terça-feira, 9 de março de 2021

Biólogo defende que pandemia pode ter nascido de “erro honesto” em laboratório chinês !

Professor de Princeton defende que não é possível descartar a possibilidade de que a pandemia tenha começado com uma fuga acidental num laboratório de virologia de Wuhan.


A origem da pandemia de Covid-19 continua por apurar um ano depois e na comunidade científica ganha força a exigência de uma investigação à possibilidade de um acidente laboratorial, posição sustentada também pelo biólogo norte-americano Bret Weinstein.

Em entrevista à agência Lusa, o professor convidado da universidade de Princeton, comunicador e podcaster defende não é possível descartar a possibilidade de que a pandemia tenha começado com uma fuga acidental num laboratório de virologia de Wuhan, sustentando que o comportamento do vírus assim o sugere.

Nos últimos meses, um número crescente de artigos pede mais transparência na investigação das origens da pandemia, quer em revistas científicas como a Nature, quer na imprensa internacional, com um editorial de fevereiro no jornal norte-americano Washington Post a questionar: “O que é que a China está a tentar esconder sobre as origens da pandemia e porquê?”

Num artigo de opinião publicado em janeiro no Wall Street Journal, a bióloga molecular Alina Chan, do Instituto Broad, associado ao MIT, defendia que “o mundo precisa de uma investigação que admita não só uma origem natural, mas a possibilidade de o vírus que provoca a Covid-19, ter escapado de um laboratório”.

Especializado em morcegos e em biologia evolutiva, Weinstein afirma que há várias características no comportamento do SARS-CoV-2 que sugerem que a sua capacidade de infetar mais de 100 milhões em todo o mundo em menos de um ano pode não ter tido origem num processo natural de transmissão entre espécies.

“O vírus comportou-se de uma forma inesperada desde o princípio”, afirma Bret Weinstein apontando que é altamente transmissível entre indivíduos e foi capaz de descobrir modos de infetar vários tecidos diferentes nos seres humanos, “mesmo aqueles que não contribuem para a sua capacidade de se transmitir entre portadores”.

Weinstein admite que a discussão da hipótese tenha sido, de certa forma, “envenenada” pela convicção manifestada pelo antigo Presidente norte-americano Donald Trump, e pela sua administração, de que o vírus teria tido origem num laboratório de Wuhan.

“Por razões difíceis de explicar, há quem, especialmente nos Estados Unidos, mas na realidade no Ocidente inteiro, visse tudo o que Donald Trump dissesse como falso à partida. E isso é, obviamente, absurdo, e dá-lhe demasiado poder, o poder de matar uma ideia simplesmente por a dizer”, afirma Weinstein.

Erro honesto, mas um erro grave

Bret Weinstein salienta que “se a pandemia foi desencadeada por uma fuga laboratorial, parece evidente que se tratou de um erro honesto, um erro grave, mas que resultou de pessoas honradas a tentarem fazer um trabalho que acreditavam ser necessário”.

Contudo, quando as portas do laboratório se fecharam à investigação externa e quando os peritos da OMS se limitam a aceitar que os responsáveis desse laboratório lhes digam que nada tiveram a ver com o início da pandemia, Weinstein já hesita em falar de “um erro inocente”.

“Eu não afirmo que isto começou no laboratório de Wuhan. Nós não sabemos. No entanto, o que afirmo é que o que sabemos até agora é completamente consistente com essa possibilidade e não com qualquer outra”, salienta. “O facto de este vírus, desde que apareceu, causar uma doença grave e ser incrivelmente sofisticado na sua capacidade de saltar de pessoa para pessoa é notável e significa que não tivemos um período em que nos poderíamos ter adiantado ao vírus, algo que seria expectável se olharmos para outras pandemias zoonóticas”, ou seja, de origem animal, assinala o cientista

“É possível que haja alguma história na qual o vírus emergiu inicialmente da natureza e que depois evoluiu e aprendeu esses ‘truques’ antes de chegar a Wuhan. Mas após um ano a procurá-la, ninguém encontrou provas de que isso tenha acontecido, o que em si é muito invulgar”, sugere.

Foi em fevereiro de 2020 que Weinstein, acabado de regressar de uma expedição científica na América do Sul com a sua mulher, a bióloga Heather Heying — com quem partilha o podcast semanal Darkhorse —, tomou consciência da existência do novo coronavírus e, como estudioso dos morcegos, considerou plausível que tivesse tido origem direta nesses mamíferos.

No entanto, os seus seguidores na rede social Twitter apontaram-lhe a existência em Wuhan do Instituto de Virologia onde são estudados coronavírus oriundos de morcegos e que segue o protocolo de segurança mais alto para riscos biológicos.

“É uma grande coincidência e eu penso que todas as pessoas que lidaram com isto de uma forma cientificamente responsável também se deram conta do nível de coincidência. Não é impossível que tenha sucedido naturalmente e tenha aparecido em Wuhan primeiro, mas é muito, muito improvável”, argumenta.

O caminho que Bret Weinstein aponta como possível é que a investigação em laboratório do vírus tenha seguido um método chamado “ganho de função”, uma área que tem tido “rápida expansão” nos últimos anos. Nesse método, os vírus recolhidos na natureza são artificialmente reforçados com técnicas moleculares ou através de um processo de evolução manipulado e tornados mais virulentos, infecciosos e perigosos para se perceber como se comportariam num cenário de pandemia.

Entre as pistas que o comportamento do vírus deixa está o facto de infetar com grande eficácia animais da classe dos mustelídeos, como martas, ferrões ou doninhas, “o que poderá indicar que o vírus foi transmitido em série num laboratório entre esses animais”, argumenta. Apesar de considerar que chegar ao fundo da origem do vírus não é “a bala de prata” que vai conseguir uma cura e acabar com a ameaça, Bret Weinstein sustenta que a urgência de o compreender e aprender a controlá-lo é espetacularmente alta”.

“Eu colocaria em segundo plano qualquer outra preocupação em favor dessa. A descoberta de qual possa ter sido a origem do SARS-CoV-2 é também a chave de evitar que isto alguma vez volte a acontecer”, avisa Weinstein.

Respostas da OMS são “difíceis de engolir”

O biólogo diz também que há “aspetos difíceis de engolir” nas respostas da missão de peritos que se deslocou a Wuhan, China, para averiguar as origens da pandemia e aponta o dedo ao que considera uma falha essencial: “A equipa da OMS disse especificamente que não estava mandatada para investigar no laboratório [do Instituto de Virologia de Wuhan] e que não estava equipada para o fazer.”

No Instituto de Virologia de Wuhan, cidade do centro da China onde foram detetados os primeiros casos de infeção, realiza-se um tipo de investigação designado por “ganho de função”, em que se aceleram capacidades de vírus recolhidos na natureza, aumentando a sua capacidade de se transferir entre espécies ou de contagiar mais facilmente.

Uma carta aberta subscrita por 24 cientistas internacionais divulgada na passada quinta-feira aponta como “essencial que todas as hipóteses sobre as origens da pandemia sejam examinadas e haja acesso total a todos os recursos sem olhar a sensibilidades políticas ou outras”. Uma das hipóteses que defendem, a mesma que Weinstein e outros cientistas sustentam há vários meses que seja considerada é, na expressão usada na carta aberta, “um acidente relacionado com investigação” científica.

Essa hipótese foi descartada pela missão da OMS — constituída por especialistas de 10 países, incluindo EUA, Reino Unido, Alemanha e Rússia – numa conferência de imprensa em Wuhan, em fevereiro. Contudo, o diretor-geral da OMS viria a retificar a situação, afirmando que “todas as hipóteses permaneciam em cima da mesa” para explicar a origem da pandemia, e anunciou que o relatório final seria divulgado em 15 de março.

Em vez disso, propuseram uma hipótese que Pequim também avançou, a de o vírus poder ter chegado a Wuhan em carne congelada de furões-texugo (animais próximos das doninhas que são criados e caçados para comer) oriunda da China ou noutro país asiático. “Essa história é difícil de engolir, porque se há algo que podemos dizer é que não temos provas de transmissão de carne congelada a seres humanos”, sublinhou Bret Weinstein.

Segundo o biólogo, este vírus parece, sim, excelente a transmitir-se através de gotículas e partículas em aerossol. “Portanto, esta história é, no mínimo, uma hipótese que precisa de provas e, no pior dos cenários, uma distração para nos impedir de investigar a possibilidade óbvia de este vírus estar em Wuhan porque estava presente no Instituto de Virologia”, argumenta.

“Acho que nesta altura, este trabalho [em ganho de função] não devia estar a ser feito. É demasiado perigoso e é muito mais provável que desencadeemos uma pandemia do que a evitemos”, considera. “Neste caso, a probabilidade é que o vírus tenha sido melhorado para conseguir infetar melhor tecidos humanos e transmitir-se entre indivíduos para poder ser um modelo de epidemia zoonótica”, admite.

https://zap.aeiou.pt/biologo-defende-pandemia-pode-ter-nascido-erro-honesto-laboratorio-chines-385819

 

segunda-feira, 8 de março de 2021

Biden assina decreto para facilitar acesso ao voto - Plano de estímulo económico é “passo gigantesco” !

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou um decreto para facilitar o acesso dos norte-americanos ao voto, uma medida inserida nas comemorações do 56.º aniversário do “Domingo Sangrento”, ocorrido em 1965 no Alabama.


Segundo a agência AFP, o decreto de Joe Biden vai no sentido de exigir a melhoria ou a modernização de sites federais que forneçam informações sobre eleições e votação.

Esta medida surge numa altura em que vários parlamentos locais, com maioria republicana, estão a tentar restringir o acesso à votação em resposta à derrota de Donald Trump, a 3 de novembro.

Segundo Joe Biden, “eleitos republicanos em 43 estados já introduziram mais de 250 projetos-lei para dificultar o voto dos norte-americanos.

“Hoje, no aniversário do Domingo Sangrento, assino uma ordem executiva para facilitar o recenseamento dos eleitores e melhorar o acesso à votação“, disse Biden, em declarações pré-gravadas a partir da Casa Branca.

A 7 de março de 1965, centenas de manifestantes pacíficos foram violentamente reprimidos pela polícia na cidade de Selma, no estado do Alabama, enquanto lutavam pelo direito ao voto.

Cinco meses depois, o Congresso aprovou a Lei dos Direitos de Voto e aboliu os testes e impostos exigidos para se tornar um eleitor.

“Passo gigantesco”. O plano de estímulo económico

Além disso, Joe Biden saudou a aprovação pelo Senado do pacote de estímulo financeiro de 1,9 biliões de dólares, considerando-o um “passo gigantesco” para sair da crise provocada pela pandemia.

“Hoje posso dizer que demos um passo gigantesco para cumprir a promessa que fiz aos norte-americanos de que a ajuda estava a caminho”, disse Biden aos jornalistas na Casa Branca após o Senado ter aprovado o plano de apoio financeiro à recuperação da economia, uma das prioridades da nova administração.

O Senado dos Estados Unidos da América (EUA) aprovou este sábado um plano de estímulo de 1,9 biliões de dólares (1,59 biliões de euros) para relançar a economia norte-americana, naquela que é a primeira vitória legislativa do Presidente Joe Biden.

O pacote financeiro, o terceiro aprovado nos EUA desde o início da pandemia de covid-19, há um ano, inclui novos pagamentos diretos de 1.400 dólares (1.175 euros) aos contribuintes com rendimentos inferiores a 80.000 dólares (67.150 euros) por ano, mais fundos para os governos locais e estatais, compra de vacinas e reabertura de escolas.

O plano foi aprovado após horas de debate, negociações frenéticas e uma maratona de votos, apenas pelos senadores democratas, por 50 votos contra 49.

De acordo com estimativas do chefe de Estado norte-americano, o plano “resultará na criação de cerca de seis milhões de empregos, aumentará o nosso Produto Interno Bruto (PIB) em um bilião de dólares e colocará o país em posição de ganhar a competição com o resto do mundo, porque o resto do mundo está em movimento, a China em particular”.

“Oitenta e cinco por cento das famílias americanas receberão pagamentos diretos de 1.400 dólares por pessoa”, disse Biden, prevendo que o plano permitirá “reduzir a pobreza infantil para metade”.

O Presidente norte-americano disse ainda que o plano colocará os Estados Unidos no “caminho para derrotar o vírus e dar a ajuda de que precisam às famílias que mais sofrem”.

O projeto de lei será enviado ao Congresso na próxima semana, onde se espera que a maioria democrata o aprove rapidamente para que o Presidente Biden o possa assinar até 14 de março, antes da prevista suspensão dos atuais subsídios de desemprego.

Biden instou o Congresso, que já deu o seu acordo inicial ao projeto de lei na semana passada, a votar “rapidamente” para apoiar a versão do Senado, o que completaria o processo para que o Presidente pudesse assinar a lei.

“Esta nação sofreu demasiado durante demasiado tempo”, disse Biden, sublinhando que tudo “foi concebido para aliviar o sofrimento e satisfazer as necessidades mais urgentes da nação”.

O pacote financeiro, com despesas totais previstas equivalentes a quase um décimo do tamanho de toda a economia dos Estados Unidos, é a prioridade do Presidente Joe Biden.

A votação representou um momento político crucial para Biden e para o Partido Democrata, que precisa de unanimidade partidária num Senado dividido 50-50, que lidera devido ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.

No Congresso, os democratas têm uma margem estreita de 10 votos.

O pacote enfrentou sólida oposição do Partido Republicano, que o considera um desperdício de dinheiro para os aliados liberais dos democratas.

https://zap.aeiou.pt/biden-acesso-voto-plano-economico-385804

 

Pensamentos suicidas e a cor da pele do filho. Revelações de Meghan e Harry abalam família real britânica !

A aguardada entrevista do duque e da duquesa de Sussex, conduzida por Oprah Winfrey, foi transmitida este domingo e pôs a família real em xeque. O casal, que deu a primeira entrevista desde que renunciou aos deveres reais, falou sobre pensamentos suicidas, a cor de pele do filho e do sentimento de “deceção”.


Na entrevista, a duquesa de Sussex revelou ter sido “quase impossível de sobreviver” na família real britânica e que teve pensamentos suicidas. No entanto, e apesar dos repetidos pedidos, não recebeu qualquer apoio psicológico.

“Eu simplesmente já não queria viver mais. E esses foram pensamentos constantes, aterradores, reais e muito claros”, disse Meghan Markle à apresentadora de televisão Oprah Winfrey durante uma entrevista à CBS, culpando a cobertura agressiva dos media britânicos pelo seu estado psicológico.

A norte-americana salientou que se dirigiu aos membros da instituição real para pedir ajuda e discutiu a possibilidade de tratamento médico: “Foi-me dito que não podia, que não seria bom para a instituição“.

“Quão escura” seria a pele de Archie

A antiga atriz, que é mestiça, também destacou que os membros da família real tinham demonstrado preocupação sobre quão escura podia ser a cor da pele do filho Archie quando nascesse.

A duquesa de Sussex disse que, nos meses que antecederam o nascimento do seu filho, o Palácio de Buckingham se recusou a conceder proteção à criança e que os membros da instituição consideraram que Archie não devia receber um título de nobreza, embora seja essa a tradição.

De acordo com o jornal britânico Independent, Meghan, de 39 anos, denunciou uma “verdadeira campanha de difamação” por parte da instituição real, mas não quis revelar quem fez esses comentários porque “isso seria muito prejudicial para eles”.

Já o duque de Sussex, Harry, lamentou que a família real não tivesse tomado uma posição pública contra o que ele via como cobertura racista por parte de alguma imprensa britânica.

Harry está desapontado com o pai

Mas Harry foi mais longe, admitindo que se sentiu “realmente dececionado” com o pai, o príncipe Carlos, durante um período difícil. “Ele tinha passado por algo semelhante. Ele sabe o que é a dor“, sublinhou.

Além disso, o duque de Sussex contou a Winfrey que se sentiu “preso” como membro da família real britânica. “Eu não via uma saída. Estava preso, mas não sabia que estava preso”, disse Harry, citado pela mesma publicação.

“Preso dentro do sistema, como o resto da minha família está”, continuou o príncipe Harry, acrescentando que o seu pai, o príncipe Carlos, e o irmão, o príncipe William, também estão presos.

“Eles não podem ir embora. E eu tenho uma grande compaixão por isso“, disse.

Casal à espera de uma menina

Os duques de Sussex anunciaram também que estão à espera de uma menina, cujo nascimento está previsto para este verão, e revelaram que estavam secretamente casados três dias antes da data oficial do casamento, em maio de 2018.

Durante a entrevista a Oprah Winfrey, na qual falaram sobre a sua experiência antes de se afastarem da monarquia britânica, o duque e a duquesa, que vivem na Califórnia há quase um ano, disseram que o bebé deve nascer este verão e não tencionam ter mais filhos.

Inicialmente instalados no Canadá, depois no estado norte-americano da Califórnia, em Montecito, desde março, o casal tem capitalizado a imagem de casal moderno, misto e humanitário, num país onde a opinião lhes é muito mais favorável do que em Inglaterra.

Desde a mudança, o casal criou uma fundação, Archewell, e comprometeram-se a produzir programas para a Netflix, por 100 milhões de dólares (84 milhões de euros), de acordo com vários meios de comunicação social norte-americanos, bem como podcasts para o Spotify.

Além disso, foi anunciada uma parceria com a plataforma Apple TV+, em colaboração com a apresentadora norte-americana Oprah Winfrey.

Segundo o Wall Street Journal, a venda da entrevista à CBS rendeu sete a nove milhões de dólares (5,8 e 7,6 milhões de euros) ao canal “Oprah”, mantendo os direitos internacionais, uma fonte de receitas sognificativa, porque uma boa parte do planeta aguardava por este evento televisivo.

A entrevista com Oprah Winfrey foi a primeira do casal desde que ambos renunciaram aos deveres reais.

Isabel II apela à amizade e à união

Este domingo, horas antes da entrevista ser transmitida, a rainha de Inglaterra, a avó de Harry, dirigiu-se à nação, durante as habituais celebrações do Dia da Commonweatlh. A data ficou marcada pela mensagem de Isabel II, gravada a partir do Castelo de Windsor.

“Na próxima semana, ao celebrarmos a amizade, o espírito de união e as conquistas da Commonweatlh, teremos a oportunidade de refletir sobre um momento diferente de todos os outros”, afirmou a rainha, no início do seu discurso comemorativo, transmitido durante uma edição especial da BBC One.

“Os momentos de provação vividos por tantos levaram-nos a uma apreciação mais profunda do apoio mútuo e do sustento espiritual que recebemos por estarmos ligados uns aos outros”, continuou Isabel II, citada pelo Observador.

“Espero que possamos manter este renovado sentido de proximidade e comunidade”, referiu ainda.

Entrevista põe família real em xeque

A entrevista concedida à televisão norte-americana caiu como uma bomba no Reino Unido, abalando a monarquia com pesadas acusações de racismo, insensibilidade e relações familiares tensas.

Para o jornal The Times, “o que quer que a família real esperasse da entrevista, foi pior”.

“Meghan sofreu de tendências suicidas. Ela estava preocupada com seu bem-estar mental. Chorou durante um compromisso oficial. E a família real não ajudou”, acrescentou o diário, evocando “denúncias nocivas”.

“A imagem que surgiu é a de um casal vulnerável, que se sentia preso no seu papel [na família real] e que se sentia desprotegido pela instituição”, continua o jornal.

Para o Daily Telegraph, não chegava à família real “esconder-se atrás do sofá”. Era de um “colete à prova de balas” que precisava perante a entrevista, que continha “munições suficientes para afundar uma frota” e, “possivelmente, como alguns temem, infligir os mesmos estragos à monarquia britânica”.

“É justo dizer que esta entrevista indiscreta de duas horas é o pior cenário possível para o que o casal tem repetidamente referido como a Firma”, uma alcunha dada à monarquia, acrescenta o diário conservador, destacando os comentários racistas de que, segundo Meghan e Harry, o filho Archie foi alvo antes mesmo de nascer.

As alegorias militares também foram invocadas pelo canal de televisão ITV: “O casal na prática carregou um bombardeiro B-52, voou sobre o Palácio de Buckingham e descarregou o arsenal todo em cima”.

Para a BBC, esta “é uma entrevista devastadora” que revela “as terríveis pressões dentro do palácio” e esboça “a imagem de indivíduos insensíveis perdidos numa instituição indiferente”.

O tabloide Daily Mirror insiste na “imensa tristeza” do príncipe herdeiro Carlos, pai de Harry, e do irmão mais velho William, enquanto o Daily Express denuncia “uma conversa televisionada com Oprah que serve os próprios interesses” do casal, exilado nos Estados Unidos desde o afastamento da monarquia, na primavera de 2020.

https://zap.aeiou.pt/meghan-harry-abalam-familia-real-385852

Myanmar - Exército dispara munições reais contra manifestantes !

O exército birmanês disparou este domingo contra vários manifestantes com munições reais em Bagan, a cidade histórica na área central de Myanmar, causando um ferido leve, segundo os organizadores do protesto.


Milhares de birmaneses voltaram às ruas para protestar contra a junta militar em várias cidades, como Mandalay e Rangum, onde as forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo.

Vestidos com capacetes de plástico e escudos de metal, os manifestantes tentavam impedir o avanço da polícia e dos militares com barricadas nas ruas, apesar da dura repressão. Fontes da Liga Nacional para a Democracia, partido do líder de facto Aung San Suu Kyi, relataram na rede social Facebook que um de seus representantes em Rangum, a maior cidade do país, morreu após ser preso no dia anterior. As mesmas fontes não especificaram o motivo da morte.

Pelo menos 54 manifestantes, incluindo cinco menores, morreram e centenas ficaram feridos devido a tiros de polícias e soldados durante os protestos, contra o golpe de 01 de fevereiro, que se repetem diariamente em todo o país. Além disso, mais de 1.500 pessoas, incluindo políticos, ativistas, jornalistas e monges, foram detidas desde o golpe militar e mais de 1.200 continuam presas, incluindo Suu Kyi, de 75 anos, que está incomunicável em prisão domiciliária.

A junta militar continua com uma campanha de desinformação nos media oficiais, na qual insiste que houve fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, embora estas tenham sido validadas por observadores internacionais, e no desempenho correto das forças de segurança.

Os militares cortaram o acesso à Internet todas as noites durante semanas, como parte das medidas repressivas contra a população, que lançaram um movimento de desobediência civil contra o golpe.

Dias depois do levante militar, durante o qual parte do Governo eleito de Suu Kyi foi preso, a junta militar cortou o acesso a redes sociais como Facebook e Twitter para impedir que os cidadãos organizassem e compartilhassem vídeos, mas muitos contornam o bloqueio por meio de VPN.

Os manifestantes exigem que o exército liberte os presos, permita o retorno à democracia e reconheça o resultado das eleições de novembro passado, nas quais a Liga Nacional para a Democracia foi a vencedora.

Austrália suspende cooperação militar

A Austrália anunciou a suspensão da cooperação militar com Myanmar, em resposta ao golpe de Estado de 01 de fevereiro e à repressão dos protestos que causou mais de 50 mortos.

O Governo australiano apelou ainda à libertação da líder deposta, Aung San Suu Kyi, e do seu conselheiro australiano.

A ministra australiana dos Negócios Estrangeiros, Marise Payne, afirmou em comunicado, no domingo, que a cooperação militar com Myanmar era “limitada” e abrangia “áreas que não são de combate, como a formação em língua inglesa”.

A ministra informou também que o programa de desenvolvimento australiano será canalizado para as organizações não-governamentais (ONG), excluindo as agências governamentais, para dar prioridade à entrega de ajuda humanitária às pessoas mais vulneráveis, incluindo os mais pobres e a minoria étnica dos rohingya.

Payne disse também que o Governo cambojano irá rever o seu regime de sanções contra Myanmar, que já inclui um embargo à venda de armas e sanções contra a junta militar que tomou o poder.

A ministra insistiu na “libertação imediata” de Suu Kyi, que foi detida pelos militares no início de fevereiro, bem como do seu conselheiro para os assuntos económicos, o australiano Sean Turnell.

“O professor australiano Sean Turnell [diretor do Instituto de Desenvolvimento de Myanmar desde 2017] foi detido com acesso consular limitado durante mais de 30 dias”, especificou o ministro, condenando o uso de violência letal contra civis.

ONG denuncia ocupação de hospitais pela força

Os militares birmaneses, que assumiram o controlo de Myanmar após o golpe de Estado, ocuparam à força pelo menos seis hospitais, denunciou uma organização não-governamental (ONG).

A ONG Médicos para os Direitos Humanos alega que os soldados invadiram meia dúzia de hospitais em Rangum e ocuparam outros centros de saúde em Mandalay, Monywa e Taunggyi.

A ocupação de hospitais é uma violação do direito internacional e “apenas serve para minar ainda mais um sistema de saúde já sitiado pela pandemia da covid-19”, escreveu a ONG em comunicado.

“Embora o pessoal médico tenha deixado os seus postos para iniciar o movimento de desobediência civil, muitos voltaram aos hospitais em resposta à escalada da violência contra manifestantes pacíficos”, disse uma epidemiologista do Centro de Saúde Pública e Direitos Humanos da Universidade Johns Hopkins, Sandra Mon.

“Este cerco aos hospitais segue-se a vários dias de baixas e ferimentos em civis, significativos, e pode ser interpretado como uma tentativa direta de impedir as pessoas de aceder aos cuidados médicos. É também uma ameaça para os médicos deixarem de tratar os manifestantes feridos”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/myanmar-exercito-dispara-municoes-385784

 

Polícia filipina matou nove pessoas associadas a “grupos terroristas comunistas” !

A polícia filipina apoiada por militares matou nove pessoas durante o fim de semana numa série de operações contra suspeitos de insurreição comunista, tendo as autoridades dito que os suspeitos dispararam primeiro, críticos dizem que eram ativistas desarmados.


A polícia disse esta segunda-feira que todos os mortos estavam associados a “grupos terroristas comunistas” e tinham disparado primeiro contra elementos das forças de segurança que cumpriam mandados de busca. Os suspeitos morreram enquanto eram levados para os hospitais, acrescentou a força de segurança.

A polícia cumpriu pelo menos 24 mandados de busca, a maioria por armas de fogo e explosivos ilegais, em vários locais nas províncias de Cavite, Laguna, Batangas e Rizal durante o fim de semana. As autoridades disseram ainda que mais seis suspeitos foram detidos e que nove escaparam.

Os assassínios foram imediatamente condenados por grupos de direitos humanos e ligados à esquerda, que exigiram uma investigação independente sobre o que alguns descreveram como execuções de ativistas sob o pretexto de uma repressão contra os rebeldes.

Cristina Palabay, do grupo de direitos humanos Karapatan, disse que muitos dos mortos pertenciam a grupos políticos e de trabalhadores, acrescentando que um casal morto que liderou um grupo de pescadores foi abatido a tiro pela polícia enquanto o filho de dez anos observava, escondido debaixo de uma cama.

O chefe da polícia nacional, general Debold Sinas, negou que os suspeitos tivessem sido vítimas de execuções extrajudiciais.

“Eram operações legítimas porque estavam cobertas por mandados de busca”, disse Sinas aos jornalistas.

Renato Reyes, da aliança de esquerda Bayan, disse que o Supremo Tribunal deveria investigar o que definiu como um padrão alarmante por parte das autoridades que fornecem detalhes questionáveis ou forjados sobre suspeitos de crimes aos juízes, que depois emitem mandados de busca.

Palabay culpou o Presidente, Rodrigo Duterte, que, segundo ela, encorajou o pessoal militar e policial com as suas regulares ameaças televisivas de matar rebeldes e traficantes de droga.

A ativista acusou um general do exército, Antonio Parlade Jr., que lidera as forças militares na região onde acontece a maior parte dos ataques de fim de semana, de estabelecer falsas ligações de muitos ativistas a grupos comunistas armados. Parlade negou as acusações.

No mês passado, o secretário da Defesa, Delfin Lorenzana, demitiu o vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas por ter este divulgado publicamente uma lista errada de guerrilheiros comunistas. A “negligência do chefe dos serviços secretos mostra apenas uma atitude despropositada em relação ao seu trabalho, resultando em confusão e prejuízo para a reputação”, justificou Lorenzana.

Os militares intensificaram a campanha contra os guerrilheiros do Novo Exército Popular e os seus apoiantes, quando Duterte termina a sua presidência de seis anos. As forças armadas querem acabar com a insurreição, uma das mais longas do mundo, antes do fim do mandato de Duterte, em junho de 2022.

Duterte iniciou conversações de paz mediadas pela Noruega quando tomou posse em meados de 2016 e nomeou líderes ativistas de esquerda para cargos no Gabinete, a fim de promover as negociações. Mas as conversações desmoronaram-se depois de cada lado ter acusado o outro de contínuos ataques, enquanto se envidavam esforços para pôr fim à rebelião de base rural.

https://zap.aeiou.pt/policia-filipina-matou-pessoas-385789

 

Pelo menos 17 mortos e 400 feridos em explosões na Guiné Equatorial !

Pelo menos 17 pessoas morreram e outras 400 ficaram feridas após várias explosões registadas, este domingo, num quartel militar na cidade de Bata, na Guiné Equatorial, informaram as autoridades.


De acordo com dados do Ministério da Saúde e Bem Estar Social da Guiné Equatorial, até ao momento registaram-se 17 mortes nos hospitais da cidade, enquanto o número de feridos ascende a 400.

Os feridos estão distribuídos por três hospitais da cidade: 70 no Hospital la Paz, 150 no Hospital Geral de Bata e 200 no Hospital Nuevo Inseso.

O quartel fica situado numa zona habitacional e durante a tarde imagens transmitidas pela TVGE mostravam casas completamente destruídas e dezenas de pessoas a fugir do local, muitas delas feridas, além de uma espessa coluna de fumo.

Num comunicado oficial, lido na televisão pública TVGE, o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, disse que a cidade de Bata foi “vítima de um acidente causado por negligência e descuido da unidade responsável pela guarda e proteção dos depósitos de dinamite e explosivos anexos ao quartel militar de Nkuantoma”.

De acordo com a nota, foram queimadas em terrenos das proximidades que alastraram aos paióis e causaram as explosões, mas Teodoro Obiang informou ter ordenado a abertura de uma investigação exaustiva às causas do acidente.

O chefe de Estado explicou que das explosões resultaram pelo menos 15 mortos e mais de 500 feridos, embora o Ministério da Saúde e Bem Estar Social tenha avançado durante a tarde que pelo menos 17 pessoas morreram e informação divulgada pela televisão pública TVGE fale em pelo menos 20 mortos. Entre os mortos haverá várias crianças.

Teodoro Obiang apresentou condolências aos familiares das vítimas, desejou as melhoras aos feridos e apelou para o apoio da comunidade internacional, acrescentando que o acidente acontece numa altura em que o país atravessa uma crise económica provocada pela quebra dos preços do petróleo e uma crise sanitária resultante da pandemia de covid-19.

O Presidente estimou que devido à “grandeza dos danos causados nas infraestruturas públicas e privadas”, a Guiné Equatorial necessitará do apoio internacional e dos parceiros privados no país para conseguir os volumes financeiros necessários para a recuperação.

“O impacto da explosão causou danos em quase todas as casas e edifícios em Bata”, disse.

Com o objetivo de fazer o mesmo apelo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Simeon Oyono Esono Angue, reuniu-se com o corpo diplomático acreditado em Malabo para pedir a ajuda dos parceiros internacionais.

A situação é catastrófica e neste momento o povo da Guiné Equatorial está totalmente devastado”, afirmou Simeon Oyono Esono Angue.

“É importante para nós pedirmos aos nossos países irmãos a sua ajuda nesta lamentável situação, uma vez que temos uma emergência de saúde (devido à covid-19) e à tragédia em Bata”, frisou.

A Guiné Equatorial integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.

https://zap.aeiou.pt/17-mortos-explosoes-guine-equatorial-385794

Quase 10 anos depois, avião de Gaddafi continua parado num aeródromo em França !

Quase uma década depois de ter aterrado em solo francês, o avião presidencial do ex-ditador líbio continua parado num aeródromo no sul do país, estando no meio de vários processos judiciais que parecem não ter fim.


Em agosto de 2011, as imagens captadas no Aeroporto Internacional de Trípoli, na Líbia, tornaram-se prova da queda do regime de Muammar al-Gaddafi, ditador que governou o país durante mais de 40 anos.

Além de capturarem o próprio Gaddafi, que acabaria por ser morto em outubro desse mesmo ano, as forças opositoras assumiram o controlo do aeroporto e ainda conquistaram um “prémio”, um dos maiores símbolos de poder do ditador.

Estamos a falar do seu avião presidencial, o Airbus A340-200 que, embora do lado de fora se parecesse com mais um avião da companhia aérea líbia Afriqiyah Airways, no seu interior possuía, entre outros luxos, uma banheira de hidromassagem e até um cinema.

Tal como recorda a CNN, as novas autoridades do país viram-se a braços com um dilema: qual o destino a dar a esta luxuosa aeronave que, no fundo, representava tão intimamente os excessos do falecido ditador.

Foi então que, em 2012, o avião voou para as instalações da EAS Industries (atual Sabena Technics), uma empresa de manutenção de aeronaves subcontratada pela Air France, sediada no sul de França. A aeronave foi reparada e, um ano depois, estava pronta para ser usada novamente, tendo ficado na posse do Governo líbio para uso próprio.

Mas, de acordo com a mesma cadeia televisiva, essa acabou por ser uma viagem curta. Em março de 2014, e com a situação do país a deteriorar-se novamente, o avião voltou a solo francês. Desta vez, a sua chegada marcou o início de um imbróglio judicial internacional que o mantém parado até hoje, sete anos depois.

O Airbus A340 foi comprado por Gaddafi, em 2006, por cerca de 100 milhões de euros. No mesmo ano desta aquisição, o Governo líbio assinou um acordo com o grupo Al Kharafi, empresa com sede no Kuwait, para desenvolver um resort em Tajura, perto de Trípoli.

Não demorou muito para o negócio começar a ir por água abaixo e, em 2010, foi cancelado por parte do Executivo. O grupo privado respondeu, tendo processado o país num tribunal do Cairo, no Egipto, que, em 2013, decidiu que a empresa devia ser indemnizada em quase 800 milhões de euros.

O grupo Al Kharafi também processou o estado líbio em França, por isso, quando o avião aterrou, houve uma tentativa de apreensão. Porém, em 2015, um tribunal francês decidiu que a aeronave pertencia a uma nação soberana e, por isso, gozava de imunidade para uma ação judicial desta natureza. A empresa recorreu desta decisão, os anos foram passando e o avião continuou abandonado à sua sorte.

Em 2016, os custos de manutenção do Airbus A340 já ascendiam a quase três milhões de euros, o que fez com que a Air France também se tornasse parte do processo judicial, dando uma nova complexidade ao caso.

Apesar de tudo, parece que a aeronave continua a ser cuidada. No ano passado, observadores locais viram os seus motores a trabalhar, um procedimento regular entre aviões que estão parados há muito tempo. Contudo, no meio de vários processos judiciais que parecem não ter fim à vista, é difícil dizer o que o futuro lhe reserva.

https://zap.aeiou.pt/aviao-gaddafi-parado-franca-385258

“Honjok” é o nome do movimento sul-coreano que reivindica a solidão !

A solidão tornou-se um tema recorrente devido à pandemia de covid-19. Na Coreia do Sul, existe um movimento chamado “honjok”, que promove um estilo de vida solitário.


O isolamento imposto pela pandemia de covid-19 está a provocar uma autêntica “epidemia da solidão”, mas estar só não é necessariamente mau. Francie Healey, uma psicoterapeuta norte-americana, começou a estudar o fenómeno “honjok” um ano antes de o vírus invisível ter virado o mundo ao contrário.

Honjok” (“tribos de um só”) é um movimento sul-coreano que nasceu da contracultura. A BBC explica que muitos jovens, especialmente mulheres, decidiram criar a sua própria “tribo”, rejeitando os valores coletivistas da sociedade e abraçando o individualismo emergente para formar “famílias” de uma pessoa só.

Foi assim que surgiu o “honjok”, “um convite ao desfrutar da solidão e à reflexão sobre quem realmente somos, para além das normas sociais e culturais estabelecidas”, explicou a psicoterapeuta, autora do livro Honjok: The Art of Living Alone.

Em entrevista à emissora britânica, a especialista explicou que viver sozinho é uma arte, como indica o título do seu livro. Quando se escolhe a solidão, não se está a escolher necessariamente algo negativo – pode até tornar-se um prazer, defendeu.

Esta filosofia de vida começou nas pessoas que tomaram “a decisão consciente de viver sozinhas e de passar o tempo a desfrutar de atividades solitárias”. “Eles são, digamos, solitários de sucesso.”

Em 2017, o movimento, liderado por jovens sul-coreanos, deu o primeiro passo com a disseminação da hasghtag #honjok, usada para definir um estilo de vida que desafia as pressões sociais historicamente estabelecidas e as normas que os levam a casar e a constituir família.

“Estas normas sociais determinam que os homens tenham empregos bem-sucedidos em empresas de prestígio que lhes permitam sustentar uma família; e que as mulheres priorizem a família, mesmo que tenham um alto nível de formação académica ou uma carreira”, explicou Healey.

Em resposta à frustração que estas pressões sociais e culturais causavam nos jovens sul-coreanos, nasceu o “honjok”. O princípio deste estilo de vida, em que os jovens escolhem viver sozinhos e encontram assim a liberdade, é priorizar o mundo interior, transformando a solidão num espaço seguro para quem decide viver desta forma.

O isolamento social, imposto pela pandemia, traduziu-se num aumento dos transtornos depressivos, ansiedade e outras doenças relacionadas com a saúde mental. Mas, de acordo com a autora, sentir-se sozinho não é o mesmo que estar sozinho.

Para uns, “estar sozinho é uma oportunidade para refletir”, enquanto que para os outros “estar sozinho equivale a não ser digno de companhia”.

Segundo Francie Healey, “estar sozinho é uma escolha; a solidão, não“.

https://zap.aeiou.pt/honjok-movimento-sul-coreano-385503

Índia abre centro de bem-estar para hóspedes abraçarem vacas e “esquecerem todos os problemas” !

Animais de conforto e apoio emocional são cada vez mais populares em todo o mundo. Embora a maioria das pessoas use cães ou gatos, há também algumas escolhas mais bizarras, incluindo pavões, macacos e cobras.

Os méritos de usar um animal para suporte emocional ainda estão em debate, mas algumas pessoas afirmam obter muito conforto do seu animal e recorrer a ele em busca de relaxamento e apoio que não encontram noutro lugar.

Nesta tendência, as vacas podem ser o próximo animal a quem as pessoas podem pedir conforto. Aliás, algumas quintas nos Países Baixos, Reino Unido, Suíça e Estados Unidos já oferecem sessões de abraços a vacas.

Agora, de acordo com o jornal India Times, uma organização não governamental (ONG) em Gurugram, na Índia, também planeia abrir um centro de abraços a vacas.

A terapia de carinho de vacas de Kamdhenu Gowdham e Arogya Sansthan foi projetada para ser um refúgio reconfortante para aqueles que estão stressados ​​com a vida agitada da cidade e que procuram terapias alternativas para acalmar as suas mentes.

A terapia inclui acariciar e massajar a vaca, abraçar e sentar-se com ela. O objetivo principal é “acariciar uma vaca e esquecer todos os seus problemas”, de acordo com um comunicado.

A ONG, liderada por um oficial reformado do Serviço Administrativo Indiano e ex-presidente do Conselho de Bem-Estar Animal da Índia (AWBI) SP Gupta, afirma que cuidar de uma vaca pode curar algumas doenças e pode dar a uma pessoa uma mente sã com muitos outros benefícios.

“O carinho de vacas não só cura doenças respiratórias, pressão arterial, dores na coluna, problemas cardíacos, depressão, mas também tristeza, ansiedade e todos os tipos de tensões”, alega o comunicado.

Por outro lado, Sachin Deol, líder de projeto, afirmou que os resultados positivos não podem ser garantidos, uma vez que “cada corpo humano reage de forma diferente”, disse, numa entrevista ao The Logical Indian.

“Como psicóloga e alguém que experimentou [a prática], estar com vacas é extremamente terapêutico“, disse Ritu Dangwal, professora associada da Universidade NIIT, que regularmente vai ao abrigo de animais em Sadgrana. “A nossa ansiedade está no auge de todos os tempos. Estar com um animal emotivo, que não tem julgamento e ama incondicionalmente faz maravilhas. O calor e a entrega que se sente por eles são mais curativos do que qualquer aconselhamento sessão.”

O que diz a Ciência?

Em muitos outros países, acredita-se que este passatempo saudável aumenta os sentimentos positivos e reduz o stresse. A experiência aumenta a oxitocina em humanos, que é uma hormona libertada durante os laços sociais.

Segundo a BBC, é calmante abraçar um gato ou um cão – e essa sensação parece aumentar quando se abraça um animal maior.

Além disso, parece que o sentimento é mútuo. Segundo um estudo de 2007, publicado na revista científica Journal Applied Animal Behavior Science, as vacas entram num estado de relaxamento profundo quando as áreas do seu pescoço e a parte superior das costas são acariciadas.

Por outro lado, Michael Ungar sugere, num artigo publicado no Psychology Today, que o carinho da vaca pode ser comparável à terapia equina, que, embora carente de um suporte científico rigoroso, parece oferecer alguns benefícios a algumas pessoas.

https://zap.aeiou.pt/novo-centro-bem-estar-permite-hospedes-acariciem-vacas-385141

 

Movimento “Black Lives Matter” fez diminuir mortes causadas por polícias !

Desde que os protestos de Black Lives Matter começaram a ganhar destaque, após a morte de Michael Brown em 2014, no Missouri, o movimento espalhou-se por centenas de cidades em todos os estados dos EUA e teve grande impacto.


Agora, um novo estudo mostra que os homicídios policiais diminuíram significativamente na maioria das cidades onde os protestos ocorreram.

O movimento Black Lives Matter (BLM) inciou-se quando a ativista Alicia Garza, natural de Oakland, na Califórnia, partilhou uma mensagem de protesto no Facebook após George Zimmerman, um voluntário de vigilância, seguir e matar Trayvon Martin, de apenas 17 anos. O homem foi absolvido do assassinato em 2013.

O mote foi-se espalhando, criando assim um movimento contra o racismo estrutural e a violência policial. Também no ano passado, devido ao assassinato de George Floyd, milhões de pessoas manifestaram-se em centenas de protestos nos EUA e o movimento expandiu-se ainda mais a nível global.

“O Black Lives Matter representa uma tendência que vai além da descentralização que existia dentro do Movimento dos Direitos Civis”, disse Aldon Morris, um sociólogo da Northwestern University, que não esteve envolvido no novo estudo.

O especialista acrescentou que “a questão passa a ser: Os protestos Black Lives Matter têm algum efeito real em termos de geração de mudança? Os dados mostram claramente que onde houve protestos, o número de mortes diminuiu. O protesto é importante e pode gerar mudanças”, defende.

O estudo publicado em fevereiro pela Social Science Research Network, é o primeiro do seu tipo a medir uma possível correlação entre o movimento e o decréscimo do números de homicídios policiais.

A pesquisa indica que as cidades onde se realizaram protestos BLM, tiveram uma redução até 20% nas mortes executadas por polícias, resultando em cerca de 300 mortes a menos em todo o país entre 2014 e 2019.

Os autores do estudo acreditam que a ocorrência de protestos locais aumentou a possibilidade dos departamentos de polícia instalarem câmaras de controlo comunitário. Outra razão prende-se com o facto dos polícias começaram a ganhar mais consciência moral, adotando assim uma postura menos agressiva, diz o Scientific American.

No entanto, nem todas as cidades registaram um declínio. Os homicídios policiais aumentaram em Minneapolis, Portland, San Francisco e St. Louis durante o período que foi analisado durante a pesquisa.

https://zap.aeiou.pt/black-lives-matter-diminuir-mortes-385527

 

domingo, 7 de março de 2021

Igreja cipriota pede que a música “demoníaca” da Eurovisão seja cancelada, mas Governo rejeita !

El Diablo foi a canção escolhida para representar o Chipre no festival da Eurovisão, que terá lugar em Roterdão, em maio.

A música cipriota da Eurovisão está a causar polémica. A Igreja Ortodoxa do Chipre pediu, na passada terça-feira, que o país cancele a sua participação no festival com a canção El Diablo, acusando o tema de ridicularizar internacionalmente os fundamentos morais do país ao defender “a nossa rendição ao diabo e promover a sua adoração”.

O Santo Sínodo, o mais alto órgão de tomada de decisões da Igreja, referiu, em comunicado, que a canção “elogia a submissão fatalista dos humanos à autoridade do diabo” e exortou a emissora estatal, a CyBC, a substituí-la por outra que “expresse a nossa história, cultura, tradições e reivindicações”.

Segundo a Associated Press, a música, interpretada pela grega Elena Tsagrinou e escrita por Jimmy Joker, causou uma agitação muito grande e há quem considere que o tema está cheio de conotações satânicas.

A CyBC tem também recebido algumas ameaças, incluindo um telefonema que insinuava que o edifício do canal iria ser incendiado. Um homem foi também detido pelas autoridades depois de ter forçado a entrada na sede gritando frases intimidatórias contra a canção que, na sua opinião, é uma afronta ao Cristianismo.

Na quarta-feira, um porta-voz do Governo do Chipre disse que o Executivo respeita as preocupações do Santo Sínodo, mas também a liberdade artística.

“Respeitamos as opiniões do Santo Sínodo e de outros que discordam do título da música que representará o Chipre no concurso Eurovisão deste ano”, disse Victoras Papadopoulos, diretor da assessoria de imprensa do Presidente Nicos Anastasiades, citado pelo Cyprus Mail.

“Ao mesmo tempo, no entanto, o Governo respeita totalmente a liberdade intelectual e artística criativa, que não pode ser mal interpretada ou limitada devido ao título de uma música”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/igreja-cipriota-musica-eurovisao-384953

Putin diz que Internet pode destruir a sociedade se não for regida pela moral !

Internet pode destruir a sociedade a partir se não não for regida por valores e leis da moral, considerou Vladimir Putin.

 

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu que a Internet pode destruir a sociedade a partir do seu interior caso não seja regida por valores e leis da moral.

“A internet já penetrou em todas as esferas da nossa vida e em definitivo deve submeter-se não apenas às leis, às normas jurídicas formais, mas também às leis morais da sociedade em que vivemos. Caso contrário, esta sociedade será destruída a partir de dentro”, disse o líder do Kremlin, na quinta-feira.

Putin fez estas observações no decurso de uma reunião com membros da organização de voluntariado My Vmeste (Estamos Juntos), transmitida pela cadeia televisiva estatal Rossia-24.

“Lamentavelmente registamos não apenas apelos vindos da rua para atividades não autorizadas (…). Na internet encontramos pornografia e prostituição infantil, com tráfico de drogas, e dirigidos ao público infantil e aos adolescentes”, acrescentou.

O chefe de Estado russo denunciou “os que ocupam a rua para cometer ilegalidades e lutar com a polícia, para depois se esconderem por detrás das crianças”.

Referiu ainda, citado pela agência EFE, que os menores podem ser utilizados na Internet como instrumentos para obter lucro, “inclusive, por estranho que pareça, quando incitam crianças e adolescentes ao suicídio”.

Putin designou de “monstros” os incitadores ao suicídio, e referiu que quando são detidos pela polícia “não dá pena vê-los a serem presos como a um bicho”.

https://zap.aeiou.pt/putin-internet-destruir-sociedade-385660

 

China torna-se o primeiro país do mundo a ter mais de mil multimilionários !

A China tornou-se o primeiro país do mundo a ultrapassar a marca dos mil multimilionários, tendo neste momento um total de 1058 pessoas que têm a sorte de poder fazer parte desse grupo restrito.

De acordo com o canal estatal russo RT, esta foi a conclusão da Hurun Rich List 2021, publicada esta terça-feira. Atualmente, 1058 pessoas na China são multimilionárias, mais 259 do que no ano passado.

O segundo lugar é ocupado pelos Estados Unidos, com 696 multimilionários, e o terceiro pela Índia, com 177. Na lista seguem-se nações como a Alemanha (141), o Reino Unido (134), a Suíça (100) e a Rússia (85).

Com uma média de idades que ronda os 65 anos, 2312 multimilionários viram a sua riqueza aumentar durante o ano passado, dos quais 610 eram caras novas. Nesse período, 32 morreram e 282 fortunas permaneceram inalteradas, de acordo com o mesmo relatório.

“Apesar da interrupção causada pela covid-19, este ano viu o maior aumento de riqueza da última década”, disse Rupert Hoogewerf, presidente e investigador-chefe da empresa Hurun Report.

O mesmo responsável destacou que “o mundo nunca viu tanta riqueza criada num único ano” e lembrou que, no ano passado, apareceram oito novos multimilionários por semana devido ao boom das bolsas, impulsionado, em parte, pela “flexibilização quantitativa”.

“A velocidade de criação de riqueza é assombrosa”, disse ainda Hoogewerf, destacando o facto de apenas três pessoas terem somado, a título individual, mais de 50 mil milhões de dólares nesses 12 meses.

Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, viu a sua fortuna aumentar em 151 mil milhões de dólares. Seguem-se os multimilionários do comércio eletrónico Jeff Bezos, fundador da Amazon, e Colin Huang, da empresa Pinduoduo, que juntaram 50 mil milhões cada um.

“A este ritmo, é expectável que 50 ou mais ultrapassem a marca dos 100 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos”, acrescenta-se.

Por outro lado, a lista destaca que em 2020, apesar da guerra comercial com os Estados Unidos, a China agregou mais multimilionários do que o resto dos países juntos. E a diferença com o eterno rival aumentou ainda mais.

Ao mesmo tempo, milhões de pessoas continuam a viver sem nada. Há uns dias, num artigo de opinião publicado no jornal britânico The Guardian, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, destacou o facto de a “pobreza extrema estar a aumentar pela primeira vez em décadas“.

https://zap.aeiou.pt/china-primeiro-pais-mil-multimilionarios-384888

Na Índia, o comércio ilegal de burros está a crescer - A sua carne é considerada afrodisíaca !

Viagra? Não, a população do estado de Andhra Pradesh, na Índia, tem um novo método para aumentar o desejo sexual: carne de burro. Esta crença está a fazer com que o comércio ilegal de carne do animal esteja a aumentar.


O pénis de tigre já era comumente considerado afrodisíaco em vários países asiáticos, mas agora alguns indianos acreditam que também a carne de burro pode aumentar o desejo sexual, atuando ainda na cura de problemas respiratórios como a asma.

Os especialistas em vida selvagem acreditam que estas superstições recentes em torno da carne de burro têm levado a um rápido declínio das populações.

Os ativistas pelos direitos dos animais garantem que os burros estão a ser vítimas de contrabando e são enviados ilegalmente para Andhra Pradesh. Os animais são provenientes de estados como Maharashtra, Karnataka e Tamil Nadu, e posteriormente vendidos às escondidas nos distritos de Krishna, West Godavari, Guntur e Prakasam.

Gopal R. Surabathula, ativista pelos direitos dos animais, contou aos meios de comunicação, que os mercados acontecem todas as quintas e domingos, com pelo menos 100 animais a serem abatidos a cada um dos dias da semana.

Na Índia, a carne de burro não está incluída na categoria “comida animal”, tendo em conta as indicações da Autoridade de Segurança Alimentar e Padrões de Segurança Alimentar, o que torna o seu abate e consumo ilegais.

A carne de burro também é regularmente disfarçada de carne de vaca e vendida a visitantes exteriores do mercado. Por outro lado, a pele de burro é enviada para os mercados chineses, onde há uma grande procura.

Esta não é a primeira vez que surge o problema da venda de carne de burro depois de serem espalhadas falsas crenças. As autoridades de estados como Andhra Pradesh, Telangana e Karnataka levantaram preocupações semelhantes sobre o comércio ilegal de carne de burro em 2017 e 2018.

Existem várias superstições associadas ao consumo de carne de burro, uma delas, e de acordo com a antiga medicina chinesa, é que consumi-la pode aumentar a virilidade e o desejo sexual.

Segundo vários ativistas dos direitos dos animais, a tradição de comer carne de burro na Índia originou-se na região de Stuartpuram, no distrito de Prakasam, uma zona historicamente conhecida por albergar gangues.

Como refere o VICE, a crença não verificada pode ter surgido do mito de que beber sangue de burro melhora a capacidade de corrida de uma pessoa – uma teoria na qual os ladrões em fuga começaram a acreditar.

Atualmente, alguns pescadores também bebem sangue de burro antes de lançarem as suas redes ao mar na Baía de Bengala, na costa do distrito de Prakasam.

No filme de Tollywood Krack, os atores Ravi Teja e Shruti Haasan também geraram polémica quando beberem sangue de burro antes de iniciarem uma corrida.

https://zap.aeiou.pt/comercio-ilegal-burros-carne-afrodisiaca-384987

 

Brasil a braços com uma tragédia anunciada !

No Brasil, o número diário de mortes já ultrapassou o dos Estados Unidos. Alemanha, Suíça e Polónia estão a disponibilizar os seus hospitais para receber casos graves de covid-19 da República Checa.


Em relação a número de novos casos e de óbitos, o Brasil continua a bater recordes. Os hospitais e as unidades de cuidados intensivos estão a entrar em sobrelotação e, segundo especialistas e funcionários do Ministério da Saúde citados pelo Expresso, as mortes podem mesmo disparar para 3 mil diárias nas próximas semanas.

Recentemente, o Presidente brasileiro voltou a fazer comentários infelizes que desencadearam uma onda de indignação no estado de Goiás, onde mais de 9 mil pessoas já morreram devido à infeção.

“Parem de reclamar e de fazer esta agitação toda. Por quanto tempo vão continuar a choramingar?”, questionou Jair Bolsonaro aos apoiantes em Goiás, na quinta-feira. Devido a estes comentários, o Presidente foi chamado de “coveiro do Brasil” por Ciro Gomes, seu rival de esquerda.

No Twitter publicou: “Impeachment e cadeia para este criminoso!”.

Na mesma rede social, o compositor Zeca Baleiro também fez saber que “um Presidente que diz ‘pare de choramingar’ no momento mais crítico, doloroso e comovente que o povo brasileiro tem enfrentado desde o início da pandemia não é apenas um político desastrado, é um homem mau e um idiota. Ele é um sociopata incurável”.

Esta sexta-feira, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a situação no Brasil é “muito preocupante” e instou o Governo a tomar medidas “agressivas”. “O Brasil deve levar esta luta muito a sério”, disse.

Numa conferência de imprensa a partir de Genebra e na resposta a uma pergunta sobre o aumento no Brasil de internamentos em cuidados intensivos de pessoas jovens, vários responsáveis da OMS afirmaram-se preocupados com a situação no país e o diretor-geral eferiu que está também preocupado com os estados vizinhos.

“Se o Brasil não agir de forma forte vai afetar todos os vizinhos e além da América Latina. Medidas de saúde sérias são muito importantes”, disse, referindo o “aumento contínuo” de casos em fevereiro, mas também do número de mortes. ,“Muitos países baixaram [o número de casos] mas o Brasil piorou”, salientou.

Maria Van Kerkhove, infeciologista chefe da OMS, disse que o aumento de pessoas jovens em unidades de cuidados intensivos acontece noutros países, nomeadamente quando os mais jovens começam a sair para, por exemplo, ir trabalhar, e que tal acontece quando há aumento do número de casos de transmissão.

Michael Ryan, do programa de Emergências em Saúde da OMS, assinalou que o aparecimento das vacinas poderá ter levado as pessoas a ficarem mais tranquilas e a adotar outros comportamentos, mas a avisou que este “não é o momento de baixar a guarda” porque o vírus continua a espalhar-se.

É preciso apoiar as comunidades, não criticá-las”, disse também o responsável, afirmando que tal se aplica a todos os continentes.

Soumya Swaminathan, cientista chefe da OMS, acrescentou ainda que a obesidade é um dos principais fatores de risco para a covid-19, para dizer depois que a América Latina tem uma percentagem considerável de população obesa.

https://zap.aeiou.pt/brasil-republica-checa-385656

 

Um Papa na “Terra de Abraão” pela primeira vez na História - Francisco em viagem inédita ao Iraque !

Depois de 15 meses em Itália, o Papa Francisco regressou às viagens pastorais com uma visita de quatro dias ao Iraque, uma viagem inédita de um líder da Igreja Católica ao Iraque. 


O Papa Francisco desafiou todas as recomendações e viajou até um país que tem sido marcado pela violência inter-religiosa e étnica ao longo das últimas quase duas décadas.

No primeiro discurso público, esta sexta-feira, Francisco frisou que só pode haver um futuro democrático e pacífico no Iraque se todas as comunidades, incluindo os cristãos, tiverem os seus direitos assegurados.

“É indispensável assegurar a participação de todos os grupos políticos, sociais e religiosos e garantir os direitos fundamentais de todos os cidadãos. Que ninguém seja considerado cidadão de segunda classe”, disse o Papa Francisco, citado pela Renascença.

“A Santa Sé não se cansa de apelar às Autoridades competentes no Iraque, como noutros lugares, para que concedam a todas as comunidades religiosas reconhecimento, respeito, direitos e proteção”, repetiu.

EM Bagdad, Francisco encontrou-se com o clérigo católico e reconheceu a beleza da variedade de ritos e de tradições litúrgicas no país. Apesar disso, apelou a que a diferença não fosse um obstáculo à unidade.

“As diversas Igrejas presentes no Iraque, cada qual com o seu secular património histórico, litúrgico e espiritual, são como tantos fios de variegadas cores que, entrelaçados conjuntamente, compõem um único belíssimo tapete, que não só atesta a nossa fraternidade, mas remete também para a sua fonte, pois o próprio Deus é o artista que idealizou este tapete, que o tece com paciência e prende cuidadosamente querendo-nos sempre bem entrelaçados entre nós, como seus filhos e filhas”, afirmou.

“Como é importante este testemunho de união fraterna num mundo que se vê frequentemente fragmentado e dilacerado pelas divisões!”, acrescentou o Papa.

A viagem de Francisco à Terra de Abraão é histórica e representa um regresso da Igreja Católica a um lugar que, apesar de estar associado aos momentos fundacionais do Cristianismo, não é seguro para os cristãos.

Papa encontra-se com principal líder xiita do Iraque

O Papa Francisco encontrou-se, este sábado, com o principal líder religioso xiita, o aiatolah Ali al-Sistani, em Najaf, um gesto considerado histórico nas relações entre o Vaticano e o Islão, sem a presença de câmaras.

Francisco foi visto a entrar na modesta casa de Al Sistani, num dos bairros humildes de Najaf, cercado por forças de segurança. Foi o primeiro ato do dia do Papa, que esta sexta-feira chegou ao Iraque para uma visita de três dias, tornando-se o primeiro papa a visitar este país.

Como alguns especialistas apontaram há alguns dias, Francisco teve que respeitar o protocolo e tirar os sapatos antes de entrar no quarto de al-Sistani. A dúvida é se al-Sistani, que normalmente fica sentado ao receber os visitantes, se levantou para receber Francisco, gesto que nunca teria tido.

Ali al-Sistani disse ao Papa Francisco que os cristãos no Iraque deveriam viver em paz e com todos os direitos, de acordo com um comunicado do gabinete de Al Sistani. Foram também divulgadas fotografias do encontro entre os dois líderes religiosos, que ocorreu sem a presença da imprensa, em que Francisco, vestido de branco, e Al-Sistani, de preto, são vistos em dois sofás da modesta casa do líder xiita.

Al-Sistani enfatizou o papel que a autoridade religiosa tem desempenhado em “proteger todos aqueles que sofreram injustiças e danos nos últimos anos, especialmente durante os quais terroristas tomaram grandes áreas em várias províncias iraquianas, onde cometeram atos criminosos”.

O líder xiita fez alusão ao período, entre 2014 e 2017, em que o grupo sunita jihadista Estado Islâmico (EI) ocupou grande parte do Iraque e estava prestes a chegar à capital Bagdade.

Durante o encontro, segundo o comunicado, abordaram “os grandes desafios que a humanidade enfrenta neste momento e o papel da fé” e fizeram referência específica às “injustiças, assédios económicos e deslocamentos sofridos por muitos povos” da região, “especialmente o povo palestiniano nos territórios ocupados” por Israel.

Finalmente, Al-Sistani enfatizou o “papel que os grandes líderes religiosos e espirituais devem desempenhar para conter todas essas tragédias”.

Durante este encontro, não houve um documento comum como o assinado em Abu Dhabi, há dois anos, pelo Papa e pelo xeque egípcio Ahmad al-Tayyeb, Grande Imã de Al-Azhar, a maior instituição sunita, no Cairo, e que foi uma das os principais passos nas relações entre o Islão e o catolicismo.

https://zap.aeiou.pt/papa-francisco-viagem-inedita-iraque-385631

 

sábado, 6 de março de 2021

A fronteira mais importante da China é imaginária - A Linha Hu !

 

A Linha Hu, também conhecida como linha Heihe-Tengchong, é uma linha imaginária que divida a China em duas partes com áreas quase iguais. Estende-se da cidade de Heihe até Tengchong.

Desenhada pela primeira vez em 1935, a Linha Hu ilustra a divisão demográfica persistente no território chinês. Foi idealizada pelo geógrafo chinês Hu Huanyong, que lhe chamou uma “linha de demarcação geodemográfica”.

De acordo com dados da época, a oeste da linha estava 64% da área do território chinês, mas apenas 4% da população. Por sua vez, a lesta da linha estava 36% da área, mas 96% da população vivia lá.

Estatísticas mais recentes, de 2002, mostram que a realidade pouco mudou, apesar da população ter triplicado, de cerca de 500 milhões para 1,4 mil milhões de pessoas: a oeste da linha estava 6% da população, enquanto a leste estava 94%.

O reconhecimento da independência da Mongólia mudou ligeiramente a distribuição do território: a oeste está agora 57% da área, enquanto a lesta está 43%.

Apesar da sua importância, não é possível encontrá-la em nenhuma mapa oficial da China, nem no próprio país. A Linha Hu é tão invisível quanto imaginária, escreve o Big Think.

O clima e a geografia explicam esta dicotomia persistente na demografia chinesa. A leste da linha, o terreno é mais plano e húmido, o que significa que é mais fácil cultivar e, portanto, produzir alimentos. A oeste da linha, há desertos, montanhas e planaltos, com um terreno muito mais duro e um clima mais seco.

Isto faz com que as infraestruturas e a economia da China concentrem-se fundamentalmente a leste da Linha Hu. O PIB per capita no oeste é 15% menor, em média, do que no leste. À noite, os satélites mostram uma área a leste cintilar, enquanto a oeste vê-se um cobertor de escuridão quase total.

Iluminação do território chinês à noite, vista de um satélite da NASA.

Além disso, embora a China seja uma país bastante homogéneo a nível étnico – 92% são chineses Han – a maioria dos 8% que compõem as minorias étnicas vivem à esquerda da linha. Distantes cultural e geograficamente do leste do país, tibetanos e uigures têm sido alvo de forte repressão do Governo chinês.

https://zap.aeiou.pt/fronteira-importante-china-imaginaria-384976

 

Grupo de cientistas questiona missão da OMS e pede investigação independente na China !

Um grupo de cientistas está a pedir uma investigação independente sobre a origem do Sars-CoV-2, com acesso total aos registos da China.


Um grupo de cientistas escreveu uma carta aberta, divulgada nos jornais Le Monde e The Wall Street Journal, na qual pedem uma investigação independente sobre a origem do SARS-CoV-2.

No texto, os signatários apelam a que o relatório da missão científica enviada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a Wuhan não seja publicado, porque não pôde investigar de forma suficientemente independente a origem do vírus.

Peter Ben Embarek, líder da missão internacional da OMS, apresentou recentemente as conclusões provisórias da investigação numa conferência de imprensa em Wuhan.

O especialista disse suspeitar que o novo coronavírus pode ter sido transmitido através de animais abatidos para consumo humano que tenham sido congelados. Desta forma, Embarek considerou que a teoria de que a origem do SARS-CoV-2 foi uma fuga acidental de um dos laboratórios de Wuhan tem pouca probabilidade.

O relatório final da missão da OMS ainda não foi publicado e o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus frisou que nenhuma teoria tinha sido abandonada. Todas as hipóteses estão ainda em cima da mesa.

Os signatários da carta afirmam que, “enquanto cientistas, cientistas sociais e comunicadores de ciência”, analisaram de forma independente as origens da epidemia e consideram essencial que todas as hipóteses sejam “examinadas de forma aprofundada”.

Além disso, sublinham a importância de garantir “acesso total a todos os recursos necessários, sem impedimentos políticos ou outras sensibilidades”. Como a OMS não teve este tipo de acesso, o relatório não pode ser classificado como uma investigação independente, defendem.

A OMS “está limitada no que pode alcançar neste tipo de investigação”. Por isso, defendem uma investigação independente sobre a origem da pandemia.

A carta é assinada por Jamie Metzl, ex-membro do Conselho de Segurança Nacional da Administração de Bill Clinton e antigo colaborador de Joe Biden; os virologistas Bruno Canard e Etienne Decroly; os investigadores do Centro Nacional de Investigação Científica, em França; os geneticistas Jean-Michel Claverie (Universidade de Aix Marselha) e Virginie Courtier (Instituto Jacques-Monod), entre outros.

https://zap.aeiou.pt/grupo-cientistas-investigacao-china-385593

 

“Estamos em pé de guerra.” OMS defende dispensa de patente para países poderem fazer cópias baratas de vacinas !

Os laboratórios devem dispensar as patentes se tal for necessário para garantir que todas as pessoas são imunizadas contra o novo coronavírus, defendeu o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).


Num artigo publicado esta sexta-feira no The Guardian, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), defende que as regras de negócios que até aqui vigoravam para proteger os lucros dos fabricantes de vacinas terão de ser postas de lado, se for uma condição para que todos possam ser imunizados.

Para Tedros Adhanom Ghebreyesus, neste momento, o mundo precisa de estar “em pé de guerra” e defende, por esse motivo, a dispensa de patente que permitirá aos países fazer e vender cópias baratas de vacinas desenvolvidas noutros locais.

“Estamos a viver um momento excecional na história e devemos estar à altura do desafio”, afirmou o responsável, lembrando haver “flexibilidade nas regulamentações comerciais em situação de emergência, que certamente é o caso de uma pandemia global que forçou muitas sociedades a fecharem e causou tantos danos à economia”.

“Temos de estar em pé de guerra e é importante deixar claro o que é preciso fazer”, frisou.

Na próxima semana, a Organização Mundial do Comércio (OMC) vai reunir para discutir uma proposta de renúncia aos direitos de propriedade intelectual – de patentes de vacinas – apresentada pela África do Sul e pela Índia e apoiada por 100 países.

A questão divide os governos: os países mais pobres apoiam a medida, mas os mais ricos opõem-se.

No artigo do diário britânico, o diretor-geral da OMS argumenta que, mesmo que a medida receba luz verde, os fabricantes de vacinas vão receber algum reembolso. “A renúncia de patentes temporária não significa que os fabricantes ficam de fora. Tal como sucedeu durante a crise do HIV ou numa guerra, as empresas vão receber royalties pelos produtos que fabricam”, explicou.

Uma abordagem ‘eu primeiro’ pode ser “autodestrutiva”

Os laboratórios farmacêuticos e os governos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da União Europeia são contra a isenção de patentes das vacinas, com ou sem compensação para os laboratórios.

Para sustentar a posição, usam o argumento da Federação Internacional de Fabricantes e Associações Farmacêuticas, que defende que cortar os retornos das empresas é um desincentivo à inovação.

“Quer se trate de partilha de doses, transferência de tecnologia ou licenciamento voluntário, como incentiva a própria iniciativa Covid-19 Technology Access Pool [CTAP] da OMS, ou renunciando aos direitos de propriedade intelectual, o que precisamos é de retirar todos os obstáculos que existem”, considera Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O The Guardian escreve que, para grande parte dos países, a grande esperança de acesso a vacinas é a Covax, numa iniciativa que visa distribuir dois mil milhões de doses até ao final de 2021.

Das 225 milhões de doses administradas, “a grande maioria esteve numa mão cheia de países ricos e produtores de vacinas”, garantiu o responsável da OMS.

“Uma abordagem ‘eu primeiro’ pode servir a interesses políticos de curto prazo, mas é autodestrutiva e levará a uma recuperação prolongada, com o comércio e as viagens a sofrerem mais danos. Qualquer oportunidade de vencer este vírus deve ser agarrada com ambas as mãos”, defendeu.

Neste sentido, Tedros Adhanom Ghebreyesus elogiou a AstraZeneca por partilhar as suas licenças e permitir que a vacina possa ser fabricada em todo o mundo.

https://zap.aeiou.pt/oms-dispensa-patente-vacinas-385585

 

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