A Linha Hu, também conhecida como linha Heihe-Tengchong, é uma linha imaginária que divida a China em duas partes com áreas quase iguais. Estende-se da cidade de Heihe até Tengchong.
Desenhada pela primeira vez em 1935, a Linha Hu ilustra a divisão demográfica persistente no território chinês. Foi idealizada pelo geógrafo chinês Hu Huanyong, que lhe chamou uma “linha de demarcação geodemográfica”.
De acordo com dados da época, a oeste da linha estava 64% da área do território chinês, mas apenas 4% da população. Por sua vez, a lesta da linha estava 36% da área, mas 96% da população vivia lá.
Estatísticas mais recentes, de 2002, mostram que a realidade pouco mudou, apesar da população ter triplicado, de cerca de 500 milhões para 1,4 mil milhões de pessoas: a oeste da linha estava 6% da população, enquanto a leste estava 94%.
Apesar da sua importância, não é possível encontrá-la em nenhuma mapa oficial da China, nem no próprio país. A Linha Hu é tão invisível quanto imaginária, escreve o Big Think.
O clima e a geografia explicam esta dicotomia persistente na demografia chinesa. A leste da linha, o terreno é mais plano e húmido, o que significa que é mais fácil cultivar e, portanto, produzir alimentos. A oeste da linha, há desertos, montanhas e planaltos, com um terreno muito mais duro e um clima mais seco.
Isto faz com que as infraestruturas e a economia da China concentrem-se fundamentalmente a leste da Linha Hu. O PIB per capita no oeste é 15% menor, em média, do que no leste. À noite, os satélites mostram uma área a leste cintilar, enquanto a oeste vê-se um cobertor de escuridão quase total.
Além disso, embora a China seja uma país bastante homogéneo a nível étnico – 92% são chineses Han – a maioria dos 8% que compõem as minorias étnicas vivem à esquerda da linha. Distantes cultural e geograficamente do leste do país, tibetanos e uigures têm sido alvo de forte repressão do Governo chinês.
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