quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Cientistas afirmam que não é possível localizar a origem da humanidade !

Apesar do número de evidências fósseis já encontradas, não é possível localizar com precisão a área onde os humanos modernos surgiram, concluiu uma nova investigação conduzida por antropólogos da Alemanha e do Reino Unido.

No novo estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica Nature, a equipa sustenta não só que os dados disponíveis são insuficientes para determinar com precisão no espaço e no tempo a génese da humanidade, como também sugere que o evento não pode ser determinado, nem do ponto de vista teórico.

“Ao contrário do que muitos acreditam, nem o registo genético nem o registo fóssil até agora encontrado revelam um lugar ou um período de tempo definido para a origem da nossa espécie”, começa por explicar Pontus Skoglund, especialista do Instituto Max Planck e coautor do estudo, citado em comunicado.

E acrescenta: “Um momento como este, em que a maior parte da nossa ancestralidade foi encontrada numa pequena região geográfica e as características que associamos à nossa espécie apareceram, pode não ter existido. Para já, seria útil que nos afastássemos da ideia de uma única época e local de origem”.

Para chegar a esta conclusão, a equipa realizou uma revisão completa sobre o conhecimento já existente sobre a ancestralidade humana, frisa o portal Science Alert.

Na mesma nota, Chris Stringer, outro dos especialistas envolvidos na investigação, observa que a origem complexa do Homo sapiens está a tornar-se cada vez mais evidente.

“Alguns dos nossos antepassados terão vivido em grupos ou populações que podem ser identificadas no registo fóssil, enquanto muito pouco se sabe sobre os outros [antepassados]. Na próxima década, o crescente reconhecimento das nossas complexas origens deve expandir o foco geográfico de trabalho de campo paleoantropológico a regiões que antes se consideravam periféricas na nossa evolução, como África central e ocidental e o subcontinente indiano e o sudeste asiático“.

Face à existência de várias espécies e populações que deixaram a sua marca na nossa genética, o grupo de antropólogos sugere que se pergunte, em primeiro lugar, como é que a humanidade se originou – só depois, sustentam, é que se deve explorar o “onde”.

“As principais questões emergentes referem-se aos mecanismos que impulsionaram e sustentaram este mosaico humano, com todos os seus vários fios ancestrais, ao longo do tempo e do espaço”, observa a antropóloga Eleanor Scerri.

“Compreender a relação entre habitats fraturados e a mudança de nichos humanos desempenhará, sem dúvida, um papel fundamental no esclarecimento destas questões, deixando mais claro que padrões demográficos melhor se adaptam ao registo genético e paleoantropológico”, remata a especialista.

https://zap.aeiou.pt/nao-possivel-localizar-origem-humanidade-380564

A um passo da nova era da computação - Cientistas estão a desenhar um “cérebro quântico” !

Os cientistas estão cada vez mais empenhados na criação de novas estratégias de armazenamento e processamento de informação com eficiência energética. Os planos passam por melhorar a tecnologia atual, mas também por abordagens capazes de mudar o jogo.


Uma equipa de cientistas da Universidade Radboud, nos Países Baixos, está empenhada em trabalhar no chamado “cérebro quântico“, que pode imitar o comportamento autónomo de neurónios e sinapses. Recentemente, os investigadores demonstraram que podem padronizar e interconectar uma rede de átomos individuais.

Segundo o Tech Explorist, a equipa descobriu que, ao construir uma rede de átomos de cobalto com fósforo preto, era capaz de desenvolver um material que armazena e processa informações de forma semelhante à do cérebro. Aliás, mais do que isso: o material adapta-se.

Ao criar conjuntos personalizados desses átomos, os cientistas descobriram que o comportamento de disparo desses conjuntos imita o comportamento de um modelo semelhante ao cérebro humano usado na Inteligência Artificial. Ao notar o comportamento dos neurónios, também criaram a mais pequena sinapse conhecida até hoje.

De acordo com a equipa, os conjuntos apresentavam uma propriedade adaptativa intrínseca: as suas sinapses mudavam o comportamento dependendo do input que “viam”.

“Ao estimular o material durante um longo período de tempo com uma certa voltagem, ficamos muito surpresos ao ver que as sinapses realmente mudaram. O material adaptou a sua reação com base nos estímulos externos que recebeu. Aprendeu sozinho“, explicou o líder da equipa, Alexander Khajetoorians.

O resultado é uma forma de computação adaptada para a Inteligência Artificial. A única diferença é que tudo funciona no hardware, sem precisar de software.

O objetivo agora é construir uma rede maior de átomos e descobrir novos materiais “quânticos” que podem ser usados. Além disso, e não menos importante, a equipa quer entender por que motivo a rede atómica se comporta desta maneira.

“Estamos num estado em que podemos começar a relacionar a física fundamental com os conceitos da biologia, como memória e aprendizagem”, disse Khajetoorians.

“Se pudéssemos construir uma máquina real a partir deste material, seríamos capazes de construir dispositivos de computação de autoaprendizagem mais eficientes e mais pequenos do que os computadores atuais. No entanto, só quando entendermos como funciona – e isso ainda é um mistério -, é que seremos capazes de ajustar o comportamento e começar a desenvolver uma tecnologia”, acrescentou o cientista.

https://zap.aeiou.pt/cerebro-quantico-380863

 

“Máquina Ramanujan” - Inteligência Artificial revela padrões ocultos em números !

Um novo software “matemático” com inteligência artificial (IA), conhecido como Máquina Ramanujan, consegue revelar relações ocultas entre números.

De acordo com o LiveScience, a “máquina” consiste em algoritmos que procuram conjeturas ou conclusões matemáticas que são provavelmente verdadeiras, mas que nunca foram provadas. As conjeturas são os pontos de partida dos teoremas matemáticos, conclusões que foram provadas por uma série de equações.

Este conjunto de algoritmos recebeu o nome do matemático indiano Srinivasa Ramanujan. Nascido em 1887, filho de uma escriturário e de uma dona de casa, Ramanujan foi uma criança prodígio que fez surgir muitas conjeturas matemáticas, provas e soluções para equações nunca antes resolvidas. Em 1918, dois anos antes da sua morte precoce por doença, foi eleito Fellow da The Royal Society London, tornando-se o segundo homem indiano a ser empossado depois do engenheiro naval Ardaseer Cursetjee em 1841.

Ramanujan tinha uma sensibilidade inata para números e um olho para padrões que iludiam outras pessoas, segundo o físico Yaron Hadad, vice-presidente de inteligência artificial (IA) e ciência de dados da empresa de dispositivos médicos Medtronic e um dos criadores da nova máquina Ramanujan.

O novo software foi projetado para extrair padrões matemáticos promissores de grandes conjuntos de equações potenciais.

A máquina, na qual um algoritmo deteta padrões em grandes quantidades de dados com orientação mínima dos programadores, foi usada numa variedade de localização de padrões, desde o reconhecimento de imagens até à descoberta de medicamentos.

Hadad e os seus colegas do Instituto de Tecnologia Technion-Israel queriam ver se poderiam usar a aprendizagem de máquina para algo mais fundamental. “Queríamos ver se poderíamos aplicar a aprendizagem da máquina a algo muito, muito básico, por isso pensámos que os números e a teoria dos números são muito, muito básicos“, disse.

Alguns investigadores já usaram a aprendizagem da máquina para transformar conjeturas em teoremas – um processo chamado de prova automatizada de teoremas. Em vez disso, o objetivo da Máquina Ramanujan é, primeiro, identificar conjeturas promissoras.

Este tem sido o domínio de matemáticos humanos, que surgiram com propostas famosas como o Último Teorema de Fermat, que afirma que não há três inteiros positivos que possam resolver a equação an + bn = cn quando n é maior que 2.

Para fazer a máquina Ramanujan, os investigadores concentraram-se nas constantes fundamentais, que são números fixos e fundamentalmente verdadeiros nas equações.

A constante mais famosa pode ser a razão entre a circunferência de um círculo e o seu diâmetro, mais conhecida como pi. Independentemente do tamanho do círculo, a proporção é sempre 3,14159265(…).

Os algoritmos examinam um grande número de equações potenciais em busca de padrões que possam indicar a existência de fórmulas para expressar tal constante.

Primeiro, os programas examinam um número limitado de dígitos, talvez cinco ou dez, e depois registam as correspondências e expandem-nas para ver se os padrões se repetem ainda mais. Quando aparece um padrão promissor, a conjetura está disponível para uma tentativa de prova.

A equipa criou um um site, RamanujanMachine.com, para partilhar as conjeturas que os algoritmos geram e para colher as tentativas de prova de qualquer pessoa que queira tentar descobrir um novo teorema.

Os utilizadores também podem fazer download do código para executar as suas próprias investigações de conjeturas ou permitir que a máquina use o espaço de processamento sobressalente nos seus próprios computadores para pesquisar por conta própria.

Segundo Hadad, parte do objetivo é envolver mais os leigos no mundo da matemática.

Até agora, foram geradas mais de 100 conjeturas intrigantes e várias dezenas foram provadas. O algoritmo ajudou a descobrir uma medida melhor de irracionalidade para a constante de Catalan, um número denotado por G que tem pelo menos 600 mil dígitos, mas pode ou não ser um número irracional.

O algoritmo ainda não respondeu à pergunta se a constante do catalão é, ou não, racional, mas deu um passo em direção a esse objetivo.

Os investigadores esperam que a Máquina Ramanujan ajude a mudar a forma como a matemática é feita. É difícil dizer como os avanços na teoria dos números se traduzirão em aplicações do mundo real.

https://zap.aeiou.pt/maquina-ramanujan-padroes-ocultos-380851

 

Pandemia e a retirada dos direitos laborais - Trabalho «escravo» na Hungria !

Trabalhadores contra a «lei da escravidão» promovida pelo governo de direita de Viktor Órban, na HungriaCréditosEPA/Boglarka Bodnar HUNGARY OUT
Os direitos dos trabalhadores húngaros estão a ser alvo de um grave ataque, com a proibição do direito à greve, a suspensão de legislação laboral e o cancelamento das convenções coletivas.

A pandemia tem sido usada na Hungria como pretexto para atacar os direitos dos trabalhadores, a um nível que alguns descrevem como uma nova forma de escravatura.

Uma situação que levou a eurodeputada Sandra Pereira a questionar a Comissão Europeia (CE), com pedido de resposta escrita, fazendo eco de denúncias como o de as empresas poderem definir «um plano temporal de 24 meses, estipulando o número de horas que cada trabalhador tem de trabalhar durante esse período». Além disso, o trabalhador, se por qualquer motivo a produção abrandar, «fica obrigado a compensar mais tarde» e, no caso de se despedir, «terá de indemnizar a empresa no valor de um salário por cada mês em falta para o cumprimento do plano temporal».

Na pergunta enviada a Ursula Von der Leyen tem ainda denunciado o fato de os trabalhadores húngaros estarem também «obrigados a horas extraordinárias, que podem ficar por pagar», com várias multinacionais, incluindo a indústria automóvel alemã, a aproveitarem «a mão-de-obra barata e sem direitos para se instalarem e operarem no país», nomeadamente a Volkswagen, Daimler, Bosch e Opel-General Motors.

Nesse sentido, a eurodeputada comunista questiona a CE sobre a «avaliação que faz desta situação» e se «alguma das empresas referidas recebe ou recebeu financiamento de fundos europeus para se instalar» na Hungria.

Recorde-se, a propósito, o artigo de Federico Fubini publicado no Público sobre a situação neste país, com críticas à CE por não ter aberto «um processo de infracção sobre alguns dos regulamentos laborais de Orbán», dando como exemplo, a «"lei de escravidão número um", que estabelece dez horas extraordinárias obrigatórias por semana, claramente uma violação da Diretiva 2003/88/CE sobre o tempo de trabalho».

Mas também, o facto de a Hungria ser «o principal cliente da indústria de armamento alemã», sublinhando que os contratos «datam da época em que a atual presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, era ministra da Defesa da Alemanha».

Federico Fubini denuncia ainda «a lei que privatiza os contratos de trabalho de 20 mil funcionários públicos do setor cultural (funcionários de museus, bibliotecas, arquivos e outras instituições) e cancela qualquer tipo de acordo coletivo», ficando cada um deles «vinculado ao governo através de um contrato individual».

https://www.abrilabril.pt/internacional/trabalho-escravo-na-hungri




 


Rússia enlouquece o Ocidente !

Historiadores do futuro poderão registrá-lo como o dia em que o usualmente imperturbável Ministro de Relações Exteriores da Rússia Sergey Lavrov decidiu que para ele basta, essa conversa acabou:

Estamos já nos habituando ao fato de que a União Europeia tenta impor restrições unilaterais, restrições ilegítimas, e temos de assumir, a essa altura, que a União Europeia é parceira não confiável.

Josep Borrell, chefe da política exterior da União Europeia (UE), em visita oficial a Moscou, recebeu esse soco bem no queixo.

Lavrov, sempre o perfeito gentleman, acrescentou, "Espero que a revisão estratégica que acontecerá em breve firme seu foco nos interesses chaves da União Europeia e que aquelas conversações ajudem a tornar mais construtivos os nossos contatos."

O ministro russo referia-se à reunião dos chefes de Estado e de governo da EU, no próximo mês, na qual discutirão Rússia. Lavrov não alimenta qualquer ilusão de que os "parceiros não confiáveis" agirão como adultos.

Mas há algo imensamente intrigante na fala de abertura de Lavrov, no encontro com Borrell: "O principal problema que todos enfrentamos é a falta de normalidade nas relações entre Rússia e União Europeia - os dois maiores players no espaço eurasiano. É situação insalubre, que em nada beneficia qualquer dos envolvidos."

Os dois maiores players no espaço eurasiano (itálicos meus). Guardem bem em mente. Voltaremos à essa questão.

Como estão as coisas, a União Europeia parece irrecuperavelmente viciada em só piorar a "situação insalubre". A presidenta da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, em evento inesquecível, estragou a jogada de Bruxelas para as vacinas. Essencialmente, mandou Borrell a Moscou para requerer para empresas europeias, direitos de licenciamento para produzir a vacina Sputnik V - cujo uso está para ser aprovado pela UE.

E os eurocratas preferem cenas de histeria para promover Navalny, funcionário da OTAN já condenado por fraude e seus bufões cúmplices - o Guaidó russo.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, sob a cobertura da "contenção estratégica", o comandante do Comando Estratégico dos EUA (ing. US STRATCOM), Almirante Charles Richard, deixou escapar que "há real possibilidade de que uma crise regional com Rússia ou China possa escalar rapidamente para conflito que envolva armas nucleares, se se perceber que perda convencional ameace o regime ou o estado".[1]

Assim, já se pode distribuir a culpa pela próxima - e derradeira - guerra, conforme o comportamento "de desestabilização" de Rússia e China. Assumem que serão "derrotados" - e, pronto, num surto de fúria, detonam a bomba atômica. O Pentágono será mais que só vítima; afinal, diz Mr. STRATCOM, não estamos "paralisados na Guerra Fria".

Planejadores do STRATCOM bem que poderiam ler Andrei Martyanov, analista militar craque, que há anos batalha na linha de frente detalhando o modo como o novo paradigma hipersônico - e não os arsenais nucleares - mudaram a natureza da guerra.

Depois de detalhada discussão técnica, Martyanov mostra como "os EUA hoje simplesmente não têm boas opções." Nenhuma. A opção menos ruim contudo é conversar com os russos, e não em termos dobobajol geopolítico e sonhos molhados de que os EUA, ninguém sabe como, conseguiriam convencer a Rússia a "abandonar" a China -, porque os EUA têm absolutamente nada, zero, a oferecer a Rússia 'em troca' da China. Mas pelo menos russos e norte-americanos podem finalmente acertar entre eles as respectivas tolices de "hegemonia" e convencer a China a finalmente sentar com eles, como uma Terceira Grande, para finalmente decidirem como governarão o mundo. Essa é a única chance de os EUA continuarem relevantes no novo mundo."

A marca da Horda Dourada

Assim como são praticamente inexistentes as probabilidades de a UE conseguir dar jeito na "situação insalubre" com a Rússia, não há sinal de que o que Martyanov esquematizou venha a ser considerado pelo Estado Permanente* dos EUA.

O caminho adiante parece irretorquível: sanções perpétuas; expansão perpétua da OTAN sobre as fronteiras russas; formação de um anel de estados hostis em torno da Rússia; interferência perpétua dos EUA em assuntos internos da Rússia - além de um exército de 5ª-colunistas; e guerra de informação perpétua de pleno espectro.

Lavrov tem dito com clareza cada dia mais absoluta que Moscou já nada espera. Mas os fatos continuarão a se acumular 'em solo'.

O Gasoduto Ramo Norte 2 (Nordstream 2) será concluído - com sanções ou sem sanções - e fornecerá o muito necessário gás natural para Alemanha e UE. Navalny - fraudador condenado -, com 1% de "popularidade" real na Rússia - permanecerá na prisão. Cidadãos em toda a UE receberão a vacina Sputnik V. A parceria estratégica Rússia-China continuará a se solidificar.

Para compreender como chegou-se a essa confusão russofóbica nada abençoada, encontra-se um mapa do caminho essencial em Russian Conservatism, novo e excitante estudo de filosofia política de autoria de Glenn Diesen, professor associado na Universidade do Sudeste da Noruega, conferencista na Escola Superior de Economia de Moscou, e um dos meus muito ilustres interlocutores em Moscou.

Diesen começar pelos pontos essenciais: geografia, topografia e história. A Rússia é potência terrestre muito extensa, sem suficiente acesso por mar. A geografia, argumenta Diesen, condiciona os fundamentos das "políticas conservadoras definidas pela autocracia, um complexo ambíguo de nacionalismo e o duradouro papel da Igreja Ortodoxa" - algo que implica resistência contra o "secularismo radical".

É sempre crucial lembrar que a Rússia não tem fronteiras naturais defensáveis; foi invadida ou ocupada por suecos, poloneses, lituanos, pela Horda Dourada Mongol, pelos tátaros da Crimeia e por Napoleão. Para nem mencionar a imensamente sangrenta invasão nazista.

O que se esconde numa palavra? Tudo: "segurança", em russo é byezopasnost. É palavra 'de negação', iniciada por byez, que significa "sem". E opasnost significa "perigo".

O complexo da Rússia, sua constituição histórica sem paralelo sempre apresentou sérios problemas. Sim, houve forte afinidade com o império bizantino. Mas se a Rússia "exigisse que a autoridade imperial se transferisse de Constantinopla, seria obrigada a conquistá-la." E fazer o sucessor, papel e legado da Horda Dourada relegaria a Rússia ao status de potência apenas asiática.

Na trilha da modernização russa, a invasão mongol não provocou só um cisma geográfico, também deixou sua marca na política: "A autocracia tornou-se necessidade, depois do legado mongol e do estabelecimento da Rússia como império eurasiano com expansão geográfica fracamente conectada".

"Um colossal Oriente Ocidente"

Rússia tem a ver integralmente com Oriente encontra Ocidente. Diesen nos lembra como Nikolai Berdyaev, um dos principais líderes conservadores do século 20, já dissera em 1947: "A inconsistência e a complexidade da alma russa podem ser devidas ao fato de que na Rússia unem-se duas fontes da história do mundo - Oriente e Ocidente - que se empurram e influenciam-se mutuamente (...) A Rússia é uma seção do mundo - um colossal Oriente Ocidente."

A ferrovia Transiberiana, construída para reforçar a coesão interna do império russo e para projetar poder na Ásia, foi importante fator que mudou o jogo: "Com os assentamentos de agricultores russos em expansão para o oriente, a Rússia ia cada vez mais substituindo as antigas estradas, que, antes, haviam conectado e controlado a Eurásia."

É fascinante assistir ao modo como o desenvolvimento econômico russo levou à teoria da Terra Central de Mackinder - segundo a qual para controlar o mundo seria necessário controlar o supercontinente Eurasiano. O que apavorou Mackinder é que as ferrovias russas conectando a Eurásia, minariam toda a estrutura de poder da Grã-Bretanha como império marítimo.

Diesen também mostra como o Eurasianismo - que emergia nos anos 1920s entre emigrados, como resposta a 1917 - foi de fato uma evolução do conservadorismo russo.

O Eurasianismo, por várias razões, jamais se tornou movimento político unificado. O centro do Eurasianismo é a noção de que a Rússia não era meramente um estado da Europa Oriental. Depois da invasão pelos mongóis no século 13 e da conquista dos reinos tátaros no século 16, a história e a geografia da Rússia já não podiam ser só europeias. O futuro exigiria abordagem mais equilibrada - e engajamento com a Ásia.

Dostoievsky formulou brilhantemente essa ideia, em 1881, antes de todos:

Os russos são tão asiáticos quanto europeus. O erro de nossa política pelos últimos dois séculos tem sido fazer crer ao povo da Europa que seríamos verdadeiros europeus. Servimos bem demais à Europa, assumimos parte grande demais nas querelas domésticas europeias (...) Curvamo-nos como escravos diante dos europeus e deles só recebemos ódio e desprezo. É hora de nos afastarmos da Europa ingrata. Nosso futuro está na Ásia.

Pode-se dizer que Lev Gumilev (1912-1992)** foi o superastro de uma nova geração de eurasianistas. Para Gumilev, a Rússia tinha base sobre uma coalizão natural entre eslavos, mongóis e turcos. The Ancient Rus and the Great Steppe, publicado em 1989 [parece não existir edição em inglês (NTs)], teve imenso impacto na Rússia depois do colapso da URSS - como ouvi, de primeira mão, de meus anfitriões russos, quando cheguei a Moscou, pela Transiberiana, no inverno de 1992.

Como Diesen apresenta o quadro, Gumilev oferecia uma espécie de terceira via, para além do nacionalismo europeu e do internacionalismo utopista. Foi criada uma Universidade Lev Gumilev no Cazaquistão. Putin referiu-se a Gumilev como "o maior eurasiano de nosso tempo".

Diesen nos faz lembrar que George Kennan, em 1994, reconheceu a luta dos conservadores por "esse país tragicamente ferido e espiritualmente diminuído". Em 2005, Putin foi muito mais severo:

O colapso da União Soviética foi a maior catástrofe geopolítica do século. E para o povo russo, foi drama real (...) Os velhos ideais foram destruídos. Muitas instituições foram desmanteladas ou simplesmente reformadas às pressas (...) Com controle ilimitado sobre os fluxos de informação, grupos de oligarcas serviram exclusivamente aos seus próprios interesses corporativos. A pobreza em massa começou a ser aceita como normal. Tudo isso, sobre o pano de fundo da mais severa recessão econômica, finanças instáveis e paralisia na esfera social.

Aplicando a "democracia soberana"

Assim chegamos à crucial questão europeia.

Nos anos 1990s, liderada por Atlanticistas, a política externa russa era focada na Europa Expandida, conceito baseado no Lar Europeu Comum [ing. Common European Home], de Gorbachev.

Mesmo assim, a Europa pós-Guerra Fria, na prática, acabou configurada como a expansão non-stop da OTAN e o nascimento - e expansão - da União Europeia. E fizeram-se todos contorcionismos liberais imagináveis, para incluir toda a Europa, e excluir a Rússia.

Diesen tem o mérito de resumir todo o processo, em uma frase: "A nova Europa liberal representou uma continuidade britânico-norte-americana, em termos da dominância de potências marítimas e do objetivo de Mackinder, de organizar o relacionamento entre Alemanha e Rússia como jogo de soma zero, para impedir que os respectivos interesses se alinhassem".

Não surpreende que Putin, subsequentemente, tenha tido de ser coroado Espantalho Supremo, ou "o novo Hitler". Putin rejeitou rápida e completamente o papel da Rússia como mera aprendiz da civilização ocidental e - o corolário daquele papel - a hegemonia (neo)liberal.

Mas ainda permanecia conciliador. Em 2005, Putin destacou que "acima de tudo mais, a Rússia foi, é e será grande potência europeia". Queria apartar o liberalismo e a política do poder - , rejeitando os fundamentos da hegemonia liberal.

Putin dizia que não há modelo único de democracia. Essa noção foi adiante conceptualizada como "democracia soberana". Não pode haver democracia sem soberania. E assim se descartava a "supervisão" do Ocidente, para fazer 'funcionar' as democracias.

Em observação aguda, Diesen diz que, se a URSS foi "eurasianismo radical de esquerda, algumas de suas características eurasianas poderiam ter-se transferido para o eurasianismo conservador." Diesen registra que Sergey Karaganov, às vezes chamado de o "Kissinger Russo", mostrou o quanto "a União Soviética foi central para a descolonização e serviu de parteira na ascensão da Ásia, ao privar o Ocidente da capacidade para impor a própria vontade ao mundo mediante força militar - o que o ocidente sempre fez, do século 16 até os anos 1940s".

É constatação amplamente aceita em vastas áreas do Sul Global - da América Latina e África até o Sudeste da Ásia.

Península ocidental da Eurásia

Assim, depois do fim da Guerra Fria e do fracasso da Europa Expandida, o movimento de pivô feito por Moscou para construir a Eurásia Expandida teria sempre, fatalmente, ares de inevitabilidade histórica.

A lógica é impecável. Os dois nodos geoeconômicos da Eurásia são a Europa e o Leste da Ásia. Moscou quer conectá-los economicamente num supercontinente: é onde a Eurásia Expandida encontra a Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE). Mas há ainda a dimensão extra da Rússia, como escreve Diesen: uma "transição para longe da periferia usual daqueles centros de poder e na direção do centro de um novo constructo regional".

De uma perspectiva conservadora, enfatiza Diesen, "a economia política da Eurásia Expandida capacita a Rússia a superar a própria obsessão histórica com o Ocidente e a estabelecer uma via russa orgânica rumo à modernização".

Isso implica desenvolver indústrias estratégicas; corredores de conectividade; instrumentos financeiros; projetos de infraestrutura para conectar a Rússia europeia com a Rússia da Sibéria e do Pacífico. Tudo isso sob novo conceito: uma economia política industrializada conservadora.

E acontece que a parceria estratégica Rússia-China é ativa nesses três setores geoeconômicos: indústrias estratégicas/plataformas techno, corredores de conectividade e instrumentos financeiros.

Assim, outra vez, a discussão é empurrada para o imperativo categórico supremo: o confronto entre a Terra Central e uma potência marítima.

Historicamente, as três grandes potências eurasianas foram os citas, os hunos e os mongóis. A causa chave da fragmentação e da decadência das três é não terem conseguido alcançar - e controlar - as fronteiras marítimas da Eurásia.

A quarta grande potência eurasiana era o Império Russo - e a potência que o sucedeu, a URSS. Uma das razões decisivas do colapso da URSS é que, tampouco ela, conseguiu alcançar - e controlar - as fronteiras marítimas da Eurásia.

Os EUA cuidaram de impedir que acontecesse, usando uma fórmula em que se misturavam Mackinder, Mahan e Spykman. A estratégia dos EUA chegou até a ser conhecida como "mecanismo Spykman-Kennan de contenção" - todos os tais "deslocamentos adiante" na periferia marítima da Eurásia, na Europa Ocidental, no Leste da Ásia e no Oriente Médio.

Hoje, todos já sabemos que a estratégia geral offshore dos EUA - e razão básica pela qual os EUA entraram nas duas Guerras Mundiais - era impedir, por todos os meios necessários, que emergisse um hegemon eurasiano.

Quanto a EUA posicionarem-se como hegemon, a ideia seria exposta- com a inevitável arrogância imperial - pelo Dr. Zbig "Grande Tabuleiro de Xadrez" Brzezinski em 1997: "Para impedir a colusão e manter os vassalos dependentes para terem segurança; para manter os tributários obedientes e protegidos; e para impedir que os bárbaros se unam". Bom velho Dividir e Governar, aplicado via "dominação por sistema".

Esse é o sistema que agora está ruindo - para desespero dos suspeitos de sempre. Diesen observa que "no passado, empurrar a Rússia na direção da Ásia relegaria a Rússia à obscuridade econômica e eliminaria seu status como potência europeia." Mas agora, com o centro da gravidade geoeconômica pendendo para a Chia e Leste da Ásia, todo o jogo muda completamente.

A demonização ininterrupta, dia e noite, todos os dias, de Rússia-China, combinada à mentalidade de "situação insalubre" da gangue dos países da EU, só ajuda a empurrar a China mais e mais, cada vez para mais perto da China - exatamente a situação na qual está chegando ao fim a dominação pelo Ocidente, que durou apenas dois séculos, como Andre Gunder Frank demonstrou conclusivamente.

Diesen, talvez diplomaticamente demais, lembra que que "as relações entre Rússia e o Ocidente também mudarão com a ascensão da Eurásia. A estratégia ocidental de hostilidade anti-Rússia apoia-se no pressuposto de que a Rússia não teria para onde correr, e teria de aceitar o que o Ocidente ofereça em termos de "parceria". A ascensão do Oriente altera fundamentalmente o relacionamento de Moscou com o Ocidente, ao permitir que a Rússia diversifique suas parcerias".

É possível que estejamos bem rapidamente nos aproximando do ponto em que a Rússia da Eurásia Expandida presenteará a Alemanha com oferta do tipo pegar-ou-largar. Ou nós construímos juntos a Terra Central, ou os russos a construiremos com a China. - E vocês serão coadjuvantes históricos. Claro, sempre há a possibilidade de se formar um eixo Berlim-Moscou-Pequim, embora ainda distante. Coisas mais estranhas já aconteceram.

Mas Diesen confia que "as potências terrestres eurasianas eventualmente incorporarão a Europa e outros estados em sua periferia interior da Eurásia. Lealdades políticas mudarão incrementalmente, conforme interesses políticos migrem para o Oriente, e a Europa converta-se gradualmente em península oriental da Eurásia Expandida".

Isso sim é assunto para tirar o sono dos charlatães peninsulares, vendedores de "situação insalubre".


* Epígrafe acrescentada pelos tradutores.

[1] Em "Eu poderia...", 6/2/2021, Andrei Martyanov, Blog Reminiscence of the Future - Si Vis Pacem, Para Vino, aqui (ing.) e traduzido no Blog Bacurau Homenagem ao Filme [NTs].

* Orig. Deep State (lit. "Estado Profundo"). Já há algum tempo temos optado por traduzir a expressão por "Estado Permanente". Depois de muito discutir, chegamos a um consenso: "Afinal de contas, o tal Deep State (i) não é ruim por ser profundo: é ruim por ser eterno, permanente, imutável, inalcançável pelas instituições e forças da democracia; e além disso, (ii) nem 'profundo' o tal Deep State é: ele vive à tona, tem logotipos, marcas e nomes na superfície, é visível, portanto; mesmo assim, se autodeclara "profundo". Não. Ele que se autodeclare o que queira. Nós o declaramos "Estado Permanente" (e anotamos nossos motivos, aqui, em nota dos tradutores (NTs).

** Lev Gumilev (1912-1992) é filho da extraordinária poeta russa Ana Akhmatova - aqui homenageada pelos tradutores, na epígrafe (Nota acrescentada pelos tradutores).

Foto: By Mzajac - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=97080521

https://port.pravda.ru/russa/13-02-2021/52301-russia_ocidente-0/

 

As sanções dos EUA contra o Irão permitiram que a China penetrasse mais profundamente na Ásia Central !


As sanções se tornaram uma arma formidável usada por Washington para manter a pressão contra a China e sufocar o Irã. Os EUA foram consumidos pelo ódio anti-iraniano e pela sinofobia e estão travando uma guerra em duas frentes usando sanções e pressão econômica. Embora possam parecer duas questões distintas, as sanções que atingem Teerã não deixam de afetar Pequim, seu principal parceiro econômico. No entanto, também há uma grande contradição na política de sanções de Washington contra o Irã, especialmente em relação à Ásia Central. 
 
Teerã está sob um regime de sanções nos EUA que tem aumentado constantemente desde o sucesso da Revolução Iraniana em 1979. A chegada de Donald Trump à Casa Branca em 2016 marcou uma clara intensificação das sanções contra o Irã e uma nova guerra comercial contra a China. Com a saída de Washington do acordo nuclear iraniano em 2018, os EUA queriam reduzir as exportações da República Islâmica a zero. Mais importante ainda, Washington queria proibir outros países de importar energia iraniana. Embora as sanções obviamente visem a República Islâmica, elas também fazem parte de uma guerra econômica maior contra a China, o maior adversário econômico dos EUA.
Sanções sob o ex-presidente Barack Obama foram vistas como uma ótima solução para forçar um país inimigo a negociar ou ter seus líderes removidos do poder sem recorrer à força militar - mas, como está provado, isso falhou completamente se olharmos para os exemplos da Síria, Rússia e Venezuela . No caso iraniano, esperava-se que as sanções atingissem dois inimigos ao mesmo tempo, Teerã e Pequim. Esperava-se que as sanções empurrassem o Irã para a mesa de negociações, ao mesmo tempo que dificultariam o fornecimento de hidrocarbonetos do país à China.
Em julho de 2020, o Irã e a China assinaram um acordo de cooperação estratégica por um período de 25 anos. Em troca, a China recebe desconto no gás e no petróleo do Irã - na verdade, eles recebem 30% mais baratos do que a taxa de mercado. Estima-se que a China concordou em injetar US $ 280 bilhões a US $ 400 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto nas indústrias iranianas de petróleo, gás e petroquímica como parte do Programa de Cooperação de 25 anos. Pequim e Teerã, apesar de suas diferenças políticas (a China é governada por um governo comunista e o Irã é uma teocracia islâmica), eles têm o objetivo comum de resistir ao unilateralismo dos EUA.
Portanto, não é apenas o enriquecimento de urânio do Irã que está na mira de Washington. A China se tornou o principal parceiro econômico do Irã, o que frustra muito Washington, pois impede seuesforços para derrubar os Mullahs do poder.
A China está usando o Irã como uma alavanca de influência na região, e o Irã está usando a China para aliviar suas dificuldades econômicas. No entanto, a retirada dos EUA do acordo nuclear encorajou e consolidou essa reaproximação, algo que Trump e seus legisladores não previram. O Programa de Cooperação de 25 anos é uma colaboração em todos os níveis e uma reorientação política. Essa colaboração permite que Teerã contorne de alguma forma as sanções dos EUA. Por causa do Programa de Cooperação de 25 anos, o Irã se tornou uma passagem estratégica para a Iniciativa Belt and Road para conectar a China Ocidental e a Ásia Central com a Turquia e os mercados europeus. No entanto, a colaboração sino-iraniana é desacelerada por sanções, pois as transações são bloqueadas. Tendo uma visão negativa das ambições de Pequim, as sanções americanas contra o Irã também esperam conter o expansionismo econômico chinês. No Irã, aenas o porto de Chabahar está isento de sanções americanas. Isso ocorre porque a reconstrução do Afeganistão é uma meta de Washington e o porto de Chabahar, investido pela Índia, desempenha um papel importante nessa empreitada. O Porto Chabahar é mais importante para a política do Afeganistão dos EUA, pois é investido pela Índia, ao contrário do Porto Gwadar no Paquistão, que é investido pela China. Os portos de Chabahar e Gwadar, a menos de 200 km um do outro, estão competindo para se tornar o principal porto de serviço da Ásia Central. E aqui está a contradição. O objetivo real de não implementar sanções no porto de Chabahar é permitir que a Índia tenha acesso ao Afeganistão e, portanto, à Ásia Central para desafiar a China, e talvez até a Rússia, de ter maior influência na região sem litoral. Esta é mais uma prova da hipocrisia americana quando se trata de desafiar a China, já que ela está disposta a ignorar as sanções de décadas e as pressões contra o Irã na busca pelo enfraquecimento de Pequim. Isso mesmo que as sanções intensificadas contra o Irã também visem a China. Ao sancionar e tentar isolar o Irã, Washington de fato permitiu a penetração chinesa no país e, portanto, tem ainda maior influência e influência na Ásia Central. Isso porque o Irã faz fronteira com o Afeganistão e o Turcomenistão, países que vão para o Tadjiquistão e o Uzbequistão e, eventualmente, o Cazaquistão. Os legisladores dos EUA não consideraram isso ou calcularam mal. Embora a Índia possa ganhar acesso à Ásia Central por meio do Porto Chabahar, não será capaz de competir com o domínio econômico chinês no Irã, algo que ocorreu em parte por causa das sanções dos EUA.

InfoBrics.

 

Uma Alemanha mais soberana, mais perto da Rússia e da China pode ser a gota d'água para quebrar a hegemonia dos EUA !

 
Na semana passada, rastreamos as etapas históricas e geopolíticas necessárias para entender por que a Rússia está deixando o Ocidente louco. E então, na sexta-feira passada, pouco antes do início do Ano do Boi do Metal, veio a bomba, entregue com a habitual altivez pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov. Em uma entrevista com o popular apresentador de talk show Vladimir Solovyov - com a transcrição completa publicada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia - Lavrov disse que Moscou "deve estar pronta" para uma possível "ruptura com a União Europeia". 
A ruptura agourenta seria um resultado direto de novas sanções da UE, especialmente aquelas "que criam riscos para a nossa economia, incluindo nas áreas mais sensíveis." E então, o argumento decisivo ao estilo Sun Tzu: “Se você quer paz, prepare-se para a guerra”. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, depois, fez questão de explicar que Lavrov foi tirado do contexto: a mídia, previsivelmente, havia se apoderado de uma manchete “sensacional”. Portanto, a resposta completa e matizada de Lavrov a uma pergunta sobre as difíceis relações UE-Rússia deve ser examinada com cuidado: “Acreditamos que estaríamos prontos para isso. Somos vizinhos. Falando coletivamente, eles são nosso maior parceiro comercial e de investimento. Muitas empresas da UE operam aqui; existem centenas ou mesmo milhares de joint ventures. Quando um negócio beneficiar os dois lados, continuaremos. Tenho certeza de que nos tornamos totalmente autossuficientes na esfera da defesa. Devemos também atingir a mesma posição na economia para podermos agir em conformidade, se virmos novamente (já vimos isso mais de uma vez) que as sanções são impostas em uma esfera onde podem criar riscos para a nossa economia, inclusive nas áreas mais sensíveis. áreas como o fornecimento de peças componentes. Não queremos ficar isolados do mundo, mas devemos estar preparados para isso. Se você quer paz prepare-se para a guerra." É bastante claro que Lavrov não está afirmando que a Rússia cortará unilateralmente as relações com a UE. A bola está realmente no campo da UE: Moscou afirma que não exercerá a opção de primeiro ataque para romper relações com a eurocracia de Bruxelas. E isso em si também seria bastante diferente de romper relações com qualquer um dos 27 estados-membros da UE. O contexto a que Peskov se referiu também é claro: o enviado da UE Josep Borrell, após sua desastrosa viagem a Moscou, levantou a questão de que Bruxelas estava avaliando a imposição de mais sanções. A resposta de Lavrov foi claramente projetada para incutir algum sentido nas cabeças grossas da Comissão Europeia (CE), dirigida pela notoriamente incompetente ex-ministra da defesa alemã Ursula von der Leyen e seu "chefe" de política externa Borrell. No início desta semana, Peskov foi forçado a voltar incisivamente à saga vulcânica: “Lamentavelmente, Bruxelas continua falando sobre sanções, assim como os Estados Unidos com uma persistência maníaca. Isso é algo que nunca iremos acolher. É algo de que não gostamos nada. ” Fale sobre eufemismo diplomático. Assim, está armado o cenário para uma estridente - para dizer o mínimo - reunião de ministros das Relações Exteriores da UE na próxima segunda-feira, onde eles discutirão - o que mais? - possíveis novas sanções. Isso provavelmente incluiria proibições de viagens e congelamento de ativos de russos selecionados, incluindo pessoas muito próximas do Kremlin, acusadas pela UE de serem responsáveis ​​pela prisão no início deste mês de blogueiro de direita e fraudador condenado (um golpe contra Yves Rocher) Alexei Navalny. A esmagadora maioria dos russos vê Navalny - com uma taxa de popularidade de 2% na melhor das hipóteses - como um recurso da OTAN modesto e dispensável. A reunião da próxima semana abrirá o caminho para a cúpula dos líderes dos Estados membros no final de março, onde a UE poderia - e essa é a palavra-chave - aprovar formalmente novas sanções. Isso exigiria uma decisão unânime dos 27 Estados membros da UE. Do jeito que está, além dos suspeitos de costume estridentemente russofóbicos - Polônia e Bálticos - não parece que Bruxelas está querendo atirar nas próprias costas. Lembre-se de Leibniz Os observadores da UE obviamente não têm observado como a visão pragmática de Bruxelas de Moscou evoluiu nos últimos anos.
O comércio Rússia-UE continuará, não importa o que aconteça. A UE precisa desesperadamente da energia russa; e a Rússia está disposta a vendê-lo, petróleo e gás, dutos e tudo. Isso é estritamente profissional. Se a UE não quiser - por uma série de razões - não há problema: a Rússia está desenvolvendo um fluxo constante de negócios, energia incluída, em todo o Leste Asiático. O sempre relevante Valdai Discussion Club, um think tank com sede em Moscou, por exemplo, está monitorando cuidadosamente o aspecto comercial da parceria estratégica Rússia-China: “A política dos EUA continuará a buscar uma divisão entre a China e a Rússia. A Europa continua a ser um parceiro importante para Moscou e Pequim. A situação na Ásia Central é estável, mas requer o fortalecimento da cooperação russo-chinesa. ” Putin, lateralmente, também deu sua opinião sobre a saga UE-Rússia, que é um subtexto daquela batalha perene entre a Rússia e o Ocidente: “Assim que começamos a nos estabilizar, para nos levantarmos - a política de dissuasão seguiu imediatamente … E à medida que ficamos mais fortes, essa política de dissuasão foi sendo conduzida cada vez mais intensamente. ” Eu alertei na semana passada sobre a possibilidade intergaláctica-distante de um eixo Berlim-Moscou-Pequim. O analista de mídia e telecomunicações Peter G. Spengler em um longo e-mail para mim elegantemente qualificou-o como pertencente ao senso de possibilidade de Robert Musil, conforme descrito em sua obra-prima The Man Without Qualities. Peter Spengler também chamou a atenção para a Novissima Sinica de Leibniz, e particularmente para um ensaio de Manfred von Boetticher sobre Leibniz e a Rússia, representado pelo Czar Pedro o Grande, no qual o papel da Rússia como ponte entre a Europa e a China é enfatizado. Mesmo que Leibniz, no final, nunca tenha conhecido Pedro, o Grande, aprendemos que "sempre foi o objetivo de Leibniz obter aplicação prática para suas descobertas teóricas. Ao longo de sua vida, ele estava procurando por um "grande potentado" que estivesse aberto às idéias modernas e com cuja ajuda pudesse realizar suas idéias de um mundo melhor. Na era do absolutismo, esta parecia ser a perspectiva mais promissora para um estudioso para quem o progresso da ciência e tecnologia, bem como a melhoria da educação e das condições econômicas, eram objetivos urgentes ”. “O czar Pedro, que era tão poderoso quanto aberto a todos os novos planos e cuja personalidade o fascinava de qualquer maneira, deve ter sido um contato extraordinariamente interessante para Leibniz. Uma vez que a Europa Ocidental entrou em contato mais próximo com a China por meio da missão jesuíta e Leibniz reconheceu a importância da cultura chinesa milenar, ele também viu na Rússia o elo natural entre as esferas culturais europeias e chinesas, o centro de uma futura síntese. entre o Oriente e o Ocidente. Com as convulsões emergentes no Império Russo, suas esperanças pareciam se realizar: Cheio de expectativa, ele acompanhou as mudanças na Rússia, já que estavam surgindo sob Pedro I. ”
Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), filósofo e matemático. Litografia de Pierre-Emile Desmaisons (1812-1880). Foto: AFP / Roger Violette No entanto, evocar Leibniz neste estágio é sonhar com esferas celestiais. A realidade geopolítica prosaica é que a UE é uma instituição atlantista - de facto subordinada à NATO. Lavrov pode querer se comportar como um monge taoísta ou até mesmo ser um Leibniz, mas é difícil quando você é forçado a lidar com um bando de manequins. É tudo uma questão de soberania Atlanticistas raivosos argumentam que Navalny não-entidade está diretamente relacionada ao Nord Stream 2. Bobagem: Navalny foi construída (itálico meu) pelos suspeitos usuais como um aríete para minar o Nord Stream 2. A razão é que o gasoduto consolidará Berlim no centro da política energética da UE. E isso será um fator importante na política externa geral da UE - com a Alemanha, pelo menos em teoria, exercendo mais autonomia em relação aos EUA. Então, aqui está o segredo "sujo": é tudo uma questão de soberania. Todo ator geopolítico e geoeconômico sabe quem não quer uma entente Alemanha-Rússia mais próxima.
Agora imagine uma Alemanha hegemônica na Europa forjando relações comerciais e de investimento mais estreitas não apenas com a Rússia, mas também com a China (e esse é o outro "segredo" embutido no acordo de comércio e investimento UE-China). Portanto, quem quer que esteja alojado na Casa Branca, não há mais nada a esperar do US Deep State além do impulso "maníaco" em direção a sanções perenes acumuladas. A bola está realmente no campo de Berlim, muito mais do que no tribunal do pesadelo eurocrático de Bruxelas, onde a prioridade futura de todos é receber suas pensões de aposentadoria completas e isentas de impostos. A prioridade estratégica de Berlim é mais exportações - dentro da UE e, acima de tudo, para a Ásia. Os industriais alemães e as classes empresariais sabem exatamente o que o Nord Stream 2 representa: a soberania alemã cada vez mais assertiva guiando o coração da UE, o que se traduz em maior soberania da UE. Um sinal imensamente significativo foi entregue recentemente por Berlim com a aprovação concedida para as importações da vacina Sputnik. O senso de possibilidade de Musil já está em jogo? É muito cedo para saber. A hegemon desencadeou uma guerra híbrida sem barreiras contra a Rússia desde 2014. Essa guerra pode não ser cinética; aproximadamente, é 70% financeiro e 30% infowar. Uma Alemanha mais soberana, mais perto da Rússia e da China, pode ser a gota d'água para quebrar a hegemonia.

Asia Times

 

Facebook proíbe utilizadores da Austrália de ver e partilhar notícias !

Centenas de páginas informativas australianas, tanto de órgãos de comunicação social como de organizações privadas e até serviços de emergência, estão bloqueadas no Facebook a partir desta quinta-feira.


Will Easton, responsável do Facebook na Austrália e na Nova Zelândia, explicou que o bloqueio impede a partilha de ligações de publicações australianas, impedindo ao mesmo tempo os utilizadores australianos de ver ou partilhar conteúdo noticioso, quer australiano quer internacional.

O Facebook adotou uma postura intransigente em relação a uma nova proposta de lei australiana que responsabiliza a rede social, a Google e outras plataformas pelo pagamento de conteúdos jornalísticos às empresas que os produzem.

“A proposta de lei fundamentalmente confunde a relação entre a nossa plataforma e os editores que a usam para partilhar conteúdo noticioso. Deixou-nos perante uma escolha difícil: tentar cumprir a lei que ignora as realidades dessa relação ou deixar de permitir a partilha de conteúdo noticioso nos nossos serviços na Austrália. É com o coração pesado que escolhemos a segunda opção”, escreveu Easton numa publicação publicada esta quinta-feira.

Utilizadores de locais informativos que tentam partilhar notícias já estão a receber uma mensagem de erro, que explica que não o podem fazer em resposta à nova lei. Os utilizadores fora da Austrália também deixarão de poder partilhar artigos da comunicação social australiana.

O bloqueio afetou outros serviços e perfis, tais como os serviços de Proteção Civil, serviços de incêndio, de saúde e de meteorologia de todo o país. Isto numa altura em que o país se encontra em alerta para inundações no estado de Queensland, onde nos últimos dias caíram forte chuvas, e na Austrália Ocidental, onde o nível de alerta para incêndios é “catastrófico”, além da pandemia da covid-19.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, reagiu a esta situação, dizendo que as ações do Facebook foram “arrogantes e uma deceção” e só vêm “confirmar as preocupações que um número cada vez maior de países tem vindo a expressar sobre o comportamento das empresas BigTech, que pensam ser maiores do que os Governos e que as regras não são para lhes ser aplicadas”, escreveu na sua conta no Facebook.

“O Facebook está errado. As ações do Facebook são desnecessárias, autoritárias e vão prejudicar a sua reputação aqui na Austrália”, disse o ministro das Finanças australiano, Josh Frydenberg.

“O Facebook precisa de pensar muito bem no que isto significa para a sua reputação e prestígio (…) Neste momento, quando já existem dúvidas sobre a credibilidade da informação no Facebook, é obviamente algo que eles precisam de considerar”, disse também o ministro das Comunicações, Paul Fletcher, ao canal de televisão ABC.

Google, por sua vez, está a fechar acordos

Inicialmente, tanto o Facebook como o Google, que ameaçaram deixar de operar no país, expressaram repetidamente a sua rejeição deste projeto de lei, que ontem à noite foi aprovado pela Câmara dos Representantes e que deverá chegar ao Senado na próxima semana.

A par desta atitude do Facebook, por seu lado, a empresa proprietária da Google, motor de pesquisa mais usado na Internet, está a fechar acordos com a comunicação social na Austrália pelo uso de conteúdos, tal como acordado recentemente em França.

A News Corp, que detém títulos como o Wall Street Journal (Estados Unidos), Sky News e The Times (Reino Unido) anunciou que vai receber “pagamentos significativos” da Google, ao abrigo de um acordo de três anos para uso de conteúdos escritos, áudio e vídeo, que contempla também entrega de receitas publicitárias.

Outras empresas de comunicação social também já chegaram a acordo com a Google, caso da Seven West Media, e decorrem ainda negociações com a Nine Entertainment e a estatal Australian Broadcasting Corp (ABC).

Estimativas do banco de investimento JPMorgan, com base num recente acordo da Google em França, indicam que a Seven West Media poderá receber entre 39,5 milhões e 69,2 milhões de dólares australianos (25,4 milhões a 44,5 milhões de euros) por ano.

https://zap.aeiou.pt/facebook-proibe-noticias-australia-381686

 

Primeiro-ministro da Geórgia demite-se e agrava crise política no país !

O primeiro-ministro da Geórgia, Giorgi Gakharia, anunciou esta quinta-feira a demissão por discordar da decisão do tribunal de Tbilissi que ordenou a prisão preventiva de um dirigente da oposição.


“Tomei a decisão de abandonar o meu cargo”, indicou Giorgi Gakharia após uma reunião governamental que foi retransmitida pela televisão.

Giorgi Gakharia​​​​​​​ anunciou a decisão criticando o tribunal que, afirmou, pode colocar em risco “a saúde e a vida” dos cidadãos polarizando politicamente o país.

“Infelizmente, não consegui chegar a um entendimento comum sobre este assunto com a minha equipa e decidi renunciar. Espero que este passo contribua para reduzir a polarização no nosso espaço político, pois acredito que a polarização e o confronto são os maiores riscos para o futuro e o desenvolvimento económico do nosso país”, afirmou Gakharia.

O opositor Nika Melia, dirigente do Movimento Nacional Unificado (MNU), um partido fundado pelo ex-presidente no exílio, Mikheil Saakachvili, foi acusado de organizar “atos de violência” em 2019.

O tribunal da Georgia ordenou na quarta-feira a prisão preventiva sendo que o dirigente da oposição pode vir a ser condenado a uma pena de nove anos.

A declaração de Gakharia afirma que, embora Melia “nunca tenha respeitado a lei” e tenha apelado à “tomada do Parlamento” em 20 de junho de 2019, a decisão de detê-lo apresenta riscos inaceitáveis e complica indevidamente a tarefa de recuperação económica e a gestão de pandemia.

Os apoiantes de Melia acusam as autoridades de perseguições políticas e avisaram que vão resistir às tentativas da polícia de o colocar em prisão preventiva.

Nika Melia encontra-se neste momento em Tbilissi na sede do partido onde decorreu uma reunião, na quarta-feira, que contou com a participação de quase todas as formações políticas da oposição que demonstraram apoio ao condenado.

A detenção de Melia pela polícia pode agravar a crise política no país que começou logo após as eleições do passado mês de outubro.

A oposição acusa o governo de fraude eleitoral.

https://zap.aeiou.pt/primeiro-ministro-da-georgia-demite-381570

 

EUA vão pagar 200 milhões de dólares à OMS !

Os EUA vão cumprir a obrigação de contribuir com mais de 200 milhões de dólares (cerca de 166,1 milhões de euros) para a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda em fevereiro, afirmou o secretário de Estado, Antony Blinken.


“Este é um passo essencial para cumprir as nossas obrigações financeiras” para com a OMS e “reflete o compromisso renovado de garantir que tenha o apoio de que precisa para liderar a resposta à pandemia global”, declarou Blinken, durante uma videoconferência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Este anúncio do chefe da diplomacia norte-americana marca uma volta atrás no plano do ex-Presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar o país da OMS.

Numa rara videoconferência ministerial dedicada à área da saúde, um tema que normalmente não é abordado pelo Conselho de Segurança, vários chefes de diplomacia, bem como o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e outros representantes, apelaram hoje a uma maior unidade perante o atual flagelo de proporções globais.

Os membros do Conselho de Segurança da ONU apelaram a um esforço global coordenado na vacinação contra a doença covid-19, alertando que as desigualdades constatadas na fase inicial do processo colocam todo o planeta em risco.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.419.730 mortos no mundo, resultantes de mais de 109,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

https://zap.aeiou.pt/eua-vao-pagar-200-milhoes-dolares-oms-381577

 

São vários os países que querem a Sputnik V mas isso pode ser um problema para a Rússia !

A procura externa pela vacina Sputnik V não pára de aumentar, mas a estratégia de espalhar a produção pelo mundo está a ser um problema para a Rússia.


A Sputnik V, vacina russa contra a covid-19 com eficácia de 91,6%, tem surpreendido o mundo inteiro. Segundo o Expresso, já são mais de 50 os países que querem a vacina, mas a elevada procura está a começar a causar problemas na distribuição.

Como a Rússia tem uma capacidade limitada para produzir a Sputnik V, o Russian Direct Investment Fund (RDIF), o fundo estatal que controla a distribuição da vacina, está a procurar fechar acordos com países onde a indústria farmacêutica está mais desenvolvida.

Nos acordos, estão incluídas cláusulas que permitem à Rússia receber milhões de doses da sua própria vacina.

O Financial Times avança que o RDIF assinou contratos de produção com 15 empresas em dez países diferentes, num total de 1.4 mil milhões de doses. Alguns dos países – como a China, a Índia ou a Coreia do Sul – vão produzir a Sputnik V para exportá-la, enquanto outros – como o Brasil e a Sérvia – terão de se preocupar apenas com o mercado interno.

Esta solução “resolve o problema da produção em larga escala, ao mesmo tempo que oferece disponibilidade local”, exclareceu Cyrillic Dmitriev, responsável da RDIF.

Ainda assim, a solução não é perfeita, uma vez que a vacina fica assim à mercê de uma “vasta rede” de “empresas privadas subcontratadas”, o que poderá tornar o processo mais lento. Algumas empresas garantiram ao Financial Times que vão demorar meses até conseguirem produzir a Sputnik V na máxima força.

As fábricas no Brasil e na Índia são responsáveis por produzir mais de metade das doses previstas pelo RDIF, mas adiantaram ao matutino que a produção dessas doses ainda nem começou.

Outro exemplo é a GL Rapha, a fabricante sul-coreana dedicada apenas à exportação, que admitiu não ter capacidade para cumprir o acordo que fez com o RDIF – 150 milhões de doses num ano. Face à incapacidade, viu-se obrigada a subcontratar a produção a outra empresa, além de já ter expandido as suas próprias instalações.

https://zap.aeiou.pt/querem-sputnik-v-problema-russia-381568

 

Agências do medicamento reúnem-se para monitorizar vacinas - Estudo critica o facto de doentes mentais não serem prioritários !

Um novo estudo critica vários países europeus, entre os quais Portugal, por não incluírem os doentes mentais nos grupos prioritários do plano de vacinação. As agências europeias do medicamento reúnem-se hoje para para fazer um ponto de situação das vacinas contra a covid-19 e analisar a adaptação às novas variantes.


O estudo, publicado ontem na revista científica Lancet Psychiatry, crítica os vários países europeus que excluem quem tem doenças mentais graves do grupo prioritário de vacinação contra a covid-19.

De acordo com a TSF, o artigo revela que as pessoas com doença mental grave – esquizofrenia, doença bipolar ou depressão muito grave – têm maior ou igual risco de internamento e morte por covid, que pessoas com outras doenças crónicas (como as doenças cardíaca ou renal grave), incluídas, em Portugal, na fase 1 de vacinação.

Apesar disso, as doenças mentais são desvalorizadas por 16 dos 20 países estudados e não constam nem na segunda fase do plano nacional de vacinação.

Marisa Casanova Dias, vice-presidente da Organização Europeia de Médicos Especialistas de Psiquiatria e coautora do estudo, disse, em declarações à TSF que “é preciso corrigir urgentemente esta desigualdade“.

“É incompreensível que tantos países, incluindo Portugal, continuem a ignorar a evidência científica e a não priorizar as pessoas com doença mental nas estratégias de vacinação”, criticou Marisa Casanova Dias.

Os autores do artigo sublinham que “um plano de vacinação eficaz é fundamental para poupar vidas” e que “vacinar os grupos de maior risco deverá ser uma prioridade de qualquer país”, já que neste momento apenas a Alemanha, Holanda, Reino Unido e Dinamarca incluem doentes mentais nos grupos prioritários.

“A evidência científica mostra que o risco de infeção é 65% maior para aqueles com doença mental e a probabilidade de morte duas a três vezes superior do que na população em geral”, diz Marisa Casanova Dias.

Os autores do estudo chegam mesmo a falar em discriminação, com a coautora a sublinhar a evidência científica e a adiantar que “sabemos que há um estigma associado à doença mental, sendo quase um esquecimento não dar importância a estes doentes”.

Agências europeias do medicamento reúnem-se

Os responsáveis das agências europeias do medicamento reúnem-se esta quinta-feira para fazer um ponto de situação das vacinas contra a covid-19, um encontro onde deverá ser analisada a adaptação às novas variantes do SARS-CoV-2.

“Vamos focar-nos muito em questões relacionadas com a estratégia da covid-19 em aspetos que têm a ver com a avaliação dos medicamentos a nível europeu, nomeadamente as vacinas e a sua monitorização”, adiantou à Lusa o presidente da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).

Segundo Rui Santos Ivo, que preside a esta reunião virtual do Grupo dos Chefes das Agências Europeias do Medicamento, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, o encontro pretende debater a forma de “organizar melhor os recursos disponíveis para poder continuar a dar resposta necessária” nesta fase da pandemia.

“Num momento inicial tivemos de preparar a avaliação das primeiras vacinas, agora temos de encarar aquilo que nos está a ser solicitado: a monitorização e acompanhamento das vacinas, que vão aumentando em número, e as possíveis alterações necessárias para se adaptarem às novas variantes do vírus”, salientou o presidente do Infarmed.

De acordo com Rui Santos Ivo, na prática, trata-se de coordenar as várias matérias que são comuns à rede de autoridades do medicamento a nível europeu, que congrega peritos dos vários Estados-membros.

Este trabalho abrange as mais variadas áreas, desde a avaliação das vacinas, até à inspeção de novos locais de fabrico, o que também “passa pelos peritos das agências, num processo que tem de ser mantido em continuo e com uma grande articulação”, salientou o responsável do Infarmed.

Rui Santos Ivo adiantou que o Infarmed vai estar envolvido, em breve, numa inspeção a um local de produção de vacinas na África do Sul.

O Grupo dos Chefes das Agências Europeias do Medicamento é composto pela rede das autoridades nacionais competentes que são responsáveis pela regulamentação dos medicamentos de uso humano e veterinário no espaço europeu.

Este organismo coopera com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e com a Comissão Europeia, através da Direção-Geral da Saúde e Segurança Alimentar.

Investigadores querem adiar toma da segunda dose

De acordo com o Eco, dois investigadores americanos estão a pedir aos governos que adiem a administração da segunda dose da vacina contra a covid-19 da farmacêutica Pfizer. Isto porque a primeira toma revela uma eficácia de 92,6%, segundo os documentos da Pfizer enviados ao regulador americano do medicamento, a FDA.

Segundo Danuta Skowronski e Gaston De Serres, o mesmo acontece com a vacina da Moderna, que apresenta 92,1% após a toma da primeira dose, uma eficácia ligeiramente mais baixa.

Na carta, publicada ontem no New England Journal of Medicine, os investigadores não recomendam a toma de dose única devido à falta de dados, mas alertam para o facto de a administração da segunda dose um mês após a primeira proporcionar “pouco benefício adicional a curto prazo”.

Em resposta, a Pfizer disse que os regimes de dosagem alternativos da sua vacina ainda não tinham sido avaliados e que a decisão de o fazer cabe às autoridades sanitárias.

https://zap.aeiou.pt/agencias-reunem-monitorizar-vacinas-381540

 

Itália regista aumento de novos casos e admite mais restrições, e, Espanha impõe quarentena a alguns passageiros !

Autoridades italianas debatem a necessidade de aplicação de novas medidas restritivas de combate à disseminação da covid-19. Em Espanha é imposta quarentena a passageiros que venham do Brasil e da África do Sul de forma a evitar a propagação de novas variantes no país.

Itália registou 12 074 novos casos de covid-19, 1 688 a mais do que na terça-feira, e 369 mortes nas últimas 24 horas, informou esta quarta-feira o Ministério da Saúde italiano.

Perante este aumento de novos casos, as autoridades italianas debatem a necessidade de aplicação de novas medidas restritivas de combate à disseminação da covid-19, procurando antecipar a propagação de novas variantes do novo coronavírus.

O país permanece estável em termos de número de novas infeções nas últimas semanas, com um total de 2 751 657 pessoas contaminadas desde o início da crise sanitária, em 21 de fevereiro do ano passado.

As mortes nas últimas 24 horas, 369, são 33 a mais que na terça-feira, e o número total de óbitos até agora é de 94 540.

Dos 388 864 casos ativos de covid-19, 18 274 pessoas estão internadas em hospitais com sintomas e 2043 estão em unidades de cuidados intensivos.

A campanha de vacinação em Itália avança rapidamente e já foram aplicadas 3 146 842 doses, enquanto 1 298 844 pessoas já receberam as duas doses para terem a imunização necessária contra o novo coronavírus

A maior parte do território italiano está na “zona amarela”, que implica menos restrições, mas ainda assim inclui recolher obrigatório às 22h00, com bares e restaurantes a encerrar às 18h00.

Abruzzo, Umbria, Ligúria, Toscana e a província autónoma de Bolzano estão na “zona laranja”, nível médio de restrições, com bares, restaurantes e museus fechados.

Nenhuma região do país está atualmente em “zona vermelha”, que obriga ao mais rigoroso nível de medidas de restrição.

Nos últimos dias, vários virologistas demonstraram preocupação com o avanço das várias variantes do vírus e pediram ao Governo para que aplique medidas mais severas de restrições, para reduzir os contactos sociais.

Já em Espanha, o Governo decidiu impor uma quarentena aos passageiros provenientes do Brasil e da África do Sul que chegam ao país, a fim de evitar a propagação de novas variantes do Coronavírus.

O anúncio foi feito pela Ministra da Saúde, Carolina Darias, na conferência de imprensa após uma reunião que teve com todos os responsáveis do setor nas 17 comunidades autónomas, tendo ainda informado que até agora foram detetados em Espanha um total de 613 casos confirmados da variante britânica, seis da sul-africana e dois da brasileira.

Carolina Darias explicou que impôs a medida através de um despacho ministerial, que terá de ser confirmado pelo Tribunal Constitucional, visto que a medida limita os direitos fundamentais dos cidadãos.

A Espanha tinha decidido a 2 de fevereiro último suspender os voos com o Brasil e a África do Sul devido às novas variantes da covid-19, sendo exceções a chegada de cidadãos ou residentes em Espanha.

A decisão foi na altura tomada depois de várias comunidades autónomas espanholas, que têm competência no setor da saúde, terem pedido para restringir ao máximo os voos com o Brasil e a África do Sul, para “evitar que o vírus volte a entrar em Madrid-Barajas”, o aeroporto internacional de Madrid.

Os únicos voos que foram permitidos são os de repatriamento de cidadãos espanhóis ou de pessoas residentes no país ou passageiros que façam uma escala de menos de 24 horas, e que não saiam da zona de trânsito do aeroporto, com destino a outros países fora do espaço Schengen.

https://zap.aeiou.pt/italia-regista-aumento-novos-casos-admite-restricoes-espanha-impoe-quarentena-alguns-passageiros-381564

 

Violência, incêndios e cargas policiais - Espanha protesta pela detenção de Pablo Hasél !

Centenas de pessoas saíram esta quarta-feira à rua, em Madrid e Barcelona, para protestar contra a prisão do rapper Pablo Hasél, numa ação marcada pela violência que levou a polícia a carregar contra os manifestantes.


Na Porta do Sol, em Madrid, grupos de manifestantes ostentando cartazes com frases como “Liberdade Pablo Hasél. Amnistia total” ou “Pablo Hasél liberdade, fora a justiça franquista”, arremessaram mobiliário urbano e outros objetos contra membros das Unidades de Intervenção da Polícia (UIP), que tiveram de recorrer a cargas policiais para tentar conter a violência.

Alguns dos manifestantes arrancaram pedras da calçada e atiraram-nas contra a polícia, que conseguiu encurralar os mais violentos num canto da praça, e acabou por fazer uso de balas de borracha e gás lacrimogéneo.

Os manifestantes incendiaram contentores, derrubaram as vedações que cortavam o acesso à boca do Metro, que está em obras, e atingiram os quiosques da praça com garrafas de vidro.

Entretanto, os empregados das lojas da zona fecharam-se nos estabelecimentos, que os manifestantes tentavam arrombar.

Em Barcelona, o cenário repete-se, com milhares de pessoas nas ruas da capital catalã, pelo segundo dia consecutivo, num protesto em que incendiaram barricadas na Praça Urquinaona em Barcelona.

Segundo os números da Guarda Urbana, são cerca de 2.200 os manifestantes naquela cidade, a protestar contra a prisão de Pablo Hasél, detido por injúrias à monarquia e glorificação do terrorismo, através das suas mensagens na rede social Twitter, e letras das suas canções.

A polícia regional catalã, os Mossos d’Esquadra, montaram um forte dispositivo anti-motim à volta dos Jardinets de Gràcia, onde o protesto teve início, e identificaram e revistaram alguns dos participantes na manifestação.

A concentração começou por volta das 19h00, seguiu até à Praça da Catalunha e depois para a Praça Urquinaona, onde foram erguidas as primeiras barricadas e onde os Mossos d’Esquadra dispararam os primeiros projéteis viscoelásticos.

Os manifestantes entoaram slogans como “liberdade Pablo Hasél” e “os Bourbons são ladrões”, e exibiram faixas com a frase “morte ao estado fascista”, pronunciada pelo rapper no momento da sua detenção.

Além disso, foram arremessdos objetos, vidros e ferros contra a polícia, e foram provocados vários incêndios.

Paralelamente à marcha em Barcelona, foram realizados protestos noutras cidades catalãs e noutras partes de Espanha para exigir a libertação do cantor.

Pau Rivadulla Duró, conhecido como Pablo Hasél, foi preso na terça-feira, na reitoria da Universidade de Lérida, onde se trancou com dezenas de seguidores para impedir a sua detenção, e mais tarde foi transferido para a prisão de Ponent, na mesma cidade, para cumprir a pena de nove meses que lhe foi imposta pelo Tribunal Nacional em 2018, por glorificar o terrorismo, por elogiar a ETA e a organização terrorista espanhola GRAPO (Grupos de Resistencia Antifascista Primero de Octubre) no Twitter.

https://zap.aeiou.pt/espanha-protesta-pablo-hasel-381551

 

Após o êxodo nos grandes centros urbanos, as “cidades de 15 minutos” podem trazer os residentes de volta !

Quando o coronavírus eclodiu em toda a Europa também realinhou o dia a dia das cidades. Muitos residentes em grandes centros urbanos optaram por se isolar em casas de campo ou por se deslocar para locais longe da confusão habitual. Agora, com a expectativa do fim da pandemia, é necessário voltar a fazer das grandes cidades maiores focos de interesse.


Regressar às rotinas pré-covid é o desejo de grande parte da população mundial, mas a pandemia já dura há tantos meses que há quem se tenha habituado às rotinas atuais, que em muitos casos incluíram a saída de grandes centros urbanos e a habituação a uma vida longe das confusões das grandes cidades.

A grande questão que se coloca é: como fazer com que a população volte às grandes metrópoles?

De acordo com arquitetos urbanistas e especialistas em design urbano, a mudança para que as cidades se tornem novamente apetecíveis deve começar por detetar problemas anteriores que se relacionam com habitação, transportes seguros e acesso a espaços verdes.

De uma forma mais ampla, as cidades deverão agora ter que atender a novos desejos de conexão com a natureza e “reconexão com a vida”, refere Philipp Rode, diretor executivo da LSE Cities, um centro de pesquisa da London School of Economics.

Neste sentido, já se nota que muitas cidades europeias estão a ter grandes preocupações nesta área. Segundo o NYT, muitas delas estão a introduzir novos recursos para dar opções de transporte a pedestres e bicicletas, bem como a investir no desenvolvimento de espaços verdes ampliados.

A cidade de Milão, duramente atingida pela primeira vaga do novo coronavírus, desenvolveu várias ciclovias e parklets em antigos estacionamentos nos últimos meses.

Também em Londres se iniciou o projeto Streetspace no ano passado, para que fossem criadas ciclovias temporárias e as zonas de pedestres fossem ampliadas, de modo a que os passageiros pudessem evitar o perigo de frequentar diariamente transportes públicos.

Ainda na Europa, Paris e Barcelona destacam-se por aplicarem medidas semelhantes.

Alterações como estas, que normalmente demorariam anos até serem concretizadas, estão a ser realizadas praticamente da noite para o dia, reforça o New York Times.

Léan Doody, que lidera a rede de cidades integradas e planeamento da Arup, está otimista com as mudanças e diz que embora a pandemia tenha destacado alguns dos problemas mais profundos da vida urbana, também é uma oportunidade de fazer algumas melhorias.

“Há uma oportunidade, à medida que a pandemia tem tendência a desaparecer, de introduzir novos comportamentos”, referiu, explicando que só assim haverá uma vontade de as pessoas regressarem às cidades, depois do êxodo dos últimos meses.

Efeito Donut

Quantificar com precisão quantas pessoas deixaram as cidades europeias é difícil porque a pandemia complicou a recolha de dados. Contudo, um estudo publicado no início deste mês estimou que milhares de pessoas deixaram Londres durante o ano passado, sendo que a maioria eram trabalhadores estrangeiros.

Vários cientistas sociais e economistas concordam que a pandemia apenas acelerou as mudanças já em andamento nas cidades, aprofundando o chamado efeito donut, no qual os preços altos empurram os residentes para a periferia e aumentam a tendência de trabalho remoto.

Contudo, as mudanças mais céleres têm chamado a atenção das autoridades urbanas, que estão cada vez mais preocupadas com queixas sobre barulho, poluição do ar, apartamentos apertados e alugueres muito altos.

Em Paris, que vinha a perder muitos moradores antes mesmo da pandemia, a presidente da Câmara, Anne Hidalgo, já tinha defendido a ideia da “cidade de 15 minutos” – que se resume numa visão de um futuro onde os bairros possuam todas as comodidades necessárias a poucos passos de casa.

A responsável pela cidade implementou medidas com o objetivo de reduzir o tráfego de automóveis no centro da cidade e promover mais espaços verdes.

Malcolm Smith, que trabalha na Arup, salientou num relatório recente que a pandemia já tinha aproximado as metrópoles da visão de uma “cidade de 15 minutos” e que atualmente há o potencial de ter menos tráfego, ar mais limpo e mais tempo com a família em aspetos mais permanentes da vida urbana.

“Isso mostrou a importância do desenvolvimento de cidades em módulos menores, com serviços essenciais concentrados em centros comunitários”, escreveu o especialista.

“No século XIX, a resposta à cólera em Londres trouxe uma grande infraestrutura: a rede de esgoto. Espero que a covid-19 traga muitas intervenções em menor escala, mas mais generalizadas”, rematou Smith.

https://zap.aeiou.pt/cidade-15-minutos-residentes-volta-380424

 

Há 10 anos, torneio deu bitcoins aos derrotados - Agora, podem ser milionários !

O prémio de consolação de um torneio, realizado em 2011, entregue aos participantes que ficaram entre o quinto e o oitavo lugar pode agora valer uma bela quantia.


Não é novidade que a Bitcoin se transformou numa das criptomoedas mais valiosas da atualidade, especialmente depois do seu repentino aumento de valor nos últimos meses. Esta terça-feira, o seu preço ultrapassou os 50 mil dólares, um máximo histórico.

Há dez anos a situação era bastante diferente e, por isso, na altura ninguém estranhou o prémio dado por um torneio do videojogo “StarCraft: Brood War” aos participantes que ficaram nos quinto, sexto, sétimo e oitavo lugares da competição.

Segundo conta o canal estatal russo RT, o vencedor do evento, realizado em 2011, recebeu um prémio de 500 dólares, o segundo lugar foi recompensado com 250, o terceiro com 150 e o quarto com 100.

Como prémio de consolação, os outros participantes obtiveram 25 bitcoins cada um, o equivalente a 41 dólares naquela época. Mas agora, sem saber, os organizadores deste torneio podem tê-los transformado em milionários.

Se ainda tiverem a criptomoeda, cada um destes concorrentes “derrotados” pode ter hoje nas suas mãos mais de um milhão de dólares. De acordo com o portal especializado, em causa está um jogador da Hungria, um da Alemanha, um da Polónia e outro dos Estados Unidos.

O RT recorda que o presidente e CEO da Bitcoin Depot, Brandon Mintz, já previu que o valor da Bitcoin poderá chegar aos 100 mil dólares até ao final de 2021.

https://zap.aeiou.pt/torneio-starcraft-bitcoins-derrotados-381232

 

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