Manifestação acontece no âmbito da Youth4Climate, uma reunião
que funciona como antecâmara da conferência COP26, onde deverão estar
reunidos os principais líderes mundiais com o objetivo de discutir
medidas concretas e eficazes para fazer frente à emergência climática.
Centenas de jovens marcharam hoje no centro de Milão liderados pela ativista sueca Greta Thunberg para exigir ação climática urgente, quando ministros de vários países se reúnem em Itália para uma reunião preparatória para a conferência COP26.
A marcha, liderada não só por Thunberg mas também por outros convidados como a ativista Vanessa Nakate, seguia para um encontro de 400 jovens
de todo o mundo reunidos pela ONU para darem sua visão sobre a questão
das alterações climáticas, um mês antes da Conferência da ONU sobre o
clima (COP26), marcada para Glasgow, Reino Unido.
“Devemos chamar a atenção para o imenso problema da crise climática”, afirmou, citada por agências internacionais, Maria, de 15 anos, com o rosto pintado de verde e um fato branco de proteção completo. Além de felizes por estarem de regresso à luta na rua após meses de protestos online devido à pandemia de covid-19, os ativistas mostraram-se também confiantes no futuro da causa climática. “Seremos sempre mais. Isso mostra que o clima é importante para muitas pessoas”, prometeu a aluna alemã, Frida, de 24 anos, que estuda em Itália.
Os cartazes erguidos também demonstraram a mesma confiança, lendo-se frases como “o mundo está a acordar e as mudanças estão a acontecer, goste-se ou não“.
Durante esta madrugada cerca de 100 ativistas ocuparam pacificamente
a Praça Affari, onde fica a sede da Bolsa de Valores de Milão, para
reclamar ações políticas contra o clima. Os jovens integrantes da
plataforma “Justiça climática” e também ativos na reunião “Jovens pelo
Clima” (Youth4Climate), evento prévio à COP26, onde apresentaram propostas concretas aos políticos,
acamparam em tendas para passarem a noite e colocaram num grande cartaz
a frase: “a bolsa ou a vida”. De acordo com os meios de comunicação
italianos a noite passou-se tranquilamente sob fiscalização policial.
O evento de preparação da COP26, em que, até sábado, participam delegações de mais de 40 países,
reúne ministros, empresários, ativistas e organizações da sociedade
civil para discutir os principais aspetos políticos das negociações e
aprofundar alguns dos principais temas que serão discutidos na Conferência da ONU.
Na inauguração do evento, na quinta-feira, os jovens foram ouvidos pelo primeiro-ministro italiano, Mario Draghi,
e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que reconheceram o
impacto da mobilização dos jovens e a importância da causa ambiental.
“A vossa mobilização teve um grande impacto e podem ter certeza de uma coisa: estamos a ouvir-vos“, disse Draghi, enquanto Johnson lamentou que possam ter de ser os jovens a “pagar as consequências de algo que não fizeram”.
Criminosos deslocavam-se entre a Alemanha e os Países Baixos,
onde montaram um complexo que servia para armazenar caixas de
multibanco que serviam para testar quais os melhores procedimentos para
as explodir da forma mais eficaz.
Uma investigação de 18 meses das polícias alemãs e holandesas
terminou de uma maneira improvável: com os criminosos, assaltantes de
caixas multibanco, se terem ferido — um deles mortalmente — enquanto gravavam vídeos em formato tutoriais a explicar quais os melhores procedimentos para explodir os dispositivos e garantir o acesso ao dinheiro.
Segundo o The Guardian, a dupla construiu mesmo um complexo, na cidade holandesa de Utrech, onde fazia as filmagens, conduzia as experiências e armazenava as caixas multibanco que adquiria. Este último gesto foi, de resto, o que mais pistas deu — até ao acidente mortal — sobre o paradeiro dos criminosos.
“Os criminosos gravavam vídeos que depois entregavam em mãos a outros criminosos”, explicou a Europol.
“O principal suspeito, um indivíduo com 29 anos, fez-se explodir
involuntariamente enquanto gravava um destes vídeos. O seu acompanhante,
outro indivíduo de 24 anos, ficou seriamente ferido e foi
posteriormente detido. A explosão mortal remonta a setembro de 2020.
Os agentes da polícia de Osnabruck, na Alemanha, identificaram um conjunto de “encomendas suspeitas” de caixas multibanco a uma empresa alemã, tendo seguido o rasto dos equipamentos até ao outro lado da fronteira, onde uma dupla de rapazes geria o esquema.
“O par fazia encomendas de diferentes modelos de ATM’s
e gravava tutoriais para mostrar a forma mais eficiente de os
explodir”, explicaram a Europol e a Eurojust, agência europeia de
assuntos judiciais. “As máquinas de multibanco eram rebentadas através
de explosivos artesanais, o que constitui um sério risco para residentes e transeuntes.”
Esta semana, a polícia holandesa, auxiliada pela Europol, prendeu mais três pessoas
durante operações de rusgas que decorreram em Utrecht, Amesterdão e The
Hangue, mas também em sete propriedades. Os detidos foram
posteriormente extraditados para a Alemanha. Ao longo do último ano, outras seis pessoas foram detidas nos Países Baixos no âmbito desta investigação.
Estima-se que o par tenha estado ligado a pelo menos 18 assaltos a máquinas de multibanco na Alemanha, os quais terão rendido 2.15 milhões de euros.
A Bielorrússia tem deixado entrar migrantes maioritariamente
afegãos e iraquianos que depois envia para a fronteira com a Polónia,
como retaliação contra as sanções impostas pela UE. Várias ONGs
criticaram o estado de emergência decretado pela Polónia.
O tratamento do governo polaco dos migrantes presos na fronteira com a
Bielorrúsia continua a gerar preocupação. As críticas subiram de tom
depois de Varsóvia ter decidido avançar com a extensão do estado de emergência.
O país enviou também dezenas de milhares de mensagens para os
telemóveis dos estrangeiros ao longo da fronteira com a Bielorrússia a
tentar convencer os migrantes a voltar para trás. “A fronteira polaca está fechada. As autoridades da Bielorrússia mentiram. Volte para Minsk!”, lia-se nas mensagens escritas em inglês.
De acordo com o Ministério do Interior, só na terça-feira, foram
enviadas cerca de 31 mil mensagens para telefones na zona fronteiriça.
As mensagens tinham um link para um site onde os migrantes eram avisados
que a travessia ilegal pode levar à prisão e que
referia que o mau tempo podia ser perigoso para a saúde dos migrantes,
isto depois de recentemente terem morrido seis pessoas na zona de
hipotermia e exaustão.
Nas últimas semanas, a Polónia enviou milhares de militares para a fronteira e construiu uma cerca de arame farpado.
Também jornalistas e ONGs foram proibidos de andar em toda a fronteira,
com 400 quilómetros, e foi imposto um estado de emergência.
A crise humanitária na fronteira já não é de agora, mas
intensificou-se nas últimas semanas. Cidadãos maioritariamente do
Iraque, Afeganistão, Síria, Iémen têm chegado à Polónia através da fronteira com a Bielorrússia, que tem transportado migrantes ou facilitado as deslocações através da atribuição de vistos.
Depois de chegarem legalmente à Bielorrússia, os migrantes são depois
levados pelas autoridades até à fronteira com a Polónia para a
atravessarem e assim entrarem na União Europeia. Esta política tem sido
usada como retaliação depois da UE ter imposto sanções ao governo de Lukashenko.
Inicialmente, a polícia polaca estava a prender os migrantes e a
colocá-los em centros de detenção, mas o agravamento da situação tem
complicado a resposta das autoridades. A oposição e a UE tinham já
criticado o decreto de estado de emergência como uma forma de tentar bloquear os jornalistas de noticiar o tratamento a que os migrantes estão a ser sujeitos na fronteira.
A comissária europeia para assuntos internos, Ylva Johansson,
encontrou-se com o Ministro do Interior da Polónia, Mariusz Kamiński, em
Varsóvia na terça-feira à noite, mas não conseguiu concessões no pedido
de que membros da força europeia para as fronteiras possam entrar na
zona.
ONGs acusam Polónia de devolver migrantes ilegalmente
Várias ONGs têm também acusado o governo de devolver as migrantes ilegalmente à Bielorrússia e de não lhes dar apoio médico,
comida e abrigos apropriados. A Amnistia Internacional fez também uma
análise das imagens de satélite e de outras fotos e vídeos que mostram
que desde Agosto houve pelo menos uma devolução.
O grupo revelou na quinta-feira que 32 pessoas estavam na Polónia a
18 de Agosto mas de volta à Bielorrússia no dia seguinte, levantando a
suspeita de que guardas polacos armados estavam a obrigar os migrantes a regressar. A Amnistia reforça que obrigar requerentes de asilo a voltar a atravessar a fronteira vai contra a lei internacional.
A ONG polaca Fundação Ocalenie, pediu a Johansson que usasse a
autoridade da UE para garantir que a Polónia “respeite a lei
internacional e assegure os valores democráticos”. A ONG considera
também que Lukasheko está a “jogar um jogo cínico“, mas
recusa-se a “aceitar que a Polónia – um estado-membro da União Europeia
há 17 anos – use tácticas igualmente desumanas” para lidar com a crise
humanitária.
Para além da Polónia, a Lituânia e a Letónia também reportaram
grandes aumentos no número de migrantes. As autoridades polacas afirmam
que já 11 500 pessoas tentaram atravessar a fronteira
ilegalmente só este ano, incluindo 6000 só em Setembro, enquanto que o
número total em 2020 foi cerca de 100.
O governo polaco ainda não respondeu directamente às acusações das ONGs, mas já referiu que os migrantes não são refugiados e que estão a ser usados como arma de arremesso pela Bielorrússia, insistindo que tem o direito a defender as suas fronteiras.
As autoridades foram também apanhadas a tentar representar os migrantes como radicais
e criminosos. O Ministro da Defesa polaco mostrou esta semana imagens
pornográficas violentas aos jornalistas que alegou terem sido recolhidas
de telemóveis de migrantes.
No entanto, descobriu-se mais tarde que as imagens eram antigas e
estavam disponíveis na internet, o que suscitou críticas até de meios de
comunicação que normalmente apoiam o governo, que foi acusado de
espalhar “mentiras e manipulação” pela oposição.
Um relatório desclassificado sobre os sintomas sentidos por
diplomatas em Cuba põe de lado a teoria da exposição direta a radiação
micro-ondas. Os culpados podem mesmo ter sido os grilos.
No fim de 2016, depois de serem surpreendidos por um ruídos agudos e
persistentes, vários diplomatas norte-americanos que serviam na
Embaixada de Cuba adoeceram, apresentando sintomas que incluíam dores de
cabeça, dores de ouvidos, perda auditiva, vertigens e náuseas.
Recentemente, a Buzzfeed News publicou um documento desclassificado do Departamento de Estado dos Estados Unidos, concluído em 2018 e classificado como secreto, que rejeita a teoria de que terá sido a exposição direta a radiação micro-ondas a causar a Síndrome de Havana.
O relatório científico considera altamente improvável que as
radiações tenham sido a causa dos incidentes e indica que os ruídos
podem mesmo ter sido causados por grilos.
Apesar de o documento não concluir definitivamente o que causou os misteriosos sintomas, indica que a “psicologia das massa” pode ter contribuído para a queixa dos funcionários.
“Acreditamos que os sons gravados são de origem mecânica ou biológica, e não eletrónica. A fonte mais provável é o grilo de cauda curta das Índias“, lê-se no documento. “O sofrimento relatado pelos afetados é real” e “efeitos psicológicos podem servir para o explicar”.
A teoria dos grilos já tinha sido apresentada como uma provável explicação, mas o Governo norte-americano rejeitou-a
com base noutro relatório, encomendado pelo Departamento de Estado e
divulgado por um painel das Academias Nacionais de Ciências, no ano
passado, que, uma vez mais, apontou para a teoria da radiação
micro-ondas.
Desde que os diplomatas norte-americanos em Havana começaram a
relatar sons estranhos que ouviam nas suas casas, surgiram já várias
teorias sobre o que terá acontecido. Há a versão do “ataque sónico”, dos
grilos e até de uma histeria coletiva.
Até hoje, a Síndrome de Havana ainda é um mistério.
A popularidade da carne que não é carne tem crescido, com mais cadeias de fast-food nos EUA a criar menus com hambúrgueres feitos à base de plantas e não foram só os vegetarianos e veganos a renderem-se.
Para além de serem melhores para o planeta, os hambúrgueres com
“carne” vegana são também as novas grandes e improváveis apostas das
cadeias de restaurantes de fast-food – mas não são só os vegetarianos e veganos que se mostram fãs dos novos menus.
Entre o Impossible Whopper do Burger King e o recém-lançado McPlant
do McDonald’s no Reino Unido, já há alguns anos que os hambúrgueres
vegan estão a começar aos poucos a entrar nos menus dos restaurantes de fast-food e um novo inquérito mostra que quem come carne está também disposto a experimentar as novidades.
Seja para satisfazer a curiosidade sobre se realmente sabem a carne
animal ou porque estão à procura de cortar no consumo de carne por
razões de saúde ou ambientais, 72% dos inquiridos numa sondagem do Piplsay que já comeram hambúrgueres veganos também comem carne animal.
Dos 30 700 norte-americanos inquiridos, 71% revelou que já ouviu falar de substitutos para carne feitos à base de plantas nos restaurantes de fast-food e 54% desses 71% já os tinham experimentado.
“Ao longo dos últimos anos, o fenómeno da carne falsa tem deixado de ser apenas uma curiosidade altamente especulativa para um item de comida muito procurado, não só em mercearias mas também servido nos balcões de cadeias populares de fast-food“, escreve a Pplsay.
Desde hambúrgueres até pizzas e tacos, “uma grande diversidade
de alternativas sem carne estão disponíveis para os clientes hoje em
dia, muitos dos quais estão a optar por elas por razões de saúde,
ambientais e éticas”.
Os produtores estão a esfregar as mãos a ver o crescimento da procura
deste tipo de alternativas à carne. “Se conseguirmos fazer carne
baseada em plantas com o mesmo sabor delicioso, a ser
melhor para a saúde e em último caso conseguir que o preço seja mais
baixo do que da proteína animal, achamos que muitos poucos consumidores
não optariam por isso”, revela um porta-voz da Beyond Meat à Business Insider.
Segundo a analista de mercados SPINS, que é parceira da Beyond Meat, a
marca é a líder nas vendas de carne vegana nos Estados Unidos e está disponível em mais de 80 países. A maior competidora é a Impossible Foods, que ficou conhecida pelo seu Impossible Burger e pela parceria com o Burger King.
Já a Eat Just, que produz o substituto de ovos Just Egg, também está a crescer nas parcerias com restaurantes e na popularidade com as gerações mais novas.
“Estamos a ver que os comedores de carne e os flexitarianos
(pessoas que são maioritariamente vegetarianas e comem carne de vez em
quando) estão interessados em experimentar estas opções. Vamos continuar
a ver mais inovação na oferta baseada em plantas com o crescimento da
procura”, afirma Alexandra Dallago, da Eat Just, à Insider.
Há muitos vegetarianos e veganos que não se mostram surpreendidos com o domínio dos comedores de carne na procura por fast-food à base de plantas e que referem também que muitos veganos e vegetarianos já sabem onde procurar refeições à sua medida e que por isso não procuram tanto as cadeiras de restaurantes mais populares.
Mesmo com o crescimento da popularidade deste menos, um inquérito da
Gallup de 2018 concluiu que apenas 3% dos norte-americanos se
identificam como veganos e que 5% são vegetarianos.
O museu Kunsten, na Dinamarca, deu cerca de 72 mil euros a um
artista para recriar duas obras de arte antigas com notas. Jens Haaning
deixou duas telas em branco, intitulou o trabalho artístico de Take the Money and Run e fugiu.
O Museu de Arte Moderna Kunsten, na Dinamarca, entregou 534 mil coroas dinamarquesas, cerca de 72 mil euros, a Jens Haaning. O objetivo era que o artista recriasse duas obras de arte em que utilizaria as notas como material.
Segundo a BBC,
a exposição sobre o futuro do trabalho foi inaugurada, mas os dois
grandes quadros cheios de notas – que representariam o salário anual na
Dinamarca e na Áustria – não estavam lá.
Os visitantes do museu depararam-se com duas grandes telas em branco, um trabalho que o artista de 56 anos intitulo como Take the Money and Run. E fugiu mesmo.
“A obra de arte é que eu levei o vosso dinheiro”, disse Hanning. “Encorajo outras pessoas que têm condições de trabalho tão miseráveis como eu a fazerem o mesmo”, acrescentou o artista.
Lasse Andersson, diretor do museu na cidade de Aalborg, disse à
cadeia britânica que se riu com a ousadia de Jens Haaning e admite que o
artista é alguém com muito sentido de humor. Sobre as alegações, o
diretor refuta que o museu não tinha concordado em pagar-lhe de forma
justa.
Haaning tem até 16 de janeiro para devolver o dinheiro.
Os grupos LGBTI e feministas russos devem passar a ser
classificados como “extremistas”, disse na quarta-feira o presidente da
comissão para a proteção de crianças da agência Roskomnadzor, Andrei
Tsyganov.
“A ideologia LGBTI, o feminismo radical e os movimentos livres de
crianças devem ser reconhecidos como extremismo – uma ideologia
extremista”, afirmou à agência TASS, citada pelo Moscow Times.
Segundo o responsável, a medida ajudaria a proteger crianças e
adolescentes russos da influência de conteúdo destrutivo nas redes
sociais e na Internet.
O anúncio foi feito no mesmo dia que o Ministério da Justiça russo aplicou o rótulo de “agente estrangeiro” ao Centro Ivanovo de Estudos de Género, uma organização sem fins lucrativos de pesquisa e educação.
O governo do Presidente Vladimir Putin lançou uma repressão aos
movimentos liberais e progressistas na última década, no que as
autoridades afirmam ser um esforço para reverter o declínio da população
e preservar os valores tradicionais.
Em 2013, o país proibiu a propaganda homossexual. No início deste
ano, o Rússia Unida, partido no governo, criou propostas para proibir o
que identifica como propaganda de poliamor e bissexualidade. As
organizações que apoiam vítimas de violência doméstica também foram rotuladas de “agentes estrangeiros”.
O país já havia aplicado a designação “extremista” aos Testemunhas de
Jeová e às organizações ligadas ao opositor Alexei Navalny.
Kim Yo-jong é a irmã mais nova de Kim Jong-un e fala-se de
que pode estar na calha para suceder o seu irmão na liderança da Coreia
do Norte.
Quando recentemente o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, pediu o fim da guerra na Península da Coreia, a resposta inicial foi uma rejeição do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte.
Esta tem sido a típica resposta de Pyongyang sempre que surge a ideia
de transformar o armistício de 1953 entre as duas Coreias em guerra num
tratado de paz.
Portanto, foi uma surpresa quando, no dia seguinte, uma mensagem um tanto mais calorosa emergiu de Kim Yo-jong, a irmã do líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, que declarou a ideia “admirável”.
Contudo, especificou uma série de pré-condições que precisariam de ser atendidas:
“O que precisa de ser abandonado são as atitudes fraudulentas, o
preconceito ilógico, os maus hábitos e a postura hostil de justificar os
seus próprios atos e ao mesmo tempo culpar o nosso justo exercício do
direito à autodefesa”.
Este é o tipo de mensagem que normalmente se esperaria vir do próprio
Kim Jong-un, como tal isso gerou uma discussão sobre quanto peso o
mundo pode dar a uma declaração da sua irmã mais nova.
Quem é Kim Yo-jong?
A irmã do líder supremo chamou a atenção internacional pela primeira
vez em 2018, quando se tornou o primeiro membro da dinastia Kim da
Coreia do Norte a visitar a Coreia do Sul como diplomata. Fez parte da
delegação nacional para os Jogos Olímpicos de Inverno em PyeongChang,
nos quais os dois países competiram como uma equipa.
Yo-jong reuniu-se com o presidente Moon e apareceu em oportunidades
para fotos ao lado do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e do
primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe — que será sucedido por Fumio Kishida.
Após o que foi relatado como o seu triunfo diplomático nos Jogos Olímpicos de Inverno, o seu perfil cresceu ao encontrar-se com o presidente chinês, Xi Jinping, e esteve presente em todos os três encontros cara a cara entre o seu irmão e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No entanto, pouco se sabe sobre a infância de Kim Yo-jong — até mesmo a sua data de nascimento está envolta em incertezas.
Yo-jong é a filha mais nova do relacionamento do ex-líder supremo Kim
Jong-il com Ko Yong-hui, que era originalmente do Japão e, portanto, teria sido considerada como pertencente a uma casta inferior no complexo sistema songbun da Coreia se Kim Jong-il não tivesse retirado o registo oficial sobre a sua origem.
Diz-se que Kim Yo-jong frequentou a mesma escola particular com o seu
irmão mais velho em Berna, Suíça, depois disso frequentou a
Universidade Kim Il-sung, em Pyongyang, onde estudou ciências da
computação.
Em 2009, os problemas de saúde de Kim Jong-il tornaram a sucessão um
assunto de debate urgente e ficou cada vez mais claro que Kim Jong-un
estava a ser preparado para assumir a liderança após a sua morte. Mas no
funeral de Kim Jong-il, Kim Yo-jong foi fotografada ao lado de familiares mais velhos.
Yo-jong foi elevada ao politburo duas vezes, em 2017 a 2019 e 2020 a 2021. Além disso, também é líder do Departamento de Propaganda e Agitação,
no qual tem impulsionado o culto à personalidade em torno do seu irmão,
bem como feito declarações regulares sobre as relações externas da
Coreia do Norte.
Acredita-se que seja casada com Choe Song, o filho mais novo do secretário do Partido dos Trabalhadores Coreanos, Choe Ryong Hae, o que lhe dá outra fonte de poder político.
Presumível herdeira?
Quanto poder Kim Yo-jong realmente tem? Um incidente de junho de 2020
mostra até que ponto pode exercer a sua vontade na Coreia do Norte.
Em retaliação ao uso de balões por desertores sul-coreanos para
lançar panfletos de propaganda no Norte, advertiu que tinha ordenado que
o departamento encarregado dos assuntos intercoreanos “realizasse de
forma assertiva a próxima ação”, acrescentando que: “Em pouco tempo, uma
cena trágica do inútil escritório de ligação conjunta norte-sul seria
visto completamente colapsado”.
No dia seguinte, o edifício explodiu, sugerindo que, quando Kim Yo-jong pede algo, isso acontece.
Outro episódio interessante pode revelar detalhes sobre as relações de poder entre Yo-jong e o seu irmão. Em março de 2020, Kim Yo-jong emitiu a sua primeira declaração oficial,
atacando o gabinete presidencial da Coreia do Sul, a chamada Casa Azul,
que pediu ao Norte que parasse os seus exercícios de disparo. A
norte-coreana referiu-se à liderança como “uma mera criança” e “uma
criança queimada com medo do fogo”.
Dois dias depois, Kim Jong-un enviou uma mensagem de condolências
pelo surto de covid-19 no sul. Isto “sublinhou a sua amizade e confiança
inabaláveis para com o presidente Moon e disse que ele continuará a
enviar silenciosamente os seus melhores votos para que o presidente Moon
supere isto”.
A mensagem deixou os observadores da Coreia confusos sobre se os irmãos estavam em desacordo sobre as relações Norte-Sul ou se isso era uma demonstração de diplomacia “good cop, bad cop” (“polícia bom, polícia mau”).
Esta é uma família onde muitos dos possíveis candidatos do sexo masculino ao poder foram executados ou assassinados
— incluindo Kim Jong-nam, meio-irmão de Kim Jong-un que foi assassinado
com o agente nervoso VX no aeroporto de Kuala Lumpur em 2017; e o seu
tio, Jang Song-thaek, que terá sido executado por um pelotão de
fuzilamento em 2013, após ser acusado de ser contra-revolucionário.
Portanto, a situação do relacionamento de Kim Yo-jong com o seu irmão
é tão examinada quanto a saúde física de Kim Jong-un quando se trata de
se — e quando — pode estar em posição de desafiar o derradeiro poder na Coreia do Norte.
Na Coreia do Norte, parece que para alcançar a liderança é necessário agarrar o poder da trindade dos militares, do partido e do povo.
Tanto Kim Jong-il quanto Kim Jong-un tornaram-se figuras importantes da
Comissão de Defesa Nacional, assim como o partido através do Partido
dos Trabalhadores Coreanos (KWP).
Kim Yo-jong pode ter alcançado o reconhecimento de nome na sua
capacidade de porta-voz de negócios estrangeiros e tem acesso ao poder
no KWP. Mas ainda não foi nomeada para um cargo na Comissão de Defesa
Nacional.
Se isso acontecer em breve, pode ser um sinal de que a Coreia do Norte está a preparar-se para a sua primeira mulher líder.
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse esta
quinta-feira que foi alvo de troça em Portugal pelo facto de o seu
Governo defender o uso de fármacos sem comprovação científica contra a
covid-19.
A declaração de Bolsonaro deu-se durante a sua
habitual transmissão em vídeo nas redes sociais, em que, entre outros
temas, voltou a defender aquilo a que chama de “tratamento precoce” contra a covid-19, um conjunto de fármacos sem eficácia contra a doença, como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e nitazoxanida.
“Eu vi um deboche [troça] de uma televisão
portuguesa em cima da gente. Não sei viram esse filme aí. O repórter
falando que entrevistou o [Hamilton] Mourão [vice-presidente do Brasil].
Perguntaram o que é que o Mourão tomou [quando esteve infetado] e ele
falou ‘tomei isso'”, começou por contar Bolsonaro.
“Daí, a repórter brasileira pergunta: ‘tomou
isso? mas não tem comprovação científica contra a covid-19!’ e o Mourão
respondeu: ‘mas eu estou vivo’. Piada em Portugal. Piada!“, criticou o mandatário brasileiro.
Após ser diagnosticado com covid-19 em
dezembro do ano passado, Hamilton Mourão fez uso de hidroxicloroquina,
azitromicina e nitazoxanida, segundo informou a própria assessoria da
vice-presidência na ocasião.
Segundo o chefe do Estado, os que falam contra o “tratamento precoce” “tremem” e “falam fino” quando recebem um diagnóstico positivo da doença e passam a “tomar qualquer” coisa.
Bolsonaro aconselhou os brasileiros infetados
com o novo coronavírus a procurar um profissional de saúde, assegurando
que a “maioria dos médicos” com quem tem conversado receita esses
fármacos aos seus pacientes.
O líder brasileiro insinuou ainda que o
ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que cumpre quarentena nos Estados
Unidos da América (EUA) após ter sido infetado na sua deslocação à
Assembleia Geral das Nações Unidas, possa ter usado medicamentos
ineficazes contra a covid-19.
“Quero que a imprensa, quando o Queiroga
voltar ao Brasil… Vocês não vão ter coragem de perguntar, mas vai ter
repórter que vai. ‘Senhor Marcelo Queiroga, o senhor está vacinado com
as duas doses, é um homem que nunca foi visto sem máscara no Brasil e
contraiu o vírus’. Ninguém quer dizer que a vacina não serve para nada. Perguntem para ele, se fez algum tratamento inicial nos EUA”, disse.
Jair Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais
céticos em relação à gravidade da pandemia em todo o mundo, voltou na
quinta-feira a questionar a eficácia das vacinas, sugerindo que as
farmacêuticas teriam algum “interesse comercial” com a terceira dose
contra a doença.
“Porquê essa pressão por vacina? Há interesse
comercial? Ora, pessoal, não era suficiente uma ou duas doses? As
empresas não diziam que era assim? Pois, se tem a terceira dose, tem que
ser de graça, ou não é? Não é direito do consumidor?”, questionou o
mandatário.
Bolsonaro, que recusa o rótulo de “negacionista”,
disse ainda que a vacina “não é recomendável” para quem já foi infetado
porque, segundo o Presidente, quem contraiu o coronavírus “tem mais
anticorpos do que qualquer vacina”, argumento usado pelo próprio para
justificar o facto de ainda não ter recebido o imunizante.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela
pandemia e um dos mais atingidos no mundo ao totalizar 596.749 óbitos e
21,4 milhões de infeções pelo novo coronavírus.
A covid-19 provocou pelo menos 4.771.320
mortes em todo o mundo, entre 233,23 milhões infeções pelo novo
coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais
recente balanço da agência France-Presse.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, expressou vontade em
restaurar as linhas de comunicação paralisadas com a Coreia do Sul, nos
próximos dias, rejeitando as ofertas de diálogo dos Estados Unidos da
América (EUA), informou esta sexta-feira a imprensa estatal.
A declaração de Kim Jong-un é um esforço aparente
para abrir um fosso entre Seul e Washington, uma vez que deseja que a
Coreia do Sul o ajude a aliviar as sanções económicas e outras
concessões lideradas pelos EUA.
O Conselho de Segurança da ONU adiou uma reunião à porta fechada de emergência para discutir os recentes testes militares da Coreia do Norte,
de quinta para sexta-feira, a pedido da Rússia, China e outros
Estados-membros, que disseram que precisavam de mais tempo para se
preparar, segundo diplomatas.
A reunião foi solicitada pelos EUA, Reino Unido e França.
Durante um discurso no parlamento, na quarta-feira, Kim Jong-un disse
que o restabelecimento, no início de outubro, das linhas diretas
internacionais, que estão inativas há mais de um ano, realizaria os
desejos do povo coreano em restaurar a paz entre as duas Coreias, de
acordo com a Agência Central de Notícias da Coreia.
Kim Jong-un ainda acusou a Coreia do Sul de estar “empenhada em implorar apoio externo e cooperação, enquanto chama por colaboração internacional, na serventia aos EUA”, em vez de se comprometer a resolver as questões de forma independente entre as duas Coreias.
O líder norte-coreano ecoou os apelos da sua irmã Kim Yo-jong para
que Seul abandonasse a “atitude de trato duplo” e o “ponto de vista
hostil” sobre os testes balísticos e outros desenvolvimentos.
Alguns especialistas dizem que a Coreia do Norte está a pressionar a
Coreia do Sul para reduzir as críticas em relação aos testes com
mísseis, que são proibidos por resoluções do Conselho de Segurança da
ONU, como parte do seu objetivo de se afirmar como potência nuclear.
O Ministério de Unificação da Coreia do Sul respondeu que vai se preparar para a restauração das linhas diretas, dizendo que são necessárias para discutir e resolver muitas questões pendentes.
Sobre os EUA, Kim Jong-un rejeitou as repetidas ofertas dos
norte-americanos para retomar as negociações sem pré-condições,
chamando-as de uma tentativa de esconder a “política hostil”, acrescentando que as “ameaças militares” permanecem inalteradas.
A Administração Biden “está a promover o ‘engajamento diplomático ‘e o
“diálogo sem pré-condições’, mas isso não passa de um truque mesquinho
para enganar a comunidade internacional e ocultar seus atos hostis”,
disse Kim Jong-un.
“Os EUA estão totalmente inalterados ao exibir ameaças militares
e perseguir uma política hostil em relação à Coreia do Norte, mas
utiliza formas e métodos mais astutos para fazer isso”, acrescentou.
Kim Jong-un avisou que reforçaria o seu arsenal nuclear e ficaria
longe das negociações com Washington, se a Casa Branca não abandonasse a
sua “política hostil”, termo usado para descrever as sanções lideradas
pelos EUA e exercícios militares regulares entre Washington e Seul.
Identidade das autoras da partida — ou crime — só foi
conhecida esta semana. Partido estima que mais de um milhão de panfletos
tenha sido desperdiçado, mas ativistas aponta, para 5 milhões, qualquer
coisa como 72 toneladas de papel.
Na antecâmara das eleições alemãs do último domingo, um grupo de ativistas criou um website — com o aspeto mais profissional possível — a publicitar os seus serviços de entregas de panfletos. O objetivo? Convencer a AfD, partido da extrema-direita,
a comprar os seus serviços e, em vez de proceder à efetiva distribuição
dos panfletos, devolvê-los ao partido poucos dias antes da eleição. À
partida, pode parecer um plano um tanto rebuscado, mas resultou mesmo e os ditos panfletos não chegaram às mãos dos eleitores antes das urnas abrirem.
Tal como noticia o The Washington Post, o website criado vendia os serviços da empresa como “confiável, pontual e barata“,
o que terá sido o suficiente para convencer a AfD a entregar-lhe a
distribuição de pelo menos um milhão de panfletos — as ativistas, que se
opõem às políticas do partido, falam em cinco milhões.
Organizadas num grupo intitulado Centro para a Beleza Política (ou
Center for Political Beauty, na versão em inglês), que é também um coletivo artístico,
as ativistas posicionam-se contra a retórica contra refugiados ou
tentativas de desvalorizar o holocausto, pontos que têm sido
frequentemente evocados pela AfD — que nestas eleições também prometeu,
caso fosse eleito, acabar com as medidas restritivas destinadas a conter
a covid-19.
A partida, se assim lhe quisermos chamar, poderá custar ao grupo um
processo judicial, já que a AfD promete não deixar impune o ato. Segundo
o Público, que cita a agência noticiosa alemã Deutsche Presse-Agentur, o partido ainda não contabilizou o prejuízo decorrente do ato, mas já se sabe que uma queixa criminal deverá mesmo acontecer. “Na verdade, não se pode falar em ‘ação artística‘”, disse o porta-voz do partido.
Apesar de só esta semana a identidade dos autores da peripécia ter
sido revelada, dias antes das eleições a AfD já teria comunicado parte
do sucedido, uma “operação fraudulenta“, tal como classificou Tino Chrupalla, membro da direção do partido. “Os panfletos são agora inúteis para a nossa campanha. Este era precisamente o objetivo daqueles por trás desta operação. Eles estão a tentar prejudicar intencionalmente a AfD nas eleições”, disse o político.
Apesar do teor do ato — apreciado por uns, criticado por outros —,
este parece ser do agrado de muitos alemães, já que ao longo das últimas
horas, com recurso a uma iniciativa de crowdfunding, o grupo de ativistas conseguiu angariar 100 mil euros destinados a ajudar na reciclagem dos panfletos que permaneceram na sua posse mas também para defender a “liberdade artística“.
Quem enviar donativos recebe isqueiros e t-shirts com o logótipo da
empresa de distribuição de panfletos que afinal não existe — mas que o
coletivo apelidou de “líder do mercado mundial na não-distribuição de panfletos nazis“.
Segundo explicou Thilda Rosenfeld, membro do grupo, ao The Washington Post, o seu objetivo era “manter o lixo fora da campanha eleitoral“, apesar de numa primeira fase estarem apenas a tentar implementar uma “ideia”. “Quando vimos que estava a resultar ficamos surpreendidas porque a AfD escolheu-nos várias vezes“, disse Rosenfeld.
Se a ação do grupo teve algum impacto nas eleições e respetivos resultados,
nunca se saberá. A verdade é que nas últimas eleições federais, há
quatro anos, a AfD conseguiu eleger pela primeira vez um deputado para o
Parlamento alemão e afirmou-se como a terceira força política no país.
No último domingo, caiu para sexta, com um resultado
nacional manifestamente inferior ao de 2017, apesar de ter sido a mais
votada nos estados federados da Turíngia e da Saxónia.
Em 2020, foram registados mais de 3300 avistamentos e ursos
na prefeitura de Iwate, quando em 2017 tinham sido apenas 700. Ataques
mortais são cada vez mais comuns.
Para muitas pessoas, a possibilidade de, no normal decorrer do dia,
se cruzarem com um urso é para além de remota, praticamente impossível.
Os animais não frequentes, por exemplo, na Europa. No entanto, este é um
problema com que os cidadãos japonenes têm que viver e, de preferência,
evitar. Recentemente, uma região japonesa adotou uma medida original
para aumentar a proteção da sua população: financiou a criação de uma
música rock que será amplamente divulgada e tocada para que todos a
possam ouvir.
Na letra, os versos estão repletos de conselhos para os habitantes
caso se vejam frente-a-frente com um uso, por exemplo, o facto de ser
inútil virar as costas e começar a fugir em passo apressado ou fingir-se
de morto. A música foi escrita por um grupo de sexagenários locais —
também responsáveis pela sua interpretação.
Yuuzen Taguchi, vocalista do grupo, admitiu à agência AFP que muitos
dos conselhos presentes na canção já lhe foram úteis no passado, quando
ele próprio se deparou com um urso perto de um campo. “É muito
assustador quando um deles aparece à tua frente. Queres fugir, mas os
meus avós ensinaram-me há muitos anos que se eu alguma vez encontrasse
um urso não deveria inverter o caminho que estava a fazer e começar a
fugir. Esses ensinamentos vem do conhecimento rural, onde vivi com ursos
por perto quando era criança”, explicou.
Em 2020, foram registados mais de 3300 avistamentos e ursos na
prefeitura de Iwate, quando em 2017 tinham sido apenas 700. Não é por
isso de estranhar que notícias de ataques sejam frequentes, com muitos a
terminar na morte dos cidadãos. As autoridades esperam que a música,
que será transmitida, por exemplo, nos altifalantes dos centros
comerciais, ajude a manter a população segura.
O autor da letra, Kaoru Toudou, revelou que a escreveu originalmente a
pensar num estilo mais blues, mas Taguchi acabaria por lhe dar uma
roupagem mais rock com os seus “vocais uivantes”. “Diz-se que que os
ursos são criaturas tímidas, por isso acho que ao ouvirem a música tocar
lá foram podem fugir”, explicou Toudou. “Esse é o poder do
rock’n’roll”.
Uma luta entre cartéis mexicanos para controlar as rotas do
tráfico de cocaína no Equador resultou em 116 reclusos mortos numa
prisão de alta segurança. Muitas das vítimas foram massacradas com
motosserras ou decapitadas com facões.
Na quarta-feira, enquanto as autoridades tentavam retomar a prisão
Litoral, na cidade de Guayaquil, foram encontrados corpos em vários
zonas do edifício. Um dia antes, imagens publicadas nas redes sociais
mostravam reclusos das gangues Los Choneros e Los Lobos a lutar com
facões, armas e granadas, no terceiro episódio do género registado este ano.
O coronel Mario Pazmiño, ex-diretor da inteligência militar do Equador, disse ao Guardian
que a escalada da violência foi impulsionada por grupos mexicanos que
disputam o controle das rotas de tráfico através de gangues locais.
“Este tipo de violência tem aumentado à medida que gangues lutam pelo
controle das prisões”, indicou. “A violência, o desmembramento, a
decapitação, são estratégias para semear o terror entre os reclusos para ganhar o controle territorial – não apenas dentro da prisão, mas fora”, acrescentou.
O Presidente do Equador, Guillermo Lasso, anunciou o estado de
emergência de 60 dias nas prisões, indicando disse que destacaria o
exército e direcionaria 24 milhões de dólares (cerca de 21 milhões de
euros) em fundos para pacificar as prisões.
“A violência extrema se normalizou nas prisões”, referiu Itania
Villarreal, ex-diretora da instituição estatal que trabalha para
reabilitar reclusos, sublinhando: “Já ocorreram os assassinatos mais
atrozes e desumanos, com decapitações, queimaduras, até mesmo com uso de
motosserras”.
“O sistema penitenciário entrou em colapso”, notou
Villarreal, culpando as autoridades por não realocarem membros de
gangues em prisões de segurança máxima e pela falta de funcionários nas
penitenciárias.
Mais de 200 reclusos morreram no Equador este ano, mais do que o
dobro do número do ano passado. Em fevereiro, 79 pessoas foram mortas
enquanto gangues rivais lutavam pelo controle em três prisões. Em julho,
mais 22 presos perderam a vida na mesma prisão.
As prisões em toda a América Latina estão sobrelotadas e controladas
por gangues criminosas que as usam como quartéis-generais para coordenar
o tráfico de drogas e outras atividades criminosas.
A Rolls-Royce anunciou na quarta-feira que vai deixar de
vender veículos movidos a gasolina até 2030. Daí em diante, a marca
britânica irá passar a ser totalmente elétrica.
A empresa quer entrar no mercado dos carros elétricos, adaptando-se assim à realidade de um mercado que mostra grandes preocupações com a sustentabilidade, sobretudo no que diz respeito à emissão zero de carbono no meio ambiente.
Numa publicação no LinkedIn, Torsten Müller-Ötvös, CEO da marca britânica, lançou o tema ao convocar os seus seguidores para o anúncio de um “empreendimento histórico”.
“Fiz uma promessa pública de que levaríamos o primeiro Rolls-Royce
totalmente elétrico ao mercado na década atual. Agora a nossa empresa
está a embarcar num empreendimento histórico para criar o primeiro carro luxuoso deste tipo. Irá acontecer mais cedo do que muitos pensavam ser possível”, adiantou.
Em comunicado, a marca anunciou ainda o nome do primeiro Rolls-Royce elétrico: o Spectre, que irá estar à venda em 2023. Porém, os testes do novo carro nas estradas públicas irão começar brevemente.
“Com este novo produto, estabelecemos as nossas credenciais para a
eletrificação completa de todo o nosso portefólio de produtos até 2030″,
referiu Torsten Muller-Otvos.
Uma profecia que se confirma
Charles Rolls profetizou um futuro elétrico para os automóveis, destaca o comunicado.
Em abril de 1900, o fundador da marca experimentou um carro elétrico
chamado de Columbia e considerou esta alternativa como a ideal.
Rolls referiu que “o automóvel elétrico é esplendidamente silencioso e limpo.
Não há nenhum odor ou vibração e será muito pertinente quando as
estações de recarga forem uma realidade. Mas não acredito que sejam
operacionais neste momento – pelo menos nos próximos anos”.
Uma estátua recentemente inaugurada em Sapri, em Itália, está
a ser alvo de críticas de muitos italianos que a consideram uma “ofensa
às mulheres e à história” que devia homenagear.
No último sábado, em Salerno, no sul de Itália, vários políticos,
entre os quais o ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, estiveram
presentes na cerimónia de inauguração de uma estátua que pretende
prestar tributo ao poema escrito, em 1857, por Luigi Mercantini.
O poema em causa, chamado “La Spigolatrice di Sapri”
e muito estudado no ensino italiano, conta a história de uma mulher que
se apaixona pelo revolucionário italiano Carlo Pisacane e de como a sua
tentativa de insurreição contra o Reino de Nápoles acabou por se
revelar um fracasso.
Pisacane esperava que os napolitanos se juntassem a ele e aos seus
300 homens numa revolução mas, em vez disso, estes aliaram-se aos
governantes e o revolucionário foi morto, assim como todos os seus
seguidores.
No entanto, conta a revista Vice,
a escultura saiu completamente ao lado do que os italianos estavam à
espera. Em vez de retratar Pisacane, ou os seus homens, a escultura
retrata a respigadora do poema, que usa um vestido justo ao corpo e
cobre os seios com uma mão enquanto olha para o mar atrás de si.
A escultura já se tornou viral em Itália, pelos motivos errados, com
muitos a considerarem que é inapropriada e ofensiva. É o caso de Laura
Boldrini, deputada do Partido Democrata, que escreveu na sua conta do Twitter que era “uma ofensa às mulheres e à história que era suposto celebrar”.
“Como é que as instituições podem aceitar a representação das
mulheres como um corpo sexualizado? O machismo é um dos males de
Itália”, considerou ainda a parlamentar.
A senadora Monica Cirinnà também usou o Twitter
para mostrar a sua indignação: “Esta estátua nada diz sobre a
autodeterminação da mulher que optou por não trabalhar para se erguer
contra o opressor Bourbon”, mas sim uma “bofetada na cara da história e das mulheres que ainda são apenas vistas como corpos sexualizados”.
Por sua vez, o responsável pela figura, o escultor Emanuele Stifano, partilhou uma publicação no Facebook na qual se mostrou “chocado e desanimado” com as críticas.
“Quando faço uma escultura, sempre tendo a cobrir o mínimo possível o
corpo humano, independentemente do sexo”, explicou, acrescentando que,
como esta está voltada para o mar, tal como no poema, ‘aproveitou’ a
“brisa do mar que bate para dar movimento à saia longa, destacando o
corpo”.
“Trata-se de sublinhar uma anatomia que não deveria ser um retrato fiel de uma camponesa do século XIX, mas antes representar um ideal de mulher, evocar o seu orgulho, o despertar de uma consciência, tudo num momento de grande páthos”, escreveu.
Em declarações à Associated Press, o autarca de Sapri,
Antonio Gentile, também afirmou que a perceção de sexismo “está nos
olhos de quem vê” e recusou a hipótese de a escultura vir a ser retirada
pois, considerou, isso só acontece “em países onde a democracia foi
suspensa”.
Uma alemã de 96 anos, que enfrenta acusações por ajudar e
incitar o assassinato de milhares de prisioneiros de campos de
concentração nazis foi detida pelas autoridades após fugir da casa de
repouso, na quinta-feira, quando o seu julgamento estava prestes a
começar.
Irmgard Furchner, que foi secretária no campo de concentração de Stutthof
quando tinha 18 anos, não compareceu no tribunal, embora tenha deixado a
casa de repouso em Quickborn, Pinneberg, de táxi. Posteriormente, foi
emitido um mandado de prisão, noticiou esta quinta-feira o Independent. Algumas horas depois foi detida.
Furchner já havia “anunciado que não queria comparecer” no tribunal,
no entanto, devido à sua idade e condição, não se esperava que “evitasse
ativamente o julgamento”, disse o oficial do tribunal Frederike
Milhoffer. A acusação foi remarcada até 19 de outubro.
A mulher é acusada de auxiliar no assassinato em 11.387 pessoas e
cumplicidade em sete casos de tentativa de homicídio. Está a ser julgada
por um tribunal de menores porque tinha 18 anos quando começou a
trabalhar no campo.
Em 2011, John Demjanjuk, ex-guarda do campo de
Sobibor, foi condenado por ajudar e encorajar o assassinato de 28.000
pessoas. No início de 2021, um homem de 100 anos foi acusado de
cumplicidade no assassinato de 3.518 pessoas, enquanto era guarda do
campo de Sachsenhausen.
Furchner insistiu que não tinha conhecimento de execuções no campo ou
sobre o assassinato sistemático de judeus, polacos e prisioneiros de
guerra soviéticos, embora a media alemã tenha revelado que o crematório
do campo podia ser visto a partir do seu escritório. Mais de 65.000
prisioneiros foram mortos em Stutthof.
“Eu era a estenógrafa do comandante Hoppe e dos seus assistentes, mas
fiz a maior parte do meu trabalho para Hoppe”, testemunhou Furchner em
1954, num julgamento contra os líderes do campo, acrescentando que nada
sabia sobre os assassinatos no campo.
O promotor Maxi Wantzen disse que Hoppe foi responsável por cumprir as ordens de execução no campo, compilando listas de deportação para Auschwitz-Birkenau e ordenando o assassinato em massa por meio de gás venenoso em Stutthof.
As autoridades mexicanas encontraram um novo campo de
extermínio em terrenos de Nuevo Laredo, no estado de Tamaulipas, na
fronteira com os Estados Unidos da América (EUA), onde o crime
organizado executou e queimou pessoas, foi hoje conhecido.
“[O campo] foi localizado na semana passada durante uma busca por
desaparecidos na estrada que liga Monterrey a Nuevo Laredo. Ainda havia
indícios de barris quentes usados para cremar os corpos”, disse Geovanni Barrios, um ativista que está empenhado nos trabalhos de procura de pessoas em Tamaulipas.
A área é protegida pela Guarda Nacional, onde a Comissão Nacional de
Busca de Pessoas (CNBP) e a Procuradoria-Geral de Tamaulipas continuam a
enterrar os restos mortais.
Bilhetes de identidade, roupas, machados e telemóveis
foram encontrados no chão, e presume-se que tenham sido utilizados
recentemente, porque alguns barris de estanho usados para queimar corpos
de pessoas ainda fumegavam.
Numa entrevista à W Rádio, a comissária Nacional de Busca disse na terça-feira que se trata de um “crematório clandestino de grandes dimensões” que “operou até recentemente”. Karla Quintana garantiu que as operações de busca poderão durar vários meses.
Este campo está localizado próximo ao quilómetro 26 da rodovia que
liga Monterrey (Nuevo León) e Nuevo Laredo (Tamaulipas), batizada pelos
residentes como a “estrada da morte”.
Só este ano, estima-se que mais de 80 pessoas, tanto no México como nos EUA, desapareceram nesta estrada,
com o agravamento da violência, devido aos conflitos entre grupos de
criminosos e ao poderoso cartel Jalisco Nueva Generación (CJNG).
“Em todo o estado de Tamaulipas estamos inundados de sepulturas
clandestinas, porque as autoridades não fizeram o seu trabalho”,
denunciou o ativista Geovanni Barrios – da organização não governamental
Justicia Tamaulipas – que considerou que a nova descoberta “demonstra a vulnerabilidade da sociedade contra o crime organizado”.
As autoridades atribuem os desaparecimentos como consequência do
aumento dos conflitos entre cartéis na região, sobretudo nas cidades
fronteiriças estratégias de Tamaulipas, onde se trafica droga e também
milhares de migrantes, negócio que agora concorre com o narcotráfico.
O México sofre uma grave crise com mais de 90 mil desaparecidos sem
localizar desde 1964, ano em que começaram a ser registados, embora a
grande maioria tenha sucedido a partir de 2007, com o início da chamada
guerra do narcotráfico, durante o governo de Felipe Calderón
(2006-2012).