O primeiro-ministro da Geórgia, Giorgi Gakharia, anunciou esta quinta-feira a demissão por discordar da decisão do tribunal de Tbilissi que ordenou a prisão preventiva de um dirigente da oposição.
“Tomei a decisão de abandonar o meu cargo”, indicou Giorgi Gakharia após uma reunião governamental que foi retransmitida pela televisão.
Giorgi Gakharia anunciou a decisão criticando o tribunal que, afirmou, pode colocar em risco “a saúde e a vida” dos cidadãos polarizando politicamente o país.
“Infelizmente, não consegui chegar a um entendimento comum sobre este assunto com a minha equipa e decidi renunciar. Espero que este passo contribua para reduzir a polarização no nosso espaço político, pois acredito que a polarização e o confronto são os maiores riscos para o futuro e o desenvolvimento económico do nosso país”, afirmou Gakharia.
O opositor Nika Melia, dirigente do Movimento Nacional Unificado (MNU), um partido fundado pelo ex-presidente no exílio, Mikheil Saakachvili, foi acusado de organizar “atos de violência” em 2019.
O tribunal da Georgia ordenou na quarta-feira a prisão preventiva sendo que o dirigente da oposição pode vir a ser condenado a uma pena de nove anos.
A declaração de Gakharia afirma que, embora Melia “nunca tenha respeitado a lei” e tenha apelado à “tomada do Parlamento” em 20 de junho de 2019, a decisão de detê-lo apresenta riscos inaceitáveis e complica indevidamente a tarefa de recuperação económica e a gestão de pandemia.
Os apoiantes de Melia acusam as autoridades de perseguições políticas e avisaram que vão resistir às tentativas da polícia de o colocar em prisão preventiva.
Nika Melia encontra-se neste momento em Tbilissi na sede do partido onde decorreu uma reunião, na quarta-feira, que contou com a participação de quase todas as formações políticas da oposição que demonstraram apoio ao condenado.
A detenção de Melia pela polícia pode agravar a crise política no país que começou logo após as eleições do passado mês de outubro.
A oposição acusa o governo de fraude eleitoral.
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