quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Disney World adicionava máscaras digitais às fotos de visitantes que não as estavam a usar !

A ideia é no mínimo caricata, mas não agradou a todos os utilizadores do parque temático. A denúncia da situação acabou por ser feita por um visitante, mas entretanto a Disney já veio dizer que interrompeu esta prática.

Desde que a pandemia de covid-19 eclodiu no mundo, são muitas as formas que se têm arranjado para fazer com que a população cumpra o distanciamento social, e também as regras de higiene recomendadas. Contudo, alguns destes métodos podem não corresponder ao que é aconselhado pelas autoridades de saúde. Terá sido esse o caso da Disney Word.

O parque temático optou por fazer com que os seus visitantes usassem máscara de uma forma bastante diferente do habitual. O facto dos parques da Disney World serem inflexíveis no que diz respeito ao uso da máscara dentro dos seus recintos, fez com que se munissem de alguma criatividade tecnológica e colocassem máscaras digitais na cara de visitantes que as retiravam durante o uso dos divertimentos.

Toda a gente conhece as famosas fotos tiradas durante o passeio num divertimento de um parque temático, porém, na era covid, a Disney teve que as adaptar. A aplicação de mascaras digitais surgiu devido à regra de que se alguém não estivesse a usar uma máscara durante o passeio, nem essa pessoa nem qualquer outro visitante presente na foto conseguiria fazer o download da mesma na aplicação da Disney (nem imprimi-la).

O facto é que bastava uma pessoa não estar a usar máscara, que todas as outras também ficavam condicionadas no acesso às fotos. A solução da Disney foi então começar a colocar máscaras digitalmente.

No entanto, esta ideia não agradou a todos os visitantes.

Tony Townsend, que esteve presente no parque, denunciou a situação através do Facebook, onde publicou uma imagem na qual foi feita uma alteração digital, e onde o parque de diversões adicionou máscaras a pessoas que não as tinham colocadas.

A imagem mostra uma mulher no banco de trás com uma máscara facial digitalizada de grandes dimensões.

Perante o controverso acontecimento, a Disney referiu ao WDW News Today, através de um comunicado, que neste momento a prática já foi interrompida e que tudo se tratou apenas de “um teste”.

“Em resposta às solicitações dos visitantes, testamos a modificação de algumas fotos no momento em que estavam a utilizar um dos divertimentos. Não estamos mais a realizar esta prática, mas continuamos a pedir aos nossos clientes que usem máscaras, exceto quando estão a comer ou quando estão a beber”, disse o comunicado.

O que ainda não está claro é se a Disney vai continuar com a sua rígida política de fotos, onde não permite que ninguém presente na foto tenha acesso a esta, caso algum dos visitantes não esteja a usar máscara.

https://zap.aeiou.pt/disney-world-mascaras-digitais-fotos-365934

 

Vai “nascer” uma nova Grande Muralha da China na fronteira com o Myanmar !

A China está em processo de construção de um muro de arame farpado ao longo da fronteira de 2.100 quilómetros ao sul com o Myanmar para evitar travessias ilegais, de acordo com relatórios recentes.


De acordo com a Radio Free Asia (RFA), financiada pelo governo dos Estados Unidos, imagens divulgadas nas redes sociais na cidade de Wanding e da cidade de Ruili – ambas na província de Yunnan, no sudoeste da China – mostram cercas de metal de arame farpado de 1,8 a 2,7 metros.

A Newsweek relata que, embora relatos dos media chineses afirmem que a muralha na fronteira ajude a prevenir cruzamentos ilegais e surtos de covid-19, o relatório da RFA revela que poderia impedir os dissidentes chineses de fugir do país.

Uma publicação no Twitter citada pela RFA refere mesmo que o empreendimento gigante, que recebeu o nome de “Grande Muralha do Sul”, começou a ser construído este ano. Atualmente estende-se por 660 quiómetros após a conclusão da sua primeira fase.

A China planeia restringir toda a sua fronteira de 2.100 quilómetros com Myanmar até outubro de 2022, com cruzamentos importantes a serem fortificados com cercas de alta tensão, câmaras de vigilância e sensores infravermelhos.

No mês passado, o site de notícias birmanês The Irrawaddy informou que os militares e oficiais do Myanmar, em Kokang, uma zona autoadministrada no norte do estado de Shan, tinham apresentado objeções a Pequim sobre a proximidade da muralha à linha de demarcação. A infraestrutura foi construída sem qualquer aviso prévio dado a Yangon.

Porém, os protestos do Governo de Myanmar e de líderes locais na Zona de Autoadministração de Kokang foram em vão.

Dois especialistas citados pela RFA disseram que o muro da fronteira serviria a outros propósitos além do controle da pandemia. “A decisão de construir este muro de fronteira não foi tomada num dia. É o resultado de um planeamento estrito”, disse um estudioso das relações Myanmar-China, identificado apenas como “Siling”.

O especialista disse que o muro impediria os cidadãos chineses de cruzar com frequência para o Myanmar e o Vietname para fazer negócios – alguns optando por nunca mais voltar. “A construção deste muro pela China também impedirá que os chineses escapem. A China não quer que essa tendência continue“, disse Siling.

O segundo especialista, identificado pelo sobrenome Wang, concordou que o muro da fronteira impediria os dissidentes chineses de fugir para o Sudeste Asiático. “Desde que Xi Jinping assumiu o poder, não só impediu que os cidadãos saíssem, mas também tentou sequestrar chineses no exterior para trazê-los de volta para casa”, disse Wang.

A RFA, que começou a receber subsídios do Governo dos Estados Unidos em 1996, tem relatado extensivamente sobre abusos dos direitos humanos em Xinjiang.

Em outubro, o Mandarin Service relatou que a China estava a construit um muro ao longo da sua fronteira sul com o Vietname para impedir o fluxo de trabalhadores migrantes chineses que cruzavam a fronteira para encontrar trabalho no auge da pandemia.

https://zap.aeiou.pt/vai-nascer-uma-grande-muralha-da-china-na-fronteira-com-o-myanmar-365953

 

Arménios de Nagorno-Karabakh temem que as suas igrejas medievais sejam destruídas !

Catedral de Ghazanchetsots.

Os arménios deslocados de Nagorno-Karabakh temem que o seu rico património arquitetónico presente nas igrejas medievais seja destruído.

Uma guerra de seis semanas em Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa no sul do Cáucaso, terminou a 9 de novembro, depois de a Rússia ter negociado um acordo de paz entre a Arménia e o Azerbaijão.

Sob o acordo, várias províncias de etnia arménia em Nagorno-Karabakh, que os arménios chamam de Artsakh, foram entregues ao Azerbaijão em novembro e dezembro.

Este é o último capítulo de um conflito que data de pelo menos um século. Em 1921, a União Soviética declarou Nagorno-Karabakh parte do Azerbaijão, apesar da sua maioria étnica arménia. Desde então, o território tem sido palco de manifestações massivas, acordos internacionais fracassados e uma guerra brutal de 1992 a 1994.

A tragédia humana foi devastadora. Só nas batalhas de 2020, mais de 5.000 soldados morreram e mais de 100.000 pessoas foram deslocadas. Embora a guerra tenha acabado, o rico património arquitetónico da região ainda está em risco.

Organizações de património temem que as numerosas históricas igrejas, mosteiros e lápides da região possam enfrentar danos ou destruição agora que estão fora das mãos dos arménios.

Danos a igrejas históricas

A guerra já tinha danificado muitos monumentos arménios. No outono, as ofensivas do Azerbaijão bombardearam a antiga cidade de Tigranakert, fundada no primeiro século a.C. pelo rei arménio Tigranes, o Grande.

Também danificou a histórica Catedral de Cristo o Salvador “Ghazanchetsots” em Shusha, uma das maiores catedrais arménias do mundo. Shusha, chamada de Shushi pelos arménios, é a capital cultural de Karabakh.

Depois de os soldados azeris assumirem o controlo da cidade, imagens online mostraram a sua catedral arménia do século XIX vandalizada com graffiti. Outra igreja próxima do século XIX, conhecida como Kanach Zham e dedicada a São João Batista, também parece ter sido danificada.

Nagorno-Karabakh constitui um capítulo notável na história da arte arménia por causa da sua antiguidade e da sua distinção visual e religiosa.

O Mosteiro de Amaras, no sudeste, foi fundado no século IV, quando a Arménia se tornou o primeiro país a fazer do cristianismo a sua religião nacional. É o local do túmulo de São Grigoris, neto de Gregório, o Iluminador, o padroeiro e evangelizador da Arménia. É também o local da primeira escola a usar a escrita arménia.

Escavações arqueológicas recentes mostram que este túmulo pode ser acessado pelo leste – bastante incomum na arquitetura tradicional de igrejas. Os estudiosos associam isto ao Santo Sepulcro em Jerusalém, o local da crucificação e do túmulo de Jesus.

Muitas outras igrejas em Nagorno-Karabakh são mais recentes, do século XIII ao XVIII, e incorporam pedras em forma de cruz, chamadas khachkars, nas suas paredes. Khachkars geralmente apresentam inscrições escritas em arménio que registam o nome do doador e membros da família.

Passado rico, mas um futuro incerto

Nagorno-Karabakh é o lar de várias tradições arquitetónicas. Existem cavernas e pinturas e gravuras rupestres pré-históricas, bem como túmulos e mesquitas islâmicas medievais e modernas, e pontes, fortalezas e palácios.

Mas as organizações de património, museus, académicos, jornalistas e líderes religiosos estão mais preocupados com o destino do vasto número de monumentos cristãos arménios que representam as populações indígenas arménias – e que podem sofrer exatamente por esse motivo.

Investigadores temem que os monumentos possam enfrentar o mesmo destino que os sítios arménios localizados no enclave azeri de Nakhchivan, onde soldados demoliram milhares de khachkars entre 1997 e 2007.

https://zap.aeiou.pt/nagorno-karabakh-igrejas-destruidas-365942

 

Falso alarme - Simulador de mísseis russo coloca base militar de Ramstein em alerta !

No passado sábado, dia 12 de dezembro, a Base Aérea de Ramstein na Alemanha, o grande centro militar na Europa Central dos Estados Unidos, alertou os seus funcionários sobre um possível ataque de mísseis.


Contudo, tudo não passou de um susto, pois o ataque nunca se materializou. Desta forma, o posto de comando divulgou um comunicado a explicar que “o lançamento do míssil fazia parte de um exercício de treino militar” e, como tal, não foi considerado uma ameaça para a base militar.

Os militares dos EUA “receberam um alerta através de um sistema de notificação de lançamento de míssil. O centro de controlo seguiu os procedimentos adequados e agiu em tempo hábil para fornecer notificações rápidas e precisas a todo o pessoal necessário”, diz o comunicado.

O Posto de Comando da Base Aérea de Ramstein garante que a situação está esclarecida e que não houve nenhum risco. “A situação é clara. Gostaríamos de agradecer aos membros do posto de comando pela rápida resposta que serviu para garantir que os funcionários se mantivessem informados”.

De acordo com o CNN, o alerta de míssil pode ter sido disparado quando os satélites da inteligência dos EUA detetaram um lançamento. Os satélites americanos, que são altamente qualificados, detetaram que um submarino russo submerso havia testado quatro mísseis intercontinentais na sua localização subaquática no Mar de Okhotsk, no oeste da Rússia, no sábado.

Apesar do comunicado não reconhecer o lançamento do míssil russo, vários funcionários da defesa norte-americana confirmaram à CNN que isso ocorreu. Uma declaração de militares dos EUA na Europa reconheceu o incidente em Ramstein e nas áreas vizinhas, e referiu que os funcionários receberam notificações computorizadas.

Embora a situação já tenha sido esclarecida, um funcionário da Defesa americana explicou que o incidente é preocupante porque existe sempre a possibilidade de haver um erro de cálculo devido às tensões com a Rússia. Contudo, desta vez não houve indicação de ameaça.

Em 2018, este tipo de erros também lançaram um falso alarme de que um míssil estava a ir em direção ao Hawaii.

https://zap.aeiou.pt/falso-alarme-simulador-misseis-russo-365674

 

Estudo revela que 1 em cada 10 pessoas que vive em Espanha esteve ou está com covid-19 !

A percentagem da população de Espanha infetada com a covid-19 subiu para 9,9%, quase o dobro daqueles que tinham sido infetados até junho passado (5,2%), segundo os resultados preliminares de um estudo publicado esta terça-feira.


O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Estatísticas espanhóis são algumas das instituições que elaboraram o inquérito que indica que 4,7 milhões de pessoas já foi infetada pelo SARS-CoV-2 no país desde o início da pandemia.

O estudo identificou uma elevada prevalência (número total de casos existentes numa determinada população e num determinado momento temporal) da doença em certos grupos populacionais: 17% entre os trabalhadores da saúde, 16% entre as mulheres que cuidam de pessoas dependentes, 14% entre as empregadas de limpeza e 13% entre as mulheres que trabalham em estabelecimentos de saúde social.

O número de pessoas que tiveram a doença é também mais elevado entre as que nasceram fora de Espanha.

Os estrangeiros têm uma prevalência de 13%, algo que pode ser explicado “pelo trabalho que fazem ou pelas suas condições de vida”, explicou Marina Pollán, a diretora do Centro Nacional de Epidemiologia do Instituto de Saúde Carlos III, outra das instituições que colaborou na elaboração do estudo.

Por outro lado, a percentagem de pessoas assintomáticas (com a doença mas sem sintomas) em relação ao número total de pessoas positivas é estimada em cerca de 30%.

https://zap.aeiou.pt/pessoas-espanha-infetada-covid-366222

 

Barragens chinesas são novo foco de tensão com os EUA !

Um projeto financiado pelos Estados Unidos (EUA), que utiliza satélites para rastrear e divulgar os níveis de água nas barragens chinesas no rio Mekong, foi lançado na segunda-feira, aumentando a rivalidade entre as duas potências.


A hidrovia de 4.350 quilómetros – conhecida como Lancang na China e que flui para o sul através de Myanmar, Laos, Tailândia, Camboja e Vietname – tornou-se um novo foco de fricção entre as duas nações, noticiou no domingo a Reuters.

Pequim rejeitou a pesquisa dos EUA, que afirma que as barragens chinesas retêm água em detrimento das outras nações, nas quais 60 milhões de pessoas dependem do rio para pesca e agricultura.

O Mekong Dam Monitor, parcialmente financiado pelo Departamento de Estado norte-americano, usa dados de satélites para rastrear os níveis de barragens na China e de outros países, quase em tempo real. Um indicador mostra quando as regiões estão mais húmidas ou mais secas que o normal, revelando o efeito das barragens nos fluxos naturais.

“O monitor fornece evidências de que as 11 das principais barragens da China são sofisticadamente orquestradas e operadas de forma a maximizar a produção de energia hidrelétrica para venda nas províncias orientais da China, sem considerar os impactos a jusante”, disse Brian Eyler da Stimson Center, empresa de medidores de água virtuais.

A China já havia criticado pesquisas anteriores, incluindo um estudo da Eyes on Earth – parte do projeto Mekong Dam Monitor – que revelava que, em 2019, o país reteve água enquanto outras nações na bacia do Mekong sofreram fortes secas.

“Os EUA não foram capazes de fornecer boas evidências”, indicou o Instituto de Engenharia de Energia Renovável da China, num relatório divulgada a 04 de dezembro. “Os benefícios positivos da energia hidrelétrica do rio Lancang nos vizinhos do Mekong são claros e óbvios”, apontou o documento, acrescentando que a água armazenada nos reservatórios durante a estação das cheias ajudou a prevenir inundações e secas.

A China concordou no início deste ano em partilhar os dados hídricos com a Comissão do Rio Mekong (MRC) – um órgão consultivo da Tailândia, Laos, Camboja e Vietname.

A China e os EUA estão em conflito no Mar do Sul da China, onde este último desafia a reivindicação de Pequim sobre a maior parte da hidrovia, um importante canal para o comércio, rico em recursos energéticos.

https://zap.aeiou.pt/barragens-chinesas-foco-tensao-eua-366168

 

Estados Unidos vão comercializar teste rápido à covid-19 - Pode ser comprado sem receita e feito em casa !

Esta terça-feira, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos autorizou o primeiro teste à covid-19 que pode ser realizado em casa e comprado sem receita médica.


“O Ellume COVID-19 Home Test é um teste rápido de antígeno de fluxo lateral, um tipo de teste que executa uma amostra líquida ao longo de uma superfície com moléculas reativas. O teste deteta fragmentos de proteínas do vírus SARS-CoV-2 de uma amostra nasal de qualquer indivíduo com 2 anos de idade ou mais”, descreve o comunicado da Food and Drug Administration.

O teste foi produzido pela empresa australiana Ellume e pode ser utilizado a partir dos 16 anos. Pode também ser realizado às crianças a partir dos dois anos, desde que a amostra seja retirada por um adulto.

As pessoas só necessitam de usar um cotonete nasal, com um comprimento médio, para obter uma amostra. Os resultados são entregues através de uma aplicação de smartphone depois de os pacientes inserirem o seu código postal e a data de nascimento.

O comunicado adianta que o teste identificou corretamente 100% das amostras como sendo negativas e 96% das amostras positivas de pessoas com sintomas. Nos pacientes sem sintomas, foram identificadas 91% das amostras positivas e 96% das amostras negativas.

Ainda assim, a Agência do Medicamento dos Estados Unidos alerta para que os assintomáticas com um resultado positivo do teste façam um segundo para confirmar que estão infetadas, sobretudo se não houver casos de covid-19 na comunidade.

Tal como outros testes de antígeno, “este teste é menos sensível e menos específico do que os testes moleculares típicos executados num laboratório”. “No entanto, o facto de se poder usar em casa e ter os resultados rapidamente significa que pode desempenhar um papel importante na resposta à pandemia”, assumiu o diretor de dispositivos médicos da FDA, Jeff Shuren.

A FDA autorizou mais de 225 testes de diagnóstico para a covid-19 desde o início da pandemia, incluindo mais de 25 testes que permitem a recolha de amostras em casa, que são enviadas posteriormente para um laboratório. O Ellume COVID-19 Home Test é o primeiro a poder ser usado totalmente em casa e sem receita médica.

https://zap.aeiou.pt/eua-comercializar-teste-rapido-366102

 

Charlie Hebdo - Todos os 14 acusados condenados a penas de prisão !

Um tribunal de Paris condenou, esta quarta-feira, todas as 14 pessoas acusadas nos ataques, em janeiro de 2015, que mataram 17 pessoas, a penas de prisão entre quatro e 30 anos.

De acordo com a emissora britânica BBC, onze dos acusados compareceram no tribunal parisiense para saber o veredicto, enquanto os restantes três foram julgados à revelia. As penas variam entre quatro e 30 anos de prisão.

Entre as três pessoas que não estiveram presentes está Hayat Boumeddiene, companheira de um dos terroristas que fugiu para a Síria uma semana antes dos ataques, tendo sido condenada a 30 anos de prisão por financiar terrorismo e pertencer a uma rede terrorista.

Segundo o jornal online Observador, os outros dois acusados, Mehdi e Mohamed Belhoucine, já foram dados como mortos na Síria, embora o segundo tenha sido condenado a prisão perpétua.

O principal réu no tribunal, Ali Riza Polat, para quem o Ministério Público francês tinha pedido pena de prisão perpétua, foi considerado culpado de cumplicidade e também foi condenado a 30 anos.

Todos os 14 acusados foram considerados culpados de vários crimes, entre os quais pertencer a uma rede criminosa e cumplicidade direta nos ataques. As acusações de terrorismo foram retiradas para seis dos onze réus presentes no tribunal, que foram considerados culpados de crimes menores.

A 7 de janeiro de 2015, os jihadistas Saïd e Chérif Kouachi conseguiram entrar na antiga redação do Charlie Hebdo, matando 12 pessoas. No dia seguinte, o extremista Amedy Coulibaly matou um polícia nos arredores da capital e tirou a vida a quatro pessoas num supermercado judeu.

O processo começou no passado dia 1 de setembro, sendo que todas as pessoas a julgar não participaram diretamente nos atentados, sendo apenas cúmplices, uma vez que os autores foram abatidos nos locais dos atentados.

Segundo a emissora britânica, todos os acusados em tribunal defenderam a sua inocência.

Este julgamento, que foi várias vezes adiado devido à pandemia da covid-19, acontece numa altura em que França enfrenta, mais uma vez, uma série de ataques islâmicos.

No final de setembro, várias pessoas ficaram feridas junto ao edifício da antiga redação do jornal satírico. O principal suspeito do ataque terá explicado que a sua motivação foi a republicação das caricaturas de Maomé.

Em meados de outubro, um professor foi decapitado depois de ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula num liceu de uma localidade perto de Paris. Dias depois, três pessoas morreram dentro de uma igreja em Nice.

https://zap.aeiou.pt/charlie-hebdo-acusados-condenados-prisao-366264

 

China terá espiado norte-americanos através da rede móvel das Caraíbas !

A China terá usado redes telefónicas das Caraíbas para vigiar assinantes da rede móvel dos Estados Unidos como parte da sua campanha de espionagem contra norte-americanos.


A informação é revelado por um especialista em segurança de rede móvel que analisou dados de sinais sensíveis, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

As descobertas pintam um quadro alarmante da forma como a China terá explorada vulnerabilidades de décadas na rede global de telecomunicações para direcionar ataques de vigilância “ativa” através de operadoras de telecomunicações.

Os alegados ataques parecer ter permitido que a China vigiasse, rastreasse e intercetasse comunicações telefónicas de assinantes da rede móvel dos Estados Unidos, de acordo com Gary Miller, ex-executivo de segurança de rede móvel.

Miller, que passou anos a analisar relatórios de inteligência de ameaças móveis e observações de tráfego de sinalização entre operadoras móveis estrangeiras e americanas, disse que, em alguns casos, a China parece ter usado redes nas Caraíbas para conduzir a sua vigilância.

No cerne das acusações estão as alegações de que a China, usando uma operadora de rede móvel controlada pelo Estado, está a enviar mensagens de sinalização a assinantes dos Estados Unidos, geralmente enquanto estão a viajar para o exterior.

Mensagens de sinalização são comandos enviados por operadoras de telecomunicações através da rede global, sem o conhecimento do utilizador. As mensagens permitem que as operadoras localizem telemóveis, liguem utilizadores uns aos outros e avaliem as tarifas de roaming.

Algumas mensagens de sinalização podem ser usadas para fins ilegítimos, como rastreamento, monitorização ou interceptação de comunicações.

As operadoras de rede móvel dos Estados Unidos podem bloquear muitas dessas tentativas, mas Miller acredita que os Estados Unidos não foram suficientemente longe para proteger os utilizadores que não estarão cientes de como as suas comunicações são inseguras.

 

Em 2018, Miller descobriu que a China tinha conduzido o maior número de ataques de vigilância aparentes contra assinantes de redes móveis dos Estados Unidos em redes 3G e 4G. A grande maioria foi encaminhada através da operadora de telecomunicações estatal China Unicom, o que, segundo Miller, aponta para uma campanha de espionagem patrocinada pelo Estado.

Dezenas de milhares de utilizadores de telemóveis nos Estados Unidos terão sido afetados pelos alegados ataques vindos da China entre 2018 e 2020.

Miller deixou recentemente um emprego na Mobileum, uma empresa de segurança móvel que rastreia e relata ameaças a operadoras móveis, para iniciar a Exigent Media, uma empresa de investigação de ameaças cibernéticas.

O especialista disse que estava a partilhar as suas descobertas com o The Guardian para ajudar a expor “a gravidade dessa atividade” e para encorajar a implementação de contramedidas e políticas de segurança mais eficazes.

https://zap.aeiou.pt/china-espiado-americanos-caraibas-366076

 

Sobrinho de Putin funda novo partido para combater corrupção na Rússia !

O sobrinho do Presidente russo, Vladimir Putin, o empresário Roman Putin, fundou esta terça-feira um novo partido, o Rússia Contra a Corrupção, tendo em vista as eleições legislativas do próximo ano.


O partido realizou hoje o seu congresso fundacional, com a presença de 106 delegados, que aprovaram os estatutos e o programa, segundo a agência noticiosa Interfax.

O Rússia contra a Corrupção reúne para já delegados em 53 das 85 regiões russas, condição essencial para participar nas eleições que dão acesso à Duma ou Câmara Baixa do Parlamento russo, que se realizarão em setembro de 2021.

Em meados de novembro, o Supremo Tribunal Federal, a pedido do Ministério da Justiça, colocou um fim ao partido Povo Contra a Corrupção, formação política fundada em 2013 pelo sobrinho de Putin, mas que quase não tinha realizado qualquer atividade política.

O líder desse partido desde junho passado era Roman Putin, que na época era agente do Serviço de Segurança Federal (FSB, ex-KGB), que era chefiado pelo atual Presidente antes de Vladimir Putin chegar ao Kremlin (1999).

Em março, o sobrinho de Putin anunciou os seus planos de entrar na política e candidatar-se a um lugar na Duma, para apoiar a política do Kremlin.

“O nosso país precisa de um líder forte, especialmente quando estamos no meio de uma crise global. Não há alternativa a Vladimir Putin. Não vai ser (o líder da oposição, Alexei) Navalni”, disse Roman Putin, numa entrevista ao jornal Kommersant, em março deste ano.

Roman Putin, que também serviu como conselheiro de segurança do presidente da Câmara da histórica cidade de Ryazan, é filho de Igor Putin, primo do Presidente russo. Desde que deixou o FSB, Roman tem prestado consultoria a governadores e grandes grupos financeiros e industriais.

Nos últimos meses, o Kremlin patrocinou a criação de vários partidos políticos, numa estratégia de tentar impedir a entrada na Duma da oposição extraparlamentar liderada por Alexei Navalni – o político ainda convalescente na Alemanha depois de ter sido envenenado com o agente tóxico de fabricação russa Novichok.

Os partidos oposicionistas que não têm assento parlamentar incluem o Pela Verdade, do escritor Zajár Prilepin, e o Pessoas Novas, de Alexei Nechaev.

O Kremlin procura angariar apoio entre os mais jovens – o eleitorado que serve de base para os movimentos de protesto liderados por Navalni – junto dos quais Putin tem vindo a ganhar força nos últimos meses, de acordo com as mais recentes sondagens.

https://zap.aeiou.pt/sobrinho-putin-novo-partido-366088

 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

“Este é um dia negro para a comunidade LGBTI” - Hungria proíbe adoção por casais do mesmo sexo !

O Parlamento da Hungria adotou esta terça-feira um pacote de várias medidas legislativas que preveem, entre outros aspetos, a inscrição da noção tradicional de “género” na Constituição e a proibição de adoção de crianças por casais do mesmo sexo.


A aprovação deste pacote legislativo foi, entretanto, condenada pela organização não-governamental (ONG) Amnistia Internacional (AI) que classificou esta terça-feira como um “dia negro” para a comunidade Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo (LGBTI) e para os direitos humanos.

Este é um dia negro para a comunidade LGBTI da Hungria e um dia negro para os direitos humanos. Estas novas leis discriminatórias, homofóbicas e transfóbicas – aprovadas sob a cobertura da pandemia do novo coronavírus – são apenas o mais recente ataque às pessoas LGBTI pelas autoridades húngaras”, reagiu o diretor da AI Hungria, David Vig.

“A mãe é uma mulher, o pai é um homem”, decreta a emenda à Lei fundamental aprovada esta terça-feira pela assembleia húngara. A emenda à Constituição define o sexo como sendo apenas o do nascimento, acrescentando: “A educação é dada de acordo com os valores fundados na identidade constitucional e na cultura cristã” do país.

O Governo húngaro, liderado pelo partido nacional-conservador populista de direita Fidesz, justificou esta emenda com a necessidade de “proteger a criança contra possíveis interferências ideológicas ou biológicas” do mundo ocidental moderno.

O Parlamento húngaro também aprovou esta terça-feira uma lei que só permite a adoção de crianças por casais casados, o que na prática exclui os casais do mesmo sexo, que não têm o direito de se unir na Hungria.

O texto admite a concessão de derrogações em casos excecionais.

Desde maio passado, a Hungria, liderada há 10 anos pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, decidiu banir o registo de mudanças de sexo pelos cidadãos transgénero nos documentos pessoais, como passaportes.

Nesta sua cruzada em defesa dos “valores cristãos” tradicionais, Viktor Orbán foi recentemente confrontado com uma polémica que envolveu um seu aliado, o eurodeputado húngaro József Szájer. O eurodeputado foi apanhado em novembro numa orgia homossexual em Bruxelas e demitiu-se posteriormente.

O caso gerou polémica, com a oposição e a imprensa independente húngaras a denunciaram a hipocrisia do executivo liderado por Orbán.

Várias organizações internacionais, como é o caso da ONU, do Conselho da Europa ou da própria União Europeia (da qual a Hungria faz parte) acusam regularmente Viktor Orbán de desrespeitar os valores europeus.

https://zap.aeiou.pt/este-e-um-dia-negro-para-a-comunidade-lgbti-hungria-366110

 

Câmara de Paris empregou “demasiadas mulheres” - Multa chega ao 90 mil euros !

A Câmara de Paris foi multada em 90 mil euros por ter nomeado “demasiadas mulheres” para cargos importantes no Governo.


De acordo com a NPR, em 2018, 11 mulheres e cinco homens tornaram-se altos funcionários. Isso significava que 69% das nomeações eram mulheres – o que violava uma regra que ditava que pelo menos 40% dos cargos governamentais deveriam ser atribuídos a pessoas de cada género.

Numa reunião do conselho municipal de Paris, a presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo anunciou que a autarquia tinha sido multada em 90 mil euros devido à infração. “Tenho o prazer de anunciar que fomos multados por termos nomeado demasiadas mulheres para cargos de direção”.

No Twitter, a autarca disse que vai entregar o cheque ao Ministério do Serviço Público, juntamente com as mulheres do seu Governo. “Portanto, haverá muitos de nós”, escreveu.

Anne Hidalgo, membro do Partido Socialista que foi eleita presidente da Câmara pela primeira vez em 2014 e reeleita este ano, disse que o objetivo é resolver um desequilíbrio existente em relação aos homens.

“Sim, devemos promover as mulheres com determinação e vigor, porque o atraso em toda a França ainda é muito grande”, disse Hidalgo, no Conselho de Paris. “Então, sim, para promover e um dia alcançar a paridade, devemos acelerar o ritmo e garantir que, nas nomeações, haja mais mulheres do que homens”.

Amélie de Montchalin, ministra do Serviço Público da França, lamentou a multa e considerou a medida “absurda”. “A causa das mulheres merece coisa melhor! Quero a multa paga por Paris em 2018 para financiar ações concretas para promover as mulheres no serviço público. Convido-a [a Anne Hidalgo] ao ministério para aumentá-las!”, escreveu Montchalin no Twitter.

De acordo com o jornal francês Le Monde, desde 2019, a lei francesa prevê a dispensa da regra dos 40% se as novas contratações não levarem a um desequilíbrio geral de género.

Segundo o jornal, esse é o caso da cidade de Paris, uma vez que as mulheres ainda representam apenas 47% dos altos executivos do Governo. Além disso, funcionárias municipais recebem 6% menos do que os homens.

“É paradoxal culpar-nos por nomeações que permitem recuperar o atraso que tínhamos”, disse Antoine Guillou, o vice-presidente da Câmara de Paris, encarregado dos recursos humanos, em declarações ao Le Monde.

A mudança de regra chegou demasiado tarde para evitar a multa.

https://zap.aeiou.pt/camara-paris-mulheres-multa-366098

 

Biden escolhe antigo adversário Pete Buttigieg para secretário dos Transportes

O Presidente eleito Joe Biden elegeu Pete Buttigieg, antigo adversário nas eleições primárias do partido Democrata de 2020, para o cargo de secretário dos Transportes.


A notícia é avançada esta quarta-feira pela CNN e, caso se confirme, Pete Buttigieg será o primeiro membro da comunidade LGTBQ a estar à frente de uma pasta no gabinete presidencial. Entre as valências do Departamento dos Transportes está a supervisão da rede rodoviária, ferroviária e de aviação do país.

Buttigieg, antigo autarca de South Bend, no Indiana, candidatou-se às primárias do partido Democrata, mas desistiu em março, tendo apoiado Joe Biden. Depois de Kamala Harris, que vai ocupar o cargo de vice-presidente, Pete Buttigieg é o segundo adversário de Biden a ser convidado para a administração.

A nomeação ainda não foi formalmente anunciada, mas depois disso terá de ser aprovada pelo Senado dos Estados Unidos, de maioria republicana. Rahm Emanuel, mayor de Los Angeles, ou Gina Raimondo, governadora de Rhode Island, foram alguns nomes apontados ao cargo de secretário dos Transportes.

Em março, Joe Biden chegou a comparar Pete Buttigieg com o seu filho Beau Biden, que faleceu em 2015. “Para mim é o maior elogio que posso dar a um homem ou mulher. E, tal como o Beau, [Pete Buttigieg] tem a espinha dorsal como uma vareta”, disse Biden durante um evento no qual o futuro secretário dos Transportes também participou.

“Prometo-vos que, durante a vossa vida, vão ver muito mais do Pete do que vão ver de mim”, acrescentou na altura.

A Associated Press (AP) cita três fontes familiarizadas com o processo de constituição do executivo da Casa Branca para os próximos quatro anos que confirmaram a escolha de Buttigieg sob anonimato porque não queriam adiantar-se ao anúncio oficial.

Annise Parker, presidente do Instituto Vitória LGBTQ+, congratulou a escolha de Buttigieg para o cargo. “A nomeação de Pete é um marco histórico em várias décadas de esforços para garantir que as pessoas LGBTQ+ são representadas pelo Governo, e o seu impacto vai reverberar muito além do departamento que vai liderar”, disse.

Esta segunda-feira, foi confirmada a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais norte-americanas pelo Colégio Eleitoral. O Presidente eleito toma posse no dia 20 de janeiro.

Jair Bolsonaro felicita o Presidente eleito

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, saudou esta terça-feira Joe Biden, declarando-se pronto para trabalhar com a futura administração norte-americana na “aliança” entre os dois países.

“Saudações ao Presidente Joe Biden, com meus melhores votos e a esperança de que os EUA continuem a ser a terra dos livres e o lar dos corajosos”, escreveu no Twitter, reproduzindo o último verso do hino norte-americano.

Estarei pronto a trabalhar com o novo governo e dar continuidade à construção de uma aliança Brasil-EUA, na defesa da soberania, da democracia e da liberdade em todo o mundo, assim como na integração económico-social em benefício dos nossos povos”, acrescentou.

Mitch McConnell, líder do Partido Republicano no Senado norte-americano, também reconheceu a vitória do democrata, num discurso no plenário do Senado. “O Colégio Eleitoral falou. Por isso, hoje quero parabenizar o presidente eleito Joe Biden.”

Segundo o The New York Times, McConnell também felicitou Kamala Harris. “Para lá das nossas diferenças, todos os americanos podem orgulhar-se de a nossa nação ter uma vice-presidente eleita pela primeira vez.”

No mesmo discurso, o líder republicano no Senado endereçou ainda um agradecimento ao Presidente norte-americano cessante, Donald Trump, pelo serviço prestado aos Estados Unidos.

https://zap.aeiou.pt/biden-escolhe-pete-buttigieg-366066

 

Possibilidade de não haverb natal - Europa volta a confinar, Governos têm medo das consequências das festividades !

Depois da Holanda, da Alemanha e do Reino Unido, também a Itália, a República Checa e a Espanha se preparam para apertar as medidas com medo da multiplicação de casos no Natal.


Com medo de uma possível terceira vaga após as festividades natalícios, vários países na Europa têm vindo a apertar as medidas para travar a pandemia durante esta época do ano, depois de ações anteriores não terem conseguido fazer baixar os casos de infeção pelo novo coronavírus e após um aumento de casos que poderão estar ligados a celebrações ou compras de Natal.

Estes países vão desde Itália, o primeiro país a sofrer com a pandemia na Europa, ao Reino Unido, onde se detetou uma nova variante do coronavírus que se propaga mais rapidamente do que outras.

Em Itália, as autoridades têm estado assustadas não só com os números mas também com a dimensão de ajuntamentos nas ruas de várias cidades para as compras de Natal. O país passou a ser detentor do maior número de mortes por covid-19 na Europa, ultrapassando já o total de mais de 65 mil mortos.

Por essas razões, aguarda-se a qualquer momento o anúncio de novo confinamento nacional desde a véspera de Natal até 2 de janeiro para evitar um previsto aumento de infeções durante as celebrações. O governo de Giuseppe Conte já tinha anunciado algumas restrições, como o não haver missa do galo, mas as novas medidas que estão ainda a ser estudadas pelo executivo devem ir mais além, como avança a imprensa italiana.

República Checa retoma recolher obrigatório

Mais radical está já a República Checa: recolhimento obrigatório noturno entre as 23h e as 7h é retomado na sexta-feira. O governo checo decidiu também encerrar bares e restaurantes e limitar as movimentações, depois de um aumento significativo dos contágios em consequência do relaxamento nas medidas.

As lojas e serviços vão continuar abertos, embora devam obedecer a estritas medidas de higiene, as visitas em lares de idosos mantêm-se, embora os visitantes tenham que ser submetidos a testes rápidos antes de o fazerem.

Espanha celebra Natal e Ano Novo de forma desigual

Em Espanha, as celebrações serão feitas de forma desigual, com cada região a decidir que medidas aplicar além das previstas no plano acordado entre o governo central e as comunidades autónomas para travar os contágios durante o Natal.

O plano prevê a proibição de viajar entre regiões, com exceção das deslocações para reuniões familiares. As refeições não podem ter mais do que 10 pessoas e o início do atual recolher obrigatório diário é atrasado para a 1h30 da madrugada no dia de Natal e no de Ano Novo.

Estas medidas mínimas são de aplicação obrigatória, podendo as 17 comunidades autónomas acrescentar outras mais rígidas. É o caso de Valência que está a estudar a possibilidade de apertar ainda mais as medidas, após ser a região com mais incidência de internamentos em Espanha na última semana.

Estes três países juntam-se à Holanda, Reino Unido e Alemanha que ontem apertaram as restrições.

Londres em nível máximo de alerta

O primeiro a fazer um anúncio de medidas mais restritivas foi o ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, que referiu que Londres e algumas localidades de Essex e Hertfordshire vão passar para o nível 3 de restrições, o mais alto. A medida foi anunciada após o mayor de Londres ter dito que a situação na capital era “profundamente preocupante”.

Restaurantes e pubs vão estar encerrados, funcionando apenas com entregas para fora, e serão permitidos encontros entre pessoas que não sejam do mesmo agregado a familiar ou “bolha de apoio” (que prestem cuidados a dependentes, por exemplo) apenas ao ar livre e em locais públicos.

São ainda desaconselhadas viagens de zonas fora deste escalão para as zonas de nível 3, esclareceu Hancock. As medidas entram em vigor já na quarta-feira.

Já o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, anunciou na segunda-feira novo confinamento de cinco semanas até 19 de janeiro. As creches e as escolas da Holanda, bem como todas as atividades consideradas não essenciais, vão encerrar para se tentarem conter as infeções pelo novo coronavírus.

À exceção de supermercados, mercearias e farmácias, todos os estabelecimentos vão encerrar a partir de terça-feira, incluindo museus, cinemas, salas de espetáculos e jardins zoológicos.

Os encontros, mesmo em casa, não podem incluir mais de duas pessoas fora do agregado. Apenas há uma exceção no Natal, em que cada casa pode receber três adultos.

Apesar das medidas mais restritas, há quem acredite que os facilitismos de Natal podem trazer graves problemas de saúde pública ao Reino Unido. As revistas científicas BMJ e Health Service Journal alertam que permitir que as famílias se encontrem no Natal vai fazer aumentar os casos e que sistema nacional de saúde britânico não vai aguentar.

Em vez de aliviarem as medidas e permitirem que até três agregados familiares se juntem no Natal, como tem sido discutido, os dois editores das revistas sugerem que se adote medidas mais parecidas com o que está a ser feito na Alemanha, Itália ou Holanda. E explicam porquê: apesar das medidas restritivas que estão atualmente em vigor, o número de pessoas internadas está a subir.

Alemanha prepara Natal mais “duro”

Também a Alemanha vai endurecer as medidas de combate à pandemia da Covid-19 durante o período do Natal, uma vez que o número de novos casos de infeção por dia continua a aumentar, anunciou a chanceler alemã, Angela Merkel. A partir de quarta-feira, 16 de dezembro, a esmagadora maioria das lojas vai fechar — e assim será até ao dia 10 de janeiro.

Bares e restaurantes vão manter-se fechados até à mesma data, mas as escolas, que deveriam manter o seu calendário de funcionamento normal, vão encerrar mais cedo e ficar fechadas entre 16 de dezembro e 10 de janeiro.

Eslováquia e o “não milagre” dos testes rápidos

Há pouco mais de um mês, a Eslováquia espantava o mundo quando, em apenas dois dias, testou dois terços da sua população de cerca de 5,5 milhões. A pandemia parecia controlada, a curva baixou, mas os números dos últimos dias estão, de novo, a bater máximos.

Apesar de inicialmente o plano de fazer testes rápidos ter ajudado a diminuir o número de contágios, em dezembro, o vento da pandemia mudou de direção e a curva ameaçou uma subida. A 12 de dezembro, um dia depois de serem anunciadas as primeiras medidas restritivas, a Eslováquia chegava ao seu pico: 3.707 contágios registados em 24 horas, o maior número jamais contado desde o início da pandemia.

Ainda hoje os eslovacos vão conhecer as regras para o Natal. Tudo indica que serão apertadas.

https://zap.aeiou.pt/natal-europa-confinar-governos-366043

 

Planos de recuperação, direitos sociais e vacinação - Eis os 5 objetivos de Portugal na Presidência da UE !

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, estabelece como meta para a presidência portuguesa da União Europeia (UE) cinco objetivos, dois ligados à questão financeira e os outros à vacinação, aos direitos sociais e às relações internacionais.


Chegar a final de junho com o Quadro Financeiro Plurianual (QFP – o orçamento para 2021-2027 da UE), todos os regulamentos aprovados e os programas de recuperação nacional de cada país lançados são, na perspetiva do ministro, os dois primeiros e fundamentais objetivos.

O orçamento da União Europeia, sobre o qual impendia o problema da condicionalidade dos fundos devido à recusa da Hungria e da Polónia em a aceitar, ficou resolvido no último Conselho Europeu, devendo ficar fechado até final do ano com o Parlamento Europeu.

À presidência portuguesa caberá fazer aprovar as regras e gerir o processo de ratificação pelos parlamentos nacionais.

No que diz respeito ao chamado Fundo de Recuperação e Resiliência (“Next Generation EU”), no valor de 750 mil milhões de euros, terá de supervisionar que todos os membros da União entreguem os seus planos de recuperação o mais rapidamente possível, para que sejam negociados com a Comissão Europeia. Portugal entregou o seu a 15 de outubro, o primeiro dia em que era possível fazê-lo.

Depois dessa negociação com a Comissão, cada plano nacional terá de ser aprovado pelo Conselho, sendo que cada Estado pode, se quiser, fazer “uma espécie de apelo” ao Conselho Europeu.

“Nós temos seis meses para isto”, destaca o ministro.

Entre os vários programas do QFP previstos para ser lançados durante os seis meses da presidência, refira-se o programa Erasmus (já marcado para Viana do Castelo), o novo Corpo Europeu de Voluntariado, o Horizonte Europa e o Europa Criativa.

O terceiro objetivo da presidência portuguesa é o desafio da vacinação gratuita universal dos europeus contra a covid-19 e da contribuição da Europa para a vacinação universal em todo o mundo, sobre a qual o ministro se diz com um “otimismo moderado, real”.

Manifestando a “certeza” de que o processo de vacinação se vai iniciar em janeiro, Santos Silva espera chegar ao fim da presidência “e dizer, não que o processo de vacinação esteja completo em todos os Estados, mas que esteja bem avançado”.

Este “será outro evento transformador, haverá um antes e um depois, é um elemento essencial para a recuperação económica e social, nós não [a] asseguramos pondo em perigo as condições de saúde, é o contrário, na medida em que se nós formos eficazes e fortes na resposta à pandemia, nessa medida seremos mais rápidos e mais sólidos na recuperação económica e social”, diz.

O impulso, que o ministro gostaria que fosse “definitivo”, da realização do chamado Pilar Europeu dos Direitos Sociais, e que terá o seu ponto alto na Cimeira Social, em maio, no Porto é, para Santos Silva, o quarto grande objetivo da presidência.

Neste domínio, que compreende o aprofundamento do modelo social europeu, Portugal propõe-se fazer avançar e/ou instituir temas como a nova “garantia para a infância”, a diretiva regulamentar sobre o quadro europeu do salário mínimo, o reforço da garantia jovem, uma nova abordagem política das questões do envelhecimento e, finalmente, a união europeia para a saúde.

O derradeiro desafio português diz respeito à “Europa global”, isto é, às relações internacionais.

Neste capítulo, Augusto Santos Silva não esconde que gostaria de chegar ao fim de junho de 2021 a poder dizer que Portugal contribuiu “para que a abertura da Europa ao mundo […] se faça de forma equilibrada, olhando para os vários polos que constituem hoje a multipolaridade do mundo”, desde os Estados Unidos, China, África, América Latina e Índia, não esquecendo o Reino Unido.

https://zap.aeiou.pt/os-5-objetivos-de-portugal-na-presidencia-da-ue-366034

 

A Honda criou um robô que ajuda as crianças a atravessar a rua !

Os engenheiros da Honda criaram um robô, chamado Ropot, que se prende à alça da mochila e ajuda as crianças a atravessar a rua com segurança.

A fabricante japonesa de automóveis Honda desenvolveu um pequeno robô que ajuda as crianças a atravessar a rua. O Ropot fica preso na alça da mochila, possui um sensor de deteção de veículos e tem a importante missão de aumentar a segurança das crianças no trajeto até à escola.

De acordo com o The Drive, o dispositivo tem o tamanho de uma GoPro e um painel LED com “dois olhos”, um design simpático e apelativo ao público mais jovem. O robô conta ainda com um rastreador GPS para que os pais possam acompanhar o percurso da criança em tempo real através de uma aplicação para smartphone.

O Ropot pode também ser configurado para vibrar sempre que a criança se aproxime de uma passadeira. Com a vibração, o objetivo é fazer com que o utilizador se lembre que tem de olhar para os dois lados antes de atravessar a estrada.

Além disso, o sensor de deteção de veículos avisa a criança sempre que um automóvel se aproxima por trás.

No Japão, é muito comum as crianças a partir dos sete anos irem sozinhas para a escola. A expressão “diabo de sete anos” é associada a esta fase mais perigosa, na qual as crianças estão ainda a aprender a ser independentes e viver no mundo exterior.

Com a segurança dos seus filhos e de outras milhares de crianças em mente, o engenheiro Daisuke Kiryu, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Honda, idealizou este projeto. O Ropot está ainda em fase de desenvolvimento, mas o robô ficará restrito ao mercado japonês.

https://zap.aeiou.pt/honda-robo-criancas-atravessar-rua-365404

 

Carta de sobrevivente do Holocausto entregue ao destinatário 75 anos depois !

Uma carta de um sobrevivente do Holocausto que detalha a vida num campo de concentração nazi foi finalmente entregue ao seu destinatário, 75 anos depois de ter sido escrita.

De acordo com a revista Newsweek, com a data de 7 de maio de 1945, a carta foi escrita por Jules Schelvis para a família e trata-se da primeira evidência de um sobrevivente holandês do campo de concentração de Sobibor, na Polónia.

“Gretha, David, Hella, Chel e Herman foram gaseados, tenho 99% de certeza,  imediatamente após a chegada ao SS Sonderlager Sobibor, perto de Lublin. Vai ser doloroso ler tudo isto, mas tenho de dizer-lhe mesmo assim”, lê-se na carta, traduzida pela revista norte-americana.

“Escrevo tudo isto com muita frieza porque as muitas coisas que vi e experienciei nos últimos tempos tornaram-me mais duro”, lê-se ainda.

Segundo a mesma publicação, Schelvis foi um dos 18 detidos holandeses que viveu neste campo de concentração depois de ter sido destruído pelos alemães em 1943.

O holandês escreveu esta missiva quando estava no hospital Vaihingen, perto de Estugarda, nos últimos dias da II Guerra Mundial, e entregou-a a outro sobrevivente da mesma nacionalidade que iria regressar ao país.

Schelvis escreveu três endereços no envelope, na esperança de que alguém ainda estivesse vivo para receber a carta, porém esta nunca chegou, conta a Newsweek, que acrescenta que esta foi agora descoberta pelo investigador Jos Sinnema.

“Eu caí da cadeira. Parecia uma cápsula do tempo, algo que você abre depois de estar fechado durante muito tempo. Era algo que a família deveria receber. É muito especial mas, ao mesmo tempo, é oneroso, porque fui a primeira pessoa a ler uma coisa que não foi escrita para mim”, explicou o investigador à rede televisiva Nederlandse Omroep Stichting.

75 anos depois de ter sido escrita, Sinnema conseguiu finalmente entregar a carta, no último domingo, a Karel Stroz, um primo de Schelvis, com 90 anos, que ainda vive em Amsterdão.

O familiar disse que é provável que o holandês que tinha a tarefa de lhe entregar esta missiva, Nico Staal, não tenha conseguido encontrá-lo nas semanas caóticas do pós-guerra, pois não era possível enviar cartas pelo correio.

Segundo a mesma revista, cerca de 180 mil prisioneiros predominantemente judeus, 33 mil deles provenientes da Holanda, foram assassinados naquele campo de concentração. “Sobibor foi uma fábrica de assassinatos. Quase todos foram gaseados imediatamente após a sua chegada”, declarou Sinnema ao jornal Het Parool.

Schelvis, que morreu em 2016 aos 95 anos de idade, dedicou a sua vida para garantir que os horrores deste campo de concentração nazi não seriam esquecidos.

https://zap.aeiou.pt/carta-sobrevivente-holocausto-entregue-365680

 

Grandes eleitores do Arizona votaram a partir de um local secreto devido a ameaças de violência !

Todos os 11 grandes eleitores do estado norte-americano do Arizona votaram esta segunda-feira a partir de um lugar cuja localização foi mantida em segredo devido a ameaças de violência contra os membros do Colégio Eleitoral. 


A revelação foi feita esta terça-feira pela secretária de Estado do Arizona, Katie Hobbs, numa entrevista concedida à emissora norte-americana CNN.

“Vimos, ao longo da passada, uma retórica e ameaças cada vez mais crescentes e, por isso, decidimos alterar [o local de voto dos grandes eleitores do Arizona] para a segurança de todos os envolvidos”, explicou a governante.

O Colégio Eleitoral é o grupo de Grandes Eleitores requerido pela Constituição norte-americana para eleger o Presidente e o vice-Presidente, após as eleições que decorrem a cada quatro anos, em função da votação em cada estado, explica a agência Lusa.

Nas eleições de 3 de novembro, o democrata Joe Biden conseguiu os votos suficientes para garantir 306 Grandes Eleitores – bem acima dos 270 necessários para a maioria dos 538 votos no Colégio Eleitoral – contra 232 de Trump.

Contudo, cada Grande Eleitor tem a liberdade de escolher o candidato em que votará na reunião, podendo desrespeitar as indicações manifestadas pelo voto popular.

O Arizona foi um estado importante para a eleição de Joe Biden, tendo o democrata vencido o republicano Donald Trump neste território por mais de 10.000 votos, segundo escreve o jornal norte-americano The Washington Post.

Katie Hobbs falou ainda sobre as alegações de fraude de que esta eleição presidencial tem sido alvo durante a reunião do Colégio Eleitoral do Arizona nesta segunda-feira, que foi transmitida em tempo real através da rede social Facebook.

“Tivemos uma eleição extremamente bem dirigida e observamos uma participação eleitoral historicamente alta (…) Embora exista quem esteja chateado com o facto de o candidato não ter vencido, é é patentemente anti-americano e inaceitável que o evento de hoje seja algo menos do que uma tradição honrada, realizada com orgulho e celebração”.

De acordo com a democrata, as alegações sobre fraude geraram “ameaças de violência” contra a própria, bem como ao seu gabinete, acrescentou, dando conta que teve conhecimento de relatos semelhantes de ameaças e intimidação noutros estados.

“É tempo de virar a página”. Biden apela a Trump que desista, William Barr demite-se

https://zap.aeiou.pt/grandes-eleitores-do-arizona-votaram-partir-um-local-secreto-devido-ameacas-violencia-365925

 

 

Vietname - Escritor condenado a 12 anos de prisão por escrever críticas ao governo !

Um escritor e ativista vietnamita foi condenado esta terça-feira a 12 anos de prisão por ter escrito artigos criticando o governo, que publicou na sua página no Facebook, uma década depois de ter sido foi libertado por um crime semelhante.


Em 2009, o escritor e poeta Tran Duc Thach, de 69 anos – condenado agora sob a acusação de tentativa de derrubar o governo – esteve preso durante três anos por criar “propaganda contra o Estado”, tendo entrado na lista de 10 mil reclusos que receberam amnistia em 2011.

Nos últimos meses, o Governo vietnamita intensificou os esforços para silenciar os críticos e dissidentes. Thach foi detido em abril e o julgamento desta terça-feira durou cerca de cinco horas, noticiou a agência AFP.

“No tribunal, Thach admitiu o seu crime”, relatou a media estatal. O ativista foi acusado de escrever e publicar vários artigos “distorcendo eventos económicos, socio-políticos, enegrecendo e humilhando líderes do partido e do Estado” na sua página do Facebook, entre maio de 2019 a março de 2020, informou.

A poesia de Thach se concentra na vida sem liberdade e justiça e os seus romances cobrem abusos dos Direitos Humanos e o sistema jurídico do país. No seu livro de memórias, “A Haunting Collective Grave”, conta a história do assassinato em massa de civis por soldados do exército em Dong Nai, em abril de 1975, que o próprio testemunhou.

O vice-diretor da Human Rights Watch na Ásia, Phil Robertson, criticou a detenção. “Quando o Vietname vai perceber que cidadãos como Tran Duc Thach devem ser homenageados pelo seu compromisso com a reforma e os direitos, e não perseguidos por apontar as deficiências do governo e da sociedade?”, disse em comunicado. A organização informou que o escritor terá sido detido pelo menos 10 vezes desde 1978.

No início deste mês, a Amnistia Internacional acusou o Facebook de ajudar a censurar a dissidência pacífica e a expressão política no país. A rede social admitiu que estava a bloquear conteúdo considerado ilegal pelas autoridades, enquanto o seu último relatório sobre transparência revelou um aumento de quase 1000% no conteúdo censurado por ordem do governo, em comparação com os seis meses anteriores.

https://zap.aeiou.pt/escritor-do-vietna-preso-12-anos-causa-artigos-criticos-ao-governo-365969

Maria, José, Darth Vader e um astronauta - Este ano, o presépio do Vaticano não agradou a todos !

A Praça de São Pedro, no Vaticano, hospedou alguns presépios pouco ortodoxos ao longo dos anos. O de 2020, que inclui um astronauta e uma personagem muito parecida com o Darth Vader de Star Wars, está entre os mais polémicos.

Na sexta-feira, dia 11 de dezembro, o Papa Francisco inaugurou o presépio do Vaticano, um dos mais “fora da caixa” já apresentados. Este ano, vê-se na Praça de São Pedro uma série de figuras de cerâmica em tamanho real que mereceram a desaprovação de muitos dos que por lá passaram.

De acordo com o Vaticano News, as esculturas fazem parte de uma coleção feita por alunos e docentes de uma escola de arte em Castelli, uma cidade na região de Abruzzo, em Itália.

O Catholic Herald publicou um artigo no qual descreve o presépio como “comicamente horrível”. Intitulado The Vatican’s Embarrassing SciFi Creche, o artigo acrescenta ainda que algumas “pessoas o classificaram de demoníaco, pagão e idólatra“.

“O presépio é constrangedor. Não é a representação do nascimento do nosso Senhor que os fiéis católicos querem e o mundo precisa de ver. Disse muitas vezes que os católicos deveriam ser mais cuidadosos ao arejar a roupa suja diante do mundo, ou a permitir que os nossos debates internos sobre teologia e práxis se tornem pedras de tropeço para os de fora da Igreja. Não quero dar escândalo com esta peça. Quero admitir o óbvio”, lê-se.

No Twitter, Tim Stanley, historiador e editor do Catholic Herald, classificou o presépio de “absolutamente aterrorizante”.

Já a historiadora de arte Elizabeth Lev disse que a cena causou “uma explosão universal de chacota”, numa entrevista à America Magazine. “A Igreja Católica tem uma incrível tradição de beleza e, no entanto, depois de um ano de dificuldades, colocamos algo que faz as pessoas gozarem com Jesus“, acrescentou.

“Então, o presépio do Vaticano foi revelado… Acontece que 2020 pode piorar…“, escreveu Lev, também no Twitter.

Ainda assim, nem todas as reações foram negativas.

Segundo a CNN, Tommy Tighe, autor de The Catholic Hipster Handbook, elogiou o presépio. Mais efusivo foi Lino Rulli, apresentador do The Catholic Guy Show, que escreveu: “Não sei o que amo mais: o astronauta ou o sujeito de Star Wars“.

O presépio do Vaticano vai permanecer em exibição na Praça de São Pedro até à Festa do Batismo do Senhor, que acontece no dia 10 de janeiro de 2021.

https://zap.aeiou.pt/maria-jose-darth-astronauta-presepio-365963

Estalou a polémica na Alemanha - Manifestante anti-confinamento compara-se a heroína anti-nazi !

Um vídeo de um protesto anti-confinamento na Alemanha tornou-se viral depois de uma manifestante se ter comparado à resistente anti-nazi Sophie Scholl.


Sophie Scholl era uma estudante de 21 anos que foi executada em 1943 por imprimir e divulgar panfletos antifascistas. A jovem fazia parte de um círculo de resistência chamado Rosa Branca.

Uma manifestante anti-confinamento, que se apresenta no vídeo como Jana de Kassel, disse: “Eu sinto-me como Sophie Scholl porque tenho sido ativa na resistência por meses, faço discursos, vou a protestos, distribuo folhetos…”

Durante o seu discurso, Jana é interrompida por um dos comissários do evento que se recusa a “fazer mais segurança para estes disparates”. Depois, a jovem atira o microfone ao chão e sai do palco.

O ministro das Relações Exteriores alemão Heiko Maas acusou o manifestante de “amnésia histórica inaceitável” e de minimizar o Holocausto. “Nada liga os protestos do coronavírus aos membros da resistência. Nada!”, escreveu o ministro no Twitter.

A relação complicada da Alemanha com o seu passado

Manifestações anti-confinamento têm acontecido em toda a Alemanha desde junho, chegando ao auge em agosto, quando manifestantes terão tentado invadir o Parlamento, em Berlim.

Os protestos fazem parte de um movimento chamado Querdenker (pensadores laterais), que une diferentes grupos políticos, canalizando a indignação com o que é visto como uma violação das liberdades civis. Embora também associado às teorias da conspiração covid-19, apresenta-se como um movimento que luta pela defesa da liberdade.

No centro das preocupações sobre uma emergente “ditadura corona” está a nova Lei de Proteção contra Infecções aprovada pelo parlamento alemão, que permite impor medidas anti-coronavírus, mesmo que isso signifique restringir liberdades constitucionais. Alguns compararam-na ao Ato de Habilitação de 1933, que deu a Adolf Hitler, como chanceler, o poder de promulgar leis sem a aprovação do Parlamento.

A manifestanta parece ver-se como uma jovem mulher que luta pela liberdade contra o que é visto como o governo a impor restrições inconstitucionais às liberdades dos cidadãos.

Outros vêem os comentários como uma apropriação da notável bravura e sofrimento de outra pessoa, que lhes falta subtileza ou nuance, criando um paralelo histórico redutor entre uma jovem que foi guilhotinada por falar contra o estado nazi e uma jovem a exercer o seu direito de liberdade de expressão publica e livremente numa democracia.

Comparações históricas: inspiração ou banalização?

Na Alemanha, Sophie Sholl é um nome familiar e, ao lado de Anne Frank, tornou-se um ícone cultural – a personificação da resiliência e da esperança perante as atrocidades nazis.

A cultura da memória alemã do pós-guerra foi dominada por debates sobre como lembrar o passado, sobre o que é aceitável ou tabu. Mais de 75 anos desde o fim da II Guerra Mundial, esses debates continuam politicamente carregados.

Os comentários de Maas sugerem que há algo intocável em figuras como Scholl e Frank. Implica um consenso de que existem indivíduos com os quais nunca é social, política ou mesmo moralmente aceitável comparar-se. O furor em torno de Jana de Kassel pode ser o início desse debate – e não necessariamente o fim dele.

Para fazer justiça a Scholl e figuras como ela, é necessário usar essa experiência como base para o diálogo e um envolvimento mais sério com vozes do passado.

https://zap.aeiou.pt/estalou-a-polemica-na-alemanha-manifestante-anticonfinamento-365673

 

Relações entre pessoas do mesmo sexo continuam a ser crime em 69 países !

Apesar do progresso nos direitos da comunidade LGBT, dezenas de países ainda criminalizam as relações entre pessoas do mesmo sexo. Em seis desses, a homossexualidade é punível com a morte, segundo um relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais (ILGA).


No novo relatório, divulgado esta terça-feira, a ILGA encontrou um “progresso considerável” ao nível da proteção legal para pessoas LGBTI. Mesmo durante a pandemia “ocorreram desenvolvimentos positivos”, disse a organização, citada esta terça-feira pela agência AFP.

No entanto, 69 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) continuam a criminalizar as relações sexuais entre pessoas do mesmo género. A ILGA verificou que 34 desses países aplicaram ativamente essa lei nos últimos cinco anos. O relatório alertou, contudo, que o número real de países onde isso acontece pode ser “muito maior”.

“Onde quer que existam tais disposições legais, as pessoas podem ser denunciadas e presas a qualquer momento”, disse o coordenador da pesquisa e um o autor principal do relatório, Lucas Ramon Mendos. Os indivíduos “condenados à prisão, açoitamento público ou até a morte”, sublinhou.

Em seis estados membros da ONU – Brunei, Irão, Mauritânia, Arábia Saudita, Iémen e 12 estados do norte da Nigéria -, a pena de morte é a punição estabelecida para as relações homossexuais. Segundo o relatório, esta medida pode ainda ser aplicada no Afeganistão, no Paquistão, no Qatar, na Somália e nos Emirados Árabes Unidos.

O mesmo relatório mostrou que outros 42 países ergueram barreiras legais quanto à liberdade de expressão, às questões de orientação sexual e à identidade de género, enquanto 51 têm leis específicas para a criação de Organizações Não-Governamentais (ONG’s) que trabalham com questões LGBTI.

Para a diretora de Programas da ILGA, Julia Ehrt, alguns governos aproveitaram a crise do coronavírus para intensificar os esforços para “oprimir, perseguir e discriminar violentamente” a comunidade, apontando a proliferação das “zonas livres de LGBT” em países como a Polónia e a Indonésia, assim como apoio para “terapias de conversão”.

Em julho, o Sudão revogou a pena de morte para atos sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo. A Alemanha passou a integrar o grupo de quatro Estados-membros da ONU que proíbem as terapias de conversão a nível nacional. Já a Costa Rica se juntou ao número crescente de países que introduziram a igualdade no casamento.

O relatório mostrou ainda que, a partir deste mês, atos sexuais entre pessoas do mesmo sexo passam a ser legais em 124 países – 64% dos Estados-membros da ONU. Enquanto isso, 81 países têm leis que protegem contra a discriminação no local de trabalho com base na orientação sexual, informou a ILGA.

https://zap.aeiou.pt/relacoes-mesmo-sexo-crime-69-paises-365946

 

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