As autoridades mexicanas encontraram um novo campo de extermínio em terrenos de Nuevo Laredo, no estado de Tamaulipas, na fronteira com os Estados Unidos da América (EUA), onde o crime organizado executou e queimou pessoas, foi hoje conhecido.
“[O campo] foi localizado na semana passada durante uma busca por desaparecidos na estrada que liga Monterrey a Nuevo Laredo. Ainda havia indícios de barris quentes usados para cremar os corpos”, disse Geovanni Barrios, um ativista que está empenhado nos trabalhos de procura de pessoas em Tamaulipas.
A área é protegida pela Guarda Nacional, onde a Comissão Nacional de Busca de Pessoas (CNBP) e a Procuradoria-Geral de Tamaulipas continuam a enterrar os restos mortais.
Bilhetes de identidade, roupas, machados e telemóveis foram encontrados no chão, e presume-se que tenham sido utilizados recentemente, porque alguns barris de estanho usados para queimar corpos de pessoas ainda fumegavam.
Este campo está localizado próximo ao quilómetro 26 da rodovia que liga Monterrey (Nuevo León) e Nuevo Laredo (Tamaulipas), batizada pelos residentes como a “estrada da morte”.
Só este ano, estima-se que mais de 80 pessoas, tanto no México como nos EUA, desapareceram nesta estrada, com o agravamento da violência, devido aos conflitos entre grupos de criminosos e ao poderoso cartel Jalisco Nueva Generación (CJNG).
“Em todo o estado de Tamaulipas estamos inundados de sepulturas clandestinas, porque as autoridades não fizeram o seu trabalho”, denunciou o ativista Geovanni Barrios – da organização não governamental Justicia Tamaulipas – que considerou que a nova descoberta “demonstra a vulnerabilidade da sociedade contra o crime organizado”.
As autoridades atribuem os desaparecimentos como consequência do aumento dos conflitos entre cartéis na região, sobretudo nas cidades fronteiriças estratégias de Tamaulipas, onde se trafica droga e também milhares de migrantes, negócio que agora concorre com o narcotráfico.
O México sofre uma grave crise com mais de 90 mil desaparecidos sem localizar desde 1964, ano em que começaram a ser registados, embora a grande maioria tenha sucedido a partir de 2007, com o início da chamada guerra do narcotráfico, durante o governo de Felipe Calderón (2006-2012).
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