Criada inicialmente pelo exército norte-americano para garantir a saúde oral dos seus soldados, a PlakTak pode estar a caminho das prateleiras das lojas.
Há muitos avanços tecnológicos que começam no exército e acabam por ser usados no quotidiano. Por exemplo, cada vez que usamos o GPS nos nossos telemóveis estamos a recorrer a uma tecnologia criada pelo Departamento de Defesa dos EUA nos anos 90. Mas as inovações não se ficam por aqui, nem se limitam a coisas que tipicamente se esperariam de um exército.
Nos últimos 20 anos, o exército norte-americano tem estado a desenvolver algo bastante mais inusitado e consumido por muitos do dia-a-dia: pastilhas elásticas, mas não umas quaisquer – pastilhas que aumentam as defesas na saliva que matam as bactérias.
A nossa saliva tenta, mas nunca consegue matar todas as bactérias sozinha e o processo demora também algum tempo. Aliás, foi precisamente por isto que começamos a adoptar prácticas de higiene oral, como lavar os dentes e usar fio dentário. Agora, as forças americanas acham que o hábito antigo de mascar pastilha elástica pode ser o passo que falta para ajudar a cuidar dos nossos dentes.
De acordo com o Science 2.0, o exército dos EUA tem de pensar em questões de saúde que a maioria dos comuns dos mortais vão experienciar para conseguir financiamento para os projectos. Actualmente, as forças americanas gastam pelo menos 100 milhões de dólares anuais em cuidados dentários fora da rotina, como da doença periodontal.
Ainda antes dos cuidados dentários modernos e de se saber mais do impacto das pastilhas elásticas com açúcar nos dentes, o exército já valorizava a saúde oral e tinha criado um critério mínimo para cada soldado, que podia apenas ter seis dentes tortos ou mal-posicionados.
O próximo passo lógico era desenvolver a uma pastilha elástica que não prejudique a saúde oral dos soldados, dado o seu conhecido amor por mascar estes doces, tanto que o exército chegou a incluir pacotes de pastilhas nas provisões dadas aos militares.
Já desde 2006 que o exército americano tem um patente de um método de criação de uma pastilha elástica anti-placa que contém o peptídeo anti-microbial KSL. Além de prevenir que se forme mais placa bacteriana, que é uma das maiores causas das cáries, esta pastilha elástica ajuda também a remover a placa já existente.
A inovação chama-se PlakTak e demora cerca de vinte minutos a mostrar efeito, o que não é problema, dado que os amantes de pastilha costumam mascá-la durante bastante mais tempo. Agora, parece que não vão ser só os soldados a ter a oportunidade de desfrutar da PlakTak, depois de já ter passado em testes em humanos com gengivite.
Desde finais de 2019 que o exército procurava parceiros comerciais para a produção ou para o desenvolvimento da pastilha, e parece que já encontraram um, apesar de ainda não se saber muito sobre como o processo está a avançar.
Os critérios da Administração de Alimentação e Medicamentos nos EUA sobre se se pode dizer que a pastilha faz bem à saúde podem ser um entrave que está a atrasar a produção e que pode levar a que a PlakTak seja apenas vendida com receita médica.
A produtora pode também estar a ponderar vender a pastilha como um suplemento e assim não ter de cingir-se aos critérios mais apertados dos medicamentos. Por enquanto, ainda nada de sabe. Resta-nos esperar para ver quando é que estas pastilhas elásticas vão chegar às prateleiras das lojas.
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