quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Bolsonaro diz que Brasil está “quebrado” por culpa da pandemia e dos “media” !

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse esta terça-feira a um grupo de apoiantes que o país está quebrado, alegando que não pode fazer nada e culpou os media pelos problemas económicos causados pela pandemia de covid-19.


“O Brasil está quebrado chefe, eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus, potencializado por essa media que nós temos. Essa media sem caráter que nós temos”, disse Bolsonaro, junto ao Palácio da Alvorada, a sua residência oficial em Brasília.

“É um trabalho incessante de tentar desgastar para tirar a gente daqui e atender interesses escusos dos media, acrescentou.

As declarações do chefe de Estado brasileiro contrariam posicionamentos do ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem dito reiteradamente que o país sul-americano experimenta uma recuperação forte dos efeitos causados pela covid-19 nas atividades produtivas do país e que poderá crescer mais do que o esperado em 2021.

Segundo o Banco Central brasileiro, a economia do país deve crescer 3,8% em 2021 numa previsão que ainda considera a “incerteza acima da usual” provocada pelo novo coronavírus.

Já as ofensas contra os media são realizadas de forma recorrente pelo Presidente brasileiro, que culpa jornalistas e comunicação social de semearem o pânico na população durante a pandemia, alegando que as informações sobre a perigosidade da doença e a sua proliferação prejudicam o desempenho da economia do país.

Na segunda-feira, Bolsonaro chegou a fazer uma piada citando o uso da máscara de proteção contra a covid-19, dizendo que usou uma máscara de mergulho no mar para evitar que peixinhos pegassem covid-19 em resposta a críticas que sofreu dos media locais por não usar máscara e provocar aglomerações no litoral de São Paulo, onde passou alguns dias descansando no final de 2020.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (196.561, em mais de 7,7 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-brasil-quebrado-culpa-media-370614

 

China trava entrada dos especialistas que vão estudar origens do vírus !

A China travou a entrada da equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que está a investigar as origens da pandemia do novo coronavírus, alegando que os seus vistos ainda não tinham sido aprovados, embora alguns integrantes do grupo já estivessem a caminho.


O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse “estar desiludido” com as autoridades chinesas, por não terem ainda permitido a entrada na China de uma equipa de especialistas que vai examinar as origens da covid-19.

Numa rara crítica a Pequim, o responsável da OMS disse que os membros de uma equipa internacional de cientistas encarregada de rastrear a origem do coronavírus deixaram os respetivos países, nas últimas 24 horas, como parte de um acordo com o Governo chinês.

“Hoje soubemos que as autoridades chinesas ainda não finalizaram as permissões necessárias para a chegada da equipa à China”, disse Tedros, durante uma conferência de imprensa, em Genebra. “Estou muito desapontado com esta notícia, visto que dois membros já começaram a viagem e outros não puderam partir no último minuto”.

Tedros garantiu que “deixou claro” que a missão é uma prioridade para a agência de saúde da ONU e que tem a “certeza de que a China está a acelerar os procedimentos internos” para que os trabalhos de investigação arranquem. “Estamos ansiosos para iniciar esta missão o mais rápido possível”, disse.

A China negou esta quarta-feira ter impedido a entrada no país da equipa de especialistas que vai examinar as origens da covid-19 e garantiu que as discussões com a Organização Mundial da Saúde (OMS) prosseguem.

“A China está em contacto com a OMS para que especialistas possam visitar o país. A China está a trabalhar muito nas ambiciosas tarefas de prevenção, mas ainda enfrenta dificuldades para acelerar os preparativos, algo que a OMS sabe perfeitamente bem”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying.

Hua afirmou que “primeiro é preciso concluir os procedimentos necessários e tomar as medidas pertinentes”. “Ainda estamos a negociar com a OMS sobre isso”, apontou. “Nunca houve qualquer problema de cooperação entre a China e a OMS. As duas partes estão em contacto para marcar uma data e preparar a visita”.

Espera-se que os especialistas visitem a cidade de Wuhan, onde foram detetados os primeiros casos de covid-19 em dezembro de 2019. O chefe de emergências da Organização Mundial de Saúde, Michael Ryan, disse que a investigação devia ter arrancado na terça-feira, mas que as aprovações necessárias não foram ainda concedidas, incluindo a emissão de vistos.

A imprensa estatal e as autoridades chinesas têm difundido informações que apontam para uma origem externa do vírus, possivelmente através da importação de alimentos congelados, o que é rejeitado pela OMS. Itália, Estados Unidos e Índia foram já apontados como locais de origem da doença.

Por outro lado, de acordo com o jornal britânico The Guardian, a expedição à China não pretende investigar as alegações de que o vírus se originou num laboratório chinês, que foram rejeitadas pela maioria dos cientistas.

A missão foi criticada pelos Estados Unidos, onde o Presidente cessante, Donald Trump, culpou categoricamente os chineses pela pandemia. Garrett Grigsby, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, disse em novembro que a investigação parecia “inconsistente” com o mandato da OMS. “Compreender as origens da covid-19 através de uma investigação transparente e inclusiva é o que deve ser feito para cumprir o mandato.”

Ilona Kickbusch, diretora fundadora e presidente do Centro de Saúde Global em Genebra, disse que a geopolítica atrapalhou a união de países para derrotar a pandemia e as hostilidades que foram geradas podem atrapalhar a descoberta de como começou. “Acho que será incrivelmente difícil encontrar a origem do vírus, porque muito tempo se passou”, disse Kickbusch.

https://zap.aeiou.pt/china-bloqueia-entrada-da-equipa-da-oms-vai-estudar-origens-do-virus-370616

 

Raphael Warnock vence na Geórgia - Democratas a um passo de virar o Senado !

O democrata Raphael Warnock venceu as eleições especiais para o Senado dos Estados Unidos na Geórgia, ao bater a senadora republicana Kelly Loeffler, tornando-se no primeiro senador negro na história do estado conservador.


Warnock, cuja vitória foi anunciada pelas cadeias de televisão norte-americanas CNN, CBS e NBC, é pastor na mesma igreja em que Martin Luther King pregou até ser assassinado em 1968, em Atlanta, durante o movimento pelos direitos cívicos dos afro-americanos.

“Esta noite, demonstrámos que, com esperança, trabalho duro e pessoas do nosso lado, tudo é possível“, disse Warnock aos apoiantes, num discurso virtual.

O outro democrata ainda em disputa por um lugar no senado, Jon Ossoff, também estava à frente na contagem face ao senador republicano cessante, David Perdue, quando estavam contados 95% dos votos, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).

Ossoff, com 33 anos, poderá tornar-se o mais jovem senador democrata desde Biden, eleito naquele estado em 1973.

A confirmar-se a eleição dos dois democratas, o partido de Joe Biden reforçará a vitória, podendo obter o controlo daquela câmara, no que seria um novo revés para o Presidente em exercício, Donald Trump, que continua sem admitir a derrota nas eleições de 3 de novembro.

Com uma dupla vitória na Geórgia, os democratas obteriam 50 lugares no Senado, tal como os Republicanos.

Mas, tal como previsto na Constituição, a futura vice-presidente Kamala Harris teria o poder de “desempatar”, fazendo pender o equilíbrio da balança para os democratas.

Galvanizados pela vitória de Joe Biden naquele estado conservador do sul, a primeira desde 1992, os democratas conseguiram mobilizar os eleitores, particularmente os afro-americanos, a chave para qualquer vitória dos democratas. Mais de três milhões de eleitores puderam votar antecipadamente, representando cerca de 40% dos recenseados na Geórgia, um número recorde em eleições para o Senado neste estado.

Para o analista do site independente Cook Political Report Dave Wasserman, esta noite de eleições fez recordar as eleições intercalares. “Foi o que vimos em 2018: muitos eleitores de Trump simplesmente não se mobilizam quando Trump não está no boletim de voto”, escreveu na rede social Twitter.

Também o antigo diretor de campanha de Biden, Rufus Gifford, escreveu no Twitter: “Nunca pensei que íamos ganhar estas eleições na Geórgia”. “Muito obrigado, Donald Trump”, ironizou.

Trump pressiona Mike Pence

O Presidente cessante Donald Trump está a pressionar Mike Pence a não certificar a contagem de votos do Colégio Eleitoral, marcada para esta quarta-feira e que decretará oficialmente Joe Biden e Kamala Harris como os novos presidente e vice-presidente dos Estados Unidos, respetivamente.

No Twitter, esta terça-feira, Trump defendeu mesmo que Pence pode rejeitar aquilo a que chama de “delegados fraudulentos”.

Trump acredita que Pence tem poder para atrasar a certificação dos resultados eleitorais e levar a questão da vitória à Câmara dos Representantes – ou até ao Supremo Tribunal.

No entanto, fonte próxima do vice-presidente disse, em declarações à CNN, que Pence vai “seguir a lei e a Constituição”, cumprindo aquilo que é expectável.

Na segunda-feira, Trump prometeu uma “luta dos diabos” para se manter no cargo, pedindo ao Congresso que não ratifique a votação do Colégio Eleitoral, que confirmou a vitória de Joe Biden.

No domingo, uma gravação divulgada pelo jornal Washington Post mostrou que Trump pressionou a máxima autoridade eleitoral da Geórgia para manipular os resultados das eleições de novembro.

Na gravação, Trump pede ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a máxima autoridade eleitoral do estado, que “procure votos onde seja necessário para anular a vitória de Biden”.

A revelação do Washington Post, já conhecida nas redes sociais como #Georgiagate, numa referência ao caso Watergate, está a provocar um terramoto político na capital norte-americana.

https://zap.aeiou.pt/democrata-raphael-warnock-vence-georgia-370608

 

Maior produção e mais sustentável - Quintas verticais geridas por robôs podem ser o futuro da agricultura !

Com a crescente população mundial, a responsabilidade de a alimentar está a ficar cada vez mais difícil. Os especialistas acreditam que a agricultura vertical é o futuro.

A Plenty, uma startup em San Francisco cofundada por Nate Storey, está a reinventar e a revolucionar a agricultura. As quintas verticais são internas e podem ser colocadas em qualquer lugar, o que as torna cruciais numa época em que as terras cultiváveis estão em declínio.

De acordo com o Interesting Engineering, a empresa permite que os produtos sejam cultivados durante todo o ano graças ao trabalho de robôs e inteligência artificial (IA), melhorando continuamente a qualidade do crescimento dos produtos agrícolas e usando 95% menos água e 99% menos terra.

“A realidade é que existem cinco lugares no mundo onde se pode cultivar frutas e vegetais frescos de forma realmente económica e toda essa terra é usada neste ponto. A agricultura vertical existe porque queremos aumentar a capacidade mundial de frutas e vegetais frescos e sabemos que é necessário”, explicou Storey, em entrevista à revista Forbes.

“Imagine uma quinta de 1.500 acres [607 hectares]. Agora, imagine isso a caber dentro da sua mercearia favorita, crescendo até 350 vezes mais. Isso é eficiente”, lê-se no site da Plenty.

As quintas internas climatizadas de Plenty são filas de plantas situadas lado a lado, crescendo verticalmente e penduradas no teto. Existem robôs para movê-las e a empresa usa IA para gerir a água, a temperatura e a luz.

Com luzes LED que imitam o Sol situadas acima delas, o ambiente das plantas é continuamente otimizado para garantir que tenham as melhores colheitas possíveis.

A água utilizada é reciclada e a água evaporada é captada para reaproveitamento. Além disso, a principal quinta em San Francisco também está a usar energia 100% renovável.

De acordo com o site da empresa, a tecnologia “liberta‌ ‌agricultura‌ ‌deas‌ ‌restrições‌ das condições meteorológicas, estações, ‌tempo, ‌distância, ‌pestes, ‌desastres naturais e clima” e produz plantas‌ livres de organismos geneticamente modificados em escala com‌ “sabor extraordinário‌”.

A quinta é tão bem-sucedida que produz 400 vezes mais alimentos por acre – cerca de mil vezes mais alimentos por hectare – do que uma quinta plana.

https://zap.aeiou.pt/quintas-verticais-geridas-por-robos-podem-ser-o-futuro-da-agricultura-370093

 

Trump já decidiu - Wall Street vai expulsar três grandes empresas de telecomunicações chinesas !

A guerra entre Washington e Pequim está a intensificar-se em Wall Street.
A Bolsa de Valores de Nova Iorque vai encerrar as negociações de ações de três das maiores empresas estatais de telecomunicações da China este mês.


O relatório afirma que a medida é necessária para cumprir uma ordem que o presidente Donald Trump assinou no ano passado que proíbe os americanos de investirem em empresas que o governo dos EUA suspeita pertencerem ou serem controladas pelos militares chineses.

Segundo a CNN, a China Mobile (CHL), a China Telecom (CHA) e a China Unicom (CHU) serão todas suspensas até 11 de janeiro, altura em que o pedido entra em vigor.

Por sua vez, o Ministério do Comércio da China disse num comunicado que Pequim deverá tomar as “medidas necessárias” para salvaguardar os interesses das empresas chinesas.

As três empresas de telecomunicações negoceiam em Nova Iorque há muitos anos. A China Mobile, a maior empresa de telecomunicações do país, está listada na Bolsa de Valores de Nova Iorque desde 1997, sendo que as rivais China Telecom e China Unicom negoceiam desde o início dos anos 2000.

As empresas disseram que ainda não sabem quando serão retiradas da bolsa, mas acrescentaram que estão a considerar aplicar medidas para proteger os seus direitos.

Embora as empresas de comunicação tenham ações em Nova Iorque, os seus principais negócios concentram-se na China. A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China – o principal regulador de valores mobiliários do país – disse no domingo que o impacto direto desta decisão seria “bastante limitado no crescimento das empresas e no desempenho geral do mercado”.

“Apoiamos as três empresas para salvaguardar os seus direitos legítimos de acordo com a lei, e acreditamos que são capazes de lidar adequadamente com qualquer impacto negativo causado pela ordem executiva e possível encerramento de capital”, disse o regulador num comunicado.

O Pentágono identificou até agora 35 empresas que afirma ter ligações com militares chineses, incluindo a fabricante de chips Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC) e a empresa de tecnologia Huawei. A primeira é comercializada em Hong Kong e Xangai, enquanto a Huawei é uma empresa privada.

A SMIC negou ter relações com os militares chineses e a Huawei também negou várias vezes as alegações dos EUA de que representa um risco para a segurança nacional. O próprio Ministério da Defesa da China disse no ano passado que a empresa de tecnologia não tem “histórico militar”.

A nova ordem de Trump proíbe os investidores americanos de possuir ou negociar quaisquer valores mobiliários que se originem ou estejam expostos a essas empresas. Os investidores terão até novembro de 2021 para desinvestir nas empresas.

A administração de Trump está a aumentar a pressão sobre as empresas chinesas semanas antes de o presidente eleito Joe Biden assumir o cargo na Casa Branca.

https://zap.aeiou.pt/wall-street-expulsar-chinesas-370222

 

Coreia do Norte nunca relatou casos de covid-19, mas, agora, solicitou a vacina !

A Coreia do Norte, que não relatou um único caso de coronavírus, solicitou a vacina contra a covid-19 à GAVI – Vaccine Alliance, organização que está a ajudar os países em desenvolvimento a aumentar o seu acesso à imunização.


Contudo, segundo avançou esta terça-feira o Wall Street Journal, a Gavi não se manifestou sobre o assunto. Em dezembro, a aliança – com base na Suíça – anunciou que acederia a quase dois mil milhões de doses da vacina contra o coronavírus, para 190 nações – 98 países desenvolvidos e 92 em fase de desenvolvimento.

Espera-se que a aliança forneça 1,3 mil milhões de doses, distribuídas em 2021 nas 92 economias de baixa e média receita.

A aliança, da qual a Coreia do Norte faz parte, assinou dois acordos: um com a AstraZeneca, para ter acesso a 170 milhões de doses, e outro com a Johnson & Johnson, para mais 500 milhões de doses. Sujeita às aprovações, as primeiras entregas estão previstas para começar no primeiro trimestre de 2021.

Enquanto isso, o regime do líder Kim Jong Un negou que o país tenha casos de coronavírus, apesar de testar milhares de suspeitos. No início de março, o South China Morning Post relatou que cerca de 200 soldados norte-coreanos morreram de coronavírus e outros milhares estavam em quarentena.

O país fechou as suas fronteiras e proibiu viagens internacionais no final de janeiro de 2020. As medidas para conter a disseminação do vírus incluíram a execução de um oficial, por violar as regras de quarentena aplicadas.

https://zap.aeiou.pt/coreia-norte-casos-covid-vacina-370424

 

Irão produz urânio enriquecido a 20% em instalação nuclear subterrânea e viola acordo nuclear !

Esta segunda-feira, o Irão informou ter dado início ao processo de produção de urânio enriquecido a 20% na central nuclear subterrânea de Fordo, bem acima do limite estabelecido pelo acordo internacional de 2015.


Segundo a Associated Press, a televisão estatal iraniana citou o porta-voz Ali Rabiei dizendo que o Presidente Hassan Rouhani deu a ordem para a mudança nas instalações de Fordo. “O processo de produção de urânio enriquecido a 20% começou no complexo de Shahid Alimohammadi (Fordo)”, localizado 180 quilómetros a sul de Teerão, disse.

Numa carta datada de 31 de dezembro, o Irão tinha informado a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) do seu desejo de produzir urânio enriquecido a 20%.

De acordo com o último relatório disponível da agência da ONU, publicado em novembro, Teerão enriqueceu urânio com um grau de pureza superior ao limite previsto no acordo de 2015 (3,67%), mas não havia ultrapassado o limite de 4,5%, e ainda cumpria o regime de fiscalização muito rigoroso da Agência.

Entretanto, todo este processo tem sofrido muita turbulência desde o assassínio, no final de novembro, do físico nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh.

Na sequência deste ataque atribuído pelo Irão a Israel, o parlamento iraniano aprovou uma lei polémica que pede a produção e armazenamento de “pelo menos 120 quilos por ano de urânio enriquecido a 20%” e o “fim” das inspeções da AIEA, que tem como objetivo verificar se o país pretende adquirir a bomba atómica.

O Governo iraniano opôs-se a esta iniciativa, que foi denunciada pelos demais signatários do acordo de 2015 e que em dezembro haviam apelado a Teerão para não “comprometer o futuro”.

A partir de maio de 2019, o Irão já tinha começado a libertar-se dos principais compromissos assumidos no acordo de Viena de limitar o seu programa nuclear em troca do levantamento das sanções internacionais contra o país.

Esse desvincular dos compromissos começou um ano após a retirada unilateral dos Estados Unidos, seguida pela reintrodução de pesadas sanções norte-americanas que privaram o Irão das esperadas consequências do acordo

https://zap.aeiou.pt/irao-produz-uranio-enriquecido-a-20-370355

 

CIA renova site para diversificar recrutamento de espiões !

A agência do serviço de informações dos Estados Unidos da América (CIA) lançou uma nova versão do seu portal na internet, pretendendo diversificar os quadros da agência sediada no estado da Virgínia.

“Percorremos um longo caminho desde que me candidatei, simplesmente através de uma carta que dizia ‘CIA, Washington, D.C.'”, afirmou a diretora da agência, Gina Haspel, na agência desde 1985.

Citada pela Associated Press, Haspel afirmou que espera que o novo portal estimule o interesse dos norte-americanos e lhes dê a ideia de um “ambiente dinâmico que os aguarda”.

Haspel, a primeira mulher diretora da CIA, cargo que ocupa desde maio de 2018, tornou o recrutamento como uma prioridade da agência, que desde então realizou campanhas em serviços de streaming e reforçou a sua presença nas redes sociais.

Além de Haspel, os cinco ramos da agência são liderados por mulheres, incluindo os de ciência e tecnologia, operações e inovação digital.

Durante o ano passado, a CIA nomeou Ilka Rodriguez-Dias como a primeira responsável para as relações hispânicas.

“A CIA nunca tinha estado no meu radar”, escreveu num texto publicado pelo jornal Miami Herald depois de alcançar o cargo.

“Não achava que encaixasse no perfil. No fim de contas, todos os espiões que tinha visto na televisão eram homens anglo-saxónicos da Ivy League [das principais universidades privadas norte-americanas], não latinas de Nova Jérsia”, disse então Rodriguez-Diaz, que está há mais de trinta anos na agência.

De acordo com um relatório realizado pelo gabinete do Diretor dos Serviços Nacionais de Informações, com dados de 2019, 61% dos quadros das mais de 12 agências de espionagem norte-americanas eram homens, enquanto 39% eram mulheres.

Negros ou afro-americanos (12%), hispânicos (7%) e asiáticos (4%) representavam as minorias mais presentes nestas agências.

“Mesmo com todos os desafios colocados por 2020, foi um ano de destaque para o recrutamento da CIA. Os próximos caloiros são o terceiro maior número em dez anos e representam a mais diversa reserva de talentos, incluindo pessoas com deficiências, desde 2010″, afirmou a porta-voz da CIA, Nicole de Haay, citada pela AP.

Um relatório apresentado pelo órgão responsável pela Auditoria, Avaliações e Investigações do Congresso dos Estados Unidos em dezembro apontou que a comunidade dos serviços de informações deve tomar passos para aumentar a diversidade.

O documento apontou que “nos últimos anos, a comunidade demonstrou o seu compromisso com a diversidade ao tomar passos para aumentar a proporção de mulheres, minorias éticas ou raciais e de pessoas com deficiências” nos seus quadros, mas que “ainda que algum progresso tenha sido feito”, a representação “continua abaixo dos critérios comparáveis”.

https://zap.aeiou.pt/cia-diversificar-recrutamento-espioes-370367

 

Trabalhadores da Google criam primeiro sindicato !

Um grupo de engenheiros e outros trabalhadores da Google anunciaram que formaram um sindicato, criando uma base de apoio rara para o movimento laboral na indústria tecnológica.


Cerca de 225 empregados da Google e da empresa-mãe, a Alphabet, são os primeiros membros pagantes do Sindicato dos Trabalhadores da Alphabet, que representa uma fração da mão-de-obra da gigante tecnológica, muito aquém do limiar necessário para obter o reconhecimento formal como um grupo de negociação coletiva nos Estados Unidos.

O novo sindicato, que será afiliado do maior sindicato de Trabalhadores de Comunicação da América, diz que servirá como uma “estrutura que assegura que os trabalhadores da Google possam promover ativamente mudanças reais na empresa”.

Os seus membros afirmam ter como objetivo querem ter mais voz não só sobre salários, benefícios e proteções contra a discriminação e o assédio, mas também sobre questões éticas mais amplas, a propósito da forma como a Google continua com os seus negócios.

A campanha de sindicalização é o mais recente sinal dos empregados de que não acreditam que a empresa esteja a viver de acordo com os ideais professados, expressos no seu slogan original: “Não sejas mau”.

A Google informou hoje que tentou criar um local de trabalho de apoio e gratificante, mas sugeriu que não negociará diretamente com o sindicato.

“Claro que os nossos empregados têm direitos laborais protegidos, que nós apoiamos”, disse numa declaração a diretora de recursos humanos da empresa, Kara Silverstein.

As campanhas de sindicalização não têm sido capazes de conseguir muita adesão entre os trabalhadores da tecnologia de elite, que recebem salários elevados e outras regalias, mas o ativismo no local de trabalho, na Google e em outras grandes empresas de tecnologia, tem aumentado.

Muitos empregados começaram a observar o poder do seu ativismo no local de trabalho em 2018 quando um protesto interno levou a Google a abandonar o seu trabalho, fornecendo ao Pentágono serviços de inteligência artificial para zonas de conflito. Mais tarde, em 2018, milhares de funcionários da Google protestaram contra a forma como a empresa lidou com as alegações de má conduta sexual contra os executivos.

“Queremos ter um contraforte para proteger os trabalhadores que se manifestam“, frisou o engenheiro de software da Google Chewy Shaw, eleito para o novo conselho executivo do sindicato.

Quando uma agência federal do trabalho apresentou uma queixa, acusando a empresa de espiar os empregados e de ter despedido alguns deles, em 2019, na sequência de movimentações para organizar um sindicato, a Google negou as alegações do caso, com audiência agendada para abril.

O Conselho Nacional de Relações Laborais habitualmente reconhece as petições para formar novos sindicatos quando é manifestado o interesse de pelo menos 30% dos trabalhadores de um determinado local ou setor profissional. A Alphabet emprega cerca de 130 mil pessoas.

A diretora de comunicação do sindicato dos Trabalhadores de Comunicação da América, Betth Allen, adianta que o Sindicato dos Trabalhadores da Alphabet não está, para já, a planear o reconhecimento oficial como um grupo de negociação coletiva.

Em vez disso, explica, funcionará de forma semelhante aos sindicatos do setor público em estados que não permitem que os funcionários públicos negoceiem coletivamente.

https://zap.aeiou.pt/trabalhadores-google-sindicato-370361

 

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Trump promete “luta dos diabos” para se manter na Presidência !

O Presidente dos Estados Unidos prometeu, esta segunda-feira, uma “luta dos diabos” para se manter no cargo, pedindo ao Congresso que não ratifique a votação do Colégio Eleitoral, que confirmou a vitória de Joe Biden.


As declarações foram feitas durante um comício na Geórgia para apoiar os candidatos republicanos ao Senado nas eleições desta terça-feira, que vão determinar quem controlará a câmara alta do Congresso.

Durante o comício, Donald Trump dedicou a maior parte do discurso a queixar-se novamente do resultado das eleições Presidenciais, que insiste ter ganho “por muito”.

Horas antes, em Washington, tinha pressionado os legisladores republicanos a oporem-se formalmente à ratificação da vitória do democrata Joe Biden no Colégio Eleitoral, numa sessão conjunta do Congresso, agendada para quarta-feira.

A sessão, presidida pelo vice-Presidente, Mike Pence, poderá arrastar-se pela noite dentro, apesar de ser esperado que o Congresso valide a votação do Colégio Eleitoral.

“Espero que o nosso grande vice-Presidente seja bem sucedido. Ele é um grande homem. Claro que, se não conseguir, não vou gostar tanto dele“, disse Trump, na Geórgia.

Os esforços para apoiar Trump no Congresso são liderados pelo senador Josh Hawley, do Missouri, e o lusodescendente Ted Cruz, do Texas, ambos potenciais candidatos à Presidência em 2024, competindo pelo apoio dos eleitores do Presidente cessante.

A última esperança de Trump é a sessão conjunta no Congresso, na quarta-feira, de contagem dos votos eleitorais de Biden e a inerente confirmação dos resultados, o último passo da certificação do ato eleitoral que abre caminho à tomada de posse no próximo dia 20 de janeiro.

Apesar de a estratégia estar votada ao fracasso, Trump conseguiu o apoio de uma dúzia de senadores republicanos e de uma centena de membros da Câmara dos Representantes.

“Acabei de estar ao telefone com Donald Trump. Ele quer que todos vocês liguem aos vossos representantes e senadores hoje, o dia todo”, escreveu no Twitter Marjorie Taylor Greene.

A recém-eleita para um dos lugares na Câmara dos Representantes está associada ao movimento QAnon, que concentra um conjunto de teorias da conspiração propagadas principalmente por apoiantes de Trump.

No domingo, uma gravação divulgada pelo jornal Washington Post mostrou que Trump pressionou a máxima autoridade eleitoral da Geórgia para manipular os resultados das eleições de novembro.

Na gravação, Trump pede ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a máxima autoridade eleitoral do estado, que “procure votos onde seja necessário para anular a vitória de Biden”.

A revelação do Washington Post, já conhecida nas redes sociais como #Georgiagate, numa referência ao caso Watergate, está a provocar um terramoto político na capital norte-americana.

O Presidente eleito, que também se deslocou à Geórgia para apoiar os candidatos democratas, acusou Trump de “passar mais tempo a lamentar-se e a queixar-se” do que a trabalhar para combater a pandemia de covid-19. “Não sei porque é que ele ainda quer este emprego, ele não quer trabalhar“, acrescentou.

Entretanto, as autoridades estaduais de Washington ativaram pelo menos 340 soldados da Guarda Nacional para proteger a capital dos Estados Unidos face à manifestação marcada para quarta-feira de apoio ao Presidente cessante.

Os organizadores da manifestação estimam que cerca de 15 mil pessoas se vão juntar no centro da cidade quando o Congresso se reunir para certificar os votos do Colégio Eleitoral.

Numa conferência de imprensa, a mayor de Washington, Muriel Bowser, indicou que está também a ponderar a possibilidade de decretar o recolher obrigatório, enquanto o chefe da Polícia Metropolitana da cidade, Robert Contee, assegurou dispor de informações sobre indivíduos armados que vão surgir no Distrito de Colúmbia.

“Grande protesto em DC [District of Colúmbia] no próximo dia 6 de janeiro. Estejam presentes, será selvagem!“, escreveu Trump no Twitter no fim-de-semana.

O grupo Million MAGA March, que se designa como o organizador oficial da marcha, convidou os apoiantes do Presidente republicano a “participarem do maior ato político de Trump na História dos Estados Unidos”.

Milícias conotadas com a extrema-direita, como Three Percenters, Proud Boys ou Oath Keepers, também avançaram que vão participar na marcha e estão a mobilizar caravanas de veículos em direção a Washington DC, onde será proibido transportar e exibir armas de fogo. Mas, mesmo assim o grupo TheDonaldWin está a convidar os seus apoiantes “a levarem” as suas armas para a marcha.

Num artigo de opinião publicado no Washington Post, dez antigos secretários da Defesa destacaram que “o tempo para se questionar os resultados já passou” e, com receio de que o ainda Presidente declare a lei marcial numa última tentativa para se manter na Casa Branca, recordaram os líderes militares de que a sua obrigação é proteger o país, “e não um indivíduo ou partido”, cita o jornal Público.

“Quaisquer tentativas para envolver as forças armadas na resolução de disputas eleitorais levar-nos-iam para um terreno perigoso, ilegal e inconstitucional”, declaram ainda.

https://zap.aeiou.pt/trump-promete-luta-dos-diabos-370327

Equipa da OMS chega esta semana à China para investigar origem do vírus !

Uma equipa internacional de cientistas encarregada de rastrear a origem da covid-19 deve chegar esta semana à China, um ano após a doença ter sido detetada, pela primeira vez, em Wuhan, no centro do país.

A imprensa estatal e as autoridades têm difundido informações que apontam que o vírus teve origem no exterior, possivelmente via importação de alimentos congelados, o que é rejeitado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Por vezes apontam para a Itália, outras vezes para Estados Unidos (EUA) ou até Índia, como locais de origem da doença.

“Cada vez mais pesquisas sugerem que a epidemia pode ter aparecido em muitos lugares do mundo”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, no fim de semana, citado esta terça-feira pela agência Lusa.

A visita assemelha-se a uma missão secreta. As datas nem sequer foram especificadas e a OMS referiu apenas que estava marcada para a “primeira semana de janeiro”.

Embora tenha conseguido controlar a doença no seu território, Pequim não conseguiu evitar que o Presidente dos EUA, Donald Trump, acuse regularmente o país de ter espalhado o “vírus chinês” pelo mundo.

As autoridades comunistas condenaram, na semana passada, a quatro anos de prisão a jornalista independente Zhang Zhan, que fez cobertura do surto em Wuhan. “Qualquer informação sobre o vírus é altamente sensível e sujeita a avaliação antes de ser publicada”, contou à Lusa a jornalista de um órgão estatal chinês.

A epidemia exige que os especialistas passem por uma quarentena de duas semanas após chegarem a Pequim e terão depois entre três e quatro semanas para realizarem trabalhos de investigação. Estes devem chegar a Wuhan por volta de 20 de janeiro, um ano após a cidade com 11 milhões de habitantes ter sido colocada sob quarentena.

A data coincide também com a saída de Trump da Casa Branca e alguns observadores presumem que Pequim pode ter esperado pela sua saída antes de autorizar a investigação, para não dar a impressão de estar a ceder às exigências do líder norte-americano.

Este último pediu repetidamente uma investigação internacional sobre a origem do vírus, um pedido feito também pela Austrália, que foi sujeita nos últimos meses a sanções comerciais chinesas.

Mas a demora para o início da investigação significa que os primeiros traços da infeção dificilmente serão encontrados pelos pesquisadores. “Não estou otimista. Eles chegam depois da batalha”, avisou o especialista em doenças infecciosas Gregory Gray, da Universidade de Duke, nos EUA.

“Será extremamente difícil encontrar a origem do vírus”, admitiu Ilona Kickbusch, do Instituto de Graduação em Estudos Internacionais e de Desenvolvimento de Genebra.

Os cientistas geralmente apontam que o hospedeiro original do vírus é um morcego, mas o animal intermediário que permitiu a contaminação humana é desconhecido.

A OMS, que Trump acusou de estar ao serviço da China, acredita que os seus especialistas poderão investigar livremente, mesmo que Pequim ainda não tenha confirmado que Wuhan está no programa da visita.

“A equipa irá para Wuhan, esse é o objetivo da missão”, disse o chefe de emergências de saúde da instituição de Genebra, Michael Ryan, em meados de dezembro. “Vamos trabalhar com os nossos colegas chineses, eles não (…) serão supervisionados por funcionários chineses”, garantiu.

A missão é formada por 10 cientistas (Dinamarca, Reino Unido, Holanda, Austrália, Rússia, Vietname, Alemanha, Estados Unidos, Catar e Japão) reconhecidos em suas diversas áreas de atuação.

“Não é uma questão de encontrar um país ou autoridades responsáveis. É uma questão de entender o que aconteceu para reduzir os riscos no futuro”, apontou Fabian Leendertz, do Instituto Robert Koch, na Alemanha. “É preciso entender o que aconteceu para evitar que volte a acontecer”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/oms-china-investigar-origem-virus-370382

 

Venezuela volta a “quarentena radical” preventiva e Mexicanos acorrem a pontos gratuitos de oxigénio !

A Venezuela retomou esta segunda-feira a “quarentena radical” preventiva da covid-19, restringindo a circulação de viaturas e de pessoas e limitando a atividade comercial nos setores básicos, devido ao ligeiro aumento de casos confirmados do novo coronavírus no país.


As restrições surgem depois de o Governo venezuelano ter flexibilizado a quarentena a 1 de dezembro, mês em, que além das festividades de natal e de fim de ano, decorreram ainda as eleições legislativas e uma consulta popular organizada pela oposição.

Como parte do confinamento “radical”, o primeiro de 2021, o Metropolitano de Caracas permitiu apenas o acesso aos trabalhadores dos setores básicos (saúde, alimentação, serviços e segurança) impedindo os que não apresentavam um salvo-conduto.

Vários utilizadores queixaram-se que os terminais de autocarros foram encerrados e que a Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) limitou o acesso de viaturas à capital, desde as localidades vizinhas de Guarenas e Guatire, cidade-dormitório de profissionais que trabalham em Caracas, obrigando algumas pessoas a caminhar a pé vários quilómetros.

Com as novas restrições, os bancos estão impedidos de abrir as portas mesmo em horário reduzido e os organismos públicos não prestarão qualquer serviço.

Por seu lado, a Igreja Católica anunciou que, devido à nova quarentena a peregrinação n.º 165 da Divina Pastora, que tradicionalmente tem lugar a cada 14 de janeiro, será virtual, com transmissão através de várias plataformas e redes sociais, com atividades desde dia 6 de janeiro.

Na sua conta na rede social Twitter, a vice-Presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez explicou que a quarentena seguirá “o bem sucedido método” venezuelano de sete dias de radicalização seguido por sete dias de flexibilização.

A oposição venezuelana já reagiu às novas restrições e acusou o Presidente Nicolás Maduro de “decretar quarentena quando lhe convém” e que a flexibilização de dezembro serviu apenas “para fazer campanha pela farsa eleitoral (eleições legislativas de 6 de dezembro) e distrair a atenção pública dos problemas do país.

“Segundo a tese do regime, o coronavírus cessou em dezembro e reativou-se em janeiro. Isto é a atuação de um regime que não se preocupa com a vida dos venezuelanos e as suas decisões são motivadas por interesses políticos”, disse o deputado Omar González.

Segundo a oposição, o regime “pretende desmobilizar política e socialmente os venezuelanos com a quarentena”, mas por outro lado “permitem atos muito participados” de apoio a políticos pró governamentais.

A oposição insiste que o sistema de saúde venezuelano está “totalmente destruído” e que não foram feitos os investimentos necessários para dotar os hospitais de equipamentos de biossegurança.

As forças da oposição consideram ainda que a falta de condições e de segurança para médicos e enfermeiros levou a que “300 trabalhadores da saúde tenham sido infetado e falecido por coronavírus” desde o início da pandemia.

Na Venezuela estão confirmados 114.230 casos de pacientes com covid-19 e 1.034 mortes associadas à doença. Entretanto 108.268 pessoas recuperaram da doença.

A Venezuela está desde 13 de março de 2020 em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.

Mexicanos acorrem a pontos gratuitos de oxigénio

Dezenas de pessoas concentraram-se nos dois pontos criados pela Cidade do México para encher gratuitamente os tanques de oxigénio para os pacientes com covid-19 que recuperam em casa.

Este serviço, que teve início a 31 de dezembro, pretende dar resposta à falta de oxigénio médico na capital mexicana, que nas últimas semanas tem sido atingida por um aumento de infeções e hospitalizações devido à doença provocada pelo SARS-CoV-2.

O Governo da cidade instalou um ponto de recarga no município de Gustavo A. Madero, norte, e outro no município de Iztapalapa, sudeste, o mais populoso da capital.

As recargas gratuitas estarão disponíveis de segunda a sexta-feira nas primeiras duas semanas de janeiro, período em que as autoridades de saúde estimam uma redução da ocupação hospitalar.

No entanto, o Governo da Cidade do México não exclui o prolongamento do período do serviço, que tem capacidade de 50 tanques por dia em cada um dos pontos de recarga.

Os hospitais da capital registam atualmente uma taxa de ocupação de 83% e a capital mexicana soma 23% dos casos de covid-19 registados no país desde o início da pandemia, com mais de 337 mil infetados e 22 mil mortos.

O Presidente do México, Andrés Lopez Obrador, admitiu que a capital está num momento difícil devido a uma “situação que ocorreu de uma forma especial”, mas acredita que “está a sair”.

“No caso da cidade, que se tornou bastante complicado no final do ano e nestes dias, a saturação dos hospitais não passou dos 90% porque se implementou um programa de expansão de camas, hospitais, especialistas e equipamento. Pensamos que o pior já passou”, disse o chefe de Estado mexicano, citado pela agência noticiosa Efe.

O México é o quarto país do mundo com mais casos de infeções pelo SARS-CoV-2, com quase 1,45 milhões de casos e mais de 127.200 mortes.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.843.631 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

https://zap.aeiou.pt/venezuela-quarentena-mexicanos-oxigenio-370308

 

Há 70 anos, um físico perdeu documentos secretos sobre a bomba de hidrogénio num comboio - Nunca foram encontrados !

Em janeiro de 1953, John Wheeler deixou acidentalmente um documento confidencial sobre a bomba de hidrogénio num comboio enquanto viajava da sua casa em Princeton para Washington DC. Setenta anos depois, o seu paradeiro continua desconhecido.


O físico John Wheeler é mais conhecido por popularizar o termo “buraco negro”, embora a sua investigação tenha abrangido uma ampla gama de campos, incluindo relatividade, teoria quântica e fissão nuclear. Wheeler também trabalhou no Projeto Matterhorn B no início dos anos 1950, o polémico esforço dos Estados Unidos para desenvolver uma bomba de hidrogénio.

De acordo com o Ars Technica, Alex Wellerstein, historiador da ciência no Stevens Institute of Technology, tropeçou na história de Wheeler enquanto examinava as transcrições desclassificadas do Congresso da década de 1950, principalmente do Joint Committee on Atomic Energy.

Segundo o artigo de Wellerstein, publicado no final de 2019 na revista científica Physics Today, o documento que Wheeler deixou no comboio não era um documento qualquer. “O documento da bomba de hidrogénio não era um relatório técnico comum”, escreveu Wellerstein. “Foi uma arma burocrática dirigida diretamente aos inimigos políticos dos seus criadores.”

Em 1949, os soviéticos detonaram a sua primeira bomba atómica e os Estados Unidos perderam uma importante vantagem estratégica militar. Alguns físicos, liderados por Edward Teller e Ernest Lawrence, sentiram que a solução era construir um novo tipo de arma nuclear: uma bomba de hidrogénio que dependia da fusão nuclear – em vez da fissão – para a sua explosão devastadora. Outros físicos, como J. Robert Oppenheimer, ex-chefe do Projeto Manhattan, opuseram-se ao programa, considerando-o desnecessário.

O presidente Harry Truman acabou por ficar do lado de Teller e Lawrence e o projeto Matterhorn B nasceu. Em março de 1951, Teller e Stanislaw Ulam criaram um projeto de bomba de hidrogénio que até os opositores do programa reconheceram que funcionaria.

O protótipo do dispositivo “Mike” foi detonado com sucesso em novembro de 1952. Porém, não estava pronto para uso prático como arma militar devido às 80 toneladas de equipamento criogénico necessário para manter o seu combustível deutério em estado líquido.

Enquanto isso, um tipo diferente de guerra estava a ser travado na frente política pelos proponentes da bomba de hidrogénio no Comité Conjunto de Energia Atómica, muitos dos quais ainda estavam ressentidos com as duras críticas de Oppenheimer.

Coube a Borden, chefe de gabinete, compilar uma história oficial do desenvolvimento da bomba de hidrogénio, com base em fontes documentais. Borden enviou um extrato de seis páginas do documento a Wheeler para o físico verificar os detalhes técnicos.

Wheeler leu o documento num comboio enquanto voltava para Washington DC durante a noite. Wheeler colocou o extrato no seu envelope branco, colocou-o dentro do envelope pardo, que na sua mala e prendeu-a entre si próprio e a parede.

O porteiro, Robert Jones, acordou Wheeler às 6h45 e Wheeler levou a sua mala para a casa de banho masculina na outra extremidade do comboio.

“Wheeler deixou a mala no balcão, levou o envelope pardo e fechou a porta. Sem encontrar onde colocar o envelope, prendeu-o entre alguns canos e a parede abaixo da janela à sua direita. Usou a casa de banho. Saiu da cabine – e percebeu que havia deixado o envelope preso na parede”, escreveu Wellerstein. “Nesse momento, dois outros homens estavam a usar os lavatórios e outro homem estava na casa de banho. Wheeler subiu no lavatório e tentou espiar pela grade de metal da porta da casa de banho. Não conseguia ver o envelope, mas podia conseguia o outro homem que não estava a ler nada”.

Quando o homem saiu, Wheeler agarrou o envelope. Porém, quando voltou ao seu beliche, viu que o envelope branco com os documentos confidenciais tinha desaparecido. Com a ajuda do porteiro, Wheeler vasculhou o comboio sem sucesso.

Onde estão os documentos secretos?

Os documentos nunca foram recuperados e o seu paradeiro permanece um mistério até hoje, embora existam muitas teorias especulativas.

Wellerstein defende a teoria de que o porteiro encontrou os documentos e deitou-os em vez de relatar a descoberta, porque pensou que seria melhor fingir que nunca viu.

Dada a falta de evidências, o historiador considera que o cenário de espionagem é altamente improvável.

De acordo com Wellerstein, isto aconteceu no pior momento possível, considerando quea arma era vista como algo distintamente diferente das primeiras bombas atómicas. Era uma tecnologia controlada por segredos – e não por materiais.

A situação teve implicações estratégicas para os formuladores de políticas e líderes militares americanos, que temiam que as informações caíssem nas mãos dos soviéticos.

A perda dos documentos descarrilou várias carreiras políticas, incluindo a de Borden. Depois de ser demitido do cargo, Borden regressou à prática de direito privado e tornou-se um teórico da conspiração. Borden tinha uma vingança particular contra Oppenheimer e a sua campanha contra o físico foi um dos vários fatores que levaram à infame audiência de segurança de Oppenheimer, que privou o físico do seu certificado de segurança.

Já Wheeler escapou com apenas uma carta de repreensão da Comissão de Energia Atómica. “Era muito valioso como cientista”, disse Wellerstein. “Disseram que não podiam puni-lo sem prejudicar o programa nuclear.”

https://zap.aeiou.pt/ha-70-anos-um-fisico-perdeu-documentos-secretos-sobre-a-bomba-370058

 

Drone submarino chinês encontrado por pescador indonésio em rota estratégica !

Um pescador indonésio encontrou aquilo que se acredita ser um veículo subaquático não tripulado (UUV) chinês, junto à ilha de Selayar.

Esta não é uma descoberta única, já que nos últimos dois anos foram encontrados veículos semelhantes em águas indonésias.

O achado está a gerar controvérsia uma vez que se encontrava numa rota marítima estratégica entre o Mar do Sul da China e a Austrália. O drone submarino poderia fornecer informações potencialmente úteis para os seus submarinos em trânsito nestas áreas.

“Quanto melhor uma Marinha conhecer as águas, melhor ela consegue esconder os seus submarinos”, escreve o canal de comunicação militar Naval News.

“Essas rotas, o estreito de Sunda e o estreito de Lombok, podem ser importantes em tempos de guerra. A inteligência recolhida pelo drone pode ser valiosa para a Marinha chinesa, se pretender que os seus submarinos usem esses estreitos”, lê-se ainda na publicação.

O veículo não tripulado encontrado pelo pescador foi entregue seis dias depois à polícia, tendo sido posteriormente transferido para os militares indonésios. Os media avançam que o drone parece pertencer aos Sea Wing chineses, desenvolvidos pelo Instituto Shenyang de automação da Academia Chinesa de Ciências.

O drone tem 2,25 metros de comprimento, uma cauda de 18 centímetros, uma envergadura de meio metro e um antena de 93 centímetros. No passado, a China fez alegações questionáveis de que os drones Sea Wing eram capazes de permanecer debaixo de água por mais de 30 dias e mergulhar mais de seis quilómetros abaixo da superfície.

Os drones Sea Wing são normalmente utilizados para investigação oceanográfica, já que têm sensores capazes de medir a força e direção das correntes, a temperatura da água, os níveis de oxigénio e a salinidade.

https://zap.aeiou.pt/drone-submarino-chines-encontrado-370230

 

Boris Johnson decreta confinamento de seis semanas em Inglaterra !

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou hoje um confinamento de seis semanas para conter a aceleração da pandemia de covid-19 em Inglaterra, incluindo o encerramento das escolas até pelo menos 5 de fevereiro.


Boris Johnson disse que o país está num “momento crítico” e que são necessárias medidas “fortes o suficiente” para travar o avanço da nova variante do coronavírus, considerada mais infecciosa.

“O governo está novamente a dar instruções para ficarem em casa. Só podem sair de casa por motivos restritos previstos na lei, como comprar bens essenciais, trabalhar se não o puder fazer de casa, fazer exercício, ter assistência médica, ou escapar a violência doméstica”, anunciou numa comunicação televisiva.

O Reino Unido registou 58.784 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, um novo máximo diário e o sétimo dia consecutivo em que o número diário de casos ultrapassou 50 mil, e 407 mortes, para um total de 75.431 mortes desde o início da pandemia.

Nos últimos dias a média diária de casos aumentou 50% e de mortes 21% comparando com os sete dias anteriores.

O Parlamento foi convocado para se reunir extraordinariamente na quarta-feira e aprovar as medidas a nível nacional.

Devido ao agravamento da situação epidémica, o governo britânico já tinha determinado um recomeço faseado das aulas em Inglaterra, mas tem estado sob pressão para manter as escolas fechadas por questões de segurança.

Uma sondagem da empresa YouGov divulgada hoje à tarde indicava que cerca de 79% das pessoas apoiavam fortemente (51%) ou de alguma forma (28%) a hipótese de confinamento e apenas 16% são fortemente (7%) ou um pouco (9%) contra.

Por outro lado, 69% dos britânicos pensam que o governo do Reino Unido está a fazer um péssimo trabalho relativamente às escolas, ao ter anunciado que as aulas iriam ser retomadas esta semana e dias depois recuar na medida.

Antes do anúncio, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, já tinha dito à BBC que o encerramento das escolas era “inevitável” e que o primeiro-ministro deve acelerar o programa de vacinação e assumir uma meta de quatro milhões de vacinas por semana até fevereiro.

“O vírus está fora de controlo. O sistema de níveis [de restrições] claramente não está a funcionar e todos nós sabemos que são necessárias medidas mais rígidas. (…) Se vamos pedir ao povo britânico que se sujeite a restrições nacionais duras – e pedimos porque isso precisa de acontecer imediatamente -, então o contracto precisa que o programa de vacinas avance o mais rápido possível”.

Starmer quer que comecem a ser administradas dois milhões de doses por semana em janeiro e o dobro em fevereiro.

https://zap.aeiou.pt/boris-confinamento-seis-semanas-370276

 

População da Coreia do Sul cai pela primeira vez na história !

A população da Coreia do Sul caiu pela primeira vez na história, com o país a lutar contra o envelhecimento populacional e a taxa de natalidade cronicamente baixa.


Os últimos dados do censo, divulgados no fim de semana, mostram que a população era de 51.829.023 em dezembro, abaixo dos 20.838 do ano anterior, avançou o Guardian esta segunda-feira. A população aumentou todos os anos na última década, embora a taxa de crescimento tenha caído de 1,49% em 2010 para 0,05% em 2019, segundo a Yonhap.

Dados divulgados pela agência noticiosa mostraram que o país registou 275.815 nascimentos em 2020, em comparação com 307.764 mortes. Esta tendência – que também levou a um declínio populacional no Japão – aumenta a pressão sobre o Governo quanto aos desafios demográficos de longo prazo, num dos países com uma das taxas de fertilidade mais baixas do mundo.

De acordo com a Yonhap, o despovoamento não se limita às regiões rurais. Na capital do país, Seul, a população caiu pouco mais de 60.000 no ano passado.

O Governo do Presidente Moon Jae-in anunciou recentemente iniciativas para encorajar casais a terem mais filhos, incluindo um pagamento de 1 milhão de won (cerca de 755 euros) para grávidas e um abono mensal para menores de 12 meses. Os críticos defendem que estas medidas são insuficientes para fazer face aos custos de educação e de habitação.

Alguns especialistas apontaram ainda a crescente oposição das mulheres em relação às normas sociais. Em 2018, 22% das sul-coreanas solteiras consideravam o casamento uma parte necessária da vida, em comparação com 47% há uma década. Essa mudança reflete a queda no número de casamentos, de 434.900 em 1996 para 257.600 no ano passado.

A taxa de natalidade da Coreia do Sul caiu para um nível recorde de 0,92 em 2019, o mais baixo entre todos os membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Este número está abaixo da taxa de 2,1 necessária para manter a população estável. Há 50 anos, a taxa de natalidade era de 4,53.

Se as tendências persistirem, o Governo prevê que a população da Coreia do Sul cairá para 39 milhões em 2067, altura em que 46% da população terá mais de 64 anos.

https://zap.aeiou.pt/populacao-da-coreia-do-sul-cai-pela-primeira-vez-na-historia-370144

 

Wikileaks: EUA “desiludidos” com nega, enquanto México oferece asilo a Assange !

Os Estados Unidos manifestaram-se hoje “extremamente desiludidos” com a recusa da extradição de fundador da WikiLeaks para o país, enquanto o México ofereceu asilo a Julian Assange e a companheira do ativista saudou a vitória da justiça.


Em Washington, num comunicado, o Departamento da Justiça norte-americano afirmou-se “extremamente desiludido” com a recusa da justiça britânica em extraditar Assange, garantindo, no entanto, que os Estados Unidos irão continuar a exigir a extradição.

Na Cidade do México, o Presidente mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, ofereceu asilo político ao fundador da WikiLeaks, tendo indicado que irá pedir ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que tome as disposições necessárias para solicitar ao Governo britânico a libertação de Assange.

“Tudo para que o México lhe possa oferecer asilo político”, sublinhou Obrador, numa conferência de imprensa.

Por seu lado, em Londres, Stella Morris, companheira de Assange, saudou o que considerou ser “um primeiro passo da justiça”, após a recusa da justiça britânica em extraditar o fundador da WikiLeaks para os Estados Unidos.

“Hoje, o dia fica marcado por uma vitória para Julian […], um primeiro passo para a justiça nessa questão”, declarou a advogada à imprensa no tribunal criminal de Old Bailey, em Londres.

Stella Morris apelou ainda ao Governo norte-americano a “pôr fim às perseguições” a Assange.

A justiça britânica rejeitou o pedido de extradição do fundador do WikiLeaks para os Estados Unidos, que pretendem julgá-lo por espionagem após a divulgação de centenas de milhares de documentos confidenciais.

A decisão proferida pela juíza Vanessa Baraitser, do Tribunal Criminal de Old Bailey, em Londres, é suscetível de recurso.

A juíza argumentou que a extradição seria prejudicial para a saúde mental de Assange, tendo considerado que ficou “demonstrado” que o australiano, de 49 anos, apresenta risco de cometer suicídio caso seja julgado nos EUA, onde provavelmente será mantido em condições de isolamento.

A justiça norte-americana quer julgar o australiano por este ter divulgado, desde 2010, mais de 700.000 documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos EUA, principalmente no Iraque e no Afeganistão.

Assange é acusado pelos Estados Unidos de cerca de duas dezenas de crimes, incluindo espionagem e divulgação de documentos diplomáticos e militares confidenciais, arriscando até 175 anos de prisão caso seja considerado culpado.

O Ministério Público britânico, em representação da justiça norte-americana, já indicou que vai recorrer da decisão do Tribunal Criminal de Old Bailey.

A decisão da justiça britânica foi já saudada também pela Amnistia Internacional (AI), que frisou, porém, as “motivações políticas” que marcam o processo.

“Congratulamo-nos com o facto de Julian Assange não ser enviado para os Estados Unidos e de o tribunal ter reconhecido que, devido aos seus problemas de saúde, ele correria o risco de sofrer maus-tratos no sistema prisional dos EUA”, afirmou o diretor para a Europa da AI, Nils Muižnieks, num comunicado.

Em Moscovo, o ex-consultor de inteligência dos Estados Unidos, Edward Snowden, também saudou a recusa da justiça britânica em extraditar Assange para os Estados Unidos, esperando que tal seja “o fim” dos processos contra o fundador do WikiLeaks.

“Que este seja o fim (do caso)”, escreveu Edward Snowden na sua conta da rede social Twitter, respondendo a uma mensagem que relatava a decisão do tribunal britânico, que justificou a decisão com o risco de suicídio de Assange.

https://zap.aeiou.pt/mexico-oferece-asilo-assange-370258

 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Justiça britânica rejeita extradição de Assange para os Estados Unidos !

A justiça britânica rejeitou, esta segunda-feira, o pedido de extradição do fundador do Wikileaks reclamado pelos Estados Unidos para o julgar pela divulgação de milhares de documentos confidenciais.


A decisão da juíza distrital Vanessa Baraitser foi anunciada, esta segunda-feira, pela defesa de Julian Assange através da sua conta no Twitter, rede social na qual a equipa está a fazer o resumo em direto da audiência. “Considero injusto extraditar o Sr. Assange. Os Estados Unidos têm o direito de recorrer”, afirmou a magistrada.

A juíza justificou a decisão com as preocupações sobre o estado de saúde mental do fundador do Wikileaks, considerando que havia risco de vir a cometer suicídio sob custódia dos EUA.

Segundo a RTP, a decisão da juíza britânica deverá ser contestada pela justiça norte-americana, pelo que o caso poderá chegar ao Supremo Tribunal do Reino Unido.

A justiça norte-americana acusa o fundador do WikiLeaks de espionagem por ter divulgado, desde 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas norte-americanas, principalmente no Iraque e no Afeganistão. Se fosse julgado neste país, arriscava uma pena de 175 anos de prisão.

Os Estados Unidos acusam-no de ter colocado em perigo fontes dos serviços norte-americanos, algo que o australiano, de 49 anos, contesta.

Assange foi preso em Londres, em abril de 2019, depois de sete anos a viver na embaixada equatoriana, onde se refugiou após violar as condições da sua liberdade condicional por receio de ser extraditado para os Estados Unidos.

O relator das Nações Unidas sobre temas relacionados com tortura, Niels Melzer, enviou, na terça-feira passada, uma carta aberta ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedindo-lhe para perdoar o fundador do Wikileaks e defendendo que Assange não é um “inimigo do povo norte-americano”.

Segundo o relator da ONU, o australiano não pirateou nem roubou nenhuma das informações que publicou, tendo-as obtido “de fontes e documentos genuínos, da mesma forma que qualquer outro jornalista de investigação sério e independente” faria.

“Processar Assange por publicar informações verdadeiras sobre condutas oficiais graves, seja na América ou noutro país, constitui aquilo que se chama ‘matar o mensageiro’“, afirmou.

“Ao perdoar Assange, o Presidente envia uma mensagem clara de justiça, verdade e humanidade ao povo norte-americano e ao mundo, reabilitando um homem valente que sofreu injustiças, perseguições e humilhações durante mais de uma década, só por dizer a verdade”, alegou.

O fundador do Wikileaks está detido na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres, tendo as condições em que vive sido denunciadas por Melzer.

Na carta aberta a Trump, o relator da ONU explica também que o australiano “sofre de um problema respiratório comprovado, que o torna extremamente vulnerável à pandemia da covid-19, que recentemente eclodiu na prisão”.

Também o Governo alemão assumiu estar preocupado com o processo de extradição devido ao “estado de saúde física e mental” de Julian Assange.

“Os direitos humanos e os aspetos humanitários de uma possível extradição não devem ser negligenciados”, escreveu o comissário alemão para os Direitos Humanos e Ajuda Humanitária, Bärbel Kofler, num comunicado divulgado na quarta-feira passada, sublinhando que o Reino Unido está “vinculado pela Convenção Europeia dos Direitos Humanos”.

De acordo com o Diário de Notícias, também há cinco prémios Nobel, quatro deles da Paz, que apelam a Trump que perdoe o australiano: a ativista da Irlanda do Norte Mairead Maguire (1976), o escritor e ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel (1980), a feminista e indígena guatemalteca Rigoberta Menchú (1992), a advogada e ativista política iraniana Shirin Ebadi (2003) e o escritor austríaco Peter Handke (Literatura, 2019).

Além disso, entre os defensores de Assange também se encontram várias celebridades, como os músicos Roger Waters e Brian Eno, o realizador Michael Moore e a atriz Pamela Anderson.

https://zap.aeiou.pt/justica-britanica-decide-futuro-assange-370012

 

Inglaterra pode voltar a confinar, Noruega suspende vida social e Japão pondera estado de emergência !

A nova variante do SARS-CoV-2 já chegou a vários países em todo o mundo e está a fazer com que alguns recuem no alívio de restrições. Boris Johnson, o primeiro-ministro britânico, não põe de lado a possibilidade de voltar a confinar, a Noruega vai impor novas restrições para prevenir uma nova vaga e o Governo japonês prevê a imposição do estado de emergência em Tóquio.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, avisou que poderão ser decretadas restrições mais rigorosas em Inglaterra para combater a rápida propagação do coronavírus, atribuída a uma nova variante.

Nas últimas 24 horas, mais de 55 mil pessoas testaram positivo para o vírus, ultrapassando a barreira das 50 mil pelo sexto dia consecutivo, de acordo com os dados oficiais divulgados este domingo.

“Podemos ter de fazer nas próximas semanas coisas que serão mais difíceis em muitas partes do país”, disse Boris Johnson à BBC, acrescentandoque o encerramento das escolas, uma medida tomada no final de março durante a primeira vaga da pandemia, “é uma dessas coisas”.

Embora o líder conservador tenha dito que a educação das crianças é uma “prioridade”, salientou a necessidade de reconhecer “o impacto da nova variante do vírus“.

Cada uma das quatro nações – Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales – que integram o Reino Unido decide a sua própria estratégia de luta contra o vírus.

No Reino Unido, três quartos da população regressaram ao confinamento e o início do ano escolar foi adiado para alguns alunos, especialmente em Londres e no sudeste de Inglaterra, que são particularmente afetados pelo aumento dos casos.

Em áreas onde as escolas estão abertas, Johnson encorajou os pais a enviarem os filhos à escola, sublinhando que é “seguro”.

“O risco para as crianças e os jovens é muito, muito baixo”, disse.

O Sindicato Nacional da Educação, um agrupamento de professores, disse que as escolas deveriam permanecer fechadas por razões de segurança.

“As escolas desempenham um papel importante na propagação da infeção”, disse Jerry Glazier, membro do comité executivo nacional da NEU, citado pela agência francesa AFP.

“Por isso, pensamos que as escolas são perigosas, tanto para as crianças como para o pessoal”, disse, acrescentando que “muitos professores estavam muito ansiosos por regressar ao trabalho”.

No jornal Sunday Mirror, o líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, criticou a ação do governo: “Há confusão entre pais, professores e alunos sobre quem voltará à escola e quem não voltará.”

A partir de segunda-feira, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo grupo AstraZeneca será administrada no Reino Unido.

Um total de 530 mil doses estará disponível a partir desta segunda-feira, e espera-se que dezenas de milhões de doses estejam disponíveis até ao final de março, tendo o Reino Unido encomendado um total de 100 milhões de doses.

Mais de um milhão de pessoas no Reino Unido já receberam uma dose da vacina da aliança Pfizer/BioNtech, que tem vindo a ser administrada desde 8 de dezembro. Para ambas as vacinas, é necessária a toma de duas doses.

O governo decidiu alargar a administração da segunda dose de 3 para 12 semanas para assegurar que o maior número possível de pessoas receba a primeira dose, uma decisão que levantou dúvidas da comunidade científica e da Pfizer/BioNtech.

“Cada vez que vacinamos alguém uma segunda vez, não vacinamos outra pessoa pela primeira vez. Isto significa que estamos a perder a oportunidade de reduzir significativamente o risco de as pessoas mais vulneráveis ficarem gravemente doentes de covid-19”, justificou Jonathan Van-Tam, vice-chefe médico de Inglaterra em declarações a imprensa.

O Reino Unido é um dos países europeus mais atingidos pela covid-19, com 75.024 mortes.

Noruega com novas restrições

A Noruega vai impor novas restrições para prevenir uma nova vaga da epidemia de covid-19, disse a primeira-ministra, Erna Solberg, este domingo. Entre as medidas estão a proibição em todo o país de servir álcool em restaurantes e o desincentivo a ter visitantes em casa nas próximas duas semanas.

De acordo com o jornal Público, o país do Norte da Europa viu os casos aumentarem no ultimo mês. O indicador do número de pessoas que, em média, um infetado contagia, Rt, é agora de 1,3.

“Estamos a ver sinais de uma nova onda de infeções”, afirmou Solberg em conferência de imprensa, citando como razões o Natal e as celebrações de Ano Novo, bem como o aparecimento da nova variante mais contagiosa do vírus.

Durante as próximas duas semanas, pediu Solberg, os noruegueses devem pôr as suas vidas sociais em suspenso para controlar o vírus. “Peço-vos que não recebam quaisquer visitas em casa. Esperem duas semanas antes de convidar alguém para casa ou de visitar alguém”, disse.

No sábado, o Governo norueguês anunciou que as aulas presenciais nas universidades estavam suspensas e pediu aos alunos que ficassem em casa.

Lojas, jardins-de-infância e escolas primárias vão permanecer abertos. O ensino básico e secundário vai continuar a funcionar, mas com uma maior aposta nas aulas à distância.

Todas as viagens por motivos pessoais, para o estrangeiro ou no país, são desaconselhadas. A Noruega já tinha algumas das medidas mais duras da Europa para viajantes. Na quinta-feira, Oslo impôs testes negativos à covid-19 para todos os estrangeiros, à chegada ou no período de 24 horas, para impedir que a nova variante se espalhe.

Na semana de 21 a 27 de Dezembro, a Noruega tinha a quarta taxa de incidência a 14 dias mais baixa da Europa, só atrás da Islândia, Grécia e Finlândia: 113,6 infetados por 100 mil habitantes, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças.

Governo japonês prevê estado de emergência em Tóquio

O primeiro-ministro japonês anunciou esta segunda-feira que o Governo estava a planear um novo estado de emergência na região metropolitana de Tóquio devido ao aumento dos casos de covid-19, considerando a situação do país “muito grave”.

Yoshihide Suga disse também esperar que a campanha de vacinação comece a partir do fim de fevereiro. Em conferência de imprensa, o responsável acrescentou que será dos primeiros a receber a vacina.

Suga pediu à população para evitar saídas dispensáveis e declarou que o Governo japonês estava a preparar alterações à lei para poder sancionar estabelecimentos que não reduzam horários ou encerramento temporário, prometendo, ao mesmo tempo, incentivos.

Mais uma vez, o primeiro-ministro japonês reafirmou o compromisso de organizar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, adiados para o verão deste ano devido à pandemia, repetindo que a organização do evento será “uma prova de que a humanidade venceu o vírus”.

Após suceder em setembro a Shinzo Abe, que se demitiu por razões de saúde, Yoshihide Suga tem sido alvo de fortes críticas relativas à gestão da crise sanitária pelo Governo.

Com cerca de 240 mil infetados e menos de 3.600 mortos, de acordo com os dados oficiais, o Japão tem sido relativamente poupado pela pandemia quando comparado com vários países. Desde novembro, as autoridades sanitárias nipónicas estão a registar um forte aumento dos contágios, que ultrapassaram, na quinta-feira e pela primeira vez, a barreira dos quatro mil novos casos em 24 horas.

No sábado, os governadores de Tóquio e de três regiões vizinhas pediram ao Governo para declarar um novo estado de emergência, tal como em abril e maio passados, progressivamente alargado a todo o país.

Até aqui, o Governo de Suga mostrou-se hesitante em decretar um novo estado de emergência, depois de três trimestres de recessão económica. No entanto, o primeiro-ministro nipónico admitiu agora que “uma mensagem mais forte era necessária”.

“O Governo planeia decretar o estado de emergência” com medidas que permitam, nomeadamente, reduzir as infeções em bares e restaurantes”, declarou.

O estado de emergência permite aos governadores locais pedir às empresas que fechem e aos habitantes que fiquem em casa, sem impor medidas ou qualquer sanção em caso de incumprimento.

Sobre as vacinas, Suga declarou que o Governo esperava dados precisos das empresas farmacêuticas norte-americanas até final do mês, e a campanha poderia começar a partir do final de fevereiro.

As vacinas serão prioritárias para “o pessoal de saúde, idosos e funcionários de lares”, indicou o primeiro-ministro, acrescentando que será um dos primeiros a ser vacinado.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.835.824 mortos resultantes de mais de 84,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

https://zap.aeiou.pt/nova-variante-inglaterra-noruega-japao-369967

 

Nancy Pelosi reeleita presidente da Câmara dos Representantes por escassa maioria !

Este domingo, a dirigente do Partido Democrata, Nancy Pelosi, obteve 219 votos a favor e 206 contra, mantendo-se no cargo para o qual foi eleita.


A dirigente do Partido Democrata norte-americana, Nancy Pelosi, foi reeleita presidente da Câmara dos Representantes pela maioria mais curta das últimas duas décadas, tendo como principal desafio recuperar a economia e fazer frente à covid-19.

A democrata de 80 anos obteve 219 votos a favor e 206 contra, mantendo-se no cargo para o qual foi eleita e que a coloca na terceira linha da sucessão presidencial, atrás do vice-presidente.

Pelosi, que já tinha exercido o cargo entre 2007 e 2011, não enfrentava nenhum oponente, mas teve de superar dois problemas para ser reeleita, segundo a agência EFE: a possibilidade de alguns democratas romperem fileiras e o risco de outros decidirem não viajar para a capital norte-americana devido à pandemia de covid-19.

A partir deste domingo, 3 de janeiro, os representantes do Partido Democrata ocuparão 222 lugares na Câmara dos Representantes, ao passo que os Republicanos terão 211, razão pela qual era importante garantir a presença de quase todos os democratas na votação.

A votação de Pelosi surge no mesmo dia em que foi divulgada uma gravação de Trump a pedir ao governador da Geórgia para “encontrar” os votos necessários para reverter a votação neste Estado, com várias notícias a dar conta de divisões no próprio Partido Republicano sobre estas tentativas do ainda Presidente, nas vésperas de diversas manifestações encorajadas por Trump em Washington a seu favor.

De acordo com a AP, Trump terá garantido o apoio de uma dúzia de senadores republicanos e até 100 membros da Câmara dos Representantes para desafiar o voto do Colégio Eleitoral quando o Congresso se reunir numa sessão conjunta para confirmar o Presidente eleito, Joe Biden, que venceu as eleições com 306 votos a favor e 232 votos contra.

Joe Biden deverá tomar posse a 20 de janeiro, tendo como prioridades imediatas o combate à pandemia de covid-19 e a recuperação da maior economia do mundo.

https://zap.aeiou.pt/nancy-pelosi-reeleita-camara-369983

 

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