segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

“Dia V”: Reino Unido inicia vacinação amanhã - Moscovo já começou a vacinar profissionais de risco

O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, destacou o “momento histórico” que vai representar o início da campanha de vacinação contra a doença covid-19 no Reino Unido, previsto para terça-feira.


O país europeu mais afetado pela crise pandémica, é o primeiro no mundo a ter autorizado a utilização da vacina anti-covid-19 desenvolvida pelo grupo farmacêutico norte-americano Pfizer e pela empresa alemã BioNTech e será o primeiro país ocidental a iniciar a sua campanha de vacinação .

O ministro da Saúde britânico, que recentemente classificou o primeiro dia da campanha de vacinação como o “dia V”, destacou que “esta semana é um momento histórico”.

Num comunicado, Matt Hancock precisou que os primeiros grupos que irão receber a vacina serão “os mais vulneráveis e aqueles com mais de 80 anos”, bem como os funcionários de lares e residências seniores e do serviço de saúde público britânico (NHS, na sigla em inglês).

O NHS informou, por sua vez, que todas as suas equipas “têm estado a trabalhar durante todo o fim de semana para preparar o lançamento do programa de vacinação, com as primeiras vacinas a começarem a ser administradas na terça-feira”.

Nesse sentido, estão a ser criados “centros” em 50 hospitais britânicos e adicionalmente serão organizados, posteriormente, mil centros de vacinação, de acordo com o Ministério da Saúde britânico.

As especificidades da vacina Pfizer/BioNTech, que necessita de uma conservação a 70 graus negativos, representam um desafio logístico, salientaram as autoridades sanitárias, que indicaram que as doses têm de ser transportadas por uma empresa especializada e que o respetivo descongelamento demora várias horas.

O Reino Unido encomendou 40 milhões de doses da vacina Pfizer/BioNTech, o que permite proteger 20 milhões de pessoas, uma vez que esta vacina se administra com duas doses.

Numa primeira fase, estarão disponíveis 800.000 doses no Reino Unido.

Vários jornais britânicos avançaram hoje que a rainha Isabel II, de 94 anos, e o seu marido, o príncipe Filipe, de 99 anos, serão vacinados em breve e que planeiam torná-lo público de forma “a encorajar o maior número possível de pessoas a serem vacinadas”.

Depois da aprovação da vacina da Pfizer/BioNTech pelo regulador britânico, a população está mais otimista no que toca à altura em que receberá a vacina. Três quintos (60%) acham que será administrado ao seu grupo populacional até o final de Abril. Os idosos estão ainda mais otimistas, com a maioria (52%) a achar que receberá a vacina até o final de Fevereiro.

Por outro lado, de acordo com o The Guardian, mais de um terço (35%) dizem que é improvável que a tomem, enquanto 48% temem que não seja seguro, 47% têm receio que não seja eficaz e 55% que tenha efeitos colaterais. Apesar destas preocupações, apenas um em cada cinco cidadãos (20%) disse que dificilmente a tomaria se estiver disponível e se o governo recomendar a sua administração.

Para evitar eventuais complicações relacionadas com o Brexit, cujo período de transição acaba em 31 de dezembro, o Governo britânico está a considerar recorrer a aviões do exército caso existam atrasos nas fronteiras. “Faremos isso caso necessário”, disse um porta-voz do Ministério da Saúde britânico, citado pelas agências internacionais.

Moscovo vacina profissionais de risco

Os profissionais de risco da cidade Moscovo, na Rússia, começaram a ser vacinados contra a covid-19 no sábado, nos novos centros de vacinação abertos em toda a cidade.

Foram criados setenta centros de vacinação na capital russa, estando previsto que pessoas entre os 18 e 60 anos de grupos de risco, como professores, profissionais de saúde e assistentes sociais participem na primeira fase.

A Rússia foi um dos primeiros países a anunciar o desenvolvimento de uma vacina – batizada de Sputnik numa referência ao satélite soviético – em agosto, imediatamente antes do início dos ensaios clínicos em grande escala. A vacina encontra-se atualmente na terceira e última fase de ensaios clínicos, envolvendo 40.000 voluntários.

Os seus criadores anunciaram no mês passado uma taxa de eficácia de 95%, de acordo com os resultados provisórios, garantindo que a vacina será mais barata e mais fácil de armazenar e transportar do que algumas outras.

A vacina, administrada em duas doses com 21 dias de intervalo, é uma vacina “vetor-viral”, utilizando dois adenovírus humanos.

A vacinação é voluntária e gratuita para os cidadãos russos, sendo realizada por marcação, através da Internet no portal de serviço da Câmara Municipal.

As autoridades sanitárias revelaram que durante esta primeira fase de vacinação em Moscovo, a vacina não seria administrada a trabalhadores com mais de 60 anos de idade, pessoas com doenças crónicas, mulheres grávidas ou a amamentar, mas não indicaram quando é que o tratamento estaria disponível para o público em geral.

Todo o procedimento demora aproximadamente uma hora, pois inclui um exame médico, a preparação da vacina, que deve ser descongelada na altura, e um período de observação de meia hora após a inoculação.

Na sexta-feira, o Presidente da Câmara de Moscovo Sergei Sobyanin anunciou que nas primeiras cinco horas após a abertura do registo online, inscreveram-se cinco 5.000 pessoas. Segundo o político, no total está prevista a vacinação de entre 6 e 7 milhões de moscovitas.

Moscovo é principal foco de infeção do país, porém, apesar do aumento dos casos, um novo confinamento nacional foi posto de parte, para evitar a paralisação da economia.

Dinamarca adota novas restrições

A Dinamarca anuncia esta segunda-feira novas medidas de restrição face ao alto nível da epidemia da covid-19, disse domingo a primeira-ministra Mette Frederiksen, ao referir-se a um projeto de “semi-confinamento” nas três maiores cidades do país.

Estas medidas devem abranger as zonas mais atingidas do país escandinavo, onde de incluem Copenhaga e diversos municípios dos arredores, e ainda das outras maiores cidades de Dinamarca, Aarhus (oeste) e Odense (centro).

“Devemos conseguir vencer a infeção antes do Natal”, afirmou Frederiksen, quando a Dinamarca anunciou domingo um recorde diário de 1.745 novos casos em 24 horas. As medidas, que não foram precisadas, serão apresentadas detalhadamente esta segunda-feira em conferência de imprensa.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-vacinacao-terca-moscovo-364221

 

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