças de ganga tem um preço grande para o planeta.

Entre os pesticidas usados na cultura do algodão, a enorme quantidade de água necessária, que segundo as Nações Unidas chega até aos 10 mil litros por par, ou os químicos precisos para transformar as calças em ganga, os jeans são das peças de roupa que mais prejudicam o ambiente.

Mas há algumas marcas que estão a tentar mudar este paradigma e tornar a produção de calças de ganga mais sustentável e mais ética.

Everlane

A Everlane nasceu em 2010 com um propósito: ser transparente sobre o seu processo de produção. Mas ter uma produção ética não é a única prioridade marca, a preocupação com a sustentabilidade também tem crescido devido às alterações climáticas.

Muito do seu vestuário é criado com plástico reciclado e as suas calças de ganga são produzidas pela Saitex, aquela que é vista como a fábrica de ganga mais verde do mundo, já que recicla 98% da água usada e baseia-se em energias limpas. Produzir um par de calças de ganga da Everlane gasta apenas 0.4 litros de água.

Levi’s

É uma das marcas mais conhecidas e respeitadas na produção de calças de ganga e é também uma das mais sustentáveis. Em 2010, a Levis lançou a Iniciativa Algodão Melhor, que treina os agricultores a usar menos água, pesticidas, inseticidas e fertilizantes sintéticos no cultivo do algodão.

A marca usa também agora algodão orgânico, menos água e tintas derivadas de plantas para tingir as roupas. Actualmente, 75% do algodão da marca vem de fontes sustentáveis. A Levi’s tem também uma iniciativa que promote a revenda de gangas usadas em vez destas serem desperdiçadas e acabarem num aterro.

Boyish

A Boyish dedica-se à produção de calças de ganga com um foco na redução do uso de água – que é depois reciclada. Os tecidos são também sustentáveis e as embalagens que embrulham as roupas são amigas do ambiente.

Para além das calças, a Boyish cria outras peças também de ganga, como jardineiras, saias e blusões.

Outerknown S.E.A. Jeans

Fundada pelo surfista Kelly Slater, a Outerknown assume-se uma marca “para as pessoas e para o planeta”. As suas calças de ganga são produzidas com algodão 100% orgânico e são também feitas nas fábricas da Saitex.

A marca garante que a produção sustentável não põe em causa a qualidade dos produtos e oferece uma garantia vitalícia. Caso as calças de ganga alguma vez se rasguem ou fiquem gastas, os clientes podem enviá-las à marca e o produto será cosido ou substituído de graça.

Nudie Jeans

O algodão usado pela Nudie Jeans é sempre ou reciclado ou certificado como orgânico pelo Global Organic Textile Standard. As suas calças de ganga foram criadas para o uso regular e constante, e por isso a marca oferece reparações vitalícias aos rasgões.

Caso os clientes se queiram livrar de vez das calças, recebem um desconto de 20% num novo par se devolverem o par velho. Esse par de calças antigo pode também ser vendido novamente como parte da colecção Re-Use da marca.

Reformation

O estilo vintage das calças de ganga da Reformation não são o único factor atractivo da marca. Criadas com algodão orgânico TENCEL e 2% de elastano, as gangas garantem durar muito tempo.

As roupas são produzidas na Turquia e os direitos laborais dos trabalhadores são assegurados. O processo de produção das gangas amigo do ambiente também ajuda a poupar muita água.

Warp + Weft

Conhecida por ser uma das marcas mais inclusivas a nível de tamanhos e modelos de calças, a Warp + Weft aposta também numa produção ética e sustentável.

Warp + Weft / Instagram

A marca recicla cerca de 98% da água utilizada na produção das gangas devido ao seu formato de produção vertical, ou seja, a Warp + Weft é dona da sua própria fábrica. O algodão e as tintas usadas também são amigos do ambiente.

Frank & Oak

A Frank & Oak nasceu em 2012 com o objectivo de ajudar os homens a comprar roupas de qualidade a bons preços, mas desde então o negócio já cresceu e a marca lançou uma linha de roupas feminina.

A ganga é um dos materiais mais usados pela marca, que se juntou à Hydro-Less Laundry, uma fábrica eco-certificada no Dubai, para a produzir. Desta forma, poupa-se 79% de energia e 95% de água na produção em comparação com as técnicas convencionais.

Taylor Stitch Organic Selvage

Depois da sua fábrica original ter fechado, a Taylor Stitch Organic Selvage virou-se para a sustentabilidade como um dos seus objectivos.

A marca criou uma parceria com a ISKO mill, a maior produtora de ganga no mundo, e relançou o seu conhecido par ’68 Denim, só que desta vez com 100% de algodão orgânico e com métodos que exigem menos água, energia e químicos.

J.Crew e Madewell

Tanto a J.Crew como a Madewell, a sua marca irmã, juntaram-se à organização sem fins lucrativos Fair Trade USA, que ajuda marcas a criar melhores condições de trabalho para os funcionários e criar processos de produção mais sustentáveis.

Assim, ambas as marcas lançaram colecções certificadas pela organização e feitas nas fábricas Saitex, que usam menos 75% de água, menos 65% de químicos e exigem menos energia.

A J. Crew aceita também doações de calças que já não sejam usadas que são depois transformadas para serem usadas no isolamento de habitações.

https://zap.aeiou.pt/calcas-de-ganga-1500-litros-agua-sustentaveis-433412

 

Um dos maiores sites de dados sobre a covid-19 na Austrália é, afinal, gerido por adolescentes !

Aproveitando o momento em que passaram a integrar as estatísticas que os próprios fazem chegar diariamente à população australiana, o grupo de três jovens revelou a sua identidade para surpresa de muitos dos seus seguidores. O bom trabalho realizado já lhes garantiu ofertas de emprego, em regime part-time, claro.


Perante a avalanche de dados que a pandemia da covid-19 veio introduzir no quotidiano do cidadão comum — tais como os novos casos, os internamentos, os óbitos, o índice de transmissibilidade, ou o Ro, entre outros — tornou-se uma prática frequente, no contexto de cada país, a criação de sites ou contas nas redes sociais que os compilassem e apresentassem à população num formato legível. Em Portugal, a conta Vost Portugal (Associação de Voluntários Digitais em Situações de Emergência) tem sido um exemplo destas iniciativas — apesar do seu âmbito ir para além da pandemia.

Esta semana, uma página australiana foi notícia por os seus fundadores, que mantiveram a sua identidade anónima desde o início da pandemia, revelarem ser, afinal, um grupo de três adolescentes com idades entre os 14 e os 15 anos. A informação foi divulgada pelos próprios, a propósito da toma da primeira dose da vacina, ocasião em que aproveitaram para posar para uma fotografia juntos — a qual foi posteriormente divulgada no site e nas contas oficias da iniciativa, intitulada CovidbaseAU —, já que passaram, finalmente, a fazer parte das estatísticas que diariamente publicavam.

Em entrevista à ABC TV, o grupo, que iniciou o projeto em fevereiro deste ano, afirmou que a ideia surgiu “apenas por diversão” com os três a nutrirem especial interesse por áreas como programação e meios de comunicação. “Sendo muito interessados em dados, decidimos pegar no que temos feito ao longo dos últimos anos e criar algo a partir daí. Dedicamos muito tempo a tentar tornar as nossas plataformas o mais compreensíveis possível”, explicou Jack, um dos elementos do grupo.

Um dos problemas do sistema de dados oficial australiano é que há seis entidades estaduais e territoriais a divulgar informação, juntamente com o Governo federal, muitas vezes com formatações diferentes e publicada em sítios da Internet distintos — o que dificultava o entendimento por parte da população. Com o trabalho feito pelo grupo de amigos, tudo passou a estar acessível numa única plataforma e com um formato homogeneizado.

Ao longo dos últimos meses, com o processo de vacinação a acelerar no país, a página conseguiu conquistar mais de 25 mil seguidores e é frequentemente citada por órgãos de comunicação social australianos — que recorrem aos dados ali compilados para elucidar a população sobre a evolução da situação pandémica.

À primeira vista, parece ser um trabalho de grande responsabilidade e que requer muito tempo, principalmente para um grupo de adolescentes que tem de conciliar a recolha e tratamento dos dados com os estudos, já que os três elementos estão naturalmente em idade escolar. A gestão torna-se mais fácil face à atual situação de confinamento que a Austrália está a viver, com as saídas para o exterior sejam reduzidas ao essencial.

“Neste momento, estamos em Melburne e estamos em confinamento, por isso temos mais tempo para fazermos as coisas mais livremente. Conseguimos fazer as nossas tarefas da escola, não se preocupem, mas é um pouco um ato de malabarismo, explicou Jack.

Para além da situação de confinamento, outro aspeto que parece ajudar os jovens é a organizada distribuição de tarefas entre os três, de acordo com as áreas que mais agradam a cada um dos elementos: Jack é responsável pelos dados, Darcy é o programador e Wesley é o que se pode chamar de all-rounder, ou seja, um faz tudo, já que trata de se manter atualizado sobre todas as notícias relevantes que são divulgadas, de produzir infografias e emojis, como explica o The Guardian.

A reação dos utilizadores à revelação foi positiva, com muitos a congratular o grupo pela iniciativa. A publicação que deu a conhecer a identidade e idade dos fundadores do site recebeu mais de 16 mil gostos nas 24 horas, mas também ofertas de emprego em part-time no departamento de saúde do Instituto Burnet.

https://zap.aeiou.pt/sites-dados-covid-australia-adolescentes-433983

 

Aeroporto de Las Palmas inoperacional devido à acumulação de cinzas !

O aeroporto de La Palma, na Ilha de Tenerife, nas Canárias, está inoperacional por acumulação de cinzas, resultante da erupção do vulcão Cumbre Vieja, informou hoje a empresa gestora dos aeroportos e do tráfego aéreo (AENA).

Vulcão, La Palma

Segundo a empresa, citada pela agência EFE, iniciaram-se já as tarefas de limpeza, podendo a navegação aérea ser retomada a qualquer momento.

A AENA [Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea] informou que os demais aeroportos das Ilhas Canárias estão operacionais, embora recomende aos viajantes que verifiquem com as suas companhias aéreas a situação de seus voos.

“A prioridade é garantir a segurança das operações”, disse o responsável do aeroporto de La Palma.

Entretanto, de acordo a informação avançada à EFE, a companhia aérea das Canárias Binter, que tinha suspendido na sexta-feira voos devido ao comportamento das nuvens de cinza, retomou os seus horários com a ilha de La Gomera e com os aeroportos de Tenerife Norte e Sul, mas mantém os voos de e para La Palma encerrados.

O vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção no domingo depois de mais de uma semana em que foram registados milhares de sismos na região.

Dezenas de casas já foram destruídas pela lava do vulcão que continua a correr em direção ao mar, mas não há vítimas depois de as autoridades terem retirado mais de 6.000 pessoas da zona da erupção.

https://zap.aeiou.pt/aeroporto-de-las-palmas-inoperacional-434122

 

Austrália, Japão, EUA e Índia reúnem-se “sem objetivos militares”, mas China sente-se ameaçada !

Estados Unidos, Austrália, Japão e Índia reuniram-se naquela que foi a primeira reunião do chamado Quad. A China sente-se ameaçada e avisa que o grupo está “fadado ao fracasso”.


Joe Biden liderou esta sexta-feira a primeira reunião presencial do chamado “Diálogo Quadrilateral para a Segurança”, conhecido como Quad. Além dos Estados Unidos, o grupo conta ainda com Austrália, Japão e Índia.

Depois do AUKUS, um pacto na área da Defesa e Tecnologia que une os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido, esta é uma nova tentativa de Biden combater o peso da China na região do Indo-Pacífico, escreve o Expresso.

“Estamos aqui juntos, na região do Indo-Pacífico, uma região que queremos ver sempre livre de coerção, onde os direitos soberanos de todas as nações são respeitados e onde as disputas são resolvidas pacificamente e de acordo com o direito internacional”, disse o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, no início da reunião.

“Temos um compromisso inabalável com um Indo-Pacífico livre e aberto”, disse, por sua vez, o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga.

A China já sentiu o cheiro a ameaça e não tardou a reagir à criação do Quad através do porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian.

“Um grupo fechado e exclusivo cujo objetivo é opor-se a outros vai contra o ar dos tempos e contra as aspirações regionais de vários países. Não encontrará apoio e está fadado ao fracasso”, disse, sem nunca referir o nome do grupo.

No seu discurso na 76.ª Assembleia Geral da ONU, Joe Biden realçou que não quer uma nova Guerra Fria. E um porta-voz da Casa Branca sublinhou que o encontro do Quad é “informal” e não contém “nem uma dimensão militar nem uma dimensão securitária”.

Entre outros assuntos, falou-se sobre a criação de um programa de bolsas de estudo para abrir as principais universidades norte-americanas a estudantes indianos, australianos e japoneses; a criação de uma rede verde para o transporte de mercadorias; e a produção, na Índia, de mil milhões de doses de vacina contra a covid-19.

Os países do Quad não querem hostilizar a China — nem podem —, muito menos agora que a nova Rota da Seda vai trazer um investimento chinês em dezenas de países subdesenvolvidos da região.

https://zap.aeiou.pt/australia-japao-eua-india-reunem-se-434111

 

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