Francesca Chaouqui, acusada de vazar documentos confidenciais do Vaticano, anda ao lado de um jornalista Foto: Vincenzo Pinto/AFP)
Denúncias com base em documentos secretos vazados na Itália afirmam que as finanças do Vaticano são marcadas pela má gestão e pelo uso de doações para os pobres para manter o estilo de vida luxuoso de cardeais.
O escândalo, batizado de novo "Vatileaks", surgiu com o lançamento de dois livros que serão publicados nesta semana, escritos com base em documentos secretos que revelariam os males da Cúria Romana e uma forte resistência às reformas financeiras que o papa Francisco tenta implementar.
Os documentos teriam sido fornecidos pelo padre espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda e pela laica italiana Francesca Chaouqui, acusados e detidos pelo Vaticano no último fim de semana por roubo de textos confidenciais.
Os livros, que serão publicados nesta semana, são "Avaricia" de Emiliano Fittipaldi, da revista L'Espresso, e "Via Crucis", de Gianluigi Nuzzi, jornalista do grupo de televisão Mediaset.
Oposição interna ao papa
O Papa Francisco durante uma audiência com o presidente da Geórgia em abril de 2015 (Foto: Tony Gentile/Reuters) Denúncias com base em documentos secretos vazados na Itália afirmam que as finanças do Vaticano são marcadas pela má gestão e pelo uso de doações para os pobres para manter o estilo de vida luxuoso de cardeais.
O escândalo, batizado de novo "Vatileaks", surgiu com o lançamento de dois livros que serão publicados nesta semana, escritos com base em documentos secretos que revelariam os males da Cúria Romana e uma forte resistência às reformas financeiras que o papa Francisco tenta implementar.
Os documentos teriam sido fornecidos pelo padre espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda e pela laica italiana Francesca Chaouqui, acusados e detidos pelo Vaticano no último fim de semana por roubo de textos confidenciais.
Os livros, que serão publicados nesta semana, são "Avaricia" de Emiliano Fittipaldi, da revista L'Espresso, e "Via Crucis", de Gianluigi Nuzzi, jornalista do grupo de televisão Mediaset.
Oposição interna ao papa
Segundo a imprensa italiana, as obras revelam sobretudo a oposição interna às reformas financeiras do papa Francisco.
De acordo com Fittipaldi, o Vaticano emprega os recursos de doações para
os pobres na sua administração central. Cerca de 400 milhões de euros
teriam sido desviados do "Óbolo de São Pedro", com doações provenientes
de todo o mundo, para a Cúria Romana.
Vários cardeais, inclusive aposentados, residem em luxuosos apartamentos
às custas da Cúria Romana, afirma Nuzzi, autor de outro livro com
documentos roubados do escritório do papa Bento 16 e que marcou o final
desse pontificado.
Segundo o autor, devido à má gestão das finanças vaticanas, foram
registradas "perdas por diferenças no inventário" e "buracos" de até 700
mil euros no balanço do supermercado do Vaticano e de 300 mil euros no
da farmácia vaticana.
Nuzzi disse ainda que o papa presidiu uma reunião a portas fechadas em
2013, lamentando que "os custos estejam fora de controle", após indicar
um aumento de 30% do número de funcionários em 5 anos.
Segundo Nuzzi, tanto Vallejo como Chaouqui, suas "fontes", queriam ajudar o papa" com a publicação dos documentos aos que tiveram acesso, como os especialistas da Comissão encarregada de estudar as reformas econômicas da Santa Sé.
'Traidores'
"Não é uma maneira de ajudar a missão do Papa", advertiu na
segunda-feira (2) o Vaticano, que os considera "traidores" e ameaçou
denunciá-los inclusive penalmente se for o caso.
"Este trabalho
começou há um ano e baseia em informação verificada", garantiu
Fippipaldi. "Entendo que o Vaticano esteja preocupado (...). A
investigação revela a distância entre a posição do papa e o
funcionamento real", comentou o jornalista.
Os livros citam e-mails, atas de reuniões, conversas privadas gravadas e
notas que demonstram o excesso de burocracia, a má gestão, o
desperdício e os gastos milionários com aluguéis.
Desde o início
do seu pontificado, Francisco critica em público a Curia Romana, que,
para ele, é um centro de "intrigas, fofocas panelinhas com ambições de
fazer carreira".
No passado, durante as celebrações do Natal, o pontífice descreveu as
"15 doenças da Cúria", entre elas o "Alzheimer espiritual".
Fonte: G1
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