Milhões de pessoas no interior dos Estados Unidos ficaram sem
eletricidade, depois de as redes de energia terem colapsado por
sobrecarga, perante as baixas temperaturas.
Mais de 100 milhões de pessoas foram alertadas para o risco de
temperaturas extremamente baixas, que chegaram a passar os 20 graus
Celsius negativos, fazendo aumentar substancialmente o consumo de
energia, o que causou perturbações graves no fornecimento de
eletricidade.
Pelo menos 20 pessoas morreram, algumas delas
lutando para encontrar aquecimento dentro das suas casas, no estado do
Texas. Na área metropolitana de Houston, uma família sucumbiu ao
monóxido de carbono do tubo de escape do carro na garagem onde se
tentava aquecer e uma pessoa morreu depois de as chamas se terem
espalhado a partir da lareira na sala de estar.
As concessionárias elétricas dos estados de Minnesota, Texas e
Mississippi, entre outras, provocaram apagões repetidos para aliviar a carga sobre as redes de energia que se esforçavam para atender à extrema procura de calor e eletricidade.
Quase três milhões de clientes ficaram sem energia no Texas,
Louisiana e Mississippi e mais de 200 mil pessoas foram afetadas pelos
cortes de eletricidade em quatro estados da região do oeste, assim como
outras tantas no noroeste do Pacífico, de acordo com as autoridades que
rastreiam relatórios de interrupções de serviços públicos.
Os mais graves cortes de energia nos EUA aconteceram no Texas, onde as autoridades solicitaram 60 geradores da Agência Federal de Gestão de Emergências, que foram prioritariamente atribuídos a hospitais e lares de idosos.
A agência de gestão da rede de energia do Texas informou que o
abastecimento de eletricidade foi restaurado para 600 mil casas e
empresas na noite de terça-feira, mas que 2,7 milhões de famílias ainda
estão sem energia.
Apagões com duração de mais de uma hora começaram antes do amanhecer
de terça-feira em Oklahoma City e nos arredores, desligando aquecedores
elétricos, fornos e luzes, numa região onde a temperatura chegou aos 22 graus Celsius negativos.
O Southwest Power Pool, um grupo de concessionárias de energia que
cobre 14 estados, disse que os apagões foram “um último recurso para
preservar a fiabilidade do sistema elétrico como um todo”.
A vice-Presidente dos EUA, Kamala Harris, dirigiu-se aos milhões de
pessoas afetadas com os cortes de energia, dando-lhes alento, durante
uma entrevista televisiva.
“Sei que eles não nos podem ver agora, porque estão sem eletricidade, mas o Presidente e eu estamos a pensar neles e esperamos conseguir fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para obter ajuda federal”, disse.
O interior dos EUA está em estado de alerta, com as viagens a serem
desaconselhadas, estradas impedidas e milhares de voos cancelados, por
causa da vaga de frio.
No domingo, vários parques de energia eólica do Texas ficaram
congelados, o que já tinha afetado quase metade da capacidade de geração
de energia.
Tempestades de neve atingem Grécia e Turquia
Na Europa, fortes tempestades de neve atingiram a Grécia, a Turquia e
países do Mediterrâneo Oriental, provocando também falta de energia e
de água, queda de árvores, bloqueio de estradas, interrupção nos
transportes, entre outros problemas.
Centenas de milhares de casas nos subúrbios de Atenas e outras partes do país
ainda estavam hoje sem energia ou água. O sol voltou hoje, provocando o
derretimento da neve após esta atingir cerca de 30 centímetros de
espessura nos subúrbios da capital grega.
Atenas foi atingida segunda e terça-feira por uma onda de frio
chamada “Medeia”, em homenagem à figura da mitologia grega, e por uma
tempestade de neve sem precedentes nos últimos treze anos, segundo os
meteorologistas.
Os militares das forças armadas gregas usaram hoje guindastes e
motosserras para ajudar os bombeiros a limpar centenas de árvores que
caíram e que danificaram a rede elétrica e bloquearam estradas.
As condições meteorológicas continuam a causar grandes problemas na Turquia, onde as tempestades de neve estão a cair em partes do norte do país, enquanto a frente fria avança pelo Mediterrâneo Oriental.
Uma grande parte da Síria foi coberta pela neve,
incluindo a capital, Damasco, que está a testemunhar a primeira
tempestade de neve este inverno. A neve chegou a 15 centímetros nas
montanhas da província de Sweida, segundo a agência de notícias oficial SANA.
A Universidade de Damasco cancelou os exames de meio de semestre
programados para hoje e quinta-feira por causa das condições climáticas
extremas. Os portos do país permanecem abertos.
No noroeste da Síria, controlado pela oposição, as equipas de
proteção civil têm vindo a construir barreiras desde terça-feira ao
redor dos campos de deslocados para evitar que a chuva inunde a área.
Quase três milhões de pessoas deslocadas vivem no noroeste da Síria, a
maioria em tendas e abrigos temporários, e chuvas fortes, no mês
passado, danificaram mais de 190 acampamentos de deslocados, destruindo e
danificando mais de 10 mil tendas.
No vizinho Líbano, a tempestade Joyce atingiu o país
na terça-feira com ventos fortes que registaram entre 85 e 100
quilómetros por hora. A tempestade deve intensificar-se na quinta-feira.
Quebrando um período de calor, a tempestade trouxe fortes chuvas, uma
queda acentuada nas temperaturas e a maior queda de neve no Líbano este
ano, com quase uma dúzia de estradas no leste e norte encerradas ao
tráfego por causa da neve, que deve cobrir até mesmo áreas com 400
metros de altitude, de acordo com o departamento de Meteorologia. A neve
atingiu também uma área no nordeste da Líbia pela primeira vez em 15
anos.
O Serviço Meteorológico de Israel previu fortes tempestades
e baixas temperaturas em grande parte do país, com queda de neve em
altitudes mais elevadas esperada para o final do dia de hoje, incluindo
em Jerusalém.
Uma forte tempestade de neve cobriu os Montes de Golã ocupadas por israelitas, perto da fronteira com a Síria.
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