O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, anunciou no
domingo que mais de 20 milhões de pessoas no Reino Unido já receberam a
primeira dose da vacina contra covid-19.
“Estou absolutamente encantado por informar que mais de 20 milhões de pessoas foram vacinadas em todo o Reino Unido. É absolutamente fantástico. Quero agradecer a cada pessoa que veio para receber a dose”, afirmou Hancock, num vídeo no Twitter, citado no domingo pelo Expresso.
Nos últimos sete dias, morreram 2341 pessoas com o vírus, uma queda
de 32% relativamente a igual período da semana anterior, e o novos casos
diminuiram 17%. Desde o início da pandemia, houve 122.705 mortes e
4.170.519 infeções no Reino Unido.
A União Europeia (UE) estima que dentro de duas a três semanas “tudo
vai funcionar normalmente” na produção e distribuição de vacinas contra a
covid-19 nos Estados-membros, indicou a comissária da Coesão e
Reformas, Elisa Ferreira.
“A nossa expectativa é que dentro de duas, três semanas, tudo vá
funcionar normalmente com os níveis de produção e de distribuição muito
mais fortes do que até agora”, disse, em entrevista à agência Efe.
À medida que se alcance a “velocidade de cruzeiro”,
os países terão de concentrar-se na “capacidade” de administrar as
vacinas, indicou, rejeitando a ideia de que a UE esteja muito atrasada
na campanha de vacinação relativamente a outros países, como os Estados
Unidos, o Reino Unido ou Israel.
Reino Unido deteta seis casos da variante do Brasil
Seis casos da variante do novo coronavírus com origem em Manaus, no
Brasil, foram detetados no Reino Unido, indicou no domingo a autoridade
de saúde britânica, citada pela agência Lusa. Segundo os
responsáveis sanitários, esta variante tem as mesmas mutações que a
identificada pela primeira vez na África do Sul, apontada como mais
transmissível.
Os especialistas temem que esta estirpe do SARS-CoV-2, que pode ser mais contagiosa
do que o vírus original, seja resistente às vacinas contra a covid-19
que estão a ser administradas no Reino Unido (Pfizer/BioNTech e
AstraZeneca/Oxford).
Três dos seis casos da variante de Manaus detetados no Reino Unido
localizam-se em Inglaterra e os restantes na Escócia, mas não há
qualquer ligação entre ambos. Duas das pessoas detetadas em Inglaterra
pertencem à mesma família, do sul de Gloucester, que tinham estado no
Brasil antes de o Governo britânico impor restrições aos viajantes.
Os três casos da estirpe de Manaus identificados na Escócia
correspondem a residentes que regressaram de uma viagem ao Brasil e que
fizeram escala em Paris e Londres.
O Governo britânico suspendeu em janeiro voos procedentes de Portugal,
do Brasil e outros países da América do Sul, bem como da África do Sul,
Angola e Moçambique para conter a propagação das novas variantes.
Em Portugal já foram identificados sete casos da variante do novo
coronavírus com origem no Brasil, anunciou há uma semana o Instituto
Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
Vacina da Johnson & Johnson distribuída em abril na UE
A Agência Europeia do Medicamento deve aprovar no início de março a
vacina contra a covid-19 da Johnson & Johnson, que até abril deve
começar a ser distribuída pela UE, revelou no domingo a ministra
francesa da Indústria.
O sinal verde da UE será concedido “no início de março, já que a
Agência Europeia de Medicamentos está a rever todas as informações que a
Johnson & Johnson lhe comunicou para poder colocar essa vacina no mercado”, disse Agnès Pannier-Runacher ao canal de televisão France 3.
A ministra adiantou que as primeiras doses devem “chegar no final de
março ou início de abril porque há um prazo para a produção das doses”, o
que “ainda está em discussão com o laboratório”. “Essa é uma notícia
muito boa porque esta vacina é de dose única, porém é possível que
precise de reforços, ainda não sabemos”, alertou.
No sábado, o regulador do medicamento norte-americano aprovou a
vacina de dose única da Johnson & Johnson para pessoas com mais de
18 anos, tornando-se a terceira vacina aprovada no país, além da
Pfizer/BioNTech e da Moderna.
A ministra francesa avançou que o plano passa pela chegada à Europa de 600 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 até o final de junho.
De acordo com a autoridade do medicamento dos Estados Unidos (EUA), a
vacina produzida pela Janssen, do grupo Johnson & Johnson, protege
contra a covid-19 grave. Segundo os ensaios clínicos finais, uma dose
tem 85% de eficácia contra as manifestações mais graves da doença.
Bolsonaro: “A saúde no Brasil sempre teve problemas”
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, desvalorizou no domingo a
situação crítica que vive o sistema de saúde no Brasil por causa da
pandemia, dizendo que “a saúde sempre teve os seus problemas”.
“A saúde no Brasil sempre teve os seus problemas. A falta de UTIs
(unidades de tratamentos intensivos) é um deles e certamente um dos
piores”, escreveu no Twitter, numa altura em que o sistema de saúde brasileiro apresenta sinais de quase rutura em algumas regiões.
Bolsonaro, um dos líderes mundiais mais céticos sobre a gravidade da
pandemia, que chegou a apelidar de “gripezinha”, insistiu na crítica ao
confinamento. “Hoje, ao fecharem o comércio e novamente te obrigar a
ficar em casa, vem o desemprego em massa com consequências desastrosas
para o país”, disse o Presidente brasileiro.
O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo,
com mais de 255 mil mortes por covid-19 e 10,5 milhões de contágios,
tendo completado no sábado a contagem de cinco dias consecutivas com
mais de 1300 mortes diárias.
A capital, Brasília, é uma das cidades mais afetadas e onde a ocupação de camas de cuidados intensivos está a 98% da sua capacidade,
obrigando as autoridades locais a aplicar medidas para diminuir a
mobilidade e evitar ajuntamentos de pessoas, com encerramento de lojas e
serviços por 15 dias a partir de domingo.
Inicialmente, as restrições eram por tempo indeterminado e permitiam
apenas o funcionamento de serviços essenciais, como supermercados,
mercearias, postos de gasolina, comércio de medicamentos, clínicas
médicas e odontológicas, laboratórios, clínicas veterinárias e “cultos,
missas e rituais de qualquer credo ou religião”.
Covid-19 já provocou 2.526.075 mortes
No domingo, a agência AFP relatou que o novo coronavírus matou pelo menos 2.526.075 pessoas em todo o mundo, tendo sido registados mais de 113.758.510 casos infeções, dos quais pelo menos 69.695.100 foram considerados curados.
Em França, no mesmo dia, foram registados 19.952 novos casos de
contaminação, fazendo subir o total para 3.755.968. O número de mortes
caiu para 122, totalizando 86.454. Entre 15 e 20% da população francesa
já está imunizada, segundo o diretor-geral de Saúde, Jérôme Salomon.
Em Itália, houve 17.455 novos casos e 192 mortes nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde, sendo recomendado o encerramento das escolas
nas áreas mais atingidas. No total, 2.925.265 pessoas foram infetadas,
tendo-se registado 97.699 mortos. Dos atuais 422.365 casos ativos,
20.869 estão internados.
Também no domingo, a Alemanha registou 7890 novos casos e 157 mortes,
anunciou o Instituto Robert Koch (RKI) de virologia, sinalizando um
aumento geral. A incidência semanal manteve-se em 63,8 contágios por
100.000 habitantes. No total, a Alemanha registou 2.444.896 casos,
70.756 mortes e 2.248.200 recuperações.
Já o México registou 783 mortes no mesmo período, acumulando 185.257
óbitos, disseram no sábado as autoridades mexicanas. Foram detetados
7512 contágios, elevando o total para 2.084.128, sendo o terceiro país
do mundo com mais mortes, atrás dos Estados Unidos e do Brasil.
Israel, onde mais de um terço da sua população foi vacinada,
concordou em dar aos funcionários de saúde palestinianos 5.000 doses da
Moderna Inc, das quais distribuiu 2.000. Agora, o Estado disse que irá
oferecer vacinas Moderna aos cerca de 130.000 palestinianos que
trabalham em Israel ou nos seus colonatos na Cisjordânia.
Guiné-Bissau, por sua vez, registou mais 15 casos, acumulando 3262,
segundo os dados de sábado divulgados pelo Alto Comissariado para a
covid-19. Foram internadas 15 pessoas, havendo 595 casos ativos e 12
recuperados, num total de 2613. A covid-19 já provocou a morte a 48
pessoas no país.
O Irão iniciou no domingo os ensaios clínicos da vacina contra a
covid-19 de fabrico local Razi Cov Pars, desenvolvida pelo Instituto de
Investigação de Vacinas Razi. A primeira dose foi dada a dois
voluntários. Esta vacina consiste em duas injeções e uma administração
intranasal inalada e emprega novas versões de combinação da proteína
spike.
As Filipinas receberam o seu primeiro lote de vacinas no domingo,
sendo o segundo país do sudeste asiático com maior número de infeções e
mortes por coronavírus. As 600.000 doses de vacina doadas pela China,
destinadas aos trabalhadores da saúde, estão programadas para começar na
segunda-feira.
A Nigéria receberá o seu primeiro lote de vacinas da Oxford/AstraZeneca na terça-feira.
https://zap.aeiou.pt/reino-unido-vacinou-20-milhoes-variante-manaus-384085