sexta-feira, 20 de maio de 2022

Autor do tiroteio em Buffalo queria “matar o máximo de pretos possível” e considera-se “eco-fascista” !


O tiroteio é mais a juntar-se à lista de massacres com motivações racistas e alimentados por teorias da conspiração sobre a imigração. Este foi o 198.º tiroteio em massa nos Estados Unidos em 2022.

No último sábado, a cidade norte-americana de Buffalo foi abalada por um tiroteio em massa num parque de estacionamento de um supermercado que matou 10 pessoas e deixou outras três feridas.

Desde então, as autoridades já começaram a investigar as motivações do ataque e o FBI avança que o tiroteio foi um “crime de ódio e um caso de extremismo violento com motivações raciais”. O suspeito tem 18 anos e transmitiu o massacre online em directo, tendo depois entrado na loja e continuado a disparar, revela o The Guardian.

A polícia acredita que o assassino escolheu o supermercado especificamente num bairro onde vivem muitos negros e que escreveu também um manifesto de 180 páginas que publicou na internet onde confessou o desejo de “matar o máximo de pretos possível” e mostrou acreditar na teoria da “grande substituição”.

A teoria em questão defende que as elites políticas e económicas do Ocidente, frequentemente retratadas como sendo de origem judaica, têm um plano para “substituírem” a população branca e cristã com negros e muçulmanos através da imigração em massa e da quebra das taxas de natalidade dos cidadãos nativos.

Anteriormente vista apenas como uma conspiração de grupos de extrema-direita marginais, a teoria da grande substituição tem ganho popularidade na direita mainstream e até já foi publicamente defendida por Tucker Carlson, apresentador da Fox News cujo programa é o mais visto nos canais de notícias por cabo nos EUA.

Uma investigação do New York Times em Abril concluiu que Carlson referiu a ideia de que um grupo de elites está a forçar as mudanças demográficas através da imigração em mais de 400 programas.

O manifesto em questão também menciona preocupações com o ambiente sob um prisma “eco-fascista“, um termo que o suspeito usava para se auto-descrever. O eco-fascismo descreve uma corrente de pensamento que usa as preocupações com o ambiente como uma cortina de fumo para esconder uma ideologia racista, culpando as taxas de natalidade mais altas nos países africanos pela suposta sobrepopulação que vai levar a que não haja recursos naturais suficientes para todos no futuro.

“Durante demasiado tempo temos deixado a esquerda usar o movimento ambientalista para servir os seus próprios interesses. A esquerda contra toda a discussão sobre a preservação ambiental enquanto simultaneamente preside sobre a continuação da destruição do ambiente natural através da imigração em massa e da urbanização descontrolada, enquanto não oferece nenhuma solução para estes problemas”, lê-se no manifesto.

A transmissão em directo no Twitch do tiroteio também mostra que estava escrito um insulto contra a população negra na arma do jovem, assim como o número “14”, que se refere às 14 palavras de um conhecido lema da extrema-direita: “We must secure the existence of our people and a future for white children” — “Devemos assegurar a existência do nosso povo e um futuro para as crianças brancas”.

Já vários estudos mostraram que a imigração não é uma causa para o aumento das emissões poluidoras e que, no caso dos Estados Unidos, os estrangeiros consomem muito menos recursos do que os norte-americanos. Apesar de ser um problema maioritariamente causado pelos países desenvolvidos, as nações mais pobres vão também ser as que mais vão sofrer com as alterações climáticas.
“Grande substituição” já inspirou outros tiroteios

O conceito do eco-fascismo e a teoria da grande substituição não são conceitos novos e até já estavam presentes na propaganda nazi, mas têm ganhado mais relevância nos círculos da extrema-direita nos últimos anos e já inspiraram vários tiroteios.

Em 2019, houve um caso semelhante em Christchurch, na Nova Zelândia, quando um nacionalista branco entrou em duas mesquitas e disparou indiscriminadamente, matando 51 pessoas. O autor do tiroteio também escreveu um manifesto de 74 onde usava argumentos semelhantes para justificar o massacre.

“Os invasores são os que estão a causar a sobrepopulação do mundo. Matem os invasores, matem a sobrepopulação e ao fazerem isso estão a salvar o ambiente”, escreveu.

Também em 2019, um tiroteio em massa abalou um supermercado na cidade de El Paso e matou 23 pessoas. O culpado também escreveu um manifesto e publicou-o no fórum 8chan, que é frequentado por muitos radicais de extrema-direita, onde afirmou que o massacre era uma retaliação contra a “invasão hispânica no Texas” e que queria “matar tantos mexicanos quanto pudesse”.

Em 2018, um homem já com um histórico de anti-semitismo nas redes sociais também foi o autor de um tiroteio numa sinagoga em Pittsburgh e atirou sobre 11 pessoas. O suspeito culpava os judeus por deixarem entrar “invasores que matam as nossas pessoas” nos Estados Unidos.

O tiroteio deste fim-de-semana é o mais mortífero até agora em 2022 em solo americano. Este foi o 198.º tiroteio em massa este ano nos Estados Unidos, o que se traduz numa média de 10 ataques por semana, segundo o Gun Violence Archive.

https://zap.aeiou.pt/autor-do-tiroteio-em-buffalo-queria-matar-o-maximo-de-pretos-possivel-e-considera-se-eco-fascista-479296


quinta-feira, 19 de maio de 2022

Reunião sobre adesão da Finlândia e Suécia à NATO termina sem consenso !


Os membros da NATO falharam hoje um consenso sobre se devem iniciar conversações de adesão com a Finlândia e a Suécia, disseram diplomatas, com a Turquia a insistir nas suas objeções à adesão dos dois países nórdicos.

As fontes diplomáticas, citadas pela Associated Press mas que pediram anonimato, não detalharam o que é que, precisamente, está a impedir avançar nas conversações.

Os diplomatas dos países membros reuniram-se na sede da NATO, em Bruxelas, depois de os embaixadores da Finlândia e da Suécia terem apresentado os pedidos formais de candidatura para aderir à organização militar, num movimento que marca uma das maiores consequências geopolíticas da guerra da Rússia contra a Ucrânia.

O embaixador lituano, Deividas Matulionis, disse aos meios de comunicação suecos e finlandeses que os enviados tinham trocado pontos de vista sobre a sua segurança nacional.

“A discussão foi sobre isto, mas cabe à Turquia comentar”, disse o embaixador.

Os funcionários da NATO também se recusaram a avançar mais informações, remetendo para as observações feitas anteriormente pelo secretário-geral, Jens Stoltenberg, que vincou a determinação em “resolver todas as questões e chegar a uma conclusão rápida”.

A Turquia é o único aliado que expressou claramente a sua oposição à adesão da Finlândia e da Suécia, com o Presidente, Recep Tayyip Erdogan, a acusar os dois países de fecharem os olhos às atividades do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK, apesar de o grupo constar da lista negra antiterrorismo da União Europeia.

Stoltenberg disse que a aliança militar está pronta para aproveitar um momento histórico e avançar rapidamente para permitir que a Finlândia e a Suécia se juntem às suas fileiras, depois de os dois países terem apresentado hoje os seus pedidos de adesão.

Os países só beneficiarão da garantia de segurança do artigo 5.º da NATO – a parte do tratado fundador da Aliança que promete que qualquer ataque a um membro é considerado um ataque a todos eles – uma vez concluído o processo de ratificação da adesão, provavelmente dentro de alguns meses.

O processo geralmente demora entre oito a 12 meses, mas a NATO quer avançar rapidamente, dada a ameaça de segurança que os países nórdicos consideram que paira sobre eles depois do ataque da Rússia à Ucrânia.

Moscovo, cuja guerra contra a Ucrânia impulsionou os países nórdicos a decidirem avançar com o pedido de adesão à organização militar, avisou que poderá responder.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, congratulou-se com as suas candidaturas num tweet e disse que “as terríveis ambições de Putin transformaram os contornos geopolíticos” do continente europeu.

https://zap.aeiou.pt/adesao-finlandia-suecia-nato-consenso-479775


Começaram os julgamentos de crimes de guerra na Ucrânia !


Soldado russo de 21 anos foi o primeiro a comparecer em tribunal. E admitiu ter matado um civil ucraniano desarmado, na região de Sumy.

Pouco menos de três meses depois do início da guerra, começaram os julgamentos de crimes de guerra na Ucrânia.

O primeiro acusado a comparecer em tribunal foi Vadim Shishimarin. O jovem soldado russo tem 21 anos e admitiu que matou um civil ucraniano, desarmado, na região de Sumy, na Ucrânia.

O civil assassinado tinha 62 anos e o crime ocorreu em Chupakhivka, poucos dias depois do início da invasão. A sentença poderá ser prisão perpétua.

Perante a viúva, que também estava no tribunal em Kiev, Vadim apareceu “nervoso” e sempre a olhar para o chão, relata a BBC.

O jovem russo estava numa unidade da divisão de tanques. Foram atacados por ucranianos e, depois, roubaram um carro particular. Aí viram o civil a andar de bicicleta e recebeu ordens para matá-lo. Obedeceu.

Logo após o momento em que Vadim admitiu que foi o autor do homicídio, a sessão foi suspensa. O julgamento será retomado nesta quinta-feira.

“Tenho muita pena dele. Mas não consigo perdoar um crime destes“, comentou a viúva.

Vadim Shishimarin nasceu em Irkutsk e foi líder de esquadrão na 4.ª Divisão Panzer Kantemirovskaya, na região de Moscovo.

Será o primeiro de 41 julgamentos de crimes de guerra já preparados pelas autoridades ucranianas. Todos envolvem soldados russos.

https://zap.aeiou.pt/julgamentos-crimes-guerra-ucrania-479749

Estratégia chinesa ‘zero casos’ com Ómicron é “insustentável”, avisa OMS !


Chefe da Organização Mundial da Saúde revelou que a OMS aconselhou repetidamente as autoridades chinesas sobre estratégias de contenção, mas que cabe a cada país escolher a política a seguir.

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, voltou hoje a dizer que a abordagem extrema da China para conter a covid-19 é “insustentável”, devido à natureza altamente infecciosa da variante Ómicron.

Em conferência de imprensa, Tedros descreveu a estratégia de ‘zero covid’ da China como “insustentável”, depois de o país asiático ter criticado comentários semelhantes, feitos na semana passada.

“Conhecemos melhor o vírus e temos melhores ferramentas, incluindo vacinas, por isso a gestão do vírus deve ser diferente do que o que foi feito no início da pandemia”, disse.

O responsável acrescentou que o vírus mudou significativamente desde que foi identificado pela primeira vez, na cidade chinesa de Wuhan, no final de 2019. A China interrompeu então a sua propagação através de medidas de confinamento.

Tedros revelou que a OMS aconselhou repetidamente as autoridades chinesas sobre estratégias de contenção, mas que cabe a cada país escolher a política a seguir.

O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, disse que a agência reconhece que a China enfrenta uma situação difícil e elogiou as autoridades por manter o número de mortes num nível muito baixo.

“Entendemos que a resposta inicial da China foi tentar suprimir as infeções ao máximo, mas essa estratégia não é sustentável e outros elementos precisam de ser amplificados”, apontou.

Ryan acrescentou que os esforços de vacinação devem continuar e enfatizou que uma “estratégia apenas de supressão não é uma forma sustentável de sair da pandemia para nenhum país”.

A implementação implacável e muitas vezes caótica da política de ‘zero casos’ gerou uma crise em Xangai, a maior cidade da China, onde 25 milhões de pessoas estão há seis semanas proibidas de sair de casa.

A política chinesa obriga ao isolamento de todos os casos positivos, incluindo os assintomáticos, em centros de quarentena. Trata-se sobretudo de instalações improvisadas, com as camas distribuídas num espaço comum, sem chuveiros, e com uma casa de banho para centenas ou até milhares de pessoas.

O abrupto encerramento dos serviços na “capital” económica da China e as ordens para a população ficar em casa criaram também dificuldades no acesso a alimentos e medicamentos. Várias outras cidades chinesas foram afetadas por medidas parciais ou totais de confinamento este ano.

https://zap.aeiou.pt/estrategia-chinesa-zero-casos-com-omicron-e-insustentavel-avisa-oms-479574


Bruxelas dispõe 300 mil milhões para acabar com dependência energética da Rússia !


A Comissão Europeia apresentou hoje um pacote energético de 210 mil milhões de euros até 2027 para a União Europeia ser independente da energia russa, propondo redirecionar 300 mil milhões em verbas comunitárias para o financiar.

Em causa está REPowerEU, o plano para aumentar a resiliência do sistema energético europeu e tornar a Europa independente dos combustíveis fósseis russos antes de 2030, no seguimento da guerra da Ucrânia e dos problemas no abastecimento, que como a Lusa já tinha noticiado implica um investimento adicional de 210 mil milhões de euros até 2027.

Numa curta declaração hoje à imprensa, em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sublinhou que “tudo isto exigirá, evidentemente, investimentos e reformas maciças”.

“Vamos mobilizar perto de 300 mil milhões de euros, aproximadamente 72 mil milhões de euros em subvenções e 225 mil milhões de euros em empréstimos”, acrescentou a líder do executivo comunitário.

De acordo com Ursula von der Leyen, “isto incluirá algum financiamento – até 10 mil milhões de euros – em ligações em falta para gás e GNL [gás natural liquefeito], para que nenhum Estado-membro fique ao frio e até dois mil milhões de euros para infraestruturas petrolíferas, tendo em vista a paragem do carregamento de petróleo russo”.

“Todo o resto do financiamento irá acelerar e aumentar a transição para a energia limpa”, adiantou Ursula von der Leyen.

Na comunicação da Comissão Europeia relativa ao REPowerEU, a instituição propõe “uma alteração direcionada e rápida do regulamento sobre o Mecanismo de Recuperação e Resiliência”, prevendo nomeadamente a “atribuição de financiamento adicional proveniente do leilão de licenças do Sistema de Comércio de Emissões, num montante limitado”.

Ao mesmo tempo, quer que os Estados-membros “beneficiem de uma maior flexibilidade na transferência dos recursos que lhes são atribuídos” no âmbito de fundos comunitários como os de desenvolvimento regional, social, coesão, para transição justa, entre outros, assim como os referentes aos planos estratégicos da Política Agrícola Comum (PAC).

Bruxelas destaca que “o processo de transferência voluntária pelos Estados-membros de fundos da política de coesão e de fundos da PAC para o programa REPowerEU no âmbito planos de recuperação e de resiliência foi concebido para assegurar um processo de adoção rápido”.

Este redirecionamento das verbas comunitárias representa um total de 72 mil milhões de euros em subvenções, que serão complementadas com “225 mil milhões de euros de empréstimos ao abrigo do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, resultando num montante total próximo dos 300 mil milhões de euros”, explica o executivo comunitário na comunicação.

O montante em empréstimos das verbas recuperação corresponde ao que não foi solicitado pelos Estados-membros.

Segundo as contas de Bruxelas, o REPowerEU será “compensador”, já que juntamente com o pacote Objetivo 55, que prevê uma transição ecológica com redução de 55% das emissões poluentes até 2030, permitirá à UE “poupar 80 mil milhões de euros em despesas de importação de gás, 12 mil milhões de euros em despesas de importação de petróleo e 1,7 mil milhões de euros em despesas de importação de carvão por ano”.

Também como a Lusa tinha noticiado, no âmbito do REPowerEU, a Comissão Europeia quer elevar para 45% a meta relativa ao consumo energético da UE a partir de fontes renováveis até 2030, para assim “acelerar a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis russos” e reduzir preços, nomeadamente apostando no solar e no hidrogénio ‘verde’.

No documento hoje publicado, é ainda projetado que a UE tenha de investir entre 1,5 e dois mil milhões de euros para garantir a segurança do aprovisionamento de petróleo após um embargo à Rússia.

A Comissão Europeia defende ainda, no REPowerEU, que os atuais preços elevados da eletricidade na Península Ibérica “sublinham a necessidade” de construir interconexões, integradas num investimento adicional estimado de 29 mil milhões de euros na rede elétrica europeia até 2030.

https://zap.aeiou.pt/bruxelas-acabar-dependencia-russia-479743


Todas as conversas analisadas: Os problemas na vigilância anunciada em Bruxelas, sobre abuso de menores !


Comissão Europeia anunciou que as empresas online vão ser obrigadas a detectar elementos suspeitos. Para isso, vão ter que “espreitar” as conversas.

George Orwell não estaria à espera de que, mais de 70 anos depois, o termo Big Brother continuasse a ser utilizado tantas vezes.

O foco do seu livro de 1949 é recuperado nesta semana por causa de uma proposta legislativa aprovada pela Comissão Europeia.

Na quarta-feira, em Bruxelas, a Comissão informou que as empresas que prestam serviços de conversação online (incluindo redes sociais ou empresas de jogos) vão ser obrigadas a denunciar conteúdos suspeitos de exploração e o abuso sexual de menores.

“Estamos a falhar na protecção das crianças. Há polícias frustrados por não conseguir investigar como queriam. E um aviso para os predadores: nós vamos atrás de vocês”, justificou Ylva Johansson, comissária europeia para os Assuntos Internos.

Vão ser analisadas publicações e correspondência privada. Será um sistema de Inteligência Artificial que vai procurar palavras-chave, imagens ou vídeos, que possam ser relacionadas com abuso de menores, em todo o conteúdo das plataformas.

Por exemplo, os chats e conversas entre duas pessoas que estão a jogar podem ser controladas. As empresas terão de recolher os dados suspeitos, enviarão os mesmos a uma entidade que vai analisar se o caso avança.

A própria Comissão Europeia admite no documento que esta é uma proposta evasiva, que pode ultrapassar os limites da privacidade. Mas não enumera detalhes sobre o processo.

André Maia, jornalista do Observador, recuperou George Orwell: “Não é exagerado falarmos sobre Big Brother porque vai haver pessoas a ler o que as outras pessoas estão a escrever. Não tudo, mas vão estar sempre atentas que estamos a escrever”.

Já na Rádio Renascença, Rui Duro foi claro: “A nossa liberdade passa a estar condicionada. Todas as nossas comunicações passam a ser analisadas“.

“Isto abre uma caixa de pandora. As medidas terão de ser aplicadas a toda a comunicação que é feita”, alertou o director de uma empresa de cibersegurança.

As empresas que não concordarem terão de pagar multas, de acordo com a imprensa. As coimas deverão ser de 6% da receita total do ano da empresa; no caso do Twitter, por exemplo, teria de pagar 300 milhões de euros por recusar implementar este sistema de análise.

https://zap.aeiou.pt/big-brother-abuso-menores-478687


terça-feira, 17 de maio de 2022

Um em cada quatro britânicos começou a saltar refeições devido à inflação !


A maioria dos inquiridos já começou a cortar nos pequenos “luxos”, como as subscrições dos serviços de streaming e nas saídas para socializar, mas uma grande percentagem dos britânicos já teve mesmo de cortar nas refeições.

Uma nova sondagem do instituto Ipsos para a Sky News revela que um em cada quatro britânicos está preocupado com o aumento do custo de vida nos próximos meses.

As pessoas com rendimentos mais baixos são as mais inquietas com a situação, com mais de metade das que ganham menos de 20 mil libras por ano a afirmarem estar “muito preocupadas”.

O cenário é semelhante independentemente da região do Reino Unido e o inquérito mostra que três em cada cinco pessoas já tiveram de começar a desligar o aquecimento para baixarem as facturas energéticas, isto depois dos preços terem aumentado 54% em Abril e com outra grande subida prevista para Outubro.

Outras actividades que não são essenciais também estão a ser cortadas, com 52% dos inquiridos a admitirem que saem menos para socializar. 44% evitam conduzir quando não é necessário para pouparem nos combustíveis, 31% estão a trabalhar mais a partir de casa e 29% cancelaram as subscrições de serviços de streaming.  

Um sinal mais preocupante é que 27% dos inquiridos, o que equivale a mais de uma em cada quatro pessoas, admitem já terem saltado refeições para pouparem dinheiro.

Antecipa-se que a inflação chegue aos 10% até ao final do ano no Reino Unido e os preços de bens alimentares essenciais, como a manteiga ou a carne de frango, já subiram mais um décimo.

Duas em cada cinco pessoas afirmam que já estão a fazer compras em supermercados mais baratos e 39% admite usar sites que comparam dos preços.

As previsões para o futuro também não são optimistas, com 70% dos britânicos a anteciparem um grande aumento dos preços das utilidades, como a electricidade ou a água. Quase metade também já está a contar com uma subida nas rendas ou nas prestações do crédito à habitação e 85% prevê uma continuação da tendência de aumento dos preços dos alimentos.

https://zap.aeiou.pt/um-quatro-britanicos-saltar-refeicoes-479273


Bulgária solicita excusa do embargo europeu ao petróleo russo !

O primeiro-ministro da Bulgária, Kiril Petkov, e o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte.
O governo búlgaro confirmou nesta segunda-feira que solicitou à Comissão Europeia a sua exclusão do planeado embargo à compra do petróleo russo, porque a sua única refinaria só pode processar este tipo de crude.

Esta posição foi expressa pelo primeiro-ministro búlgaro, Kiril Petkov, durante uma conferência de imprensa conjunta, em Sofia, com o seu homólogo holandês, Mark Rutte.

O chefe do governo búlgaro afirmou que o seu país é um dos que mais resistiu mais pressões russas em relação ao pagamento do gás com rublos, o que contribuiu para reduzir o fluxo de dinheiro para Moscovo.

“Esperemos que haja compreensão da Comissão Europeia, do que temos indícios, uma vez que não podemos passar de 95% de dependência do gás para zero e, ao mesmo tempo, colocar um embargo sobre a nossa única refinaria, que só funciona com crude de tipo Ural”, disse.

“Vamos pedir que a Bulgária seja parte das exceções, até que tenhamos a infraestrutura adequada, por exemplo um oleoduto com a Grécia”, disse Petkov, considerado um europeísta, acrescentando que o seu país apoia os seus parceiros europeus, mas que não está em condições de decretar um embargo ao petróleo russo.  

A empresa estatal russa Gazprom cortou, em finais de abril, o fornecimento de gás à Polónia e Bulgária, país este que importava 95% do gás que consome da Federação Russa.

Rutte felicitou a Bulgária e a Polónia pela forma como reagiram à exigência da Gazprom de ser paga em rublos.

“A luta não é entre a Federação Russa e a Bulgária e entre a Federação Russa e a Polónia, mas sim entre a Federação Russa e a Polónia”, concluiu.

A Comissão Europeia propôs incluir um embato à compra de petróleo russo no sexto pacote de sanções à Federação Russa por ter invadido a Ucrânia.

Países como Eslováquia e Hungria opõem-se a esta medida, argumentando com a sua dependência energética da Federação Russa.

https://zap.aeiou.pt/bulgaria-excusa-embargo-petroleo-russo-479275


Le Violon d’Ingres fez história: É a fotografia mais cara de sempre vendida em leilão !


Le Violon d’Ingres foi vendida, no sábado, num leilão em Nova Iorque por 12,4 milhões de dólares, ultrapassando a estimativa mais otimista, que se ficava pelos sete milhões.

A imagem a preto e branco, tirada em 1924 pelo artista surrealista norte-americano Man Ray, fez história no sábado quando se tornou a fotografia mais cara de sempre a ser vendida em leilão.

Segundo a CNN, aquela que é considerada a obra mais famosa de Man Ray, que transforma o corpo nu de uma mulher num violino, foi vendida por 12,4 milhões de dólares.

Antes do leilão, esperava-se obter entre 5 e 7 milhões de dólares, a estimativa mais alta para uma única fotografia na história do leilão, segundo a Christie’s.

O retrato de Kiki de Montparnasse, uma das musas de Man Ray, é aquilo a que no meio se chama de “cópia fotográfica original”, já que foi feita na mesma altura em que o artista criou o negativo correspondente. 

Este detalhe torna-a muito rara e particularmente valiosa para qualquer colecionador.

“Ao mesmo tempo romântica, misteriosa e travessa, esta imagem capturou a mente de todos durante quase 100 anos”, disse o especialista da Christie’s Darius Himes, citado em comunicado. “Como obra fotográfica, é sem precedentes no mercado.”

Man Ray, ou Emmanuel Radnitzky, viveu entre 1890 e 1976 e foi um membro chave do Dadaísmo e do Surrealismo. “Le Violon d’Ingres” era o melhor lote da coleção de Rosalind Gersten Jacobs e Melvin Jacobs, dois colecionadores de arte que tinham laços com círculos surrealistas.

O casal de Nova Iorque adquiriu a peça em 1962.

https://zap.aeiou.pt/le-violon-dingres-fez-historia-479260


32 anos depois, McDonald’s sai da Rússia !


O McDonald’s anunciou, esta segunda-feira, que irá começar o processo de venda da cadeia de restaurantes na Rússia, após 32 anos de atividade.

Mais de 30 anos depois, o McDonald’s diz adeus à Rússia. A multinacional de restaurantes vai vender o seu negócio no país, depois de ter anunciado o encerramento temporário das suas unidades no mercado russo em março, na sequência da invasão da Ucrânia.

“A crise humanitária provocada pela guerra na Ucrânia e o contexto imprevisível para continuar a operar levaram a McDonald’s a concluir que o negócio na Rússia já não é sustentável nem consistente com os valores da McDonald’s”, lê-se no comunicado.

A McDonald’s tem 850 restaurantes e 62 mil empregados na Rússia. Segundo o Expresso, a decisão irá implicar um custo, nas contas do grupo, entre 1,2 e 1,4 mil milhões de dólares, o equivalente a um valor entre 1,15 e 1,34 mil milhões de euros.

A cadeia de fast food irá vender todos os seus restaurantes na Rússia a um comprador local, que deixará de usar a marca McDonald’s e o seu menu de refeições.

Apesar da decisão, a empresa vai continuar a garantir os salários dos seus funcionários até ao fecho desta transação e irá procurar que esses trabalhadores continuem a ter emprego junto do novo proprietário dos restaurantes.

Chris Kempczinski, presidente executivo da multinacional, disse no comunicado que estava orgulhoso dos funcionários e que a decisão foi “extremamente difícil“, mas que o compromisso com os seus valores significa que não podem continuar ali.

https://zap.aeiou.pt/32-anos-depois-mcdonalds-sai-da-russia-479167


Kim Jon-un convoca exército para responder ao surto de covid-19 !


O líder norte-coreano, Kim Jong-un, arrasou o seu próprio Governo e ordenou a intervenção do exército na distribuição de medicamentos.

Numa reunião de emergência do Politburo do Comité Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, no domingo, Kim Jong-un “criticou fortemente o Governo e o setor da saúde pública pela sua atitude irresponsável de trabalho e capacidade de organização e execução”, segundo detalhou a KCNA.

O líder norte-coreano salientou que o problema não é a falta de medicamentos – que, segundo peritos internacionais, escasseiam na Coreia do Norte – mas o facto de não terem chegado às pessoas através das farmácias do Estado-

Numa altura em que o país anunciou o primeiro surto de covid-19, “as autoridades responsáveis pelo fornecimento não arregaçaram as mangas, sem reconhecer adequadamente a crise atual”.

Perante as fortes críticas às autoridades de saúde, Kim Jong-un decidiu então convocar o exército para assumir a entrega dos medicamentos.
 
“Enquanto visitava uma farmácia, Kim Jong-un viu com os seus próprios olhos a escassez de medicamentos na Coreia do Norte”, disse à AFP Cheong Seong-jang, investigador do Instituto Sejong. “A situação pode ser mais séria do que ele pensava.”

A Coreia do Norte anunciou, na quinta-feira passada, o primeiro caso de covid-19 em dois anos. Menos de 24 horas depois, Pyongyang divulgou uma morte na sequência da doença.

A agência KCNA avança ainda que há 1.213.550 casos do que Pyongyang chama uma “febre” de origem desconhecida, que diz ter começado a circular no final de abril. Mais de meio milhão de pessoas estão a receber tratamento médico.

https://zap.aeiou.pt/kim-jon-un-convoca-exercito-covid-19-479197


segunda-feira, 16 de maio de 2022

Reino Unido afirma que Moscovo já perdeu um terço das forças ! Tropas russas estarão a sair de Kharkiv !


As tropas russas estarão a ficar sem meios e a ofensiva no Donbass está “significativamente atrasada”, de acordo com o Reino Unido. A Rússia também terá falhado na conquista de Kharkiv, a segundo maior cidade ucraniana.

Os serviços de inteligência britânicos adiantaram este domingo que a Rússia já terá perdido um terço das forças de combate que foram destacadas para a guerra na Ucrânia que começou em Fevereiro.

No seu relatório diário sobre o conflito, o Ministério da Defesa do Reino Unido afirma que a ofensiva russa no Donbass “perdeu ímpeto e ficou significativamente atrasada“, apesar dos “avanços iniciais de pequena escala”.

“Estes atrasos vão certamente ser exacerbados pela perda de facilitadores importantes como equipamentos para as missões na água e de inteligência, vigilância e drones de reconhecimento”, pode ler-se no tweet.

A Rússia não tem conseguido alcançar “ganhos territoriais substanciais ao longo do último mês” e está a ser vencida pela “fraca moral e eficácia combativa reduzida” no Leste da Ucrânia. “Dentro das atuais condições, é pouco provável que a Rússia acelere dramaticamente o ritmo do avanço nos próximos 30 dias”, remata.

Rússia terá falhado na conquista de Kharkiv

Numa análise publicada na sexta-feira, o think tank norte-americano Instituto para o Estudo da Guerra afirma que é provável que a Rússia não tenha conseguido conquistar Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, e que as tropas se estarão a retirar da cidade.

“É provável que o exército russo tenha decidido retirar-se completamente das suas posições nos arredores de Kharkiv, face aos contra-ataques ucranianos e à limitada disponibilidade de reforços”, lê-se no documento citado pelo Público.

Os soldados devem estar a agora a recuar em direcção à fronteira russa e a solução pode passar pelo envio de mercenários. Alguns habitantes já estão a regressar à cidade após a retirada russa.

Com a saída dos russos, as tropas ucranianas estão agora focadas dos combates perto da cidade ocupada de Izium, nos arredores de Kharkiv. Izium é um importante ponto estratégico porque é nessa cidade que a Rússia se tem preparado para o ataque em larga escala no Donbass.

Nesta região, as ofensivas concentram-se em Severodonestk e Lysychansk, mas a falta de meios pode levar a que a Rússia não consiga cercar as duas cidades.

Zelenskyy também já afirmou que uma das prioridades é a reconquista de cidades que estão sob ocupação, como Mariupol ou Kherson. Nesta última, a administração russa já está a preparar um referendo à anexação à Rússia.

https://zap.aeiou.pt/russia-perdeu-um-terco-forcas-478998


Tal como os nazis depois da guerra, “anti-vaxxers” alemães estão a fugir para o Paraguai !


Alemães “anti-vaxxers” que fogem das restrições à covid-19 na Europa estão refugiados numa pequena comunidade agrícola no Paraguai.

Em Nueva Germania — ou Neugermanien — fica um complexo fechado, com os seus portões a serem protegidos por guardas armados. Poucas pessoas além dos seus 300 moradores e trabalhadores locais entram ou saem.

Paraíso Verde não é um resort de férias ou uma clínica de reabilitação, mas sim uma comunidade isolada de “anti-vaxxers” em grande parte alemães que fogem das restrições europeias da covid-19.

Anti-vaxxers são pessoas que se opõem ao uso de vacinas ou regulamentação que obrigue à vacinação. O termo já tem alguns anos, mas ganhou relevo com a recente pandemia de covid-19.

“Muitas pessoas estão a vir aqui para o Paraguai com a intenção de ter mais liberdade, menos pressão das autoridades ao fazer os seus negócios e principalmente no setor da saúde”, disse Gerhild Wichmann, que mora em Paraíso Verde desde agosto de 2020.

“Muitas famílias agora estão a vir porque querem proteger os seus filhos das restrições [do coronavírus] na Europa”, acrescentou, em declarações à VICE.

O Paraíso Verde foi fundado em 2016 por Erwin e Sylvia Annau. O casal germânico vê a sua comunidade como um paraíso de liberdade, onde as pessoas podem escapar às restrições ocidentais.

Todavia, vídeos de Erwin Annau a protestar contra os muçulmanos e contra a imigração na Europa têm gerado polémica ao longo dos anos.

No próprio site do Paraíso Verde é explicado que a comunidade não é um refúgio para nazis: “A palavra é abusada hoje de maneira vil e repreensível para ‘empurrar’ aqueles que pensam politicamente de maneira diferente para um canto”.

“A palavra nazi é instrumentalizada para forçar a opinião a alinhar-se com ideologias multi-culturais de extrema esquerda”, lê-se ainda no portal.

O Paraguai não exige certificado de vacinação à entrada, uma das razões que levou centenas de alemães a escolherem o país sul-americano a mais de 10.000 quilómetros de casa.

No entanto, haveria uma panóplia de outras escolhas possíveis, mas o Paraguai tem já uma ligação histórica com a Alemanha.

Nueva Germania é um distrito do Paraguai, fundado em 1887 pelo antissemita Dr. Bernhard Förster, que estava casado com Elisabeth Förster-Nietzsche, irmã do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. A sua ideia era criar uma comunidade modelo no Novo Mundo para mostrar a “superioridade da raça alemã”.

O plano original não deu certo, uma vez que conseguiu atrair poucas famílias, enquanto os Estados Unidos atraíram muito mais imigrantes alemães.

Ainda assim, abriu o precedente para os nazis que fugiram da Alemanha depois da II Guerra Mundial. Entre eles, o mais emblemático que escapou para o Paraguai foi Josef Mengele, médico nazi que fez experiências com prisioneiros em Auschwitz-Birkenau durante a Segunda Guerra Mundial.

Conhecido como o “Anjo da Morte”, Mengele fez várias experiências científicas, principalmente com gémeos, sendo que estas não tinham qualquer respeito pela saúde ou segurança das vítimas.

Hoje, existem oficialmente cerca de 7.730 expatriados alemães a viver no Paraguai, mas o cônsul alemão realça que o número real pode chegar aos 30.000 se incluirmos aqueles sem documentação.

https://zap.aeiou.pt/anti-vaxxers-alemaes-fugir-paraguai-478221


Acusados de assédio a menores e banidos do desporto olímpico - Agora treinam menores !


Pelo menos 20 pessoas nos EUA estão a trabalhar com menores, ou a treinar menores, apesar das acusações ou castigos do seu passado.

Há casos de menores, entre crianças e adolescentes, que estão a ser orientadas por treinadores ou instrutores que foram, ou acusados de assédio sexual, ou banidos de modalidades olímpicas pelo mesmo motivo.

A contabilidade da NBC News contou com a colaboração da SafeSport, uma organização sem fins lucrativos para proteger jovens desportistas de abusos sexuais.

A SafeSport foi criada em 2017, na sequência do escândalo sexual que abalou a ginástica e o desporto nos Estados Unidos da América, com o médico Larry Nassar como protagonista. Nassar foi condenado a pena de prisão até 175 anos.

De acordo com a análise feita pela estação norte-americana, pelo menos 10 pessoas estão a trabalhar com menores, ou a treinar menores, apesar de terem sido banidas pela SafeSport por terem sido acusadas de abuso sexual.

Mais 10 pessoas, no mínimo, estão a trabalhar com menores, ou a treinar menores, apesar de terem sido banidos, ou pela SafeSport, ou por uma entidade ligada ao desporto olímpico nos EUA (ou seja, estão proibidas de voltar a uma modalidade olímpica), pelo mesmo motivo.

Mais cinco pessoas com o mesmo passado trabalharam ou treinaram menores. Mas aparentemente já deixaram o mundo do desporto.

E há muitos mais castigos, que vão para além dos treinadores: cerca de 1.400 pessoas foram banidas nos últimos cinco anos.

O caso destacado é o de MacKenzie Loesch que, quando tinha 12 anos e era treinada por Thomas Hardin, treinador de taekwondo, começou a ser assediada e abusada pelo técnico.

MacKenzie chegou a estar “aterrorizada” por causa do seu treinador. E abandonou a modalidade mais cedo do que queria.

Thomas Hardin nunca chegou a ir a tribunal mas a família de MacKenzie Loesch levou o caso à polícia, aos serviços sociais e à federação de taekwondo ligada ao Comité Olímpico dos EUA – queria impedir Hardin de voltar a treinar crianças.

Nunca conseguiu: Hardin criou uma academia de taekwondo e trabalha com crianças com menos de 12 anos.

https://zap.aeiou.pt/acusados-assedio-menores-sao-treinadores-478344


Blue Zones: As 5 cidades onde se vive mais tempo !


Dois locais na Europa, dois na América e um na Ásia. Nas cinco “zonas azuis” encontra-se muita gente acima dos 80 anos. Há nove factores.

Dan Buettner, escritor conhecido e ligado à National Geographic, é responsável pela criação das Blue Zones.

O que são estas “zonas azuis”? São os pontos do mundo onde é mais provável encontrar pessoas acima dos 80 anos, 90 anos, ou mesmo acima dos 100 anos.

Nove critérios fundamentaram esta lista: movem-se naturalmente, têm um propósito sempre que se levantam, conseguem acalmar e fugir ao stress, não comem demasiado, seguem uma alimentação saudável, bebem álcool de forma moderada, estão ligados a comunidades religiosas, dão atenção às pessoas mais próximas e estão inseridas na “tribo” certa.

O portal Travel + Leisure recuperou esta noção e recordou a lista das tais cinco “zonas azuis”, onde estes nove critérios são cumpridos por mais pessoas. Há dois locais na Europa, dois na América e um na Ásia.
 
A “zona azul” identificada mais rapidamente, e que lidera a lista, é uma ilha: Sardenha, em Itália, onde há uma “peculiaridade genética rara” que se prolonga por gerações e que permite viver durante mais tempo.

Okinawa, no Japão, regista uma taxa de cancro muito baixa, tal como baixo é o número de pessoas com doenças cardíacas e com demência. A maioria dos idosos tem um propósito, sabe o que quer (e vai) fazer diariamente. E não surpreende ver o Japão nesta lista.

Segue-se Nicoya, na Costa Rica, onde o lema “vida pura” predomina. Lá vive-se feliz todos os dias e há fortes laços familiares, com um propósito constante também. Além de se comer bem, com regras.

Na Grécia fica Icária, outra ilha. Só vivem lá menos de 10 mil pessoas mas estão saudáveis e praticamente ninguém tem demência ou doenças crónicas. Mexem-se, têm vida social, comem e bebem moderadamente. Um terço destes gregos vive até aos 90 anos.

Loma Linda, Estados Unidos da América. Aqui são os Adventistas do Sétimo Dia que seguem deitas vegetarianas e que praticam muito exercício. Pertencem à comunidade, tornam o auxílio aos outros a sua rotina. E vivem mais 10 anos do que a maioria das outras pessoas.

https://zap.aeiou.pt/cidades-onde-se-vive-mais-tempo-478060


Em 2025, poderá passar férias num hotel no Espaço !

Quarto da Estação Pioneer

Segundo as previsões, estações Pioneer e Voyager estarão em órbita em 2025 e 2027, respetivamente, e contarão com a tecnologia de gravidade artificial.

Se já começou a elencar a lista de destinos que pretende visitar no futuro – não imediato -, fique a saber que pode acrescentar um novo: o Espaço. De facto, as visitas a altitudes mais longínquas serão uma realidade muito em breve, já que a Orbital Assembly Corporation anunciou recentemente dois novos conceitos de estação concebidos com acomodações de turismo espacial. Uma das estações, denominada Pioneer, poderá estar em órbita já em 2025.

Em 2019, a Gateway Foudation divulgou ideias para um hotel espacial, com o objectivo a ser a gestão de um parque empresarial espacial que possa vir servir como casa, mas também com com espaço para escritórios e turistas, avançou Francesca Street à CNN.

Uma das estações propostas, a Pioneer, pode acomodar 28 pessoas, explicou Stephanie Wenger. A segunda estação, a Voyager (anteriormente conhecida como Von Braun), prevista para abrir em 2027, pode acolher até 400 pessoas. “O objectivo sempre foi tornar possível que um elevado número de pessoas possa viver, trabalhar e prosperar no Espaço”, descreveu o CEO da Assembleia Orbital, Tim Alatorre.

Uma estação mais pequena como a Pioneer permite às pessoas começarem a experimentar o espaço numa escala maior e mais rápida. Esta terá também instalações de investigação disponíveis para alugar, por exemplo.  

As duas estações apresentadas assemelham-se a uma roda e terão uma gravidade artificial, o que permite aos hóspedes moverem-se confortavelmente no seu interior – apesar de a tecnologia da gravidade artificial não estar atualmente disponível nas estações espaciais. A Pioneer dispõe de cinco módulos construídos em torno do desenho de arquitetura rotativa do “Anel de Gravidade”.

As instalações nas estações Pioneer e Voyager terão microgravidade híbrida e níveis de gravidade variáveis até .57-G, especifica Sean Cudahy, citado pelo Smithsonian Magazine. Os turistas poderão ainda sentir alguma falta de peso, mas também poderão beber e não terão de estar amarrados a uma cama para dormir. A gravidade funciona de forma semelhante a um balde giratório que empurra a água para os lados do balde e permanece no mesmo lugar. Perto do meio da estação, não haverá gravidade artificial, mas a gravidade aumenta gradualmente mais longe do centro.

Apesar de a estação Pioneer ser mais pequena do que a Voyager, os convidados podem ainda tomar banho, comer e beber sentados em áreas com gravidade. Cada estação está mobilada como hotéis de luxo na Terra. A Voyager terá até um restaurante e suites com vista para a Terra.

A ética do turismo espacial e os custos associados são atualmente atualmente alvo de discussão, sobretudo por merecerem a atenção de bilionários como Jeff Bezos ou Elon Musk. No entanto, Wendy Whitman Cobb, uma cientista política da Força Aérea, notou ao The New York Times que o lançamento de naves de não-astronautas para o Espaço abre a porta para o avanço das tecnologias, gera entusiasmo sobre as viagens espaciais e testa os parâmetros de segurança das viagens para o Espaço.

Outra barreira significativa às viagens ao Espaço tem que ver com o custo. No entanto, a Orbital espera que os turistas procurem uma viagem ao espaço e, desta forma, as viagens espaciais se tornem menos dispendiosas.

“Prevemos as nossas estações espaciais Pioneer e Voyager como os destinos finais do ecoturismo. Assim que as pessoas chegarem ao espaço, isso irá mudar a sua perspectiva sobre a Terra”, descreveu Alatorre. “As viagens espaciais ainda estão na sua infância, e estamos entusiasmados por fazer a nossa parte para a impulsionar para ajudar a melhorar a vida na Terra”.

https://zap.aeiou.pt/a-precisar-de-ferias-em-2025-podera-passa-las-num-hotel-no-espaco-478053


quinta-feira, 12 de maio de 2022

Coreia do Sul prepara-se para tirar um ano de idade a cada cidadão !


Medida é uma das primeiras que o recente presidente do país pretende implementar e vem dar resposta aos pedidos da população.

A primeira semana de Yoon Seok-yeol no cargo de presidente da Coreia do Sul ficou marcada pelo anuncio de uma medida que está a dar que falar não só no país, mas no mundo devido ao seu conteúdo inusitado. De acordo com os meios de comunicação sul-coreanos, o novo presidente pretende alterar o sistema de contagem de idade atualmente em vigor, o que resultará na diminuição da idade de todos os cidadãos em um ano.

De acordo com o conceito de “idade coreana“, um recém-nascido tem imediatamente um ano quando nasce e o festejo do aniversário acontece no dia de Ano Novo. No entanto, tal método cria problema, a começar pelos bebés nascidos em dezembro, que podem passar a ter oficialmente dois anos quando, à luz dos critérios tradicionais, têm apenas semanas.

O objetivo do presidente é acabar com a “idade coreana” e fazer com que o país esteja alinhado com as restantes nações do mundo – de preferência, o mais rápido possível. Segundo Lee Yong-ho, chefe da comissão de transição do presidente, as diferenças nos cálculos resultam em “confusão persistente” e “custos sociais e económicos desnecessários“.

De acordo com o jornal Público, a pressão para regular a idade cresceu depois de as autoridades terem vacilado entre a idade tradicional e a idade coreana para determinar o acesso dos cidadãos à vacinação contra a covid-19. Algumas das pessoas não puderam, por exemplo, tomar dose de reforço por não terem a idade internacional necessária, mas precisavam de mostrar o comprovativo de vacinação de acordo com a “idade coreana”.
 
Anteriormente, os pais também tentavam retardar o registo dos filhos, sobretudo os nascidos em dezembro, por acharem que este gesto pode vir a prejudicar o seu percurso.

https://zap.aeiou.pt/coreia-do-sul-prepara-se-para-tirar-um-ano-de-idade-a-cada-cidadao-478256


Na Polónia, os refugiados ucranianos ciganos fogem da guerra e da discriminação !

Refugiados ucranianos na fronteira com a Polónia.
Nos dias que se seguiram à invasão russa, a Polónia foi notícia pela elevada disponibilidade que demonstrou em receber refugiados ucranianos. No entanto, a postura não é comum a todas as etnias.

Antes da invasão russa à Ucrânia, um edifício banal nas imediações do mercado medieval de Cracóvia funcionava como albergue que oferecia alojamento barato sobretudo a jovens europeus que atravessam o continente de mochila às costas. Agora, num contexto europeu totalmente diferente, é a casa de 80 refugiados ciganos ucranianos, quase todas mães com filhos. Como tal, é frequente o movimento de mulheres com alimentos, ao mesmo tempo que os elementos do exército norte-americano no país tentam encontrar os seus destinos nos mapas.

“Só queria que os proprietários se encontrassem connosco antes de nos rejeitarem”, disse ao The Guardian Nadia, de 42 anos, que fugiu da sua aldeia perto de Donetsk quando as bombas russas caíram sobre a casa da sua vizinha em março. Refugiou-se Polónia com a mulher do seu filho, Raiia, de 22 anos, a sua filha adulta, e com os sete netos.

Apesar de a mudança ter sido recente, as mulheres encontraram trabalho numa fábrica de processamento de carne, tal como outros refugiados ciganos, que atravessaram a fronteira para encontrar um lar.

Mariam Masudi, uma coordenadora no albergue, que trabalha para a a ONG Salam Lab, não tem problemas em apontar que eles indivíduos “enfrentam discriminação“. “Os ciganos não são admitidos nos outros pontos de acolhimento. Ninguém lhes quer alugar um espaço para ficar. Não conheço ninguém que tenha conseguido estabelecer-se na Polónia. Aqueles que conseguiram sair do albergue mudaram-se para o estrangeiro“.

Os números oficiais sugerem que a população cigana da Ucrânia se situa nos 400.000 indivíduos, embora os especialistas encarem tal valor como uma estimativa baixa. Na realidade, ninguém sabe quantos ciganos ucranianos chegaram à Polónia, aponta Hanna Machińska, ativista pelos dos direitos civis na Polónia.

“Estas são grandes famílias intergeracionais, algumas de 30 pessoas. A maioria não tem um plano preciso do que vai ser o seu futuro quando chegam à Polónia”, descreve. “Esta situação requer ajuda institucional. Os cidadãos não são capazes de mobilizar apoio para grupos tão grandes de pessoas”.

No entanto, a ajuda institucional não tem sido prestada. A maior parte do apoio tem sido coordenada por indivíduos independentes e ONG’s, diz Joanna Talewicz-Kwiatkowska, antropóloga da Universidade de Varsóvia, responsável pela criação do grupo de Facebook, Polónia-Roma-Ucrânia, no início da guerra. “Queríamos recolher informações sobre pessoas que necessitavam de ajuda, comunicar com órgãos centrais e encontrar pessoas prontas a acolher refugiados ciganos”, diz ela. “Não pensámos que toda a responsabilidade pela situação fosse transferida para nós”.

Até o próprio albergue da Nadia só foi possível graças a um doador privado nos EUA, que alugou o espaço até 15 de Maio. Essa data é muitas vezes repetida entre as mulheres sentadas no átrio do albergue. “E depois o quê, expulsam-nos?” pergunta uma delas. Esta é uma pergunta a que Karol Wilczyński, diretor do Laboratório Salam, não consegue responder. “Sem apoio governamental, não conseguiremos. Não há maneira”, diz ele.

Os refugiados ciganos enfrentam não só uma falta de apoio, mas também uma discriminação direta, tanto por parte dos prestadores de ajuda como dos outros refugiados ucranianos. O facto de grande parte da ajuda ser prestada por voluntários mobilizados de forma independente e não pelo governo significa que é difícil assegurar a igualdade de tratamento das minorias.

“Nos primeiros dias da guerra, vimos os polacos fazerem grandes gestos de solidariedade para com os refugiados da Ucrânia”, lembra Talewicz-Kwiatkowska, membro dos ciganos polacos. “Nessa altura, nunca teria imaginado que estaríamos aqui a falar de discriminação ou desumanização, mas é isso que estamos a ver“.

De acordo com Talewicz-Kwiatkowska, foi recusado aos ciganos o acesso ao transporte e aos recursos oferecidos pelos voluntários que acolhem refugiados na fronteira. “Os ciganos foram expulsos dos pontos de acolhimento, onde se disse que estavam a roubar roupa para depois a vender. Também recebemos informações de famílias e grupos de ciganos que foram afastados dos carros e autocarros que ofereciam transporte”, diz ela.

“Encontrar alojamento foi outro desafio, porque quando alguém não quer ter ciganos no seu carro, pode imaginar que não os vai querer convidar debaixo do seu próprio tecto“.

Masudi diz que os ciganos que fogem da Ucrânia enfrentam frequentemente discriminação também por parte de outros refugiados. “Quando vêem os ciganos no ponto de recepção, os outros refugiados dizem uns aos outros para esconderem os seus pertences, de forma audível. Os ciganos na Ucrânia já estavam habituados a enfrentar a discriminação e o que eles experimentam na Polónia é a continuação disto“, aponta.

Nadia recorda que chegou a Lviv, o pessoal da estação de comboios não permitia que ela e a sua família entrassem na área de embarque reservada às mulheres e crianças que esperavam viajar para a Polónia. “Às mulheres ucranianas foi permitido que entrassem com os seus animais de estimação“, diz. “Mas não me quiseram deixar entrar”. Não acreditavam que eu fosse uma refugiada de Donetsk”.

Só depois de ter mostrado os seus documentos, que provavam que tinha vindo do leste, foi autorizada a embarcar no comboio. “Mas mesmo assim, [os oficiais] não me davam nenhum dos alimentos que estavam a dar aos refugiados”, diz ela.

A melhor opção para os ciganos a residir no albergue seria ir para o oeste do continente europeu, diz Masudi, nomeadamente para países “mais diversificados, onde se misturariam”. Embora Talewicz-Kwiatkowska tenha sido capaz de coordenar com organizações ciganas na Suécia e na Alemanha para organizar alojamento, muitos indivíduos estão relutantes em aceitar as ofertas. “Eles não querem estar longe da Ucrânia – esperam poder voltar para casa em breve”, diz ela.

Outros também têm medo de confiar na ajuda estrangeira. “Após a guerra na Jugoslávia, muitos ciganos tornaram-se vítimas de traficantes de órgãos, pelo que alguns têm medo de que a situação se repita“.

Nadia está consciente dos estereótipos que a seguem, mas espera, ao instalar-se na Polónia, ser capaz de os provar como estes estão errados. “Quando uma pessoa cigana rouba algo, ou é vidente, então as pessoas pensam que somos todos assim”, diz . “Mas eu não sei ser cartomante, então o que posso fazer? Tudo o que sei é trabalhar”.

https://zap.aeiou.pt/na-polonia-os-refugiados-ciganos-ucranianos-fogem-da-guerra-e-da-discriminacao-478006

 

Paraguai: Procurador que combatia crime organizado foi assassinado durante lua-de-mel !


Marcelo Pecci era especializado no combate contra o crime organizado. Casou-se há duas semanas e foi assassinado na Colômbia.

O procurador paraguaio especializado no combate contra o crime organizado Marcelo Pecci foi assassinado na terça-feira numa ilha perto da cidade colombiana de Cartagena das Índias, onde estava em lua-de-mel, segundo a embaixada do Paraguai em Bogotá.

“É um facto muito recente, estamos cientes da situação, estamos em contacto com as autoridades da Polícia Nacional Colombiana da cidade de Cartagena”, asseguraram à agência de notícias EFE fontes da embaixada.

O assassínio ocorreu numa praia da ilha de Barú, que fica a cerca de 40 minutos de barco, de acordo com as fontes, que disseram que o crime estava a ser investigado.

Marcelo Pecci, um dos mais importantes procuradores do Paraguai, casou-se com a jornalista paraguaia Claudia Aguilera em 30 de abril. O casal estava a passar a lua-de-mel na ilha de Barú, no mar das Caraíbas.

“As autoridades de investigação criminal e de inteligência estão na zona com a senhora [Claudia Aguilera] e já estão a tomar todas as medidas convenientes e a realizar a investigação”, disse a embaixada.

A Polícia Nacional da Colômbia, que ainda não deu pormenores oficiais da investigação, garantiu que o diretor, general Jorge Luis Vargas, está a viajar para região caribenha de Cartagena.

Vargas disse que a polícia já está em contacto com o Ministério Público do Paraguai e que também conversou “com as autoridades dos Estados Unidos para que também se juntassem à equipa que a Colômbia e o Paraguai formaram para levar os responsáveis à justiça o mais rápido possível“.

https://zap.aeiou.pt/paraguai-procurador-organizado-lua-de-mel-478127


Rússia não quer guerra na Europa - Mas… “É preciso derrotar a Rússia ? Tirem as vossas conclusões” !


Ministro dos Negócios Estrangeiros não está preocupado sobre a venda dos combustíveis fósseis: “O Ocidente que pague mais a outros”.

A Rússia não quer iniciar uma guerra com vários países europeus, assegurou Sergey Lavrov.

“Se estão preocupados com a perspetiva de uma guerra na Europa, não queremos isso de todo”, assegurou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, nesta quarta-feira.

No entanto, Lavrov frisou a repetição de uma ideia proveniente de países ocidentais: é preciso derrotar a Rússia.

“Chamo a vossa atenção para o facto de o Ocidente estar constante e persistentemente a dizer que, nesta situação, é necessário derrotar a Rússia. Tirem as vossas próprias conclusões”, declarou.

Durante esta conferência de imprensa realizada em Omã, o responsável de Moscovo disse que não está preocupado com o facto de a Rússia ter deixado de exportar o seu gás e petróleo para muitos países.

Há outros interessados. E, além disso: “Deixemos o Ocidente pagar mais do que pagava habitualmente à Federação Russa, e deixemo-los explicar às suas populações porque é que se vão tornar mais pobres”.

No terreno e nos negócios

As forças russas continuam a centrar-se na zona Leste da Ucrânia, com bombardeamentos em Sloviansk em Lviv.

Fora do contexto militar, a Ucrânia conseguiu baixar em 25% a passagem de gás russo para a Europa, indica a agência Reuters.

O ponto de passagem em Sokhranivka foi encerrado. Este era um dos locais principais de distribuição de gás russo para a Europa – mas passou a estar integrado numa zona ocupada pelas forças russas, a região de Lugansk.

https://zap.aeiou.pt/russia-nao-quer-guerra-europa-478135

 

A infame família Marcos vai voltar ao poder nas Filipinas - Mas o que significa isso para o país ?

Bongbong Marcos
Ferdinand Marcos Júnior, filho do antigo ditador com o mesmo nome, deverá obter uma vitória esmagadora nas eleições presidenciais das Filipinas, de acordo com uma primeira contagem não oficial de votos. É o regresso ao poder da família mais infame da história recente do país.

Bongbong Marcos, como é conhecido, obteve mais do dobro dos votos do seu principal adversário, a actual vice-presidente das Filipinas, Leni Robredo, na primeira contagem dos votos, segundo os meios de comunicação locais citados pela agência francesa AFP.

Os resultados referem-se a quase metade das 70.000 mesas de voto do país, de acordo com a imprensa filipina que cita a Comissão Eleitoral.

Nesta eleição de uma volta, um candidato só precisa de obter mais votos do que os seus rivais para vencer.

A confirmar-se a vitória, Marcos Jr., de 64 anos, substituirá o controverso Rodrigo Duterte como Presidente das Filipinas por um único mandato de seis anos.

O pai do candidato, Ferdinand Marcos, foi deposto em 1986, após uma revolução popular que pôs fim a um regime corrupto e despótico de 21 anos. Marcos morreu em 1989, no Havai.

Com uma população de mais de 111 milhões de pessoas, maioritariamente católicas, a antiga colónia espanhola das Filipinas é um arquipélago do Sudeste Asiático com mais de 7.000 ilhas e ilhéus.

Bongbong pede para ser julgado pelas “acções” e não pelos “antepassados”

Já depois das notícias sobre a sua vantagem nas urnas, Bongbong Marcos, visitou o túmulo do pai no Cemitério Nacional dos Heróis em Manila. “O 10º e o 17º Presidentes da República das Filipinas”, escreveu no Instagram onde publicou imagens do momento.

Numa nota oficial à imprensa, Bongbong Marcos pediu para ser julgado pelas suas “acções” e não pelos seus “antepassados”, prometendo também que será “um presidente para todos os filipinos”, conforme declarações citadas pela BBC.

O regresso dos Marcos ao poder pode acontecer com uma maioria absoluta histórica nas eleições presidenciais das Filipinas, algo que nenhum candidato anterior tinha conseguido.

Será um marco impressionante para o filho do ditador que foi deposto há décadas e cuja dinastia ficou marcada pela corrupção e por abusos dos direitos humanos.

Marcos “roubaram” milhões aos filipinos

Marcos pai e a família, incluindo um Bongbong com 28 anos, fugiram para o exílio no Havai em 1986 depois de uma revolta popular que o depôs do poder.

Durante os 21 anos no poder, a família Marcos terá desviado entre 5 a 10 mil milhões de dólares dos cofres públicos.

A Comissão Presidencial de Boa Governança (PCGG) que foi criada nas Filipinas após a revolta de 1986, só conseguiu recuperar cerca de um terço desses milhões, incluindo joias, pinturas valiosas e os famosos sapatos de Imelda, a mãe de Bongbong.

Ainda se tenta recuperar o resto e não se espera agora que, com a chegada de Bongbong ao poder, haja muito esforço nesse sentido.

Também há a questão das dívidas fiscais de milhões dos Marcos, outro processo onde Bongbong poderá ter intervenção decisiva.

Durante a campanha eleitoral, o filho do ditador apresentou mais promessas do que propostas concretas, nomeadamente falando em continuar a guerra de Duterte contra as drogas, mas dando a entender que usará métodos menos violentos.

Mas além da questão da corrupção, com os Marcos como o rosto do pior do país neste âmbito, há ainda os temas dos direitos civis e da própria liberdade de imprensa

Ninguém sabe muito bem como vai Bongbong actuar neste âmbito, mas há mais receios do que esperanças. Até pela história do regime do seu pai que impôs a Lei Marcial, com terríveis abusos aos direitos humanos e perseguições aos adversários.

Desinformação para “reabilitar” nome da família

Durante a campanha eleitoral, Bongbong fugiu aos debates com os outros candidatos e recusou dar entrevistas. Assim, conseguiu evitar perguntas desconfortáveis sobre o passado da família, apostando antes numa campanha de desinformação nas redes sociais.

O The Washington Post destaca que o provável futuro Presidente das Filipinas apostou em “reabilitar” o nome da família Marcos através de “uma elaborada campanha de revisionismo histórico”, mostrando o regime do seu pai como uma era “dourada” de prosperidade e sem crime.

Essa campanha passou pela publicação de vídeos manipulados no YouTube e republicados nas redes sociais com o intuito de convencer os filipinos de que, no fundo, os Marcos foram injustiçados.

A investigadora Fatima Gaw do Departamento de Pesquisa em Comunicação da Universidade das Filipinas refere à BBC que há “um espectro de mentiras e distorção nestes vídeos”.

“Há uma negação total das atrocidades da era marcial. Há também muita distorção, alegações de progresso económico durante os chamados anos dourados das Filipinas”, nota ainda Gaw.

Além disso, Bongbong alimentou-se do mito de que a família Marcos tem uma riqueza imensa escondida em offshores, incluindo barras de ouro, para distribuir pelo povo filipino assim que voltar ao poder.

Face a este cenário, espera-se que Marcos continue a sua caminhada de branqueamento da reputação da família, enquanto tentará protegê-la de quaisquer responsabilidades pelos crimes cometidos no passado.

Aliança com a família Duterte

Bongbong beneficiou, nas urnas, da frustração da população com a incapacidade dos Governos pós-Marcos em melhorarem as condições de vida.

Além disso, ganhou com a divisão de votos entre os nove candidatos anti-Marcos.

Aos olhos das massas, Bongbong surge como o candidato “da mudança”, “prometendo felicidade e união a um país cansado de anos de polarização política e dificuldades pandémicas, e faminto por uma história melhor”, como constata a BBC.

Por outro lado, a aliança com a família Duterte também foi decisiva para o triunfo do filho do ditador.

Essa aproximação entre duas das famílias mais poderosas da história recente das Filipinas permitiu a Marcos recuperar um certo estatuto perante o povo – note-se que Duterte é tão temido quanto amado entre as massas.

A filha do ainda presidente das Filipinas, Sara Duterte, é candidata a vice-presidente numa eleição que se faz separadamente da votação do presidente.

Sara também é muito popular no país e deve ser candidata presidencial em 2028, o que perpetuará o legado de duas das mais poderosas dinastias do país.

A chegada de Bongbong ao poder também leva a prever que o novo Presidente das Filipinas protegerá Duterte de um possível processo no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade cometidos durante a sua guerra brutal contra as drogas, com milhares de pessoas executadas.

https://zap.aeiou.pt/familia-marcos-poder-filipinas-478117

 

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Produzir mais petróleo: EUA pediu, Brasil recusou !


Governo norte-americano perguntou à Petrobras se poderia aumentar a produção. Diplomacia não define o trabalho.

Pouco depois do início da guerra na Ucrânia, o Governo dos Estados Unidos da América tentou que o Brasil aumentasse a sua produção de petróleo. Não conseguiu.

A agência Reuters divulga que, em Março, pessoas do Governo de Joe Biden questionaram responsáveis da Petrobras, empresa responsável pela produção de petróleo no Brasil, se a produção de petróleo poderia ser reforçada – o Brasil é o nono maior produtor de petróleo no planeta.

Os norte-americanos queriam desde cedo tentar arranjar soluções, devido ao eminente (e entretanto confirmado) aumento generalizado dos preços, sobretudo no sector da energia.

A Petrobras negou esse pedido. Explicou que a produção de petróleo é definida pela estratégia de negócios e não pela diplomacia. Além disso, a nível logístico, os brasileiros não conseguiam aumentar a produção a curto prazo.

No entanto, a médio prazo a produção vai ser de mais 500 mil barris por dia, até 2026. Um plano já previsto pela empresa.

A empresa estatal brasileira (cujos responsáveis asseguram que o Governo de Brasília não interfere no seu funcionamento) recusou esclarecer se foi contactada por algum elemento ligado ao governo dos EUA; mas negou a existência de reuniões com representantes do Departamento de Estado de Washington.

As posturas e opiniões são diferentes (sobre a guerra e não só) mas Biden e seus aliados tentam melhorar as relações com Jair Bolsonaro, presidente do Brasil. Tudo para tentar controlar as consequências económicas do conflito. Recorde-se que, logo no início do conflito, Bolsonaro recusou condenar publicamente a invasão à Ucrânia, ao contrário dos EUA.

A nível interno, o Governo dos EUA tem tentado igualmente aumentar a produção de petróleo. A nível externo, houve conversas com a Venezuela também, com o mesmo objectivo.

https://zap.aeiou.pt/brasil-recusou-produzir-mais-petroleo-478045

 

Os astronautas do Canadá serão responsabilizados pelos crimes que cometam no Espaço !


Medida que passará a fazer parte da legislação do Canadá já figurava nas regras da Estação Espacial Internacional, ainda que a sua aplicação fosse dúbia.

Para muitos, a imensidão do espaço pode ser sinónimo de uma imensidão onde as regras são difíceis de se impôr. No entanto, os legisladores do Canadá estão apostados a reverter esta noção, através do chamado conceito de lei e a ordem.

Na semana passada, o Parlamento do país propôs uma medida que, essencialmente, impedirá legalmente que os astronautas canadianos cometam crimes na lua ou enquanto estiverem em órbita. Na medida, que foi introduzida a meio caminho do projeto de lei de execução do orçamento federal do governo canadiano de 2022, pode ler-se: “Um membro da tripulação canadiana que, durante um voo espacial, comete um ato ou omissão fora do Canadá que, se cometido no Canadá, constituiria um delito indiciável, é considerado como tendo cometido esse ato ou omissão no Canadá“.

A lei acrescenta que o mesmo é verdade para crimes cometidos “na superfície da lua”. Por outras palavras, se for um canadiano que comete um crime no Espaço, será processado como qualquer outro canadiano que se encontra na Terra.

Embora esta medida seja vista como um golpe para os astronautas que esperavam, talvez, conduzir um veículo de exploração lunar acima o limite de velocidade, a lei não surge do nada. O Canadá juntou-se recentemente à NASA, à Agência Espacial Europeia (ESA) e à Agência de Exploração Aeroespacial do Japão como membros do projeto Lunar Gateway – uma missão para lançar uma pequena estação espacial internacional em órbita à volta da Lua, com o objetivo de apoiar operações de superfície lunar, tais como a próxima missão Artemis. Presumivelmente, a medida irá ajudar a manter os astronautas canadianos na linha.

Esta medida representará no Canadá um quadro legal que já existe na Estação Espacial Internacional (ISS).

“A regra básica é que ‘cada parceiro (país) deve preservar a jurisdição e controlo sobre os elementos que regista e sobre o pessoal da Estação Espacial que sejam seus cidadãos”. “Este regime legal reconhece a jurisdição dos tribunais dos Estados Parceiros e permite a aplicação de leis nacionais em áreas tais como assuntos criminais, questões de responsabilidade e proteção dos direitos de propriedade intelectual”.

Por outras palavras, um russo que infringe uma lei no espaço está sujeito à lei russa, um americano à lei americana, e assim por diante.

Todas estas regras já foram postas à prova. De facto, em 2019 a astronauta americana Anne McClain foi acusada de ter cometido o primeiro crime no espaço. Durante a sua estadia a bordo da Estação Espacial Internacional foi acusada de utilizar um computador da NASA para entrar ilegalmente nas contas bancárias pessoais da sua ex-mulher.

A agência espacial norte-americana defendeu a reputação da astronauta antes de lançar uma investigação sobre o incidente – acabando por descobrir que as alegações contra McClain eram falsas. A ex-mulher de McClain, que apresentou as queixas, foi posteriormente acusada por prestar declarações falsas às autoridades federais.

https://zap.aeiou.pt/a-partir-de-agora-os-astronautas-do-canada-serao-responsabilizados-pelos-crimes-que-cometam-no-espaco-477492

 

Um mundo sem palavras-passe ? A Apple, Google e Microsoft já estão a trabalhar nesse sentido !


Envio de palavras-passe por e-mail ou mensagens é visto como um gesto perigoso que dificulta a segurança das contas. Como tal, as principais empresas já trabalha tendo em vista a adoção de uma norma comum que permita aos utilizadores prescindirem das senhas.

Na última quinta-feira, o mundo celebrou um dia que poderá ter passado despercebido a muitos face à ausência de repercussão nos meios de comunicação , mas que num futuro próximo pode deixar de fazer sentido. De facto, no Dia Mundial da Palavra-Passe as principais empresas de tecnologia do mundo comprometeram-se a acabar com a exigência destes códigos, promovendo formas mais seguras e avançadas de garantir a segurança dos utilizadores da internet.

As três empresas partilharam planos para apoiar uma norma comum de entrada sem recurso a palavras-passe, nomeadamente a criada pela FIDO Alliance e pelo World Wide Web Consortium. Estas empresas já dispõem de opções de entrada sem palavra-passe, mas normalmente exigem que os utilizadores entrem em cada website ou aplicação antes de poderem utilizar a funcionalidade sem palavra-passe.

Durante o próximo ano, as gigantes tecnológicas planeiam expandir este método e permitir aos utilizadores acederem automaticamente às suas credenciais de entrada no FIDO sem terem de entrar em todas as contas. Os utilizadores poderão também utilizar dispositivos móveis de autenticação FIDO para iniciar sessão numa aplicação ou website num dispositivo próximo, independentemente do sistema operativo ou navegador que estejam a executar.

“Este marco é uma prova do trabalho de colaboração que está a ser feito em toda a indústria para aumentar a proteção e eliminar a autenticação baseada em palavra-passe, que já está desatualizada”, explicou o diretor sénior de gestão de produtos da Google Mark Risher. “Para a Google, este período representa quase uma década de trabalho que fizemos em conjunto com a FIDO, como parte da nossa inovação contínua rumo a um futuro sem senhas“.

A FIDO, uma associação industrial aberta que procura criar alternativas às palavras-passe tradicionais, descreveu a autenticação apenas por palavra-passe como “um dos maiores problemas de segurança” na internet. Isto porque muitos utilizadores acabam por reutilizar a mesma palavra-passe em vários serviços, o que pode levar a violações de dados e a aquisições de conta.

Os parceiros dizem que através de capacidades alargadas baseadas em normas, os utilizadores podem iniciar sessão nas contas e aplicações, utilizando a mesma ação que tomam para desbloquear os seus dispositivos, tais como uma impressão digital ou um PIN de dispositivo. A FIDO diz que este método é  mais seguro do que senhas ou “tecnologias de multifactores herdadas”, tais como senhas únicas tradicionalmente enviadas através de correio eletrónico ou texto.

“A ubiquidade e a usabilidade são fundamentais para ver a autenticação multifator adotada à escala, e aplaudimos a Apple, Google e Microsoft por ajudarem a tornar este objectivo uma realidade, comprometendo-se a apoiar esta inovação de fácil utilização nas suas plataformas e produtos”, disse Andrew Shikiar da FIDO Alliance CMO.

“Esta nova capacidade representa a introdução de uma nova onda de implementações FIDO de baixa fricção juntamente com a utilização contínua e crescente de chaves de segurança  — dando aos fornecedores de serviços uma gama completa de opções para a implementação de autenticação moderna e resistente ao phishing“, acrescentou Shikiar.

Muitos peritos em segurança estão a defender métodos de autenticação sem senha para minimizar o risco de violações. Contudo, Craig Lurey, CTO e co-fundador da empresa de segurança informática Keeper Security, disse ao Silicon Republic que “por muito que inovemos, as senhas estão aqui para ficar”.

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Os vtubers são os influencers do futuro (mas não passam de avatares virtuais !

Lil Miquela, influencer virtual

Influencers criados com recurso a avatares são cada vez mais uma aposta das grandes empresas que pretendem monitorizar a cultura de “tribo” existente em torno das personagens.

Quando em 2019, Lil Miquela percorria os bastidores do festival Coachella, na Califórnia, para entrevistar alguns dos artistas mais badalados da edição, nada parecia anormal ou diferente do trabalho que os restantes jornalistas costumavam fazer. No entanto, nesta descrição falta um elemento importante, já que esta não se trata de uma pessoa, mas de uma personagem 3D que se comporta naturalmente.

Lil Miquela é, na realidade, é um dos principais rostos do fenómeno “vtubers” ou “influenciadores” virtuais, uma tendência que começou no Japão e que originalmente provinha do anime, mas que já atravessou as fronteiras e acumulou milhões de seguidores em todo o mundo. E isto, estimam os especialistas, é apenas o começo. De forma simplificada, os ‘vtubers’ são avatares animados, quase sempre do sexo feminino, mas o seu comportamento é idêntico ao dos ‘youtubers’ convencionais: falam com as câmaras sobre diferentes tópicos, mostraram como jogar determinado jogo de vídeo ou promover uma determinada marca.

Além disso, não estão limitados ao YouTube e também podem ser vistos em redes como o Twitch, Instagram, TikTok ou Xiaohongshu (este último só está disponível na China). Mais: a forma como ganham dinheiro é a mesma que os tradicionais ‘youtubers’, através da monetização de conteúdos e patrocínios.

É precisamente o que faz a própria Lil Miquela. A sua presença Coachella foi na realidade uma colaboração com o YouTube Music, à semelhança do que já havia feito com empresas como a Samsung e marcas de luxo como a Prada e a Burberry. A sua criação remonta a 2016, por via da start-up Brud, que conseguiu atingir uma valorização de 125 milhões de dólares antes de ser comprada pela Dapper Labs. O seu caso é um dos mais bem sucedidos, mas também paradigmático da tendência, onde por detrás destas personagens existe quase sempre uma empresa.

“Os projetos são geralmente lançados por um criador visual individual, um estúdio de design ou uma empresa que os lança como campanha para gerar retorno económico com eles”, explica Cristóbal Álvarez, professor na ESIC e especialista em marketing e mercados asiáticos ao jornal espanhol El Confidencial. “Têm muito sucesso entre os adolescentes, que criam quase uma espécie de religião à sua volta e vêem-se algumas coisas realmente loucas. São comunidades muito fortes e unidas.

O fenómeno começou há uma década no Japão, um país onde é comum a animação desempenhar um papel importante em comparação com personagens reais, algo que ajuda a explicar o boom. Ami Yamato, considerada a primeira ‘vtuber’, começou a carregar vídeos em 2011, embora hoje tenha um impacto muito modesto em comparação com os que lhe seguiram.

O chefe de tendências do YouTube, Kevin Allocca, explicou à BBC que o fenómeno “começou a ganhar forma no final de 2017 e continua a crescer”. Contudo, hoje em dia é difícil estabelecer quantos criadores deste tipo existem ou quanto dinheiro movimentam, uma vez que quase não existem dados sobre o assunto.

Um dos casos de maior sucesso foi o de Kizuna AI. A sua popularidade disparou em 2018, quando excedeu um milhão de seguidores. Hoje em dia tem vários canais e, neles, têm mais de seis milhões de seguidores. Conseguiu também espalhar as suas audiências por todo o mundo e não apenas pela Ásia, como é normalmente o caso.

O fenómeno é tal que um destes criadores, Momosuzu Nene, foi incluído num ranking na edição japonesa da revista “Playboy” há algumas semanas. Também a Netflix, consciente do apelo que estas personagens podem ter entre os fãs do anime, lançou o seu próprio vtuber, a N-ko Mei Kurono. “É a nossa embaixadora oficial da Netflix Anime”, explicou a empresa, que lhe deu um espaço onde interage com os seus fãs. A Barbie, entretanto, estava à frente do seu tempo e lançou a sua própria criadora digital em 2015, que já tem 10 milhões de seguidores no YouTube.

Mas porque estão as empresas tão empenhadas? “Elas sabem como chegar às suas comunidades e produzir o conteúdo que funciona melhor no momento certo, porque lidam com narrativas que só este tipo de comunidade conhece. E, claro, fazem-no muito bem, o que é a chave para tudo”, responde o professor da ESIC.

Os tentáculos do fenómeno espalharam-se também pelos Estados Unidos e pela América Latina, onde já existem dezenas de criadores com milhões de seguidores. “A Ásia está a ter uma influência cada vez maior na América Latina, seja na economia ou na cultura, porque a consideram parte da estratégica”, descreve Álvarez.

Mas, como fazer um avatar?

Mas como é que estas personagens funcionam na realidade? Geralmente, através de animação em tempo real, onde os movimentos mais importantes são os do rosto, do corpo e das mãos. Frequentemente, há uma pessoa do outro lado que dirige o avatar através de sensores, que podem ser físicos (conhecidos como ‘mocaps’) ou óticos (por exemplo, uma câmara que capta os movimentos e os reproduz).

Claramente, criar uma ‘vtuber’ de qualidade é mais caro – pelo menos no início – do que ter um humano a falar com a câmara. É o preço a pagar por não se ter as limitações de uma pessoa: não se cansa, não se é pago, não entra em controvérsia e pode manipular-se completamente o seu discurso. O investimento pode começar em 10 mil euros para um modelo inicial. A partir daí, o custo aumenta dependendo do nível de realismo que se pretende atingir.

Ao contrário de um adolescente que começa a gravar-se no seu quarto com o seu telemóvel, o preço destas ferramentas significa que não estão ao alcance de todos, a menos que sejam uma pessoa com conhecimentos técnicos. “Normalmente, o resultado é bastante diferente em termos de qualidade, movimento, locuções…. É bastante notável”, acrescenta Álvarez, referindo-se a casos amadores. No entanto, existem aplicações gratuitas que fornecem resultados aceitáveis, tais como Avatoon, Star Idol ou Zepeto.

Mas poderão os criadores virtuais acabar por ser uma alternativa aos seres humanos? O diretor da Avataria, uma empresa espanhola de criação de avatares,  sublinha que os avatares “podem ser tão humanos como se quer”, pois podem ser gerados mais perto de um desenho animado ou de uma pessoa real em termos de estética, “mas também podem transmitir sentimentos”. “O que não parece real produz rejeição”, contrapõe.

É esta questão que leva Álvarez a considerar que, atualmente, “não podem substituir um criador de carne e sangue”. Para este especialista, a chave reside na ligação com o público, que tem vindo a aumentar, mas está muito longe daquele que estrelas como Ibai Llanos ou Auron Play podem alcançar. “Uma coisa é tornar-se moda e gerar comunidades de milhões de dólares, mas o fator humano está perdido. Talvez daqui a 20 anos a programação esteja a um nível diferente, mas neste momento não vejo a opção como viável“.

https://zap.aeiou.pt/testando-a-fronteira-da-virtualidade-e-da-realidade-os-vtubers-sao-os-influencers-do-futuro-477950

 

Embaixador russo em Varsóvia atacado com tinta vermelha !

Manifestantes na Polónia impediram Sergei Andreyev de colocar flores no mausoléu, em honra dos soldados soviéticos. Depois do ataque, o embaixador gritou à multidão que estava orgulhoso de Putin.

O embaixador russo na Polónia, Sergei Andreyev, foi atacado esta segunda-feira, em Varsóvia, por pessoas que lhe atiraram com tinta vermelha durante uma cerimónia do Dia da Vitória contra a Alemanha nazi, em 1945.

Imagens de vídeo partilhadas no Twitter mostram o diplomata com o rosto e a roupa manchados de vermelho, com várias pessoas à sua volta no cemitério da capital polaca, em honra dos soldados soviéticos.

Alguns dos manifestantes tinham bandeiras ucranianas e lençóis brancos com manchas vermelhas, simbolizando as vítimas ucranianas da guerra iniciada pela invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, segundo as agências de notícias internacionais.

Alguns dos elementos da comitiva da embaixada também ficaram salpicados com a tinta. Os manifestantes impediram o embaixador de colocar flores no mausoléu em honra dos soldados soviéticos.

A embaixada russa tinha anunciado que se absteria de eventos públicos fora das suas instalações por recomendação das autoridades polacas, mas Andreyev e uma pequena comitiva acabaram por se deslocar ao cemitério.

Depois do ataque, Andreyev gritou à multidão que estava orgulhoso do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Antes de abandonar o local sob proteção da polícia, o diplomata disse que as regiões de Donetsk e Lugansk “não pertencem à Ucrânia”, segundo a agência espanhola EFE. Posteriormente, Andreyev disse que não tinha ficado ferido e condenou o ataque de que foi alvo.

“Eu nem sei como lhe chamar. Este é algum tipo de jogo que nada tem a ver com as regras de comportamento civilizado que os nossos parceiros ocidentais, incluindo os polacos, gostam tanto de nos ensinar”, disse, citado pela Ria-Novosti.

O Governo russo anunciou que “manifestou um forte protesto” junto das autoridades de Varsóvia e denunciou a violência de “extremistas com total inação da polícia”.

Numa nota citada pela agência TASS, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse que exigiu que o Governo polaco “organizasse imediatamente” uma cerimónia para homenagear os soldados soviéticos.

A porta-voz do ministério, Maria Zakharova, considerou que o incidente em Varsóvia prova que “no Ocidente foi traçado um curso para a reencarnação do fascismo“.

O Cemitério dos Soldados Soviéticos em Varsóvia foi construído pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial para sepultar mais de 20.000 soldados do Exército Vermelho mortos entre 1944 e 1945.

Desde que a guerra começou na Ucrânia, o sentimento antirrusso tem sido exacerbado na Polónia, que permaneceu na órbita de Moscovo de 1945 a 1989.

A Rússia e a Ucrânia pertenciam ao mesmo Estado, a União Soviética, quando o regime nazi de Adolf Hitler foi derrotado na Segunda Guerra Mundial, mas estão em guerra 77 anos depois.

https://zap.aeiou.pt/embaixador-russo-em-varsovia-atacado-com-tinta-vermelha-477896


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