De acordo com o Diário de Notícias, o Reino Unido está a passar pelo maior surto de gripe aviária, de que há registo.
As autoridades de saúde do país revelaram, na quinta feira, ter identificado um caso raro de gripe aviária numa pessoa, na altura em que o país enfrenta o seu maior surto do vírus.
A transmissão da gripe aviária de aves para humanos é muito rara e já ocorreu antes, apenas um pequeno número de vezes, segundo a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA).
O indivíduo infetado, no sudoeste da Inglaterra, está “bem” e auto-isolou-se, acrescentaram as autoridades.
“A pessoa em causa adquiriu a infeção através de contacto muito próximo e regular com um grande número de aves infetadas, dentro e ao redor de sua casa, por um período prolongado de tempo”, disse a UKHSA em comunicado.
“Todos os contactos do indivíduo, incluindo aqueles que visitaram as instalações, foram rastreados e não há evidências de propagação da infeção para mais ninguém.”
A agência observou que o risco da gripe aviária para o público em geral permanece “muito baixo”, mas alertou as pessoas para não tocarem em aves doentes ou mortas.
A Grã-Bretanha abateu cerca de meio milhão de aves em 2021, enquanto lutava contra o que George Eustice, secretário do Meio Ambiente, chamou de o “maior” surto de gripe aviária de todos os tempos.
Juntamente com o abate, o governo lançou novas regras, em dezembro do ano passado, exigindo que os tratadores garantam que todas as aves em cativeiro fiquem dentro de casa e sigam medidas estritas de biossegurança, para tentar conter a propagação do vírus.
No entanto, as autoridades expressaram preocupações de que as aves selvagens que migram da Europa continental, durante os meses de inverno, possam estar a transmitir a doença.
Gansos, patos e cisnes estão entre as espécies de aves selvagens conhecidas por terem sido afetadas, enquanto várias aves de rapina também morreram.
Quinto foco de gripe aviária em Portugal
Portugal tem agora confirmados cinco focos de infeção pela gripe das aves, após o vírus ter sido detetado num ganso selvagem encontrado morto em Alpiarça, distrito de Santarém. A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) apela ao cumprimento das regras de biossegurança.
“No dia 4 de janeiro, foi confirmado um quinto foco de infeção por vírus da gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP) num ganso selvagem (Anser sp.), encontrado morto na Barragem dos Patudos, concelho de Alpiarça”, lê-se num comunicado divulgado pela direção.
Porém, este foco não obrigou à determinação de zonas de restrição, mas foram reforçadas as medidas de vigilância na zona.
No documento, a DGAV destacou a importância do cumprimento das regras de biossegurança e das boas práticas de produção avícola, bem como dos procedimentos de higiene e controlo dos acessos aos estabelecimentos onde se encontram as aves.
“É ainda de extrema importância a notificação imediata de qualquer suspeita, de forma a permitir uma rápida e eficaz implementação das medidas de controlo da doença”, acrescentou. A notificação de mortalidade de aves selvagens pode ser feita através da aplicação ANIMAS.
Esta terça-feira já tinha sido detetado um novo foco de gripe aviária numa exploração de galinhas e patos em Santiago do Cacém, distrito de Setúbal.
No dia 31 de dezembro de 2021, também foi confirmado um foco numa exploração de Perus, em Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém.
A gripe aviária foi detetada em Portugal a 2 de dezembro, numa exploração caseira de galinhas, patos, gansos e perus, em Palmela, no distrito de Setúbal.
No mesmo mês, foi ainda confirmado um foco numa exploração comercial de perus para engorda em Óbidos, Leiria. Os focos de infeção abrangem agora 24.240 aves.
A DGAV, serviço central da administração direta do Estado, com autonomia administrativa, sublinha que não existem evidências de que a gripe aviária seja transmitida para os humanos através do consumo de alimentos, como carne de aves de capoeira ou ovos.
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