Comissão Europeia anunciou que as empresas online vão ser obrigadas a detectar elementos suspeitos. Para isso, vão ter que “espreitar” as conversas.
George Orwell não estaria à espera de que, mais de 70 anos depois, o termo Big Brother continuasse a ser utilizado tantas vezes.
O foco do seu livro de 1949 é recuperado nesta semana por causa de uma proposta legislativa aprovada pela Comissão Europeia.
Na quarta-feira, em Bruxelas, a Comissão informou que as empresas que prestam serviços de conversação online (incluindo redes sociais ou empresas de jogos) vão ser obrigadas a denunciar conteúdos suspeitos de exploração e o abuso sexual de menores.
“Estamos a falhar na protecção das crianças. Há polícias frustrados por não conseguir investigar como queriam. E um aviso para os predadores: nós vamos atrás de vocês”, justificou Ylva Johansson, comissária europeia para os Assuntos Internos.
Vão ser analisadas publicações e correspondência privada. Será um sistema de Inteligência Artificial que vai procurar palavras-chave, imagens ou vídeos, que possam ser relacionadas com abuso de menores, em todo o conteúdo das plataformas.
Por exemplo, os chats e conversas entre duas pessoas que estão a jogar podem ser controladas. As empresas terão de recolher os dados suspeitos, enviarão os mesmos a uma entidade que vai analisar se o caso avança.
A própria Comissão Europeia admite no documento que esta é uma proposta evasiva, que pode ultrapassar os limites da privacidade. Mas não enumera detalhes sobre o processo.
André Maia, jornalista do Observador, recuperou George Orwell: “Não é exagerado falarmos sobre Big Brother porque vai haver pessoas a ler o que as outras pessoas estão a escrever. Não tudo, mas vão estar sempre atentas que estamos a escrever”.
Já na Rádio Renascença, Rui Duro foi claro: “A nossa liberdade passa a estar condicionada. Todas as nossas comunicações passam a ser analisadas“.
“Isto abre uma caixa de pandora. As medidas terão de ser aplicadas a toda a comunicação que é feita”, alertou o director de uma empresa de cibersegurança.
As empresas que não concordarem terão de pagar multas, de acordo com a imprensa. As coimas deverão ser de 6% da receita total do ano da empresa; no caso do Twitter, por exemplo, teria de pagar 300 milhões de euros por recusar implementar este sistema de análise.
https://zap.aeiou.pt/big-brother-abuso-menores-478687
George Orwell não estaria à espera de que, mais de 70 anos depois, o termo Big Brother continuasse a ser utilizado tantas vezes.
O foco do seu livro de 1949 é recuperado nesta semana por causa de uma proposta legislativa aprovada pela Comissão Europeia.
Na quarta-feira, em Bruxelas, a Comissão informou que as empresas que prestam serviços de conversação online (incluindo redes sociais ou empresas de jogos) vão ser obrigadas a denunciar conteúdos suspeitos de exploração e o abuso sexual de menores.
“Estamos a falhar na protecção das crianças. Há polícias frustrados por não conseguir investigar como queriam. E um aviso para os predadores: nós vamos atrás de vocês”, justificou Ylva Johansson, comissária europeia para os Assuntos Internos.
Vão ser analisadas publicações e correspondência privada. Será um sistema de Inteligência Artificial que vai procurar palavras-chave, imagens ou vídeos, que possam ser relacionadas com abuso de menores, em todo o conteúdo das plataformas.
Por exemplo, os chats e conversas entre duas pessoas que estão a jogar podem ser controladas. As empresas terão de recolher os dados suspeitos, enviarão os mesmos a uma entidade que vai analisar se o caso avança.
A própria Comissão Europeia admite no documento que esta é uma proposta evasiva, que pode ultrapassar os limites da privacidade. Mas não enumera detalhes sobre o processo.
André Maia, jornalista do Observador, recuperou George Orwell: “Não é exagerado falarmos sobre Big Brother porque vai haver pessoas a ler o que as outras pessoas estão a escrever. Não tudo, mas vão estar sempre atentas que estamos a escrever”.
Já na Rádio Renascença, Rui Duro foi claro: “A nossa liberdade passa a estar condicionada. Todas as nossas comunicações passam a ser analisadas“.
“Isto abre uma caixa de pandora. As medidas terão de ser aplicadas a toda a comunicação que é feita”, alertou o director de uma empresa de cibersegurança.
As empresas que não concordarem terão de pagar multas, de acordo com a imprensa. As coimas deverão ser de 6% da receita total do ano da empresa; no caso do Twitter, por exemplo, teria de pagar 300 milhões de euros por recusar implementar este sistema de análise.
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