Revelação foi feita esta semana por Tom Taylor, autor da banda-desenhada que revelou não querer “desperdiçar” a oportunidade de conferir mais inclusão e representatividade à história.
O novo Super-Homem, filho de Clark Kent e Lois Lane, vai ter na saga do universo DC, iniciada 1938, um perfil ligeiramente diferente do que herdou do seu do seu pai. Para além de se dedicar a salvar as florestas dos incêndios provocados pelas alterações climáticas, crianças de escolas atingidas por tiroteios e impedir a deportação de refugiados, Jonathan Ken irá iniciar, ao longo da trama, uma relação homossexual com Jay Nakamura, um jornalista em ascensão que conhece na escola, quando tenta adotar uma identidade secreta e frequentar uma escola.
Trata-se de um novo rumo dado por Tom Taylor, autor da trama, para quem “substituir o Clark Kent por outro herói branco hetero seria uma oportunidade perdida“. “Um novo Super-Homem teria de ter novas lutas — problemas do mundo real — que defender enquanto uma das pessoas mais poderosas do mundo.”
Precisamente por este motivo — paralelamente ao facto de ser a definição do herói-tipo norte-americano —, a revelação parece ter tido um grande impacto, numa área que luta há alguns anos por aumentar a representatividade e a diversidade, mas também incluir causas da atualidade — como aconteceu há anos com o Black Panther e como se espera que aconteça com o próximo Aquaman, que deverá ser negro e gay.
Tal como lembra o The New York Times, um dos primeiros momentos em que a homossexualidade foi representada na banda desenhada de grande dimensão foi em 1980, mas não de forma positiva. Na história, Bruce Banner, o alter ego de Hulk (personagem da Marvel) foi vítima de uma tentativa de violação. Mais de dez anos depois, em 1992, o Northstar, outra das estrelas da Marvel também se assumiu como gay.
Apesar de o Super-Homem não ser, por isso, o primeiro ou o último herói de banda desenhada a assumir a sua homossexualidade, a notícia está a ser bem recebida por organizações e ativistas pelos direitos LGBT, que destacam a notoriedade da figura, mas também por alguns apaixonados pelo estilo. “Este não é o Northstar, que a tua tia nunca ouviu falar”, afirmou Glen Weldon, autor da biografia não autorizada do Super Homem e de um programa de rádio sobre cultura pop nos Estados Unidos da América. “É o Super-Homem e isso conta para alguma coisa — no que respeita à visibilidade, à atenção que vai atrair”, explicou.
Por outro lado, a decisão do autor também motivou críticas, com alguns fãs a queixarem-se de que tanto a Marvel como a DC “arruinaram as suas histórias para agradar a um movimento de pessoas que nem sequer compra banda desenhada”.
Para o Glen Weldon este não é um ponto válido. “Qualquer passo que possa ser dado para transformar o mundo dos super-heróis em algo mais parecido com o mundo real é algo positivo. Dá-nos acesso a histórias mais variadas, mais interessantes, mais apelativas e que podem ser contadas de formas distintas”, notou.
https://zap.aeiou.pt/novo-super-homem-bissexual-lutar-salvar-mundo-437309
Nenhum comentário:
Postar um comentário