O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu esta quinta-feira “uma resposta” à escalada de tensões com a Coreia do Norte e disse não querer confrontos com a China.
“Para já, estamos a consultar os nossos parceiros e aliados. E haverá uma resposta se eles escolherem a escalada. Responderemos em conformidade”, disse Biden, durante uma conferência de imprensa, referindo-se à ameaça da Coreia do Norte, que anunciou esta quinta-feira ter disparado dois mísseis balísticos no mar do Japão.
Tratou-se da primeira conferência de imprensa de Joe Biden desde que tomou posse no passado dia 20 de janeiro.
No relacionamento com Pyongyang, Biden disse estar “preparado para uma certa forma de diplomacia, mas sempre sujeita à condição da desnuclearização”, um ponto que os Estados Unidos colocam como fundamental para um entendimento com o Presidente norte-coreano, Kim Jong-un.
Biden reafirmou ainda que não quer confrontos com a China, mas reconheceu que haverá uma “concorrência renhida” com o regime de Pequim.
“Eu já disse isso várias vezes [ao Presidente chinês, Xi Jinping] pessoalmente: não queremos confrontos. Sabemos que haverá concorrência renhida, mas insistiremos em que a China respeite as regras internacionais: concorrência leal, práticas justas, comércio justo”, explicou o líder norte-americano.
Na conferência de imprensa, Biden falou ainda da situação no Afeganistão, dando a entender que não cumprirá o prazo de 1 de maio para a retirada de todas as forças militares norte-americanas desse país, tal como o ex-Presidente Donald Trump tinha negociado com os talibãs, no acordo de Doha. “Mas não tenciono ficar lá por muito tempo”.
Embora admitindo que não se pode comprometer ainda com um calendário para a retirada dos cerca de 2.500 soldados que permanecem no Afeganistão, Biden sugeriu que os Estados Unidos já não devem ter qualquer presença militar no próximo ano.
Fluxo migratório na fronteira “acontece todos os anos”
Biden relativizou o aumento do fluxo migratório registado na fronteira norte-americana com o México, afirmando que tal situação “acontece todos os anos” e não está relacionada com as políticas migratórias da atual administração. “Todos os anos, há um aumento significativo das chegadas à fronteira no inverno”, porque os migrantes “têm menos probabilidades de morrer de calor no deserto”, afirmou.
Os republicanos têm acusado Biden de encorajar milhares de migrantes, muitos deles menores não acompanhados, a tentarem entrar nos Estados Unidos, ao relaxar as políticas migratórias de Trump.
Biden argumenta que o aumento do fluxo migratório já tinha começado antes da sua entrada na Casa Branca. “Não vou pedir desculpa por abolir políticas que violavam o Direito Internacional e a dignidade humana”, disse.
Assim que tomou posse, Biden suspendeu as deportações de migrantes indocumentados durante um período de 100 dias e apresentou um projeto-lei que visa abrir caminho à atribuição da cidadania a migrantes.
Biden assinou um decreto a suspender novos registos no programa Protocolos de Proteção ao Migrante, também conhecido por “Permanecer no México”, que tinha sido instituído por Donald Trump.
Acusado de atrair os migrantes com uma imagem de “tipo simpático”, Biden admitiu que a ideia é até “lisonjeira”, contrapondo, porém, que não é essa a verdadeira razão do fluxo. “As pessoas deixam as Honduras, Guatemala ou El Salvador por causa dos sismos, das inundações, da falta de alimentos e da violência de grupos organizados”, sublinhou.
Biden quer voltar a candidatar-se
Biden anunciou que planeia concorrer às eleições presidenciais em 2024, acrescentando que a vice-Presidência seria entregue novamente a Kamala Harris. “A resposta é sim, pretendo candidatar-me à reeleição. É o que espero”, afirmou o Presidente norte-americano de 78 anos.
Questionado sobre se escolheria novamente Kamala Harris, Biden vincou esperar que “seja esse o caso”. “Ela está a fazer um ótimo trabalho e é uma ótima parceira”, indicou.
Apesar da resposta assertiva, Biden disse ainda que vai respeitar o “destino”. “Tenho um grande respeito pelo destino. Não posso planear com certeza com quatro anos e meio, três anos e meio de antecedência”, indicou.
Sobre a possibilidade de voltar a enfrentar Trump no próximo sufrágio, Biden disse “não pensar nisso” e “não ter ideia” de quem vai representar o Partido Republicano.
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