domingo, 10 de outubro de 2021

“Tremenda destruição” - Flanco norte do vulcão Cumbre Vieja desaba !

O flanco norte do vulcão que entrou em erupção em 19 de setembro em La Palma desabou ontem ao início da noite, de acordo com o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan).


O Involcan publicou nas redes sociais imagens do colapso, que ocorreu no mesmo dia em que a face norte do cone de erupção do novo vulcão em La Palma entrou em colapso.

A informação foi avançada pela agência de notícias espanhola, Efe, cerca das 19:30 locais (mesma hora em Lisboa).

Este colapso parcial da face norte do cone do novo vulcão levou à emissão de fluxos de lava em várias direções, uma das quais causou preocupação ao deslocar uma grande massa de lava.

As novas correntes de lava estão “a gerar uma tremenda destruição no seu caminho”, alertou o (Involcan).

O vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção já no dia 19 de setembro, mas continua a expelir lava e mantém-se também a atividade sísmica.

https://zap.aeiou.pt/vulcao-cumbre-vieja-desaba-437009

 

MIT resolve antigo problema geométrico - Intrigava os matemáticos há 70 anos !

Um problema geométrico que tem intrigado os cientistas há, pelo menos, 70 anos foi resolvido por matemáticos do Massachusetts Institute of Technology (MIT).


As linhas equiangulares são linhas no espaço que passam por um único ponto e cujos ângulos em pares são todos iguais. Em 2D, representa as três diagonais de um hexágono, e em 3D, as seis linhas que ligam os vértices opostos de um icosaedro. Mas os matemáticos não estão limitados a três dimensões.

Citado pelo Europa Press, o autor principal da investigação, Yufei Zhao, disse que, “em grandes dimensões, as possibilidades podem parecer ilimitadas”, apesar de não o serem realmente – esta é a conclusão da equipa do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que resolveu um problema sobre a geometria das linhas no espaço de alta dimensão.

O estudo, que será publicado na edição de janeiro de 2022 da Annals of Mathematics, determina o número máximo possível de linhas que podem ser colocadas de modo a que sejam separadas por pares pelo mesmo ângulo.

Neste sentido, a matemática das linhas equiangulares pode ser codificada usando a teoria dos grafos espectrais, que nos diz como utilizar ferramentas de álgebra linear para compreender gráficos e redes. O “espectro” de um grafo é obtido através da conversão de um gráfico numa matriz e observando os seus valores.

“É como iluminar um feixe de luz intensa num gráfico e depois examinar o espectro de cores que aparece”, explicou Zhao. “Descobrimos que o espectro emitido nunca pode estar demasiado concentrado perto do topo. Este facto fundamental sobre os grafos espectrais nunca foi observado.”

Este trabalho fornece um novo teorema na teoria dos grafos espectrais: um grafo de grau limitado deve ter uma multiplicidade sublinear de segundos valores próprios. A prova requer conhecimentos inteligentes que relacionam o espectro de um grafo com o espectro de pequenas partes do gráfico, escreve o portal.

O comunicado do MIT explica que compreender linhas equiangulares pode ter importantes implicações na codificação e comunicação, uma vez que são exemplos de “códigos esféricos” – ferramentas importantes na teoria da informação, que permitem que diferentes partes enviem mensagens umas às outras através de um canal de comunicação ruidoso.

https://zap.aeiou.pt/mit-resolve-antigo-problema-geometrico-436327

 

Arqueólogos acreditam ter descoberto a verdadeira localização da Arca de Noé !

Uma equipa de arqueólogos acredita ter encontrado a icónica Arca de Noé nas montanhas da Turquia. Os geólogos insistem, no entanto, que a formação em causa é simplesmente uma rocha.


Em 1959, o cartógrafo Ilhan Durupinar descobriu um vestígio em forma de barco no topo de uma montanha na região Dogubayazit, na Turquia. Investigadores norte-americanos e cientistas turcos, que incorporam o Noah’s Ark Discovered Project, acreditam que têm em mãos provas de que a relíquia bíblica se encontra debaixo da superfície de Durupinar.

Com a ajuda de tecnologias avançadas em 3D, os investigadores afirmam ter descoberto uma estrutura em forma de barco feita pelo Homem debaixo do solo em Durupinar, no monte Tendurek, no leste da Turquia. A formação identificada nas digitalizações corresponde, segundo a equipa, às dimensões da descrição do Génesis da Arca de Noé.

Segundo o The Jerusalem Post, Andrew Jones e Fethi Ahmet Yüksel, do Departamento de Engenharia Geofísica e do Departamento de Geofísica Aplicada da Universidade de Istambul, estão ansiosos por continuar a estudar o local.

Mas o entusiasmo não é geral: os geólogos continuam a defender que o vestígio, descoberto pela primeira vez há cerca de 50 anos, é apenas uma formação rochosa.

Durupinar tem sido repetidamente questionada e refutada enquanto localização da Arca de Noé. Nos anos 70, e até aos anos 90, o investigador norte-americano Ron Wyatt estudou o local e publicou as suas descobertas.

O geólogo Lorence Collins acabou por refutá-las, em 1996, no Journal of Geosciences Education, defendendo que as descobertas se resumiam a uma simples formação rochosa natural com uma estrutura invulgar.

O interesse científico do local levou o Ministério da Cultura turco a colocar o sítio sob proteção nacional e a rotulá-lo como parque nacional, mas, até hoje, nenhum projeto oficial de escavação foi aprovado.

Ainda assim, várias equipas independentes continuam a estudar simultaneamente o local.

https://zap.aeiou.pt/localizacao-da-arca-de-noe-436356

 

Antigo jornalista chinês detido por “difamar mártires” da Guerra da Coreia !

O antigo jornalista chinês Luo Changping foi detido por “violar a reputação e a honra dos mártires nacionais” na sequência das suas críticas aos soldados que morreram numa batalha da Guerra da Coreia.


Luo, de 40 anos, foi detido na província meridional de Hainan, cujas autoridades disseram que as suas “declarações ilegais” eram uma “influência negativa”.

Embora o seu relato sobre o sucedido no Weibo – o equivalente chinês do Twitter, que é censurado na China – tenha sido entretanto suspenso, os meios de comunicações internacionais relatam que Luo alegadamente questionou a justificação legal para a intervenção da China para ajudar as tropas norte-coreanas na sua invasão da Coreia do Sul, que, por sua vez, foi ajudada pelos Estados Unidos.

O jornal “South China Morning Post” relata que Luo também chamou “estúpidos” aos soldados que morreram nas temperaturas geladas da batalha de Chosin – conhecida em chinês como Lago Changjin – entre finais de novembro e meados de dezembro de 1950, que terminou numa vitória para as tropas chinesas.

A China aprovou uma lei em 2018 proibindo a difamação de “heróis e mártires”, bem como a “distorção ou menosprezo” dos seus feitos, e em fevereiro acrescentou o crime de difamação de mártires ao Código Penal.

Luo Changping, que já não trabalha na imprensa, ficou conhecido no jornalismo de investigação depois de ter descoberto em 2012 um caso de corrupção em que o número dois da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, o principal órgão de planeamento económico da China), Luo Tienan, acabou por ser condenado a prisão perpétua.

https://zap.aeiou.pt/antigo-jornalista-chines-detido-436931

 

“Não nos podem obrigar a seguir o caminho escolhido pela China”, afirma Presidente de Taiwan !

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, apelou hoje ao reforço das defesas da ilha para mostrar que “ninguém pode forçar Taiwan a seguir o caminho que a China escolheu” para um território cuja soberania é reivindicada por Pequim.


No seu discurso no Dia da República Nacional da China, o nome oficial de Taiwan, a líder da ilha acrescentou que Pequim “não oferece nem um modo de vida livre e democrático para Taiwan nem soberania para os seus 23 milhões de habitantes” na visão das autoridades chinesas para aquilo a que chamam “reunificação”.

A mensagem de Tsai chega apenas um dia depois do Presidente chinês, Xi Jinping, ter assegurado que a China “pode e irá conseguir” a reunificação com Taiwan, desta vez deixando de lado a ameaça de o fazer pela força.

Por outro lado, o líder chinês falou do “princípio básico da ‘reunificação pacífica`” – e oferecendo a integração na República Popular sob `um país, dois sistemas` que é aplicado em Macau ou Hong Kong e que garante um certo grau de autonomia.

Esta oferta parece permanecer pouco atrativa para as autoridades de Taiwan, com o Tsai a apontar precisamente o controlo cada vez mais evidente de Pequim sobre Hong Kong em resposta aos protestos de 2019 e às últimas mudanças políticas.

“Depois de assumirem o controlo total de Hong Kong e de se atirarem aos ativistas pró-democracia, as autoridades de Pequim também se afastaram do caminho do desenvolvimento político e económico que começou (…) há décadas atrás”, frisou.

Tsai deixou claro hoje, em referência à tensão crescente com Pequim, que “de modo algum deverá haver qualquer impressão de que os taiwaneses cederão à pressão”.

Pediu ainda que o futuro de Taiwan fosse “decidido de acordo com a vontade do povo taiwanês”, após ter falado de um compromisso renovado com a democracia e a liberdade ou de resistência às tentativas de anexação ou invasão.

Sobre as relações com Pequim – que, segundo o Ministro da Defesa de Taiwan, estão a atravessar “o seu pior momento em 40 anos” – Tsai disse que não houve qualquer mudança na posição de Taiwan: “Afirmamos manter o `status quo`, faremos o nosso melhor para garantir que não seja unilateralmente alterado”.

“Para resolver as diferenças (com a China), ambas as partes precisam de entrar num diálogo baseado na igualdade“, disse a política, que está em funções desde 2016.

A presidente da ilha assegurou que “cada vez mais amigos democráticos estão dispostos a defender” Taiwan, destacando o progresso nas relações com o Japão, os Estados Unidos e a União Europeia.

“Em Washington, Tóquio, Camberra e Bruxelas, Taiwan já não se encontra à margem. (…) Taiwan já não é visto como o “órfão da Ásia”, mas como uma ilha de resiliência que pode enfrentar desafios com coragem”, enfatizou Tsai.

Contudo, reconheceu, o sucesso de Taiwan – um líder em indústrias chave como os semicondutores e um dos territórios que melhor controlou a pandemia – também tem outras consequências: “Quanto mais conseguimos, mais pressão enfrentamos da China. (…) Não temos o privilégio de poder baixar a nossa guarda“.

A ilha é governada de forma autónoma desde 1949, data em que as forças nacionalistas do Kuomintang ali se refugiaram depois de terem sido derrotados pelas tropas comunistas, que fundaram, no continente, a República Popular da China.

Pequim considera Taiwan parte da China, a reunificar, se necessário, pela força.

https://zap.aeiou.pt/china-taiwan-presidente-437045

 

sábado, 9 de outubro de 2021

“Doutrina porco-espinho” e “guerra da pulga”: Como Taiwan planeia travar uma invasão chinesa !

Desde a “doutrina porco-espinho” à “guerra da pulga”, Taiwan tem um plano cuidadosamente elaborado para defender uma eventual invasão chinesa.


O presidente chinês Xi Jinping fez uma promessa no início deste ano de concluir a “reunificação” da China (com Taiwan). Juntamente com as recentes violações do espaço aéreo soberano de Taiwan por aviões de guerra chineses, isso gerou especulações generalizadas sobre a segurança da ilha.

Há muito tempo que Taiwan se prepara para um possível conflito com a China. Há muito que reconheceu que a China é demasiado poderosa para se envolver num conflito em termos de igualdade.

Consequentemente, a estratégia de Taipei mudou para a dissuasão em termos de custos humanos e, portanto, políticos que uma guerra infligiria à China. Este pensamento foi confirmado na Revisão Quadrienal de Defesa de 2021, recentemente publicada.

O plano de defesa de Taipei é baseado numa estratégia de guerra assimétrica — que é conhecida como a “doutrina porco-espinho”. Isto envolve táticas para “fugir das forças inimigas e explorar as suas fraquezas” e um conjunto de opções crescentes que reconhecem a proximidade da China com a costa de Taiwan.

A ideia, segundo o documento, é “resistir ao inimigo na margem oposta, atacá-lo no mar, destruí-lo no litoral e aniquilá-lo na praça d’armas”.

Vários estudos e simulações concluíram que Taiwan pode conter pelo menos uma incursão militar chinesa na ilha. Resumindo, a doutrina porco-espinho de Taiwan tem três camadas defensivas. A camada externa trata de inteligência e reconhecimento para garantir que as forças de defesa estejam totalmente preparadas.

Por trás disto, vêm planos de guerrilha no mar com apoio aéreo de aeronaves sofisticadas fornecidas pelos Estados Unidos. A camada mais interna depende da geografia e demografia da ilha. O objetivo final desta doutrina é o de sobreviver e assimilar uma ofensiva aérea bem o suficiente para organizar uma parede de fogo que impedirá o Exército de Libertação do Povo Chinês (ELP) de invadir com sucesso.

Olhando para estas camadas uma a uma, ao longo dos anos, Taiwan desenvolveu e manteve um sofisticado sistema de alerta precoce, para ganhar tempo caso a China inicie uma invasão. O objetivo é garantir que Pequim não tenha tropas e navios de transporte prontos para cruzar o estreito de Taiwan numa ofensiva surpresa.

Como resultado, a China teria que iniciar qualquer invasão com uma ofensiva baseada em mísseis de médio alcance e ataques aéreos com o objetivo de eliminar as instalações de radar de Taiwan, pistas de aeronaves e baterias de mísseis.

Se tiver sucesso nisso, a China terá que romper a segunda camada do plano de defesa de Taiwan para que as suas tropas naveguem com segurança em direção à ilha. Mas ao tentar atravessar o estreito, a marinha da China enfrentaria uma campanha de guerrilha no mar — que é conhecida como a “guerra da pulga”. Isto seria realizado com o uso de pequenos navios ágeis armados com mísseis, apoiados por helicópteros e lançadores de mísseis.

Mas romper esta camada não garantirá uma chegada segura do PLA à Ilha Formosa. A geografia e a população são a espinha dorsal da terceira camada defensiva. O PLA tem a capacidade de montar uma campanha de bombardeio em grande escala na ilha taiwanesa, mas pousar nela e desdobrar-se assim que lá chegar é outra questão.

A curta costa ocidental de Taiwan, com apenas 400 km de extensão, tem apenas um punhado de praias adequadas para o desembarque de tropas, o que significa que os estrategistas militares de Taipei teriam um trabalho razoavelmente fácil quando se trata de descobrir onde o PLA tentaria atracar — especialmente com a sofisticada tecnologia de reconhecimento que adquiriu do seu aliado nos Estados Unidos.

Isto permitiria aos militares taiwaneses criar um campo de tiro fatal para evitar que as forças anfíbias do EPL entrassem na ilha. Mesmo depois que as botas chinesas estivessem em solo taiwanês, a topografia montanhosa da ilha e o ambiente urbanizado dariam aos defensores uma vantagem quando se trata de impedir o progresso de uma invasão.

As forças armadas de Taiwan são facilmente mobilizadas. Embora Taipei tenha um pequeno exército profissional de cerca de 165.000 pessoas, eles são bem treinados e equipados. E eles são apoiados por até outros 3,5 milhões de reservistas, embora recentemente tenha havido críticas de que não está preparado para uma invasão.

Outro fator é o que o especialista em Defesa do Reino Unido Patrick Porter chama de “dilema da omelete de fiambre”, porque para fazer a omelete, um porco precisa de se comprometer, enquanto uma galinha só precisa de alguns ovos. O que isto significa é que Taiwan verá um conflito com o seu adversário do outro lado do estreito como um conflito pela sobrevivência.

A Revisão Quadrienal de Defesa também recomenda o desenvolvimento de uma capacidade de ataque de longo alcance produzida localmente, parte de um movimento contínuo em direção à autossuficiência das forças de defesa de Taiwan.

Contudo, o país construiu constantemente o seu arsenal de armas defensivas nas últimas duas décadas, mais recentemente concordando com a compra dos mais recentes mísseis dos EUA num acordo de 620 milhões de dólares firmado em 2019 entre o primeiro-ministro taiwanês Tsai Ing-wen e Donald Trump.

A estratégia de Taiwan para deter uma invasão chinesa ao ameaçar impor grandes custos políticos também é informada pelo que considera a natureza avessa ao risco da liderança da China e a sua preferência por planeamento a longo prazo.

E, sem dúvida, ambos os lados terão aprendido com a experiência dos Estados Unidos no Afeganistão, onde os custos políticos de enfrentar um inimigo pequeno, mas determinado e móvel recentemente tornaram-se muito claros.

https://zap.aeiou.pt/taiwan-travar-invasao-chinesa-436852

 

Xi Jinping promete “reunificação” pacífica com Taiwan !

O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu este sábado uma “reunificação” inevitável com Taiwan por meios “pacíficos”, enquanto a ilha relatou nos últimos dias um número recorde de incursões de aviões militares provenientes de Pequim.


O chefe de Estado chinês discursou no âmbito das comemorações do 110º aniversário da Revolução de 1911, que derrubou a última dinastia chinesa.

O evento, que é celebrado hoje na China Comunista, também será recordado no domingo em Taiwan, onde Sun Yat-sen, o primeiro presidente chinês, é considerado o pai da nação.

A ilha de Taiwan, que detém um sistema democrático, é governada por um poder independente de Pequim desde a vitória dos comunistas sobre o continente em 1949. A China considera este território como uma das suas províncias, ameaçando usar a força no caso de uma proclamação formal de independência da ilha.

“Alcançar a reunificação da pátria por meios pacíficos é do interesse geral da nação chinesa, incluindo dos compatriotas de Taiwan”, referiu Xi Jinping no Palácio do Povo em Pequim.

Apesar da sua rivalidade política e histórica, Pequim e Taipé têm em comum a sua legitimidade da Revolução de 1911. “A reunificação do nosso país pode e será alcançada”, garantiu Xi Jinping, alertando contra qualquer interferência estrangeira.

“A questão de Taiwan é um assunto puramente interno da China”, insistiu, depois de na sexta-feira, Washington admitir que estava a treinar o Exército taiwanês há meses.

Um contingente de cerca de 20 membros das operações especiais e forças convencionais americanas tem vindo a conduzir os treinos há menos de um ano, segundo informou à AFP um funcionário do Pentágono, sob anonimato. Os EUA fornecem ainda armas a Taiwan.

Os americanos têm um compromisso ambíguo de defender Taiwan, que Pequim considera uma província rebelde. Porém, Xi Jinping adverte que: “ninguém deve subestimar a forte determinação (…) do povo chinês em defender a soberania nacional e a integridade territorial”.

A comemoração da Revolução é um dos poucos eventos que unem a China e Taiwan.

A líder da ilha, Tsai Ing-wen, inimiga dos comunistas devido às suas tendências separatistas, também deverá fazer um discurso no domingo devido ao aniversário.

“Aqueles que traem a pátria e dividem o país nunca terminam bem”, ameaçou Xi Jinping relativamente aos separatistas taiwaneses.

Ainda assim, escreve o Público, as agências internacionais notam um tom menos agressivo por parte de Xi em contraste com a postura adotada num discurso em julho em que prometeu “esmagar” qualquer tentativa de declaração unilateral de independência por parte de Taiwan.

As comemorações dos acontecimentos de 1911 ocorrem numa altura que está a haver grande tensão no Estreito de Taiwan, após a maior incursão nos últimos dias por aviões militares chineses na zona de identificação de defesa aérea da ilha.

https://zap.aeiou.pt/xi-jinping-reunificacao-taiwan-436969

 

Reino Unido e países do Golfo negoceiam acordo de livre comércio !

O Reino Unido e os seis países do Golfo iniciaram as negociações para um acordo de livre comércio, quando Londres, desde o Brexit, procura fortalecer as suas relações comerciais fora da União Europeia, foi hoje divulgado.


“É com grande alegria e prazer que anuncio hoje o lançamento oficial das negociações de um acordo de livre comércio entre os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) e o Reino Unido”, escreve Zayed al-Zayani, ministro da Indústria, Comércio e Turismo do Bahrein, em comunicado enviado às redações.

O Reino Unido já possui laços económicos e políticos considerados muito importantes com os estados-membros do GCC: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrein, Kuwait e Omã.

“Não há dúvida de que vamos embarcar coletivamente num novo capítulo, que consolidará nossa cooperação de longa data em comércio e investimento”, acrescenta o governante.

O comércio entre o Reino Unido e os países do Golfo atingiu mais de 30 mil milhões de libras (35 mil milhões de euros) em 2020, segundo o governo britânico, acreditando que “um acordo comercial profundo” permitiria que as relações entre os dois países passassem a uma “velocidade superior”.

A ministra do Comércio Internacional do Reino Unido, Anne-Marie Trevelyan, já explicou através de um comunicado que se trata de uma “grande oportunidade de liberalizar o comércio com um mercado em crescimento”, ao mesmo tempo que sublinha que este passo fortalece os laços “com uma região vital” para interesses estratégicos do seu país.

“Queremos um acordo moderno e abrangente que elimine as barreiras comerciais em um enorme mercado de alimentos e bebidas e em áreas como comércio digital e energia renovável”, pode ler-se no documento.

Desde que abandonou a União Europeia, Londres tem procurado fortalecer os seus laços comerciais com seus parceiros tradicionais, como Estados Unidos, Austrália e países do Golfo.

Estes últimos estão entre as maiores economias do mundo árabe, começando pela Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo bruto, mas também Emirados Árabes Unidos e Qatar, que tem uma população de forte poder aquisitivo.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-paises-golfo-livre-comercio-436952

 

As avós dançarinas da China estão a ser silenciadas com sabotagem tecnológica !

Um pouco por toda a China, em parques públicos ou praças, às primeiras horas da manhã ou ao fim da tarde, grupos de avós reformadas juntam-se para dançar ao som de música alta. A prática tem algumas décadas, e quase tantas tem a polémica que gera.

As “Danças na Praça Pública”, ou “Guang Chang Wu“, surgiram nos anos 1960, no início da China comunista, altura em que dançar ao som de música alta em público era comum. E num país super-povoado, onde todo o espaço é disputado, qualquer lugar se pode tornar um salão de baile: a área livre entre prédios, a calçada, qualquer jardim, parque ou praça.

O fenómeno das “Avós Dançarinas” (assim chamadas por serem maioritariamente mulheres e maiores de 45 anos) ganhou popularidade nas últimas décadas, havendo um número estimado de 100 milhões de praticantes de Guang Chang Wu. Além do género e idade, as avós têm uma coisa em comum: gostam de música alta, muito alta.

Mas, apesar do respeito que tradicionalmente os chineses dedicam aos mais idosos, a verdade é que há algum tempo que o barulho das Avós Dançarinas causa polémica. O ruído incomoda os que passam na rua, perturba o descanso dos que vivem junto às praças, e para os chineses mais jovens e urbanos, não é apenas irritante e antissocial —  é ilegal, uma violação da paz.

A irritação chegou a provocar situações extremas. Em 2013, em Pequim, um indivíduo soltou os seus mastins tibetanos e instigou-os contra um grupo de “Avós Dançarinas”, enquanto disparava tiros de espingarda para o ar. Mas, indiferentes aos protestos, as Avós limitam-se a aumentar o volume, desafiando os vizinhos incomodados.

Ao longo dos anos, à medida que a paciência dos mais jovens se ia esgotando, alguns foram tentando abordagens mais ou menos radicais para resolver o dilema.

Esta semana, diz o The Guardian, uma delas tornou-se viral nas redes sociais: um aparelho semelhante a uma arma de atordoar, capaz de silenciar a 50 metros o som dos altifalantes das Avós Dançarinas, apareceu à venda no TaboBao (a versão chinesa do eBay) como a derradeira sabotagem contra as Avós Dançarinas.

As reviews do dispositivo não podiam ser mais animadoras. “Finalmente, silêncio lá fora. Durante dois dias, as avozinhas pensaram que os altifalantes estavam avariados“, diz um utilizador.

“Grande invenção! Com esta ferramenta, agora sou novamente dono da minha rua. Isto não é apenas um produto normal, é justiça social“, diz outro utilizador. Num vídeo viral, é possível ver um utilizador num prédio a silenciar um grupo de damas (como são chamadas por vezes, depreciativamente) que dançava num parque próximo.

O dispositivo faz parte de uma série de produtos que emergiram no mercado para combater a poluição sonora, evitando ao mesmo tempo qualquer interação entre as pessoas. “A distância dá-nos a possibilidade de fugir à fúria das Avós Dançarinas”, explica um utilizador da rede social Weibo, citado pelo SCMP.

Por outro lado, as próprias Avós Dançarinas parecem estar a adaptar-se aos novos tempos, e alguns grupos estão a experimentar dançar com earphones bluetooth — criando uma versão silenciosa das Guang Chang Wu.

Em 2019, Pequim lançou novas leis para “promover comportamentos civilizados”, que permitem que a polícia possa multar as Avós Dançarinas — e as multas podem chegar a valores na ordem dos 65 euros por cada dama mal comportada.

No entanto, as autoridades chinesas apoiaram desde sempre o fenómeno, que consideram ser “uma forma positiva e eficaz de reduzir os custos financeiros e médicos, bem como de melhorar a qualidade de vida das pessoas mais velhas”. Além disso, é complicado combater a vontade de 100 milhões de praticantes de Guang Chang Wu.

Assim, o fenómeno das famigeradas Avós Dançarinas da China parece ter vindo para ficar. Tal como os dispositivos remotos que silenciam os seus altifalantes.

https://zap.aeiou.pt/as-avos-dancarinas-da-china-estao-a-ser-silenciadas-436864

 

Google vai bloquear anúncios em conteúdos que neguem alterações climáticas !

A Google deixará de permitir que os anúncios comprados na sua plataforma sejam exibidos em conteúdos online que neguem as alterações climáticas, uma proibição que também se aplicará ao YouTube.


A proibição aplica-se a “conteúdos que contradizem o consenso científico bem estabelecido em torno da existência e causas das alterações climáticas“, anunciou a Google, esta quinta-feira.

Segundo avança o Wall Street Journal, a decisão da multinacional — que fatura cerca de 147 mil milhões de dólares em receitas publicitárias  — também se aplica a qualquer conteúdo que negue que a atividade humana ou as emissões de gases com efeito de estufa contribuam para as alterações climáticas.

A iniciativa da Google visa cortar uma importante fonte de receitas para quem fornece desinformação sobre as alterações climáticas.

Para isso, será usada uma “combinação de ferramentas automatizadas e de análise humana” que visa impor a nova política, disse um porta-voz.

A Google é o principal fornecedor de ferramentas de compra e venda de anúncios online — quer se destinem às próprias plataformas da Google ou ao resto da web. Em 2021, prevê-se que a empresa venha a assumir 29% dos gastos globais com anúncios digitais, segundo a eMarketer.

Durante vários anos, a Google proibiu a publicidade em determinados conteúdos considerados enganosos para o público, incluindo desinformação cívica, desinformação sobre a pandemia da covid-19 e alguns conteúdos relacionados com menores.

Um relatório da NewsGuard, uma empresa que rastreia e classifica sites de notícias, afirma que mais de quatro mil marcas compraram anúncios em sites que publicam desinformação sobre a covid-19.

“Na maioria dos casos, os anúncios foram provavelmente inadvertidos, colocados por algoritmos em plataformas de compra programática como o DV360 da Google, em vez de intencionalmente pelas marcas envolvidas”, disse a NewsGuard.

O porta-voz da Google disse que a empresa toma frequentemente medidas quando se verifica que o conteúdo está a violar as suas políticas, observando que a Google removeu anúncios de “milhares de sites” só no último mês.

Outras empresas tecnológicas, incluindo a Facebook Inc., também instituíram políticas para limitar a disseminação e a monetização da desinformação nas suas plataformas.

https://zap.aeiou.pt/google-bloquear-alteracoes-climaticas-436740

 

Submarino nuclear dos EUA colidiu com “objeto desconhecido” no Mar da China !

No sábado, um submarino nuclear da Marinha dos Estados Unidos embateu num objeto desconhecido enquanto estava submerso na região Ásia-Pacífico.


De acordo com o Business Insider, o submarino de ataque rápido a propulsão nuclear da Marinha dos Estados Unidos esteve envolvido numa colisão subaquática com um objeto desconhecido. O embate aconteceu no sábado, mas a notícia só foi agora revelada.

“O submarino de ataque rápido USS Connecticut (SSN 22) da classe Seawolf atingiu um objeto na tarde de 2 de outubro, enquanto operava em águas internacionais na região Indo-Pacífico”, informou a US Pacific Fleet, que adiantou que o acidente está a ser investigado.

Um funcionário da Marinha disse ao Navy Times que a topografia da área não indicava a presença de uma massa terrestre no trajeto do submarino.

O incidente não resultou em nenhum ferimento com risco de vida, disseram os militares dos Estados Unidos à Reuters, mas 15 pessoas ficaram feridas. Entre os ferimentos leves estão hematomas e lacerações, sendo que duas das lesões foram categorizadas como “moderadas”.

O USS Connecticut operava em águas internacionais do Mar da China Meridional, numa altura em que a tensão com Pequim sobe de nível por causa de Taiwan.

A Marinha norte-americana informou que o submarino está em condições seguras e estáveis e que a instalação de propulsão nuclear e os espaços associados não foram afetados. Ainda assim, o USS Connecticut navegou até à base militar de Guam para ser inspecionado.

Até agora, os militares norte-americanos não sabem no que é que o submarino embateu.

China “profundamente preocupada”

O ministério dos Negócios Estrangeiros da China classificou de “muito preocupante” a notícia da colisão do submarino nuclear norte-americano em águas internacionais do Indo-Pacífico, diz a agência de notícias russa TASS.

“A China está profundamente preocupada com este incidente. Os Estados Unidos e demais países implicados devem dar a conhecer todos os detalhes relevantes, incluindo o local exato do acidente, a missão em que o submarino estava envolvido, o objeto com que o submarino colidiu, se houve fuga de radiação ou danos para o meio ambiente“, afirmou esta sexta-feira o porta-voz do ministério, Zhao Lijian.

“Os Estados Unidos estão a atrasar a divulgação de informação sobre o incidente e a tentar encobri-lo. Estão a agir de forma opaca e irresponsável”, acrescentou o porta-voz.

O USS Connecticut é um dos três submarinos da classe Seawolf e é considerado como um dos mais capazes da Marinha norte-americana. A poderosa classe de submarinos de ataque foi construída no final da Guerra Fria para caçar submarinos soviéticos em águas profundas, mas a Marinha acabou por cancelar o dispendioso programa Seawolf.

A última vez que um submarino norte-americano colidiu com um objeto debaixo de água acvonteceu em 2005, quando, a caminho de Guam, o USS San Francisco (SSN-711) embateu a alta velocidade numa montanha subaquática. O acedente provocou na altura a morte de um marinheiro da US Navy.

https://zap.aeiou.pt/submarino-nuclear-eua-colisao-436721

 

Polícias encapuzados e pagos pela UE agridem e expulsam migrantes ilegalmente. Comissão “é cúmplice” !

Um relatório detalha centenas de expulsões ilegais de requentes de asilo pelas forças de autoridade oficiais de estados-membros da UE. Várias ONGs acusam a Comissão Europeia de ser cúmplice por continuar a financiar as operações de patrulha nas fronteiras e por não punir os países em causa.


Uma nova investigação do consórcio de jornalistas Lighthouse Reports veio lançar novas dúvidas sobre a política migratória de estados-membros da União Europeia e de países vizinhos, relatando alegadas devoluções de migrantes para que estes não possam pedir asilo no espaço europeu.

Este tipo de práctica sem se avaliar primeiro as circunstâncias dos migrantes é ilegal segundo a lei internacional e a Carta Europeia dos Direitos Humanos e é também ilegal um país negar pedidos de asilo, que estão a cargo dos tribunais.

Vários países europeus e estados-membros da UE têm efectuado centenas de reenvios ilegais nas fronteiras externas do bloco desde o início de 2020, numa “violenta campanha” para negar o acesso ao asilo, alega o relatório.

A organização jornalística publicou vários vídeos captados pelos próprios migrantes, por câmaras de vigilância e por drones mostra que os reenvios são levados a cabo por forças de segurança encapuzadas e unidades de polícia à paisana que recebem fundos da UE para operações de vigilância nas fronteiras do bloco europeu.

Através dos testemunhos, entrevistas com mais de 12 actuais e antigos agentes da polícia e as imagens, os jornalistas concluíram que pelo menos 189 pessoas tinham sido negadas acesso ao sistema de pedido de asilo da UE ilegalmente, o que acreditam ser apenas uma “pequena amostra das devoluções”.

Vários vídeos publicados pelo grupo filmados na Croácia mostram homens armados e de cara tapada a agredir migrantes com cacetetes e gritando para que voltassem para a Bósnia. Os migrantes dizem que pediram asilo aos polícias croatas, mas que lhes foi negado e mostraram as marcas das agressões no corpo.

Foram também filmadas várias devoluções de migrantes na fronteira da Roménia com a Sérvia e os membros da força de autoridade que vigia a fronteira romena confirmaram que esta é uma práctica recorrente e que são instruídos a seguir.

Na Grécia, a equipa aponta que terão havido pelo menos 635 reenvios desde Março de 2020 e que 15 terão sido levados a cabo por homens de cara tapada, que antigos e actuais membros da Guarda Costeira grega identificaram como parte das equipas que se dedicam a patrulhar as travessias do mar Egeu.

“A nossa investigação mostra que estas forças clandestinas não são populares mascarados, mas sim unidades da polícia que têm de reportar aos governos da União Europeia. As operações são negadas em público mas financiadas e equipadas com orçamentos da UE“, explicam os jornalistas.

As revelações da investigação do Lighthouse Reports, que foi feita em parceria com a revista alemã Der Spiegel e o jornal francês Libération durante oito meses, veio confirmar as críticas que muitas ONGs já tinham feito à política migratória da UE e sobre a falta de acção das autoridades europeias.

Croácia, Grécia, Itália e Chipre são alguns dos países que mais dinheiro recebem da UE para gestão dos fluxos migratórios e todos eles têm acusações de devoluções ilegais de migrantes. As políticas migratórias da Hungria nos últimos anos têm também causado polémica.

Recentemente, a Polónia, outro estado-membro da UE, também tem sido criticada por estar alegadamente a devolver migrantes à Bielorrússia, que está a aceitar vistos de refugiados iraquianos e afegãos e obriga-os depois a atravessar ilegalmente a fronteira com a Polónia como retaliação contra as sanções europeias ao governo de Lukashenko.

Segundo Bruno Oliveira Martins, investigador no Peace Research Institute de Oslo, a culpa não é apenas dos países individuais mas também da União Europeia. “É preciso sublinhar que que estas pessoas encapuçadas, por muito que aparentem atuar à margem da lei, estão na verdade a cumprir políticas oficiais da UE”, revela ao Expresso.

Comissão Europeia é cúmplice, acusa Amnistia

Em resposta à situação a Croácia lançou na quinta-feira uma investigação às alegações e vai criar um organismo específico para investigar estes casos. “A nossa equipa de peritos já está no terreno para determinar o que terá acontecido, onde e quem esteve envolvido, onde aconteceu. Há muitas questões que precisam de uma análise minuciosa”, anunciou o Ministro do Interior da Croácia, Davor Bozinovic.

A Comissão Europeia também já respondeu, com a Comissária para os Assuntos Internos da UE, Ylva Johansson, a descrever o relatório como “chocante” e mostrando-se “extremamente preocupada”. “Isto tem de ser investigado, mas parecem indicar que há alguma orquestração de violência nas nossas fronteiras externas”, diz Johansson, citada pela Euronews.

A Comissária do Conselho Europeu dos Direitos Humanos, Dunja Mijatović, reagiu no Twitter, dizendo que estava “na hora” dos membros “investigarem eficazmente, tomar medidas, responsabilizarem-se e acabarem” com estas violações aos direitos humanos.

O porta-voz da Comissão, Adalbert Jahnz, respondeu à situação. “Os vídeos e relatos de devoluções nas fronteiras externas da UE que foram publicados pelo Lighthouse Reports são muito preocupantes. Actos de violência contra migrantes, requerentes de asilo e refugiados são inaceitáveis e devem ser investigados”, disse em conferência de imprensa.

No entanto, esta não é a primeira vez que a Comissão Europeia sabe da existência destas políticas de devoluções de migrantes. Em Janeiro, a ONU ordenou uma investigação e “inquéritos urgentes às alegadas violações e maus-tratos” a migrantes, mas a Comissão nunca penalizou qualquer estado-membro envolvido nestas políticas.

A Amnistia Internacional também não está convencida com a resposta da Comissão. A investigadora da ONG nos Balcãs Jelena Sesar refere que esta investigação é “a mais recente prova de que as devoluções ilegais e a violência contra os requerentes de asilo e migrantes são comuns nas fronteiras externas da UE”.

Sesar acusa também as autoridades europeias de “fingir que não veem a violação chocante da lei da UE” e de “continuar a financiar a polícia e as operações nas fronteiras de alguns países”.

“O financiamento da Comissão Europeia tem sido usado pelas autoridades croatas para comprar equipamentos para a polícia e até para pagar os salários dos patrulhas na fronteira, o que torna a UE cúmplice nestas violações“, remata.

https://zap.aeiou.pt/relatorio-devolucoes-ilegais-fronteiras-ue-436706

 

Tribunal Constitucional da Polónia diz que lei nacional está acima das leis europeias !

Estará o Polexit iminente? Na quinta-feira, o Tribunal Constitucional polaco declarou que as leis da União Europeia têm de se submeter à Constituição do país.

O mais alto tribunal polaco decidiu, esta quinta-feira, que algumas partes dos tratados da União Europeia (UE) são incompatíveis com a Constituição polaca, numa decisão que desafia o maior pilar da integração europeia e agrava a disputa entre Bruxelas e Varsóvia.

Segundo a Reuters, o Tribunal Constitucional declarou que as leis da UE têm de se submeter ao direito constitucional do país. “O Tratado da UE é subordinado à Constituição no sistema legal polaco (…) e, como qualquer parte do sistema legal polaco, deve estar em conformidade com a Constituição”, afirmou o juiz Bartlomiej Sochanski.

O veredito era esperado há meses e foi conhecido após quatro adiamentos. Só dois dos 14 juízes que compõem o coletivo votaram contra a sentença, que determina que algumas disposições legais da UE entram em conflito com a Constituição polaca.

O Governo polaco, liderado pelo partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS), está envolvido em várias disputas com a União Europeia, entre questões como reformas judiciais, liberdade dos media ou direitos LGBT.

Em março, o primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, pediu ao Tribunal Constitucional a fiscalização de uma decisão do Tribunal de Justiça da UE que determinava que os tratados europeus têm primazia sobre o direito nacional dos Estados-membros.

Em causa estava a reforma do sistema judicial posta em marcha pelo Governo polaco, que a UE considera violar vários princípios do Estado de direito.

Na altura, o governante argumentou que Bruxelas não tinha o direito de interferir nos sistemas jurídicos dos Estados-membros da UE, pedindo ao Tribunal Constitucional, a mais alta instância judicial do país, que se pronunciasse sobre a compatibilidade de vários regulamentos comunitários com a Constituição polaca e a obrigação dos tribunais nacionais respeitarem as decisões do Tribunal de Justiça Europeu.

Apesar de negar interferência, o Governo da Polónia tem sido acusado de politizar os tribunais do país, incluindo o Constitucional.

“O primado do direito constitucional sobre outras fontes de direito resulta diretamente da Constituição da República da Polónia”, escreveu Piotr Muller, porta-voz do Governo polaco, no Twitter. “Hoje (mais uma vez) isto foi claramente confirmado pelo Tribunal Constitucional.”

Por sua vez, David Sassoli, presidente do Parlamento Europeu, pediu a intervenção da Comissão Europeia (CE) e disse que o veredito “não pode ficar sem consequências”.

Em conferência de imprensa, o comissário europeu de Justiça, Didier Reynders, disse ser cedo para comentar a sentença, mas manifestou alguma preocupação pelo seu teor, noticia o Público.

“Nos últimos meses temos consistentemente recordado um certo número de princípios fundamentais da organização da UE e que têm governado a União desde a sua fundação: primeiro, que as decisões do tribunal de Justiça da UE são vinculativas para todas as autoridades nacionais, incluindo os tribunais; segundo, a lei europeia tem primazia sobre a lei nacional, e terceiro, só o Tribunal de Justiça da UE tem jurisdição para determinar se um ato de qualquer instituição europeia é conforme à lei europeia”, afirmou.

Os críticos da sentença defendem que desafiar a supremacia do direito comunitário compromete o futuro a longo prazo da Polónia na União Europeia e a própria estabilidade do bloco.

https://zap.aeiou.pt/tribunal-constitucional-polonia-lei-nacional-436690

 

Empresa quer turismo espacial “low cost” - Vai cobrar 50 mil dólares por bilhete !

Uma empresa norte-americana quer levar turistas à estratosfera numa cápsula por apenas 50 mil dólares. O objetivo é oferecer a experiência ao máximo de pessoas possível.


A World View Enterprises, uma empresa sediada no Arizona, Estados Unidos, quer cortar os custos do turismo espacial, enviando pessoas à estratosfera numa cápsula levantada por um enorme balão de ar quente. A viagem custará 50 mil dólares — cerca de 43 mil euros.

Embora o turismo espacial seja demasiado para o bico da maioria de nós, os custos deste tipo de experiências únicas têm baixado significativamente.

Há um mês, a missão Inspiration 4, da SpaceX, foi a primeira operação totalmente civil a ir ao Espaço. Esta semana, uma atriz e um realizador de cinema russos partiram para a Estação Espacial Internacional. A missão: fazer o primeiro filme do mundo em órbita.

Da mesma forma que a World View Enterprises, outras empresas já realizaram testes preliminares com o objetivo de, eventualmente, enviar humanos numa viagem para a estratosfera. Segundo o Interesting Engineering, os preços oferecidos pela Space Perspective e Zero 2 Infinity rondam os 100 mil dólares.

Num comunicado recentemente divulgado, a World View Enterprises compromete-se a oferecer uma viagem até à estratosfera por metade desse preço.

O objetivo da empresa norte-americana é permitir que os civis vejam o chamado “overview effect”. O termo foi criado por Frank White, em 1987, e descreve que “qualquer pessoa a viver no espaço vai ter sempre uma visão geral” e “vai ver coisas que nós sabemos, mas que não vivemos, que é a Terra como um sistema”.

“A missão da World View é trazer o máximo de pessoas possível para a borda do espaço para que, a cerca de 30 km (100.000 pés), eles vejam um mundo sem fronteiras ou espécies e voltem motivados para tornar o mundo um lugar melhor. A empresa acredita que, ao atingir uma massa crítica de pessoas que sintam o que foi rotulado de ‘overview effect’, a humanidade será capaz de melhorar significativamente o futuro da nossa frágil Terra”, escreve a empresa em comunicado.

Embora o balão da World View não chegue tecnicamente ao Espaço, alcançará altitudes que permitirão aos passageiros ver a curvatura da Terra e a escuridão do Espaço.

Enquanto a Virgin Galactic e a Blue Origin apenas oferecem cerca de meia hora no Espaço, as viagens da World View vão durar entre seis e 12 horas. A empresa diz que os seus primeiros voos comerciais devem acontecer no início de 2024.

https://zap.aeiou.pt/turismo-espacial-low-cost-50-mil-dolares-436639

 

 

Isolada do mundo, China é agora o único país a seguir uma estratégia de covid zero !

Com o aumento da variante Delta e a proliferação de vacinas contra a covid-19, apenas um país se mantém fiel ao objetivo de erradicar a doença: a China.


A Singapura, a Austrália e a Nova Zelândia são três exemplos de países que decidiram abandonar a estratégia de covid zero, por considerarem a abordagem insustentável em termos económicos. A posição contrasta com a determinação da China em erradicar a doença, apesar de 75% da população estar completamente vacinada contra a covid-19.

Hong Kong, por exemplo, deixou claro que o seu estatuto de centro financeiro global é menos importante do que o objetivo comum de eliminação da covid-19. É provável que a missão se torne cada vez mais difícil à medida que a temperatura arrefece, somando ao facto de Pequim acolher os Jogos Olímpicos de Inverno daqui a três meses.

É também muito provável que os ressurgimentos esporádicos da doença continuem, segundo especialistas em saúde pública citados pela Time. Ainda assim, salienta a publicação, o Governo chinês “foi sempre capaz de proezas que ultrapassam a imaginação da maioria dos outros países”.

“O tipo de capacidade e grau de controlo que pode exercer é notável”, disse Michael Baker, professor no Departamento de Saúde Pública da Universidade de Otago, em Wellington, que integra o Grupo Consultivo Técnico Covid-19 do Governo da Nova Zelândia.

Está muito além do que podemos fazer, não só do ponto de vista dos recursos, mas também da licença social que os Governos têm. Não seríamos capazes de exercer o tipo de controlo que a China é capaz de exercer, mesmo para alcançar um bom fim”, acrescentou.

A China não se vai cingir à estratégia de covid zero para sempre, mas só irá abandonar esta abordagem quando já não funcionar ou quando os custos forem demasiado elevados – parâmetros que ainda não foram tornados públicos.

Certo é que, ao contrário de outros países, a economia chinesa manteve-se à tona. No entanto, à medida que os confinamentos e restrições à circulação continuam ao longo deste ano – e as economias ocidentais retomam as suas operações após a vacinação -, o impacto começa a manifestar-se mais profundamente.

O crescimento das vendas a retalho, por exemplo, abrandou para 2,5% em agosto em relação ao ano anterior, ficando muito aquém da expansão de 7% estimada pelos analistas.

Ainda assim, independentemente da tolerância da China em relação à abordagem, alguns especialistas acreditam que os paraísos livres de covid-19 podem ainda regressar. Governos como a Nova Zelândia poderiam ressuscitar o objetivo se (e quando) novas opções médicas se tornarem disponíveis.

Talvez estejamos a atingir os limites do que podemos fazer com as nossas ferramentas atuais para eliminar a transmissão”, disse Baker, que crê que uma estratégia covid zero ainda poderá estar em cima da mesa.

“Poderíamos descobrir que a próxima geração de vacinas ou anti-virais são tão eficazes que podem eliminar o vírus de forma bastante eficaz.”

https://zap.aeiou.pt/china-estrategia-de-covid-zero-436498

 

“Sem precedentes”. Vídeos mostram tortura desenfreada nas prisões russas !

Uma Organização Não-Governamental (ONG) que acompanha os abusos no sistema prisional russo terá recebido “milhares” de vídeos com fugas de informação, que mostram reclusos a serem espancados e torturados por guardas em várias prisões russas.


“Esta é uma fuga sem precedentes que provocará ondas choque por todo o país. No total, temos mais de 40 gigabytes de ficheiros que mostram tortura generalizada“, disse Vladimir Osechkin, o fundador do grupo de direitos Gulagu.net, ao The Moscow Times.

Três dos vídeos — que mostram reclusos a serem torturados num hospital prisional na cidade de Saratov, no Volga — foram publicados esta terça-feira e Vladimir Putin já disse ter conhecimento das filmagens.

“Se isto for confirmado, levará a uma investigação muito séria”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na terça-feira, explicando que o Serviço Prisional Federal (FSIN) já está a investigar.

Esta quarta-feira, o Gulagu.net publicou novas filmagens que mostram prisioneiros a serem espancados e torturados, não só no hospital prisional em Saratov, mas também em prisões nas regiões de Belgorod e Kamchatka.

Outro vídeo, ao qual o Moscow Times teve acesso, mostra várias pessoas a usarem um grande objeto para violar um homem nu que está amarrado a uma cama.

Entretanto, o chefe do serviço prisional de Saratov foi despedido, juntamente com três funcionários regionais e o médico chefe da prisão, anunciou o FSIN.

Segundo Osechnkin, a organização começou a receber as filmagens em março, através de um ex-presidiário de Saratov.

O ex-recluso será um especialista bielorrusso em informática e terá conseguido aceder a imagens armazenadas nos computadores da prisão, filmadas em estabelecimentos prisionais nas regiões de Irkutsk, Vladimir e Saratov entre 2018 e 2020.

O denunciante deixou a Rússia no início desta semana, recusando-se a revelar a sua localização para garantir a sua segurança.

“Estamos a planear publicar partes dos vídeos passo a passo nas próximas semanas, agora que a fonte está fora do alcance das autoridades russas“, disse Osechkin.

Os vídeos foram enviados ao Comité Europeu para a Prevenção da Tortura e Tratamento ou Punição Desumana ou Degradante (CPT).

Osechkin fundou a organização de direitos humanos Gulagu.net em 2011 para monitorizar as violações dos direitos dos reclusos na Rússia — em 2015, deixou o país e reside atualmente em França.

https://zap.aeiou.pt/sem-precedentes-tortura-prisoes-russas-436474

 

“Absurdo” - França acusada de roubar quase cinco milhões de doses de AstraZeneca ao Reino Unido !

O presidente francês Emmanuel Macron está a ser acusado de desviar um grande lote de vacinas contra a covid-19 destinadas ao Reino Unido, juntamente com chefes da União Europeia.


França foi acusada de roubar cinco milhões de doses da vacina AsraZeneca, destinadas ao Reino Unido.

O Presidente Emmanuel Macron terá, alegadamente, trabalhado em conjunto com os chefes da União Europeia (UE) para desviar o grande lote das vacinas contra a covid-19 para o seu país, no início deste ano.

As vacinas deveriam chegar ao Reino Unido, mas terão sido redirecionadas da Holanda à última hora, escreve o jornal britânico The Independent, que cita o The Sun.

A medida “absurda” podia ter custado vidas, se a Pfizer não tivesse começado a ser administrada no Reino Unido.

O chefe da AstraZeneca, Ruud Dobber, tinha anunciado, a 22 de março, que um lote de vacinas deveria chegar à Grã-Bretanha a partir da Holanda. Mas nunca chegou.

De acordo com a imprensa britânica, o incidente provocou uma grande discussão entre Boris Johnson e o seu homólogo francês, numa altura em que Macron criticava a vacina AstraZeneca, afirmando que era “quase ineficaz”.

“Os franceses roubaram as nossas vacinas ao mesmo tempo que as criticavam em público, sugerindo que não eram seguras para serem utilizadas“, disse uma fonte do governo britânico.

https://zap.aeiou.pt/franca-acusada-roubar-doses-reino-unido-436443

 

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...