Uma norte-americana do Michigan morreu após receber um transplante de pulmões infetados com o SARS-CoV-2, sendo este o primeiro caso de transmissão comprovada de doador para recetor.
Segundo avançou na segunda-feira o IFL Science, um relatório sobre caso – divulgado pelo American Journal of Transplantation – mostrou que apesar dos exames negativos aos órgãos, a mulher testou positivo para a covid-19 três dias após o transplante. Um dos cirurgiões que participou na intervenção foi também infetado, tendo entretanto recuperado.
Esses incidentes, lê-se no artigo, são extremamente raros, com a transmissão de infeções de doador para recetor a ocorrer em menos de 1% de todos os transplantes.
A norte-americana, que tinha doença pulmonar obstrutiva crónica e estava em ventilação assistida, foi medicada com metilprednisolona, para prevenir a rejeição dos órgãos. Recebeu os pulmões de outra mulher, que morreu num acidente de carro. Um teste à covid-19 não mostrou sinais de infeção, nem esta tinha relatado sintomas antes da morte.
Dois dias após o transplante, os médicos notaram que a paciente estava com o índice cardíaco baixo (medida do desempenho do coração em relação ao tamanho do corpo), desenvolvendo febre no terceiro dia. Depois de as amostras serem enviadas para teste, a mulher testou positivo para a covid-19.
Apesar das tentativas para combater o vírus, a mulher continuou a piorar e, 61 dias após o transplante, morreu por falência múltipla de órgãos e dificuldade respiratória.
Embora este seja o primeiro caso do género, os autores afirmam que um teste pode não ser suficiente para garantir que os órgãos estão totalmente livres do SARS-CoV-2, sendo necessário um segundo, obtido após 24 a 48 horas.
https://zap.aeiou.pt/mulher-transplante-pulmoes-covid-382787
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