quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Pessoas com alergias graves não devem receber vacina da Pfizer, alerta Reino Unido

Duas pessoas que foram vacinadas na terça-feira com a vacina contra a covid-19 da Pfizer/BioNTech desenvolveram uma reação alérgica pelo que os reguladores britânicos recomendam que esta deve ser evitada em pessoas com histórico clínico de alergias graves.


O Departamento de Saúde Pública (NHS, em inglês) confirmou hoje que dois profissionais de saúde sofreram uma reação após receberem a primeira das duas doses da vacina, na terça-feira, no primeiro dia do programa de vacinação britânico contra a covid-19.

A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA, na sigla em inglês) emitiu o alerta para todos aqueles que já tiveram reações alérgicas graves a medicamentos, alguns alimentos ou outra vacina no passado.

O NHS declarou que todos os hospitais ingleses participantes neste programa foram informados.

Os reguladores britânicos da saúde e medicamento pedem também que os centros onde as vacinas estão a ser administradas tenham instalações adequadas para atender aos afetados em caso de algum tipo de reação.

Aparentemente, esses dois profissionais de saúde têm histórico clínico de alergias graves ao transportarem auto-injetores de adrenalina, de acordo com a imprensa britânica.

Pouco depois de serem vacinados, os dois profissionais de saúde sofreram um “choque anafilático”, mas recuperaram ao receber o tratamento adequado, de acordo com as autoridades sanitárias.

Este tipo de reações alergias são repentinas e generalizadas, começando geralmente com uma sensação de formigueiro e tontura.

A vacinação começou na terça-feira em cinquenta grandes hospitais do Reino Unido, no que o Governo chamou de “Dia V” (dia do V ou vacinação).

As primeiras doses destinam-se a pessoas com mais de 80 anos e funcionários do setor de saúde e lares de idosos.

A primeira pessoa do Reino Unido a receber a vacina contra a covid-19, desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e a sua associada alemã BioNTech, foi uma mulher de 90 anos.

Margaret Keenan foi filmada enquanto lhe era administrada a vacina no Hospital Universitário de Coventry, no centro de Inglaterra. O Reino Unido comprou milhões de doses a sete produtores diferentes.

https://zap.aeiou.pt/pessoas-alergias-graves-nao-devem-receber-vacina-da-pfizer-alerta-reino-unido-364750

Irão detém pessoas alegadamente envolvidas no assassínio de cientista nuclear

O Irão deteve algumas pessoas alegadamente envolvidas no recente assassínio do cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh, que ocorreu nas proximidades de Teerão no dia 27 de novembro, segundo um alto responsável iraniano.


“Os autores deste assassínio, alguns dos quais foram identificados e até presos pelos nossos órgãos de segurança, não escaparão à justiça e serão tratados com severidade”, disse Hossein Amir Abdollahian, conselheiro para assuntos internacionais do Parlamento iraniano.

Sem dar mais detalhes sobre os detidos, Abdollahian disse numa entrevista na terça-feira à televisão iraniana em árabe Al Alam, reproduzida esta quarta-feira pelos media oficiais, que “há várias evidências de que os sionistas estiveram envolvidos” na organização e execução do crime.

“Quanto aos sionistas poderem fazê-lo sozinhos e sem a cumplicidade da agência de espionagem dos Estados Unidos (CIA) ou de outras agências, certamente não poderiam (tratar do assassínio sozinhos)”, sublinhou o conselheiro, apoiando assim a hipótese do envolvimento de vários grupos.

Abdollahian disse na entrevista que os israelitas “desempenharam um papel importante”, mas ao implementarem o plano “usaram outros elementos, instalações e serviços”.

As autoridades iranianas também acusaram, além de Israel e dos Estados Unidos, o grupo de oposição no exílio Mujahidin al-Khalq da emboscada que Mohsen Fakhrizadeh sofreu perto de Teerão, em 27 de novembro.

Mohsen Fakhrizadeh era o chefe da Organização de Pesquisa e Inovação do Ministério da Defesa e, de acordo com o Ocidente e Israel, liderava o suposto antigo programa secreto do Irão para desenvolver armas atómicas, cuja existência é negada por Teerão.

O ataque de sexta-feira aconteceu em Absard, uma vila a leste da capital, considerada um refúgio para a elite do país. A televisão estatal iraniana noticiou que um camião com explosivos escondidos sob um carregamento de madeira explodiu perto do veículo que transportava Fakhrizadeh.

Quando o veículo de Fakhrizadeh parou, cinco homens armados apareceram no local e dispararam, avançou a agência de notícias semi-oficial Tasnim. A precisão do ataque levou à suspeita de envolvimento do Mossad, o serviço de inteligência de Israel.

As informações sobre o “modus operandi” do assassínio mudaram ao longo dos dias. Primeiro, o Ministério da Defesa informou que homens armados atiraram sobre o veículo do cientista e explodiram um carro.

Três dias depois, o secretário do Conselho Superior de Segurança Nacional do Irão, Ali Shamjani, explicou que “a operação foi muito complexa e foi realizada remotamente com equipamentos eletrónicos”, sem a presença de agressores humanos no local.

Por sua vez, a Guarda Revolucionária detalhou esta semana que os tiros vieram de uma metralhadora equipada com um “sistema inteligente controlado por satélite”.

A media estatal apenas relatou a morte de Fakhrizadeh, mas uma declaração da União Europeia, divulgada no sábado, apontou para a morte de “um funcionário do governo iraniano e de vários civis”.

Em Teerão, um pequeno grupo de manifestantes queimou imagens de Donald Trump e do Presidente eleito Joe Biden, que disse recentemente que vai considerar voltar para o acordo nuclear com Teerão.

https://zap.aeiou.pt/irao-diz-ter-detido-pessoas-envolvidas-no-assassinio-cientista-nuclear-364637

 

Supremo Tribunal rejeita petição republicana para invalidar vitória de Biden na Pensilvânia

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos rejeitou esta terça-feira a mais recente petição dos republicanos para invalidar a certificação da vitória do Presidente eleito Joe Biden na Pensilvânia.


De acordo com a CNN, poucas horas antes da ordem do tribunal ser divulgada, Trump fez um apelo direto aos funcionários estaduais e membros do Supremo Tribunal para que o ajudassem nos seus esforços para subverter a vontade dos eleitores, referindo-se à alegada fraude eleitoral.

“Vamos ver se alguém tem, ou não, coragem, sejam legisladores, legislaturas, um juiz do Supremo Tribunal ou vários”, disse Trump. “Vamos ver se têm coragem para fazer o que toda a gente neste país sabe que é certo”, acrescentou o presidente norte-americano.

Sem fazer comentários, o tribunal recusou, no entanto, pôr em causa o processo eleitoral na Pensilvânia, através de um comunicado com apenas uma linha de texto.

A ação rápida e sem divergências públicas é um sinal de que o Supremo Tribunal –  composto por seis juízes conservadores, incluindo três indicados por Trump (Neil Gorsuch, Brett Kavanaugh e Amy Coney Barrett) e três liberais – pode não se querer envolver nas contestações de Trump, disse Steve Vladeck, analista do Supremo Tribunal da CNN.

“O facto de os juízes terem emitido uma ordem de uma sentença sem opiniões separadas é um sinal poderoso de que o tribunal pretende ficar fora das disputas eleitorais e que vai deixar as coisas para o processo eleitoral daqui para frente”, disse Vladeck.

O Governador Tom Wolf já certificou a vitória de Biden e os 20 eleitores do Estado irão reunir-se no dia 14 de dezembro para votarem em Biden, que deve assumir as funções de presidente dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro.

Biden obteve 306 votos no colégio eleitoral e, mesmo que os resultados da Pensilvânia estivessem em dúvida, continuaria a ter mais do que os 270 votos eleitorais necessários para se tornar presidente.

 https://draft.blogger.com/blog/post/edit/1205560504948790281/3224598972665481029

 

Maduro acusa Presidente colombiano de planear o seu assassinato durante as eleições venezuelanas

O Presidente da Venezuela acusou esta teça-feira o seu homólogo colombiano, Iván Duque, de ter planeado o seu assassinato durante as eleições parlamentares de domingo e explicou que por isso votou num centro eleitoral distinto do inicialmente previsto.


“Solicitei mudar de centro de votação porque, fontes de inteligência [serviços de informação] colombiana, muito confiáveis, chegou-nos a informação de que planeavam um ataque para me assassinar no dia das eleições”, disse Nicolás Maduro.

O chefe de Estado falava em Caracas, durante um encontro com jornalistas internacionais, em que explicou que a sua “equipa de segurança tomou a decisão de recomendar trocar o centro de votação”, insistindo: “Desde a Casa de Nariño [residência oficial do Presidente da Colômbia, em Bogotá], Iván Duque participou dos planos para assassinar-me no dia das eleições”.

“Tomei as minhas precauções legais com o Conselho Nacional Eleitoral [CNE]. Tomei as minhas precauções de segurança e todo este assunto está em fase de investigação avançada”, acrescentou.

Nicolás Maduro disse ainda que o seu homólogo colombiano tem “uma obsessão contra a Venezuela”.

“É o Presidente colombiano que nos últimos 200 anos mais tem odiado a Venezuela. Gostaria de uma guerra contra a Venezuela, mas não tem conseguido”, afirmou Maduro, que voltou a acusar Iván Duque de ter formado mais de “mil mercenários”, na Colômbia, para atacar o seu país.

Por outro lado, Nicolás Maduro revelou ter ativado o “Plano 76″ para impedir a ingerência e sabotagem do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas eleições parlamentares de domingo.

“Fizemos o trabalho que tínhamos que fazer (…) Trump anunciou em setembro, em Miami, que grandes eventos aconteceriam na Venezuela nestes dias”, explicou Maduro, precisando que aquando dessas declarações já o “Plano 76″ estava estruturado.

Segundo Nicolás Maduro as eleições de domingo “são o reflexo da soberania e do retorno da Assembleia Nacional”, que “nasceu por mandado da Constituição” e, por isso, felicitou as “instituições democráticas”, condenando a “guerra mediática” para desvalorizar as parlamentares.

“Em 6 de dezembro houve umas eleições heroicas, no meio da pandemia [de covid-19], da guerra do combustível, da guerra económica e do sofrimento cruel contra o povo da Venezuela que deu uma demonstração heróica e disse que queremos a paz”, frisou.

O Presidente da Venezuela assegurou ainda que a realidade se imporá no país perante “a fantasia” do líder opositor Juan Guaidó e que está na disposição de dialogar com todos os setores do país.

“Não sou um homem de ressentimento, nem orgulhoso. Se devo sentar-se com o próprio diabo, sentar-me-ei com o diabo (…) Nós [Governo] estamos dispostos a dialogar”, vincou.

Segundo Nicolás Maduro, o novo parlamento centrar-se-á na recuperação económica e no diálogo com todos os setores políticos, culturais e religiosos venezuelanos, e também com a comunidade internacional.

Maduro declarou também que espera apoio da Noruega para que os oposicionistas “deixem os extremos, os egos e orgulhos” e que “nos sentemos todos do mesmo lado e comecemos a escrever uma nova história de entendimento”.

Segundo a imprensa venezuelana, estava inicialmente previsto que o Presidente Nicolás Maduro votasse no Liceu Miguel António Caro de Cátia (oeste da capital), mas votou no Forte de Tiuna (a sul), a principal base militar de Caracas.

No domingo, a aliança de partidos que apoiam o Governo de Nicolás Maduro venceu as eleições legislativas, com 67,6% dos votos, quando foram contados 82,35% dos boletins, anunciou o CNE. A taxa de participação foi de 31%, segundo o CNE.

https://zap.aeiou.pt/maduro-acusa-presidente-colombiano-planear-assassinato-364564

Oxford confirma eficácia até 90% da sua vacina mas só em “meias doses”

Uma análise conjunta dos resultados preliminares da vacina da Universidade de Oxford e farmacêutica AstraZeneca confirmou uma eficácia média de 70,4%, mas que pode ir até 90% se as doses forem variadas, de acordo com um artigo publicado na revista especializada Lancet. 


O estudo, apresentado esta terça-feira na revista Lancet, é o primeiro a ser publicado após a análise por outros cientistas aos resultados preliminares da fase 3 de uma vacina contra o SARS-CoV-2, a partir de testes clínicos feitos com 11.636 voluntários no Reino Unido e no Brasil.

A análise conjunta aos resultados mostra que a eficácia média da vacina, 14 dias após a segunda dose, foi de 70,4%, tendo mostrado eficácia de 62,1% quando os voluntários receberam duas doses completas, e 90% quando receberam uma dose mais baixa seguida de uma dose completa.

Estes dados são semelhantes aos divulgados pelo grupo em 23 de novembro.

Para Sarah Gilbert, professora de vacinologia da Universidade de Oxford, a análise dos resultados aos testes clínicos vem confirmar a eficácia da vacina em testes pré-clínicos e espera que a vacina, atualmente sujeita à avaliação da autoridade reguladora da Agência Reguladora de Saúde e Produtos Médicos, MHRA, seja aprovada.

“Esperamos que esta vacina esteja em uso em breve para começar a salvar vidas”, afirmou Gilbert, num comunicado da universidade britânica.

A vantagem da tecnologia usada por este consórcio, com base num vetor modificado de adenovírus, relativamente a concorrentes, nomeadamente a farmacêutica Moderna e o consórcio Pfizer/BioNTech, que usaram um mensageiro de ácido ribonucleico, m-RNA, é que a vacina pode ser fabricada em grandes quantidades a baixo custo e não precisa de armazenamento a temperaturas muito baixas.

Nos estudos desta vacina, nenhuma hospitalização ou doença grave foi observada nos grupos vacinados e, num total de 23.848 voluntários no Reino Unido, Brasil e África do Sul, só foram registadas três reações graves potencialmente relacionadas com a vacina.

Como apenas cinco casos incluídos na análise primária ocorreram em pessoas com mais de 55 anos, a eficácia da vacina em grupos de idade mais avançada não pôde ser avaliada, mas será determinada em análises futuras.

O professor Andrew Pollard, diretor do Grupo de Vacinas de Oxford e investigador-chefe dos Testes de Vacinas de Oxford, defendeu que esta análise mostra que “esta nova vacina tem um bom histórico de segurança e eficácia contra o coronavírus”.

A AstraZeneca tinha anunciado no mês passado um “estudo adicional” para validar os resultados da eficácia da vacina quando foi usada apenas metade da quantidade na primeira dose, resultado de um erro no processo de fabricação.

A farmacêutica anglo-sueca está sob pressão para esclarecer a situação, já que a MHRA deu luz verde à vacina da Pfizer/BioNTech, a qual começou hoje a ser administrada hoje a grupos de risco no Reino Unido.

Vacina da Pfizer tem “perfil de segurança favorável”, diz FDA

Especialistas da agência norte-americana do medicamento, FDA, consideram que a vacina da Pfizer e BioNTech contra a covid-19 não apresenta riscos de segurança que impeçam a autorização, o que poderá ocorrer no final da semana, segundo um estudo divulgado hoje.

Dados de segurança relativos a 38.000 participantes no ensaio clínico da vacina, que tiveram acompanhamento clínico médio de 2 meses, “sugerem um perfil de segurança favorável”, já que não foi identificado um problema específico de segurança que impeça a autorização de emergência, escrevem especialistas da FDA num relatório divulgado 2 dias antes de uma reunião pública do comité consultivo de vacinas da agência.

Os efeitos colaterais mais comuns da vacina registados nos 43.252 participantes, incluindo crianças e adolescentes, foram os seguintes: reação tópica junto ao local de imunização (braço) (84,1%), fadiga (62,9%), dor de cabeça (55,1%), dores no corpo (38,3%), calafrios (31,9%), dores nas articulações (23,6%) e febre (14,2%).

Reações graves ocorreram apenas em 0% a 4,6% dos participantes e foram menos comuns em pessoas com mais de 55 anos (2,8%) do que em jovens (4,6%).

As reações adversas graves – como, por exemplo, as que obrigaram a hospitalização – foram muito raras ao longo do ensaio clínico (menos de 0,5%). No entanto, estas ocorreram tanto nos imunizados com placebo como nos que receberam a vacina, o que leva a concluir que esta não esteja em causa.

À exceção dos efeitos colaterais não graves em pessoas com menos de 55 anos, o que poderá dever-se ao sistema imunológico das pessoas mais jovens ser mais ativo, a FDA observa que a vacina, BNT162b2, é segura para qualquer idade, sexo, etnia ou para quem apresente patologias.

No que respeita ao grau de eficácia da vacina, a FDA estima-a em 95%, tal como anunciado pela Pfizer e BioNTech.

Este relatório trouxe, porém, um elemento novo no que toca à eficácia da vacina, sugerindo que esta não é apenas eficaz para formas graves de infeção pelo novo coronavírus, após as duas inoculações, como também o é na prevenção da doença após a toma da primeira dose.

O estudo demonstra também eficácia nas pessoas que tinham sido infetadas antes pelo novo coronavírus. O estudo sublinha, porém, que estas não podem ser tomadas ainda como “conclusões definitivas”.

A FDA decidiu, todavia, esperar até à reunião do comité, na quinta-feira, para decidir se aprova ou não a vacina da Pfizer, já aprovada pelo Reino Unido.

https://zap.aeiou.pt/oxford-confirma-vacina-eficaz-ate-90-meias-doses-364554

 

Só os europeus mais pobres estão a reduzir as emissões de carbono

A redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) é feita essencialmente pelos europeus mais pobres, indica um estudo hoje divulgado, segundo o qual também os portugueses mais ricos produzem 33 vezes mais GEE que os pobres.

O estudo, “Confrontar a Desigualdade de Carbono”, é da responsabilidade da Oxfam, uma organização internacional presente em mais de 90 países que procura soluções para a pobreza e a desigualdade, e baseia-se num trabalho de investigação do Stockholm Environment Institute sobre as emissões associadas ao consumo de grupos com diferentes rendimentos entre 1990 e 2015.

No documento, a Oxfam começa por afirmar que, apesar das fortes quedas nas emissões de carbono este ano, devido à pandemia de covid-19, “a crise climática continuou a crescer” e novas pesquisas “mostram como a extrema desigualdade de carbono nas últimas décadas trouxe o mundo à beira do colapso climático”.

O estudo da Oxfam estima que, no mundo, num período de 1990 a 2015, em que as emissões anuais de GEE cresceram quase 60% e em que as emissões acumuladas duplicaram, os 10% mais ricos do mundo (630 milhões de pessoas) foram responsáveis por 52% das emissões de carbono, e os 50% mais pobres (3,1 mil milhões) por 7%.

Na União Europeia, os 10% dos mais ricos têm aumentado as emissões de GEE, pelo que as reduções resultam do esforço dos cidadãos com rendimentos médios e baixos.

A Oxfam é parceira em Portugal da associação ambientalista Zero num projeto de capacitação da população na luta contra as alterações climáticas (financiado pelo programa DEAR – Development Education and Awareness Raising, da Comissão Europeia).

Num comunicado a propósito do estudo, a associação ambientalista portuguesa afirma que o documento mostra que é fundamental combater a desigualdade carbónica para cumprir a nova meta climática da UE para 2030, que será discutida na quinta e na sexta-feira. O Conselho Europeu discute nesses dias uma proposta de redução de pelo menos 55% de GEE em relação a 1990, a atingir em 2030.

No período em análise, segundo o estudo, os 10% dos europeus mais ricos foram responsáveis por 27% das emissões de GEE, o mesmo que toda a população mais pobre, enquanto a classe média produziu 46% das emissões. Por outro lado, os europeus mais pobres reduziram as emissões em 24% e os europeus com rendimentos intermédios reduziram em 13%.

Os 10% mais ricos não só não reduziram como ainda as aumentaram em 3%, e os 1% muito ricos aumentaram as emissões de GEE em 05%.

Em relação a Portugal, na análise da Oxfam citada pela associação Zero, é de salientar a desproporção de ricos e pobres em relação à UE, já que 72% dos portugueses fazem parte da metade dos mais pobres da Europa e só 22% fazem parte dos 40% de europeus com rendimentos intermédios — e só 6% entram para o “clube” dos 10% mais ricos da Europa.

Dados de 2015 indicam que em Portugal os 5% mais ricos foram responsáveis por 20% das emissões de GEE. Do outro lado os 5% mais pobres produziram 0,6% das emissões de GEE.

Em termos comparativos, ‘per capita’, Portugal, com a Suécia e a França, tem das emissões mais baixas da Europa. Tal deve-se, entre outros fatores, ao maior uso de energias renováveis, ao menor uso de energia para aquecimento e arrefecimento das casas, e ao facto de os ricos portugueses serem menos ricos.

Para a investigação foi considerado como “muito rico” um rendimento superior a 89.000 euros por ano (em 2015), os ricos com mais de 41.000 euros por ano, os de rendimento médio entre 20 e 41.000 euros, e os pobres até 20.000 euros.

https://zap.aeiou.pt/so-os-pobres-estao-reduzir-emissoes-carbono-364533

 

Brexit - Reino Unido retira cláusulas que anulavam parte do acordo de saída da UE

O comité misto União Europeia (UE)-Reino Unido anunciou hoje um acordo de princípio para a implementação da saída da UE, que prevê a retirada das cláusulas controversas de uma proposta de lei que anulava partes do entendimento.


“O Reino Unido irá retirar as cláusulas 44º, 45º e 47º da proposta de Lei do Mercado Interno, e não irá introduzir nenhuma provisão semelhante na lei de tributação”, refere o comunicado conjunto do comité.

A proposta de lei do Mercado Interno do Reino Unido visa substituir as normas europeias para o comércio entre as diferentes regiões do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) após a saída da UE e o Governo britânico procurava ter poderes para ignorar certas disposições que estavam no Acordo.

Estavam nomeadamente em causa questões como o preenchimento de declarações de exportação ou controlos aduaneiros entre a província britânica da Irlanda do Norte e a Grã-Bretanha, a ilha onde se encontram a Inglaterra, Escócia e País de Gales.

Devido a estas cláusulas, a Comissão Europeia, a 01 de outubro, tinha decidido dar início a um procedimento de infração contra o Reino Unido. No comunicado hoje publicado, tais questões ficam assim ultrapassadas entre os dois parceiros.

O anúncio da retirada das cláusulas foi feito num comunicado onde o comité refere que a UE e o Reino Unido chegaram a um “acordo de princípio” sobre a implementação do acordo de saída da UE.

“Tenho prazer em anunciar que, graças ao trabalho árduo, Michael Gove e eu chegámos a um acordo de princípio em todos os temas relativos à implementação do acordo de saída. Isto irá garantir que o acordo estará totalmente operacional a partir de 1 de janeiro, incluindo o protocolo da Irlanda/Irlanda do Norte”, escreveu Sefcovic, representante da UE no comité misto, na sua conta oficial na rede social Twitter.

O comunicado conjunto refere que foi encontrado um acordo de princípio em áreas que vão do controlo de fronteiras às declarações de exportações ou fornecimento de medicamentos, sublinhando que “assegurar que o acordo de saída está operacional no fim do período de transição é uma questão essencial”.

O ministro britânico e representante do Reino Unido no comité, Michael Gove, saudou o acordo, também através do Twitter.

“Contente de anunciar um acordo de princípio em todas as matérias do acordo de saída UE-Reino Unido. Obrigado a Maros Sefcovic e à sua equipa pela sua abordagem construtiva e pragmática”, escreveu Gove no Twitter.

O acordo de princípio hoje anunciado será agora submetido aos procedimentos internos tanto do Reino Unido e da UE que, uma vez terminados, permitirão a adoção, pelo comité conjunto, do acordo hoje anunciado, algo que, segundo o documento, deverá acontecer “nos próximos dias” e antes do final do ano.

À margem do acordo hoje anunciado, UE e Reino Unido tentam num derradeiro ‘sprint’ chegar a acordo sobre as relações futuras, já que a partir de 1 de janeiro de 2021 – data que coincide com o arranque da presidência portuguesa do Conselho da UE, no primeiro semestre do ano –, o Reino Unido, que abandonou o bloco europeu em janeiro de 2020, deixa de gozar do chamado período de transição, que mantém o acesso dos britânicos ao mercado único.

O negociador-chefe da UE, Michel Barnier, publicou hoje, também através da rede social Twitter, uma mensagem onde refere que, após um encontro com o Conselho dos Assuntos Gerais, que reúne o conjunto dos ministros e secretários de Estado da UE para os Assuntos Europeus, se mantém “total unidade” entre os Estados-membros da UE nas negociações com o Reino Unido.

“Total unidade. Nunca iremos sacrificar o nosso futuro pelo nosso presente. O acesso ao nosso mercado vem com condições”, referiu Michel Barnier no ‘tweet’.

Em caso de ausência de acordo, ou ‘no deal‘, as relações económicas e comerciais entre o Reino Unido e a UE são regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e com a aplicação de vários controlos alfandegários e regulatórios.

https://zap.aeiou.pt/brexit-reino-unido-retira-clausulas-anulavam-parte-do-acordo-saida-da-ue-364525

 

Tribunal de Contas Europeu investiga segurança do 5G na Europa

O Tribunal de Contas Europeu (TCE) vai investigar se a União Europeia (UE) e os Estados-membros estão a desenvolver redes móveis de quinta geração (5G) seguras e resilientes, depois de ter verificado que esta era uma “questão preocupante”.

Em comunicado hoje divulgado, o TCE informa que “deu início a uma auditoria para determinar se a UE e os seus Estados-membros estão a implantar redes 5G seguras de forma oportuna e concertada”.

Segundo a instituição, “a auditoria surge na sequência da recente análise do TCE à resposta da UE à estratégia de investimento estatal da China, que assinalou a segurança do 5G como uma questão preocupante”.

Um estudo recente revela que os principais fornecedores que apresentaram pedidos de patentes no setor do 5G foram a Huawei (16%) e a ZTE (10%), da China.

Assim, o TCE “examinará a configuração do 5G na UE e o apoio da Comissão Europeia aos Estados-membros, bem como a implantação das redes 5G e a consideração das questões de segurança por estes últimos”, concentrando-se “na segurança das redes, que engloba a cibersegurança e o hardware”.

O tribunal europeu aponta também que “outro motivo que exige uma abordagem concertada ao 5G na UE é o facto de as infraestruturas e possíveis ameaças à sua segurança serem de natureza transfronteiriça”, destacando que “quaisquer vulnerabilidades significativas e incidentes de cibersegurança que afetem as redes num Estado-membro afetarão a UE no seu todo”.

A auditoria surge numa altura em que se aproxima o final do ano, prazo até ao qual a CE tinha previsto que houvesse 5G disponibilizado de forma comercial em pelo menos uma cidade por Estado-membro. Porém, essa só é uma realidade em 17 países da UE, nos quais não se inclui Portugal, de acordo com os dados mais recentes do Observatório Europeu para o 5G.

Em Portugal, espera-se que a atribuição das licenças 5G decorra durante o primeiro trimestre de 2021, em plena presidência portuguesa da UE, mas o conflito entre os operadores de telecomunicações e a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) ameaça suspender o processo.

Assumido como uma prioridade europeia desde 2016, o desenvolvimento do 5G na UE tem vindo a ser mais demorado do que previsto, sendo então possível que Bruxelas falhe a sua meta de cobertura até final de 2020.

“Os atrasos na concretização da cobertura adequada de 5G, assim como as questões de segurança, podem ter enormes implicações para a competitividade e a independência estratégica da UE”, argumenta o TCE na nota de imprensa hoje divulgada.

Esta auditoria do TCE abrange, então, medidas tomadas desde 2016 e dados recolhidos numa amostra de quatro Estados-membros, entre os quais Finlândia, Alemanha, Polónia e Espanha. O relatório final deverá estar concluído dentro de um ano.

A 5ª Geração de sistemas de telecomunicações móveis e sem fios, ou tecnologia 5G, permite ligações ultrarrápidas e a conexão de um elevado número de dispositivos.

Um estudo da Comissão Europeia estima que será possível recolher benefícios no valor de 113 mil milhões de euros por ano decorrentes da introdução das capacidades 5G em setores como a indústria automóvel, saúde, transportes e energia.

Além disso, os investimentos no 5G criarão provavelmente 2,3 milhões de empregos nos Estados-Membros da UE, de acordo com a estimativa do executivo comunitário.

https://zap.aeiou.pt/tribunal-contas-europeu-investiga-seguranca-do-5g-na-europa-364500

 

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Colômbia pondera legalizar indústria da cocaína !

O congresso colombiano está a discutir a eventual aprovação de uma lei que pode legalizar a indústria da cocaína no país. O objetivo é usá-la para fins medicinais.


Há dezenas de anos que a Colômbia se debate com um grande problema de tráfico de drogas no país, nomeadamente com a cocaína. Agora, há uma lei a ser debatida no congresso colombiano que pode resultar na legalização da enorme indústria da cocaína no país sul-americano.

A ideia partiu do senador Iván Marulanda, que pretende criar uma indústria legal que distribua cocaína para fins medicinais e não para uso recreativo. Não só torna a indústria mais segura, como também permite aos atuais traficantes ilegais criarem um negócio legítimo.

Em declarações à VICE, Marulanda propõe que o Estado compre a totalidade das plantações de coca da Colômbia ao atual preço de mercado, algo que custaria cerca de 560 milhões de dólares. Este é um preço relativamente barato a pagar, tendo em conta que o atual programa de erradicação custa 830 milhões de euros.

“Com esta intervenção do Governo, duas coisas fundamentais aconteceriam. Primeiro, você traria 200 mil famílias para uma esfera legal onde não seriam mais perseguidas pelo Estado. […] Em segundo lugar, a Colômbia está a destruir cerca de 300 mil hectares de floresta por ano. Estima-se que as famílias produtoras de coca são responsáveis por 25% desse desmatamento anual. Os ecossistemas da Colômbia são o dano colateral”, disse o senador à revista.

Marulanda realça que a folha de coca tem outras propriedades nutricionais, que podem levar à abertura de uma produção industrial e criação de fertilizantes. Obviamente, também seria utilizada para produzir cocaína. O político sugere ainda disponibilizá-la a grupos de investigadores de todo o mundo para que possam estudá-la para criar analgésicos.

“A política de drogas da Colômbia tornou-se mais teimosa e mais severa na sua aplicação. Estamos agora no ano de 2020. Ainda assim, a Colômbia exporta 90% da cocaína do mundo hoje. São cerca de 1.500 toneladas que saem do país a cada ano. E há cerca de 200.000 hectares de terra a cultivar coca. Estamos inundados com cocaína e inundados com mortes e violência. Perdemos a soberania sobre o território colombiano para o domínio das máfias do crime organizado”, explicou Marulanda.

https://zap.aeiou.pt/colombia-legalizar-industria-cocaina-363707

 

Eclipse solar pode ser visto do Brasil na próxima segunda-feira !

 

Caminho da sombra da Lua durante o eclipse solar de 14 de dezembro de 2020. O eclipse será total em toda a faixa central mostrada no mapa.

Na próxima segunda-feira, 14 de dezembro, o céu será palco do mais impressionante dos eventos astronômicos: o eclipse total do Sol. O evento terá seu ápice sobre a Patagônia Argentina, mas poderá ser visto parcialmente aqui no Brasil, em especial na região Sul.

O eclipse do dia 14 de dezembro de 2020 será do tipo total, ou seja, a Lua encobrirá totalmente o Sol. No entanto, aqui do Brasil nós veremos apenas parte do espetáculo, com efeito mais pronunciado nas cidades do sul do país.


Evolução do Eclipse
 

O eclipse tem início sobre o oceano Pacífico, às 10h33 BRT e à medida que o tempo passa a zona de sombra se desloca em sentido oeste rumo à costa da América do Sul. Às 13h00 BRT o cone de sombra toca a costa central do Chile, ao sul de Concepción. Alguns minutos depois, às 13h13 BRT o eclipse chega ao seu ponto máximo, acima do deserto da Patagônia argentina. Nesta localidade, a Lua produzirá uma área de sombra 90 km de diâmetro, com tempo total de escuridão de 02m09s. O eclipse termina às 15h54 BRT, ao oeste da costa da Namíbia, na África.


Eclipse no Brasil
 

Aqui no Brasil o eclipse poderá ser visto de forma parcial, em especial nos estados da Região Sul. De nenhum ponto do país será possível ver a totalidade do eclipse, ou seja, o Sol totalmente encoberto, mas o espetáculo poderá ser apreciado em grande parte do Brasil. A tabela abaixo mostra os horários de começo, meio e fim do eclipse nas capitais onde o fenômeno poderá será visível, assim como a porcentagem do disco solar que será encoberto.

Tabela de horários de início, meio e fim do eclipse nas capitais, durante o eclipse solar de dezembro de 2020.
Tabela de horários de início, meio e fim do eclipse nas capitais, durante o eclipse solar de dezembro de 2020.


Como ocorre um eclipse solar
 

Um eclipse solar total acontece sempre que a Lua se posiciona exatamente entre o Sol e a Terra, bloqueando completamente o disco da estrela. Nestas condições o céu se torna completamente escuro e estrelas e planetas podem ser vistos durante o momento da totalidade.

O eclipse total do Sol ocorre com a Lua Nova no perigeu ou próximo dele, ou seja, quando a Lua está mais próxima da Terra. Quando está mais afastada seu tamanho aparente não encobre completamente o disco solar e um arco luminoso é observado ao redor da Lua. Nestas condições o eclipse passa a ser do tipo parcial e um arco luminoso é formado ao redor da Lua.


Como ver o eclipse com segurança


Importante: Nunca olhe o Sol diretamente - Você pode sofrer danos irreparáveis nos olhos.

O uso de chapas de raios-x, filmes de máquinas fotográficas, CDs, DVs, disquetes é completamente proibido neste tipo de atividade.

Para observar com segurança um eclipse do Sol é necessário a utilização de um filtro de alta densidade e um dos filtros mais baratos é a lente para máscara de soldador de tonalidade 14. Além do baixo custo, é muito fácil de se adquirir em lojas de ferragens. Na falta de uma lente número 14, pode-se optar pela lente número 12, bem mais fácil de encontrar.

A observação deve ser feita sempre por curtos períodos de tempo, para permitir um "descanso" aos olhos e evitar prejuízos à visão. Se usar uma lente número 14, observe por uns 20 a 30 segundos, relaxe por uns 20 segundos e retome a observação. Se usar lente número 12 (mais clara), as seções de observações devem ser mais curtas.

Além do cuidado com os olhos, use também protetor solar e boné, pois o evento deve durar pelo menos duas horas.

https://www.apolo11.com/noticias.php?t=Prepare-se_eclipse_solar_pode_ser_visto_do_Brasil_na_segunda-feira&id=20201208-102817

Reino Unido começou hoje a vacinação, e, mulher de 90 anos foi a primeira !

As autoridades de saúde do Reino Unido disponibilizaram hoje as primeiras doses de vacina contra a covid-19, dando início a um programa de imunização global que deverá ser impulsionado à medida que mais soros forem sendo aprovados.


A primeira dose foi administrada num dos hospitais de uma rede espalhada por todo o país, onde a fase inicial do programa já foi apelidada de Dia-V, anunciaram as autoridades sanitárias.

A primeira pessoa do Reino Unido a receber a vacina contra a covid-19, desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e a sua associada alemã BioNTech, foi uma mulher de 90 anos. Margaret Keenan foi filmada enquanto lhe era administrada a vacina, por volta das 06:30, no Hospital Universitário de Coventry, no centro de Inglaterra.

Os reguladores britânicos deram na semana passada luz verde a esta vacina, que a partir de hoje começará a ser administrada aos grupos de risco do Reino Unido.

O país obteve este avanço no projeto de vacinação, depois de, em 2 de dezembro, os reguladores britânicos terem dado autorização de emergência para a vacina produzida pelo fabricante americano de medicamentos Pfizer e pela empresa alemã BioNTech.

As autoridades dos EUA e da União Europeia estão ainda a rever a vacina, a par de duas outras preparações “rivais”, desenvolvidas pela empresa americana de biotecnologia Moderna, e por uma colaboração entre a Universidade de Oxford e o fabricante de medicamentos AstraZeneca.

No sábado, a Rússia começou a vacinar milhares de médicos, professores e outros grupos de risco em dezenas de centros em Moscovo, com a sua vacina Sputnik V. Este programa está a ser encarado de forma diferente, uma vez que a Rússia autorizou o uso da vacina no verão, após ter sido testada em apenas algumas dezenas de pessoas.

Os primeiros carregamentos da vacina Pfizer-BioNTech foram entregues no domingo a um grupo selecionado de hospitais do Reino Unido.

Numa dessas instalações, o Croydon University Hospital, a sul de Londres, os membros do pessoal não puderam sequer tocar nos frascos, mas ficaram entusiasmados só por já os terem apenas no edifício.

A vacina não vai chegar tão depressa quanto seria desejável ao Reino Unido, que conta com mais de 61.000 mortes – mais do que qualquer outro país da Europa – e mais de 1,7 milhões de casos de covid-19.

As 800.000 doses são apenas uma fração do que é necessário. O Governo está a visar mais de 25 milhões de pessoas, cerca de 40% da população, na primeira fase do seu programa de vacinação, dando prioridade às pessoas com maior risco de contrair a doença.

O segundo grupo será o das pessoas com mais de 80 anos e trabalhadores em lares. O programa irá sendo expandido à medida que a oferta aumentar.

Em Inglaterra, a vacina será entregue em 50 centros hospitalares na primeira fase do programa, esperando-se que mais hospitais a disponibilizem à medida que o programa se for desenvolvendo.

A Irlanda do Norte, a Escócia e o País de Gales estão a fazer os seus próprios planos no âmbito do sistema de administração descentralizada do Reino Unido.

As questões logísticas estão a atrasar a distribuição da vacina Pfizer, porque esta tem de ser armazenada a uma temperatura negativa muito baixa: -70 graus Celsius.

As autoridades também estão a concentrar-se nos pontos de distribuição em grande escala porque cada caixa de vacinas contém 975 doses e não querem desperdiçar nenhuma. O Reino Unido concordou em comprar milhões de doses a sete produtores diferentes.

Os governos de todo o mundo estão a fazer acordos com múltiplos criadores para garantir que os produtos que acabam por ser aprovados para uso generalizado sejam entregues.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-comecou-hoje-vacinacao-mulher-90-anos-primeira-364485

 

Procurador-geral dos EUA pode abandonar cargo após desaguisado com Trump !

O procurador-geral dos Estados Unidos da América, William Barr, admite abandonar o cargo nas próximas semanas, ainda antes tomada de posse de Joe Biden.


A relação entre Barr e Trump tem-se deteriorado nos últimos dias, levando a uma possível saída antecipada do cargo, escreve o jornal Público.

Tudo isto porque numa entrevista à Associated Press, William Barr disse não terem sido encontradas provas de fraude eleitoral generalizada nas últimas eleições presidenciais, que ditaram a vitória do candidato democrata sobre Donald Trump.

O ainda presidente dos Estados Unidos tem defendido, desde a divulgação dos resultados das eleições, que Biden apenas conseguiu a vitória graças a uma fraude eleitoral em pelo menos seis estados norte-americanos: Arizona, Nevada, Michigan, Wisconsin, Pensilvânia e Georgia.

No entanto, entre as mais de 40 queixas entregues em tribunal pelos advogados de Trump e outros apoiantes, nenhum deles validou as suas queixas.

William Barr foi nomeado procurador-geral para substituir Jeff Sessions devido à sua oposição às investigações sobre as suspeitas de conluio entre a campanha eleitoral de Trump e a Rússia nas eleições de 2016, explica o matutino.

Até antes das eleições, William Barr concordava com Donald Trump em relação há possibilidade de o processo eleitoral vir a ser fraudulento. Já depois das eleições, Barr autorizou o Departamento de Justiça a usar os seus recursos na investigação das queixas de fraude feitas por Trump.

Foi na entrevista à agência Associated Press que William Barr revelou os resultados da investigação, salientando que não foram encontrados indícios que apontassem para fraude eleitoral generalizada. Dias antes da divulgação da entrevista, Trump sugeriu que o próprio Departamento da Justiça e o FBI estariam envolvidos na alegada fraude.

“Ele não tem feito nada”, disse Trump, relativamente ao trabalho de investigação levado a cabo por Barr. O Departamento de Justiça e o FBI “não têm investigado com muita vontade, o que é uma desilusão”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/procurador-geral-dos-eua-pode-abandonar-cargo-apos-desaguisado-trump-364421

 

Brexit - Reino Unido exclui retomar negociações em 2021 se não existir acordo este ano !

O governo britânico descartou hoje retomar as negociações comerciais pós-Brexit com a União Europeia (UE) em 2021 caso não chegue a um acordo até ao final do ano.


“Estamos prontos para negociar enquanto houver tempo disponível, se acreditarmos que um acordo continua possível”, disse uma porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson aos jornalistas durante a conferência de imprensa diária.

Porém, sobre a possibilidade de se retomarem as negociações no próximo ano, afirmou: “Eu posso excluí-lo”.

O negociador-chefe europeu, Michel Barnier, terá dito hoje aos embaixadores dos 27 que as negociações entre UE e Reino Unido sobre a relação futura prosseguem hoje em Bruxelas, mas sem avanços suficientes nos dossiês que têm impedido um compromisso.

De acordo com fontes diplomáticas, num encontro hoje de manhã com as representações permanentes dos Estados-membros em Bruxelas, Barnier apontou que ainda não há entendimento em torno dos três capítulos mais sensíveis das negociações – concorrência, mecanismo de resolução de litígios e pescas -, nem tão pouco houve progressos de vulto.

Segundo algumas fontes, Barnier apontou quarta-feira como data limite para um entendimento, informação que o porta-voz da Comissão, Eric Mamer, se escusou a confirmar, na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia.

Na quinta e sexta-feira, os líderes europeus estarão em Bruxelas para o último Conselho Europeu do ano, que tem o ‘Brexit’ entre os pontos em agenda.

Ainda hoje, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, manterão uma conversa telefónica para fazer o ponto da situação das negociações, em hora ainda a determinar.

Paralelamente ao derradeiro esforço negocial entre UE e Reino Unido relativamente a um acordo comercial, haverá também hoje um “encontro político” em Bruxelas entre o vice-presidente do executivo comunitário Maros Sefcovic, responsável pelas Relações Interinstitucionais, e o ministro britânico Michael Gove, para discutir a implementação do Acordo de Saída.

Os dois responsáveis deverão voltar a discutir o polémico projeto de lei apresentado pelo Governo britânico em setembro, que coloca em causa alguns compromissos assumidos pelos britânicos, designadamente o protocolo sobre a Irlanda do Norte, e que levou Bruxelas a abrir um procedimento de infração a Londres.

A menos de quatro semanas do final do ano, União Europeia e Reino Unido tentam num derradeiro ‘sprint’ chegar a acordo sobre as relações futuras, já que a partir de 01 de janeiro de 2021 — data que coincide com o arranque da presidência portuguesa do Conselho da UE, no primeiro semestre do ano -, o Reino Unido, que abandonou o bloco europeu em janeiro de 2020, deixa de gozar do chamado período de transição, mantendo o acesso dos britânicos ao mercado único.

Na ausência de um acordo (‘no deal’), as relações económicas e comerciais entre o Reino Unido e a UE passam a ser regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e com a aplicação de vários controlos alfandegários e regulatórios.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-exclui-retomar-negociacoes-364414

 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Reveladas imagens inéditas de bunker secreto do Reino Unido na 2.ª Guerra Mundial

Investigadores encontraram um dos bunkers subterrâneos secretos utilizados pelo Reino Unido durante a 2.ª Guerra Mundial e revelaram imagens inéditas.

Há 80 anos, quando os militares da Alemanha nazi se reuniram ao longo da costa francesa, pequenos grupos de assassinos britânicos altamente treinados despediram-se das suas famílias e seguiram para debaixo de terra, para aquela que poderia ter sido a sua última e letal missão.

Conhecidos como “scallywags”, estes indivíduos – muitos deles encarregados de caça, proprietários de terras e caçadores com um conhecimento íntimo das áreas rurais em que operariam – eram membros das “Unidades Auxiliares” clandestinas da Segunda Guerra Mundial da Grã-Bretanha.

A sua missão, no caso de uma invasão nazi do Reino Unido, era operar atrás das linhas inimigas – e matar, perseguir e sabotar.

Em 1940, uma invasão alemã – apelidada de Unternehmen Seelöwe (Operação Leão Marinho) – era uma ameaça muito real. O plano era que as forças armadas do Reino Unido protegessem Londres e os centros industriais da Grã-Bretanha por trás da chamada Linha do Quartel-General.

Contudo, grandes extensões do leste da Inglaterra teriam sido essencialmente sacrificadas aos invasores, deixando apenas os bravos voluntários das Unidades Auxiliares para impedir o avanço alemão.

Num artigo recentemente publicado, em setembro, na revista científica Journal of Conflict Archaeology, os autores salientam que a história dessas pessoas há muito permanece um segredo bem guardado. E apesar de enfrentarem uma expectativa média de vida de apenas 12 dias, os “scallywags” não recebiam medalhas ou reconhecimento oficial.

Na verdade, o único conforto que eles teriam encontrado nos seus bunkers subterrâneos escondidos seria sua ração de rum e a sensação de que estavam a desempenhar um papel vital como a última linha de defesa da Grã-Bretanha.

Relatos em primeira mão sobre esses indivíduos extraordinários morreram com o último membro do grupo. Mas o seu legado vive, escondido dentro dos bunkers subterrâneos de onde eles teriam conduzido o seu trabalho letal. E embora quase todos esses esconderijos remotos permaneçam perdidos nas terras rurais britânicas, recentemente investigadores descobriram um em Suffolk – repleto de alguns dos preciosos artefactos que os seus ocupantes deixaram para trás.

O único acesso era por um pequeno buraco no chão da floresta. Este “bunker Scallywag” oferece um vislumbre tentador de uma era perdida, quando apenas um punhado de indivíduos era potencialmente tudo o que se interpunha no caminho de uma invasão nazi bem-sucedida à Grã-Bretanha.

https://zap.aeiou.pt/bunker-secreto-reino-unido-guerra-363411

China, Japão e Brasil são dos melhores países para viver a idade da reforma - EUA é considerado um dos piores

Embora o envelhecimento seja visto como algo inevitável, é também visto de forma muito diferente em todo o mundo e em ambientes diferentes – o que pode ser prejudicial para a saúde e para o bem-estar das pessoas.


Para perceber de que modo o envelhecimento é visto em vários países do mundo, foram realizados dois estudos onde os investigadores mediram o sentimento público e os preconceitos em relação ao envelhecimento administrando o Teste de Associação Implícita.

Este teste mede a força das associações subconscientes de uma pessoa, sendo que foram contabilizados 800.000 participantes em cada pesquisa do banco de dados do Projeto Implícito, avança o Futurity.

O primeiro estudo, publicado no jornal Sage, examinou os países que mostram o maior preconceito contra as pessoas mais velhas, e os que tendem a ter mais preocupações com estas.

Percebeu-se então que países individualistas como os Estados Unidos, Alemanha, Irlanda, África do Sul e Austrália têm os maiores preconceitos de idade, e são também os estados onde as pessoas estão mais focadas em manter uma aparência jovem. Culturalmente, estes países tendem a enfatizar a individualidade e a independência das pessoas.

Pelo contrário nos considerados países coletivistas, como é o caso do Japão, China, Coreia do Sul, Índia e Brasil – há uma maior tendência para a coesão e harmonia do grupo, por isso tendem a respeitar mais os idosos e a aplicar melhores políticas para os beneficiar.

Publicado na European Journal of Social Psychology, um segundo estudo investigou o peso da idade nos Estados Unidos, e o preconceito que no país existe.

O estudo analisou estados individuais, e os investigadores perceberam que alguns destinos populares para a reforma, também tendiam a ser mais preconceituosos para com as pessoas mais velhas, como é o caso da Flórida, da Carolina do Sul e do Norte.

Muitos destes estados tendem a ter os piores resultados de expectativa de vida para adultos mais velhos. “Possivelmente, esta tendência deve-se ao atrito que ocorre quando há grandes fluxos de idosos nas regiões, pois estas nem sempre são as mais adequadas para recebê-los”.

Um outro fator que faz com que haja maior preconceito, é o facto dos estados que recebem mais idosos tenderem a ter custos mais elevados com o sistema de saúde. Uma razão para os gastos adicionais com saúde é porque adultos mais velhos com mais doenças causam uma maior procura por recursos de saúde, pode ler-se no estudo.

A outra razão é que esses estados podem ser piores na administração de apoios e fundos para idosos. Os estados, e a forma como tratam os idosos, provavelmente afeta a facilidade com que as pessoas podem adquirir os serviços.

“Ambos os estudos demonstram como é que os ambientes locais afetam as atitudes das pessoas e a vida dos idosos. Crescemos nos nossos ambientes e estes moldam-nos de formas muito importantes e de uma maneira que nem percebemos ”, diz William Chopik, professor assistente de psicologia na Michigan State University e autor dos estudos.

O especialista recorda que “estar exposto a políticas e atitudes a nível nacional pode moldar a forma como interagimos com os idosos. A nível estadual, nos Estados Unidos, a maneira como se trata os idosos tem implicações importantes para eles“.

De acordo com os autores, também existem muitos benefícios para este tipo de mentalidade, assim como existem diferentes desvantagens para as culturas mais coletivistas.

Ainda assim, parece que os Estados Unidos e muitos outros países do mundo, têm um problema de preconceito de idade que deve ser resolvido nos próximos anos.

https://zap.aeiou.pt/china-idade-reforma-eua-pior-363487

 

Com a ajuda de um drone, investigadores descobrem que o reator 5 de Chernobyl não contém resíduos nucleares

Recentemente, um drone inspecionou um dos lugares mais perigosos e inacessíveis do mundo – a Central Nuclear de Chernobyl. Com a visita do drone, e pela primeira vez desde 1986, os investigadores confirmaram a ausência de lixo nuclear no reator 5.

Há cerca de um ano, os pilotos da Flyability realizaram uma missão na Central Nuclear de Chernobyl, onde aconteceu o acidente nuclear de 1986. Na altura do desastre, o reator 5 ainda estava em construção – e quase concluído. Contudo, não foi feito nenhum registo nos reservatórios que comprovasse a retenção no reator.

Agora, 33 anos depois, a equipa de desativação precisava ter a certeza se restava algum resíduo nuclear dentro do reator 5, por isso enviaram o Elios 2 para dentro do reator. Através das imagens do drone, a equipa percebeu que não haviam quaisquer vestígios de combustível nuclear no reator.

“A missão de Chernobyl foi alvo de grande preocupação, porque a parede sobre a qual o drone tinha de voar tinha 70 metros de altura, por isso não havia maneira de recuperar o drone caso o sinal se perdesse”, explica Charles Rey, que foi um dos líderes da missão.

A equipa de desativação em Chernobyl não tinha nenhuma experiência no uso de drones, sobretudo para recolher dados visuais remotamente, mas o Elios 2 possui uma ferramenta única para a realização destas tarefas, já que fica dentro de uma gaiola de proteção, que permite entrar em espaços apertados e escuros.

Embora o reator seja estruturalmente seguro, o acesso às áreas interiores – onde os resíduos nucleares poderiam estar – era praticamente impossível porque as áreas de entrada eram muito altas. Ainda assim, com a ajuda do Elios 2, os pilotos do drone foram capazes de voar até ao reator 5 e analisar dados suficientes para tirar as suas conclusões.

Após a missão, a equipa incluiu os dados observados durante a missão Elios 2 num relatório apresentado às autoridades internacionais, de maneira a atualizar o conhecimento sobre o estado dos reatores da central, avança o Interesting Engineering.

Apesar de não haver nenhum vestígio de material nuclear no reator 5, as últimas descobertas servem para lembrar de como lugares que são considerados inacessíveis por muito tempo, se estão a tornar cada vez mais acessíveis à pesquisa.

E isso não é válido apenas na Terra, mas também no espaço.

https://zap.aeiou.pt/drone-reator-5-chernobyl-lixo-nuclear-363658

 

“Estamos em vias de ganhar” - Trump não admite derrota e impede reunião do Pentágono com equipa de Biden !

O presidente americano Donald Trump assegurou na noite de sábado, dia 5 de dezembro, num comício no estado da Geórgia, que vai vencer as eleições, da qual resultou a eleição de Joe Biden.


“Estamos em vias de ganhar esta eleição”, disse o Presidente cessante perante centenas de apoiantes reunidos ao ar livre em Valdosta. “Vão tentar convencer-nos que perdemos, mas nós não perdemos”, acrescentou, sob gritos entusiásticos.

No seu primeiro contacto com o público desde que perdeu as eleições para o candidato democrata Joe Biden, Trump pediu que à multidão que assistiu ao comício para votar nos candidatos republicanos na segunda volta da eleição para o Senado, que se realiza a 5 de Janeiro.

Passados mais de um mês de terem sido conhecidos os resultados das eleições norte-americanas, Donald Trump ainda não admitiu a derrota. “Eles fizeram batota e fraude mas mesmo assim vamos ganhar”, disse o Presidente dos EUA. ”Os apoiantes gritaram “Mais quatro anos!”.

Apesar das acusações de fraude, os tribunais rejeitaram numerosos recursos na justiça apresentados pela sua equipa de advogados através dos Estados Unidos.

Previamente, Trump tentou pressionar o governador da Geórgia para convocar uma sessão legislativa extraordinária destinada a reverter os resultados das eleições presidenciais neste estado, que deram a vitória ao seu rival republicano, mas com resultados infrutíferos.

Trump telefonou ao governador republicano Brian Kemp, que terá recusado o pedido, segundo um responsável oficial local citado pela agência noticiosa Associated Press, que falou na condição de anonimato.

Biden foi o primeiro candidato presidencial democrata a vencer na Georgia desde 1992. As recontagens em todo o estado, incluindo uma cuidadosa revisão manual de cerca de cinco milhões de votos, não revelaram irregularidades significativas.

Ainda assim, Donald Trump mostra-se decidido em contestar os resultados.

Neste sentido, o ainda presidente dos Estados Unidos, impediu esta semana que a equipa de transição do presidente eleito Joe Biden se reunisse com as agências de informação do Pentágono. A notícia é avançada pela CNN e cita um ex-oficial familiarizado com as conversas de transição de poder no âmbito da defesa.

A equipa de Biden ainda não conseguiu reunir-se com oficiais das agências de informação militar do Departamento de Defesa, embora todas as outras reuniões tenham acontecido sem problemas, mas com várias semanas de atraso.

O Pentágono nega, entretanto, qualquer intenção de evitar a equipa do presidente eleito, que vai tomar posse a 20 de janeiro.

Os primeiros contactos para que se iniciassem as reuniões entre a equipa de Biden e as agências de informação para a transição do poder foram realizados na semana passada, mas no início desta semana o Pentágono informou que não iria haver qualquer reunião antes de serem apresentadas antecipadamente as questões que pretendessem ver esclarecidas, como é o caso de uma lista com o nome das pessoas que seriam interlocutores do lado da equipa de Joe Biden.

Depois disso, os pedidos da equipa de Biden seriam analisados ​​pelo conselho geral do Departamento de Defesa e por Kash Patel, o advogado de Trump escolhido para liderar o processo de transição do Pentágono.

Sue Gough, porta-voz do Departamento de Defesa, negou entretanto que haja qualquer problema com a equipa de Joe Biden no que diz respeito a matérias relacionadas com os serviços de informação do Pentágono.

“Não houve qualquer acesso negado”, disse Gough.

https://zap.aeiou.pt/trump-derrota-reuniao-pentagono-biden-364239

“Dia V”: Reino Unido inicia vacinação amanhã - Moscovo já começou a vacinar profissionais de risco

O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, destacou o “momento histórico” que vai representar o início da campanha de vacinação contra a doença covid-19 no Reino Unido, previsto para terça-feira.


O país europeu mais afetado pela crise pandémica, é o primeiro no mundo a ter autorizado a utilização da vacina anti-covid-19 desenvolvida pelo grupo farmacêutico norte-americano Pfizer e pela empresa alemã BioNTech e será o primeiro país ocidental a iniciar a sua campanha de vacinação .

O ministro da Saúde britânico, que recentemente classificou o primeiro dia da campanha de vacinação como o “dia V”, destacou que “esta semana é um momento histórico”.

Num comunicado, Matt Hancock precisou que os primeiros grupos que irão receber a vacina serão “os mais vulneráveis e aqueles com mais de 80 anos”, bem como os funcionários de lares e residências seniores e do serviço de saúde público britânico (NHS, na sigla em inglês).

O NHS informou, por sua vez, que todas as suas equipas “têm estado a trabalhar durante todo o fim de semana para preparar o lançamento do programa de vacinação, com as primeiras vacinas a começarem a ser administradas na terça-feira”.

Nesse sentido, estão a ser criados “centros” em 50 hospitais britânicos e adicionalmente serão organizados, posteriormente, mil centros de vacinação, de acordo com o Ministério da Saúde britânico.

As especificidades da vacina Pfizer/BioNTech, que necessita de uma conservação a 70 graus negativos, representam um desafio logístico, salientaram as autoridades sanitárias, que indicaram que as doses têm de ser transportadas por uma empresa especializada e que o respetivo descongelamento demora várias horas.

O Reino Unido encomendou 40 milhões de doses da vacina Pfizer/BioNTech, o que permite proteger 20 milhões de pessoas, uma vez que esta vacina se administra com duas doses.

Numa primeira fase, estarão disponíveis 800.000 doses no Reino Unido.

Vários jornais britânicos avançaram hoje que a rainha Isabel II, de 94 anos, e o seu marido, o príncipe Filipe, de 99 anos, serão vacinados em breve e que planeiam torná-lo público de forma “a encorajar o maior número possível de pessoas a serem vacinadas”.

Depois da aprovação da vacina da Pfizer/BioNTech pelo regulador britânico, a população está mais otimista no que toca à altura em que receberá a vacina. Três quintos (60%) acham que será administrado ao seu grupo populacional até o final de Abril. Os idosos estão ainda mais otimistas, com a maioria (52%) a achar que receberá a vacina até o final de Fevereiro.

Por outro lado, de acordo com o The Guardian, mais de um terço (35%) dizem que é improvável que a tomem, enquanto 48% temem que não seja seguro, 47% têm receio que não seja eficaz e 55% que tenha efeitos colaterais. Apesar destas preocupações, apenas um em cada cinco cidadãos (20%) disse que dificilmente a tomaria se estiver disponível e se o governo recomendar a sua administração.

Para evitar eventuais complicações relacionadas com o Brexit, cujo período de transição acaba em 31 de dezembro, o Governo britânico está a considerar recorrer a aviões do exército caso existam atrasos nas fronteiras. “Faremos isso caso necessário”, disse um porta-voz do Ministério da Saúde britânico, citado pelas agências internacionais.

Moscovo vacina profissionais de risco

Os profissionais de risco da cidade Moscovo, na Rússia, começaram a ser vacinados contra a covid-19 no sábado, nos novos centros de vacinação abertos em toda a cidade.

Foram criados setenta centros de vacinação na capital russa, estando previsto que pessoas entre os 18 e 60 anos de grupos de risco, como professores, profissionais de saúde e assistentes sociais participem na primeira fase.

A Rússia foi um dos primeiros países a anunciar o desenvolvimento de uma vacina – batizada de Sputnik numa referência ao satélite soviético – em agosto, imediatamente antes do início dos ensaios clínicos em grande escala. A vacina encontra-se atualmente na terceira e última fase de ensaios clínicos, envolvendo 40.000 voluntários.

Os seus criadores anunciaram no mês passado uma taxa de eficácia de 95%, de acordo com os resultados provisórios, garantindo que a vacina será mais barata e mais fácil de armazenar e transportar do que algumas outras.

A vacina, administrada em duas doses com 21 dias de intervalo, é uma vacina “vetor-viral”, utilizando dois adenovírus humanos.

A vacinação é voluntária e gratuita para os cidadãos russos, sendo realizada por marcação, através da Internet no portal de serviço da Câmara Municipal.

As autoridades sanitárias revelaram que durante esta primeira fase de vacinação em Moscovo, a vacina não seria administrada a trabalhadores com mais de 60 anos de idade, pessoas com doenças crónicas, mulheres grávidas ou a amamentar, mas não indicaram quando é que o tratamento estaria disponível para o público em geral.

Todo o procedimento demora aproximadamente uma hora, pois inclui um exame médico, a preparação da vacina, que deve ser descongelada na altura, e um período de observação de meia hora após a inoculação.

Na sexta-feira, o Presidente da Câmara de Moscovo Sergei Sobyanin anunciou que nas primeiras cinco horas após a abertura do registo online, inscreveram-se cinco 5.000 pessoas. Segundo o político, no total está prevista a vacinação de entre 6 e 7 milhões de moscovitas.

Moscovo é principal foco de infeção do país, porém, apesar do aumento dos casos, um novo confinamento nacional foi posto de parte, para evitar a paralisação da economia.

Dinamarca adota novas restrições

A Dinamarca anuncia esta segunda-feira novas medidas de restrição face ao alto nível da epidemia da covid-19, disse domingo a primeira-ministra Mette Frederiksen, ao referir-se a um projeto de “semi-confinamento” nas três maiores cidades do país.

Estas medidas devem abranger as zonas mais atingidas do país escandinavo, onde de incluem Copenhaga e diversos municípios dos arredores, e ainda das outras maiores cidades de Dinamarca, Aarhus (oeste) e Odense (centro).

“Devemos conseguir vencer a infeção antes do Natal”, afirmou Frederiksen, quando a Dinamarca anunciou domingo um recorde diário de 1.745 novos casos em 24 horas. As medidas, que não foram precisadas, serão apresentadas detalhadamente esta segunda-feira em conferência de imprensa.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-vacinacao-terca-moscovo-364221

 

Investidores estão a construir uma “Hong Kong das Caraíbas” numa remota ilha das Honduras

Um grupo investidores estrangeiros liderado por norte-americanos está a desenvolver uma cidade experimental numa ilha das Honduras, com a ambição de se tornar “Hong Kong das Caraíbas”.

A pacata vila de pescadores de Crawfish Rock, localizada na ilha de Roatán, abriga os últimos vestígios de uma comunidade negra de língua inglesa. Os locais falam com um leve sotaque britânico todos são chamados de senhorita ou senhor. As casas são construídas sobre palafitas e não há necessidade de cercas. As pessoas vivem da terra e do mar, como há gerações.

Porém, os moradores dizem que não foram informadas sobre o projeto, segundo o Vice. “Tudo o que sabemos é que a nossa casa está em perigo”, disse Daysi Webster, de 35 anos.

Uma lei polémica permite que as cidades experimentais, conhecidas como cidades “charter” ou “modelo”, usem um direito legal à terra conhecido como “domínio eminente”, que permite que um governo se aproprie de propriedade privada.

Os investidores afirmaram que não usariam a força para se apropriarem da terra para expandir a sua cidade experimental, um terreno de 23 hectares conhecido como Roatán Prospera, para toda a ilha.

Porém, críticos do projeto disseram que esta é uma nova forma de colonialismo e que a cidade pode vir a servir como um paraíso fiscal e legal, permitindo que políticos e empresários corruptos evitem impostos e justiça. Segundo os críticos, o projeto pode também aumentar a desigualdade num dos países mais desiguais do hemisfério.

A ideia destas cidades “charter” surgiu do economista Paul Romer, que foi galardoado com um Prémio Nobel e que apresentou o conceito num Ted Talk em 2009. Romer teorizou que a fundação de cidades semi-autónomas no mundo em desenvolvimento com as nações estrangeiras a atuar como fiadores faria acelerar o desenvolvimento através da criação de um ambiente livre de corrupção local, a burocracia e regulamentos e, portanto, mais propício ao crescimento económico.

Segundo Romer, a prova disto pode ser encontrada em cidades-estado como Hong Kong, que prosperou economicamente sob o domínio britânico e até recentemente, sob o acordo de um país, dois sistemas com a China continental.

A teoria ganhou tração nos círculos conservadores pela sua abordagem de mercado livre e foi adotada por políticos em países com escassez de dinheiro que queriam atrair investimento estrangeiro.

As Honduras estavam em plena crise política e num dos seus períodos mais sombrios e violentos. Os líderes estavam desesperados e, de acordo com os críticos, dispostos a vender o país pela oferta mais alto.

Em 2014, o Governo das Honduras reformou a constituição e aprovou uma lei que criava uma estrutura para as cidades “charter”, chamadas Zonas de Emprego e Desenvolvimento Económico (ZEDE), que seriam na sua maioria autónomas, governadas por um comité de supervisão internacional e com domínio eminente.

Os membros fundadores da comissão incluía norte-americanos e europeus ativistas de extrema-direita, como Grover Norquist, fundador da Americans for Tax Reform, e vários aliados próximos do presidente Juan Orlando Hernández, suspeito de tráfico de drogas, que tem sido um dos principais proponentes da cidades “charter” nas Honduras.

Durante anos, houve rumores da fundação iminente da primeira cidade “charter” em diferentes locais do país. Porém, nunca nada se materializou até à vila de Prospera ser inaugurada silenciosamente em maio, para surpresa da comunidade local, que só descobriu um mês depois, graças a uma dica de um conterrâneo.

Os investidores da Prospera, incluindo o presidente-executivo Erick Brimen, um venezuelano-americano que se autodenomina “empreendedor em série”, chegaram à comunidade pela primeira vez em 2017, alugando uma pequena casa no centro da vila, onde estabeleceram um centro comunitário sob o pretexto de uma fundação.

Segundo os locais, o projeto foi apresentado como um desenvolvimento turístico.

As representações usadas em materiais de marketing retratam casas luxuosas projetadas por arquitetos famosos e modernos edifícios de escritórios e centros comerciais.

A tensão aumentou no mês passado devido a uma assembleia que Brimen convocou em Crawfish Rock que violou as restrições da covid-19 e, segundo os moradores, colocou a comunidade em risco.

Ativistas de direitos humanos afirmam que a assembleia foi convocada para compensar a falta de consulta à comunidade local sobre o projeto, conforme determina a legislação das Honduras. Porém, essa consulta deve ocorrer antes do início do projeto.

https://zap.aeiou.pt/investidores-estao-a-construir-um-hong-kong-das-caraibas-363660

 

 

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