quarta-feira, 3 de março de 2021

Duterte demite embaixadora no Brasil filmada a agredir funcionária !

Esta segunda-feira, Rodrigo Duterte anunciou ter assinado a demissão da embaixadora das Filipinas no Brasil, Marichu Mauro.

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, demitiu a embaixadora no Brasil, depois de esta ter sido filmada a agredir um membro do pessoal doméstico filipino.

Duterte disse, na segunda-feira à noite, ter aprovado uma recomendação para despedir Marichu Mauro, revogar os seus benefícios de reforma e impedi-la de ocupar cargos públicos para o resto da vida.

A embaixadora filipina no Brasil foi demitida após meses de espancamento de uma funcionária na residência oficial em Brasília, ataques que foram filmados pelo circuito interno de videovigilância e divulgados pelos meios de comunicação.

Mauro tinha sido chamada a Manila no final do ano passado, após a estação de televisão brasileira GloboNews ter transmitido imagens de câmaras de videovigilância correspondentes a um período de oito meses, mostrando os vários abusos que infligia à funcionária, também ela filipina.

As imagens, gravadas entre março e outubro de 2020, foram utilizadas para justificar uma queixa apresentada ao Governo filipino contra a diplomata, nomeada embaixadora no Brasil em 2018.

Milhões de filipinas trabalham no estrangeiro como empregadas domésticas. O dinheiro que enviam para casa para as suas famílias representa uma parte significativa do Produto Interno Bruto (PIB) filipino.

No entanto, algumas destas trabalhadoras domésticas trabalham em condições difíceis e mesmo perigosas. Os casos de abuso físico ou psicológico são numerosos.

https://zap.aeiou.pt/duterte-demite-embaixadora-no-brasil-384480

 

Trump e Melania foram vacinados em privado em janeiro, antes de abandonarem a Casa Branca !

Donald Trump e Melania Trump foram vacinados discretamente em janeiro antes de abandonarem a Casa Branca, admitiu um conselheiro do ex-Presidente dos EUA a vários meios de comunicação do país.


Segundo o New York Times, a revelação aconteceu durante a Conferência de Ação Política Conservadora, em Orlando, na Flórida, onde Donald Trump disse durante o discurso que “todos deviam tomar a vacina”.

Foi nessa altura que um jornalista questionou um assessor sobre se o antigo Presidente já tinha sido vacinado contra a covid-19. A resposta foi positiva, acrescentando ainda que a inoculação do ex-presidente e de Melania Trump teria ocorrido um mês antes, ou seja, em janeiro de 2021 – altura em que o republicano abandonou a Casa Branca.

O NYT associa o secretismo da vacinação de Trump com o facto de uma uma grande dos seus apoiantes demonstrarem resistência a serem vacinados.

Por exemplo, no dia 25 de fevereiro, uma sondagem da plataforma de notícias norte-americana Axios mostrava que 41% dos republicanos diziam que não tencionavam ser vacinados quando a vacina estivesse disponível. Apenas 33% disse que planeia ser vacinado.

Também por isso, ao contrário do que aconteceu com Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris, Trump terá preferido fazê-lo longe das câmaras.

Não se sabe que tipo de vacina e quantas doses terá recebido o casal Trump, que esteve infetado com covid-19 em outubro e que recuperou durante a campanha presidencial de 2020.

Atualmente, o casal está a viver na Florida.

https://zap.aeiou.pt/trump-melania-vacinados-privado-384479

 

Ex-presidente do Peru forçou esterilizações ilegais para reduzir pobreza no país !

O ex-Presidente peruano Alberto Fujimori e os seus ministros da Saúde Eduard Yong, Marino Costa e Alejandro Aguinaga foram acusados esta segunda-feira em tribunal de terem utilizado e forçado a esterilização de mulheres andinas para “reduzir a pobreza” no Peru.


Segundo a acusação, durante o programa de esterilização irregular promovido pelo ex-presidente no seu segundo mandato (1995-2000), 18 mulheres acabaram por morrer, cinco delas na sequência de ferimentos graves causados pela própria intervenção cirúrgica, que também deixou sequelas físicas em cerca de 1.300 outras.

O procurador Pablo Espinoza, representante da Primeira Procuradoria Criminal Supraprovincial, apresentou os argumentos das denúncias contra o ex-presidente (1990-2000), três ex-ministros e três outros ex-funcionários do Ministério da Saúde no início de uma audiência feita por videoconferência, liderada pelo magistrado Rafael Martinez.

Trata-se de um dos casos mais emblemáticos de presumível violação dos direitos humanos que se aguarda há mais de 20 anos para ser julgado no país, depois de uma outra denúncia ter sido subestimada pela acusação, há já alguns anos.

O ex-Presidente, que já cumpre uma pena de 25 anos de prisão por abusos aos direitos humanos, esteve representado pelo seu advogado, César Nakazaki, uma vez que decidiu não estar presente na audiência, argumentando que não pode ser acusado no caso porque não estava incluído no acordo que permitiu a sua extradição do Chile.

Fujimori, Yong, Costa, Aguinaga e o ex-diretor-geral de Saúde Ulisses Aguilar são acusados como presumíveis autores de delitos contra o corpo, vida e saúde, acusações agravadas com lesões graves e a morte de cinco mulheres, bem como de lesões graves para as outras 1.300.

As vítimas mortais, camponesas pobres e de etnia quíchua, morreram na sequência de complicações nas operações às trompas do Falópio a que foram submetidas em condições sem o rigor médico, sem preparação prévia e sem acompanhamento médico-sanitário pós-cirurgias.

A acusação referiu que, durante o seu segundo mandato, Fujimori tinha a maioria no Congresso e alterou as leis para legalizar a esterilização, incluindo-a como um método de planeamento familiar.

Pablo Espinoza acrescentou que o objetivo da esterilização da população mais vulnerável era “reduzir a pobreza” e que, para isso, o então Executivo desenvolveu “toda uma artimanha legal para evitar ser responsável” por eventuais complicações na Contraceção Cirúrgica Voluntária (AQV), tal como foi oficialmente chamado.

“O Estado manifestou a intenção de esterilizar todos os pobres, porque não há vítimas de outras camadas sociais”, frisou Espinosa, argumentando ainda que o não protegeu os direitos das mulheres andinas. “São das camadas mais pobres e vulneráveis da população, em que as famílias são numerosas e as mulheres podem ser agredidas pelos seus parceiros quando adotam um método anticoncecional”.

Segundo um documento assinado pelo ex-ministro Marino Costa, apresentado pela acusação, o Ministério da Saúde peruano planeava realizar 150 mil operações cirúrgicas em 1997. Em agosto desse ano, prosseguiu, 43% das intervenções já tinham sido realizadas.

Espinosa denunciou também que os profissionais de saúde peruanos foram coagidos a cumprir ou a exceder as metas de esterilização e que, em troca, receberam incentivos, enquanto as vítimas foram ameaçadas – os filhos não receberiam mais cuidados médicos se as mulheres recusassem ou receberiam cestas básicas gratuitas se aceitassem.

Antes do início da audiência, Humberto Abanto, advogado de Marino Costa, pediu que a audiência fosse suspensa porque o ex-ministro viajou para o Chile para ser alvo de uma intervenção cirúrgica.

No entanto, o juiz Rafael Martinez rejeitou o pedido porque o réu tinha “pleno conhecimento” da data da audiência e que não procurou os meios necessários para se dotar de capacidade técnica para aceder ao julgamento através da Internet.

A audiência, que começou segunda-feira em Lima, contou com a participação de um intérprete do dialeto quéchua, que foi traduzindo a apresentação das acusações na sessão, que foi suspensa depois de cinco horas de trabalho, sendo esta terça-feira retomada com a resposta da defesa dos visados.

https://zap.aeiou.pt/ex-presidente-peru-forcou-esterilizacoes-384468

 

ONU revela provas de envolvimento do Governo russo no envenenamento de Navalny !

Especialistas da ONU que investigaram o envenenamento do líder da oposição russa, Alexei Navalny, disseram esta segunda-feira que as provas apontam para um “provável envolvimento” de altos funcionários do Estado russo.


As duas investigadoras, que durante quatro meses analisaram o caso ocorrido em agosto do ano passado, indicaram que o veneno usado contra Navalny, o Novichok, é uma dessas provas.

“O conhecimento necessário para manusear e desenvolver novas formas de Novichok, como o encontrado nas amostras retiradas de Navalny, só pode ser encontrado em organizações estatais”, observam, numa carta oficial enviada às autoridades russas em dezembro e cujos pormenores foram divulgados esta segunda-feira, depois da cláusula de confidencialidade, que durava dois meses, ter expirado.

Ages Callamard e Irene Khan também apelaram a uma investigação internacional sobre a tentativa de envenenamento do líder da oposição na Rússia.

“Dada a resposta inadequada das autoridades nacionais, o uso de armas químicas e o aparente padrão repetido de assassínios seletivos, acreditamos que uma investigação internacional deve ser realizada com urgência“, pedem as investigadoras, lembrando que os resultados deste processo podem ser particularmente úteis a Navalny, que se encontra a cumprir uma pena de prisão.

Callamard e Khan lamentaram a este respeito que, “em contraste com a falta de iniciativa do Governo [russo] para investigar o envenenamento, as autoridades tenham agido com firmeza para garantir que Navalny fosse preso imediatamente após o seu regresso à Rússia, depois de passar vários meses na Alemanha com o único objetivo de recuperar a sua saúde”.

Outra prova de que o Estado russo terá estado envolvido no ataque a Navalny é o facto de que este se encontrava sob vigilância das autoridades quando foi envenenado, “pelo que é improvável que terceiros tenham administrado o químico proibido sem conhecimento das forças de vigilância”.

Mesmo no “caso improvável” de o ataque não ter sido obra das autoridades, Callamard e Khan garantiram que o regime de Vladimir Putin “teria falhado na sua obrigação de proteger Navalny”, que já tinha sido ameaçado em ocasiões anteriores e sujeito a, pelo menos, duas outras tentativas de envenenamento.

O Governo russo “não pode escapar das suas obrigações de direitos humanos, negando a sua responsabilidade no caso”, concluem as duas investigadoras, reiterando o seu pedido para que Navalny seja libertado.

Por outro lado, as relatores consideram que o envenenamento do advogado e ativista “foi feito deliberadamente para enviar um aviso sinistro e claro a quem critica e se opõe ao Governo, dizendo-lhes que este é o destino que os espera”.

O uso do Novichok viola a convenção internacional sobre o uso de armas químicas, acrescentaram as especialistas da ONU, que também consideram o ataque contrário às leis de direitos humanos que são contra execuções arbitrárias e tortura ou tratamento desumano de detidos.

O envenenamento de Navalny, concluem as investigadoras, “responde a uma tendência, observada há décadas, de assassínios ou tentativas de assassínio contra cidadãos russos e críticos do Governo, dentro ou fora do país”, um comportamento que, na sua opinião, “exige uma resposta da comunidade internacional”.

Navalny adoeceu gravemente durante um voo da Sibéria para Moscovo em agosto. Foi levado primeiro a um hospital em Omsk, no sudoeste da Sibéria e, depois, para Berlim para receber tratamento. Laboratórios alemães, franceses e suecos determinaram que foi envenenado por um agente nervoso Novichok da era soviética.

Navalny há muito considera o Kremlin responsável pelo seu envenenamento. Moscovo nega as acusações e o Presidente russo Vladimir Putin afirmou que Navalny não era “suficientemente importante” para ser um alvo do Kremlin – e, se fosse, a Rússia teria “terminado o trabalho”.

https://zap.aeiou.pt/onu-revela-provas-envenenamento-384457

 

terça-feira, 2 de março de 2021

A Cidade do México proibiu tampões menstruais com aplicador - Agora, as mulheres estão furiosas !

A Cidade do México já tinha proibido outros objetos compostos por plástico, como é o caso de copos e palhinhas, mas agora foi mais longe e resolveu banir os tampões menstruais que contém aplicadores. No entanto, a decisão da capital mexicana deixou as mulheres furiosas.


Sem esperar a decisão, mais de 30 organizações entraram com uma queixa oficial no órgão de anti-discriminação da cidade, acusando o poder local – atualmente dirigido por Claudia Sheinbaum – de violar os direitos das mulheres.

A organização Menstruación Digna argumenta que os governantes da cidade esqueceram-se que mais de 30% das pessoas na Cidade do México vivem na pobreza e mais de 2% não têm acesso a água potável, o que torna o uso de alternativas, como os copos menstruais, que são mais caros, mais desafiantes.

As ativistas defendem que, com a proibição, os governantes estão a ajudar a ampliar as diferenças de género e a gerar “pobreza menstrual”.

A norma entrou em vigor em janeiro deste ano, e o Twitter foi de imediato dominado por críticas de utilizadores que alegavam que o poder local não emitiu um aviso prévio sobre a implementação da nova regra.

Vários ativistas questionam a razão pela qual se decidiu proibir um produto tão vital que produz uma quantidade uma pequena de lixo.

“Embora a proporção [de plástico] possa ser pequena, é importante para nós”, explicou Marina Robles, responsável pela pasta do Meio Ambiente, ao VICE.

Robles garante que esta “foi uma medida muito técnica, bem estudada, associada à forma do aplicador do tampão, pois este pode ficar preso na garganta e no estômago dos animais”, acrescentou.

Nas redes sociais muitas mulheres questionam por que razão o produto foi proibido enquanto a Coca-Cola continua a vender vários tipos de garrafas de plástico em todo o país.

Para já, como a nova lei que proíbe os absorventes internos com aplicador de plástico está a ser aplicada em algumas lojas e não em outras, as mulheres da capital mexicana estão a tentar comprar o máximo de tampões que conseguem.

https://zap.aeiou.pt/cidade-mexico-proibiu-tampoes-aplicador-383843

 

Governador de Nova Iorque volta a ser acusado de assédio sexual !

O governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, foi acusado por outra ex-assessora de assédio sexual, que foi sua assistente executiva e conselheira de políticas de saúde até novembro do ano passado.


Segundo noticiou no sábado o New York Times, Charlotte Bennett, de 25 anos, indicou que Cuomo lhe fez perguntas sobre a sua vida sexual, se era monógama e se tinha tido sexo com um homem mais velho, factos que diz terem ocorrido na primavera de 2020.

Em junho do mesmo ano, o governador terá dito à jovem que se sentia sozinho na pandemia, questionando-a: “Quem foi a última pessoa que abraçaste?”. Charlotte Bennett acredita que estes comentários foram de natureza sexual, tendo informoado a chefe de gabinete sobre o sucedido, acabando por ser transferida uma semana depois.

A alegada vítima não solicitou uma investigação formal porque “queria seguir em frente”. Cuomo, de 63 anos, negou os factos e pediu uma investigação independente.

No início do mês, a ex-assessora Lindsey Boylan, de 35 anos, também acusou o governador de a ter beijado e de lhe ter pedido que jogasse ‘strip poker’ quando se encontravam num jato privado, contando que Cuomo lhe tocava sem consentimento e fazia comentários inapropriados sobre a sua aparência, entre 2016 e 2018.

https://zap.aeiou.pt/eua-governador-nova-iorque-assedio-sexual-384126

 

Mais de 75% dos refugiados sírios podem sofrer de stress pós-traumático !

Mais de três quartos dos refugiados sírios podem estar a sofrer de distúrbios mentais, como transtorno de stress pós-traumático (TEPT), dez anos após o início da guerra civil no país.


De acordo com um artigo do Guardian, divulgado esta segunda-feira, a Syria Relief – uma instituição de caridade do Reino Unido – está a pedir mais investimento nos serviços de saúde mental para os refugiados, após uma pesquisa com deslocados ter detetado sintomas de TEPT.

Uma pesquisa com 721 sírios que vivem no Líbano, na Turquia e em Idlib, na Síria, revelou que 84% tinham pelo menos sete dos 15 principais sintomas de TEPT. “Não saio de casa de maneira alguma, apenas fico na barraca. Às vezes, tenho episódios de stresse em que tenho vontade de partir tudo e bater no meu marido”, disse uma mulher no Líbano, que não quis ser identificada.

A mulher contou que se tem esforçado para recuperar da guerra – incluindo da batalha por Aleppo, em 2015 – da perda de um filho recém-nascido devido a uma doença e de uma tentativa de violação. Medicada por um especialista, indicou que é difícil encontrar o fármaco por causa da escassez de medicamentos no Líbano.

Segundo o relatório da Syria Relief, apenas 15% dos refugiados no Líbano afirmam ter acesso a apoio à saúde mental. Entre os sírios deslocados em Idlib, o número cai para 1%. Na cidade, somente duas das 393 pessoas que participaram da pesquisa não apresentaram sintomas de TEPT.

Ibrahim Hanano, deputado na cidade fronteiriça de Tel al-Karameh, disse que há uma necessidade desesperada de apoio em áreas rurais.

“Há uma grande quantidade de pessoas que precisam desse tipo de apoio. Existem pessoas que realmente não conseguem se recuperar, têm graves lesões psicológicas e físicas”, afirmou. “A única coisa que podemos fazer é tentar documentar a sua situação”, para transmitir esses dados “às ONG’s locais” que consigam atuar nessas zonas.

O diretor de comunicação da Syria Relief, Charles Lawley, autor do relatório, referiu: “Temos muito mais sucesso em obter ajuda para questões físicas, como alimentos ou educação. Este é o dano que se pode ver da guerra, mas o que quero mostrar é que há uma enorme quantidade de danos que não se podem ver – o trauma mental”.

Diana Rayes, pesquisadora norte-americana sobre saúde mental entre deslocados sírios, disse que a pesquisa da Syria Relief não é suficiente para tirar conclusões, mas mostrou a necessidade de se dar mais atenção ao assunto.

“Sabemos que houve impactos multigeracionais de TEPT e traumas na população. Sabemos que isso afetará as crianças nascidas durante o conflito”, apontou Rayes, acrescentando que é importante abordar a saúde mental e o trauma.

Mais de 5,6 milhões de pessoas fugiram da Síria desde 2011 e 6,6 milhões foram deslocadas internamente.

https://zap.aeiou.pt/refugiados-sirios-stress-pos-traumatico-384199

 

Iémen irá enfrentar a pior fome já vista nas últimas décadas !

De acordo com a ONU, a situação humanitária no Iémen é muito grave e o país irá enfrentar a pior fome à qual o mundo já assistiu. Esta situação pode ser revertida se os seus vizinhos contribuam generosamente, alertou o chefe humanitário da ONU na passada quarta-feira. Guterres também já reagiu.

Mark Lowcock referiu que os países do Golfo, especialmente a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que contribuíram em 2018 e 2019, reduziram drasticamente os seus apoios no ano passado.

Esta situação forçou as agências internacionais a reduzir a distribuição de alimentos e outras ajudas humanitárias. Em 2019 os apoios rondavam os 14 milhões de dólares todos os meses, mas em 2020 apenas se registaram contributos na ordem dos 9 milhões, recorda a Time.

Os 4 milhões de pessoas que não conseguiram receber comida no ano passado “passaram pelo processo longo, lento, brutal, doloroso e agonizante de morrer à fome”, disse Lowcock num entrevista virtual a grupo de jornalistas.

O conflito devastador no país mais pobre do mundo árabe eclodiu em 2014, quando rebeldes Houthi, apoiados pelo Irão, tomaram a capital do Iémen, Sanaa, e grande parte do norte do país. Isto levou uma a coalizão militar árabe apoiada pelos EUA, e liderada pela Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, de modo a intervir numa tentativa de restaurar o governo do presidente do Iémen, Abed Rabu Mansour Hadi.

O conflito matou cerca de 130.000 pessoas e gerou o pior desastre humanitário do mundo. Metade das instalações de saúde foram fechadas ou destruídas e quatro milhões de iemenitas foram expulsos das suas casas. Para piorar a situaçõa, no ano passado surgiu a pandemia de covid-19, várias epidemias de cólera e a desnutrição severa de crianças, que causaram milhares de mortes adicionais.

No entanto, Lowcock realçou que a nova política do presidente dos EUA, Joe Biden, para o Iémen visa terminar a guerra de seis anos e interromper o apoio à coalizão.

O responsável das Nações Unidas disse que agora cabe às partes beligerantes do Iémen aproveitar a oportunidade construir um governo que represente “todos” e atenda às necessidades das pessoas, incluindo a reconstrução da economia e a restauração dos meios de subsistência de milhões de pessoas. Se isso acontecer, o governo poderá receber apoio internacional.

Para manter a situação no país “estável”, Lowcock sublinha que o país necessita de apoios na ordem dos 3,85 mil milhões de dólares.

“Cada dólar conta”

Neste sentido, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu hoje aos doadores para que financiem “com generosidade” a ajuda humanitária ao Iémen, “a fim de evitar que a fome engula” um país que já devastado pela guerra.

“Cada dólar conta”, garantiu numa conferência virtual co-organizada pela Suécia e pela Suíça. “A fome está a acabar com o Iémen. Temos de correr se queremos evitar que a fome e a inanição roubem milhões de vidas”, alertou Guterres na conferência.

Apesar do apelo, é improvável que a resposta dos doadores atinja os objetivos da ONU, visto que a pandemia de covid-19 e as suas consequências devastadoras atingiram as economias de todo o mundo.

O secretário-geral do Conselho de Refugiados da Noruega, Jan Egeland, que está a realizar uma visita de uma semana ao Iémen, alertou também que os grupos de ajuda estão “catastroficamente” subfinanciados e sobrecarregados.

“É ultrajante que as organizações de ajuda tenham de implorar e raspar o fundo da panela para fornecer um mínimo de comida para ajudar a manter os iemenitas vivos, quando os países que fazem a guerra e causam tanto sofrimento ainda estão dispostos a muito mais na luta”, considerou.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, liderou a delegação do país na conferência, organizada numa altura em que a administração Biden tem reunido esforços para pôr fim ao conflito.

Países ricos, como os Estados Unidos, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, reduziram drasticamente a ajuda ao Iémen no ano passado devido às exigências da pandemia, a alegações de corrupção e também ao receio de que a ajuda possa não estar a chegar aos destinatários pretendidos nos territórios controlados pelos rebeldes.

A chefe do Governo da Noruega, Ine Eriksen Soereide, afirmou que seu país vai canalizar 200 milhões de coroas suecas (cerca de 19 milhões de euros), acrescentando estar “profundamente preocupada” com a situação.

https://zap.aeiou.pt/iemen-enfrentar-pior-fome-guterres-384355

Jornalistas estrangeiros denunciam “declínio da liberdade” na China

A China utilizou as medidas para controlar o coronavírus, a intimidação e restrições de visto para limitar a cobertura jornalística estrangeira em 2020, dando início a um “rápido declínio da liberdade na media”, denunciou o Foreign Correspondents’ Club of China (FCCC).


Segundo noticiou esta segunda-feira a agência Reuters, o relatório anual do FCCC revelou que este é terceiro ano consecutivo em que os jornalistas indicam não ter havido melhorias nas condições de trabalho.

“Todos os braços do poder estatal – incluindo os sistemas de vigilância introduzidos para conter o coronavírus – foram usados ​​para assediar e intimidar jornalistas [estrangeiros], os seus colegas chineses e as pessoas” que estes tentaram entrevistar, indica o relatório.

De acordo com o documento, as autoridades usaram as medidas de saúde pública para negar aos jornalistas o acesso a áreas sensíveis, ameaçando-os com quarentena forçada. Foram também levantadas restrições de visto.

Pelo menos 13 correspondentes receberam credenciais de imprensa válidas por seis meses ou menos, disse a FCCC. Normalmente, os repórteres estrangeiros destacados na China recebem vistos de um ano, renováveis por iguais períodos. Os jornalistas terão também sido usados ​​como “peões” nas disputas diplomáticas do país.

O porta-voz do Ministério das Relações Externas chinês, Wang Wenbin, referiu que as alegações são “infundadas”. “Sempre recebemos a media e os jornalistas de todos os países para cobrir notícias na China de acordo com a lei”, disse, indicando que o país se opõe ao “preconceito ideológico” e às “notícias falsas em nome da liberdade de imprensa”.

A China expulsou mais de uma dezena de jornalistas estrangeiros de organizações de media norte-americanas em 2020. Washington também reduziu o número de jornalistas autorizados a trabalhar nos Estados Unidos (EUA) em quatro órgãos de comunicação estatais chineses.

Em setembro, a Austrália ajudou dois dos seus correspondentes estrangeiros a deixar a China, após serem questionados pelo Ministério de Segurança do Estado do país.

Em 2020, as autoridades chinesas detiveram Cheng Lei, um cidadão australiano que trabalhava para a media estatal chinesa, e Haze Fan, um cidadão chinês que trabalhava para a Bloomberg News, por suspeita de colocarem em risco a segurança nacional. Ambos permanecem detidos.

https://zap.aeiou.pt/jornalistas-estrangeiros-liberdade-china-384179

Facebook paga 650 milhões para encerrar litígio sobre vida privada nos EUA !

O juiz federal norte-americano James Donato aprovou a indemnização de 650 milhões de dólares (540 milhões de euros) a 1,6 milhões de utilizadores do estado norte-americano do Illinois por parte do Facebook.


Este acordo, assinado na sexta-feira e tornado público este domingo pela agência France-Presse, coloca um ponto final no litígio entre estes cidadãos e a rede social sobre a proteção da vida privada.

O início do processo remonta a 2015, quando o advogado de Chicago Jay Edelson processou o Facebook, alegando que a rede social recolheu ilegalmente dados biométricos para identificar rostos. Dados estes que violavam uma lei de privacidade do Illinois aprovada em 2008.

No final de janeiro de 2020, o Facebook concordou em pagar 550 milhões de dólares, depois de não ter conseguido a nulidade deste processo, que assumiu a forma de uma‘ação coletiva em 2018 após a reclamação inicial de 2015. Contudo, em julho de 2020, o juiz do caso, o juiz distrital James Donato, decidiu que esse valor era insuficiente.

Durante o julgamento, descobriu-se que o Facebook armazenava dados biométricos sem o consentimento dos utilizadores, violando assim a lei estadual. Em 2019, o Facebook propôs que o recurso de reconhecimento facial fosse apenas opcional.

Segundo o juiz, esta é uma decisão “histórica” e representa uma “grande vitória para os consumidores na polémica área da privacidade digital”.

“Este é um dos maiores acordos já alcançados na sequência de uma violação de privacidade”, afirmou James Donato, acrescentando que cada um dos queixosos irá receber uma indemnização de, pelo menos, 345 dólares.

Segundo a AFP, o Facebook, por sua vez, não comentou esta decisão.

https://zap.aeiou.pt/facebook-650-milhoes-encerrar-litigio-384200

 

“Retoma da normalidade” - Bruxelas propõe este mês livre-trânsito digital para vacinados e recuperados !

A Comissão Europeia vai apresentar este mês uma proposta legislativa para criar um livre-trânsito digital que permita retomar as viagens em altura de pandemia de covid-19, comprovando a vacinação ou a recuperação dos cidadãos.


A informação foi esta segunda-feira avançada pela presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, que através da rede social Twitter anunciou que a Comissão Europeia vai “apresentar este mês uma proposta legislativa para um livre-trânsito digital”.

“O objetivo é fornecer provas de que uma pessoa foi vacinada, resultados dos testes para aqueles que ainda não conseguiram obter uma vacina e informação sobre a recuperação da covid-19”, precisou a responsável, dando assim seguimento à intenção que tem vindo a ser abordada há várias semanas na União Europeia (UE).

Ursula von der Leyen garantiu, ainda, que este certificado digital “respeitará a proteção de dados, segurança e privacidade”.

A ideia de criar este certificado digital para permitir a retoma do setor das viagens e do turismo começou a ser abordada no início deste ano.

“Quanto à questão de como poderia ser o livre-trânsito digital: apresentaremos uma proposta legislativa em Março”, disse Ursula von der Leyen numa videoconferência com deputados alemães.

A ideia de criar este certificado digital para permitir a retoma do sector das viagens e do turismo começou a ser abordada no início deste ano e há várias semanas que a intenção tem vindo a ser discutida na União Europeia.

Temido diz que certificado prevê “retoma da normalidade”

A ministra da Saúde, Marta Temido, sublinhou esta segunda-feira que o certificado de vacinação, cuja proposta deverá ser apresentada este mês pela Comissão Europeia, permitirá “retomar a normalidade” do quotidiano dos cidadãos europeus “nas melhores condições possíveis”.

“Hoje, mais do que nunca, impõe-se uma abordagem comum nos movimentos dos nossos cidadãos em segurança”, começou por sublinhar Marta Temido, em conferência de imprensa após uma reunião remota com os ministros da Saúde dos 27 Estados-membros da UE, à qual presidiu, a partir do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Questionada sobre quais as informações que estarão disponíveis no livre-trânsito digital, Marta Temido foi de encontro às informações reveladas por Ursula von der Leyen e disse que “é claro que um dos aspetos que um documento desse tipo poderá referir é o estado vacinal” dos cidadãos, isto é, “a circunstância de a pessoa já ter sido ou não vacinada”.

“Mas poderá referir outras informações importantes, por exemplo, quanto à circunstância de a pessoa já ter sido submetida a um teste [de diagnóstico da covid-19] e o resultado desse teste ou informação sobre se a pessoa já teve ou não covid-19”, acrescentou ainda.

Para a ministra, este livre-trânsito digital trata-se de um “utensílio importante” que permite aos cidadãos “enfrentar um mundo onde a covid-19 circula como doença” e onde se pretende “retomar a normalidade (…) nas melhores condições possíveis”.

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia Margaritis Schinas sublinhou, contudo, que não é possível adiantar informações sobre o projeto final desta proposta, que será formalmente apresentada pelo executivo comunitário a 17 de março, segundo indicou.

Ainda assim, Schinas explicou que o conceito deste “produto europeu” terá uma “componente digital forte”, no qual estarão disponíveis informações “como a vacinação [contra a covid-19] ou não, resultados dos testes, a recuperação, questões de segurança, legislação sobre privacidade dos dados, todos os requisitos de segurança necessários”.

“Estamos cientes dos enormes esforços e sacríficos que a população europeia está a fazer neste momento. Sabemos que carregam um enorme fardo às costas, e queremos aliviar esse fardo, queremos organizar de forma segura a abertura da União Europeia”, salientou o vice-presidente executivo, pedindo, por isso, “confiança” que está a ser desenvolvido Comissão Europeia.

Já a comissária europeia da Saúde e Segurança Alimentar, Stella Kyriakides, sublinhou que a UE está a aguardar que “nas próximas semanas de março” se assista a “um aumento de produção” de vacinas contra a covid-19, acrescentando ainda estar “à espera também da avaliação de outras vacinas nas próximas semanas”.

“Até hoje, 33 milhões de doses foram administradas e, pelo menos, 11 milhões de europeus já foram vacinados”, apontou, garantindo, de seguida, que a Comissão Europeia está a trabalhar “no sentido de estabelecer contactos com as empresas para tentar aumentar a capacidade de vacinas“, garantiu.

Marta Temido presidiu esta segunda-feira a uma reunião, por videoconferência, com os ministros da Saúde dos 27 Estados-membros da UE, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE, na qual se discutiram as novas variantes da covid-19, bem como uma nova abordagem à testagem e os processos de vacinação nos países.

https://zap.aeiou.pt/bruxelas-propoe-livre-transito-384315

 

Covax permite que países mais pobres comecem a receber a vacina mas só garante 20% da vacinação !

A Covax visa fornecer vacinas contra a covid-19 a 20% da população de 200 países e territórios que estão incluídos no sistema através de um sistema de financiamento que permite a 92 economias de baixo ou médio rendimento acesso à vacina.


A Covax é uma parceria mundial que visa combater a desigualdade no acesso a vacinas contra a covid-19. A CEPI (Coligação para as Inovações de Preparação para Epidemias), a Gavi (Aliança Global para as Vacinas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) são codirigentes desta iniciativa.

Inicialmente, esperava-se que este programa pudesse arrancar em paralelo com as vacinações nos países mais ricos, mas a previsão temporária da Covax para a distribuição das vacinas só foi divulgada há cerca de duas semanas.

Iryna Mazur, do serviço de imprensa da Gavi, informou o Expresso de que os países de baixo e médio rendimento podem contar com as primeiras entregas de vacinas da Covax este mês. Aliás, o Gana foi o primeiro a recebê-las e a OMS estima distribuir 336 milhões de doses na primeira metade do ano, chegando aos dois mil milhões no final de dezembro.

No entanto, mesmo que o processo ocorra sem atrasos, a Covax só garante a vacinação de 20% da população.

Ao semanário, Faten Aggad, conselheira sénior do Alto Comissário da União Africana para as relações com a União Europeia, disse que este valor é “insuficiente para o nosso continente, que precisa de vacinar pelo menos 65% da população para alcançar a imunidade de grupo”.

Para o especialista, a única hipótese de haver uma parceria igualitária, seria a África e a Europa avançarem “para lá deste conceito de intermediação e permitir aos países africanos terem acesso direto às vacinas usando os seus próprios recursos”. Isto porque, salientou, é muito difícil que, mesmo os países africanos com um setor farmacêutico forte, como a África do Sul e o Senegal, avancem para a produção de vacinas no continente.

“Não se arranja espaço para que os países africanos tenham a responsabilidade de tomar conta de si próprios” nem para que os cidadãos africanos “tenham a possibilidade de responsabilizar os seus governos na eventualidade de estes falharem, não providenciando as vacinas necessárias”, justificou Aggad.

Índia disponível para apoiar Angola

A embaixadora da Índia em Angola, Pratibha Parkar, revelou que o executivo indiano está disponível para apoiar países africanos no acesso à vacina contra a covid-19, estando a analisar uma solicitação de Angola neste âmbito.

“Claro que há muito interesse nas vacinas”, disse a diplomata indiana, em entrevista à Lusa, acrescentando que já houve contactos entre os dois países nesse sentido e o pedido está a ser avaliado. “Abordaram-nos e o governo indiano está a analisar”, declarou, acrescentando que a Índia já doou muitas vacinas à iniciativa Covax e vários países africanos estão em negociações com a Índia neste âmbito.

“A Índia tem, primeiro, de cuidar dos seus cidadãos, da nossa população de 1,3 mil milhões de pessoas, mas o governo assegurou que vai desempenhar um papel importante no fornecimento de vacinas a quase todos os países do mundo”, reforçou Pratibha Parkar.

A Índia tem uma indústria farmacêutica florescente, associada à produção de medicamentos genéricos de baixo custo, estando também a produzir vacinas contra a covid-19, que vão ser exportadas para vários países, incluindo o Brasil e os Emirados Árabes Unidos.

Além das vacinas nacionais, Covaxin, produzidas nos laboratórios da Bharat Biotech, o país produz também vacinas da Astrazeneca no Instituto Sérum (Covishield), tendo administrado já cerca de 12 milhões de doses das duas vacinas aprovadas.

O setor farmacêutico e da saúde é uma das áreas de cooperação que a Índia quer intensificar com Angola, segundo a embaixadora, que apresentou cartas credenciais ao chefe de Estado angolano, João Lourenço, a 22 de outubro do ano passado.

Angola prevê vacinar 53% da população, num total de 16, 4 milhões de pessoas, em duas fases, confirmou esta semana, em Luanda, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta. Na primeira fase, serão vacinadas 6,4 milhões de habitantes e na segunda, mais dez milhões.

A previsão do Governo angolano é receber, em duas fases, cerca de 15 milhões de doses da vacina contra a doença.

https://zap.aeiou.pt/covax-paises-mais-pobres-384077

 

Reino Unido vacinou 20 milhões com 1.ª dose - País deteta casos de variante de Manaus !

O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, anunciou no domingo que mais de 20 milhões de pessoas no Reino Unido já receberam a primeira dose da vacina contra covid-19.


“Estou absolutamente encantado por informar que mais de 20 milhões de pessoas foram vacinadas em todo o Reino Unido. É absolutamente fantástico. Quero agradecer a cada pessoa que veio para receber a dose”, afirmou Hancock, num vídeo no Twitter, citado no domingo pelo Expresso.

Nos últimos sete dias, morreram 2341 pessoas com o vírus, uma queda de 32% relativamente a igual período da semana anterior, e o novos casos diminuiram 17%. Desde o início da pandemia, houve 122.705 mortes e 4.170.519 infeções no Reino Unido.

A União Europeia (UE) estima que dentro de duas a três semanas “tudo vai funcionar normalmente” na produção e distribuição de vacinas contra a covid-19 nos Estados-membros, indicou a comissária da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira.

“A nossa expectativa é que dentro de duas, três semanas, tudo vá funcionar normalmente com os níveis de produção e de distribuição muito mais fortes do que até agora”, disse, em entrevista à agência Efe.

À medida que se alcance a “velocidade de cruzeiro”, os países terão de concentrar-se na “capacidade” de administrar as vacinas, indicou, rejeitando a ideia de que a UE esteja muito atrasada na campanha de vacinação relativamente a outros países, como os Estados Unidos, o Reino Unido ou Israel.

Reino Unido deteta seis casos da variante do Brasil

Seis casos da variante do novo coronavírus com origem em Manaus, no Brasil, foram detetados no Reino Unido, indicou no domingo a autoridade de saúde britânica, citada pela agência Lusa. Segundo os responsáveis sanitários, esta variante tem as mesmas mutações que a identificada pela primeira vez na África do Sul, apontada como mais transmissível.

Os especialistas temem que esta estirpe do SARS-CoV-2, que pode ser mais contagiosa do que o vírus original, seja resistente às vacinas contra a covid-19 que estão a ser administradas no Reino Unido (Pfizer/BioNTech e AstraZeneca/Oxford).

Três dos seis casos da variante de Manaus detetados no Reino Unido localizam-se em Inglaterra e os restantes na Escócia, mas não há qualquer ligação entre ambos. Duas das pessoas detetadas em Inglaterra pertencem à mesma família, do sul de Gloucester, que tinham estado no Brasil antes de o Governo britânico impor restrições aos viajantes.

Os três casos da estirpe de Manaus identificados na Escócia correspondem a residentes que regressaram de uma viagem ao Brasil e que fizeram escala em Paris e Londres.

O Governo britânico suspendeu em janeiro voos procedentes de Portugal, do Brasil e outros países da América do Sul, bem como da África do Sul, Angola e Moçambique para conter a propagação das novas variantes.

Em Portugal já foram identificados sete casos da variante do novo coronavírus com origem no Brasil, anunciou há uma semana o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Vacina da Johnson & Johnson distribuída em abril na UE

A Agência Europeia do Medicamento deve aprovar no início de março a vacina contra a covid-19 da Johnson & Johnson, que até abril deve começar a ser distribuída pela UE, revelou no domingo a ministra francesa da Indústria.

O sinal verde da UE será concedido “no início de março, já que a Agência Europeia de Medicamentos está a rever todas as informações que a Johnson & Johnson lhe comunicou para poder colocar essa vacina no mercado”, disse Agnès Pannier-Runacher ao canal de televisão France 3.

A ministra adiantou que as primeiras doses devem “chegar no final de março ou início de abril porque há um prazo para a produção das doses”, o que “ainda está em discussão com o laboratório”. “Essa é uma notícia muito boa porque esta vacina é de dose única, porém é possível que precise de reforços, ainda não sabemos”, alertou.

No sábado, o regulador do medicamento norte-americano aprovou a vacina de dose única da Johnson & Johnson para pessoas com mais de 18 anos, tornando-se a terceira vacina aprovada no país, além da Pfizer/BioNTech e da Moderna.


A ministra francesa avançou que o plano passa pela chegada à Europa de 600 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 até o final de junho.

De acordo com a autoridade do medicamento dos Estados Unidos (EUA), a vacina produzida pela Janssen, do grupo Johnson & Johnson, protege contra a covid-19 grave. Segundo os ensaios clínicos finais, uma dose tem 85% de eficácia contra as manifestações mais graves da doença.

Bolsonaro: “A saúde no Brasil sempre teve problemas”

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, desvalorizou no domingo a situação crítica que vive o sistema de saúde no Brasil por causa da pandemia, dizendo que “a saúde sempre teve os seus problemas”.

“A saúde no Brasil sempre teve os seus problemas. A falta de UTIs (unidades de tratamentos intensivos) é um deles e certamente um dos piores”, escreveu no Twitter, numa altura em que o sistema de saúde brasileiro apresenta sinais de quase rutura em algumas regiões.

Bolsonaro, um dos líderes mundiais mais céticos sobre a gravidade da pandemia, que chegou a apelidar de “gripezinha”, insistiu na crítica ao confinamento. “Hoje, ao fecharem o comércio e novamente te obrigar a ficar em casa, vem o desemprego em massa com consequências desastrosas para o país”, disse o Presidente brasileiro.

O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo, com mais de 255 mil mortes por covid-19 e 10,5 milhões de contágios, tendo completado no sábado a contagem de cinco dias consecutivas com mais de 1300 mortes diárias.

A capital, Brasília, é uma das cidades mais afetadas e onde a ocupação de camas de cuidados intensivos está a 98% da sua capacidade, obrigando as autoridades locais a aplicar medidas para diminuir a mobilidade e evitar ajuntamentos de pessoas, com encerramento de lojas e serviços por 15 dias a partir de domingo.

Inicialmente, as restrições eram por tempo indeterminado e permitiam apenas o funcionamento de serviços essenciais, como supermercados, mercearias, postos de gasolina, comércio de medicamentos, clínicas médicas e odontológicas, laboratórios, clínicas veterinárias e “cultos, missas e rituais de qualquer credo ou religião”.

Covid-19 já provocou 2.526.075 mortes

No domingo, a agência AFP relatou que o novo coronavírus matou pelo menos 2.526.075 pessoas em todo o mundo, tendo sido registados mais de 113.758.510 casos infeções, dos quais pelo menos 69.695.100 foram considerados curados.

Em França, no mesmo dia, foram registados 19.952 novos casos de contaminação, fazendo subir o total para 3.755.968. O número de mortes caiu para 122, totalizando 86.454. Entre 15 e 20% da população francesa já está imunizada, segundo o diretor-geral de Saúde, Jérôme Salomon.

Em Itália, houve 17.455 novos casos e 192 mortes nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde, sendo recomendado o encerramento das escolas nas áreas mais atingidas. No total, 2.925.265 pessoas foram infetadas, tendo-se registado 97.699 mortos. Dos atuais 422.365 casos ativos, 20.869 estão internados.

Também no domingo, a Alemanha registou 7890 novos casos e 157 mortes, anunciou o Instituto Robert Koch (RKI) de virologia, sinalizando um aumento geral. A incidência semanal manteve-se em 63,8 contágios por 100.000 habitantes. No total, a Alemanha registou 2.444.896 casos, 70.756 mortes e 2.248.200 recuperações.

Já o México registou 783 mortes no mesmo período, acumulando 185.257 óbitos, disseram no sábado as autoridades mexicanas. Foram detetados 7512 contágios, elevando o total para 2.084.128, sendo o terceiro país do mundo com mais mortes, atrás dos Estados Unidos e do Brasil.

Israel, onde mais de um terço da sua população foi vacinada, concordou em dar aos funcionários de saúde palestinianos 5.000 doses da Moderna Inc, das quais distribuiu 2.000. Agora, o Estado disse que irá oferecer vacinas Moderna aos cerca de 130.000 palestinianos que trabalham em Israel ou nos seus colonatos na Cisjordânia.

Guiné-Bissau, por sua vez, registou mais 15 casos, acumulando 3262, segundo os dados de sábado divulgados pelo Alto Comissariado para a covid-19. Foram internadas 15 pessoas, havendo 595 casos ativos e 12 recuperados, num total de 2613. A covid-19 já provocou a morte a 48 pessoas no país.

O Irão iniciou no domingo os ensaios clínicos da vacina contra a covid-19 de fabrico local Razi Cov Pars, desenvolvida pelo Instituto de Investigação de Vacinas Razi. A primeira dose foi dada a dois voluntários. Esta vacina consiste em duas injeções e uma administração intranasal inalada e emprega novas versões de combinação da proteína spike.

As Filipinas receberam o seu primeiro lote de vacinas no domingo, sendo o segundo país do sudeste asiático com maior número de infeções e mortes por coronavírus. As 600.000 doses de vacina doadas pela China, destinadas aos trabalhadores da saúde, estão programadas para começar na segunda-feira.

A Nigéria receberá o seu primeiro lote de vacinas da Oxford/AstraZeneca na terça-feira.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-vacinou-20-milhoes-variante-manaus-384085

 

Nicolas Sarkozy condenado a três anos de prisão por corrupção !

Nicolas Sarkozy foi esta segunda-feira condenado a três anos de prisão por corrupção e tráfico de influências, tornando-se o segundo chefe de Estado condenado em França, após Jacques Chirac em 2011.


O ex-Presidente francês foi condenado a um ano de prisão efetiva e dois anos com pena suspensa, no âmbito do caso das escutas que remonta a 2014. O antigo chefe de Estado pode ainda recorrer da sentença.

Sarkozy, que esteve presente na audiência, não irá, no entanto, para a prisão, já que o tribunal o autorizou a ficar detido em casa com uma pulseira eletrónica.

O político de 66 anos, que foi Presidente de 2007 a 2012, foi condenado por ter tentado ilegalmente obter informações sobre uma ação judicial em que estava envolvido, através de um magistrado, Gilbert Azibert, a quem ofereceu, em troca, um cargo de prestígio no principado do Mónaco, em 2014.

De acordo com o jornal Público, o Tribunal nacional financeiro concluiu que um “pacto de corrupção” foi estabelecido pelo então Presidente francês e o juiz do Tribunal de Cassação, Gilbert Azibert, para que Sarkozy pudesse obter informações confidenciais que lhe diziam respeito no âmbito do caso Bettencourt – que envolve pagamentos da herdeira multimilionária Liliane Bettencourt, dona da L’Óreal, a membros do governo ligados ao então chefe de Estado para financiar a campanha eleitoral de Sarkozy em 2007.

A mulher de Azibert, delegada do Ministério Público, embora não estando envolvida no processo, também terá movido influências para recolher informação.

Segundo a condenação do Tribunal Criminal de Paris, Sarkozy “usou o seu estatuto de ex-presidente da República” para obter benefícios, revela o Observador.

“As ofensas prejudicaram seriamente a confiança do público ao incutir a ideia de que as decisões do Tribunal de Cassação [tribunal superior de recurso francês] podem ser objeto de acordos privados”, refere ainda a sentença.

Ainda muito influente dentro dos conservadores, apesar de se ter retirado da política, Sarkozy garantiu sempre que não cometeu nenhum crime e que estava ser vítima de uma caça às bruxas. De acordo com o advogado do político, Thierry Herzog, que também foi condenado no âmbito deste processo, este foi um caso que envolveu “fantasias” e teve por base “escutas ilegais”.

Sarkozy torna-se, assim, o segundo Presidente na história moderna de França a ser condenado por corrupção, depois de Jacques Chirac, falecido em 2019. Chirac foi julgado e condenado em 2011 num caso de empregos fictícios na cidade de Paris, mas sem nunca ter comparecido em tribunal, por motivos de saúde.

https://zap.aeiou.pt/sarkozy-condenado-tres-anos-prisao-384262

 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Ana Estrada Ugarte - Em decisão histórica, Peru abre as portas à eutanásia !

Numa decisão histórica esta quinta-feira, o 11.º Tribunal Constitucional do Superior Tribunal de Justiça de Lima, no Peru, ordenou ao Ministério da Saúde do país que respeitasse a vontade de Ana Estrada Ugarte de acabar com a sua vida através da eutanásia.

No Peru, a voz a favor da eutanásia tem nome próprio: Ana Estrada Ugarte, de 44 anos, a primeira pessoa a exigir publicamente a sua legalização.

Ana Estrada Ugarte é uma psicóloga que sofre de polomiosite incurável e progressiva desde os 12 anos. A doença complicou-se a partir de 2015 e agora permanece acamada a maior parte do dia e precisa de assistência permanente.

A mulher iniciou uma batalha legal para legalizar a eutanásia e inspirou um projeto de lei. “Não haver lei não significa que não haja direito. Há direito, mas falta lei. Espero que seja reconhecido esse direito, o meu direito de decidir quando morrer com dignidade”, disse Ana Estrada Ugarte, citada pela Deustche Welle.

O seu corpo fica paralisado à medida que a polimiosite, uma doença degenerativa e irreversível que enfraquece os músculos, progride. Ana Estrada afirma que não se quer matar, mas que precisa da liberdade de dizer “chega” quando a sua doença irreversível a obrigar a estender a vida em condições insuportáveis.

“Sei que é difícil compreender, mas não quero morrer. Estou bem atendida e num momento de grande realização, pois esta campanha levou-me a descobrir recursos que não tinha”, explicou Ana Estrada Ugarte, no seu blogue “Ana procura a morte digna”, onde conta a sua história.

Em 2016, a sua doença trancou-a no hospital durante quase um ano, de onde saiu com uma traqueostomia permanente no pescoço. “Lá queria morrer porque era um trauma muito forte. Tinha perdido tudo e a minha vida tinha mudado completamente, mas fiz um tratamento e, depois, a lucidez voltou. Transformei aquele ‘quero morrer’ em ‘quero o meu direito de morrer com dignidade”, explicou.

Ana Estrada Ugarte colocou o incómodo debate em cima da mesa no Peru, um país profundamente conservador onde a morte assistida, classificada como homicídio misericordioso, é criminalizada com até três anos de prisão.

O pedido exigia a suspensão da pena e que o Estado elaborasse os protocolos para o momento em que Ana Estrada Ugarte solicitar a eutanásia. A audiência foi realizada no dia 7 de janeiro, após mais de um ano de espera, e foi “uma pequena vitória” para a peruana, que, em apelo emocional, derrubou o preconceito de que a sua alegação é fruto de uma depressão.

Lima ordenou ao Ministério da Saúde e do Seguro Social de Saúde que “respeitasse a decisão” de Ana Estrada Ugarte “de pôr fim à sua vida mediante procedimento técnico de eutanásia”.

A decisão prevê a “inaplicabilidade do artigo 112 do Código Penal” que proíbe a morte assistida. O tribunal indicou que negar a morte assistida por Ana Estrada Ugarte afeta “os direitos à dignidade, autonomia, livre desenvolvimento de sua personalidade e a ameaça de não sofrer tratamento cruel e desumano”.

A sentença dizia que “a eutanásia deve ser entendida como a ação de um médico em fornecer diretamente (via oral ou intravenosa) um medicamento destinado a acabar com a sua vida”, segundo a decisão divulgada pelo tribunal.

A decisão pode gerar grande polémica no Peru, um país predominantemente católico, uma vez que a Igreja rejeita a eutanásia.

https://zap.aeiou.pt/ana-estrada-ugarte-em-decisao-historica-peru-abre-as-portas-a-eutanasia-383829

 

Entre farpas a Biden e Fauci, Trump admitiu concorrer à Casa Branca em 2024 e vencer pela “terceira vez” !

No primeiro discurso desde que saiu da Casa Branca, o antigo presidente Donald Trump deu a entender que vai concorrer novamente em 2024 e disse que Joe Biden “perdeu a Casa Branca”.

O ex-presidente dos Estados Unidos recebeu aplausos ao dizer à multidão na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) que pode tentar reconquistar a Casa Branca.

De acordo com o jornal britânico The Independent, Trump fez esta afirmação ao dizer à audiência da conferência em Orlando, Flórida, que Biden suportou “o primeiro mês mais desastroso de qualquer presidente na história moderna”.

Segundo o antigo presidente, a política de imigração de Biden deve resultar em grandes perdas no meio do mandato de 2022 e nas eleições presidenciais de 2024.

“Na verdade, como sabem, acabaram de perder a Casa Branca, mas é uma daquelas coisas – mas quem sabe, quem sabe, posso até decidir vencê-los pela terceira vez, ok?”, disse.

Trump prometeu “discutir o futuro” do partido e do país. “Vou continuar a lutar ao vosso lado, vamos fazer o que fizemos desde o início, que é ganhar”, afirmou, garantindo que não vai criar um novo partido. “Temos o Partido Republicano”, que “vai ser mais forte do que nunca”.

No mesmo discurso, Trump voltou a falar da pandemia, mencionando o “vírus da China” ao referir-se à covid-19 e criticou o especialista Anthony Fauci por encorajar as pessoas a usarem duas máscaras quando estiverem em público.

“Máscaras duplas, essa foi uma das novas que saiu há algumas semanas”, disse Trump. “Primeiro, Fauci disse que não é preciso máscaras. Agora, de repente, quer as máscaras, mas agora quer máscaras duplas.”

O ex-presidente marcou presença na CPAC de 2021, que existe desde 1974 e é vista como o encontro mais influente dos conservadores dos Estados Unidos, bem como um barómetro da direção política do Partido Republicano. A conferência começou na quinta-feira no Hyatt Regency Hotel.

Este é o primeiro discurso de Trump desde que deixou o cargo enquanto presidente dos Estados Unidos. O discurso acontece poucas semanas depois de ter sido absolvido da acusação de “incitamento à insurreição” — no julgamento de impeachment, alguns membros do partido Republicano votaram contra o ex-presidente.

A CNN adianta que a Trump venceu uma sondagem, onde os participantes da CPAC foram questionados sobre o seu candidato favorito. Foram realizadas duas sondagens e apenas uma incluiu o nome de Trump — nessa, o ex-presidente venceu com 55% dos votos. Na segunda sondagem, DeSanti DeSantis ficou muito à frente da concorrência. Os resultados sugerem que há interesse noutros candidatos.

https://zap.aeiou.pt/entre-farpas-a-biden-e-a-fauci-trump-admitiu-concorrer-384063

 

 

Quando um tigre vale mais morto do que vivo - A sórdida realidade das quintas de procriação !

Em alguns países asiáticos, quintas de procriação de tigres exploram até ao tutano o valor económico do animal, submetendo-o a condições de vida degradantes.


Tigres já foram puderam ser encontrados em grande parte da Ásia, do leste da Turquia à Sibéria e Indonésia. Hoje, eles estão reduzidos a viver em apenas 6% da sua área anterior. Em muitas dessas áreas, os tigres já nem são mais avaliados como animais selvagens à solta, mas apenas como produtos para lucro financeiro, valendo mais mortos do que vivos.

Tigres em partes do leste e sudeste da Ásia podem vir engarrafados, vendidos abertamente em centros de criação industrial como vinho de osso de tigre, uma mistura que supostamente trata a artrite, reumatismo e até impotência. Eles também vêm em pratos, cozinhados e preparados para ricos empresários e burocratas ávidos exibirem o seu status social elevado, servidos em salas de jantar enfeitadas com caros tapetes de pele de tigre.

O comércio começa com uma estimativa de 8.000 tigres mantidos em cativeiro numa série de quintas por toda a China e também em Laos, Tailândia e Vietname, muitas vezes em condições terríveis. Muitos estão alojados em pequenos recintos espartanos de cimento, mal grandes o suficiente para oferecer qualquer oportunidade até mesmo para os exercícios mais leves.

Tigres criados pelos seus ossos são frequentemente desnutridos, as suas mortes deliberadamente induzidas pela fome. Como explica um trabalhador de um parque de tigres no norte da China, “um esqueleto é, no final do dia, apenas um saco de ossos. Quem é que se importa com a aparência quando está vivo?”.

Os tigres criados pela sua carne sofrem um destino diferente, frequentemente bombeados com líquido e alimentados à força para torná-los o mais gordos possível, já que o valor de uma carcaça para comida é medido apenas pelo peso. No final das suas vidas, muitos mal conseguem ficar de pé, os seus estômagos rastejam pelo chão. E uma pele é uma pele – desde que o tigre não esteja ferido, a pele ainda terá valor, independentemente do peso da criatura que a carregou.

Embora a maior parte do valor de um tigre seja derivada após a sua morte, os operadores de quinta de tigres, no entanto, procuram espremer cada grama de lucro possível durante a vida dos tigres.

Por essa razão, o seu ciclo de vida é gerido em três fases distintas – reprodução, desempenho e colheita – seguidas por um quarto estágio de produção pós-morte. Em suma, estas quintas nada mais são do que fábricas de procriação rápida, fornecendo a matéria-prima para produtos de luxo de alta qualidade.

A tigresa senta-se no topo deste tapete rolante, oferecendo um suprimento constante de filhotes. Esses filhotes, uma vez nascidos, são rapidamente removidos da sua mãe para trazê-la de volta ao cio. Os filhotes são então movidos para áreas de interação onde os visitantes podem pagar para acariciá-los e alimentá-los, proporcionando uma oportunidade perfeita para selfies para as redes sociais.

Um “zoo” de tigres na Tailândia, perto da cidade turística de Pattaya, empregou algumas táticas bizarras para maximizar o valor de entretenimento dos animais. Numa barraca, filhotes de tigre envoltos em casacos de pele de porco podiam ser vistos a serem amamentados por uma porca, enquanto a poucos metros, uma tigresa agia como ama-de-leite para leitões vestidos com peles de tigre minúsculas.

Filhotes e adolescentes machos mais velhos eram forçados a realizar truques de circo enquanto outros desfilavam, em grupos, ao redor de recintos maiores onde os visitantes podiam comprar animais vivos para serem soltos como presas.

Como estes tigres foram criados em cativeiro, muitas vezes não têm a habilidade de matar, então o gado sacrificial e maltratado frequentemente precisa de ser removido e abatido manualmente antes de ser devolvido à arena como pedaços de carne.

Enquanto isso, filhotes fêmeas mais velhos são transferidos para ocupar o seu lugar na linha de produção. Finalmente, quando uma nova geração de tigres emerge para assumir essas funções, os animais mais velhos são enviados para o estágio de colheita. Além de vinho, carne e peles, há também mercado de olhos, bigodes, dentes, garras e até pénis. Na verdade, quase todas as partes de um tigre recebem um valor financeiro.

As quintas de tigres tornaram-se um grande negócio e, para crescer, os seus proprietários reconhecem a necessidade de inovação constante. Por exemplo, uma investigação recente descobriu a existência de joias de osso de tigre rosa produzidas por uma quinta de tigres em Laos.

A cor distinta dos ornamentos é obtida removendo os ossos do tigre enquanto ele está sedado, mas ainda muito vivo.

https://zap.aeiou.pt/quintas-tigres-transformaram-animal-numa-especie-vale-morta-do-viva-383483

 

Várias escolas de Tóquio pedem “certificados de cabelo real” aos alunos !

As escolas japonesas são conhecidas pela sua rigidez relativamente à aparência dos seus alunos, tanto que os estudantes que não seguem o padrão de “cabelo liso e preto” têm de apresentar provas.


Dados divulgados, esta semana, pelo Conselho Metropolitano de Educação de Tóquio mostram que 44,6% das 177 escolas secundárias da cidade solicitam este tipo de “certificados de cabelo real”.

De acordo com a empresa de media Vice, os alunos que não seguem o padrão de “cabelo liso e preto” têm de apresentar provas de que os seus cabelos são mesmo naturais, sendo que o certificado tem de ser assinado por um encarregado de educação. Algumas escolas pedem até fotografias de infância para terem a certeza.

Há muito que as regras escolares do país são criticadas pela sua rigidez, sendo consideradas violadoras da liberdade de expressão dos jovens. A cor da roupa interior e das meias, o formato das sobrancelhas e o comprimento das saias estão entre algumas dessas restrições.

“Dizer a um estudante que o seu cabelo natural está errado, é como dizer que a sua identidade está errada. E é também claramente racista“, afirmou ao mesmo site Hiromi Kuroi, porta voz de uma organização não governamental que recolhe informações sobre esta regulamentação escolar.

“Alguns destes alunos não têm escolha a não ser aceitar esta discriminação. Estou preocupada com os efeitos negativos na sua saúde mental”, lamentou.

Em 2017, uma estudante de Osaka decidiu processar a sua escola por danos emocionais, depois de os professores lhe terem exigido repetidamente que pintasse o cabelo, originalmente castanho, de preto.

Inicialmente, a aluna acedeu ao pedido, mas depois parou de o fazer. Foi então que começou a ser discriminada pelo estabelecimento escolar, tendo sido impedida de frequentar algumas aulas e barrada das visitas de estudo.

No passado dia 16 de fevereiro, o Tribunal Distrital desta cidade japonesa obrigou o Governo local a pagar-lhe 330 mil ienes japoneses, cerca de 2500 euros, menos de 15% da indemnização solicitada pela jovem, agora com 21 anos. Apesar desta compensação, o juiz determinou que a aplicação destes regulamentos não violava a lei.

https://zap.aeiou.pt/escolas-toquio-certificados-cabelo-real-383785

Denunciantes da Amazon alertam que os dados de milhões de pessoas estão em risco !

Denunciantes da Amazon alertam que os dados de milhões de pessoas estão em risco devido à falta de preocupação da empresa com a cibersegurança.


A par da Google, Apple, Microsoft e Facebook, a Amazon é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. No entanto, os esforços da empresa norte-americana para proteger a informação que recolhe dos seus utilizadores é inadequada, alertam whistleblowers da empresa.

De acordo com alguns funcionários da Amazon, as falhas de segurança da empresa expõem as informações dos utilizadores a possíveis fugas, furtos e exploração, escreve o POLITICO. Desde informações do cartão de crédito até dados privados de saúde, nada está livre de eventuais fugas de informação, tanto na União Europeia como nos Estados Unidos.

Os funcionários que denunciaram o problema ao POLITICO tentaram alertar os seus superiores, mas dizem ter sido marginalizados ou demitidos da empresa, naquilo que argumentam ser uma retaliação profissional.

Os denunciantes alegam que na Amazon reina uma cultura empresarial que prioriza o crescimento em relação a outros fatores, como a segurança dos dados dos clientes, o cumprimento de regras criadas para proteger essa informação e as carreiras dos funcionários contratados para sinalizar esse tipo de problemas.

“Imagine se uma empresa do tamanho da Amazon tivesse uma fuga? O problema é que as informações de identificação pessoal de milhões de pessoas estão em risco”, disse um dos ex-funcionários de segurança de informação nos Estados Unidos.

Em resposta, um porta-voz da Amazon garantiu que esta é uma “prioridade máxima de longa data” da empresa.

“Estas alegações imprecisas, não comprovadas e desatualizadas não refletem o nosso compromisso em manter as informações pessoais seguras. A Amazon possui políticas, procedimentos e tecnologias de segurança e privacidade abrangentes e estabelecidas há muito tempo. Auditamos regularmente os nossos serviços para garantir a conformidade e temos tolerância zero para funcionários que não seguem as nossas políticas”, disse o porta-voz da empresta tecnológica.

https://zap.aeiou.pt/dados-pessoas-risco-amazon-383781

 

Mais 18 mortos nos protestos em Myanmar - Embaixador na ONU afastado !

18 manifestantes foram mortos em Myanmar, este domingo, por forças de segurança que dispersavam com violência as manifestações pró-democracia.


As primeiras notícias apontavam para seis vítimas mortais. Três manifestantes foram mortos em Dawei (no sul do país), enquanto dois adolescentes, de 18 anos, morreram em Bago (centro), de acordo com as equipas de resgate. Uma sexta pessoa morreu em Yangon, disse um ex-deputado do Liga Nacional para a Democracia, partido da chefe de Governo deposta, Aung San Suu Kyi.

Entretanto, a Comissão das Nações Unidas confirmou que o número de vítimas mortais subiu para 18, havendo ainda 30 feridos a registar.

“A polícia e as forças militares enfrentaram manifestações pacíficas, usando força letal e menos do que letal que, de acordo com informações oficiais recebidas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, fez pelo menos 18 mortos e mais de 30 feridos”, informou, citada pela RTP.

“Condenamos veementemente a repressão cada vez mais violenta sobre os protestos em Myanmar e pedimos aos militares que parem imediatamente de usar a força contra manifestações pacíficas”, disse Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, em comunicado.

Myanmar está a viver, este domingo, um novo dia de manifestações em massa, depois da violência policial do dia anterior, quando 479 pessoas foram detidas sob a acusação de “protestos contra o Estado”.

Apesar da repressão, milhares de birmaneses voltaram hoje às ruas para rejeitar o golpe militar de 1 de fevereiro e exigir a libertação dos políticos eleitos detidos, incluindo a líder deposta e Prémio Nobel da Paz.

Até sábado, oito pessoas tinham morrido em resultado da violência desencadeada após o golpe, três delas mortas a tiro pela polícia, segundo dados da Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos na Birmânia, tendo sido detidas desde o início da revolta 854 pessoas, das quais 83 já foram libertadas.

A junta militar, chefiada pelo general Min Aung Hlaing, acusado de genocídio por alegadamente ter orquestrado a campanha de violência contra os rohingya em 2017, no oeste do país, afirmou que a polícia utiliza o mínimo de força contra as manifestações.

Este sábado, avança o jornal Público, o embaixador birmanês nas Nações Unidas, Kyaw Moe Tun, foi afastado pelos militares, um dia depois de ter feito um apelo à comunidade internacional para auxiliar na “restauração da democracia” de Myanmar.

O anúncio da demissão foi feito através da televisão estatal, que acusou o diplomata de “trair o país”, de ter falado em nome de “uma organização não-oficial que não representa o país” e de “ter abusado do poder e responsabilidades de um embaixador”.

Os militares justificam o golpe de estado alegando fraude eleitoral cometida nas eleições legislativas de novembro, nas quais a Liga Nacional para a Democracia venceu por esmagadora maioria.

Tanto os observadores internacionais como a comissão eleitoral deposta pela junta militar após a tomada do poder negaram a existência de irregularidades, apesar da insistência de alguns comandantes do Exército, cujo partido detém 25% dos lugares no Parlamento.

A comunidade internacional tem anunciado sanções contra os líderes do golpe militar, incluindo o general Min Aung Hlaing, presidente do Conselho Administrativo de Estado e autoridade máxima em Myanmar.

https://zap.aeiou.pt/seis-mortos-protestos-myanmar-384017

 

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