O Vaticano divulgou um comunicado no qual afirma ser “moralmente aceitável” receber uma vacina contra a covid-19, mesmo que a pesquisa ou a produção da mesma envolva o uso de linhagens celulares derivadas de fetos abortados.
A Congregação para a Doutrina da Fé publicou, na segunda-feira, um esclarecimento sobre o uso de vacina desenvolvida a partir de linhas celulares provenientes de tecidos obtidos de fetos abortados não espontaneamente.
“Quando vacinas eticamente irrepreensíveis contra covid-19 não estão disponíveis (por exemplo, onde a distribuição é mais difícil devido a determinadas condições de armazenamento e transporte, ou quando vários tipos de vacinas são distribuídos no mesmo país, mas, pelas autoridades de saúde, os cidadãos não podem escolher a vacina), é moralmente aceitável usar vacinas anti-covid-19 que usaram linhagens celulares de fetos abortados no seu processo de pesquisa e fabricação”, lê-se no comunicado.
“Todas as vacinas reconhecidas como clinicamente seguras e eficazes podem ser usadas em sã consciência, com o conhecimento de que o seu uso não constitui cooperação formal com o aborto do qual derivam as células usadas na produção das vacinas”, acrescenta o relatório.
De acordo com o Raw Story, a Congregação para a Doutrina da Fé adiantou ainda que qualquer pessoa que se oponha à vacina devido à sua natureza e religião pode fazê-lo, mas deve “fazer o possível para evitar, por outros meios profiláticos e comportamento apropriado, tornar-se um veículo de transmissão do agente infeccioso”.
Na nota, a Congregação considera também que é um imperativo moral para a indústria farmacêutica, governos e organizações internacionais garantir que vacinas, eficazes e seguras do ponto de vista da saúde, bem como eticamente aceitáveis, também sejam acessíveis à maioria pobres e de uma forma barata.
O Vaticano News informou que o Papa Francisco aprovou o documento na quinta-feira.
Segundo o Full Fact, a alegação de que as vacinas contêm células de fetos abortados é falsa, uma vez que o conteúdo das vacinas é purificado de forma a só ter os componentes que se espera que estejam no seu interior.
A origem das linhagens tiveram origem em fetos abortados nos anos 1960 e 1970, de forma legal, e não tiveram como objetivo a utilização das células para investigação médica.
A utilização das linhagens resulta das células desses dois fetos que foram preservadas e multiplicadas em laboratório. Depois de modificadas, as linhagens celulares que agora existem em laboratórios só muito remotamente podem ser ligadas às células originais, conforme explica o Observador.
A Science Mag escreve que, ao contrário das vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, que são baseadas em ARN mensageiro, as vacina da Oxford/AstraZeneca e da Janssen precisam de usar células de fetos.
https://zap.aeiou.pt/vaticano-aceitavel-vacinas-fetos-367947
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